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Escola Superior Agrária de Santarém

Eng. Produção Animal

Girassol de Multiplicação (Helianthus annuus)

Docente:

Engº João Mendes

Discentes:

Bárbara Cunha, nº 8007


Cláudia Alago, nº8017
Manuel Biguino, nº 8021
David Quintino, nº 2439

SANTARÉM
2009

Agricultura Geral e Máquinas Agrícolas II


Escola Superior Agrária de Santarém
Eng. Produção Animal

Agradecimentos:

Queremos deixar um especial agradecimento a todas as pessoas que


se mostraram disponíveis em ajudar na realização deste trabalho,
especialmente ao Senhor José Palha, proprietário do terreno, e ao Professor da
disciplina de Solos e Fertilidade, António Azevedo.

Agricultura Geral e Máquinas Agrícolas II


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Índice Pág.

1. Introdução e Objectivos --------------------------------------------- 2

2. Caracterização e identificação da exploração ----------- 3

3. Condições climáticas ------------------------------------------------- 4

4. Características do solo ------------------------------------------------ 5

5. Preparação da cultura ----------------------------------------------- 7

5.1. Mobilização do terreno ----------------------------------------- 7


5.2. Pulverizador de pressão de jacto projectado --------- 8
5.3. Bicos de pulverização ------------------------------------------- 9

6. Sementeira ---------------------------------------------------------------- 11

6.1. Semeador Pneumático ---------------------------------------- 11


6.2. Órgãos dos semeadores -------------------------------------- 11

7. Itinerário técnico da cultura ---------------------------------------- 15

8. Crítica ----------------------------------------------------------------------- 16

9. Conclusão ----------------------------------------------------------------- 17

10. Bibliografia --------------------------------------------------------------- 18

Anexo 1. ----------------------------------------------------------------------- 19

1.

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1. Introdução e Objectivos:

O girassol pertence à família das Compositae ou compostas, e tem como


nome científico Helianthus annus - o que explica sua imponência e porte
majestoso: a palavra Helianthus significa "flor do sol".
Os girassóis são plantas originárias das América do Norte e América Central,
cultivados pelos povos indígenas para alimentação, tendo aparecido por
volta dos anos 1000 a.C. Trata-se de uma planta robusta e muito resistente,
que floresce na Primavera e no Verão, mas, em casos em que o clima o
permita, pode florescer o ano todo, especialmente sob temperaturas entre 18
e 30 .
Dos seus frutos, popularmente chamados sementes, é extraído o óleo de
girassol que é utilizado, para a preparação de alimentos. Numa perspectiva
mundial, o girassol, ultrapassa os 20 milhões de toneladas anuais de grão.

O nosso trabalho teve como objectivo acompanhar a cultura do


Girassol de Multiplicação. Para isso foram utilizadas sementes machos e
sementes fêmeas. Estas sementes são inicialmente unissexuadas.
O objectivo geral neste cruzamento é através de uma linhagem macho e
uma linhagem fêmea criar um híbrido, que seja principalmente resistente a
pragas e doenças.
Porém a semente que resulta deste cruzamento é já bissexuada, não
podendo ser aproveitada para novas plantações, pois a lei Espanhola não o
permite. Esta lei apenas permite que se faça a sementeira com sementes
unissexuadas.
As sementes híbridas serão posteriormente aproveitadas para fazer óleo de
girassol.

No terreno acompanhamos ainda:

Mobilização do terreno;

Adubação;

Aplicação de herbicida;

Sementeira.

2.

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2. Caracterização e Identificação da Exploração:

Cultura: Girassol de Multiplicação (Helianthus annus);


Local: Monte de Santo Isidro (Porto Alto);
Nº de hectares semeados: 60 ha (1º pivô) + 30 ha (2º pivô);

Figura 1 e 2. Propriedade no Monte de Santo Isidro;


Fonte: própria.

3.

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3. Condições Climáticas:

O local por nós escolhido localiza-se no Porto Alto, sendo por isso, clima
mediterrâneo, pois situa-se na zona do Ribatejo.
O clima mediterrâneo caracteriza-se por ter um Inverno moderado e curto,
com temperaturas amenas, raramente inferiores a 8ºC.O Verão caracteriza-se
como longo, seco e quente. As temperaturas médias mensais oscilam entre os
18ºC e os 25ºC. Porém, a temperatura máxima pode atingir os 40ºC.

