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QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

1 a Quinzena de Junho de 2009


Ano XXIX - No. 1064 Modesto, California
$1.50 / $40.00 Anual

KSQQ tem novo Estúdio

FALECIMENTO Pág. 6 Batista e Dolores Vieira com a equipa de trabalho da KSQQ e KLBS
José João, Aida Barbosa, Nelo Bettencourt, Filomena Rocha, Hélia
Faleceu Padre Manuel Severino, Lucy Ávila e Álvaro Aguiar Páginas 16,18
Bernardo Soares
Faleceu na sua residência
em San Juan Bautista o
Reverendo Padre Manuel
Até que enfim...
Bernardo Soares. Era
natural da freguesia de
Pico da Pedra, ilha de São
Vai haver obras no Consulado!
Miguel. O Padre Manuel Levou mais de meio século para Portugal perceber que
Bernardo, o mais novo de o Consulado Geral de Portugal em San Francisco era
10 filhos, iria completar
um vergonha nacional e comunitária.
80 anos de idade no dia 6
de Julho próximo. Por lá passaram dezenas de Cônsules, centenas de fun-
cionários e alguns milhares de portugueses residentes
RECONHECIMENTO Pág. 27 nesta California dourada. E todos eles se sentiram mal.

Lionel Goularte recebe a Acredito até que muitos Cônsules devem ter pedido
assistência a Portugal, mas o Ministério dos Negócios
LAEF DdeP Ward Estrangeiros, quer no tempo do Fascismo, quer no tem-
po da Democracia, fez orelhas de mercador e nada quis
No Banquete para celebrar o fazer e só agora, devido aos esforços do ainda actual
Dia de Portugal, e o quadra- Cônsul Antonio Alves de Carvalho e do Secretário de
gésimo sexto aniversário da
Estado das Comunidades, António Braga, se conseguiu
Luso-American Education
Foundation será homenag- abrir o processo de renovação do Consulado. Segundo
eado Lionel Goularte, de soube o Tribuna, já estiveram em San Francisco três
Fremont, com a LAEF Dia engenheiros portugueses que vieram tomar conheci-
de Portugal Award, em re- mento das necessidades das obras.
conhecimento pela sua dedi- Queremos crer que as opiniões, quer do Cônsul quer
cação e relevantes serviços dos funcionários, serão importantes para o design do
prestados às comunidades novo Consulado. Por favor, não nos desiludam!
Portuguesas da Área da
Baía.
portuguesetribune@sbcglobal.net • www.portuguesetribune.com • www.tribunaportuguesa.com
2 SEGUNDA PÁGINA 1 de Junho de 2009

Crónicas do Perrexil
A hipocrisia das
palavras J. B. Castro Avila
EDITORIAL
Dia de Portugal Os problemas com a Cor- partes. seguro de saude. Crueldade é uma pessoa
rida de Toiros em Artesia Crueldade é ser-se conde- Crueldade é eu pagar o passar mais tempo no
Se não tomarmos consciência da razão e da importância e a intervenção das au- nado quando se é inocen- seguro do carro mais caro computador, Facebook,
do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, pode- toridades recordou-me o te. por causa daqueles que Twitter, YouTube e outros,
mos um dia banalizar tanto essa data que ela nem interessa uso e o abuso da palavra Crueldade é perder-se o não o tem. em vez de tomar conta dos
ao Menino Jesus. CRUELDADE que a Hu- emprego por causa das vi- Crueldade é ver-se árbi- filhos.
Felizmente as comemorações do Dia de Portugal tem evo- man Society gosta tanta garices de meia duzia de tros de futebol a roubar o Crueldade é querer-se visi-
luído positivamente e queremos crer que o seu futuro está de usar, especialmente em pessoas. trabalho e o esforço de um tar a nossa terra de origem
em boas mãos. frente a uma câmara de te- Crueldade é não ter pão clube e de uma equipa. e não poder pagar a passa-
Só gostarímos de ver um maior empenho de muitas das levisão. para dar aos filhos. Crueldade é ver-se tanta gem.
nossas organizações que nunca lá compareceram. Ficava Crueldade é aceitar-se os gente que foge descarada- Crueldade é ver-se tantas
bem e não custa muito. Crueldade é também ma- lucros indecorosos das mente ao pagamento de coisas que se podia fazer e
E já agora, é preciso acabar com essa ideia saloia de con- tarem-se um milhão de companhias petrolíferas. taxas. não se faz, devido a ideias
vidar politicos de Portugal para o Dia de Camões. Convi- galinhas por dia numa só Crueldade é abrir a televi- Crueldade é não haver res- retrógradas de muita gente
dem-se poetas, escritores, arquitectos, professores. Con- fábrica. são e ver as mortes, os rou- peito em muitas escolas mais antiga.
videm-se pessoas que nos tragam mensagens de alegrar a Crueldade é ir-se a uma bos, as parvoíces de tanta pelos professores. Crueldade é calar e não
alma e não palavras ocas, gastas, balofas, falsas, como tem emergência hospitalar e gente em frente a uma câ- Crueldade é nunca se pu- participar à policia actos
sido as da maioria dos politicos que nos tem visitado. esperar quatro horas para mara. nir os grandes da droga. e vandalismos feitos nas
Quando é que aprendemos a ser mais discretos? ser atendido. Crueldade é não poder Crueldade é não haver boa nossas organizacões.
Crueldade é aceitar-se a mandar os filhos para as educação em casa de mui- Crueldade é fazer queixa
Este ano não houve a atribuição da Causa Portuguesa existencia de milhões de escolas e universidades. ta gente. às autoridades de coisas de
Award, patrocinada pela UPEC. Acho muito bem que não refugiados em todo o mun- Crueldade é ficar impávi- Crueldade é uma pessoa que não gostamos por fun-
tivesse havido, até haver uma remodulação no processo da do por causa de meia duzia do ao saber-se dos abusos conduzir mais de cem mi- damentalismo religioso ou
atribuição do mesmo. de bandidos. sexuais de crianças. lhas até ao Consulado de outro.
Não faz sentido esse prémio ser iniciado por cartinhas de Crueldade é esperar-se Crueldade é ver-se um San Francisco e não poder Crueldade é isto tudo e
pessoas a proporem este ou aquele nome. Uma organiza- dois anos por uma opera- grupo de pessoas em Sa- usar o quarto de banho. mais o que se poderia es-
ção como a UPEC deveria ter a responsabilidade de esco- ção cirúrgica em Portugal. cramento que olham mais Crueldade é estarmos en- crever, e não admito que
lher quem merecesse ser o premiado. A ver vamos. Crueldade é matar-se mi- para o seu umbigo do que volvidos numa guerra que a Human Society tenha a
lhares de vacas por dia para os interesses da co- não é nossa e termos per- mania de ser proprietária
É bom saber-se o impacto que este pequeno jornal tem para saciar a fome de mui- munidade californiana. dido cinco mil vidas des- de tal palavra.
tido em muitos dos nossos patrocinadores. Temos recebido ta gente. Crueldade é caçar animais necessárias.
notícias que um anuncio no Tribuna paga-se por si mesmo, Crueldade é dar cabo da pelo prazer de matar. Crueldade é torturar pes- Por isso, não me venham
tal tem sido a adesão dos nossos assinantes aos produtos vida das familias quando Crueldade é ver-se a mise- soas como fizemos em esses senhores da Human
dos nossos patrocinadores. É realmente uma muito boa o álcool é mais forte que a ria dos hospitais psiquiá- anos recentes. Society cantar-me canções
notícia. razão. tricos do Estado. Crueldade é pagarmos me- de embalar, porque eu já
Crueldade é haver violen- Crueldade é haver 40 mi- lhor a um guarda prisional tenho a escola toda.
jose avila cia doméstica de ambas as lhões de americanos sem do que a um professor.

Year XXIX, Number 1064, June 1, 2009


PATROCINADORES 3
4 COMUNIDADE 1 de Junho de 2009

Padre Marta - 70 anos de vida e muitos ao serviço da Igreja

Foi à sombra destas lindas árvores do TDES de Tulare, que o Padre Marta foi homenageado pelos seus 70 anos de idade e pelo seu trabalho junto desta comunidado do Vale Central

Padre Marta momentos antes de partir o bolo do aniversário, que, curiosamente, tinha um Se a Zélia fosse mais velha, diríamos que ela era como o vinho do Porto, mas como é muito
emblema do Benfica nova, podemos dizer que está cada vez melhor.

Padre Marta agradecendo a presença de todos. Na mesa reconhecem-se os Padres


Raul Marta, Daniel Avila e Monsenhor Myron Cotta.

A vida de um padre nos dias que correm não é facil, e é precisamente por isso que
talvez haja um défice muito grande destes titulares de uma vida de sacrificio, de entrega
e de amor a uma Igreja, que passou e ainda passa por períodos negros da sua vida.
O Padre Raul Marta é um bom exemplo de padre que se tem dedicado de alma e cora-
ção a uma causa que é importante no mundo de hoje.
Algumas centenas de pessoas quiseram agradecer ao Padre Marta e reuniram-se debai-
xo das frondosas árvores do TDES para dizer-lhe quanto o apreciam, quanto o respei-
tam e agradecer todo o trabalho dado por ele à comunidade nos ultimos 24 anos.
Parabéns ao Padre Raul Marta.
COLABORAÇÃO 5

Tribuna da Saudade Na companhia da Manjerona (1)


