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br
É pouco, mas é um pouco mais
N
este mês, além aos anunciantes. Na edição passada, por
de acompanhar os Paulatinamente, vamos im- exemplo, no acato de suges-
mais importantes plantando inovações e fica- tões, passamos a incluir no
eventos relacionados a emba- mos felizes ao ver que são final da revista um Índice
lagem no Brasil, a equipe de bem recebidas. Gostaríamos de Anunciantes. Para facilitar
EMBALAGEMMARCA estará de realizar de uma só vez o a aproximação entre eles e
presente nas feiras Label- grande número de projetos os possíveis interessados em
Wilson Palhares expo Europe, em Bruxelas, que temos. Mas, assim como entrar em contato, ou localizar
na Bélgica, Pack Expo Las o próprio projeto da revis- rapidamente seus anúncios,
Cobrindo eventos no Vegas, nos Estados Unidos, ta em si levou algum tempo não nos limitamos a informar
exterior, cumprimos e Envase/Alimentek, na vizi- para se consolidar, com deta- nomes e números de páginas.
de forma mais nha Buenos Aires (nesta, lhes introduzidos edição por Colocamos também seus tele-
com estande). Com essas edição, novidades de maior fones e endereços na internet
abrangente o dever
viagens de trabalho, não só impacto virão a seu tempo (confira na pág. 64). Pode
de informar e vamos
cumprimos de forma mais (uma delas para breve). Temos ser pouco, mas é um pouco
formando um
abrangente o dever de infor- a preocupação de fazer as mais. Entendemos que é bom
precioso banco de mar com acuidade, mas esta- coisas depois de bem testadas para nossos clientes, isto é,
dados a serviço mos formando um precioso e com plena consciência de os anunciantes, que querem
de nossos clientes, banco de dados que, com o que nunca estão completas, vender, e em maior número
os anunciantes tempo, transformaremos em podendo sempre ser corrigi- os leitores, que podem decidir
e os leitores mais serviços aos leitores e das e aperfeiçoadas. as compras.
nº 73 • setembro 2005
Diretor de Redação
Wilson Palhares

10 Águas Minerais
Ao comemorar dez anos, marca
Crystal aposta em embalagens
30 Cerâmica
Cerveja de prestígio americana,
envelhecida onze anos e
palhares@embalagemmarca.com.br

Reportagem
ergonômicas para reforçar comercializada por 100 dólares, Flávio Palhares
tributos e consolidar liderança ganha mercado em garrafa de flavio@embalagemmarca.com.br
cerâmica made in Brazil Guilherme Kamio
guma@embalagemmarca.com.br

12 Cervejas
AmBev lança nova versão de
Bohemia explorando garrafas 32 Chás prontos
Leão Junior proporciona à
Leandro Haberli Silva
leandro@embalagemmarca.com.br

pintadas com processo decorati- Marca Brasil sua primeira Departamento de Arte
vo inspirado na alta perfumaria utilização em rótulos de uma Carlos Gustavo Curado (Diretor de Arte)
linha regular de produtos, arte@embalagemmarca.com.br
a de chás para exportação José Hiroshi Taniguti (Assistente)

16 Reportagem de capa: Administração


Sabões em pó
Marcas emergentes e
diversificação de apresentações
40 Prêmio Abre
Resultados da quinta edição
do Prêmio Abre de Design &
Marcos Palhares (Diretor de Marketing)
Eunice Fruet (Diretora Financeira)

Departamento Comercial
afiam a competição num Embalagem revelam crescimen-
comercial@embalagemmarca.com.br
mercado historicamente to do esmero técnico dos proje-
tos nacionais de embalagem Karin Trojan
regido por oligopólios – em
Wagner Ferreira
produção e em embalagem

46
Circulação e Assinaturas
Entrevista: Guido Pelizzari Marcella de Freitas Monteiro
Presidente da Câmara Setorial assinaturas@embalagemmarca.com.br
de Máquinas e Acessórios Assinatura anual: R$ 90,00
para a Indústria do Plástico
(CSMAIP), ligada à Abimaq, Público-Alvo
analisa invasão de equipamentos EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais
asiáticos no mercado brasileiro que ocupam cargos de direção, gerência
e supervisão em empresas integrantes da
cadeia de embalagem. São profissionais

52
envolvidos com o desenvolvimento de
Plásticos
embalagens e com poder de decisão colo-
Xampu contra queda de
cados principalmente nas indústrias de bens
cabelos inova com frasco e de consumo, tais como alimentos, bebidas,
tampa de rápida degradação cosméticos e medicamentos.

24 Bebidas
Aumento dos índices de
consumo, fusões e nova
Filiada ao

onda de lançamentos
colocam mercado de sucos
no centro das atenções

Impressão – Miolo: Congraf Tel.: (11) 5563-3466


3 Editorial Capa: Ibratec Tel.: (11) 4789-4200
A essência da edição do mês, nas palavras do editor
EMBALAGEMMARCA é uma publicação
6 Display mensal da Bloco de Comunicação Ltda.
Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo
Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP
14 Internacional Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463
Destaques e idéias de mercados estrangeiros
Filiada à
36 Panorama
FOTO DE CAPA: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

Movimentação no mundo das embalagens e das marcas

54 Conversão e Impressão www.embalagemmarca.com.br


Produtos e processos da área gráfica para a produção de rótulos e embalagens O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é
resguardado por direitos autorais. Não é per-
64 Índice de Anunciantes mitida a reprodução de matérias editoriais
Relação das empresas que veicularam peças publicitárias nesta edição publicadas nesta revista sem autorização
da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões
66 Almanaque expressas em matérias assinadas não refle-
Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens tem necessariamente a opinião da revista.
Brasil renova para Singer no México
Decidida a modernizar e dinamizar gens das máquinas de costura no
sua marca no mercado mexicano, mercado brasileiro. A expectativa
que consome aproximadamente agora é transmitir a idéia de valori-
180 000 máquinas de costura zação da marca principalmente no
por ano, a Singer encomendou à ponto-de-venda, diz Valter Bezerra,
PradoDesign, de São Paulo, a reno- diretor de marketing da Singer no
vação das embalagens do produto. México. As embalagens, de cartão
Há dois anos, a Prado foi respon- microondulado, são produzidas pela
sável pelas mudanças nas embala- Cartonagem Jauense.

Óleo em meio litro, agora em PET


A Siol Alimentos está diversificando a vam uma embalagem com volume
linha de óleos vegetais Saúde com o menor de óleo do que a tradicional,
lançamento de embalagens de PET de 900ml, para evitar desperdícios.
de 500ml, para atender ao segmen- Como a garrafa com esse volume
to de mercado composto pelo públi- demora para ser usada por aqueles
co single, de casais, famílias peque- consumidores, o óleo acaba fican-
nas e consumidores moderados do rançoso devido à oxidação. A
do produto, a exemplo do que fez linha vegetal Saúde é composta de
recentemente a rede varejista Pão óleos de soja, milho, canola e giras-
de Açúcar, só que em latas de aço sol. As garrafas são fabricadas pela
expandidas (ver EMBALAGEMMARCA nº Lorenpet, as tampas, pela Crown
71, julho de 2005). Pesquisa mostrou Cork, e os rótulos, pela gráfica Rami,
que aqueles consumidores deseja- com design da Pantani.
Upload em vidro
Não é chá, nem refrigerante, nem
suco. É natural, sem gás e sem conser-
vantes. A Conbek Premium Products
coloca no mercado a bebida funcio-
nal Upload, dirigida a quem busca
um estilo de vida saudável e uma ali-
mentação equilibrada, aliada à práti-
ca de esportes. O produto, à base de
frutas, extratos vegetais e vitaminas,
foi desenvolvido em parceria com
a DSM (Roche), “após meses de
estudos e testes laboratoriais de ingre-
Fermento na dientes e propriedades”, segundo
arquibancada a empresa. Para a embalagem, foi
escolhida uma garrafa de vidro com
Além de mudar totalmente o design diferenciado, onde a marca
layout da embalagem de seu fer- Upload e os dizeres “Healthy Drink”
mento biológico, a Fleischmann (bebida saudável) são grafados em
está inovando nos formatos. Para alto relevo. É produzida pela Owens-
melhor exposição do produto, a Illinois, com layout criado em parceria
tira de Fermento Fresco com pela Combek e pela Sister Studio.
quatro tabletes de 15 gramas é Os rótulos são do Grupo Impressor
agora apresentada em displays Savasa, da Espanha. A bebida tem
com vinte tiras ao invés das trinta três versões: Power, Sport e Relax.
anteriores. Além disso, o display
tem formato de “arquibancada”,
que dá mais visibilidade ao pro-
duto na gôndola. A embalagem
de Fermento Instantâneo de 10
gramas também ganhou dis-
plays duplos, destacáveis, que
podem ser colocados lado-a-lado
nas prateleiras e que contêm 26
sachês. As embalagens flexíveis
para o Fermento Instantâneo são
fornecidas pela Santa Rosa, e as
de BOPP do Fermento Fresco,
pela Converplast. Os displays
são produzidos em papelão pela
Ápice. O design é da B+G.

Sorte lançada em SUP


Dona das marcas Fofura e Torcida, a paulistana
Lucky Salgadinhos acaba de lançar sua batata
palha, a Fricky, em stand-up pouch (SUP) forne-
cido pela Tecnoval. O visual da embalagem foi
desenvolvido internamente pelo departamen-
to de marketing da empresa. Paralelamente
ao lançamento, a Lucky inaugurou em agosto
uma filial no Recife, a primeira fora de São
Paulo, para expandir sua penetração na região
Nordeste do país, onde se concentram 23% da
população brasileira e são gerados 13% do PIB.
Premium, mas a preço competitivo
Na guerra por espaço na área de lagem de 300g foi utilizada para o
atomatados, que movimenta mais lançamento simultâneo de milho
de 1 bilhão de reais por ano no em conserva, em que a Quero é
Brasil, o vidro entra com o apelo líder, posto que detém também
de embalagem premium, porém em ervilha. Os fornecedores das
com preço competitivo em relação tampas metálicas, tipo twist-off, e
ao principal material concorrente dos rótulos de papel, de aplicação
nesse campo, a lata de aço. É, convencional, variam para cada
pelo menos, o argumento utilizado produto e conforme os lotes enco-
pela Coniexpress, de Jundiaí (SP), mendados. O visual desses com-
para seu mais recente lançamento plementos é de responsabilidade
com a conhecida marca Quero, da agência de design Publionline,
com a qual já ocupa um dos cinco de São Paulo. Em menos de um
primeiros lugares em vendas no mês de presença nos pontos-
segmento. Trata-se de uma linha de-venda, os produtos já tiveram
de derivados de tomate, em potes desempenho “acima do espera-
de 300g (extrato) e 340g (molho), do”, segundo o gerente de marke-
Três cores para Cores desenvolvidos pela Owens-Illinois ting da Coniexpress, Rogério
As embalagens da contrastando tons com desenho exclusivo. A emba- Cenci. A distribuição é nacional.
linha de maquia- escuros e vibrantes.
gem Cores, de O A marca Cores é
Boticário, dirigida impressa em hot
ao público de 15 stamping prata. Os
a 24 anos, classe cartuchos de papel
AB, foram dividi- cartão, da Suzano,
das em três cores são impressos pela
para separar os Box Print, pela
segmentos: olhos Magistral e pela
(azul), rosto (laran- Kingraf. O layout é
ja) e boca (rosa), da a10 design.

Santa Clara com fechos resseláveis


Os fechos resseláveis da nas regiões Norte e Nordeste do
Novelprint estão em seis produtos Brasil, a Novelprint desenvolveu a
da linha café Santa Clara acon- máquina aplicadora NovelTech,
dicionados a vácuo. A empresa que pode ser ajustada para
já tinha utilizado a solução abre atender diferentes produtos na
e fecha na embalagem do mesma linha de produção. As
amido de milho. Para a Santa embalagens de filmes laminados
Clara, marca disponível somente são fornecidas pela Diadema.
Balzaquiana,
Liza ganha selo
A linha Liza de óleos e molhos
para salada, da Cargill Foods,
faz 30 anos. Para marcar a data,
as embalagens ganharam um
selo comemorativo, criado pela
B+G Designers. O selo tem a
forma de um coração, com os
dizeres “Liza, 30 Anos”.

8 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


Technopack revitaliza rótulos da Phebo
A Casa Granado adquiriu
a marca Phebo da Sara
Lee Cosméticos e relan-
çou a linha de desodo-
rantes squeezable da
marca. Os consumidores
podem escolher entre as
fragâncias Amazonian,
Brisa Tropical, Frescor
da Manhã, Flores da
Primavera, Naturalle,
Toque de Lavanda e
Odor de Rosas, dife-
renciadas pela cor dos
rótulos, impressos em
sistema heat transfer
pela Technopack.

De cabeça para baixo


A Perfumes Dana desen- de anel que envolve a
volveu uma nova emba- esfera para diminuir a
lagem para a marca possibilidade de vaza-
Herbíssimo Roll-on mento do líquido.
Compact. São frascos Os frascos, de polietile-
que trazem um modelo no de alta densidade
inovador de aplicador: (PEAD), têm design e
a embalagem evita produção da Compack,
desperdícios porque que também fabrica as
fica posicionada “de esferas, o suporte e as
cabeça para baixo”, tampas em polipropi-
possibilitando a utiliza- leno. O rótulos são pro-
ção do produto até o duzidos em BOPP pela
final. Outro diferencial é Ralprint, com design da
o suporte, uma espécie Neo Tass.