O índice pluvimétrico (de chuvas) é considerado moderado, pois fica


entre 500 e 1.000 mm por ano. As chuvas têm dois picos de intensidade,
Outono e Inverno, mesmo com temperaturas baixas.
Com as alterações climáticas, o clima tem variado, tendo um inverno frio e
seco e uma primavera chuvosa, condicionando as culturas e as sementeiras.

Figura 3. Gráfico ilustrativo, com as temperaturas do clima


mediterrâneo;
Fonte: www.citi.pt

4.

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4. Características do Solo:

De acordo com a Carta de Solos de Portugal, este (solo) encontra-se


organizado em taxones:

Ordem;
Subordem;
Grupo;
Subgrupo;
Família.

Segundo esta classificação:

Família:

Solos litólicos não húmicos (de materiais arenáceos pouco consolidados;


de arenitos)
Solos hidromórficos (de arenitos ou conglomerados argilosos);
Textura: grosseira (areia grossa + areia fina)
Matéria orgânica: baixa (1%)
Capacidade de troca catiónica: baixa (8%-11%)
Grau de saturação em bases ( 85%)
pH: moderado
Porosidade: baixa (23%-32%)
Capacidade de retenção de água: baixa (17%-24%)
Permeabilidade: baixa

Segundo a Carta de Capacidade de Uso do Solo de Portugal:

Os solos podem ser do tipo: A, B, C, D e E.

O solo por nós estudado tem: limitações do solo na zona radicular (De + Ds);

De + Ds - Solo da classe B e C que sofre riscos de erosão e escorrimento


superficial, e limitações do solo na zona radicular.

5.

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Para além disso, o solo argiloso castanho-acizentado tem pequenos


poros, o que faz com que possuam uma fraca capacidade de drenagem e
de ventilação. As raízes das plantas têm dificuldade para crescer através
desses poros estreitos.

Os solos argilosos possuem uma grande capacidade de retenção de


água e de nutrientes. Contudo, são difíceis de cultivar: quando estão secos
são muito duros e se estiverem molhados são muito viscosos.

Na exploração por nós acompanhada, o solo é do tipo argilo-limoso


(fig.4).

Figura 4. Tipo de solo argilo-limoso;


Fonte: própria

6.

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5. Preparação da cultura:

5.1. Mobilização do terreno

Para se preparar a cama para a sementeira, foram necessários utilizar duas


alfaias:
 Grade de discos;
 Vibrocultor combinado com grade de gaiolas rolantes.

Dia 25 e 30 de Março de 2009


Grade de discos:

A grade de discos, como o próprio nome indica, é constituída por discos


que, em parte, são semelhantes aos discos da charrua de discos. Podem ser
classificadas a nível da sua composição de várias formas, mas a grade de
discos usada no terreno é composta por 28 discos e está ligada ao tractor
através do sistema hidráulico (fig.5).

Figura 5. Modo de ligação da alfaia ao Figura 6. Grade de discos;


tractor; Fonte: própria.
Fonte: própria.

Dia 9 de Abril de 2009


Vibrocultor combinado com grade de gaiolas rolantes (fig.7):

O vibrocultor é caracterizado pela grande flexibilidade dos seus dentes,


que vibram em todas as direcções, durante o trabalho.
O seu dente apresenta a particularidade de ter uma dupla curva em
”S”, que permite trazer á superfície (onde secam) ,sem grande risco de
empapamento, plantas infestastes, em particular as que se desenvolvem por
rizomas.
Os vibrocultores podem funcionar a velocidades elevadas (8 a 12 km/h,
conforme as condições) e fazem um trabalho de fragmentação muito intenso.

7.

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Ao vibrocultor, está ligado, efectuando uma operação combinada, a


grade de gaiolas rolantes. É composta por um quadro que suporta um ou dois
eixos, em torno dos quais giram livremente tambores constituídos por barras ou
varões dentados ou providos de pontas.
São muito eficazes na destruição de torrões e no nivelamento do
terreno, o que justifica o seu emprego na preparação da cama de
sementeira.

Figura 7. Vibrocultor combinado com grades de gaiolas rolantes;


Fonte: própria.