Ferreira Moreno

A
ta recordou ter visto em muitas Por saber o meu sentido; na na culinária, como afrodisíaco,
Anda a horta rodeada casas, sobretudo de gente mais Junto c’o’a manjerona como medicamento e na cosméti-
manjerona é uma plan-
De erva-santa bem bonita; idosa, “galhinhos de ervas aro- Tenho o meu bem escondido. ca. Mais tarde difundiu-se no res-
ta de muita estimação,
Queria falar contigo, máticas, tais como a manjerona, to da Europa com as Cruzadas, e
não só pela sua fragân-
Na roda está quem me quita. espalhados à ilharga das camas Mas não é só nas casas e nos ob- nos dias de hoje é cultivada nos
cia, mas também pela
do casal, formando como que pe- jectos que o povo gosta de colo- países mediterrâneos, na Europa
sua utilidade culinária e medici-
Eu plantei no meu quintal quenos tapetes que naturalmen- car ervas de cheiro p’ra sentir-se Central e na Europa do Leste”.
nal. Em inglês, dá-se-lhe o nome
Erva-santa já crescida; te são pisados quando o marido na companhia dos aromas que Como observou Costa Barros, “a
de marjoram. Na série “Tradi-
Se por mim perdes a alma, e mulher se forem a deitar, para vêm dos campos, das matas e dos manjerona é eficaz nas perturba-
ções, Costumes & Turismo”, em
Eu por ti perco a vida. que entrem no vale dos lençóis de jardins, pois que como acentuou ções digestivas, melhora o apetite
Fevereiro de 1962, Carreiro da
pés cheirosos”. Carreiro da Costa, “também se e reduz a flatulência, podendo ser
Costa apontou que em muitos
Aplantei a manjerona conservam muitas vezes consigo, também usadas pelas suas pro-
lugares se espalham, adentro de
Dentro dum copo de vidro; Eu plantei a manjerona visto que ainda há muito boas priedades calmantes e sedativas.
casa, algumas ervas aromáticas,
A manjerona não pega, À beira da minha cama; velhas que trazem sempre entala- Usa-se a manjerona na composi-
“entre as quais a manjerona, a fim
Sem tu falares comigo. Manjerona cresceu tanto, dos nos cós das saias galhinhos ção de unguentos e banhos p’ra
de se conseguir um ambiente ain-
Que me cobre com a rama. de erva santa e de manjerona”. combater o reumatismo e a an-
da mais perfumado. O gosto pe-
Eu perguntei à manjerona siedade.
los aromas campestres, por parte
O que tinha no meu peito, Eu não sei o que declina, Junto à manjerona Como planta aromática, a man-
do povo açoriano, revela-se ainda
Respondeu-me com firmeza: Nem o que quer declinar: Trago um amor encoberto; jerona é amplamente utilizada na
na forma como em todas as po-
Querer bem não é defeito. Manjerona à nossa porta, Todos falam e murmuram indústria alimentar em combina-
voações rurais e até mesmo nas
Sem ninguém a semear. Sem ninguém saber ao certo. ção com outras especiarias, que
vilas e nas cidades, atapetam os
Eu plantei a manjerona tornam inesquecíveis determina-
caminhos de verduras cheirosas,
À força, sem ter raíz; A manjerona no adro Eu sempre fui bem criado, dos pratos e acepipes”.
por ocasião das procissões”.
Estava p’ra ser tua, Deita cheiro na igreja; Delicado de nascença;
Paciência, Deus não quis. Quem tem o seu bem à vista P’ra entrar neste jardim Eu quisera ser a manjerona
A erva-santa é verdura,
Tem tudo quanto deseja. À manjerona peço licença. Que verdeja pelo prado,
Sem ser formosa nem bela,
Em Dezembro de 1968, na série Quando tu lhe pões em cima
P’lo lindo cheiro que deita
supracitada, Carreiro da Cos- Anda o mundo despeitado Passei p’lo teu jardim, Teu pezinho delicado.
É que fazem caso dela.
Cortei manjerona à unha;
Quem tira o amor a outro, Manjerona doiradinha,
Não tem vergonha nenhuma. Daquela que vai ao vaso,
Podes andar, desandar,
Ó manjerona do meu jardim, Qu’eu de ti não faço caso.
De mim tende compaixão,
Que um ingrato me largou Manjerona, raíz de oiro,
Sem motivo, nem razão. Enverdece sem se ver;
Quando estou longe de ti,
Escrevendo p’ró semanário luso- Emagreço sem saber.
canadiano VOICE (Toronto, 16
de Março 2009), a doutora Ana A manjerona é verdura
Costa Barros anotou ser a manje- Quando entra a verdejar;
rona originária dos países na Não tendes outro remédio
orla mediterrânica. “Os egípcios, Senão ver o desejar.
os gregos e os romanos usaram-
6 COMUNIDADE 1 de Junho de 2009

Falecimento Coisas & Loisas


Manuel Bernardo Soares
Faleceu na sua residência em San Juan Batista na
passada terça-feira o Reverendo Padre Manuel O jantar anual dos finalistas de San Jose High Acad-
Bernardo Soares. Era natural da freguesia de Pico emy foi um sucesso. Assistiram mais de 300 pessoas e angariaram-
da Pedra, ilha de São Miguel. cerca de $10,000. Com outros fundos que tem, o Clube Português de
O Padre Manuel Bernardo, o mais novo de 10 San Jose High vai dar $14,000 a 11 alunos em Bolsas de Estudo.
filhos, iria completar 80 anos de idade no dia 6 de Parabéns.
Julho próximo.
Completou os seus estudos no Seminário de Angra,
Terceira, e disse a sua Missa Nova em Maio de O sucesso das classes de Portugues na Escola de
1954 na igreja do seu querido Pico da Pedra. Foi Adultos em Morgan Hill é de louvar e incentivar. Fernando Salvador
pároco nas freguesias de Beira e Rosais na ilha de enviou-nos uma carta que publicaremos na nossa próxima edição
São Jorge, tendo dali emigrado para o Canadá em onde faz um resumo do que tem sido aquelas classes.
1969. No Canadá serviu nas paróquias de St. Agnes Quem quer, consola-se.
e de Saint Helens.
Em 1976 emigrou para a Califórnia, serviu a paró- Não se pode perder o Torneio de Golfe em benefi-
quia de Saint Elizabeth em Sacramento até 1978, altura em que foi nomeado pároco da cio da Fundação Portuguesa de Educação de Centro da California,
igreja de Maria Auxiliadora (Our Lady Help of Christians) na cidade de Watsonville, a realizar no Stevinson Ranch Golf Club, no dia 11 de Junho, em
onde serviu até a altura da sua aposentação em 1999. celebração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.
O Padre Manuel Bernardo continuou a celebrar missas em português em festas e ou- Às 12 horas, registo e lanche; 13:30 Início do Torneio e às 18 horas,
tras ocasiões de importância para a comunidade portuguesa da California. jantar. Os fundos reverterão para Bolsas de Estudo.
Na sua juventude, o Padre Manuel Bernardo foi um excelente atleta, especialmente de O custo é de $125.00 por jogador, com lanche e jantar incluídos. Só
futebol e voleibol, e na últimas décadas dedicou-se à prática de golfe. Possuía enorme o jantar custa $20.00.
talento artístico, muito especialmente na pintura e música, talentos que muito gostava Contactar Paulo Soares 559-250-5636 ou
de partilhar com as crianças. Era também director da organização comunitária Catho- Sergio Pereira 209-564-6863
lic Association for Seminary Studies.
O Rosário por sua alma foi rezado terça-feira, dia 26 de Maio, na Igreja Our Lady
Help of Christians (Maria Auxiliadora), 2401 East Lake Avenue, Watsonville, pelas 7
horas da noite.
Parabéns ao
A missa funebre foi rezada no dia seguinte, quarta-feira, dia 27 de Maio, às 11 horas Ernie Her-
da manhã, na mesma igreja, seguindo-se a hora social no centro comunitário Kennedy nandez pelo
Community Center de Watsonville. Os seus restos mortais foram sepultados no cemi- seu Mestrado, cuja
tério de San Juan Baptista por volta das 3:30 da tarde. cerimónia foi efec-
Tribuna Portuguesa envia condolências à famila e a toda a comunidade de Watsonville. tuada no lindo Saint
Mary’s College
of California, em
CASAL OFERECE-SE PARA TRABALHAR Moraga, California.
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COLABORAÇÃO 7

Rasgos d’Alma
Luciano Cardoso
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O
Dia é de Portugal, formoso aprofundam-se. O dilema instala-se. A será apenas uma mera questão de tempo Here, all I catch is sanabaganas like you
jardim à beira-mar plantado e (cura) coisa complica-se. para que o português, localmente cada vez teasing the hell out of me…” Descarga o
lusíadamente imortalizado em mais “inglesado”, se limite às memórias Joe, pândego, sem papas na língua.
gloriosa epopeia pelo fenome- “Eu tenho dois amores. Em nada são arquivadas dos lisongeiros elogios, apesar “You gotta be kidding. You’re not calling
nal Luis Vaz de Camões. iguais. Mas não tenho a certeza de qual de tudo, sempre agradáveis ao ouvido: me a sun of a gun, are you?” Continua o
Nobre povo, nação valente, heróis do mar eu gosto mais.” Canta românticamente o patrão, no seu gozo miudinho.
em Descobrimentos fabulosos, demos Marco Paulo e cantarilhamos nós tambem, O Joe Pantona e o seu divertido “Bossa” “I am. But, what I mean is…” Replica o
novos mundos ao Mundo e, com históri- embora em ritmo um pouco diferente. gozam de relação amistosa. Ninguem o Joe, sem se aperceber.
ca vocação imigrante, fomo-nos fixando Tenho a certeza absoluta que, se fosse por diria, porem, pelo súbito rebentar desta “You’re fired!” Carrega o “Bossa” no falso
um pouco por toda a parte em dispersas aí fora colocar agora em termos práticos curiosa conversa: botão do pânico.
Comunidades que, patriòticamente come- esta pertinente questão a todos os luso- “You gotta be kidding…” Continua o Joe,
morando cada 10 de Junho, expandem e americanos sediados cá no fabuloso Eldo- “…What kind of porigui are you?” Per- algo perplexo.
glorificam o melhor que há no fundo da rado, a resposta iria ser deveras chocante gunta o “Bossa” ao Joe com óbvio ar de “You’re lucky I am.” Decide o patrão se-
generosa Alma Lusíada. para o vibrante portuguesismo de que tan- troça. “…You don’t eat linguica; you don’t renar-lhe os ânimos. “Having the guts to
to nos queremos comunitàriamente orgu- like sopas; you don’t go to festas; you ig- insult me right on my face…? – You pori-
É precisamente aí que queria chegar, ao lhar. nore toiradas; you hate paradas…!...What guiz are really something else…”
fundo da nossa alma. Extremamente orgulhosos das nossas his- in the hell do you do to stay close to your “What do you mean?” Reagiu o Joe, ali-
O corpo ao embarcar despede-se, des- tóricas raízes, ao botarmos cá semente, roots, man…?” viado.
prende-se, despista-se, desamanha-se mas depressa notamos que os nossos próprios “I go back home every summer for about a “I’ve fired all kinds of schmoes but I never
desenrasca-se. A alma do português que rebentos criam seus genuínos orgulhos. month and a half.” Respondeu o Joe, sem had the guts to fire a porigui.” Desabafou
imigra…sofre. O choque cultural de gerações entra-nos pestanejar. o descarado “Bossa”, para descanso do po-
Porque nem sempre é facil entender-se o em casa pela porta do quintal e senta-se “To Portugal…you mean?” Insistiu o bre Pantona.
fado roxo de quem parte e, pouco a pouco, diàriamente à mesa connosco, em cenário “Bossa”, manhoso. “Why…?” Tentou o Joe arrancar-lhe por
irremediàvelmente se reparte (repartido só mesmo eventualmente chocante para “You better believe it!” Rematou o Joe, fim uma qualquer justificação que nos or-
entre dois mundos tão distintos quão dis- quem não quer estar a par da situação. seguro de si. gulhe.
tantes), o luso imigrante tenta a todo custo “…And, what in the hell do you do there Foi então que, deixando para trás a ga-
a cura segura para a sua aflitiva saudade. Não é famosa a delicada situação do idio- that long.” Recargou o arengão do “Bos- lhofa, o simpatico “Bossa” falou sério e
Cura completa, ao fim e ao cabo, bem sa- ma português que se aprende ou, lamen- sa”. pausado em tom que, de facto, muito nos
bemos que não há. (Por isso, que remé- tàvelmente, desaprende cada vez mais cá “I go fishing all day and sometimes at ni- orgulha:
dio tem quem imigra senão ir, aos poucos, na nossa longínqua parcela da Diáspora ght too…” Defendeu o Joe, atento à cínica “I’m not going to lie to you: You’re simply
morrendo de saudades…?) distante na Costa do Pacifico. Porque jogada do patrão. the best there is out there.”
Alivio provisório, no entanto, poderemos a questão é mesmo delicada, não paga a “That’s all…?” O patrão excede-se.
vir a encontrá-lo mais tarde na irremediá- pena pô-la à queima-roupa em termos “What do you mean “that’s all”? O Joe Aren’t we…?...
vel erosão do tempo que passa. Só que, às polìticamente mais ou menos correctos de altera-se.
vezes, chega tarde demais. E não oferece saber para onde atirar as culpas. “I mean, if you love to fish that much, you Viva Portugal!!!
garantias: Contra factos não há argumentos. O facto can stay here and catch just about the same
Ao ausentarmo-nos para o estrangeiro, é inegável. A tendência está à vista. Os fun. Fish here, fish there…the catch is all
uma vez descolados do velho território na- numeros não mentem. O processo, apesar the same!” Volta à carga o “Bossa”, com
cional, com o passar dos anos vamo-nos dalguns louváveis esforços, parece irrever- turva água no bico.
lentamente afazendo a um novo terreiro sível. Com a imigração de lá para cá pràti- “You’re wrong, boss! It’s never the same.
local onde criamos distintas raízes. Elas camente estancada, tudo leva a crer que There, I know for sure I catch a lot of fun.

