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Mas esses impulsos necessitam ser direcionados e viabilizados, e para isso surge
Touro: o enfoque prático e metódico cria a base segura que obviamente não era possível
nem necessária na fase anterior.
Assim, os fatos florescem e adquirem sólida consistência. Sendo esse signo um signo
de Terra ele representa, as formas materiais e externas dominam amplamente: o tema
central dessa fase é a busca de formas para uma existência segura, do ponto de vista
material. Deve-se a isso a possessividade e praticidade de Touro...
Após a fase inicial e sua transformação em segurança, graças aos novos componentes
taurinos, a psique (e o indivíduo inteiro) passa por uma diferenciação na fase de
Gêmeos: uma idade para estabelecer conexões e perceber ligações entre objetos tão
díspares quanto pessoas, idéias, eventos e objetos concretos, buscando estabelecer
pontes de conhecimento entre os diferentes tipos. Por essa razão são tradicionais a
"dispersão" e a "superficialidade" de Gêmeos.
Agora, na quinta fase, a de Leão, o indivíduo já está seguro de si mas ainda não está
seguro de sua identidade social; consequentemente, faz de si algo maior do que si
mesmo, tentando, dessa forma, garantir um lugar na sociedade. Ultrapassadas as
primeiras fases, muito mais voltadas para o cultivo de si próprio, inicia-se o cultivo da
personalidade e do comportamento social.
De novo, como em Touro, a Terra desse signo mostra que a sensação predomina e a
atenção da psique se volta mais uma vez para coisas materiais ou concretas, adquiríveis
através do trabalho; entretanto, não como na fase taurina, onde a principal preocupação
era adquirir segurança material para sobreviver, mas tentando conquistar, agora,
insights sobre a diversidade de formas e motivos da Vida. Sempre, através da
meticulosidade detalhista e da inclinação a uma ordenação compulsiva que a vida do
virginiano costuma apresentar.
Como prêmio, a psique que consegue ultrapassar essa difícil fase desenvolve as asas da
Águia (antiquíssimo símbolo desse signo), com as quais pode penetrar nos Segredos da
Natureza. Dessa intensa luta interna travada no terreno inseguro dos sentimentos deriva
a tradicional imagem de tensão interna e sofrimento constante do escorpiano.
Trabalho que começa a se concretizar na fase capricorniana da psique. Tudo o que foi
aprendido e entendido no mundo durante a fase sagitariana (e mesmo nas outras) é
submetido ao teste da prática antes de ser assimilado. Com base nessa análise quase
impiedosa uma nova identidade será "escolhida", após ser definida pela psique: aí então
a pessoa tem uma clara noção do que é capaz de fazer e do que pode obter no Grande
Todo. Estabilidade de formas (ou estruturas) é fundamental a essa fase de Terra, a
energia é posta a serviço da concretização dessas formas. Independência é assunto de
extrema importância, pois nela reside a possibilidade de definir a própria identidade e ter
espaço para a concretização das formas tidas como próprias e ótimas para seus
objetivos maiores. Percebem-se, então, os traços característicos do capricorniano:
perseverança, ambição, paciência e resistência profunda a desenganos e acidentes de
percurso, além da inclinação poderosa a estruturar tudo o que lhe cai ao alcance.
Ao meio do inverno a Natureza faz seu inventário, mergulhada num ecossistema, para se
descartar do que não for necessário ao todo. Da mesma forma, tudo o que foi definido
como útil na fase capricorniana será, na fase aquariana, submetido a minuciosa análise
intelectual (Ar). Não mais profunda, como na fase escorpiana, quando as formas do Ser
foram submetidas ao teste da emoção: agora, trata-se de outro teste, o teste da valia
coletiva. De qualquer maneira, como lá também, atravessando crises: ao teimosamente
rígido senso de Ego que a psique apresenta na fase capricorniana, a fase aquariana
contrapõe uma tentativa intelectual de impessoalidade, necessária à submissão do Ego
ao coletivo. Para tanto, o aquariano tem de ser obrigatoriamente intuitivo, aparentemente
anárquico e extremamente radical em suas posições intelectuais nem sempre
racionalmente fundamentadas.
Como reação à fase aquariana e sua ênfase no pensamento, a fase pisciana da psique
será quase que apenas sentimentos; entretanto, não mais personalizada como na fase
canceriana nem voltada ao embate emocional com o Outro, como em Escorpião, pois o
traço impessoal de Aquário foi conquista preciosa e não será mais abandonado... Daí o
desafio da personalidade de tornar pessoais os eventos vividos, a partir de uma
perspectiva já impessoal, tentando amalgamar as experiências humanas universais com
os traços da personalidade individual e individualizada. Na fase aquariana o indivíduo se
assenhoreou do processo de quebra de velhas formas para a construção de outras; na
fase pisciana, esse processo tem sua conseqüência lógica com a completa destruição
de formas, de modo a permitir ao indivíduo tornar-se senhor do que não tem forma: o
mundo dos pensamentos. Porque o mundo da não-forma contém todas as
possibilidades fenomênicas e todos os acúmulos de conhecimento depositados no
inconsciente mais profundo, arquetípico e transpessoal.