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O presente trabalho tem por tema o Estudo da Vítima como elemento do processo
criminológico. A pesquisa foi realizada no ano de 2009 e corresponde à avaliação da
II unidade referente à matéria de criminologia ministrada pela professora Aracy
Bispo, o tema é de sublime importância e valor social capaz de gerar uma
conscientização pessoal sobre a relevância da figura da mulher como vítima.
Como já foi citado anteriormente, dentre os mais variados grupos de vítimas, foi
escolhido, como objeto de estudo do nosso trabalho, a Mulher.
1.VITIMOLOGIA
1.3 Definições:
A) Primaria:
Se dar muitas vezes em crimes contra os costumes, crimes sexuais, crimes contra
criança e adolescente, crimes contra a mulher,delitos estes que atingem o íntimo das
pessoas e não somente com fatores corporais como também materiais.
B) Secundária
Percebe-se com clareza, quando se põe a tona, no caso de crimes de abusos sexual
contra mulheres, tais como estupro e atentado violento ao puder, em que
normalmente tais mulheres são atendidas em delegacias por homens, sem qualquer
acompanhamento assistencial, e ainda, são submetidas a exames de corpo de
delito, geralmente também por homens. Tudo isto de forma imparcial e sem dar
nenhuma importância àquela vítima. Percebe que a falha já vem sendo desenvolvida
dentro do próprio sistema o qual poderia assim evitar a vitimização da vítima, que a
vitimiza, por meio da falta de qualificação dos agentes.
C)Terciária
Já a Vitimização Terciária, é aquela causada pelo meio social em que vive a vítima,
tendo influencia do meio familiar, pelos amigos, pelos colegas de trabalho, até
mesmo da participação da igreja e outros. Acaba sendo ocasionado nos crimes
contra os costumes, crimes sexuais contra mulheres e menores, ocorrendo assim o
afastamento dessas pessoas,pois acabam sendo alvos de comentários comentam,
fazendo com isso um processo de discriminação e vitimização delas.
1.4 Vulnerabilidade:
Para alguns autores, a Vitimologia não é uma ciência autônoma, é sim uma ciência
interdisciplinar, razão pela qual é estudada por diversos ramos, como a psicologia, o
direito, a sociologia, dentre tantos outros. Para eles, esta ciência encontra-se como
um dos objetos da criminologia, a lado do delito, do delinqüente, e do controle social.
2.TIPOS DE VITIMAS
A vitima pode ser qualquer pessoa, sobre a qual recaiam os efeitos indesejados do
fato delitivo, sendo assim a vitimização o processo de ofensa física ou moral, no qual
o ofendido pode tornar-se vítima ou fazer alguém vitima. Agora de forma conjunta,
demonstram que a vitima através de suas atitudes podem de alguma forma
influenciar na ação do delinqüente, como também de nenhuma maneira interferir
nessa.
d)alternativas: "são aquelas que tanto podem ser vitimas como delinqüentes, só se
definem no desfecho do fato, uma vez que antes do fato não se sabe quem vai ser
vítima o delinqüente, exemplo comum é no caso de Rixa, oportunidade em que
ambos responderão como autor e réu."
h)maus tratos: este é um dos tipos de vítimas mais difíceis de inibir, tendo em vista
que é composto, em sua maioria, por pessoas frágeis em razão da idade, sexo,
saúde e da dependência e submissão com o agressor (delinqüente), por isso se faz
uma campanha social, busca-se um aparato legal mais rígido, a fim de coibir
situações que acarretem vitimas que se enquadrem nesta espécie.
3- REPARAÇAO DO DANO
O que logo mais perdeu validade com o surgimento da lei 261 de 3.12.1841, o qual
revogou a autonomia que tinha o Código Penal em relação a indenização por
reparação do dono transferindo-a para a esfera cível, onde tem a denominação de
“responsabilidade civil”.
4.PREVENÇÃO
A Mulher é vítima dos crimes sexuais uma esmagadora maioria, já que sua
vulnerabilidade contribui podemos afirmar que tais crimes propriamente ditos seriam
o estupro e o atentado violento ao pudor as pessoas que sofrem esse tipo de delitos
são bastante vitimizadas, já que geram transtornos e traumas as vítimas com
seqüelas psicológicas, as mulheres necessitam ser tratadas por pessoas treinadas,
ou seja, deve ter um protocolo de atendimento e um efetivo acompanhamento
médico, já que elas passam por reações emocionais das mais diversas como a
raiva, depressão, tendo como resultado um percentual grande de vítimas que sofrem
transtornos ou transformações permanentes da personalidade.