ALUGA-SE
Casa de moradia toda mobilada com 4
quartos, cozinha, casa de banho, sala de
estar com quarto de jantar em comum,
máquinas de lavar e secar roupa, com
vista espectacular para toda a baia de
Angra e Monte Brasil, localizada na
cidade de Angra do Heroismo junto ao
Monumento da Memória, nos meses de
Junho, Julho e Agosto do corrente ano.

Para mais informações e outros deta-


lhes, chamar os numeros (408)-981-228
ou (408)-249-6369.
8 FESTAS 1 de Junho de 2009

PROGRAMA
Quarta-feira, 17 de Junho
até Sexta-feira, 19 de Junho
7:30 pm Reza do Terço na Igreja do Sagrado Coração.

Sábado, 20 de Junho
10:30 am Formação do Bodo de Leite. Depois, ser servido todos
os presentes.
2:00 pm Arrematações e bazar durante o dia.
7:30 pm Reza do Terço na Igreja do Sagrado Coração.
8:30 pm Baile com o Conjunto “Sem Duvida”
9:00 pm Cantoria
10:00 pm Apresentação das Rainhas

Domingo, 21 de Junho
9:30 am Formação do Cortejo para a Igreja do Sagrado Coração.
11:00 am Missa na Igreja do Sagrado Coração. Depois, será
servido sopas a todos os presentes.
2:00 pm Arremataçoes e bazar durante o dia.
7:00 pm Sopas será servido
8:30 pm Baile com Conjunto “Sem Duvida”
9:00 pm Tocadores de violas para os tradicionais bailes de roda
e chamarritas.
10:00 pm Apresentação das Rainhas

Segunda-feira, 22 de Junho
8:00 pm Corrida de Toiros na Bella Vista Park, Gustine. Cavaleiros:
Alberto Conde, Paulo Ferreira e Sario Cabral.

PROGRAMA
O Presidente e toda a Comissão convida
todos a participar na Festa do Espírito de
Tracy

Semana de 9 a 11 de Junho
8:00 pm Recitação do Terço na Capela do
Salão.

Sábado, 12 de Junho
8:00 pm Apresentanção das Rainhas e Baile
com “Universe Band”

Domingo, 14 de Junho
9:00 am Saida do Cortejo com destino a
Igreja de São Bernard
11:00 am Missa
1:00 pm Almoço de Sopas e Carne
2:00 pm Arrematações
7:00 pm Jantar de Sopas e Carne
8:00 pm Baile com o “Universe Band”

Sexta-feira, 19 de Junho
8:00 pm Corrida de Toiros

Grande Corrida de Toiros 6 Bravos e Nobres Toiros 6


de Frank Borba & Filhos,
Alberto Conde Victor Blasquez Jesus Chover
de Escalon

Grupo de Forcados do
Aposento de Turlock

Admissão - $20.00
COLABORAÇÃO 9

Sabor Tropical
Outono nos trópicos:
Elen de Moraes
elendemoraes_rj@globo.com
estação do amor.

A
lua ainda brilha no produzidas pelas batidas do co-
céu quando um sol ração em unissonância com os
tímido lança os seus acordes do universo, nesse novo
primeiros raios que, tempo.
aos poucos, dão esmaecidas to- São fragrâncias outonais que co-
nalidades de rosa e laranja ao locam no ar um odor especial de
firmamento, emprestando tam- essência, de fruto maduro, colhi-
bém um colorido ímpar ao manto do, de terra nua, no cio, que se
negro da noite que se rende ante entrega, sedenta, para receber em
tanta beleza e cede espaço à exu- seu ventre novas sementes. No-
berância dos matizes sensuais do vas vidas.
amanhecer. Nos trópicos, o outono é belís-
A cidade desperta sem pressa e se simo, quando o céu é mais azul,
espreguiça sobre o mar. Os gritos os dias mais claros e embora en-
abafados das gaivotas, como se solarados, as temperaturas são
tivessem pena de acordar o dia amenas, convidativas a passeios,
do seu sono matinal, nos seus abraços e união de corpos e as
vôos lânguidos e rasantes sobre noites, mais românticas e acon-
as águas cor de esmeralda que, chegantes, estimulam confiden-
lentamente, se cobrem com nuan- cias e entregas.
ces douradas, e o som das ondas, Não sei se o que vejo, enxergo da nossa aceitação pelo inevitá- uma sucessão de dias insossos, Tristeza
lambendo luxuriosas as brancas com os olhos da paixão e da ad- vel. Tempo de se colher o que se um desfilar de rostos inexpres- Imersa em acres sabores
areias, no seu ritmado vai e vem, miração que cultivo pelo meu Rio plantou. sivos, uma procissão de gentes De folhas mortas ao vento...
compõem uma perfeita e suave de Janeiro ou se os filtros, atra- Outono, estação do amor. acabrunhadas. Uma estação de Beleza,
sinfonia, jamais ouvida. vés dos quais vejo amor e alegria Há quem compare o outono ao saudades antecipadas. Então es- Matizada de ocres cores,
A brisa que vem do mar e sopra num amanhecer singular de ou- principio do fim da vida, a ante- crevi, mesclando desilusão e es- Do tempo em movimento...
fria, que ondula os coqueirais e tono, precisam ser substituídos. câmara da velhice, a tristeza li- perança:
se enrosca nas árvores, despindo- Todavia, acredito, sinceramen- gada à morte, talvez pelas folhas Outono,
as das suas folhas, deixando-as te, que tanta beleza natural que secas, sem brilho, espalhadas Outono, Momento de desocupar espaço,
despudoradamente nuas, com le- veste a nossa cidade não poderia pelo chão, largadas ao vento. Po- Triste despedida... De curvar-se ante as novas
veza e graça feminina, num ritu- ter um outono qualquer, só com rém, depende de como cada um Mais um desfazer-se, evidências,
al de paixão e prazer, aliada aos árvores desfolhadas, uma época modera a luz e protege as lentes, Dar adeus à vida De adaptar-se ao tempo e ao seu
cheiros cítricos que invadem e simplesmente de espera por dias através das quais capta e absorve Para renascer... abraço,
perfumam o ar e que deixam pe- mais viçosos, sem mistérios e o belo ou feio, a alegria ou a tris- Também preencher-se De preparar-se pra longas ausên-
las ruas um rastro de amor, dão sem poesias. teza, a intensidade ou o efêmero De muita razão, cias...
o toque de êxtase, as boas-vindas Tinha mesmo que ser como acon- desses dias. Ou só emprenhar-se
à inigualável oportunidade para tece: o clímax da natureza com o Num instante especial da minha De grande vazio Hoje faço coro com o poeta Vi-
um recomeço. romper de um novo tempo, tin- vida, quando meus olhos só viam E de solidão. nicius de Moraes, em seu poema
São cores amareladas, vermelhas gindo de ouro as águas da Lagoa, o essencial e o que se mostrava Sentir, sob os pés, “As cores de abril”, quando ele
e douradas que tonalizam a espe- das praias e da baia da Guanaba- em primeiro plano, quando o Cansada e exaurida, afirma: “Vai e canta meu irmão!
rança enquanto a primavera não ra. Tingindo nossas águas inte- meu coração afirmava sem con- A terra bruta, Ser feliz é viver morto de pai-
chega. riores. Um tempo de reencontros, ferir e quando a minha alma sen- No cio... Vencida! xão”.
São sons que embalam e caden- de renovação, de perdão para re- tia sem entender, eu mesma não Paixão, nem que seja apenas pela
ciam a alegria pela redescoberta nascer, de dispor novas sementes conseguia ver o outono como a Outono, vida.
da existência. São notas musicais no solo da nossa compreensão, “estação do amor” e, sim, como Chuva fina, céu cinzento.

Ao Sabor do Vento Ninguém me acompanhou!


José Raposo
raposo5@comcast.net

O
h Zé, tu tens cada me lembro. Entretanto, vamos chegar à conclusão que, talvez, atendendo a tua sugestão sobre
uma! Fazer uma tese ver se quando o mesmo chegar, nós Portugueses e os outros po- os cantadores ao desafio. Mas,
de mestrado sobre o em vez das nossas organizações vos que compõem a comunidade infelizmente ninguém me acom-
sucesso ou insucesso todas fazerem festas e banquetes europeia, não precisem de um panhou!
dos cônsules que têm passado para lhes dar as boas vindas, por consulado individual em San
pela California? que não se juntam no maior salão Francisco.
Não diz o ditado que cada povo que temos ou até mesmo num ho- Por quê não reunir os consula-
tem o governo que merece? Eu tel que possa acomodar umas mil dos todos num só edifício onde
costumo dizer que há três profis- ou mais pessoas, numa festa onde tivesse um representação de cada
sões na vida que eu nunca exer- todas as sociedades estivessem país? Seria muito provável que Ajude os nossos
patrocinadores comprando
ceria: padre, polícia e professor. representadas? Assim estaríamos não fosse preciso tantos funcio-
Agora posso acrescentar outra, lá todos, fossemos do Benfica, do nários o que, automáticamente

os seus produtos
cônsul na Califórnia. Sporting ou do Porto. E depois, diminuiria as despesas. E na fa-
Por melhor que seja o cônsul então, o Sr. Cônsul visitaria, in- chada do edifício haveria lugar
que para aqui venha, nunca vai dividualmente, as organizações, para as bandeiras todas dos res-
agradar a todos. Já escrevi aqui conforme a sua disponibilidade e pectivos países.
no jornal que todas as vezes que a das mesmas. Talvez não seja pedir muito que
eu tenho precisado dos serviços No entanto, Zé, ao continuar o houvesse um restaurante com
do consulado, tenho sido sempre meu artigo comecei a pensar que comida de todas as nações, não
bem atendido, tanto durante a co- a tua ideia talvez tenha alguma esquecendo: uma sandwhich de
missão deste cônsul, como dos razão de ser. E lembrei-me de linguiça, um arroz doce, malas-
outros anteriormente. que agora as fronteiras políticas sadas ou pastéis de nata.
Ainda há dias telefonei e quem na Europa são inexistentes. Nos Ah! E massa sovada, cerveja
me atendeu foi a Júlia e ela disse: passaportes Portugueses vem Sagres, vinho de cheiro e vinho
-“Ò Sr. Raposo tem que nos vir impresso na capa: “Comunidade verde.
fazer uma visita, para ver o chão Europeia”. Eu vou aproveitar a O que é que tu achas Zé? Será
novo que pusemos”. Eu prometi tua sugestão, vou matricular-me que isto não seria uma tese para
que iria na próxima oportunida- numa universidade qualquer que Doutoramento?
de. aceite a minha tese de Mestrado Algumas vezes perguntas no jor-
Já me disseram o nome do cônsul sobre os cônsules e tenho a cer- nal: quem dá o primeiro passo?
que virá substituir este, mas não teza que não vai ser muito difícil Eu estou dando, assim como dei
10 COLABORAÇÃO 1 de Junho de 2009