Novo bronzeador no mercado


Na expectativa da
chegada do verão, a
Cosinter, de Curitiba,
amplia o portfólio
da linha Red Apple,
com o lançamento
de óleos bronze-
adores. O frasco
plástico, produzido
pela Herplast, foi
projetado pela Asa
Design. Os rótulos
são fornecidos pela
Prakolar.
design >>> águas minerais

Cintura fina de cristal


D
esde que adquiriu a Panam- cônicos e área de rotulagem mais alta.
Água Crystal faz dez co (Panamerican Beverages Outra inovação foi a base arredonda-
anos e estréia garrafas Company), em maio de da, projetada para aumentar o equilíbrio
2003, a Coca-Cola Femsa, dimensional da garrafa. A maior novi-
projetadas com ícones subsidiária do grupo mexicano Femsa, dade dos moldes, porém, diz respeito
da marca em relevo tornou-se um dos maiores engarrafado- ao desenvolvimento de uma superfície
res de produtos Coca-Cola no mundo. especial na área de pega. A região conta
Líder no Brasil, a empresa respon- com cristais em relevo cuja função pri-
de por estimados 21% do mercado meira é servir de ícone da marca. No
nacional de produtos Coca-Cola, num entanto, o detalhe também é apontado
negócio que não abrange apenas a linha como favorecedor da ergonomia e facili-
de refrigerantes da multinacional de tador do manuseio dos produtos.
origem americana. A Coca-Cola Femsa Nos rótulos, a imagem da montanha
também vem se consolidando no cres- ganhou novos ares. Como se fosse uma
cente mercado de águas minerais, onde cordilheira, ela passou a ocupar toda
atua com a marca Água Crystal, lança- a volta do rótulo. O logotipo também
da no Brasil em 1995. estreou mudanças sutis, que visaram
Para comemorar o aniversário de modernizá-lo preservando os elementos
uma década, período em que sua par- de identificação da marca.
ticipação na receita líquida da catego- O design estrutural e gráfico levou
ria chegou a 34,3%, transformando-a cerca de um ano para ser concluído, e
em líder entre as águas minerais no foi desenvolvido pela agência Müller
mercado de São Paulo (o maior do Camacho. “Buscamos atender todos os
Brasil), a linha passou por uma ampla requisitos industriais para a produção
reformulação visual. O projeto abarcou em larga escala e sem a necessidade de
mudanças gráficas no layout dos rótu- investimentos em equipamentos adicio-
los e a estréia de um novo molde para nais”, diz Manoel Müller, sócio-diretor
as garrafas PET de 1,5 litro e 510ml. da agência. As tampas das novas garra-
Produzidas pela Engepack, as emba- fas são fornecidas pela Alcoa. O rótulo
lagens da Água Crystal agora têm ombros é da Converplast.
ERGONOMIA - Além
FOTOS: DIVULGAÇÃO

de simbolizar a marca,
superfície em relevo
facilita a pega. Na
foto menor, o novo
molde nas versões
de 1,5 litro e 510ml

Alcoa
(11) 4195-3727
www.alcoa.com.br

Converplast
(11) 64621177
www.converplast.com.br

Engepack
(11) 3848-8800
www.engepack.com.br

Müller Camacho
(11) 3819-4417
www.mullercamacho.com.br

10 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


cervejas >>> diferenciação

Visual de cerâmica
Bohemia Confraria explora garrafas com pintura vitrificada

C
arro-chefe do portfólio de cerve-
jas premium da AmBev, a marca
Bohemia é responsável por lances
importantes na história recente da
embalagem de luxo no Brasil. Ao evidenciar
visualmente suas qualidades e conquistar con-
sumidores dispostos a pagar mais por novos
tipos da bebida, cervejas como Bohemia Weiss
e Bohemia Escura, lançadas como edições
especiais e hoje integrantes do portfólio da
marca, provaram que há espaço para as grandes
cervejarias investirem em garrafas e acessórios
de acondicionamento de alto valor agregado.
Mantendo a tática de enaltecer e diferenciar
visualmente suas cervejas premium, a AmBev
lançou em garrafa especial uma nova edição
limitada de Bohemia. Batizada de Confraria, a
cerveja é do tipo abadia, o que significa que sua
fórmula é inspirada nas antigas receitas e regis-
tros históricos de mosteiros (ver quadro).
O produto está sendo vendido em garrafas
de 550ml fabricadas pela vidraria Saint-Gobain
em Porto Ferreira (SP). Um dos destaques é o
sistema de pintura das embalagens. Inspirado OPACAS –
Pintadas, as
em cervejas estrangeiras distribuídas em gar- garrafas contribuem

FOTO: DIVULGAÇÃO
rafas artesanais, o processo proporciona ao para preservar a
vidro a aparência de cerâmica. O projeto foi aura de mistério
que envolve as
desenvolvido numa ação conjunta que envol-
cervejas inspiradas
veu a AmBev, o fornecedor da garrafa e a Deda nas receitas dos
Decorações, empresa de Campo Largo (PR) mosteiros belgas
responsável pelo revestimento das garrafas de
Bohemia Confraria. “Houve muitas pesquisas

Uma aposta na tradição dos cervejeiros medievais


Consta que na Europa medieval seriam responsáveis pelos primei- dientes especiais e aos métodos
muitos religiosos dedicavam-se à ros registros históricos que padro- diferenciados de elaboração. A
produção de cerveja. Na Bélgica, nizaram as receitas de cervejas. Bohemia Confraria recém-lançada
considerada a terra da bebida, Conhecida como cerveja de abadia pela AmBev é inspirada nessa tra-
alguns criaram novas fórmulas (local que abriga uma comunidade dição. Segundo a empresa, o pro-
e se especializaram a ponto de religiosa), a bebida produzida nos duto apresenta alta fermentação
ganhar a fama de mestres cer- mosteiros ganhou fama pela qua- e teor alcoólico de 6,2%. Outra
vejeiros. É creditada a monges lidade superior e, com o passar característica peculiar é a adição
belgas a adição de lúpulo à bebi- dos anos, conquistou legiões de de aveia à bebida, resultando
da. Por dominarem a escrita, eles consumidores devido aos ingre- numa cerveja mais encorpada.

12 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


e testes até chegarmos ao design ideal”, conta revelou-se capaz de tornar as garrafas opacas.
Márcio Dimas Vasconcellos, gerente de inova- Ademais, imprimiu a aparência de cerâmica,
ções super premium da AmBev. que, integrada ao briefing de produto artesanal,
foi imediatamente aprovada pela AmBev e pela
Adaptação produtiva Saint-Gobain.
No decurso da escolha do sistema de pintura, a “Por não ser transparente, a garrafa da
embalagem de uma cerveja belga pintada com Bohemia Confraria contribui para preservar
tinta orgânica branca entusiasmou os profissio- a aura de mistério que envolve as cervejas
nais da AmBev e da Saint-Gobain. “O aspecto inspiradas nas receitas dos mosteiros belgas”,
era semelhante ao das embalagens de Malibu”, observa o gerente de inovações super premium
compara Carlos Alberto Ansolin, diretor-técni- Deda Decorações da AmBev. Os rótulos são feitos pela Fahz,
(41) 3399-3397
co da Deda Decorações, referindo-se ao rum dedadec@brturbo.com.br Fundação Antonio e Helena Zerrenner, uma das
misturado com coco e vendido na inconfundível controladoras da AmBev.
garrafa branca com coqueiros ao pôr-do-sol. Saint-Gobain Embalagens Responsável por 5% do mercado brasi-
(11) 3874-7211
A tinta orgânica, porém, acabou não sendo www.sgembalagens.com.br leiro de cervejas, o segmento premium tem
adotada em virtude da alta velocidade das linhas crescido no Brasil. Cinco anos atrás a parti-
produtivas da AmBev. “Esse material é indica- cipação das marcas sofisticadas era estimada
do para linhas que não tenham atrito tão alto”, em apenas 2,5% das vendas nacionais. Nos
explica o diretor da Deda Decorações. Para Estados Unidos esse número chega a 25%,
evitar problemas, os profissionais passaram a sendo ainda maior em diferentes países da
considerar um sistema de acabamento baseado Europa. Além de gigantes como a AmBev,
numa tinta esmalte especial que se funde no micro e pequenas cervejarias com atuação
vidro. Empregado em embalagens de alta per- regional têm ajudado a difundir o filão das
fumaria e de destilados sofisticados, o material cervejas especiais no Brasil.

setembro 2005 <<< EmbalagemMarca <<< 13


Aposta alta na meia-garrafa de PET
No fim de agosto a vinícola californiana rafa inquebrável e a portabilidade de
Beringer lançou, sob a marca Stone uma dose individual”, afirma Tom Slone,
Cellars, aqueles que são brandidos gerente de marca da Beringer. “Por isso
como os primeiros vinhos premium em a introdução da garrafa plástica, que
garrafas de PET com distribuição em não altera o sabor da bebida, no volu-
todo o território americano. A novidade me de 187ml”. Os vinhos Stone Cellars
quer pegar carona num dado apura- em PET serão encontrados nas varie-
do numa recente pesquisa conduzida tais Chardonnay, Pinot Grigio, Cabernet
pelo instituto Gallup: pela primeira vez e Merlot e vendidos em multipacks com
o vinho ultrapassou a cerveja como a quatro ou oito unidades. As garrafas de
bebida alcoólica preferida dos america- PET são fornecidas à vinícola pela Field
nos. “Nossos focus groups confirmaram Manufacturing Corporation, transforma-
que os consumidores de vinho desejam dora situada também na Califórnia.
os benefícios de uma inovadora gar- fieldmfg.com

Resgate da apresentação pioneira Um tchã nos


Para marcar o 85º aniversário de Band-
Aid, a matriz americana da Johnson &
das antigas, como a de 1952, situada
à esquerda na imagem (a da direita é
pratos dos cães
Johnson introduziu uma nova tecno- a nova). Procurada, a J&J americana A Procter & Gamble inaugurou nos
logia no curativo – a Comfort-Flex, preferiu não informar o fornecedor da Estados Unidos uma nova categoria
que previne o enrolamento e dá maior rediviva latinha de Band-Aid. de alimento para cães com a linha
flexibilidade às bandagens – e lançou IAMS Savory Sauce for Dogs de
uma edição limitada, apresentada na molhos de carne para rações
tradicional embalagem metálica da secas. Os molhos funcionam
marca. A latinha de aço foi o suporte como ketchup e mostarda
comercial pioneiro de Band-Aid, na para os totós, garantindo-lhes
década de 20, logo após sua invenção refeições mais saborosas e
por Earle Johnson, um comprador de com textura mais úmida. A
algodão da J&J, e havia sido aposen- linha é acondicionada em fras-
tada dez anos atrás. Resgatada, a lati- cos multicamadas de polipro-
nha mantém um visual retrô. Agora, pileno (PP) de 14 onças líqui-
porém, acondiciona uma quantidade das e de 20 onças líquidas
maior de bandagens: 85, contra 39 – cerca de 400ml e 560ml,
respectivamente –, produ-

Com laser, anéis mensageiros zidos pela TricorBraun,


com tampas flip-top,
A multinacional ame- e mensagens promocionais. também de PP, da
ricana Ball Corporation “Os novos anéis são ideais Seaquist Closures. Os
lançou no início de sobretudo para energéticos, frascos são decorados
julho argolas para latas vinhos e bebidas funcio- em toda a sua extensão
de bebidas capazes de nais, segmentos nos quais por rótulos termoen-
serem impressas com diferenciação de imagem é colhíveis da American
estampas persona- uma preocupação central Fuji Seal. Além de gerar
lizadas. Disponíveis das marcas”, entende Bob grande impacto visual,
em variadas cores, Tettero, diretor de marketing as luvas conjugam lacres
os anéis levam da Ball. A Ball possui exclu- de segurança e dispen-
incisões a laser sividade no fornecimento sam o estoque de garrafas pré-
que podem formar das argolas impressas a decoradas para a linha, composta
logotipos e mensagens, laser para o mercado ameri- por diversos sabores, como Bacon
transformando-se em cano, sob licença da CanDO (na imagem ao lado).
suportes adicionais para International, detentora da www.tricorbraun.com
identificação de marca, patente da tecnologia. www.seaquistclosures.com
divulgação de campanhas www.ball.com www.afseal.com

14 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


reportagem de capa >>> sabões em pó

Bolha de variedade nas


Marcas alternativas e novas embalagens pulverizam – e prometem fazer crescer

M
arcas líderes começam a perder
espaço para vorazes emergentes – e
Por Guilherme Kamio até para produtos das bandeiras do
varejo. Então, contra-atacam com
novas estratégias em embalagem. O enredo é
conhecido. Resume os últimos anos de uma série

FONTE: ACNIELSEN
de mercados de itens de largo consumo no país. Em 2000 as três
Agora, ele parece estar ganhando força no negó- principais marcas
cio de detergentes em pó, comandado com mão de sabão em pó
detinham

65%
de ferro pelas multinacionais desde a década de
50, quando elas difundiram o consumo do pro-
duto entre os brasileiros. Vive-se uma inquietude
nesse setor, responsável por 36% das vendas das
do mercado
seções de limpeza dos supermercados e que já
GODOY

fatura mais de 2 bilhões de reais anuais. Dos Hoje, elas detêm

54%
NDRÉ

indícios dessa situação, talvez o mais eloqüente


AG – A

seja a recente escalada das embalagens plásticas


flexíveis nas gôndolas do produto.
STUDIO

Pegue-se o caso da Rhotoplás, de Barueri do mercado


FOTO:

(SP), conhecida produtora de bolsas plás-


ticas de polietileno laminado para
sabões em pó, como o produto
é popularmente chamado.
Embora não divulgue

16 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


prateleiras
– o mercado de sabões em pó
números, a convertedora confirma que a pro-
dução dessas embalagens aumentou significati-
vamente no primeiro semestre. Sucede que sua
principal consumidora, a Procter & Gamble,
decidiu encampar um ousado plano: migrar
gradualmente dos cartuchos de papel cartão,
as embalagens hegemônicas do mercado, para
flexíveis em suas principais marcas de sabão em
pó. “As bolsas plásticas têm melhor desempe-
nho em ambientes úmidos e não deixam o sabão
empedrar”, diz Herman Schwarz, presidente da
operação brasileira da P&G, sublinhando que
a mudança foi alavancada pelo retorno de uma
pesquisa com donas de casa, que avaliaram
positivamente os sabões em saquinho. Daí as
reestréias das pontas-de-lança Ariel e Ace, cerca
de três meses atrás, em bolsas tamanho-famí-
lia, com volumes variados que chegam a até 5
quilos (veja quadro), e em sachês de 850g nas
variantes com apelo premium.
Para apoiar a sua guinada na apresentação
dos produtos, a P&G colocou no ar um polêmico
comercial televisivo, em que uma caixinha carto-
nada de sabão em pó se esfacela após molhada.
Mais ou menos na mesma época, a Unilever,
dona de cerca de 70% do mercado, reforçou a
distribuição de uma versão em bolsa plástica,
com 2 quilos, do líder Omo. O fato ganha desta-

setembro 2005 <<< EmbalagemMarca <<< 17


FAMÍLIA – Nova
linha Ariel
apresenta
pacotões de
até 5 quilos
da Rhotoplás

que especial ante algumas informações. O poder caixinha de surpresas”, avalia Fernando Silva,
das três principais marcas da área vem caindo gerente de negócios da Rhotoplás. Ele descarta
progressivamente nos últimos anos. Segundo a a possibilidade de as embalagens plásticas um
ACNielsen, em 2000 elas detinham, em volume, dia dominarem as prateleiras de sabão em pó no
65% do mercado. Hoje, esse índice é de 54%. Brasil, como ocorre na Argentina – a propósito,
Ainda que não respalde com números, a Abipla – as embalagens da Rhotoplás chegam até lá, e Nos últimos dez
anos o mercado
Associação Brasileira das Indústrias de Produtos também ao México, via marcas da P&G. A cau- nacional de sabões
de Limpeza e Afins informa que no primeiro tela também prevalece no balcão dos fabrican- em pó cresceu