Dia 22 de Abril de 2009


Herbicida Prowl

Neste dia a operação realizada foi o tratamento com Herbicida Prowl,


com a finalidade de distribuir, sob a forma de um jacto de finas gotículas e
com maior precisão possível, uma calda sobre o solo.

Conforme o funcionamento, os pulverizadores classificar-se por:

Pulverizadores mecânicos
Pulverizadores mecânicos
Pulverizadores térmicos
Pulverizadores de pressão

5.2. Pulverizador de pressão de jacto projectado (fig.8)

Neste tipo de pulverizador a calda é submetida, através da acção de uma


bomba, a pressão variável, passando assim por uns orifícios calibrados
denominados bicos de pulverização.
A queda brusca de pressão do filete líquido, ao entrar na atmosfera
provoca a pulverização, fazendo-se o transporte das gotas devido à energia
cinética de que vinham providas à saída dos bicos.

8.

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Este tipo de pulverizador é constituído por: depósito, bomba, sistema de


regulação do débito e rampa de pulverização, que vem munida de diversos
bicos ligados à bomba por uma tubagem flexível.

5.3. Bicos de pulverização

É a peça (ou conjunto de peças) de precisão, cuja funcionalidade é


realizar a pulverização do líquido, por pressão, através de um pequeno orifício
calibrado.
Em alguns bicos este orifício existe numa peça intermutável, denominada
pastilha, que é constituído por um material muito duro, podendo assim
modificar-se o débito do bico por substituição da pastilha.
Existem vários tipos de bicos para pulverizadores de pressão, sendo os mais
utilizados os de câmara de turbulência, fenda e de espelho.

Figura 8. Pulverizador de 11 metros, a espalhar o herbicida Prowl;


Fonte: própria.

Figura 9. Pulverizador a encher o depósito com o herbicida Prowl;


Fonte: própria. 9.

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Dia 30 de Abril de 2009


Herbicida (Unimog) (fig. 10)

Neste dia a operação realizada foi a passagem no terreno de herbicida e


infestante de solo.
Esta operação foi necessária para matar eventuais pragas, que se
pudessem ter desenvolvido até então, visto que a passagem do primeiro
herbicida já se tinha dado à algum tempo. Assim teríamos uma sementeira
“saudável”.
Esta máquina tem a particularidade de conter um GPS (fig. 11), sendo este
uma mais valia para o operador, que não necessita, por isso, de efectuar
previamente os cálculos para a distribuição dos produtos, de modo a que este
não fique sobreposto.

Figura 10. Herbicida (Unimog);


Fonte: própria.

Figura 11. GPS;


Fonte: própria.

10.

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6. Sementeira:

Dia 27 de Abril e 7 de Maio de 2009

6.1. Semeador Pneumático

Com um semeador pneumático semearam-se as sementes machos (fig.12)


no dia 27, e fêmeas (fig.13) e machos novamente dia 7.
Este tipo de semeador tem um sistema de aspiração de ar, que faz aderir
as sementes aos orifícios de um disco de distribuição (fig. 16), perfurado à volta
e com movimentos de rotação em torno de um eixo horizontal.
Por efeito da aspiração, duas ou mais sementes ficam “coladas” a cada
orifício na zona da depressão. Esta zona tem dimensões inferiores às dos grãos
a semear. As sementes ao serem transportadas pelo movimento de rotação
do disco, chegam ao nível de um sector regulável, que elimina os grãos a
mais, ficando apenas uma semente aderente a cada orifício, a qual acaba
por cair no fundo do rego, quando atinge uma zona na parte inferior do
semeador, onde acaba a depressão.
As vantagens destes semeadores em relação aos mecânicos, consistem
na realização de uma sementeira de precisão, com sementes de tamanhos
diferentes e de diversas espécies (milho, girassol, ervilha, sorgo, soja, beterraba,
etc), a maior velocidade.
A desvantagem é que o seu preço é mais elevado.

6.2. Órgãos dos semeadores

Em geral os semeadores possuem órgãos comuns. Eles são:

Tremonha;
Tubos condutores da semente;
Socos ou discos de enterramento;
Riscadores (fig. 6);
Apagadores de rodadas;
Dispositivos de cobertura das sementes.

