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INSTITUTO POLITÉCNICO DE SANTARÉM

ESCOLA SUPERIOR AGRÁRIA DE SANTARÉM


CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA DA
PRODUÇÃO ANIMAL

CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE

David Nuno Palma Quintino - #2439

SANTARÉM
2009
ÍNDICE

1 – INTRODUÇÃO -------------------------------------------- 1

2 – IMPORTÂNCIA DA CONSERVAÇÃO DA
BIODIVERSIDADE -------------------------------------------- 3
2.1 - Introdução à importância da conservação da
Biodiversidade --------------------------------------------- 3
2.2 - Interesse humano na Biodiversidade ----------- 4

3 – PRINCIPAIS CAUSAS PARA A PERDA DA


BIODIVERSIDADE--------------------------------------------- 6
3.1 - Crescimento da população e aumento do
consumo dos recursos naturais------------------------- 6
3.2 – Políticas Inadequadas ----------------------------- 7
3.3 – Efeitos do Comércio Global --------------------- 8
3.4 - Gestão Inadequada dos Recursos -------------- 9
3.5 - Falha dos Sistemas Económicos para
Estabelecer o Valor da Biodiversidade -------------- 10
3.6 - Interacção entre as principais causas ---------- 11

4 – MEDIDAS PARA PRESERVAR A


BIODIVERSIDADE -------------------------------------------- 12

5 – BIBLIOGRAFIA -------------------------------------------- 19
1 – INTRODUÇÃO
Biodiversidade – ou diversidade biológica. Desde que apareceu a vida na Terra

que a evolução faz com que surjam novas espécies diferentes à medida que se

vão adaptando a novas zonas e a mudanças no clima. As espécies que não se

adaptam, extinguem-se. A diversidade biológica tem a ver com a diversidade de

ecossistemas, de espécies, de subespécies, de raças de animais (p. ex. os

cavalos lusitanos e os árabes), de variedades de plantas (p. ex. de rosas) e até

de genes (os genes contêm a informação para as características dos seres vivos

p. ex. para a cor dos olhos). Esta diversidade é uma verdadeira riqueza, pois

além de ser importantíssima para manter o equilíbrio ecológico, é também

graças a ela que podemos obter uma grande variedade de alimentos,

medicamentos e de muitas substâncias essenciais à nossa sobrevivência.

Porém, algumas pessoas julgam que libertando espécies exóticas fazem

aumentar a biodiversidade, o que não é verdade, pois a introdução de espécies

pode causar muitos problemas ecológicos e a extinção de outras. (in Glossário

do ICNB, 2008)

A Terra sofre hoje uma vaga de extinção de espécies comparável à do

desaparecimento dos dinossauros: desapareceram 45% dos bosques e 16000

espécies animais vivem ameaçadas.


Figura 1: Teoria da extinção dos
dinossauros (adaptado de
http://news.bbc.co.uk/, 2009)

1
/3 dos anfíbios, ¼ dos mamíferos e 1/8 pássaros estão ameaçados. São 15589

espécies animais e outras 60000 espécies vegetais que se encontram em vias

de extinção. Perderam-se 45% dos bosques, assim como 10% dos corais. O

domínio do Homo sapiens sobre o planeta Terra desencadeou um processo de

desaparecimento de espécies que se desenrola a um ritmo centenas de vezes

superior ao natural, um fenómeno comparável ao desaparecimento dos

dinossauros, há 65 milhões de anos. Estas são algumas das razões que levaram

1200 peritos e políticos de 30 países diferentes a participar na Conferência

Internacional sobre Biodiversidade, da UNESCO em Paris.


Figura 2: Homo sapiens dominante
(adaptado de: www.h3adlin3.com, 2009)
2 – IMPORTÂNCIA DA CONSERVAÇÃO DA
BIODIVERSIDADE

2.1 – Introdução à importância da conservação da


Biodiversidade
O método convencional para a preservação da biodiversidade enfatizou a

criação de parques, reservas e instalações externas como parques zoológicos e

jardins botânicos. Embora estes esforços não sejam os ideais para conservar a

biodiversidade, este método ajudou a conservar muitas espécies, e pode ajudar

a reduzir alguns dos efeitos dos factores de ameaça como a degradação dos

habitats, a exploração exagerada de espécies animais e vegetais, a poluição da

água e do ar, a introdução de espécies exóticas, a agricultura e desflorestação

intensiva, e a alteração climática global.