73%
semestre as marcas B de sabão em pó obtiveram tes. “Ocorre que a classe AB demonstra muita

FONTE: ACNIELSEN
melhores desempenhos que as notórias. resistência em consumir sabões nessa apresen-
Tal cenário põe em pauta uma delicada tação”, diz Edison Nunes, gerente comercial do
questão. Se as bolsas plásticas são armas para Grupo GR, fusão de três indústrias de itens de
amainar o ímpeto das marcas alternativas, elas limpeza – as fluminenses Zimbra e Bio Brilho
não poderiam surtir na seara de sabões em pó Química e a mineira Tecno Clean – que acaba de
efeito similar ao causado pelas garrafas de PET lançar lava-roupas das marcas Bio Brilho, Barra
ao negócio de refrigerantes – ou seja, o de tiro e Bica em sachês de 500g, supridos por uma
pela culatra para as líderes? “As flexíveis de carteira ampla de convertedoras, mirando o con-
fato permitem baratear custos e são totalmente sumidor de baixa renda. “As flexíveis são ideais
adequadas a esse mercado, que ainda é uma para esse público, pois garantem, em relação aos

Pioneira abre ala para edições limitadas


Mãe da tática de se utilizar embalagens flexíveis estampando imagens e curiosidades da cultura
para impulsionar vendas de sabão em pó entre o popular nordestina. “Trouxemos um pouco da
público de renda comprimida no país, Ala, comer- riqueza e da tradição nordestina para a embala-
cializada somente no Norte e no Nordeste, já se gem de Ala como forma de homenagear e estrei-
transformou num case clássico de marketing. tar ainda mais o relacionamento com a dona de
A marca regional da Unilever caiu no gosto dos casa dessa região”, confirma Daniela Baronni,
consumidores daquelas praças, onde atualmente gerente de marketing de Ala na Unilever.
goza de um share de 19,9% em volume, segundo
dados Ibope de junho. Ala surgiu de pesquisas
que mostraram que o sachê seria a embalagem
mais adequada aos hábitos nordestinos, como a
lavagem de roupa em turnos coletivos. Aquilo que
os gurus de marketing chamam de customer inti-
macy, ou proximidade com a base consumidora,
continua a afiar a administração dessa marca.
FOTOS: DIVULGAÇÃO

Em março, para marcar os aniversários das cida-


des de Olinda e Recife, Ala ganhou uma edição
limitada, com os sachês da Canguru Embalagens

18 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


cartuchos, um barateamento de quase 15% no
ESTUDO? – Comenta-se que o Omo em sachê visa
medir o potencial da embalagem no mercado
nosso custo de embalagem.” Para Nunes, o xis
da questão é outro. Flexíveis não serão suces-
soras dos cartuchos, mas sim meios de fazer o
mercado crescer aumentando a penetração nos
lares do povão.

Para crescer, povão e sachê


O consenso é o de que reside na base da pirâmi-
de social a oportunidade de fermentar o consumo
anual per capita de sabões em pó no país – hoje
estimado em 2,8 quilos, contra, por exemplo,
4,3 quilos do México. “É um filão que, salvo
exceções, nunca foi bem atendido pelos Golias
da área”, entende o dirigente do Grupo GR (uma
dessas exceções é o Ala, da Unilever, tema de
um quadro na página anterior). Outros jogado-
res do mercado rubricam a tese. “Sachês fazem
todo o sentido nos nichos de preço”, diz Letycia
Maria Mantovani, do marketing da Química
STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

DE MASSA – Sachês
Amparo, a dona da marca de higiene e limpeza do Grupo GR têm a
Ypê. “Mas cremos que o mercado dificilmente missão de penetrar
nos lares da classe CD
irá enveredar pela guerra nivelada nessa faixa.”
A Amparo lançou em agosto uma versão de
seu sabão em pó Tixan, a Maciez, em bolsas da
MIX – Assolan aposta em
variações de embalagem Para cada bandeira uma sentença
É possível dizer que para hábito de compra do consu-
o lançamento dos novos midor de cada uma dessas
sabões em pó Ariel em bol- bandeiras. Outra cria nova
sas plásticas, feito cerca de da P&G, o Ace Profissional
três meses atrás, a Procter – variante direcionada a

STUDIO AG – ANDRÉ GODOY


& Gamble inaugurou um estabelecimentos que lavam
modelo de distribuição fiel grandes quantidades de
ao adágio do “cada macaco tecidos, como hotéis, res-
no seu galho”. Explica-se. Os taurantes e clubes – acom-
novos produtos chegaram panha tal política. Sua bolsa
ao mercado em embalagens de 5 quilos só é encontrada
Rhotoplás. No entanto, atribui os recordes de
da Rhotoplás nos volumes no Makro, seguidor do
venda de sua marca às variantes em cartuchos
de 2 quilos, 3 quilos, 4 modelo de atacadão.
de papel cartão, supridos principalmente pela
quilos e 5 quilos, sendo
Rigesa. Uma delas é a Ação Máxima, de apelo
que cada tamanho segue
premium, lançada em fevereiro. para um varejista diferente.
De acordo com pesquisas da seção de O pacote de 2 quilos vai
marketing da Amparo, as donas de casa, prin- para as lojas da Companhia
cipalmente da classe AB, muitas vezes se des- Brasileira de Distribuição
contentam em ter de usar tesouras para abrir e (CBD), o de 3 quilos para
pregadores de roupa ou clipes para fechar as o Carrefour e o de 4 quilos
bolsas. Também se queixam de que elas não para o Wal-Mart. Por sua
ficam em pé como os cartuchos. “É por isso que vez, a bolsa de 5 quilos é
cremos no potencial dos stand-up pouches nesse exclusiva do SAM’s Club,
mercado”, aponta Everton Nesi, assistente de que vende grandes volumes.
marketing da catarinense Canguru Embalagens. De acordo com a P&G, a
Fornecedora de envoltórios de polietileno lami- estratégia baseia-se nos
nado para marcas de sabão em pó da Unilever, resultados de um estudo do
a Canguru vem investindo, nos últimos meses,
na prospecção dessas flexíveis, que param em ção da Novelprint). “Quanto à praticidade, vale
pé (em tempo: foi a Canguru a responsável, dizer que o parque nacional de flexíveis também
CARTÃO – Química
em 1998, pela bolsa plástica do Brilhante, da Amparo lança sachês, já possui condições para fornecer pouches com
Unilever, primeiro sabão em pó nacional em mas credita boa zíper, por exemplo”, lembra Roberto Inson, da
flexível; naquela época, a embalagem trazia um fase de Tixan aos área comercial da paulistana Allpac, responsá-
cartuchos da Rigesa
conveniente acessório para seu fechamento: um vel pelo abastecimento das flexíveis plásticas
selo abre-fecha auto-adesivo, inova- utilizadas por aquela que promete se tornar uma
nova força em detergentes em pó: a Assolan.
Em meio às movimentações de embalagem
FOTOS: DIVULGAÇÃO

do mercado, a fabricante goiana de itens de lim-


peza, controlada pela holding Montecristalina,
dos ex-donos da Arisco, acaba de entrar no
jogo dos sabões em pó tanto com embalagens
cartonadas quanto com flexíveis para sua marca
Assim (aliás, as criações visuais dessas embala-
gens, assinadas pela M Design, foram detalha-
das na edição anterior de EMBALAGEMMARCA).
“As opções permitirão à consumidora escolher
o tipo de embalagem mais adequado ao seu dia
a dia”, diz Mônica Pasini, gerente de marketing
da Assolan. Assim – abstraia-se o trocadilho –,
a executiva acredita que a marca da Assolan “é

20 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


a primeira a atender a todas as faixas de consu-
mo”. A idéia é singela: os cartuchos irão satisfa-

FOTOS: DIVULGAÇÃO
zer aos consumidores tradicionalistas, enquanto
os sachês terão preços mais em conta. Segundo
Mônica, Assim será uma marca versátil: irá bri-
gar nas faixas de primeiro preço, mas também
terá a missão de encarar as marcas notórias.
Certos detalhes levam a crer que o desafio às
líderes é pra valer.

Líderes desafiadas
Os cartuchos de Assim são produzidos pela
Dixie Toga, a mesma fornecedora dos cartuchos
de Omo e de outras poderosas instituições de
sabão em pó. A marca está sendo apresentada
SINTONIA – Marcas
ao público a reboque de uma extensa campa- próprias do varejo Antes da transação, a Quimivale disputava
nha publicitária, protagonizada por bebês com também inovam mercado com as marcas Rizzo e Maj, agora des-
lanosas perucas (criação da agência Africa, de na apresentação continuadas. Também era a maior abastecedora
de sabões em pó.
Nizan Guanaes, também responsável pelo nome Lata do Extra (à dir.) de marcas próprias do varejo, modelo de negócio
Assim, que busca remeter por assonância à faturou série de prêmios que será preservado, Mônica informa. Lançados
Assolan). Ademais, a direção da Assolan lançou pela preocupação do setor de distribuição em não
a expectativa de bater a capacidade produtiva ficar à mercê dos poucos fabricantes do produto
da P&G em dois anos, por meio de incrementos nas negociações de preço, os sabões em pó igual-
em sua fábrica em Itajaí (SC), adquirida por 25 mente vêm abrindo espaço a chamativos proje-
milhões de reais da Quimivale. tos de embalagem. Veja-se o caso da Companhia
Brasileira de Distribuição (CBD). Em meados

STUDIO AG – ANDRÉ GODOY


HORIZONTE – Apoiada pela Dixie Toga, Unilever mudou os cartuchos de Omo...
do ano passado ela lançou o lava-roupas Extra,
para sua cadeia homônima de hipermercados,
numa apresentação inovadora: uma lata cilín-
drica de aço – a Ploc Off, da Brasilata, com
tampa plástica acoplada. O produto ganhou
troféus no Prêmio da Associação Brasileira de
Embalagem e no WorldStar 2004, organizado
pela Associação Mundial de Embalagem e con-
siderado o Oscar do setor. Também foi premia-
do na Alemanha, em abril, num congresso da
APEAL – Associação Européia dos Fabricantes
de Aço para Embalagens. Outro peso-pesado do
varejo, o Carrefour, acaba de investir no relan-

DIVULGAÇÃO
çamento de seu sabão em pó em bolsa plástica, ...e de Surf, para ganhar em logística e em visibilidade nos pontos-de-venda
fornecida pela Canguru e com visual projetado
pela Pandesign.

Novos cartuchos na área


Como não poderia deixar de ser, os provedores
de cartuchos não assistem ao refestelo das emba-
lagens diferentes para sabão em pó de braços
cruzados. Referência da área, a Dixie Toga está
capitaneando, através de Omo, freguês fiel, a
difusão daquilo que o mercado está chamando
de “cartucho horizontalizado”. Trata-se de uma
caixinha mais bojuda: tem menor altura, maior
comprimento lateral e maior profundidade que Allpac Depois de Omo, a Unilever está adotando a cai-
as tradicionais. Segundo a Unilever, estudos (11) 3901-8600 xinha horizontal da Dixie Toga no Surf, de apelo
www.allpac.com.br
com consumidoras mostraram que o novo for- popular. O projeto acaba de sair da prancheta da
Brasilata
mato facilita o manuseio e o armazenamento (11) 3871-8500 agência Design Absoluto.
nas estantes e prateleiras das áreas de serviço. www.brasilata.com.br Nem assim, porém, a Unilever ganha refres-
“Além disso, com o novo formato garantimos Canguru Embalagens co da emergente concorrência. Quase simul-
(48) 461-9000
maior exposição da marca nas gôndolas e redu- www.canguru.com.br taneamente ao lançamento do novo cartucho
ção dos estoques nos pontos-de-venda”, explica Congraf de Omo, a Assolan anunciava uma variante do
Adriana Yamamoto, gerente da marca Omo. (11) 5563-3466 Assim em cartucho de perfil similar, produzido
www.congraf.com.br
pela Congraf. A gráfica paulistana valeu-se do
STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

Design Absoluto
(11) 3071-0474 expertise em cartuchos para cosméticos nessa
ACESSE CONTEÚDO ADICIONAL EM WWW.EMBALAGEMMARCA.COM.BR

www.designabsoluto.com.br embalagem. “Empregamos cores prata e verme-


Dixie Toga lha especiais, aplicamos detalhes em alto relevo
(11) 6982-9497
www.dixietoga.com.br e laminamos a face interna do papel cartão com
M Design
um verniz especial”, conta Paulo Sérgio Dutra,
(11) 3833-0969 assessor comercial da Congraf. E o sossego das
www.mdesign.art.br
multinacionais promete ser ainda mais abalado.
Novelprint Comenta-se, nos bastidores, um retorno revigo-
(11) 3768-4111
www.novelprint.com.br rado ao mercado da Bombril, que atuava com a
Pandesign marca Quanto até vender o negócio de sabões
(11) 3849-9099
www.pande.com.br em pó para a Procter & Gamble em meados dos
anos 90. É mais um indicativo de como o setor
Rhotoplás
(11) 4199-2555 pode se pulverizar mais ainda daqui para frente
www.rhotoplas.com.br
em termos de jogadores – e, nessa medida, uma
Rigesa diversidade ainda maior de embalagens nas pra-
SIMULTÂNEO – Assim recorreu à Congraf para lançar (19) 3707-4000
novo cartucho ao mesmo tempo em que a Unilever www.rigesa.com.br teleiras não será surpresa.