Esse tipo de agressão atinge em sua grande maioria mulheres jovens em idade
reprodutiva, e a pessoa vítima de tal delito sofre muitas vezes uma segunda
vitimização decorrente do preconceito, como do julgamento e da intolerância o que
vai ter como resultado o fato de muitas mulheres não denunciarem os agressores da
violência sofrida, ou mesmo procurarem a assistência necessária.
Fala-se no estupro, pois é uma conduta na qual sempre a mulher será o sujeito
passivo tendo o homem como sujeito ativo, pois só ele que pode efetuar a conjunção
carnal com a mulher, e não importa se a vítima é adolescente, idosa ou mesmo uma
criança.
Aos 38 anos e mãe de três filhos ainda pequenos, no ano de 1983 a vitima Maria da
Penha ficou paraplégica ao ser agredida fisicamente pelo seu então marido o
colombiano Heredia Viveiros. Sendo uma delas a tentativa de homicídio em que o
mesmo deflagrou em sua direção dois tiros, sendo ela atingida pelas costas o que a
deixou paraplégica, não sendo punido, pois alegou que o incidente se tratava de
tentativa de roubo, além de ter tentado eletrocuta-la no momento em que a vitima
tomava banho.
Após 15 anos do fato nenhuma decisão foi dada pelos tribunais o que levou a vitima
lutar pelos seus direitos, resultando na denuncia por parte de várias vitimas sobre a
tolerância da violência domestica contra Maria da Penha pelo Brasil, quanto a sua
omissão na atuação do caso por não ter definido nenhuma medida punitiva ao
ofensor.
Hoje, Maria da Penha ao ter seu direito reconhecido passou a ser líder no combate a
violência domestica sendo assim homenageada tendo seu nome como titulo da Lei
nº11.340/06.
A representação é tratada pela lei sendo apenas nas ações penais publicas
condicionadas a representação do ofendido, esta que para ter a sua renuncia é
preciso a designação de audiência perante juiz com a finalidade de tal RENUNCIA,
ato este que só poderá se realizar antes do recebimento da denuncia e ouvido do
MP.
É de poder do juiz, atos que venham trazer proteção a mulher vitima de violência
alguns atos, sendo este:
6. DADOS ESTATÍSTICOS
Segundo Renata Aboim, a maioria das agressões contra a mulher acontece dentro
do lar e em mais de 80% dos casos os autores são maridos, companheiros e
namorados. A delegada afirma que em boa parte dos casos a vítima pede para o
processo ser arquivado. "Embora, a violência esteja em todos os níveis sociais,
quem mais presta queixa de seus companheiros são as mulheres de baixa renda.
Por isso, elas pedem para o processo ser arquivado, já que dependem
financeiramente deles", contou.
Segundo o Ibope, dos 65% dos entrevistados que acreditam que as mulheres
denunciam mais, 46% atribuem o maior número de denúncias ao fato de que as
mulheres estão mais informadas e 35% acham que é porque hoje elas são mais
independentes. Porém, apesar de ter aumentado o número de denúncias, três de
cada quatro entrevistados consideram que as penas aplicadas nos casos de
violência contra a mulher são irrelevantes e não punitivas.
A delegada Renata Aboim disse que a sensação de impunidade era muito grande
até meados de 2006. Até então, a pena máxima que um agressor poderia sofrer era
o pagamento de cestas básicas e prestação de serviço comunitário. A situação
começou a mudar depois que a Lei 11.340 que trata da Violência Doméstica e
Familiar contra a Mulher - a Lei Maria da Penha - foi sancionada. "Com a nova lei o
agressor pode ser preso em flagrante e pegar uma pena que varia de três meses a
três anos de detenção", disse, lembrando ainda que antes era apenas feito um
Termo Circunstanciado.
Caso o infrator não seja preso em flagrante, ele pode ainda ser detido durante a fase
do inquérito policial. "Se ficar provado a sua periculosidade, a Justiça pode decretar
a prisão preventiva e ainda medidas protetivas, ou seja, obrigar que o agressor se
afaste do lar e proibi-lo de entrar em contato com a vítima".
No ano de 2007, houve a diminuição nos dados ao serem comparados com os anos
de 2005 e 2006, o que também significa bons resultados a atuação da lei, já que
passado um ano de sua vigência no trabalho de conscientização e prevenção de
forma bastante intensa por meio de palestras nos interiores, bairros carentes,
centros comunitários como forma de orientação na condição de explicar a população
como atua a lei Maria da Penha, no sentido de atingir a vitima da violência, o
agressor (sanções), como também evitar o surgimento de novos agressores. Assim,
sabendo o agressor das punições que a ele podem ser aplicadas o mesmo facilita a
conscientização, tendo como reflexo de tais medidas de prevenção a redução dos
dados.