“Uma mulher inspiradora” Reflexos do Dia–a–Dia


Diniz Borges
“Uma mulher inspiradora”, foi com esta política, não é menos dando-lhes, e ainda bem, o direito
com estas palavras que o Presi- verdade que foi a sua capacidade de celebrarem com a sua refeição d.borges@comcast.net
dente Barack Obama anunciou a intelectual, a sua força de vonta- tradicional a conclusão do perío-
nomeação da juíza Sónia Sotto- de e o seu compromisso com o do sagrado do Islão: o Ramadam.
mayor para o Supremo Tribunal conhecimento que a levou a con- É que as entidades prisionais, dente a juíza: sabe como o mun- já terem desferido, com toda a
de Justiça dos EUA. O Presiden- cluir os seus estudos com notas sempre muito entendedoras de do funciona, como as pessoas ferocidade, a campanha de ata-
te citou, como razões primordiais brilhantes. Foi esse mesmo bri- tudo, haviam determinado que comuns vivem”, a direita ameri- que, os Senadores, e as vozes
nesta sua escolha o “rigor inte- lhantismo que levou a promotora este acontecimento religioso não cana já começou os seus assaltos. mais moderadas e mais respeita-
lectual” e o “compromisso para pública, advogada representando tinha “grande importância para o Uma dessas vozes foi a de Wendy das dos republicanos, estão muito
com a imparcialidade da justiça.” grandiosas companhias america- Islão.” Long, directora jurídica da Rede caladinhas. É que eles bem sa-
Esta foi, indubitavelmente, uma nas, juíza distrital, nomeada por Com a clausula “igualdade judi- de Confirmação Judicial, um eu- bem que esta é uma batalha in-
escolha magistral. É que apesar George Bush (pai), e juíza no tri- cial debaixo da lei”, a juíza, filha femismo para uma organização vencível. Num momento em que
de não concordar com todas as bunal de apelações nomeada por de emigrantes, tem evidenciado, conservadora que assalta juízes o dois partidos cortejam o voto,
decisões tomadas por esta magis- Bill Clinton. várias vezes, a filosofia de que as que interpretam a lei como sen- cada vez mais influente, dos his-
trada, algumas, na minha óptica, E é sobre a sua história como ma- leis existentes para protegerem as do a favor de todos os cidadãos pânicos, num momento em que a
um pouco conservadoras, tenho gistrada que gostaria de reflectir. crianças, os trabalhadores, as mi- e não apenas de uma mera elite. comunidade hispânica celebra a
de dar a mão à palmatória e afir- Através da sua carreira a juíza norias e os marginalizados, não Numa afirmação feita à comu- grande vitória de ter pela primei-
mar, inequivocamente, que este Sottomayor tem mostrado um podem ser ignoradas pelos tribu- nicação social, Long disse que a ra vez alguém deste grupo étnico
Presidente está mesmo a fazer enorme respeito pelas liberdades nais. Aliás, a própria, ao aceitar juíza Sottomayor é: uma activis- no Supremo Tribunal de Justiça,
história. cívicas protegidas pela constitui- a nomeação, disse: “esforço-me ta liberal de primeira ordem que uma batalha sórdida do Partido
Primeiro, e acima de tudo, há que ção americana. Entre várias de- por nunca esquecer as conse- acredita que a sua agenda política Republicano é, simplesmente,
salientar o valor académico e inte- cisões, registe-se o caso Papineau quências das minhas decisões no pessoal é mais importante do que suicídio político.
lectual desta mulher. Frequentou v. Parmely, em que um grupo de mundo real, quer a nível de indi- a própria lei.” Digam o que disserem as vozes
e formou-se com distinções em indígenas foi espancado e abu- víduos, quer nas empresas e no Claro que tal afirmação não po- retrógradas do Partido Republi-
duas das mais prestigiadas insti- sado fisicamente por entidades governo.” deria estar mais longe da ver- cano, e as vozes desarmónicos
tuições do ensino superior norte- policiais que tentavam dispersar Discordando com a opinião da dade. A realidade é que a juíza da ala mais à esquerda do Partido
americano: Princeton e Yale. Em uma manifestação pacífica. A maioria, a juíza recusou aderir à Sónia Sottomayor é considerada Democrático, esta foi uma esco-
Princeton fez a sua licenciatura e juíza foi peremptória ao afirmar decisão tomada por dois colegas uma mulher do centro/esquerda, lha fulgurante e traz ao Supremo
em Yale o seu doutoramento em que a constituição americana não seus, que desnudava um aluno mas muito mais do centro do Tribunal outra frescura e outras
direito. tolera agentes policiais que abu- duma escola pública americana que da esquerda. Tentar pintá-la vivências. Traz ao Tribunal uma
Segundo, a sua história pessoal. sam dos seus poderes, particu- do direito de estar livre de discri- como uma ideóloga da esquerda, faceta da verdadeira América,
Uma verdadeira personificação larmente para dispersarem, com minação racial. Há que salientar é absolutamente, ignóbil e incor- uma América multicultural que
do sonho americano. Filha de métodos violentos, uma manifes- que o presidente da coligação la- recto. Apesar da propaganda já é rica, justamente porque possui
pais porto-riquenhos, foi criada tação pacífica. Porém, todos nós boral AFL-CIO, John Sweeney, lançada, alguma mesmo vil, a uma enorme diversidade étnica.
no projecto de habitação popu- sabemos que aqui nos EUA, infe- elogiou o trabalho da magistrada juíza, para descontentamento de É que quer queiram quer não, tal
lar Bronx, em Nova Iorque. De lizmente, estamos infestados com como sendo uma defensora dos muita gente na esquerda não é, como disse o Presidente Obama:
origens extremamente humildes, agentes policiais que abusam os “direitos que todos os trabalha- nem por sonhos, para a esquerda “quando Sónia Sottomayor subir
com a mãe viúva a trabalhar em seus poderes, particularmente os dores têm de nos seus empregos americana, o que Samuel Alito e os degraus de mármore e assumir
dois empregos para tentar susten- guardas prisionais que de vez em estarem livres da discriminação John Roberts são para a direita. o seu cargo no mais nobre tribu-
tar a família, a juíza de 54 anos quando são alvo de investigações racial e de serem pagos venci- Como é sabido, a constituição nal do país, os Estados Unidos
de idade, trabalhou arduamen- do estado. mentos decentes previamente americana estabelece que as no- terão dado mais um passo impor-
te para conseguir colocação nas Similarmente, no caso Ford v. acordados pelas entidades patro- meações têm quer ser ratificadas tante no rumo da realização do
faculdades que frequentou. Se é McGinnis, Sotttomayor decidiu, nais.” pelo Senado. Apesar dos grupos ideal gravado no frontispício da-
verdade que foi graças ao “affir- adequadamente, que reclusos Por último, e por ter tomado estas mais reaccionários do Partido quele tribunal: “justiça equitativa
mative action” que entrou nestas muçulmanos não poderiam ser e outras posições, que defendem Republicano, aliados ao actual sob o domínio da lei.”
universidades de prestígio, mais recusados os seus direitos da o cidadão comum, porque tal patrono do mesmo partido, o lo-
uma indicação que há continuar primeira emenda à constituição, como também afirmou o presi- cutor “Patrão” Rush Limbaugh,

Memorandum
João-Luís de Medeiros
Ressonâncias circum-escolares
jlmedeiros@aol.com

V
amos tentar recolorir mãos para os bordados da imagi- Gostaria ainda de referir outros
alguns dos eventos nação... colegas que permanecem na nos-
vividos (1953/63) na Para quem preferisse gelados, sa memória embora, felizmente,
periferia da antiga a mercearia do Sô Borges era a não pelos motivos dramáticos
(mas sempre remoçada) Escola mais concorrida. Por outro lado, acima apontados. Por exemplo,
Industrial e Comercial de Ponta a cervejaria Carioca, ali mesmo nos anos de 1950/57, quem pode-
Delgada, ali mesmo na rua do em frente ao portão central do ria igualar o “nosso” David Re-
Mercado. Vão permanecer na mercado da Graça, era na altu- sendes na arte de “narrar” filmes?
penumbra, em lista de espera, ra o oásis para o aliciante café- A sua comunicabilidade inata e
as referências aos episódios rela- expresso servido pelo Sr. Alves, ritmo interpretativo eram motivo (talentoso fotógrafo e teimoso so- caídos” da pouca-sorte. Uma bre-
elegante cultor do estilo italiani- de pasmo para dúzias de colegas brevivente do destino, algures na ve referência emocional ao Ran-
cionados com o percurso adoles-
zado tão apreciado pelas “senho- que, à segunda-feira, junto ao comunidade do sudeste de Mas- Ran. Acaso lembram-se dele?
cente do desassossego cultural da
ras da liga” da época... muro da cantina, não falhavam sachusetts). Um belo dia, a nossa Sim, é esse mesmo! Apesar da
minha geração.
presença para ouvir (reviver) a professora de desenho “apertou” sua humaníssima fealdade ser-
Naquela zona, como se lembram,
1 – fala antiga com narração do filme que David ha- com ele para executar um traba- vida por uma tonalidade de voz
para além do edificio solaren-
via presenciado na matinée do
go (hoje sede da Escola Roberto sotaque moderno lho geométrico que exigia com- vinda do além-tumulo, o Ran-
Domingo anterior. A pequena as- passo, tira-linhas, esquadro, e Ran não sabia mentir àcerca da
Ivens), não havia ermidas para
sistência era toda “ouvidos”, gra- tudo! Com surpresa geral da tur- meiguice dos seus vícios, porque
rezar antes dos exames; havia, Hoje apetece-me contrariar a
ças à sua prodigiosa capacidade: ma, antes de concluir o trabalho, era “criatura” geralmente estima-
isso sim, uma colecção de lojecas tendência que a minha geração
imitar as sonoridades do tiroteio o aluno foi expulso da sala. Mas da pela rapaziada-estudante que
e tabernas que tinham por missão cultiva de enterrar o passado no
à saida do bar-room; reprodu- afinal, porquê? Ora aconteceu não trazia na pele o selo-branco
desafiar o apetite juvenil com as túmulo do soldado deconhecido
zir o diálogo entre o “rapaz” e a que em vez de traços geométri- de “menino-família”. Ran-Ran
suas famosas iscas de fígado ou do destino.
“rapariga”, que não raro culmi- cos, o “nosso” Gustavo resolvera mantinha-se vivo graças ao ma-
com as gostosas postas de moreia Lembro ainda a memória da-
nava com o demorado “chupão” criar uma “maluqueira” maravi- gro sustento como engraxador de
frita: os petiscos do ti Zé vinagre, queles jovens que não teriam
da praxis... até que a estuporada lhosa de perspectivação e ritmo sapatos. É pena que a memória
por exemplo, tinham o condão morrido nas matas africanas,
legenda “the end” vinha (impie- plásticos, povoada de piratas-as- colectiva se tenha esquecido de
singular de reclamar a presença nos anos 60, caso a democracia
dosamente) atenuar o alvoroço tronautas e foguetões espaciais; que chegou a ser campeão açoria-
do famoso dedalinho de vinho- tivesse chegado a Portugal vinte
adolescente... naquele tempo, aquilo significa- no de ping-pong (ténis de mesa),
de-cheiro. Naquele tempo, basta- anos antes. Perfilo-me agora em
E que dizer daqueles outros cuja va uma ousadia pouco recomen- ao serviço da camisola do “seu”
va um “quartilho-anão” daquele preito de homenagem (singela
aptidão artística nem sempre era dável: os meninos “bim-sinados” Micaelense Futebol Clube...
santo vinhinho do ti Zé Vinagre mas muito sentida) à memória
levada a sério? Muitos talvez eram aconselhados a pintar ca- Continuamos a aprender que o
para que a coragem crescesse no daqueles antigos alunos da nossa
estejam ainda recordados da pa- ravelas com enormes cruzes nas tempo é o detergente da história:
peito da rapaziada; alguns fica- Escola, cuja vida lhes foi ceifada
catez mental da nossa gente: na- velas para avivar e glorificar a falar antigo com sotaque moder-
vam depressa com o coração a ainda em tenra idade, durante o
quele tempo, o talento artistico epopeia ultramarina… no não magoa o passado, apenas
latejar, e aquilo era um tal urdir horroroso equívoco colonialista:
era considerado maluqueira de Por outro lado, não seria justo es- faz torcer as biqueiras da ima-
poesia em louvor das abençoadas Carlos Faria, Norberto Pacheco,
excêntricos! Recordo, por exem- quecer alguns daqueles que fica- ginação para os calcanhares da
pequenas do curso de Formação José do Rego Rebelo… e outros,
plo, o que aconteceu ao Gustavo ram pelo caminho, no “vale dos utopia...
Feminina, tão habilidosas de muitos outros!
COLABORAÇÃO 11