22 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


mercado >>> sucos

Reação em cadeia
Compra da Sucos Mais favorece onda de lançamentos entre fabricantes da bebida
Por Leandro Haberli

A
visão de peças de dominó enfileira- que no mercado de sucos a empre-
das e caindo sucessivamente sim- sa poderá fazer novas aquisições
boliza uma conhecida teoria cujas ou trazer para o Brasil sua marca
aplicações parecem cada vez mais internacional Tropicana.
corriqueiras no mundo do varejo. No contex- Em meio às movimentações,
to do marketing e dos negócios, o chama- a cadeia de embalagens tem moti-
do efeito dominó significaria que, ao se vos para enxergar na indústria
concretizar determinado movimento de brasileira de sucos um segmento
mercado, outros similares podem ser com potencial ampliado. No primeiro
desencadeados em série. Pelas novas semestre deste ano, o setor movimen-
estratégias e lançamentos observados tou 472 milhões de reais, mais da metade
durante as últimas semanas no mercado das vendas de 2004, calculadas em 707,1
brasileiro de sucos, uma reação em cadeia milhões de reais. Em volume, o primeiro
sobreveio nas gôndolas da categoria após semestre de 2005 representou a venda de
o fechamento de um negócio estratégico no 134,2 milhões de litros, contra 211,4 milhões
segmento de sucos prontos para beber. em todo o ano passado.
Trata-se da aquisição da Mais Indústrias de Os balanços animadores favoreceram
Alimentos pela Coca-Cola do Brasil. Embora mudanças de rumo no curso de importantes for-
tenha sido fundada há menos de três anos e necedores do setor. Depois de iniciar as ativida-
conte com uma única fábrica no país, localizada des na produção de polpa de frutas, a Agrofruit,
MATTHEW BOWDEN

em Linhares (ES), a dona da marca Sucos Mais empresa do pólo de fruticultura da zona da mata
despertou o interesse da multinacional de refrige- mineira que fornece para fabricantes como a
rantes ao se tornar a segunda maior fabricante de Kraft, dona da marca Maguary, decidiu dedicar-
sucos prontos do país, atrás apenas da mexicana se à briga das gôndolas. A guinada se deu com o
Dell Valle. Estimado em 110 milhões de reais, o recente lançamento da marca Brisk, que chegou
negócio pode ter feito muito mais do que inserir aos supermercados em sete sabores.
a Coca-Cola, que já atuava com a linha Kapo de
sucos infantis, no segmento adulto da categoria. Design arrojado
Ao lado de perspectivas favoráveis de con- Os produtos de varejo da Agrofruit reforçam
sumo, a compra da marca capixaba colocou o a tese de que o mercado de sucos reserva atra-
Entre junho de 2004
mercado de sucos em evidência, impulsionan- e maio deste ano, o entes oportunidades à cadeia de embalagens.
do uma forte onda de lançamentos e alimen- consumo de sucos Vendida com rótulos termoencolhíveis de PVC
tando expectativas em torno de novas fusões. prontos para beber fornecidos pela Propack e tampas plásticas de
Profissionais do setor aguardam, por exemplo, aumentou rosca com 38mm de diâmetro da Alcoa, a linha

9%
a definição de estratégias da Pepsi. Comenta-se Brisk fez a empresa encomendar à Saint-Gobain
Embalagens um modelo especial de garrafa de
vidro. Com formato ergonômico e curvas suaves,
projetadas para enaltecer e facilitar a rotulagem,
a embalagem é oferecida nas capacidades de 1
litro e 300ml, e tem a missão de diferenciar a
marca numa categoria cada vez mais concorrida.
EXPERIÊNCIA - “Estamos levando aos consumidores mais exi-
Termoencolhíveis gentes um produto com design arrojado e funcio-
da Propack decoram nal”, define Aléxia Mendonça Campos, diretora
garrafas de vidro
da Saint-Gobain
comercial e de marketing da Agrofruit.
na linha Brisk No lado da Saint-Gobain, o projeto trouxe a

24 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


perspectiva de ampliar as entregas para o merca-
do de sucos, atualmente estimadas em 6 milhões
de embalagens por ano, ou em torno de 1%
da produção anual de garrafas. “Temos notado
aumento de demanda, e este ano já lançamos três
modelos standard no mercado de sucos”, informa
André Liberali, gerente comercial e de marketing
da Saint-Gobain Vidros, Divisão Vidro Oco. No
mercado de sucos, além da Agrofruit a empresa
atende a Beta Mix e a fabricante de Sumol.
Entre os aspectos que favorecem o vidro no
setor está a crescente adoção das embalagens de
consumo individual na categoria de sucos pron-
tos para beber. De acordo com a LatinPanel, esse
tipo de embalagem já representa 34% do volume
da categoria nos domicílios brasileiros. Embora
latas e cartonadas assépticas também se benefi-
ciem de tal tendência, as garrafas de vidro são
vistas por muitos fabricantes como um sistema

Sinalizando valor
Unidade do Grupo SIG especializada em
máquinas de enchimento e sistemas de
embalagem cartonada asséptica, a Sig
Combibloc está oferecendo seu novo
formato combifitPremium no mercado
brasileiro de produtos lácteos e bebi-
das. Um dos setores que têm desper-
tado especial interesse da empresa é
o de sucos prontos para beber. Para
mostrar as possibilidades de diferen-
ciação da linha combifitPremium, que
tem topo chanfrado e dorso anatômico,
a Sig Combibloc divulgou a adoção do
sistema pela marca alemã Punica, líder
no mercado de sucos daquele país.
Segundo o departamento de marketing
FOTOS: DIVULGAÇÃO

da empresa, “a forma incomum dessas


embalagens contribui para a diferencia-
ção do produto e sinaliza valor”.

setembro 2005 <<< EmbalagemMarca <<< 25


de acondicionamento que gera apelos de venda sileiro. A idéia foi encampada pela Del Valle.
diferenciados em bares, cafés e restaurantes. Segundo a empresa, a fruta é a preferida entre
A despeito dos bons ventos trazidos pelos os consumidores de suco. A liderança do Brasil
produtos de consumo individual, o no ranking dos principais produto-
crescimento do vidro no mercado res de laranja do mundo também
de sucos esbarra nas investidas de influiu no lançamento. A nova ver-
materiais concorrentes. Favorecido são usa latas de 335ml fornecidas
por custos competitivos e proces- pela Crown Cork com layout da
sos de enchimento asséptico, o PET Packing Design.

STUDIO AG – ANDRÉ GODOY


disseminou-se na categoria de sucos No campo das marcas próprias
concentrados, desbancando em mui- o mercado de sucos também desfi-
tos casos as garrafas de vidro. Contra la lances interessantes do ponto de
as vidrarias também está a multipli- vista do marketing de embalagens.
cação das embalagens cartonadas Após reformular visualmente sua
assépticas entre os produtos prontos para beber. MIGRAÇÃO – Após linha de prontos para beber, num projeto desen-
ser atendida pela Sig
A Tetra Pak, por sinal, tornou-se praticamen- Combibloc, Pomar relan- volvido pela agência Pandesign, o Carrefour
te onipresente no setor ao conquistar este ano a çou linha de cartonados contabilizou 190% de elevação nas vendas.
linha Izzy, da Pomar, fabricante que usava cai- da marca Izzy em longa- Segundo a rede varejista, mais do que preços
vidas da Tetra Pak
xas longa-vida produzidas pela concorrente Sig competitivos (em média 20% inferiores aos dos
Combibloc. Após ter feito uma experiência com concorrentes), o design chamativo garantiu o
embalagens assépticas importadas pela antiga ganho de participação.
fornecedora, que incluíam versões de 2 litros
inéditas na categoria, a Pomar está relançando O pulo dos pronto para beber
sua linha de sucos em embalagens cartonadas de Menos vistoso que o milionário negócio da
1 litro e 200ml da Tetra Pak. Coca-Cola, a compra da Tropical Sucos, dona
Outro lance importante no cenário nacional da marca Tial, pelo frigorífico mineiro Pif Paf
foi o lançamento, em julho, do primeiro suco também se enquadra na atual série de movimen-
de laranja em lata de alumínio do mercado bra- tações do setor. O negócio foi feito com o grupo

Predomínio de branco para comunicar leveza e saúde


Após quinze anos ostentando gráfico. “Buscando referências novo layout decora as embala-
praticamente o mesmo visual, a em embalagens de produtos euro- gens cartonadas assépticas de
linha de sucos prontos da per- peus, elegemos o branco como a 1 litro, versões light e normal,
nambucana Dafruta passou por cor predominante no novo design fornecidas pela Tetra Pak. Em
uma repaginação. O novo design para evidenciar que os produtos pesquisa encomendada antes da
foi desenvolvido pela agência são leves e saudáveis”, afirma reformulação, o consumidor teria
Estação Brasil, que encontrou Walter Giglio Jr., diretor de pla- declarado rejeição à cor preta
lá fora inspiração para o projeto nejamento da Estação Brasil. O das antigas embalagens.
FOTOS: DIVULGAÇÃO

26 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


STUDIO AG – ANDRÉ GODOY
INOVAÇÂO – Del Valle aposta no primeiro suco de
laranja pronto para beber em lata do Brasil

Nutriwan, que havia adquirido o controle da


Tropical Sucos há quatro anos. Estima-se que o
Pif Paf vá investir 5 milhões de reais este ano em
seu negócio de sucos. Um dos objetivos é estrear
no segmento de produtos infantis, projeto que
conta com a consultoria de uma agência de bran-
ding e design de embalagem. Outra meta é brigar
com a marca Tampico na seara de refrescos.
Integrantes de um cenário amplo e dinâmico,
todos esses lances permitem supor que o mer-
cado brasileiro de sucos prontos para beber, que
praticamente não existia uma década atrás, está
cada vez mais consolidado. Há, contudo, mui-
tas oportunidades ainda inexploradas no setor.
Estima-se que os sucos prontos para beber, cujo
consumo per capita no país é inferior a 2 litros
por ano, estão presentes em apenas 30% dos
lares brasileiros. Por outro lado, entre junho de
2004 e maio deste ano, o consumo médio por
família aumentou 9% numa comparação com o
mesmo período anterior. Índices como esse mos-
tram que, com a inegável ajuda de investimentos
em marketing e embalagens, o apelo de bebidas
saudáveis está funcionado como nunca para os
fabricantes de sucos.

BOOM – Com redesign, linha Carrefour cresceu 190%

setembro 2005 <<< EmbalagemMarca <<< 27


De xaropes a orgânicos
C
ontrolada pela Wessanen
do Brasil, a marca Maraú
de sucos orgânicos pron-
tos para beber tem regis-
trado sucessivos aumentos de venda.
Produzida com frutas cujo cultivo e Alcoa
(11) 4195-3727
processamento industrial são livres de www.alcoa.com.br
produtos químicos, a linha cresceu 15%
entre 2003 e o ano passado. Em 2005, Cimplast Embalagens
(11) 3601-2004
a expectativa é que o viés de alta seja BOM MOMENTO – www.cimplast.com.br
ainda maior, expandindo as vendas em Linha Maraú
adotou rótulos Crown Cork
até 20%. Aproveitando o bom momen- de BOPP e ampliou (11) 4529-1000
to, a empresa está investindo em novas a linha vendida em www.crowncork.com.br
embalagens. Nos rótulos o papel deu garrafas de 300ml
Estação Brasil
lugar a filmes de BOPP fornecidos
(11) 3167-0905
pela Vitopel e impressos pela Gráfica www.estacaobrasil.com.br
Rami. Ademais, a Wessanen lançou em
Live Design
embalagens de 1 litro produzidas pela (11) 3845-1629
vidraria Owens-Illinois do Brasil duas para beber de forma alardeada como www.livedesign.com.br
versões que até então comercializava inédita na categoria: em garrafas PET
Owens-Illinois do Brasil
apenas em garrafas de vidro de 300ml: de 1,5 litro. A nova família tem sete (11) 6242-8000
laranja com acerola e manga. As novas sabores, e será posicionada na mesma www.oidobrasil.com.br
apresentações têm a missão de respon- faixa de preço dos sucos prontos para
Packing
der à crescente demanda desses sabo- beber vendidos em embalagens de 1 (11) 3074-6611
res. Metálicas, tipo twist-off, as tampas litro (cerca de R$ 3,80). “Queremos www.packing.com.br
dos sucos Maraú são fornecidas pela oferecer o produtos às classes C e D”,
Pandesign
Whitecap. A agência responsável pelo informa Maiume Takeuti, coordenado- (11) 3849-9099
layout dos rótulos é a Packing. ra de marketing da Milani. Produzidas www.pande.com.br
Igualmente gerida pela Wessanen, pela Cimplast Embalagens, as garrafas
Propack
a marca Milani de sucos concentra- INEDITISMO – Milani dos recém-lançados produtos Milani (11) 4785-3700
dos e xaropes de groselha também busca quinhão são vendidas com tampas da Alcoa e www.propack.com.br
do segmento
está apresentando novidades. A linha de prontos para rótulos impressos pela gráfica Rami,
Rami
debutou no mercado de sucos prontos beber com garrafas com layout da Live Design. (11) 4587-1100
PET de 1,5 litro www. ramiprint.com.br

Saint-Gobain Embalagens
(11) 3874-7211
www.sgembalagens.com.br

Sig Combibloc
(11) 2107-6744
www.sigcombibloc.biz

Tetra Pak
(11) 5501-3262
www.tetrapak.com.br

Vitopel
(11) 4977-7241
www.vitopel.com.br

White Cap
(11) 5585-0723
www.amcorwcb.com.br

28 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


materiais >>> cerâmica

Iguaria com jóia daqui


Cerveja de prestígio, a mais forte do mundo, é vendida nos Estados
Unidos em garrafa de cerâmica lustrada com ouro – e produzida no Brasil