11.

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Figura 12. Sementes machos; Figura 13. Sementes fêmeas;


Fonte: própria. Fonte: própria.

Figura 14. Semeador Pneumático com 10 corpos, estando apenas a funcionar


os 2 do meio, dia 27 de Abril (sementeira macho);
Fonte: própria.

12.

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Figura 15. Sementeira macho, com auxílio do riscador;


Fonte: própria.

Figura 16. Sistema de aspiração de ar;


Fonte: própria.

13.

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Figura 17. Modo de ligação da alfaia ao tractor;


Fonte: própria.

Figura 18. Semeador Pneumático de 10 corpos, todos a funcionar, dia 7 de


Maio (sementeira fêmea + macho);
Fonte: própria.

14.

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7. Itinerário técnico da cultura:

(Operações realizadas até 15/05/2009)

Data Operação Produto Unidade Quantidade Custo/ Custo/


Unidade ha
Dez-08 Gradagem Hora 0.7 30.00 € 21.00€
Dez-08 Subsolagem Hora 1.1 40.00€ 44.00€
25-Mar-09 Gradagem Hora 0.7 30.00€ 21.00€
30-Mar-09 Gradagem Hora 0.7 30.00€ 21.00€
7-Abr-09 Adubação Hora 0.3 20.00€ 6.00€
(lanço)
7-Abr-09 Adubação Adubo Kg 200 0.49€ 98.00€
7-24-24
9-Abr-09 Vibrocultor Hora 0.5 20.00€ 10.00€
22-Abr-09 Herbicida Ha 15.00€ 0.00€
Tractor
22-Abr-09 Herbicida Prowl Lt 5 9.27€ 46.35€
Tractor
27-Abr-09 Sementeira Ha 1 72.00€ 72.00€
(Machos)
30-Abr-09 Herbicida Ha 9.00€ 9.00€
Unimog
30-Abr-09 Herbicida Dual 1.25 36.01€ 45.01€
Unimog Gold
Afalom 1 14.02€ 14.02€
Pyrenex 2.5 7.00€ 17.50€
7-Mai-09 Sementeira Ha 3
(Fêmeas)
Total Ha 424.88€
Tabela 1. Operações e custos até dia 15 de Maio de 2009.

Notas:

A sementeira é fornecida sem custos pela empresa multiplicadora;


O valor da sementeira inclui os machos e as fêmeas;

As operações só começaram a ser acompanhadas pelo grupo a partir de 25-


Mar-09.

15.

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8. Crítica:

Segundo o conhecimento por nós adquirido até agora nas aulas de AGMA
II, sobre culturas e respectivo modo de cultivo, damos a nossa opinião crítica
sobre a cultura por nós acompanhada.
Do nosso ponto de vista, deveria ter sido feita uma rega a seguir à
sementeira com as sementes machos, pois estas não germinaram devido à
falta de água, mantendo-se no mesmo estado de quando foram semeadas.
Houve assim um maior gasto de sementes e a nível económico, a
sementeira ficou mais dispendiosa.
Na nossa opinião seria apenas isso a mudar, visto que, foi uma cultura
muito bem estruturada a todos os níveis, tendo falhado apenas nessa parte.
Ficámos surpreendidos positivamente, pelo facto de haver um GPS no
tractor (Unimog), pois facilita bastante o trabalho do operador, visto que não
tem que efectuar previamente os cálculos que seriam necessários realizar sem
a ajuda do mesmo.

16.

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9. Conclusão:

Com este trabalho conseguimos ter uma perspectiva mais prática/realista


de todos os processos necessários para o cultivo do girassol.
Nestes meses em que acompanhamos a cultura do girassol podemos ter
acesso a todas as mobilizações que se efectuaram no terreno, bem como
todos os gastos nesses trabalhos.
Foi bastante enriquecedor para nós, na medida em que pusemos em
prática tudo aquilo que aprendemos nas aulas teóricas e práticas.

17.

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10. Bibliografia:

BRIOSA, F. (1989). “Glossário Ilustrado de Mecanização Agrícola”,


Fotogravura União Lda.

MENDES, J. (2007). “Agricultura Geral e Máquinas Agrícolas II”, Escola


Superior Agrária de Santarém.

18.

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