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NEUROSE – É provocada pela ação patogênica de uma representação psíquica, de uma idéia
parasita não consciente e intensamente carregada de afeto. Essa idéia é geradora do sintoma
histérico – Idéia de conteúdo sexual.
Freud se pergunta Como uma idéia inconsciente e sexual é capaz de provocar bulimia, frigidez
, etc....
Freud acreditava inicialmente que o doente histérico havia sofrido durante sua infância, uma
experiência traumática. – uma sedução sexual. – essa sedução geraria uma emoção sexual
excessiva, e a inundava e ela não tinha nenhuma consciência. O ser imatura ficaria petrificado
e sem voz, não compreendia o que estava acontecendo e nem experimentava a angústia que
sentiria se tomasse consciência de uma emoção de tal tamanho.
Trauma – emoção intensa do afeto sexual não sentido na consciência, mas inconscientemente
recebido – Excesso de afeto inconsciente na ausência da angústia necessária que no
momento do incidente teria permitido ao eu da criança amortecer-se e suportar a tensão
excessiva. A angustia que deveria ter surgido – faltou.
Essa tensão inassimilável e errante que não consegue descarregar-se sob a forma de um grito
de socorro ou de uma ação motora instala-se no inconsciente. O excedente de afeto fica como
um núcleo mórbido que é gerador dos futuros sintomas histéricos, logo o trauma é uma
imagem superativada por esse excesso de energia sexual acumulada cuja representação é
intolerável.
O eu infantil é uma superfície psíquica feita de diferentes imagens corporais, recortes do corpo
anatômico – no momento do trauma o impacto da sedução destaca um desses losangos - que
irá corresponder a parte corporal que entrou em jogo por ocasião do acidente traumático.
O excedente de afeto concentra-se nesta imagem recortada e essa acaba por dissociar-se das
outras imagens do corpo imaginário – torna-se uma representação inconsciente, logo a histeria
é uma doença por representação - EX. o odor, uma luz, um ruído, um braço, todas essas
formas podem constituir o conteúdo imaginário da representação inscrita no inconsciente no
qual irá fixar o excesso de afeto sexual.
O trauma que a criança sofre não é a agressão externa mas a marca que resulta dele,
impressa na superfície . Essa imagem altamente investida de afeto, isolada, penosa para
o Eu é a fonte do sintoma histérico.
REPRESENTAÇÃO PSÍQUICA.
A histeria é provocada pela inabilidade com que o eu pretende neutralizar o parasita interno
que é a representação sexual intolerável. A representação intoleravel adquire seu valor
patogênico ao ser atacada por um eu que se debate. A sobrecarga isola a idéia e o eu passa a
acentuar seu isolamento até levar a tensão. Quanto mais o eu ataca a representação mais a
isola. – Essa força defensiva Freud chama de recalcamentol. – Recalcar é isolar. Enquanto a
representação dolorosa é mantida a distrância permanece reclacada o eu conserva em si um
trauma psíquico interno e latente.
Neste sentido o eu se enfraquece e se esgota num combate inútil que produz o efeito inverso
da meta buscada. O recalcamento é uma defesa tão inadequada que é tão patogênico quanto
aquilo que ele pretende neutralizar. Freud chama então a histeria de histeria de defesa, ou
histeria de recalcamento e mais tarde de histeria de conversão.
Como não há escoamento total, faz-se algumas soluções de compromisso ou seja investimos
em outras representações menos perigosas do que a representação intolerável ou seja,
deslocamos a energia a fim de desarticular o recalcamento, deslocamos a sobrecarga de uma
representação intolerável para outra tolerável. A carga se transforma mas continua tendo um
excesso de energia de efeitos negativos.
Teremos então uma neurose diferente conforme o tipo de representação que a sobrecarga
investe depois de abandonar a representação intolerável.