V
ender com sucesso uma garrafa de Utopias, que alude a antigos tonéis de cobre para
cerveja a 100 dólares poderia soar a a torrefação de cevada, em conjunto. Um lote
uma utopia das cervejarias. Mas não inicial da cerveja foi vendido dois anos atrás,
é. Isso acaba de ocorrer nos Estados exigindo 8 000 garrafas da Ceramarte. Já para a
Unidos. Colocada no mercado em meados de edição de julho último, lançada para aproveitar
julho, a cerveja de prestígio Samuel Adams a celebração do Mês da Cerveja Americana,
Utopias, da Boston Beer Company, que em o pedido subiu para 10 000 garrafas. “Nesse
moeda nacional custaria cerca de 250 reais, período há uma grande procura por cervejas
esgotou-se em poucos dias. Com teor alcoólico exclusivas e de qualidade nos Estados Unidos”,
de 25º, mais que o quíntuplo dos graus das explica Jim Koch, fundador e mestre cervejeiro
cervejas commodities – o que lhe vale o título da Boston Beer.
de cerveja mais forte do mundo no Guinness
Book, o livro dos recordes –, a Utopias é uma Como uma garrafa de vidro
loira singular. Aliás, nem loira é. Tem cor “As embalagens são embarcadas vazias para a
escura, não faz espuma e recomenda-se cliente americana em caixas máster de
bebê-la depois das refeições, como doze peças, que partem em navios dos
digestivo, à temperatura ambiente. portos catarinenses”, conta Klaus
Ela envelhece por onze anos em Schumacher Júnior, diretor geral
barris de carvalho usados para da Ceramarte. “Somos os únicos
maturar uísques. Seu sabor no mundo a oferecer garrafas
revela notas de baunilha, de cerâmica que suportam
canela e maple (a árvore cuja pressão de envase de até
folha é o símbolo do Canadá 120 libras e com fechamento
e da qual se extrai um melado de rosca com dimensional
popular entre os americanos). e desempenho iguais aos
A Utopias é praticamente um das garrafas de vidro.” Esse
spirit, uma bebida alcoólica fina, detalhe, no entanto, ainda não
e o marketing da Boston Beer gerou entusiasmo nas cervejarias
não mede esforços para vendê- e outras indústrias nacionais de
la como uma pequena jóia. Tanto é bebidas. “Gente de marketing adora os
que, para apresentar a bebida, escolheu projetos, mas eles param quando chegam ao
LUXO – Lustrada com
uma seleta garrafa estrangeira de cerâmica, cujo ouro, garrafa de chão de fábrica”, afirma Schumacher.
acabamento de lustre leva 3% de ouro puro. A cerâmica da Samuel Para mostrar na prática ao empresariado
origem dessa embalagem? O Brasil. Adams Utopias vai de nacional algumas possibilidades de trabalho com
navio de Santa Catarina
Quem a produz é a Ceramarte, de Rio Ne- suas embalagens, a Ceramarte adquire licores e
para os Estados Unidos
grinho (SC). Conhecida entre os colecionadores cachaças nobres e os comercializa, sob marcas
de canecos de chope e com negócios em utensílios próprias, em garrafas originárias de seus fornos.
domésticos, a empresa coordena um trabalho de Há a aposta de que cachaças podem ser um canal
prospecção de produtos no mercado americano Ceramarte para os recipientes de cerâmica. “Produtores de
(47) 641-1111
desde 1973. Mais recentemente, passou a apostar www.ceramarte.com.br
rótulos nobres vêm sinalizando interesse”, revela
no potencial das embalagens por lá. Deu certo. o dirigente da Ceramarte. “Também queremos
FOTO: DIVULGAÇÃO

A aproximação com a dona da marca Samuel mostrar que nossas garrafas têm em sua retaguarda
Adams ocorreu há cerca de três anos. Fornecedora capacidade industrial e tecnologia para atender
e cliente desenvolveram o formato da garrafa da bebidas de prestígio aqui no Brasil.”

30 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


exportações >>> chás prontos

Por conta dos chás


Marca Brasil ganha primeiro uso em embalagens regulares

C
riada a partir de um esforço conjunto
entre governo e setor privado para
padronizar a divulgação da imagem
do Brasil no exterior, fomentar o
turismo e identificar lá fora os produtos daqui,
a Marca Brasil, lançada em meados de março
(e abordada em EMBALAGEMMARCA nº 68,
abril de 2005), acaba de ganhar sua primeira
utilização em embalagens de uma linha regular
de produtos. Quem sai na frente é a fabricante
de bebidas Leão Junior. A versão for export
do chá pronto para beber Matte Leão passa
CHANCELA – Bebidas
a carregar, no rótulo que decora sua garrafa para exportação da
plástica, a estampa da Marca Brasil. Vale Leão Junior são os
esclarecer que, antes, a AmBev, a Penalty e a primeiros produtos
regulares a ostentar
Abic – Associação Brasileira da Indústria do
em seus rótulos a
Café, entre outros nomes, já haviam adotado a logomarca-pátria
Marca Brasil em embalagens, porém de edições Gráfica Serena
limitadas. Desenhado pela agência paranaense (41) 3274-2424
Kommdesign, o rótulo é produzido pela Gráfica www.graficaserena.com.br

Serena, de Curitiba. Kommdesign


Perto de completar 105 anos e na liderança (41) 3029-2131 país, agregando valor de procedência e criando
do mercado brasileiro de chás, a Leão Junior www.kommdesign.com.br
sinergia entre a comunicação das organizações
também está adotando a logomarca patriótica, Marca Brasil exportadoras”, entende Roger Rieger, consultor
cujo visual foi desenvolvido pelo designer marcabrasil@embratur.gov.br e gestor de marketing da Leão Junior. Novas
Kiko Farkas, no rótulo de outra bebida, a Iced utilizações da Marca Brasil em embalagens
Tea de 500ml destinada aos Estados Unidos devem aparecer em breve. Segundo um balanço
(na imagem em destaque). “Investir na Marca divulgado pela Embratur, só até meados de
Brasil significa aumentar a identificação de julho a logomarca já havia gerado quase 600
produtos genuinamente brasileiros com o nosso solicitações de uso por empresários.

Se fosse marca, Brasil seria força intermediária


Deu na Nation Brands Index, das exportações, confiabilidade China (21º) e Rússia (24º). O
uma pesquisa conduzida por do governo, vontade de investir motivo do levantamento? “A glo-
uma parceria entre a consultoria ou morar no país, relevância da balização cada vez mais faz as
americana GMI e o especialista cultura e avaliação da população –, pessoas observarem países como
em branding Simon Anholt: caso o ranking consagrou a Austrália produtos, na medida em que ela
transformássemos países em como marca mais forte do pla- intensifica a competitividade entre
marcas comerciais, o Brasil seria neta. Na seqüência, pela ordem, as nações, que dia após dia lutam
dono da 15ª marca mais podero- vêm Canadá, Suíça, Inglaterra, pela atenção, respeito e confiança
sa do mundo. Calculado a partir Suécia, Itália e Alemanha. Os de investidores, turistas e consu-
das opiniões de 10 000 consumi- Estados Unidos ficaram em 11º midores”, dizem os responsáveis
FOTO: DIVULGAÇÃO

dores de diversas nacionalidades lugar. Num cotejo com outras pelo estudo. Maiores informações
acerca da imagem de 25 países economias emergentes, o Brasil sobre ele podem ser obtidos em
em seis quesitos – turismo, força ficou à frente de México (16º), www.nationbrandindex.com.

32 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


Sob nova direção Imaje oferece codificação in-house
A feira de alimentos e embalagens Fispal
Em vez da aquisição de codificadoras, dutivas e que não dispõem de capital
possui novo CEO. É o jornalista e publici-
tário Flávio Corrêa, ex-diretor da Ogilvy outsourcing, contratando-se a própria para investir em novas codificadoras.
& Mather e ex-presidente da Associação fabricante do equipamento para a admi- Linhas de embalagens primárias, secun-
Brasileira de Agências de Publicidade. nistração dos processos de codificação dárias e terciárias podem ser contem-
Corrêa é apresentador do talk show Sala no parque industrial. Essa modalidade pladas pelo serviço.
Vip, da Rede CNT de Televisão. do sistema in-house para a impressão (11) 3305-9455 • www.imaje.com.br
de dados em embalagens faz sucesso
De malas prontas? nos países europeus. Agora, passa a
Segundo o jornal Financial Times, a mul- ser oferecida ao empresariado nacio-
tinacional de embalagens O-I (Owens- nal pela Imaje do Brasil, sob o nome
Illinois) cogita transferir sua matriz dos Printing Service. O serviço engloba
Estados Unidos para Londres até 2010.
instalação de codificadoras, treinamento
O motivo, diz o FT, seria a localização da
dos operadores na planta do cliente,
capital inglesa quanto aos fusos-horá-
rios mundiais, o que a tornaria um centro peças de reposição e manutenções
estratégico para negócios globais. mediante o pagamento de uma mensa-
lidade fixa, que independe de volumes
Bye, bye tampas de produção. Segundo a Imaje, a oferta
A Crown Holdings, controladora da do serviço mira as indústrias que neces-
Crown, Cork & Seal, anunciou a venda de sitam modernizar seu parque, substituir
seu negócio de tampas plásticas, com 29 máquinas com poucos recursos ou que
fábricas em 15 países e cerca de 3 500 já não atendem às suas cadências pro-
funcionários, para fundos administra-
dos pelo grupo europeu PAI Partners. O
negócio é de cerca de US$ 750 milhões. Latinhas são ou não são vetores?
Uma proposta de lei do deputado com proteção. As coisas precisam
Câmbio na Klabin federal José Divino (PMDB-RJ), em mudar”, bradou Divino numa reporta-
José Taragano é o novo diretor da uni- tramitação na Câmara, quer obrigar gem da Folha Online. A Abralatas –
dade de Negócios de Embalagens de
os fabricantes de cervejas, refrigeran- Associação Brasileira dos Fabricantes
Papelão Ondulado da Klabin. Ex-diretor
tes e sucos a colocar selos de látex de Latas contra-argumenta afirmando
da Alcoa, Taragano também integra a
diretoria executiva da Klabin. nos bocais das latinhas de aço e que o risco de contaminação pelas
alumínio. Uma pesquisa conjunta das latinhas ainda não foi comprovado
Qualidade auferida universidades fluminenses Gama Filho cientificamente. “Em lugar nenhum do
Dando continuidade ao seu processo de e Universidade Estadual do Norte mundo há a obrigatoriedade de qual-
gestão da qualidade, a transformadora Fluminense (Uenf) detectou bactérias quer tipo de invólucro”, rebateu Paulo
de embalagens plásticas Sincoplastic, e fungos em latinhas comercializadas Camilo Penna, diretor da entidade.
de São Paulo, recebeu no fim de agosto na Baixada Fluminense – e lastreia O tema promete. Além do projeto de
a recertificação pela ISO 9001 versão o pedido do político por uma maior Divino, pelo menos outros dez sobre
2000, conferida pela SGS. garantia de higiene ao consumidor. ampliação da proteção em latinhas
“Canudos já estão vindo embalados com selos tramitam na Câmara.
Sintonia com a cliente
A Markem Brasil acaba de concluir a
venda de sete impressoras/aplicadoras
de rótulos modelo Cimjet 200 para a
L’Oréal brasileira. Os equipamentos irão
codificar as caixas de embarque da linha
de xampus Garnier. “O negócio faz parte
do projeto mundial de rastreabilidade
da L’Oréal, do qual a Markem participa
como parceira e fornecedora preferencial
de soluções em marcação e codificação”,
diz Paulo Afonso Ribeiro, gerente comer-
cial da Markem Brasil.

36 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


KHS irá entrar em alimentos no Brasil Abre divulga
Mais conhecida no mercado nacional no novo negócio, a KHS Brasil irá
por seus equipamentos de envase e investir 500 000 dólares em sua plan- desempenho
embalagem para bebidas, a alemã ta industrial. O diretor-presidente da do 1º semestre
KHS prepara, através de sua subsi- KHS Brasil, Luiz Fernando Gomes, A Abre – Associação Brasileira de
diária KHS Brasil, o início do forneci- também já anunciou planos de nacio- Embalagem divulgou no dia 31 de
mento local de máquinas de emba- nalização de máquinas para embala- agosto os dados do desempenho
lagens para alimentos. As primeiras gens flexíveis de snacks, bolachas e econômico do setor, em evento
delas, para o acondicionamento de pet food e para cartuchos de peque- realizado em São Paulo. O estudo,
balas e dropes, começarão a ser no porte, para alimentos em geral. conduzido pela Fundação Getúlio
fabricadas já em 2006. Para debutar (11) 6951-8347 • www.khs.com.br Vargas com exclusividade para a
Abre, foi apresentado pelo econo-

“Nem todas as embalagens de biscoito, por mista Salomão Quadros, coorde-


nador de análises econômicas da
exemplo, vêm com a mesma quantidade em FGV. Os números mostram uma
desaceleração em relação ao ano
quilogramas. O consumidor que compra pelo de 2004, mas o balanço foi positivo.
A produção física de embalagens
preço sem conferir o peso pode levar para casa registrou crescimento de 1,81%

um produto bem mais caro sem nem desconfiar” no primeiro semestre de 2005, em
comparação com o mesmo perío-
Da deputada distrital Arlete Sampaio (PT-DF), autora do projeto que originou a lei nº 3.638 de 2005, do de 2004, e a previsão da FGV é
que obriga todos os supermercados de Brasília a acrescentar às etiquetas de preço das prateleiras que ela termine o ano 2,9% maior
o preço da unidade de medida do produto – metro, quilograma e litro – para facilitar a comparação
do que no ano passado.
de preços reais das mercadorias. A lei entrou em vigor no Distrito Federal em 28 de julho.
Quando separado por materiais,
o desempenho do setor mostra
Omo e Coca-Cola, variações significativas. O vidro,
que terminou 2004 com queda
rainhas em recall na produção da ordem de 11,2%,
cresceu 4,6% no 1º trimestre deste
Como acontece na maioria das pesquisas
ano, e 9,6% nos três meses seguin-
sobre lembrança de marcas no Brasil, Omo
tes. As embalagens metálicas, por
e Coca-Cola foram top of mind da segunda sua vez, que tinham terminado o
pesquisa sobre marcas mais prestigia- ano de 2004 com crescimento de
das pelo consumidor brasileiro promovida 2,3% (o mesmo que a média do
pela Associação Brasileira de Anunciantes setor), apresentaram quedas de
(ABA) em parceria com a consultoria Top 6,4% e 7,5% nos dois primeiros
Brands. O anúncio foi feito em mea- trimestres de 2005, respectivamen-
dos de agosto, durante o Fórum te. O melhor desempenho ficou
por conta das embalagens de
Internacional ABA Branding 2005.
madeira, que após terminar 2004
Omo, da Unilever, obteve 82% de
com aumento de 10,4%, voltaram
menções na categoria de deter- a crescer na casa dos dois dígi-
gente em pó, enquanto Coca- tos nos dois primeiros trimestres
Cola amealhou 57% das lem- deste ano (16,3% e 23,2%). As
branças em refrigerantes. As duas embalagens celulósicas, com cres-
marcas também foram campeãs cimentos de 1,9% e 2,0%, ficaram
da primeira edição da pesquisa, aquém do desempenho de 2004,
no ano passado. O levantamento, quando apresentaram expansão de
6,7%. No sentido oposto, as emba-
realizado pelo instituto de pesquisa
lagens plásticas, que terminaram
de mercado Quest, baseou-se em
2004 com crescimento pífio (0,8%),
entrevistas por telefone com 980
recuperaram-se nos dois primeiros
consumidores de São Paulo, Porto semestres deste ano, e cresceram
Alegre, Rio e Recife. às taxas de 7,4% e 8,4%.