Temas de Agropecuária
Sabores da Vida
Egídio Almeida
almeidairy@clearwire.net Quinzenalmente convidaremos uma pessoa a
dar-nos a receita do seu prato favorito, com uma
condição - que saibam cozinhá-lo.

...o fenómeno do etanol A nossa convidada nesta quinzena é Maria Manuela Coelho, nas-
cida na Graciosa, casada com Francisco Coelho, residente em
Gustine, California.
O crescimento da indus- companhias tais como “Pacific A indústria está enfrentando uma
tria do etanol forçou os Ethanol” estão à beira da falên- situação dificil, mesmo quando Filhóses Fritas
cia. A industria do etanol está alguns indicadores são positivos,
produtores de leite numa enfrentando tempos dificeis, mas pois cada dia que passa vai fican- 5 libras de farinha
crescente incerteza nos os preços dos cereais continuam do mais fácil para os grandes da 2 barras de manteiga
preços das rações para os altos e produtos tais como “distil- industria manipularem os merca- 30 ovos
seus animais lers grains” não estão disponíveis dos, que eles controlam, enquanto 1/2 copo de açucar
no mercado como seria de espe- os dramas familiares continuam a 1/2 copo de leite a ferver
Não foi há muito tempo que os rar. A crise económica global é desenrolar-se na produção do lei- 2 carteiras de fermento granu-
Estados Unidos estavam no meio apontada como causa do insu- te, sem a recompensa merecida. lado
de um notável crescimento na cesso da industria do etanol. Não O progama Federal MILK está Desfaz-se o fermento num pou-
produção de etanol. Novas unida- é segredo que o início da presente presentemente auxiliando a baixa do de água morna com uma
des fabris deste produto estavam crise da agropecuária foi origina- dos preços entre Fevereiro e Ju- colherzinha de açucar. Mexe-
nascendo por diversas regiões do da pelas demandas do Congresso lho, mas é apenas nos primeiros se e deixa-se levedar. Deita-se
para a chamada energia verde, 3 milhões de libras, o programa a manteiga no leite a ferver,
País acompanhadas por grande
que veio iniciar a competição das está desenhado para a média na- deixando-se amornar.
número de outras unidades em
nossas mesas do almoço com o cional de produção e não para a Batem-se os ovos bem batidos,
construção. Enquanto o cresci- vai-se caldeando a farinha e depois o leite com a manteiga e o
mento continuava em 2008, subiu depósito de combustíveis dos au- média da California.
tomoveis. Outros sinais positivos são: me- fermento.
considerávelmente os preços da Amassa-se como se fosse pão e deixa-se levedar.
matéria prima - o milho em grão A falta de empregos nos Esta- nos leite será produzido num
Depois de lêveda, pega-se num bocadinho da massa, abre-se
por exemplo, subiu para $8.00 por dos Unidos e nem só, é outro dos futuro próximo devido à inter-
para dar o formato da filhós e frita-se em óleo bem quente.
bushel, (comparado com o normal grandes motivos dos baixos pre- venção do programa voluntário
Vai-se molhando as mãos em água para a massa não pegar.
de $3.00 para $4.00) causando ços do leite. Nem só perdemos CWT que está comprando vacas Depois de fritas, polvilha-se com açucar.
uma intensa pressão económica parte do mercado nacional, mas para o mercado da carne. Mais de
aos produtores de leite, quando o perdemos também uma quase to- 200 milhões de libras de leite em Bom apetite!
custo de produção deste produto talidade do mercado global tem- pó magro comprado pelo Gover-
subiu para números nunca antes poráriamente, o que veio causar no Federal foi encaminhado para
imaginados. um desiliquibrio na oferta e pro- programas do combate à fome;
Durante esta tumultuosa época, cura “suply and demand”. Aqui Preços a retalho pelos produtos
no Oeste os processadores do lei- do leite tem diminuido e estão a levem ao caminho do futuro, o
um crescente numero de produ- caso é que o problema é sempre o
tores procuraram alternativas te têm experimentado a controlar mais em linha com os preços pa-
a produção devido à falta de ca- gos à produção. mesmo, quando a força se acaba
menos dispendiosas tais como de organizar o futuro já passou
“distillers grains” (DDG). Esse pacidade de fabrico, mas parece A industria está tentando mobi-
que o resultado não foi o sucesso lizar-se com uma força Política sem solução.
crescimento presentemente está
reduzindo considerávelmente e que se esperava. Social para apresentar ideias que
12 COMUNIDADE 1 de Junho de 2009

T.D.E.S. HOLY GHOST Sábado 13 de Junho


11h30-12h30 Entrega de esmolas, a pessoas com Bilhetes.
18h00 (6 da tarde) Terço, e trocas das
JUNE 8 – 15, 2009 Coroas entre as Rainhas de 2008 e 2009
Segue-se cantoria dentro do salão
P.O. Box 1573 - 515 No. I St., Tulare, CA 93274 Com os seguintes cantores:
St. Aloysius Church, 125 E. Pleasant Manuel do Santos, Adelino Toledo, Jose Ribeiro,
International Agri-Center, 4500 S. Laspina Joãn Pinheiro, João Rodrigues
Acompanhados pelos Tocadores:
Daniel Macedo, João Gravito, Rafael Ormonde, Manuel Lourenço, Helder Toste
A Comissão da Festa de Tulare, Divino Espirito Santo Ao ar livre haverá Musica com Herminio Lemos,
Cordialmente Convida a toda a Communidade Abertura do Bazar.
Para Participarem nos seguintes eventos:
Domingo 14 de Junho
10h00 Desfile do Salão T.D.E.S. Para a Igreja Católica de St. Aloysius
Segunda-Feira 8 de Junho 11h15 Missa celebrada pelo Rev. Msgr. Rick Urizalqui e Rev. Raul Marta,
20h00 (8 da tarde) Terço cantado por Jose Meneses acompanhado pelo Coro Portugues de Tulare
Seguido de abertura de exposição de No desfile teremos participacão das Rainhas, Filarmonica
Imperios no salão do T.D.E.S. De Tulare, Filarmonica de Chino D.E.S., e as bandas das
Escolas secundarias de Tulare Western e Tulare Union,
Terça-Feira 9 de Junho 11h00 Sopas serão servidas
20h00 (8 da tarde) Terço Durante a tarde haverá leilão de ofertas e Bazar
Continuacão de exposição de Imperios 19h00(7 da tarde) servir-se-à Sopas novamente
21h00(9 da noite) Grand March seguindo musica com Chico Avila
Quarta-Feira 10 de Junho 23h00(10 da noite) Sortear-se-ão os nomes das familias
20h00 (8 da tarde) Terço seguido bênção da massa doçe interessadas em terem a Coroa do Espirito Santo nas suas casas.
Sessão de cumpriméntos pela Filarmonica Portuguesa
e destribuicão das rosquilhas, tradicão da Segunda-Feira 15 de Junho
Ilha do Pico 18h00 (6 da tarde) Corrida de Toiros nos terrenos do T.D.E.S.
Pela Ganadaria Raminhense de
Quinta-Feira 11 de Junho Frank Rodrigues
17h30 (5:30 da tarde) Briança com bezerros enfeitados e Adimissao $5.00 menos de 10 anos
Pezinho acompanhado, com os cantores: entrada gratis
Manuel dos Santos, João Pinheiro, e João Rodrigues
Serão acompanhados pelos Tocadores Sr. Queen: Mikella Ribeiro
Daniel Macedo, João Gravito, Manuel Lourenço, Attendant: Morgan Parker
Rafael Ormonde e Helder Toste Attendant: Stephanie Ficher
20h00 (8 da tarde) Terço, depois sera servido pão, queijo e vinho
Jr. Queen: Justine Costa
Sexta-Feira 12 de Junho Attendant: Andrea Jimenez
17h99 (5 da tarde) Terço Attendant: Lexi Borges
17h30 (5:30 da tarde) Abre-se as portas do Inter. Ag Center
20h00(8 da tarde) 6 toiros à corda da Ganadaria de 2009 Officers
Candido Costa de Wasco. President Joaquim & Ana Mattos
Admissão $5.00 menos de 10 anos entrada gratis Vice-President Dennis & Kassie Rodrigues
Com a presença da Filarmonica de Tulare Secretary Joe & Fernanda Bernardo
Treasurer Manuel & Alda Lawrence
Master of Ceremonies David Borges

1600
Colo-
rado
COLABORAÇÃO 13

Aproveite a Festa de Stevinson para ver e visitar amigos


14 TAUROMAQUIA 1 de Junho de 2009

Quarto Tércio
Uma primeira parte de luxo! José Ávila
Tarde de Gala para os Forcados josebavila@gmail.com

Tiro o meu
chapéu à Tertulia
Tauromáquica Tercei-
rense pelo trabalho
que teve na prepa-
ração da lei sobre a
Sorte de Varas. Tenho
pena que a Tertulia
não se tivesse aper-
cebido da psicologia
dos nossos deputados.
Mal o Chefe (Carlos César) disse que não era a favor
da sorte de varas, alguns deputados açorianos mudaram
à ultima hora de opinião, porque pensaram no tacho e
na reforma que poderiam perder caso contrariassem o
mesmo. Isto não admira nada, pois alguns açorianos já
em 1583 quando os espanhóis tomaram conta da Ter-
ceira também ficaram espanhois de um dia para o outro.
Já vem nos genes.