A Global Biodiversity Strategy identificou muitas das principais causas como: o

crescimento exponencial da população humana, o aumento do consumo dos

recursos naturais, a falta de informação sobre as espécies e ecossistemas, as

políticas inadequadas, e causas económicas como os efeitos do comércio

global, da gestão inadequada dos recursos, e da falha dos sistemas económicos

a estabelecer o valor da biodiversidade. Muitas destas causas ocorrem

simultaneamente e estão intrinsecamente ligadas.


2.2 – Interesse humano na Biodiversidade
2.2.1 – A biodiversidade como alimento
O ser humano inclui na sua alimentação um pequeno número de espécies

(cerca de 7000) e a agricultura moderna só utiliza cerca de 30 destas espécies.

Nem sempre foi assim, o homem inicialmente alimentava-se apenas de espécies

silvestres e lentamente foi as seleccionando para potenciar a sua produtividade.

Esta selecção provocou um grande impacto ambiental, afectando inclusivamente

a biodiversidade, por exemplo: muitas espécies sofreram mutações genéticas,

através do melhoramento animal, que comprometem a sua reprodução, estando

ela dependente da ajuda do Homem; outras perderam o vigor, a variabilidade

genética e por isso ficaram fragilizadas e dificilmente sobrevivem no meio

natural.

Figura 3 – Biodiversidade
(adaptado de: www.mass.gov, 2009)
2.2.2 - A biodiversidade como fármaco
Inúmeras espécies, em todos os reinos, são utilizadas com fins terapêuticos,

uma vez que muito poucos dos princípios activos podem ser obtidos

sinteticamente a partir de substâncias minerais.

2.2.3 - A biodiversidade como matéria-prima


O Homem obtém inúmeros produtos orgânicos para o fabrico de inúmeros

objectos, como por exemplo: látex, borracha, geles, óleos, resinas, alcalóides,

etc...

2.2.4 – A biodiversidade como objecto de prazer, ócio e turismo


As paisagens naturais constituem um recurso que pode desenvolver o comércio

e a economia. Existem mesmo países que estão dependentes dos recursos

naturo-turísticos.

2.2.5 – Conservação ética da Biodiversidade


Muitas pessoas consideram que a biodiversidade é um bem comum a todos os

seres, e que ninguém tem o direito de por um ser em perigo de extinção, nem de

privar as gerações actuais e futuras de desfrutar da natureza.


3 – PRINCIPAIS CAUSAS PARA A PERDA DE
BIODIVERSIDADE

3.1 - Crescimento da população e aumento do consumo dos


recursos naturais
A população mundial aumentou para mais do triplo no século XX, e vai continuar

a aumentar continuamente nos próximos 50 anos, especialmente nos países

desenvolvidos. Com isto, o consumo de alimentos também aumenta: a

população utiliza ou destrói cerca de 40% das espécies produtoras. A este ritmo,

os recursos renováveis da Terra estão a ser rapidamente consumidos: a

provável duplicação da população mundial nos próximos 50 anos vai fortalecer

estas pressões.

O tema da população não é apenas uma questão de números, mas também de

padrões e níveis de consumo dos recursos naturais. O comum habitante de uma

nação industrializada usa 15 vezes mais papel, 10 vezes mais aço, e 12 vezes

mais combustível do que uma pessoa de um país em desenvolvimento.

O crescimento da população e o aumento do consumo dos recursos naturais

afecta a biodiversidade de duas maneiras: criam pressão para converter habitats

de vida selvagem em terras urbanas e para a agricultura, e produzem resíduos

que poluem os habitats e envenenam a vida selvagem. Esta tendência pode

perder-se através da estabilização da população, do uso de recursos mais

eficientes, da reciclagem, e do controlo da poluição.


3.2 - Políticas Inadequadas
As políticas governamentais desenhadas para encorajar alguns sectores, como

a agricultura florestal, podem ter como consequência a destruição da

biodiversidade. Por exemplo, políticas que atribuem prémios a administradores

que “melhoram” ou limpam os terrenos, uma vez que estas actividades podem

resultar na destruição da biodiversidade.

Em Botswana, o governo subsidia a fundo perdido os agricultores para

limparem, lavrarem, semearem e vedarem até 10 hectares de cultura. As leis de

países modernos são geralmente incompatíveis com os restantes sistemas de

propriedades comunitárias, tais como Cree of Canada, em que caçadas e

ajuntamentos são estritamente regulamentados para benefício de um grupo a

longo prazo.

Uma simples falha de coordenação entre as agências governamentais devido ao

excesso de responsabilidades pode resultar na perda de biodiversidade. Por

exemplo, uma agência ambiental pode ser multada por mandar parar a

desflorestação, enquanto que o ministério da agricultura para tentar aumentar a

exportação de colheitas, subsidia os agricultores para desbravarem as terras.