38 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


evento >>> prêmio abre de design & embalagem

Tudo em viés de alta


Quinta edição do Prêmio da Associação Brasileira de Embalagem
mostra crescimento em participação e maior apuro técnico dos projetos

L
ançado para ser o concurso visual das apresentações dos produtos resultante dos votos colhidos no fim
oficial da cadeia nacional de nacionais mantêm-se na ascendente. de maio na capital paulista, durante a
embalagem, o Prêmio Abre “Os resultados obtidos confirmaram o feira de negócios Fispal Tecnologia, na
de Design & Embalagem, aumento da qualidade das embalagens, qual havia uma exposição com todas
organizado pela Associação Brasileira o que, aliás, é visivelmente exposto no as peças postulantes ao Prêmio. A
de Embalagem (Abre), reuniu mais de mercado”, comenta Luciana Pellegrino, seguir, EMBALAGEMMARCA mostra as
300 pessoas na cerimônia de revelação diretora executiva da entidade de classe. embalagens consagradas no concurso
dos laureados e de entrega de troféus De acordo com a Abre, a versão de deste ano. Vale lembrar que a citação
da sua edição de 2005, a quinta de 2005 de seu Prêmio movimentou 365 como vencedor cabe à empresa que
sua história. Ocorrida na noite de 24 inscrições de embalagens, 54 a mais que inscreve o projeto, e que os cases
de agosto numa casa de eventos em na edição do ano passado. Os projetos premiados ganham o direito de concorrer
São Paulo, a premiação passou recibo concorreram em 27 categorias distintas, no WorldStar, prêmio da Associação
de que a qualidade técnica e o apuro incluindo uma de escolha popular, Mundial de Embalagem (WPO).

MÓDULO DESIGN
Design Bebidas
Não-Alcoólicas
OURO FINO BLUE
Vencedor: Empresa de
Águas Ouro Fino
Design: Empresa de
Águas Ouro Fino
FOTOS: DIVULGAÇÃO

Convertedor: Plasticase
Design Família de Produtos
Usuário: Empresa de
Águas Ouro Fino
LINHA METALATEX PREMIUM
Vencedor: Ph2 Full Creativity
Design: Ph2 Full Creativity
Convertedor: Cerviflan
Usuário: Sherwin-Willians

Design Higiene e Limpeza


NOVA MARCA VEJA –
Design Marcas Próprias PERFUMES DA NATUREZA
LINHA DE PRODUTOS PÃO DE AÇÚCAR Vencedor: Matriz Escritório de Desenho
Vencedor: Grupo Pão de Açúcar Design: Matriz Escritório de Desenho
Usuário: Grupo Pão de Açúcar Usuário: Reckitt Benckiser

40 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


Design Alimentos
Salgados
Design Alimentos Doces
LINHA GRANO
MISS DAISY TORTA D´ORO DA ADRIA
Vencedor: B+G
MOUSSE CHOCOTTONE
Designers
Vencedor: Klabin
Design: B+G
Design: Team Creatif
Designers
Convertedor: Klabin
Convertedor:
Brasilgráfica
Converplast Meister
Usuário: Sadia
Usuário: Adria
Alimentos

Design Bebidas Alcoólicas


SAGATIBA CACHAÇA INOVAÇÃO
Vencedor: Owens-Illinois
Design: Owens-Illinois / F/Nazca
Convertedor: Owens-Illinois/
Prodesmaq
Usuário: Sagatiba

Design Bricolagem
EMBALAGEM VISUAL PARA
DUCHAS MANUAIS DECA
Vencedor: Deca
Design: Deca
Convertedor: Gráfica São
Januário/ LGE Embalagens
Usuário: Deca

setembro 2005 <<< EmbalagemMarca <<< 41


Design Cosméticos
e Cuidados Pessoais
DESODORANTE COLÔNIA LINDA
Vencedor: a10 Design
Design: a10 Design
Convertedor: Gráfica Greco
Prete/Pochet/Megaplast/
Emsar/Alcan TPI
Usuário: O Boticário
FOTOS: DIVULGAÇÃO

Redesign Produtos em Geral Design Saúde e


BAYMEC PROLONG Farmacêuticos
Vencedor: ZGRAPH Design FLÚOR CARE
Design: ZGRAPH Design Vencedor: Design
Convertedor: Frascomar/ Inverso
Gráfica Rosset/Polaris Design: Design
Usuário: Bayer Inverso
Convertedor: Caeté
Embalagens/Propack
Usuário: FGM Pro-
dutos Odontológicos

Design Miscelânea
SOFT BENEFITS – SET DE CAFÉ
Vencedor: Abille WOW
Design: Abille WOW
Convertedor: Associação de
Famílias Carentes de Palmital
Usuário: Santander Banespa

MÓDULO
EMBALAGEM
Embalagem Destaque
Miscelânea
EMBALAGEM PARA MUDAS Redesign Alimentos
DE HEMEROCALLIS e Bebidas
Vencedor: Design Inverso ESPUMANTE DE GRÊVILLE
Design: Design Inverso Vencedor: Saint-Gobain
Convertedor: Box Print Design: Saint-Gobain
Usuário: Agrícola da Ilha Convertedor: Saint-Gobain
Usuário: Bacardi-Martini

42 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


Embalagem Destaque
Bebidas
RÓTULO CACHAÇA
SAGATIBA
Vencedor: Prodesmaq
Design: F/Nazca /
Owens-Illinois
Convertedor:
Prodesmaq/
Embalagem Destaque
Owens-Illinois
Promocional
Usuário: Sagatiba
30 ANOS NEVE
Vencedor: Metalgráfica
Palmira
Design: Metalgráfica
Palmira
Convertedor: Metalgráfica
Palmira
Usuário: Kimberly-Clark

Embalagem Destaque
Alimentos
SERV-OPEN
Vencedor: Metalgráfica
Palmira
Design: Metalgráfica
Palmira
Embalagem Destaque Higiene e Limpeza Convertedor:
FAMÍLIA SAPÓLIO RADIUM Metalgráfica Palmira
Vencedor: MN Design Usuário: Polenghi
Design: MN Design
Convertedor: Propack
Usuário: Bombril

Embalagem Destaque
Inovação Tecnológica
EMBALAGEM PARA
HOT POCKET SADIA
Vencedor:
Brasilgráfica S.A.
Design: Team Creatif
Convertedor:
Brasilgráfica S.A.
Usuário: Sadia
Embalagem Destaque Exportação
SLEEVE PARA CAFÉ TURMALIN
Vencedor: Sleever International
Design: Nakazawa
Convertedor: Nissei ASB/ Embalagem
Sleever/Sonoco For-Plas Destaque Design
Usuário: Fatec Industrial
LATA EXPANDIDA
NESCAU
CAPPUCCINO
Vencedor: Nestlé
Design:
MÓDULO ESPECIAL FutureBrand
Convertedor: CBL
– Cia. Brasileira de
Latas
Usuário: Nestlé

Especial Embalagem Especial - Estudante


do Futuro EMBALAGEM PARA
LIFE XTENSION PRESERVATIVO MASCULINO
Vencedor: Raquel Vencedor: Eduardo Egydio/
Carpigiani Teixeira Loize Dalco/Paula Kimpara
Embalagem Destaque
Cosmética, Cuidados Pessoais,
Saúde e Farmacêuticos
Especial – PRATICIDADE COM ESTILO
Voto Popular Vencedor: Kimberly-Clark
LINHA DE Design: Oz Design
PANETONES OFNER Convertedor: Rhotoplás
Vencedor: Ibratec Embalagens Flexíveis/Grupo Orsa
Artes Gráficas
FOTOS: DIVULGAÇÃO

Design: Art Graphics


Convertedor: Ibratec
Artes Gráficas
Usuário: Ofner

Especial – Ecodesign
CREMES DE LINHAS Empresa do Ano
EKOS INTERNACIONAL NATURA
Vencedor: Natura Cosméticos COSMÉTICOS
Design: Natura Cosméticos
Convertedor: TPI Molplastic
Usuário: Natura Cosméticos

44 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


entrevista >>> Guido Pelizzari

“Os chineses são uma


lição para o mundo”
P
oucas semanas atrás, a Associação Brasileira Recentemente a Abimaq queixou-se de queda na produção
da Indústria de Máquinas e Equipamentos de bens de capital para cobrar mudanças na política eco-
(Abimaq) cobrou publicamente mudanças nômica do governo. Como tem sido o desempenho da área
na política econômica do governo. Entre as de equipamentos para a indústria do plástico?
reclamações endereçadas ao presidente Lula Numa análise superficial, as coisas vão bem, porque o
em plena crise política, a entidade ressaltou “queda expres- setor cresceu 56% entre 2003 e 2004. Porém, a base de
siva” na produção de bens industriais. O quadro de estag- dados de crescimento foi obtida sobre um ano muito
nação nos investimentos estaria afetando diversos setores, fraco. Em 2003, o mercado de bens industriais, como toda
entre eles o de máquinas para a indústria do plástico, um dos a economia brasileira, diminuiu ou ficou estagnado. Se
mais importantes elos da cadeia de embalagens. analisarmos, por exemplo, a média de investimentos em
O italiano Guido Pelizzari é possivelmente um dos profissio- equipamentos para a indústria do plástico entre 1975 e
nais mais indicados para comentar o atual cenário do merca- 1978, notamos que ela é maior do que a média constatada
do brasileiro de equipamentos como extrusoras, sopradoras entre 1999 e 2004. Ou seja, de lá para cá houve retração. O
e injetoras. Presidente da Câmara Setorial de Máquinas e setor de transformação de plástico é muito ligado ao PIB.
Acessórios para a Indústria do Plástico (CSMAIP), ligada Quando o PIB cresce, o volume de investimentos cresce
à própria Abimaq, ele é também diretor-geral da Sandretto a taxas superiores. Quando o PIB cai, o setor de plásticos
do Brasil, considerada a única fabricante multinacional de sofre queda maior, influenciando toda a cadeia.
injetoras plásticas com unidade produtiva no Brasil.
Em seu segundo mandato à frente da CSMAIP, Pelizzari O senhor saberia precisar a atual taxa de ociosidade do
está no comando da fábrica brasileira da Sandretto desde setor representado pela CSMAIP?
sua inauguração, em 1999. Muitos antes disso, porém, o No primeiro semestre deste ano trabalhamos com capa-
executivo vive o dia-a-dia do mercado brasileiro de trans- cidade de aproximadamente 90%. Em 1983, esse índice
formação de plásticos. No país desde 1976, ele começou era de 70%.
a fabricar sob licença máquinas com a marca Sandretto no
início da década de 90. Nos anos 80 também esteve intensa- Essa evolução abre a perspectiva de novas fábricas de
mente envolvido com o segmento de injetoras. máquinas para a indústria do plástico serem construídas
Em meio a sucessivos compromissos no exterior, Pelizzari no país?
conversou por telefone com EMBALAGEMMARCA, aprovei- A capacidade produtiva instalada no país hoje é mais do
tando a oportunidade para reiterar e aprofundar as críticas que suficiente para acompanhar o desenvolvimento da
que a diretoria da Abimaq fez ao governo Lula, além de necessidade do mercado brasileiro. Quando falamos que as
alertar sobre a invasão de obsoletas máquinas asiáticas no fábricas trabalham com 90% de capacidade produtiva, esse
mercado brasileiro. cálculo é feito sobre um só turno de trabalho. Hoje, se o

Guido Pelizzari, presidente da Câmara Setorial de


Máquinas e Acessórios para a Indústria do Plástico
(CSMAIP), da Abimaq, comenta os problemas macro-
econômicos que afligem o setor de bens duráveis
DIVULGAÇÃO

46 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


entrevista >>> Guido Pelizzari

mercado fosse realmente ativo, poderíamos triplicar nossa da economia em 2004. A maioria das empresas do setor de
capacidade produtiva trabalhando em três turnos. Ocorre transformação de plástico passou de 2004 para 2005 com
que quase todos os fabricantes de máquinas trabalham em uma importante carteira de pedidos. Agora essa carteira
um só turno. Não é verdade que o país precisa importar está diminuindo, sendo lentamente comida. Se o governo
bens de capital no setor de plástico porque os fornecedores não baixar os juros, e não incentivar os investimentos, o
não estão atendendo à demanda. setor de bens de capital pode ser fortemente afetado.

Um dos termômetros do crescimento Então as projeções pessimistas sobre


do setor representado pela CSMAIP “O transformador o futuro desempenho da economia
é o consumo de plásticos per capita. brasileira fazem sentido?
Como tem sido a evolução desse Absolutamente, sim. O desempenho
índice, e quais suas perspectivas de
brasileiro está comprando da economia brasileira é ruim, se
crescimento no Brasil? considerarmos que a economia do
Segundo a Abiplast, em 2004 o con- equipamentos da Ásia mundo está crescendo. Os Estados
sumo per capita brasileiro de plás- Unidos têm um crescimento fortís-
ticos foi menor do que em 2000, com características simo. A Europa está voltando a cres-
caindo de 24,4 quilos para 23,6 qui- cer. Da Ásia nem se fala. Quando
los. A média européia corresponde a tecnológicas de vinte anos percebemos que o crescimento de
99 quilos por habitante. No México países desenvolvidos é maior do
o consumo está em 43 quilos por
habitante. É claro que, se o poder
atrás. (...) Deveríamos que o brasileiro, torna-se claro que
alguma coisa está errada. Ou seja,
aquisitivo da população brasileira por estar em desenvolvimento, o
crescer, haverá uma vinculação com crescer no mínimo 7% este Brasil deveria crescer muito mais
o consumo per capita de plástico. A do que países já desenvolvidos. A
participação do setor de transforma- ano. Se tudo der certo, China, por exemplo, está crescen-
ção de plásticos, o que não inclui os do muito mais do que a economia
equipamentos, foi de 2,26% no PIB cresceremos 3,5%. americana. O Brasil está perdendo
nacional em 2004. Uma das espe- o trem. Considerando o crescimento
ranças é a indústria automobilística. É uma vergonha para um em nível mundial, nós deveríamos
Hoje os carros têm alta percenta- crescer no mínimo 7% este ano.
gem de plástico, aproximadamente Mas a previsão, se tudo der certo, é
100 quilos de plástico por unidade
país em desenvolvimento” crescer 3,5%, o que é uma vergonha,
produzida. O Brasil é um grande considerando que somos um país em desenvolvimento.
exportador de carros. Mas com o real tão valorizado, as Para a Índia é previsto um crescimento de 8%. Nós esta-
exportações estão sendo inibidas. Isso inclui também a mos muito abaixo do nível de crescimento da economia
exportação de produtos plásticos acabados. mundial.