Pessoalmente eu nunca teria apresentado a Sorte de


Varas para os Açores, mas sim para uma ou duas cor-
ridas das Sanjoaninas. A Tertulia acreditou cedo de mais
na honestidade de alguns deputados. E já agora vos
digo, que mesmo que a lei tivesse passado, seria sempre
uma lei hipócrita, de rebendita, até porque a grande
maioria dos deputados açorianos não gosta de toiros.
Praça de Toiros de bom perante um toiro com música, Infelizmente, quer Paulo Ferreira
Stevinson trapio e bravura. Citou, cravou, rema- quer Rui Lopes, nada puderam fazer Tiro o meu chapéu aos Forcados Amadores de
24 de Maio de 2009
tou, deu vantagem aos toiros, foi um com a matéria apresentada na segun- Turlock pela comemoração dos seus 33 anos de activi-
autêntico profissional. Devemos agra- da parte. dade. Nos dias de hoje fazer tantos anos numa activi-
33º Aniversário dos Forcados decer ao Paulo Ferreira todo o traba- dade tão complexa e perigosa como a da forcadagem,
Amadores de Turlock lho que tem tido na preparação das As Pegas merece respeito.
quadras da Coudelaria M&M. Tem
Cavaleiros - Paulo Ferreira, Filipe
sido um trabalho de muito mérito que No fim da primeira lide e antes da Fiquei com o meu chapéu de banda,
Gonçalves e Rui Lopes
devemos reconhecer. Basta ver o tra- pega, notou-se que o toiro tinha rom- um tanto triste, por ver que a Praça de Stevinson não
Grupo de Forcados Amadores de
balho que os cavalos fizeram. pido a bola e apresentava o corno em estava cheia até às bandeiras, como bem mereciam os
Turlock
Filipe Gonçalves com o seu toureio estado normal, o que poderia preju- Forcados de Turlock. Penso que a nossa comunidade
Lira Açoriana de Livingston
alegre e comunicativo, esteve sem- dicar a pega. Assim entendeu e bem poderia ter feito um esforço para comparecer naquela
Director - Duarte Braga
pre muito bem em frente ao segundo o Director da Corrida que o mandou praça. Comprendo que a crise afecta muita gente e
Toiros - 3 da Ganadaria do Pico dos
toiro, que lhe deixou fazer tudo o que para dentro. No entretanto o grupo es- quero crer que foi por isso que ela não encheu comple-
Padres e 3 da Ganadaria Açoriana
lhe apeteceu. Foi uma actuação sere- tava formado e de repente o toiro que tamente.
na, bonita, artística, que entusiasmou estava em frente à barreira, virou-se
Praça quase cheia
3 toiros do Pico dos Padres com
a multidão. e correu para o grupo e quase sem Tiro o meu chapéu com muita
reverência ao Steve Lemos, por durante
Rui Lopes, pela primeira vez pisando preparação Frank Parreira ainda ten-
bom comportamento, dois da Aço-
terras da California, vindo da Tercei- tou pegá-lo, o que não foi possível.
riana mansos, com o quinto toiro 12 anos nos ter presenteado com belas pegas de muito
ra, mostrou no terceiro toiro todo o A partir daqui as pegas foram em
aos repelões. valor e por ter sido durante muitos anos um dos bastiões
seu saber e a maneira certeira como crescendo, sempre boas. Jason McDo-
cravou, deu indicações que quando se nald, Tiago, Tony Martins, Steve Le- do seu Grupo de Forcados. Vamos sentir a sua falta.
Eu sempre tenho dito que devemos le-
Tiro o meu chapéu a todos aqueles que vão
acostumar aos cavalos, fará ainda me- mos e finalmnte a pega da tarde, a de
var para casa sómente as coisas boas
lhor. Esteve alegre e teve muito apoio Michael Lopes, a fechar a corrida co-
que se vêem nas arenas, por isso, fui
feminino. O toiro era menos possante memorativa dos Forcados de Turlock. fornecer toiros, cavalos e forcados para as Corridas a
para casa com os olhos cheios da pri-
do que os seus irmãos, mas portou- Grande pega. Grande momento para realizar em Setembro em Las Vegas.
meira parte e das cinco pegas que
se muito bem. Foi uma bela estreia na os forcados de Turlock. Até agora sabemos que as ganadarias de Manuel Costa,
os Forcados de Turlock efectuaram,
California. Se não tivesse havido o problema do Frank Borba, Joe Souza, Açoriana e do Pico dos Padres,
com relevo para a extraordinária pega
Foi uma primeira parte de luxo, primeiro toiro, poderia ter-se assisti- estão contratadas. Cavalos das Coudelarias M & M e
de Michael Lopes ao sexto da noite.
boa em qualquer parte do mundo. do a uma coisa quase inédita - pegar Agualva e Forcados Amadores de Turlock.
Uma referência muito especial ao jo-
Na segunda parte tudo mudou. Os seis toiros à primeira vez. Ficará para Se tudo correr bem é uma grande vitória para a nossa
vem Tony Martins que teve uma bela
toiros da Açoriana estiveram muito uma outra vez. tauromaquia.
pega, trazendo o toiro muito bem tou-
abaixo das expectativas criadas para Duarte Braga esteve bem.
reado até cair na cornamenta. Uma
esta corrida.
boa lição para muitos forcados.
O quarto e sexto toiros foram man-
sos e o quinto manso foi, mas com a
A primeira parte foi tão boa, que eu
característica de, quando queria, dava
nem quero entrar em pormenores téc-
valor ao trabalho do Filipe Gonçalves,
nicos de cada um dos cavaleiros.
que teve cravações de muito mérito.
Paulo Ferreira esteve em plano muito

A pega da tarde ao sexto toiro por Michael Lopes O Adeus de um grande forcado, Steve Lemos - 12 anos a pegar toiros
PATROCINADORES 15
16 RADIO 1 de Junho de 2009

Sonho de Batista Vieira realizado


No passado dia 16 de Maio teve lugar a
inauguração dos novos estúdios da Rádio
Comercial Portuguesa, KSQQ 96.1FM Sté-
reo, em edifício especialmente construído
para o efeito. Segundo o seu proprietário,
Batista Vieira, este era o seu sonho de há
vários anos que faltava realizar. A longa es-
pera de licenças para a construção, foi maior
que o tempo de construir, para uma pessoa
que está habituada a fazer tudo depressa e
sempre com olhos postos no futuro, e em
chegando o dia, a alegria não se fez roga-
da, para receber não só o Grupo Folclórico
Tempos de Outrora, que actuou em algumas
modas de S. Jorge, como as Bandas de Mú-
sica Portuguesas, de São José e Santa Clara,
cujos instrumentos brilharam ainda mais
sob o Sol escaldante do dia.
Não faltaram, porém, na recepção, refres-
cos, vinhos, frutas, doces e saborosos ape-
ritivos para manter o espírito contente das
muitas gentes, convidados e público em
geral que acudiram a visitar a nova e bela
estrutura que alberga, de certo modo, muito
do sentir da Alma Portuguesa, pela notícia,
pela música, pela publicidade e pelas pala-
vras que todos os dias os locutores da esta-
ção transmitem para quantos fazem deles a
sua companhia.
Para além de uma visita guiada pelos estu-
dios a quantos por lá passaram e demons-
tração de como comunicar com os ouvintes,
a bênção foi dada pelo pastor das Cinco
Família Vieira - Batista, Dolores, Nicholas, Ethan, Lina, Joseph, Teresa e Davide Chagas, Father Tony Mancuso, que não
poupou elogios aos Portugueses pela sua
persistência, coragem e trabalho árduo, de
querer sempre manter neste País as suas raí-
zes culturais, já também através dos muitos
Templos religiosos, não só na Califórnia,
mas em muitos outros lugares, onde a sua
presença se tem feito notar.
A festa de inauguração, foi um sucesso, para
“um homem de sucesso”, conforme Batista
Vieira, para o qual conta com o respaldo de
uma esposa leal e constante, Dolores Vieira,
seus filhos Davide e Joseph, numa obra, que
apesar da crise actual, procuram a todo o
custo conservar, de modo que a Língua Por-
tuguesa tenha presença e eco futuros.

Tribuna Portuguesa, que também lá esteve e


registou alguns dos momentos felizes, dese-
ja as maiores Felicidades aos Proprietários,
para bem da nossa Comunicação Social.

Filomena Rocha
Aida Barbosa no espaçoso Estudio 1

Filomena Rocha no Estudio 1


Hélia Zeferino no Estudio 2 Esq - Grupo Folclórico Tempos de Outrora e Banda da Nova Aliança. Ver mais na pág. 18
17
18 RADIO 1 de Junho de 2009

A Festa da KSQQ - um dia para recordar

Filomena Rocha até encontrou dois amigos da Terceira, Hélio e Fernanda Cunha Melo.
O Abílio de Sousa sempre presente em todas as festas da nossa comunidade.
Os sobrinhos de Batista Vieira, Paulo e Pedro Vieira Santos, no Estudio 3, com muito esti-
lo e como não podia deixar de ser numa inauguração, o melhor da culinária portuguesa.