Figura 4 –
importância economia > ambiente,
utilização de combustíveis fósseis.
(adaptado de www.bloombiz.ro, 2009)
3.3 - Efeitos do Comércio Global

A dependência comercial da economia mundial tem versões muito elevadas

para formar economias nacionais baseadas em comparações vantajosas e

especializações. Nos países desenvolvidos, que dependem excessivamente das

comodidades agrícolas para rendimentos na exportação, estas pressões

levaram os agricultores a plantar em grande escala espécies com grande

exigência nos mercados mundiais – café e bananas, por exemplo. Com o

declínio do número de espécies de colheitas, reduz-se também o sistema

complexo de capacidade de carga que evoluiu com os sistemas agrícolas

tradicionais.

A evolução destes sistemas agrícolas tem dependido dos biomas com grande

biodiversidade. A cultura de variedades mais bem adaptadas tem sido trocada

por variedades mais produtivas que entram em conflito com a biodiversidade

local e assim muito do conhecimento da história natural de vários locais tem-se

perdido.
3.4 - Gestão Inadequada dos Recursos
As pessoas que dependem de prémios proporcionados pelas terras e recursos

bióticos, têm um elevado interesse em manter a produtividade desses recursos.

Mas as comunidades locais normalmente não controlam tais fontes, têm pouco a

dizer na sua gestão, e têm de pagar os custos pelo seu uso insustentável. A

inadequação em quem gere os recursos versus quem recebe os seus benefícios

pode ser encontrada entre ricos e pobres, homens e mulheres, e entre vários

grupos étnicos.

Globalmente, existem desajustes entre os países mais ricos que têm a

tecnologia e capacidade financeira para desenvolver e explorar os recursos

naturais, e os países mais pobres onde os recursos existem. Por exemplo, um

fármaco bem sucedido para a leucemia infantil tem sido extraído da espécie

“rosy periwinkle” originária de Madagáscar, mas nem $1 dos $100 milhões

investidos anualmente neste processo entra na economia do país de origem.

A maioria dos países em desenvolvimento encontram-se em dívidas pesadas

para com os países industrializados, os quais limitam a possibilidade de

investirem na conservação dos seus recursos naturais.


3.5 - Falha dos Sistemas Económicos para Estabelecer o Valor
da Biodiversidade
Os mercados tendem a subvalorizar a biodiversidade, daí promoverem (directa

ou indirectamente) a sua depleção. Ironicamente, a biodiversidade produz e

suporta imensos benefícios para a sociedade, mas isto é quase tudo totalmente

ignorado no valor da economia nacional porque é difícil de avaliar. Quando os

mercados subvalorizam a biodiversidade, políticas e subsídios podem encorajar

a actividades destrutivas ou insustentáveis. Por exemplo, a Indonésia subsidiou

o uso de pesticidas no esforço para aumentar as colheitas, mas o

envenenamento resultante causou a perda de predadores de insectos benignos

e várias espécies de peixe, e também de vidas humanas. Noutros países,

subsidiar a irrigação desencorajou os agricultores de adoptarem medidas de

conservação da água práticas e económicas. Investigadores têm registado que

as pessoas estão mais receptivas às práticas sustentáveis se tiverem garantias

que não perdem o direito às suas propriedades.

Quando os direitos de propriedade estão mal definidas, existem poucos

incentivos para os proprietários de terrenos utilizarem práticas sustentáveis que

possam preservar a biodiversidade.


3.6 - Interacção entre as principais causas
As principais causas descritas acima não actuam isoladas, mas tendem a actuar

umas com as outras. Por exemplo, a exigência do mercado mundial de camarão

encoraja os governos a criar políticas e subsídios para empresas privadas

investirem em viveiros de camarão. Na Ásia, a produção de camarão de viveiro

em 1990 aumento aproximadamente sete vezes desde 1982. Os danos

ambientais causados por este crescimento, principalmente nos mangais, têm

sido elevados. No arquipélago das Filipinas perderam-se cerca de 70% dos

mangais existentes nos últimos 15 anos e por consequência, deixou de existir a

protecção disponibilizada pelos mangais, contra os ventos e ondas destruidoras,

a maternidades de muitas espécies de peixe que são comercializadas. Além

disso, os viveiros de camarão provocam o recuo-o de massas de água, bem

como poluição (excesso de limo, resíduos orgânicos, pesticidas, químicos e

organismos patogénicos) que têm sido despejados nos mangais.