E quanto à cadeia de embalagens? Qual a importância A base instalada de máquinas para a indústria brasileira
desse setor para os fabricantes de equipamentos para a do plástico se nivela ao resto do mundo? Ou o senhor diria
indústria plástica? que o cenário nacional está defasado?
A importância da cadeia de embalagens também é crescen- Nos equipamentos em geral, e especificamente na área
te. Basta dizer que, no universo de transformação de plástico de extrusoras, injetoras, sopradoras e máquinas de corte
no Brasil, atualmente 40% da matéria-prima vai para o e solda, é no mínimo igual ao resto do mundo. Porém, os
segmento de embalagens. Desse total, os filmes represen- fabricantes de máquinas ficam estarrecidos, perplexos e
tam 31%, seguidos pelo setor de sopro, com participação de atônitos ao ver que o transformador brasileiro está com-
17%, injeção, com 16%, e termoformagem, com 6%. prando equipamentos da Ásia, da China e em especial
modo de Taiwan, que têm características tecnológicas
Apesar da crise política, a economia continua a operar de máquinas que se produziam no Brasil há vinte anos.
num ritmo apreciável. Nesse sentido, o senhor diria que é Apresentam consumos energéticos altíssimos, a maio-
equivocada a percepção, de parte do empresariado, de um ria não opera com sistema de controle a anel fechado.
quadro de estagnação nos investimentos industriais? Portanto, parte do setor brasileiro de transformação de
Nós ainda estamos colhendo os benefícios do crescimento plásticos está se colocando num patamar tecnológico

48 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


entrevista >>> Guido Pelizzari

de vinte anos atrás. O preço explica esse fenômeno. As dinheiro para investir em equipamentos mais sofisticados.
máquinas asiáticas estão entrando no país com o custo da Essa é uma das razões da invasão de equipamentos asiáti-
matéria-prima aqui no Brasil. Porém, quando considera- cos. Por outro lado, temos que defender um pouco a segun-
mos a incidência do custo de amortização sobre o produto da geração, porque a resina é vinculada ao petróleo. Se o
final, é absurdo que se compre uma máquina só porque ela petróleo está a 70 dólares o barril, e a resina é um deriva-
é barata. Junto com o baixo preço vem a improdutividade, do do petróleo, é óbvio que ela aumenta. É um processo
a imprecisão. Enfim, o que você poupa na máquina perde mundial. Provavelmente aqui no Brasil o aumento é maior
na produção. Existe falta de infor- devido à carga tributária na cadeia
mações e de consciência tecnológica “Um dos fatores de produtiva, ao alto custo do dinheiro.
por parte de quem compra esse tipo Porém, já que as resinas estão subin-
de equipamento. Por outro lado, a do, o transformador deveria investir
China é um dos maiores importado-
competitividade da em equipamentos muito mais produ-
res de máquinas injetoras do mundo. tivos, que permitam diminuir o custo
Importam máquinas de alto nível economia chinesa é por peça, em função da eficiência do
tecnológico, como as que são produ- equipamento.
zidas no Brasil. que a moeda deles é
Esse ganho de escala não vem ocor-
Ou seja, eles compram produtos subvalorizada em 35%, rendo?
bons e exportam equipamentos Não, porque muitos transformadores
atrasados?
Exatamente. Daqui a pouco, se o
40% em relação ao dólar. compram máquinas de vinte anos
atrás. O país tem um juro tão alto,
fabricante nacional não abrir os uma taxa de câmbio tão desfavo-
olhos, serão exportados os produtos
Enquanto isso, o real no rável, que realmente parece que se
plásticos acabados que eles fazem, quer combater o desenvolvimento da
e não somente os equipamentos. último ano e meio se indústria nacional.
Enfim, o parque industrial brasileiro
está se tornando obsoleto em função valorizou em 30%. Só aí Que tipo de ações a CSMAIP tem
da dificuldade que o transforma- desenvolvido para criar o que o
dor enfrenta ao tentar ter acesso a existe uma diferença por senhor chamou de consciência tec-
linhas de crédito de baixo custo. Se nológica?
considerarmos que muitas máquinas Estamos fazendo um trabalho muito
são compradas por preço, e não por
efeito cambial de 70%” forte para ajudar os empresários a
tecnologia, a tendência é que esse parque industrial fique entender que eles estão tomando um caminho que os preju-
ainda mais obsoleto. O fato de o transformador ser esma- dica. É um tiro no pé. Daqui a pouco, também os produtos
gado por alta carga tributária também força essa situação. plásticos chineses acabados vão chegar ao Brasil com as
A médio prazo isso vai enfraquecer ainda mais a atualiza- mesmas características, ou seja, custando o mesmo que a
ção tecnológica do setor. matéria-prima usada pelo transformador brasileiro.

Qual a participação dos países asiáticos na importação Embora atendam importantes clientes por aqui, poucos
brasileira de máquinas plásticas? fabricantes multinacionais de injetoras plásticas têm
Em número de máquinas, só a China já representa 60% de fábricas no Brasil. Por que esse número é reduzido?
todos os equipamentos importados pelo Brasil. Hoje, as Porque a política de custo fiscal, a política de custo do
máquinas completas chinesas estão chegando a um custo trabalho e a política do custo do dinheiro afugentam os
médio de 2,30 dólares o quilo. O custo da matéria-prima, investimentos produtivos, premiando os investimentos
do fundido, aqui no Brasil também é 2,30 dólares o quilo. especulativos. Se o Brasil continuar com essas políticas,
vai perder um momento histórico em que poderia tornar-
Em virtude da pressão de preços exercida pelos fabrican- se uma das maiores potências do mundo. Estamos nos
tes de resinas, os transformadores têm reclamado de um reduzindo a exportadores de commodities, principalmente
processo de achatamento de suas margens de ganho. Em minério e outras matérias-primas não-renováveis, e con-
que medida esse problema tem afetado os fabricantes de tinuamos importando um bocado de produtos acabados
máquinas para a indústria do plástico? com alto agregado de mão-de-obra. O Brasil precisa de
Que o setor está empobrecendo, não há dúvidas. Não há investimentos na indústria.

50 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


plásticos >>> degradação rápida

Apelo verde na cabeça


Laboratório lança primeiro xampu com frasco e tampa oxi-biodegradáveis

Q
uase dois anos atrás, os plásticos sócia-diretora da NYX. As tampas são inje-
de rápida degradação, obtidos pela tadas com a mesma resina termoplástica e,
adição de uma especiaria às suas como os frascos, decompõem-se dois anos
fórmulas, deram alô ao cenário após o descarte. Todo o processo de desenvol-
nacional de embalagens na forma de sacolas vimento do novo recipiente ambientalmente
e outros envoltórios flexíveis. Desde então se mais correto levou quase três meses. Agora, a
aguarda com certa expectativa o espraiar des- Medicatriz procura soluções mais ecológicas
ses materiais aos recipientes rígidos. Afinal, para o rótulo do frasco, atualmente um auto-
são essas as embalagens de maior visibilidade adesivo comum de papel. “Nossa idéia inicial
no ambiente – são as que mais geram volume era utilizar etiquetas de papel reciclado com
nos lixões, que bóiam nos cursos d’água. adesivo degradável, porém não encontramos
Ainda não é uma difusão, mas acaba de che- uma resposta no mercado para nossa escala,
gar ao mercado o primeiro xampu com frasco que é modesta”, diz Gonçalves. Fica dado o
e tampa oxi-biodegradáveis – adjetivo cunha- recado aos fornecedores.
do para definir a decomposição acelerada que

DIVULGAÇÃO
esses plásticos especiais sofrem no contato
prolongado com oxigênio, microorganismos,
Ebulição rende visita
água e raios solares. No início de agosto a inglesa
Integrante de uma linha de produtos para Symphony, detentora da tecnologia
combate da calvície, o Fortesse NC Bioseiva de degradação rápida de polímeros
Xampu Ecológico é produzido pela paulistana que está se difundindo no país, a
Medicatriz sob grandes cuidados ambientais. D2W, esteve em São Paulo para
“Até onde sabemos, ele é o primeiro xampu participar de um encontro com enti-
do mundo sem sulfatos como tensoativos”, dades de classe nacionais da indús-
afirma Marcos Moisés Gonçalves, diretor tria de plásticos, como a Plastivida
científico da Medicatriz. Os sulfatos são gran- e a Abief – Associação Brasileira da
Indústria de Embalagens Plásticas
des responsáveis pelas espumas químicas que
Flexíveis. Foi uma oportunidade para
se formam nos rios. Segundo Gonçalves, a
Michael Laurier, CEO da Symphony,
fórmula do produto utiliza contratipos impor-
e Michael Stephens, diretor técni-
tados da Alemanha, que se degradam uma
co, esclarecerem dúvidas sobre a
semana depois de descartados na natureza.
tecnologia. O Brasil é um mercado
Daí a idéia de utilizar uma embalagem sinto-
em ebulição para a companhia. Já
nizada com esse diferencial.
passam de 200 os produtos oxi- PRIMEIRO – Frasco
O laboratório procurou a RES Brasil, e tampa do xampu
biodegradáveis desenvolvidos no
empresa que licencia no mercado nacional o Fortesse NC Bio Seiva
país, entre itens regulares e spot.
aditivo com a tecnologia de rápida degradação se decompõem dois
“Temos registrado uma média de anos após descartados
D2W, da inglesa Symphony, e a colocou em
quatro lançamentos por semana”,
contato com a sua fornecedora de embalagens,
informa Eduardo Van Roost, diretor
a NYX. Especializada no sopro de frascos
superintendente da RES Brasil, a
para indústrias de cosméticos e farmacêuticos, responsável pelo licenciamento da
a NYX realizou alguns testes e rapidamente tecnologia da Symphony no Brasil e NYX
teve êxito no trabalho com o aditivo. “A única no Mercosul. Segundo ele, outros (11) 4787-5584
preocupação foi utilizar polipropileno random frascos de degradação acelerada www.nyx.ind.br
no sopro, pois polipropileno comum poderia estão na iminência de serem oficial- RES Brasil
implicar em problemas de solda do fundo mente lançados. (19) 3871-5185
do frasco”, comenta Flávia Fogaça Ashcar, www.resbrasil.com.br

52 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


Mais do que só máquinas
Heidelberg explora Open House 2005 para divulgar reestruturação operacional

A
lém de marcar a chegada de novos de vedete do Open House 2005, realizado em
equipamentos gráficos ao merca- São Paulo, na Print Media Academy (PMA),
do brasileiro, o Open House 2005 foi a Speedmaster XL 105. Apresentado ini-
promovido em agosto último pela cialmente na drupa 2004, onde já havia sido
Heidelberg consolidou a reestruturação ope- uma das grandes sensações no estande da
racional pela qual a empresa passou recente- Heidelberg, o equipamento é considerado a
mente, quando foram criados novos serviços última palavra na produção de embalagens,
e divisões. A fabricante aproveitou seu even- rótulos e materiais promocionais.
to anual, que contou com a presença de parte
do corpo de diretores da matriz alemã, para Duas que valem por três
divulgar o lançamento de ferramentas de Destinada a gráficas com grandes volumes
assistência pós-venda e de uma linha própria de impressão, a XL 105 é capaz de impri-
de produtos de consumo, além de sua entrada mir 18 000 folhas por hora no formato 75
no mercado de máquinas gráficas usadas. PULO DO GATO x 105 centímetros. De acordo com Diego
Na parte de equipamentos sem uso, embo- – Speedmaster XL 105 Hellmuthhäuser, gerente da divisão de solu-
com visão panorâmica
ra o evento tenha sido pródigo em novidades no pé da página:
ções planas da Heidelberg no Brasil, o ganho
destinadas ao mercado editorial – como alce- robustez e ganho de de produtividade atinge 75%. “Duas XL 105
adeiras, dobradeiras e grampeadeiras, a gran- produtividade de 75% fazem o trabalho de três máquinas conven-
cionais”, ele coteja.
Antes desse esperado lançamento, a sub-
sidiária brasileira da Heidelberg se estruturou
para oferecer toda a consultoria necessária
sobre a Speedmaster XL 105. Uma unidade
da máquina foi instalada na PMA, localizada
no âmbito da Escola Senai Theobaldo De
Nigris, no bairro paulistano da Mooca, onde
técnicos e operadores de gráficas compra-
doras receberão o treinamento relativo ao
equipamento.
Outro destaque em máquinas para aca-
bamento de cartuchos e embalagens foi o
FOTOS: DIVULGAÇÃO

modelo Kama TS 74, de corte e vinco e rele-


vo. Entre seus diferenciais está a aplicação de
hot stamping inclusive nas superfícies com
relevo. Com design compacto e velocidade

54 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


máxima de 4 500 folhas por hora, a máquina PORTFÓLIO AMPLIADO
é oferecida pela Heidelberg para trabalhos de – Marcos Roque,
gerente da linha de
alta qualidade de acabamento executados em produtos consumíveis:
tiragens pequenas e médias. novos fornecedores
Na área de serviços, a Heidelberg apre- e homologações
sentou o systemservice, ferramenta de geren-
ciamento de relações com consumidores que,
segundo a empresa, garante assistência até a
revenda do equipamento. Entre as curiosida-
des do sistema há o Remote Service, solução
via internet que permite acesso remoto pelos
técnicos da Heidelberg às máquinas instala- Heidelberg
das em qualquer ponto do Brasil. (11) 5525-4500
Fechando o ciclo de soluções gráficas www.br.heidelberg.com

oferecidas, a Heidelberg anunciou a intenção


de aumentar sua participação no mercado de
produtos de consumo, onde atua há mais de cinco anos. Para isso a empresa está apostan-
do no chamado Projeto Saphira. Trata-se da
introdução no mercado brasileiro da marca
Saphira de produtos consumíveis, cujo con-
ceito foi criado pelo Conselho Mundial de
Consumíveis da Heidelberg. No Brasil, o
objetivo inicial é aumentar o portfólio de
O fornecedores de produtos como blanquetas,
ÇÃ
GA
S:
DIV
UL tintas, chapas digitais e convencionais e
TO
FO
filmes. Marcos Roque, gerente de produtos
de consumo da empresa, explica que, uma
vez homologados, os itens serão oferecidos
CORTE E VINCO –
Modelo Kama TS 74: com a marca Heidelberg Saphira, a “custos
hot stamping sobre relevo competitivos”.

