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TESTE DE AVALIAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA

9º ANO DE ESCOLARIDADE / 3º CICLO DO ENSINO BÁSICO 2006/2007


Não escreva o seu nome em
A preencher pelo estudante:
mais nenhum local da prova
NOME COMPLETO ______________________________________________________________________________
A preencher pela Escola
Nº CONVENCIONAL
BILHETE DE IDENTIDADE Nº |__|__|__|__|__|__|__|__|__| EMITIDO EM (LOCALIDADE) ___________________________
ASSINATURA DO ESTUDANTE ______________________________________________

PROVA DE _______________________________________________ CÓDIGO |__|__| A preencher pela Escola


Nº CONVENCIONAL
REALIZADA NO ESTABELECIMENTO __________________________________________
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
PROVA DE ______________________________________________ CÓDIGO |__|__|

ANO DE ESCOLARIDADE 9º ANO CHAMADA |__|

A preencher pelo professor classificador:

CLASSIFICAÇÃO EM PERCENTAGEM |__|__|__| ( ______________________________________________ por cento)


CORRESPONDENTE AO NÍVEL |__| ( ________________ )
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ASSINATURA DO PROFESSOR CLASSIFICADOR
OBSERVAÇÕES _______________________________________________________________________________

ESCOLA BÁSICA INTEGRADA DE VILA COVA


Novembro de 2006

9º ANO DE ESCOLARIDADE

Este teste é constituído por três grupos de resposta obrigatória.


Tens noventa minutos para o realizar.
Lê atentamente cada grupo, antes de começares a responder.

O grupo I é sobre análise de texto e vale 50 pontos.


O grupo II é sobre o funcionamento da língua e vale 20 pontos.
O grupo III pede a produção de um texto e tem o valor de 30 pontos.

A prova termina com a palavra FIM.

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GRUPO I

TEXTO A

Lê o seguinte excerto do Auto da Barca do Inferno com atenção.

Vem um Frade com ũa Moça pela mão, e um broquel e ũa espada na outra, e um casco debaixo
do capelo; e, ele mesmo fazendo a baixa, começou de dançar, dizendo:

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F Tai-rai-rai-ra-rão; ta-ri-ri- Fra Nom ficou isso
ra. rão, n'avença.
ta-rai-rai-rai-rão; tai-ri-ri- Di Pois dada está já a
rão, a. sentença
tão-tão; ta-ri-rim-rim-rão. F Par Deos! Essa seri’ela!
Huha! ra. Não vai em tal
Di Que é isso, padre? Que vai caravela
a. lá? minha senhora
F Deo Gratias! Som cortesão Florença
ra.
Di Sabeis também o tordião? Como? Por ser
a. namorado
F Porque não? Como ora sei! e folgar com ũa mulher
ra. se há um frade de
Di Pois, entrai! Eu tangerei perder,
a. e faremos um serão. com tanto salmo
rezado?
Essa dama, é ela vossa? Di Ora estás bem aviado!
F Por minha la tenho eu, a.
ra. E sempre a tive de meu. F Mais estás bem
ra. corregido!
Di Fezeste bem, que é Di Devoto padre marido,
a. formosa! a. havês de ser cá
E não vos punham lá grosa pingado
no vosso convento santo?
F E eles fazem outro tanto! Descobrio o Frade a cabeça,
ra. tirando o capelo, e apareceo
Di Que coisa tão preciosa! o casco, e diz o Frade
a.
Entrai, padre reverendo F Mantenha Deos
F Pera onde levais gente? ra. esta coroa
ra. Di Ó padre Frei Capacete!
Di Pera aquele fogo ardente a. Cuidei que tínheis
a. que nom temeste vivendo. barrete!
F Sabê que fui da
F Juro a Deos que nom ra. pessoa!
ra. t’entendo! Esta espada é roloa
E est’hábito nom me val? e este broquel, rolão
Di Gentil padre mundanal, Di Dê Vossa Reverência
a. a Berzabu vos encomendo! a. lição
d’esgrima, que é cousa
boa!
F Ah, Corpo de Deos
ra. consagrado! (,,,)
pela fé de Jesu Cristo,
F - Oh! quantos d’aqui
que eu nom posso entender
ra. feria!
isto!
Padre que tal aprendia
Eu hei-de ser condenado?
no Inferno há-de haver
Um padre tão namorado
ping
e tanto dado a virtude?
Ah! nom praza a São
Assi Deos me dê saúde,
Domingos
que eu estou maravilhado!
com tanta descortesia!

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Di Não curês de mais
a. detença.
Embarcai e partiremos:
tomarês um par de remos.

Eus
D
Assinala com uma cruz (x) a hipótese mais adequada, de acordo com o sentido do texto.

1. Esta personagem, quanto à concepção, é uma personagem tipo, porque:

Vem carregada com adereços.


Representa a sociedade da altura.
Apresenta características atribuíveis a um grupo social.
É um tipo de pessoa sem escrúpulos.