1000 Injúria
800 Constrang.
633
600 Ilegal
Ameaça
400
198 Sequest./Carce
200
18 1 2 1 0 re Priv.
0 Violação Dom.
1200
Difamação
1075
Qtd. de Ocorrências
1000 Injúria
800 691 Constrang.
600 Ilegal
Ameaça
400
215
200 Sequest./Carce
30 3 0 2 0 re Priv.
0 Violação Dom.
Naturezas de Ocorrências
Red.Escravo
Unidades Policiais
01/01/2007 a 31/12/2007
Delegacia da Mulher Calúnia
Difamação
250 218
206
Qtd. de Ocorrências
200 Injúria
150 Contrangimento
Ilegal
100 Ameaça
50 28 39 Sequestro
1 1 0 1
0 Red.Escravo
Naturezas de Ocorrências Violação Dom.
ÓRGÃOS VISITADOS:
ENTREVISTADOS:
Foi relatado que após a edição da Lei Maria da Penha é notório o aumento do
número de oferecimento da queixa-crime em delegacias especializadas, uma vez
que as vitimas se sentem mais protegidas, tendo mais coragem de buscar a
proteção dos seus direitos.
Com a criação da lei foi gerada uma pressão maior do poder judiciário no que diz
respeito a sanar os fatos que são levados a sua apreciação, tais como: não é
possível a retirada da queixa depois do oferecimento da denúncia no crime de
Ameaça, já quanto ao crime de lesão corporal, uma vez comprovada a promotoria
defende a tese de que não é possível a retirada da queixa, já o Defensor Público
defende a possibilidade, alegando que a Lei 11.340 no seu artigo 40 quando diz que
a lei 9.099 não se aplica aos crimes de violência doméstica não está ampliando a
sua proibição da aplicação dos institutos despenalizadores (suspensão condicional
do processo e a transação penal) nas contravenções penais, além de ser bastante
comum a reconciliação dos casais.
Nos casos de reincidência a promotora de justiça disse que desconhece casos que
na primeira agressão a vítima denuncia, geralmente a denuncia ocorre depois da
terceira e até quinta agressão, já a juíza de direito relata que em muitas situações a
vítima já vem sendo agredida a 5 anos, a reincidência ocorre na realidade entre a
vida conjugal, mas não identificado o registro de reincidência, apenas nos relatos em
audiência.
Se for necessária a vitima será encaminhada para uma casa de abrigo existente na
capital, ficando esta afastada do seu cônjuge no mais absoluto sigilo e com a
perspectiva de manter a ação em diante, longe de ameaças. A casa de abrigo foi
objeto de interesse do nosso grupo, pelo desconhecimento da maioria da população
com relação a essa forma de ajuda prestada pelo Estado com relação a mulher
agredida, nem mesmo os próprios empregados da secretaria de segurança publica
tem ciência do local onde a mesma é localizada. No translado da vitima a casa de
abrigo a mesma é levada com os olhos vendados onde as vendas só são retiradas
na chegada a casa.
A assistente social nos relatou o caso que mais a chocou, nos anos de trabalho na
delegacia, qual foi quando uma mulher se apresentou no centro de atendimento
depondo que seu marido ateou fogo nas partes íntimas da mesma, porque ela não
queria mais manter o vínculo conjugal. Dentre os motivos que causam violência
contra a mulher, são os principais, ciúmes, alcoolismo, desemprego, traições. E
constatado que a zona da capital com maior índice de violência contra a mulher
seria o bairro Santa Maria, seguido do Bugio.
Para a assistente social não existe pontos negativos na Lei Maria da Penha, e a
mesma trouxe grandes benefícios para as investigações e repressão de delitos
relacionados a mulher como vítima. Constatou-se que a partir da edição da lei o
número de denúncias aumentou de forma brusca.
CONCLUSÃO
http://www.ssp.se.gov.br/)
http://200.130.7.5/spmu/docs/violencia_2007.pdf
http://www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/sepm/publicacoes/ acesso
em 20/05/2009
vídeos:
http://www.youtube.com/watch?v=wfXuzMyH90g&eurl=http%3A%2F%2Fwww%
2Evitimologia%2Eblogspot%2Ecom%2F&feature=player_embedded
http://www.youtube.com/watch?v=f_4kaTvdHD8&eurl=http%3A%2F%2Fwww%
2Evitimologia%2Eblogspot%2Ecom%2F&feature=player_embedded