Foi Jim Petrucci, o engenheiro da nova estação, que montou toda a aparelhagem.
COMUNIDADE 19
20 COMUNIDADE 1 de Junho de 2009


A I.D.E.S. sauda toda a
comunidade Portuguesa da
California e
Deseja que o Dia de Portugal, de
Camões e das Comunidades, seja
passado em harmonia, alegria e
sentido comunitário.
PATROCINADORES 21
22 COMUNIDADE 1 de Junho de 2009

UEFA CHAMPIONS LEAGUE

Barcelona foi o melhor


Com a vitória do Barcelona na final da a vitória do Barça sobre o United permi- Triunfos solitários Grécia (Panathinaikos FC, 1971) e Suécia
UEFA Champions League, em Roma, a tiu à Espanha isolar-se no topo da lista. Nenhum outro país soma mais do que (Malmö FF, 1979) viram os seus clubes
Espanha tornou-se na mais bem-sucedida Alemanha e Holanda são as nações que um título europeu de clubes, tendo as saírem derrotados na única ocasião em
nação na história da Taça dos Clubes surgem a seguir na classificação, ocupan- equipas francesas falhado por cinco vezes que atingiram a final.
Campeões Europeus, pois foi a 12ª vez do em conjunto a quarta posição, com no jogo decisivo, deixando a vitória do
que uma equipa da Liga espanhola se seis vitórias alcançadas pelos clubes dos Olympique de Marseille em 1993 como Domínio Real
sagrou campeã europeia de clubes. respectivos países, embora as formações o único sucesso dos clubes gauleses na O Real Madrid CF continua destacado na
da Bundesliga já tenham disputado 13 competição. A ex-Jugoslávia (FK Crvena liderança da lista de vencedores da com-
Portugal em sexto finais, contra oito de equipas do campe- Zvezda, 1991), Escócia (Celtic FC, 1967) petição, com nove títulos de campeão da
Até à final desta quarta-feira, no Stadio onato holandês. Portugal vem no sexto e Roménia (FC Steaua Bucureşti, 1986) Europa – o último dos quais em 2002 –,
Olimpico, Inglaterra, Espanha e Itália lugar desta lista, graças aos dois títulos também festejaram o título de campeão mais dois do que o AC Milan, que soma
tinham todos visto clubes do seu país europeus conquistados tanto por Benfica da Europa de clubes por uma vez, en- sete e conquistou o troféu pela última
erguerem o troféu em 11 ocasiões, mas como pelo FC Porto. quanto Bélgica (Club Brugge KV, 1978), vez há duas temporadas. O Liverpool
FC totaliza cinco títulos, mais um que AFC Ajax e FC Bayern München,
seguindo-se o United com três. O Barcelona surge com três troféus, mais
um do que outras seis equipas, com dois títulos de campeão europeu no
seu palmarés, entre as quais se encontram Benfica e FC Porto
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Junho

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Junho de 2009

Jun3 6: 1:00PM – Nevada Councils


Tel: (775) 450-1684
June 10: 7:00PM - U.P.E.C Symposium
(510) 483-7676
June 20: 6:00PM – Sacramento, Council #11
Tel: (916) 428-3883
June 21: Special Convention
Tel: (209) 835-4341
June 28: Family Day Picnic
Casa da Fruta
(510) 483-7676
26 ARTES & LETRAS 1 de Junho de 2009

Tomaz Borba Vieira, entre a pena Apenas


Duas
e o pincel O Carcereiro da Vila e outras estórias Palavras

Diniz Borges
las abertas para o mundo, ou de sua gente que vive Tomaz Vieira e sua Conceição.
que carrega a Ilha dentro de si, nas suas Lá está o seu atelier e o Centro Cultural d.borges@comcast.net
entranhas, que deixa transparecer no olhar da Caloura, um paraíso encravado em ou-
a comunhão telúrica com o mar e traz tro, onde expõe sua arte e arte de tantos Não tem sido fácil manter esta página
na pele o sabor do sal. “Porque se nasce quantos foram acolhidos naquele colendo literária. Há cada vez menos gente com
numa ilha o mundo é todo ilhas” escreveu espaço dedicado à cultura e às artes. Ilha disponibilidade para colaborar. Porém,
José Martins Garcia in: Signo Atlântico, Grande e Aberta! Exclamo com a petu- remaremos, por vezes contra a maré
(1984). lância de quem olha à distância ou à mar- (nem sempre cheia) e tentaremos manter
Nestes vinte e um anos, de muito ir e vir gem. No entanto, sabe reconhecer a arte viva a única página literária num jornal
aos Açores, conheci outras definições, liberta,cheia de luz que atravessa a obra, de língua portuguesa nos EUA.
Lélia Nunes conceitos, ideias sobre o que é uma Ilha, que transborda no mundo lírico e oníri- Hoje, e graças à nossa amiga e distinta
o sentir e ser ilhéu e o viver numa delas. co de Tomaz Vieira, onde o pincel escreve colaboradora Lélia Pereira Nunes, temos
A minha “Ilha”, a de Santa Catarina, foi ou faz vibrar sons,sinfonias solfejadas em um trabalho sobre o excelente artista
Poderia começar fazendo um registro povoada por milhares de ilhéus – “os vos- clave de Sol, desvirginando a alva tela so- açoriano, Tomaz Borba Vieira. É que
de sua biografia, citando sua formação sos” e que hoje são “ os nossos,” frutos de bre um cavalete aberto para o universo do tal como escreve a Dra. Lélia Pereira
acadêmica: o curso de Pintura na Escola uma errância histórica. Nossos nomes de homem. Em cada quadro sua arte pictórica Nunes, Tomaz Borba Vieira é: “o artista
Superior de Belas Artes de Lisboa (1958- família se assemelham e se identificam. Na expressa a narrativa visual, o patrimônio que com o pincel traça narrativas cro-
1963),a passagem pela Fundação Calouste margem de cá, muitos acreditam que têm espiritual açoriano. máticas sobre a vida, cultura, coisas &
Gulbenkian,em Portugal(1962),a Acade- “um pezinho” nas ilhas açorianas. Como A sua escrita,pinceladas de letras e pala- gentes que estão no Meio Atlântico – os
mia de Belas Artes de Florença (1966), o os “Borbas”, baleeiros, devotos do Divi- vras, que em todas as nuances do arco- Açores.”
curso de Mestrado em Educação Artística, no, de Barra Velha e de Penha, no norte íris contam histórias e estórias de sua
na Universidade de Boston (1983-1985) ou catarinense e os “Vieiras,” oleiros de São gente. Vai além, oferece uma gama de in- Abraços
José da Terra Firme ou formações em sua narrativa com o intuito
os nobres herdeiros de de desnudar personagens e perfis. Sobre- diniz
sesmarias no planalto põem-se o pintor e o escritor que, sem au-
catarinense e no Rio mentar um ponto, vai desenrolando seus
Grande do Sul. No meio
desta irmandade Atlân-
tica está Tomaz Borba
Vieira, quem sabe não
terá ele,também, “um
pezinho” posto cá, na
“terra dos esquecidos”
? Vai saber, há de ter...
Quem duvida?
A Ilha de São Miguel,
onde nasceu Tomaz
Vieira, é uma Ilha
grande, maior que a de
Santa Catarina. Ambas,
por sua beleza, cantadas
em prosa e verso. A de
o valioso percurso artístico referenciado Santa Catarina é a Ilha da Magia ou a Ilha
em quase uma centena de obras, ensaios, das Bruxas.Título plenamente justificado.
artigos assinados pelos mais renomados A de São Miguel é chamada de Ilha Verde
escritores e críticos de arte. Ou, ainda, ci- e também esconde seus mistérios aními-
tar as dezenas de artigos e textos para ca- cos. O que é incontestável. Sim, a Ilha da
tálogos de exposições saídas de sua com- São Miguel onde nasceu Tomaz Vieira é
petente e expressiva lavra. Este é o Tomaz mesmo maravilhosa! Ilha de afetos fecun-
Vieira – o artista que com o pincel traça dos. Provocante, faz brotar sentimento de
narrativas cromáticas sobre a vida, cul- embriaguez por sua luxuriante paisagem,
tura, coisas & gentes que estão no Meio uma profusão de tons de verde das cripto- contos com arte e alma e deixa a gente se lação de estrelas ou no rastro prateado
Atlântico – os Açores. mérias, do verde-forte do incenso, da sua- embrenhar por freguesias e vilas, sonhos e da Lua Cheia que iluminam as noites de
Mas, qual nada! Entrei por outro caminho vidade das acácias, do perfume doce das desejos. Riquezas de um cotidiano insular verão.
– a Canadá do Castelo – e fui atrás do ho- conteiras debruçadas nas ribeiras. Há mui- captadas com acuidade do olhar, do pintor É de casos e ocasos que, enriquecidos
mem- escritor que traz a alma no olhar e to caí de amores por esta sinfonia de cores, e a alma do homem escritor. Imagens es- pela estética da narrativa e a arte de
me enterneceu com sua escrita suave como de sons, de cheiros e dela fiquei enredada pelhadas nas telas e nas páginas do livro. Tomaz Vieira, fala “O Carcereiro da
na novela “Herdar Estrelas”(2000), nos para sempre, apaixonada, amante. “Ilha Um encontro de inegável beleza. Histórias Vila e outras estórias”, onde a ficção e
belos contos de”Degrau de Pedra”(2002). das minhas paixões-vivas cercadas pelo que não cansava de ouvir, ouvir e ouvir a realidade se encontram revelando no
Se “a escrita é como o nosso corpo – para oceano” entrega, afinal, o verso, tomado contar e que ficaram tatuadas na memória traçado do desenho e na escrita criati-
onde vamos com este levamos-lhe colado emprestado do poeta ilhéu Semy Braga. ou no coração. Agora, com a elegância da va aquele “quê” de místico ou de sal-
o espírito”, nas palavras sábias do amigo Quando aí estou me perco contemplando o pena volta a contar e (re)contar e contar, vaguardado de uma memória que trans-
e escritor Daniel de Sá, e fui ao seu encon- mar azul profundo em contraste com a ne- transmitindo-as na palavra escrita e no borda do passado em águas do presente
tro nas páginas de “O Carcereiro da Vila gra areia e a rocha vulcânica tal qual uma traçado suave do desenho, em ilustra- a deslizarem intensamente em direção
– e outras histórias”. Encontrei um ilhéu esfinge com rosto de cão, o verde-garrafa ções que emolduram com graça singu- ao mar.
atento ao seu universo e ao mundo circun- dos campos lavrados entrecortadas por lar cada narrativa, seja real, ou fruto da
dante, um observador reflexivo do tecido muros de pedras serpenteados por um co- imaginação. Em recente e-mail, escreveu Fonte: “O Carcereiro da Vila e outras
social, em constante diálogo com memó- lar de hortênsias iluminadas pelo sol, em Onésimo T.Almeida uma afirmação, que estórias” Ponta Delgada, Ed.
rias suas e de sua gente. tarde de abril-primavera, a estação da reproduzo, embora o contexto fosse outro Artes e Letras, 2009.
Tomaz Borba Vieira é açoriano, nascido vida,do desabrochar “(...) gerando lilases ela vem bem a calhar: “A história é feita
na Ilha de São Miguel, na cidade de Ponta em terra morta, misturando memória e de- de estórias e as estórias baseiam-se muitas
Delgada. Na escola primária aprendi que sejos, caldeando raízes adormecidas com vezes em mitos. Os seres humanos parece
“Ilha é uma porção de terra cercada de chuvas primaveris (...)”ensina o poema que precisam deles para viver”
água por todos os lados.” Apenas a defi- The Waste Land, de T.S.Eliot. Por Santa Bárbara,Yansã!
nição, nua e crua – “um espaço geográfico É no cenário fascinante da Caloura, Junta O que seria de nós sem as fantasias que po-
circundado de água.” Nem uma referência de freguesia de Água de Pau,no Concelho voam o nosso imaginário e estar nas asas
ao infinito que se descortina de suas jane- da Lagoa, rodeado por jardins imensos, do vento,na nuvem passageira, na conste-
serving the portuguese–american communities since 1979 • ENG L ISH SECTION