Um “classificado” com mais de 3 700 metros quadrados


A inauguração oficial das instalações da unidade Por enquanto, a divisão só está trabalhando com
de equipamentos semi-novos, que contou com a máquinas de clientes locais, mas há a possibilida-
presença, entre outros, de Jürgen Rautert, dire- de de trazer produtos de outros países, principal-
tor técnico da Heidelberg, e Marcel Kiessling, mente da Europa.
presidente da Heidelberg para as Américas,
foi um dos pontos altos do Open House 2005.
Responsáveis por algo entre 20% e 25% das ven-
das da empresa, os equipamentos usados passa-
ram a ser dispostos num galpão de 3 700 metros
quadrados localizado na zona sul de São Paulo.
No local há desde máquinas de pré-impressão a
soluções de acabamento. Segundo Dieter Brandt,
presidente da Heidelberg para a América do Sul, a
comercialização de semi-novos começou há cinco
anos, experimentalmente. Com o crescimento
do negócio, a empresa decidiu estruturar uma
unidade. “É um sonho realizado”, define Brandt.
Roberto Reinheimer, responsável pela unidade,
lembra que o mercado de semi-novos é peculiar
no Brasil. Ele argumenta que muitos dos equipa-
mentos usados acabam ficando no próprio país.

56 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


Rumo ao dobro do que é
Avery Dennison investe para duplicar sua capacidade produtiva no Brasil

A
história de algumas empre-
Fábrica em Vinhedo (SP): 25 000 m2,
sas e a aposta que fazem
em área total quatro vezes maior
no futuro servem muitas
vezes de indicador das pos-
sibilidades de certos segmentos de
mercado. É o caso da Avery Dennison,
uma das maiores fabricantes mun-
diais de produtos auto-adesivos para
impressão. Mais de trinta anos atrás,
quando o uso e o próprio concei-
to desse sistema de decoração ainda
eram escassamente difundidos no país,
a empresa de origem americana já
os fornecia no Brasil. Eram lamina-
dos, em papel e em filme, importados
desde 1969 dos Estados Unidos e da
Europa por sua subsidiária local, a a matriz decidisse iniciar em Vinhedo, modernas edificações abrigam a fábri-
Fasson Mercantil, instalada em São a 100 quilômetros da capital de São ca, escritórios, laboratório, restaurante
Paulo. A Avery Dennison foi o primei- Paulo, a construção de sua fábrica em e área de lazer para os atuais 400 fun-
ro fabricante de auto-adesivos a chegar solo brasileiro. Desde então, a empresa cionários. Nesse espaço, rodam hoje
na América do Sul. não parou de crescer no país e se prepa- três laminadoras, 24 horas por dia, sete
Esse e os passos seguintes da ra para chegar ao final de 2005 com o dias por semana – e estão em fase de
empresa demonstraram mais uma vez dobro da atual capacidade produtiva. acabamento os preparativos para, em
que grandes corporações multinacionais A dimensão desse potencial pode breve, receber a quarta máquina, de
não fazem apostas, mas sim investimen- ser imaginada ante o tamanho das ins- origem européia.
tos com retorno garantido. Passaram-se talações: 25 000 m2 de área construída, Segundo a gerente de marketing
menos de três anos para que, estimulada numa área total quatro vezes maior, da Divisão de Materiais Brasil, Isabela
pelo êxito do sistema no mercado local, onde, em meio a jardins bem cuidados, Monteiro Galli, “essa intensa imple-

O crescimento por horizontes


Expandir ao máximo os negócios suas poucas regras fixas consiste implicar aumentos estruturais.
atuais e, ao mesmo tempo, criar nos prazos dados para alcançar Isabela tem uma longa lista de
e estimular negócios para o futu- cada uma das metas almejadas. resultados já obtidos, sobretudo no
ro são os objetivos que sintetizam No Horizonte 1, que em geral visa primeiro patamar, nos quais sobres-
os esforços em que estão perma- a atender necessidades específicas saem lançamentos de produtos
nentemente envolvidos os 400 e urgentes de clientes, a meta deve específicos e serviços, como bases
funcionários da unidade da Avery ser atingida em até 100 dias, uti- de auto-adesivos para impressão
Dennison do Brasil. Por tratar-se lizando recursos já existentes. No digital, para baixas temperaturas
de “um processo de crescimento Horizonte 2, em que se trabalha e o Fasson Global Co-Ex, ou “3 em
a curto, médio e longo prazos”, em médio prazo (dois a três anos), 1”, por oferecer transparência,
como explica a gerente de marke- procura-se expandir os negócios facilidade de conversão e flexibilida-
ting da Divisão de Materiais Brasil dos clientes. O Horizonte 3, onde de. Ela afirma que o processo “tem
da empresa, Isabela Monteiro se identificam e cultivam oportu- êxito total”. Os motivos? “Não exis-
Galli, o programa tem o nome de nidades de crescimento a longo tem regras, todos se envolvem e o
Horizontes. prazo, normalmente inclui investi- sucesso estimula a continuidade do
Operando em três níveis, uma de mentos expressivos e que podem programa.”

58 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


A competitividade tem evidenciado cada vez mais a neces-
sidade de diferenciação dos produtos e, na Kimberly-Clark
Brasil, acreditamos que a embalagem pode contribuir
intensamente nesse contexto, atuando como uma podero-
sa ferramenta de comunicação com o consumidor.
É primordial que o profissional de embalagens esteja em
sintonia com as tendências e com as novas tecnologias que
surgem quase que diariamente no mercado. Entendemos
que a revista EmbalagemMarca, com sua abordagem clara,
objetiva e atualizada do setor, tem dado a sua contribuição
aos profissionais que não querem ficar ‘para trás’.
Além de uma leitura prazerosa, temos o hábito de guardar
as revistas para serem utilizadas como fonte de pesquisa
de dados de mercado e tendências.
mentação de recursos faz parte da polí-
tica da empresa de investir seguida-
mente em sua presença na América do
Uma relação de interesses recíprocos
Sul, com vistas à contínua melhora do Consciente de que somente Isabela Monteiro Galli, gerente
atendimento aos clientes”. Um passo continuará crescendo se o mer- de Marketing da Divisão de
significativo foi dado em 2003, com a cado inteiro se desenvolver con- Materiais Brasil da empresa.
ampliação da área fabril para receber tinuamente, a Avery Dennison A Consultoria, que opera tanto
um coater vindo do Canadá, em con- do Brasil tem entre os serviços em salas dedicadas na fábrica
seqüência da aquisição internacional que oferece a seus clientes de Vinhedo (SP) quanto in-
da alemã JACStädt, em maio de 2002. uma área de Consultoria de house nas empresas clientes,
Com a fusão, a Avery Dennison não só Negócios. Trata-se de um pro- já treinou mais de 400 pessoas
incorporou a reconhecida tecnologia da grama de relacionamento e somente de janeiro a setembro
JAC como também passou a combinar treinamento que faz parte da deste ano. Todos receberam
o que ambas tinham de melhor em estratégia mundial da empresa literatura técnica, apostilas e
termos de portfólio de produtos. Hoje, de apoiar os usuários de seus mostruário do que Isabela clas-
disponibiliza no mercado mundial um produtos, com vistas à imple- sifica como “verdadeiro curso
leque de aproximadamente 2 000 itens. mentação do consumo de rótu- de pós-graduação em auto-ade-
Sobre a fusão das duas gigantes, los auto-adesivos, procurando sivos”.
cujas marcas – Fasson e JAC – agora identificar novas oportunidades
formam uma só, Isabela lembra ter havi- de uso do sistema.
do a preocupação de manter a produção Uma das principais formas de
de itens não sobrepostos. “Dada a forte atuação para atingir essa
presença da JAC na América do Sul e meta é o trabalho de habi-
na Europa, foi fundamental não deixar litação do pessoal técnico
de atender nenhum cliente da marca.” e de vendas dos clientes
Ela fala com entusiasmo da abrangência convertedores. “Fazemos
de produtos e da força de produção da isso dividindo com eles
empresa no Brasil: “Quando a nova e, na medida do possí-
laminadora entrar em atividade, a fábri- vel, com usuários finais
ca de Vinhedo passará a ser uma das o expertise mundial da
maiores do mundo em tecnologia e empresa, que conta com
produtividade.” E destaca o suporte on- mais de 275 fábricas
line dos dois centros mundiais de desen- em 47 países”, explica
volvimento de produtos e de novas
tecnologias, instalados nos EUA e na A preocupação central da corpora- toda a corporação e na qual a palavra
Holanda. “Qualquer produto da Avery ção, nas palavras da executiva, é “ofe- agilidade é o eixo central (veja qua-
Dennison no mundo está disponível recer a melhora contínua de serviços, dro na página ao lado). Dentre outros
para nossos clientes sob encomenda”, no atendimento, nos prazos de entrega, exemplos de frutos desse programa, ela
destaca Isabela. Um exemplo, entre na diversificação de materiais ofertados destaca a expansão do serviço Fasson
muitos outros, é o do recém-desen- e na constância de performance”. Para Exact de seis produtos em 2002 para
volvido Adesivo Fasson CO196, para isso, mantém uma ferramenta de traba- dezenove atualmente. Nesse programa
aplicações em processos criogênicos, lho denominada Horizonte, direcionada as bobinas são fornecidas nas exa-
em baixíssimas temperaturas. a acelerar o crescimento, que envolve tas medidas solicitadas pelos clientes.
Outro exemplo de Horizonte é o Splice
Free, em que os rolos são entregues sem
A empresa em números emendas ao convertedor. “Tudo isso
tem um só objetivo”, conclui Isabela
US$ 5,3 bilhões em vendas em Monteiro Galli: “atender o cliente a
2004 nos dois setores em que atua cada dia melhor, para continuar tendo o
Presença em 47 países privilégio de ser seu parceiro de negó-
275 fábricas e centros de distribuição cios”. Nessa tarefa, desempenha papel
Mais de 20 000 funcionários (400 no Brasil) essencial a Consultoria de Negócios
(ver quadro acima).

60 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


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64 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005


Almanaque
A conquista do Ocidente, via Moscou Esse deu
Às vezes o inimigo dá uma mãozi- era punível com a pena capital.
nha na conquista de mercados. Em Mas Moscou era um dos mais tratos à bola
1805, a francesa Nicole Clicquot, importantes centros da vida boê- O chicle de bola foi inventado
então com 27 anos, herdou do mia na Europa, e conquistar os pelo cientista especializado em
marido uma viníco- russos significava abrir alimentação William A. Mitchell,
la em Reims, ao norte as portas do mundo que nos 35 anos em que tra-
de Paris, a qual logo para a marca. A viúva balhou na gigante americana
transformou num dos resolveu desafiá-lo. General Foods conseguiu regis-
maiores centros fran- Por ordem sua, Louis trar mais de setenta patentes
ceses de produção de Bohne, grande estra- de produtos. Entre eles estavam
espumante. O doura- tegista comercial e o refrigerante em pó instantâ-
do champanhe seco da gerente da Maison que neo Tang e a gelatina Jell-o.
casa logo arregimentou ainda hoje leva o nome
um exército de fãs, estre da viúva, enviou secre-
eles Napoleão, que fez questão de tamente uma carga da bebida até
conhecer pessoalmente a empreen- a Holanda. De lá, foi embarcada
dedora Veuve Clicquot-Ponsardin. num navio para a costa do Báltico
Mas, apesar da amizade, ele come- e transportada por terra à capital
çou a atrapalhar os negócios, ao do império russo. Moscou acabou
impor um bloqueio comercial à servindo de trampolim do famoso
Rússia, em 1814. Desrespeitá-lo champanhe para todo o Ocidente.

O nome dele é Filo. Filoxera


Na guerra de mercado a praga oriunda dos Estados Inglaterra, o inseto dizimou para o Chile séculos antes,
desgraça alheia também Unidos vitimou a viticultura os vinhedos da Europa e se elas retornaram salvado-
ajuda. Até meados do sécu- mundial. Era a Filoxera, um espalhou pelo mundo. Até ras. Mas até os franceses
lo XIX, o conhaque francês pulgão sugador que ataca hoje a praga não foi extinta, obterem vinho, e dele
era o xodó dos banquetes, a raiz da videira e que os mas apenas controlada, por conhaque, os ingleses, que
jantares, almoços e saraus franceses passaram a ver sistema de enxerto com dominavam o comércio de
da Europa. Mas, na segun- como “agente britânico”. cepas não contaminadas. uísque, já haviam dissemi-
da metade do século, uma É que, entrando pela Transplantadas da Europa nado a bebida pelo mundo.

Um início despretensioso
Algumas das primeiras indústrias brasileiras cializado com a marca Biotônico Fontoura,
de remédios surgiram no início do século sugerida pelo escritor Monteiro Lobato, que
passado sem grandes pretensões, a partir da foi amigo do farmacêutico. O livreto Jeca
dedicação de farmacêuticos à produção de Tatuzinho, escrito por Lobato, foi a prin-
medicamentos em pequena escala. Um cipal alavanca de vendas do produto
deles foi Cândido Fontoura. Formado (ver EMBALAGEMMARCA nº 15, seção
em 1905, ele criou no início de carreira Almanaque). Hoje acondicionado em
um estimulante de apetite e antianê- frascos plásticos, o fortificante, vendido
mico para a própria esposa, que tinha pela DM Indústria Farmacêutica, ainda
saúde frágil. Começou a ser comer- é um dos líderes de sua categoria.

66 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005

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