Simultaneamente, os custos do desaparecimento destes habitats prejudicam as

populações locais que dependem destes ecossistemas para a obtenção de

alimento e de outros recursos naturais existentes nos mangais.


4 - MEDIDAS PARA PRESERVAR A BIODIVERSIDADE

4.1 - Criação de uma rede de espaços protegidos


Reservas da Biosfera, Parques Nacionais, Parques Naturais, etc., cujo objectivo

prioritário seria a conservação dos ecossistemas.

4.2 - Protecção da variabilidade genética


Tanto em sistemas naturais como fora destes, por exemplo em jardins botânicos

ou em parques zoológicos. Nestes meios pode-se levar a cabo o reforçamento

de espécies que correm risco de desaparecer. As variedades silvestres possuem

os recursos genéticos necessários para resistir a enfermidades e pragas, uma

vez que são menos produtivas do ponto de vista de obtenção de alimentos, pois

têm características imprescindíveis para a sobrevivência de algumas espécies.

Se se perde diversidade genética a probabilidade de obter variedades

resistentes diminui.

4.3 - Criação de bancos de genes e sementes de espécies com


risco de desaparecer para garantir a sua sobrevivência
Esta medida, gerou uma série de interesses económicos que são incompatíveis

nos países subdesenvolvidos.


4.4 - Estudos sobre o estado dos Ecossistemas
Este tipo de estudos leva-se a cabo tendo em conta alguns indicadores

ambientais e ecológicos.

4.5 - Promoção de ecoturismo


Com o objectivo de consciencializar a população de que as actividades de ócio e

desfrute da Natureza são compatíveis com a sua conservação.

Figura 5 – Ecoturismo
(adaptado de: www.homemdocerrado.com, 2009)

4.6 - Repovoamento de habitats


Nalguns casos em que seja necessário aumentar o número de indivíduos de

uma espécie numa região (p. ex. quando ela está em perigo de desaparecer de
lá) podem ser libertados seres da mesma espécie, mas provenientes de outros

locais. Antes de se fazer um repovoamento há que realizar estudos, para se ter

a certeza que o repovoamento resulta e não provoca desequilíbrios ecológicos.

(in Glossário do ICNB, 2008)

4.7 - Vigilante da natureza


Profissionais que vigiam, fiscalizam e fazem a monitorização do ambiente e dos

recursos naturais (como a água, a flora e a fauna). Se visitares uma Área

Protegida é natural que encontres um Vigilante da Natureza, pois eles também

dão informações às pessoas para que elas contribuam para a defesa do

ambiente.

(in Glossário do ICNB, 2008)

Figura 6 – vigilante da natureza


(adaptado de: www.onecall.com, 2008)
4.8 - Desenvolvimento de listas de políticas e leis ambientais
Criação de leis que proíbem a comercialização de espécies em perigo de

extinção que incluem listas de espécies ameaçadas e a criação de leis que são

estabelecidas segundo princípios de precaução, como a criação de corredores

ecológicos.

4.8.1 – Princípios de precaução


Para aplicar estes princípios tem que se compreender o contexto e a razão da

origem do problema. Como em maior parte das comunidades a prioridade é o

desenvolvimento económico, criam leis e políticas que favorecem esta prioridade

e, são por isso, muitas vezes são incompatíveis com a conservação do

ambiente. Tem-se verificado que a ciência e o conhecimento humano em geral,

não pode fornecer dados definitivos sobre a previsão de todos os factores de

degradação do ambiente, e por vezes quando se obtêm, os danos já são

grandes demais e tornam-se irreversíveis, por isso, “mais vale prevenir que

remediar” aplicando medidas de precaução. Existem várias e compreensivas

análises disponíveis para o aumento brusco na aplicação de princípios de

precaução nas leis e políticas ambientais (Sadeleer, 2003; Douma, 2003;

Freestone, 1999; Freestone e Hey, 1996; Hohmann, 1994; O’Riordan e

Cameron, 1994).

O princípio só surgiu no meio internacional no final dos anos 70, numa

conferência sobre a poluição marinha no Mar do Norte. Até à altura, o controlo

da poluição marinha dependia do conhecimento científico assimilado sobre o

ambiente marinho, havendo ausência de provas científicas de que emissões

seriam poluentes, e portanto sem bases para o realizar o controlo.


“Aceitar que, em vista para proteger o Mar do Norte de possível poluição

causada por algumas das mais perigosas substâncias, é necessário recorrer a

uma aproximação de precaução que poderá requerer à realização de acções

para controlar as emissões de tais substancias mesmo antes de se estabelecer

empiricamente a ligação entre estas e a poluição.” (II Conferencia do Mar do

Norte, Artigo 7).