Ideiafix
portuguese
Miguel Valle Ávila
miguelvalleavila@tribunaportuguesa.com

Dia de Portugal SJSU’s King Library honors Portuguese Heritage Collec-


The 10th of June is our National Day. The day tion, displays Portuguese exhibit
when we remind ourselves of who we are — Last May 9, San José State University’s
proud Portuguese — regardless of where in the Dean of the Dr. Martin Luther King, Jr.,
globe we happen to reside. Dr. Ruth Kifer, hosted a donor apprecia-
In years past, the Dia de Portugal came and went tion dinner.
in the Golden State without much fanfare except Among the donors were two tables of
for the annual banquet to place some honorary key contributors to the Portuguese He-
commendations on some proud (and sometimes ritage Collection, the first European col-
inflated) chests. lection at that library. Led by Bernadine
Thank goodness for a group of community le- and Lionel Goularte, these Portuguese-
aders who believed that our day needed much American community leaders were able
more than that and that multiple celebrations to collect a minimum of $25,000 to cre-
could take place throughout the state. ate an endowment for the collection.
The now traditional Dia de Portugal festival The Portuguese Heritage Collection and
returns once again to Kelley Park where we Bernie and Lionel Goularte were recog-
proudly display our own Portuguese Heritage nized by Dean Kifer.
Museum. But the party is not the same without
everyone coming and enjoying themselves. So Portuguese Exhibit on
look over the many celebrations taking place all
Display May 21-Sept. 30
over this state and participate. Bring out those
Opened since May 21, the second floor
Portuguese flags, jerseys (even if from Benfica
of the King Library serves host to a spe-
or FC Porto), and play Portuguese music on your cial exhibit — “Portugal: Age of Disco-
car radios and iPods (even if Pimba music) — veries and the Story of a Volcano.” Community leaders Lionel and Bernardine Goularte
what’s important is to show a little bit of our pri- The Portuguese Discoveries panels island and dislocating a large number se Heritage Society of California (510)
de in who we are. exhibit provides a comprehensive and of families. The exhibit tells how, as a 797-7585.
interesting story of the role that the consequence of this dislocation, a new
Dia de Portugal Award Portuguese mariners played in opening group of Portuguese immigrants were About the Library
communication and trade between Eu- brought to the United States. These new
The Luso-American Education Foundation Dia rope and many other parts of the world. immigrants helped revitalize interest in The Dr. Martin Luther King, Jr. Library
de Portugal Award is being presented to my The Capelinhos Volcano exhibit des- Portuguese heritage and culture throu- is the largest, all-new library west of the
friend and role model, Lionel Goularte, next Mississippi, an innovative collaboration
June 7. Lionel is a true community leader who which has created an invaluable com-
seeks the best for the Portuguese-American munity resource open and free to all. A
community of California. His contributions in- feast for the mind, as well as the eyes,
clude significant donations and leadership posi- the King Library boasts a collection of
roughly 1.5 million items as well as de-
tions with the Portuguese Heritage Museum, the
lightful public art installations awaiting
Portuguese Heritage Publications of California,
your discovery on every floor.
the Portuguese Heritage Collection at the Dr.
Dr. Martin Luther King, Jr. Library
Martin Luther King, Jr. Library, the Portugue- 150 E. San Fernando St.
se Studies Program at San José State University, San José, CA 95112
Dia de Portugal Festival, among so many other (408) 808-2000
institutions. May 26 - August 23, 2009
Congratulations on yet another recognition (Lio- Monday - Wednesday 8:00 AM -
nel is not one of the inflated chests) even if only cribes aspects of the eruption on the is- ghout California. 8:00 PM
missing equal recognition for his better half — land of Faial, beginning on September For more information, please contact Thursday - Saturday 9:00 AM -
Bernadine. 27, 1957 and lasting more than a year, Lionel Goularte (510)797-7585. This 6:00 PM
destroying villages in a section of the exhibit is sponsored by the Portugue- Sunday 1:00 PM - 5:00 P

US Reps hail implementation of


Dairy Export Incentive Program
WASHINGTON, D.C.— Following mon- dairy operators,” said Congressman Car-
ths of work by Congressmen Jim Costa doza.
(D-Fresno) and Dennis Cardoza (D-Atwa- The Dairy Export Incentive Program
ter), the USDA announced that it will ac- (DEIP) helps U.S. dairy exporters compe-
tivate a far-reaching subsidy program that te with prevailing world prices. It also en-
has been sought by Valley dairy operators courages the development of international
since last year when the industry was hit export markets in areas where U.S. dairy
with significant economic challenges. products cannot compete due to subsidi-
Agriculture Secretary Tom Vilsack made zed dairy products from other countries.
the announcement in Washington, DC. According to USDA, the DEIP allocations
way in returning the health of the indus-
“Dairy families in our Valley are stru- of 68,201 metric tons of nonfat dry milk;
try,” said Ray Souza, President of Western
ggling to stay in business. They’ve endu- 21,097 metric tons of butterfat; 3,030 me-
United Dairymen. “Congressmen Cardoza
red high feed prices, surging fuel costs and San Joaquin Valley. Agriculture is the life tric tons of various cheeses and 34 metric
and Costa have been working on this issue
declining markets due to the economic blood of our economy and this will signi- tons of other dairy products, as well as in-
for some time and have been champions
downturn. This announcement could not ficantly reduce the stark gap between re- dividual product and country allocations
for us. Without their work we wouldn’t be
have come at a more important time,” said venue and expenditures for our struggling will be made available through Invitations
where we are today.”
Costa. “This is a tremendous win for the for Offers. “This is going to go a long

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28 FESTAS 1 de Junho de 2009

Corrida de Toiros
8 de Junho de 2009
Praça de Stevinson, as 8 horas da noite

6 Bravos Toiros 6
da Ganadaria Açoriana

PAULO FERREIRA
ISRAEL TELLEZ

Forcados
Amadores
de Turlock

Participe nas nossas Festas Admissão - $20.00


Populares. Tudo isto é Tradição,
Os portões abrem as 5 horas
tudo isto é Cultura!
ENGLISH SECTION 29

IDES Supreme Youth President


CHRISTINE MAY DASILVA –
TESTIMONIAL DINNER/DANCE
AND FUNDRAISER

Saturday, May 9, 2009 at the IDES


Council No. 14 Hall on “C” Street in
Hayward, the Testimonial for the Supre-
me Youth President of IDES Christine da
Silva, was a big success, with an atten-
dance of 200 people the event was full
of enthusiasm and support from young
and old. Christine dedicated her term of
office to a cause very close to her heart
“The cure of Breast Cancer”, Christine
has been collecting funds throughout the
year at various IDES functions and all the
proceeds including from this dinner and
until the end of her term in July of 2009
will be donated to the Susan G. Koman
Foundation.
The coordinator of the event, Liliana
Christine May da Silva, the Supreme Youth Presidente of I.D.E.S.
Lourenco, did a wonderful job at mobili- with her parents
zing all kinds of volunteers working for

Monetary presentation by Mr. Al Antunes Breast Cancer survivors


vors present, a very touching ceremony came from Arizona. One of the frien- highly of Christine’s character as young
this memorable function. IDES Council with a speech about awareness of Breast ds from college said a few words about woman and as a daughter.
14 was very instrumental in the prepa- Cancer by Maria Silveira, a Breast Cancer Christine and a large monetary donation Music was provided by the Band “The
ration of this event, numerous officers Survivor herself. for the cause was presented to Christine Revivals” enjoyed by everyone. An event
and members of this Council contributed The honoree of the evening, Christine Da- by the Secretary of her own Council No. to remember.
tremendously. Silva was also the birthday girl born 20 9 Al Antunes.
The Mistress of Ceremonies of the eve- years ago that day. Many of Christine’s Christine’s mother Maria Eugenia Da-
ning was Liliana Lourenco. friends from college attended the event Silva as the main speaker for the evening
One of the highlights of the evening was which made very special for Christine spoke about Christine’s life her role in
the recognition of Breast Cancer Survi- and as a surprise her big sister Nicole the IDES and in the community speaking

Consul General farewell


The League of Portuguese Fraternal
Benefit Societies of California sponsored
a farewell dinner honoring the Consul
General of Portugal in San Francisco
Dr. António José Alves de Carvalho and
Spouse D. Teresa de Carvalho.
The reception was held on Wednesday,
May 20, 2009 at the Willow Park Golf
Course Event Center in Castro Valley.
League Officers and Representatives and
League Past Presidents paid tribute to the
Consul General and presented him with
a League Resolution commending Dr.
António José Alves de Carvalho for his
leadership and contributions so generous-
ly given for the enhancement and further
development of the League of Portuguese
Fraternal Benefit Societies of California
as well as his committed service, dedica-
tion and outstanding achievements during
his term.
One of the many special moments of
the evening, and knowing the Consul
General’s interest for the movie industry,
was when League President Carolina
Mazilu presented Dr. António José Alves
de Carvalho with an “Oscar” trophy.
All League Officers, Representatives and
guests wished Dr. António José Alves de
Carvalho and spouse D. Teresa sincere
best wishes in their future endeavors.

Text: Carla Cardoso


Photos: Carol Bates
30 ENGLISH SECTION 1 de Junho de 2009
FESTAS 31

Elk Grove e a sua bonita festa

Aia Melissa Silveira, Ginger L. McCashill (Rainha Grande) e aia Andreia J. lopes
De 17 a 20 de Maio houve a recitação do
Terço, e no dia 21, depois do Rosário se-
guiu-se a Missa para os doentes.
Na Sexta-feira houve a Grande Noite de Fa-
dos com Arminda Alvernaz, vinda do Pico,
Soria Mejdoubi, Avelino Teixeira, ambos
vindos de Toronto, Canadá, Isalino dos San-
tos, de Stockton, todos acompanhados por
Helder Carvalheira (guitarra portuguesa),
Manuel Escobar (viola de fado) e João Car-
dadeiro (viola baixo).
O mestre de cerimónias foi Vital Mestre.
No Sábado houve almoço para aqueles que
ajudaram a festa. Às 3 horas, vacada.
Depois do Rosário serviu-se o jantar de
caçoila, seguindo-se a apresentação das
Rainhas e Direcção, acabando a noite com
Baile pelo Alcides Machado.
No Domingo, depois do pequeno almoço
servido a todos os que participam na coro-
ação, houve Missa pelo Rev. Eduino Silvei-
ra.
Depois das Sopas houve leilão de ofertas.
Às 8 horas e antes do Baile serviram-se So-
pas outra vez.
O Conjunto Progresso fechou as festas da
melhor maneira. Na sexta-feira seguinte,
corrida de toiros na Praça de São João em Antonio e Eria Martins (Presidente), Nelia
Thornton, com o cavaleiro Sário Cabral e o e Alberto Barcelos (Vice Presidente) ,
matador Mário Miguel, com toiros do gana- Francisco e Belmira Silva (avós da Rai-
dero Manuel do Carmo, de Elk Grove. nha Grande, vindos do Porto Judeu, Ilha
Terceira)

Manuel Silva, Ludovico Mendes, João José Machado, Manuel Jorge Silveira e Roberto Madison Beals, Haley Quaresma (Rainha Pequena) e Lindsay Silveira
Neves. O cozinheiro mór não gosta de tirar fotografias, por isso não está aqui
32 ÚLTIMA PÁGINA 1 de Junho de 2009

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