2. O Frade entra a dançar, porque:

Está contente por ter morrido.


Vai fazer um serão com o Diabo.
Acha que se vai salvar e fazer o mesmo que em vida.
Quer divertir os ocupantes da Barca do Inferno.

3. O Diabo diz “Que é isso Padre? Que vai lá?”. Pois:

Fica surpreendido ao ver o Frade dançar.


Quer divertir-se, provocar o Frade, ver as suas reacções.
Também quer dançar.
Fica irritado com o Frade.

4. A Moça é:

Uma simples vítima do Frade.


Uma companhia para o Frade não ir sozinho para o Inferno.
Florença, uma rapariga contratada por Brísida Vaz.
Cúmplice e, portanto, culpada de falta contra a castidade.

5. O verso “Juro a Deus que não te entendo!” é:

Uma manifestação hipócrita de surpresa por parte do Frade, ao saber o seu destino.
Uma fórmula de juramento comum entre os frades.
Uma exclamação de surpresa do condenado, perante a revelação do seu destino.
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Uma prova de que a personagem em julgamento é inocente.

6. As outras personagens condenadas tentaram defender-se. O Frade não foi excepção.


6.1. Faz o levantamento de todos os versos em que o Frade se defende.
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7. Outros membros do clero são criticados através deste Frade. Como o sabemos?
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8. Explica o duplo sentido da palavra namorado na questão «Um padre tão namorado e
tanto dado à virtude?».
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9. Qual/quais dos versos sublinhados no excerto é/são exemplos de ironia, eufemismo,
pergunta retórica, frase exclamativa e imperativo?
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TEXTO B
Lê agora, atentamente, este excerto da cena da Alcoviteira.

Brí. Barqueiro mano, meus Santa Úrsula nom converteo


olhos, tantas cachopas como eu:
prancha a Brízida Vaz! todas salvas polo meu
Anjo Eu não sei quem te cá traz… que nenhũa se perdeo.
Brí. Peço-vo-lo de giolhos! E prouve Àquele do Céo
Cuidais que trago piolhos, que todas acharam dono.
anjo de Deus, minha rosa? Cuidais que dormia sono?
Eu sô aquela preciosa Nem ponto se me perdeo!
que dava as moças a molhos,

a que criava as meninas


pera os cónegos da Sé…
Passai-me, por vossa fé,
meu amor, minhas boninas,
olhos de perlinhas finas!
E eu sou apostolada,
angelada e martelada,
e fiz cousas mui divinas.

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10. A Brísida Vaz mantinha contacto com membros do clero.
10.1. Transcreve os versos que provam esta afirmação.
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10.2. Desejaria Gil Vicente troçar da religião? Comprova a tua resposta.
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11.Esta personagem é extremamente descarada e hipócrita, quando fala com o Anjo,


quer no tratamento que a ele dispensa, quer nos argumentos que lhe apresenta.
11.1. Demonstra a presença dessas atitudes no tratamento dado ao Anjo.
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GRUPO II

12. Indica quais dos vocábulos sublinhados evoluíram por via popular e erudita, e quais
são divergentes ou convergentes.:

12.1. acto 12.2.


actum vadunt (verbo) vão (verbo “ir“)
auto vanu (adjectivo) vão (adjectivo)

12.1. ___________________________________________________________________
12.2. ___________________________________________________________________

13. Que fenómenos fonéticos ocorreram nestas palavras?


13.1. la > a
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13.2. cousa > coisa
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13.3. geolhos > joelhos
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14. Classifica as palavras do quadro, quanto ao processo de formação.


Derivadas Compostas
prefixo palavra primitiva sufixo aglutinação justaposição
mundanal
infernal
fidalgo
auto-de-fé

15. Pontua correctamente o seguinte texto:


A professora falava quem foi Gil Vicente um ourives um homem das artes esta é a
pergunta que quero que tragam resolvida para a próxima aula quando elaborarem a sua
biografia e é numa folha à parte ou no caderno pergunta o Pedro numa folha à parte é
melhor para corrigir.

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GRUPO III

Vives num mundo em que há pessoas que são religiosas, seja qual for a religião que
professem, e outras que não o são.
Redige um texto de 110 a 200 palavras, em que apresentes a tua opinião
sobre a relação ou não entre a religião e o comportamento moral das
pessoas na sociedade actual – a honestidade, a justiça, a solidariedade ou a
criminalidade, a injustiça, o abandono.
Antes de começares a escrever, atenta nas instruções que se seguem:
Numa folha de rascunho, faz um plano do texto:
Dá um título ao texto.
Elabora o teu texto, desenvolvendo as ideias que enunciaste no plano: redige
frases claras e não muito longas; escolhe um vocabulário adequado; presta
atenção à estrutura das frases e à pontuação.
Após a elaboração do texto, preocupa-te em relê-lo e corrigi-lo.

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