4.9 - Acesso à informação sobre biodiversidade


O acesso e a partilha de informação é essencial para a conservação da

biodiversidade. Contudo, os trabalhadores de países em desenvolvimento, com

um largo espectro de biodiversidade, raramente têm acesso à informação e têm

também pouco interessem em partilhar a informação por eles obtidos.


Figura 7 – distribuição da biodiversidade (adaptado de www.cultivate-int.org, 2009)

4.9.1 – Iniciativas de livre acesso à informação


As iniciativas de livre acesso são uma excelente oportunidade para fazer a

informação sobre a biodiversidade do mundo acessível a qualquer pessoa, a

qualquer hora e em qualquer lugar.

As novas tecnologias de informação revelaram-se uma ferramenta muito

poderosa para a divulgação de informação e têm capacidade para a fazer

circular cada vez mais longe, a uma velocidade cada vez maior. A internet teve

um tremendo impacto nas publicações e comunicações científicas, uma vez que

deu a cientistas e investigadores a oportunidade de contribuírem para o

conhecimento global. Para superar a barreira digital entre estudantes de países

desenvolvidos e de países, é necessário um sistema de acesso livre à


informação que possa ser acedido por jornais, arquivos, repositórios e bases de

dados que operam segundo os princípios de acesso livre. Hoje é bem sabido

que a informação sobre os recursos bióticos de uma nação, é crucial para uma

gestão de recursos eficiente e sustentável (PCAST, 1998). Dados e informação

sobre a biodiversidade é essencial num largo espectro de estudos científicos,

tais como: definição de nichos ecológicos e sua evolução, filogenia, codificação

de ADN, educação ecológica, controlo ambiental, gestão de recursos naturais,

etc...

Embora apenas 1.8 milhões das estimadas 10-12 milhões espécies estejam

cientificamente descritas até hoje, os dados e a informação associada a estas

espécies é imenso. A biodiversidade do mundo está concentrada nas zonas

tropicais, constituídas maioritariamente por países subdesenvolvidos. Países em

desenvolvimento como a Índia, a China, o Brasil e regiões subdesenvolvidas

como a África podem ser consideradas “armazéns de biodiversidade” com taxa e

diversidade de espécies únicas. (Peterson, Vieglais, Siguenza, & Silva, 2003).

Ironicamente, a informação disponível nestes “armazéns de biodiversidade” é

existente em publicações académicas na forma de jornais de países

desenvolvidos. Notoriamente os publicadores importantes de países

desenvolvidos como a Elsevier, a Harvard University Press e a Blackwell

acabam por perder o mérito e direitos de autor devido a fornecer informação de

livre acesso a todos (Agosti, 2005).


Fluxograma 1: funcionamento de um sistema de informação
aberta (adaptado de Data Science Journal, Volume 5, 05
June 2006)
5 – BIBLIOGRAFIA
BEAUD, M. e C.; BOUGUERRA M. L. (1995) – Estado do Ambiente no Mundo.
Lisboa: Instituto Piaget. 647 pp.

JEFFRIES, M. (1997) – Biodiversity and Conservation.


London: Routledge. 208 pp.

PARTIDÁRIO, M.; JESUS, J. (1999) – avaliação do impacte ambiental.


Caparica: Centro de Estudos de Planeamento e Gestão do Ambiente. 589 pp.

Bibliografia On-line

AGÊNCIA PORTUGUESA DO AMBIENTE (2008) – Disponível em:


http://www.apambiente.pt/. Consulta efectuada em 29 de Dezembro de 2008.

AMBIENTE ONLINE (2009) – Disponível em: http://www.ambienteonline.pt/.


Consulta efectuada em 5 de Janeiro de 2009.

AMBIENTUM (2009) – Disponível em: http://www.ambientum.com/. Consulta


efectuada em 5 de Janeiro de 2009.

CODATA (2008) Data Science Journal – Disponível em:


http://dsj.codataweb.org/. Consulta efectuada em 29 de Dezembro de 2008.

INSTITUTO PARA LA CALIDAD TURÍSTICA ESPAÑOLA (2009) – Disponível


em: http://www.icte.es/. Consulta efectuada em 5 de Janeiro de 2009.

MINISTÉRIO DO AMBIENTE, DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E DO


DESENVOLVIMENTO REGIONAL (2008) – Disponível em:
http://www.maotdr.gov.pt/. Consulta efectuada em 29 de Dezembro de 2008.

WIKIPÉDIA (2009) – Disponível em: http://www.wikipedia.pt. Consulta efectuada


em 5 de Janeiro de 2009.

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