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FALECIMENTO Pág. 6 Batista e Dolores Vieira com a equipa de trabalho da KSQQ e KLBS
José João, Aida Barbosa, Nelo Bettencourt, Filomena Rocha, Hélia
Faleceu Padre Manuel Severino, Lucy Ávila e Álvaro Aguiar Páginas 16,18
Bernardo Soares
Faleceu na sua residência
em San Juan Bautista o
Reverendo Padre Manuel
Até que enfim...
Bernardo Soares. Era
natural da freguesia de
Pico da Pedra, ilha de São
Vai haver obras no Consulado!
Miguel. O Padre Manuel Levou mais de meio século para Portugal perceber que
Bernardo, o mais novo de o Consulado Geral de Portugal em San Francisco era
10 filhos, iria completar
um vergonha nacional e comunitária.
80 anos de idade no dia 6
de Julho próximo. Por lá passaram dezenas de Cônsules, centenas de fun-
cionários e alguns milhares de portugueses residentes
RECONHECIMENTO Pág. 27 nesta California dourada. E todos eles se sentiram mal.
Lionel Goularte recebe a Acredito até que muitos Cônsules devem ter pedido
assistência a Portugal, mas o Ministério dos Negócios
LAEF DdeP Ward Estrangeiros, quer no tempo do Fascismo, quer no tem-
po da Democracia, fez orelhas de mercador e nada quis
No Banquete para celebrar o fazer e só agora, devido aos esforços do ainda actual
Dia de Portugal, e o quadra- Cônsul Antonio Alves de Carvalho e do Secretário de
gésimo sexto aniversário da
Estado das Comunidades, António Braga, se conseguiu
Luso-American Education
Foundation será homenag- abrir o processo de renovação do Consulado. Segundo
eado Lionel Goularte, de soube o Tribuna, já estiveram em San Francisco três
Fremont, com a LAEF Dia engenheiros portugueses que vieram tomar conheci-
de Portugal Award, em re- mento das necessidades das obras.
conhecimento pela sua dedi- Queremos crer que as opiniões, quer do Cônsul quer
cação e relevantes serviços dos funcionários, serão importantes para o design do
prestados às comunidades novo Consulado. Por favor, não nos desiludam!
Portuguesas da Área da
Baía.
portuguesetribune@sbcglobal.net • www.portuguesetribune.com • www.tribunaportuguesa.com
2 SEGUNDA PÁGINA 1 de Junho de 2009
Crónicas do Perrexil
A hipocrisia das
palavras J. B. Castro Avila
EDITORIAL
Dia de Portugal Os problemas com a Cor- partes. seguro de saude. Crueldade é uma pessoa
rida de Toiros em Artesia Crueldade é ser-se conde- Crueldade é eu pagar o passar mais tempo no
Se não tomarmos consciência da razão e da importância e a intervenção das au- nado quando se é inocen- seguro do carro mais caro computador, Facebook,
do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, pode- toridades recordou-me o te. por causa daqueles que Twitter, YouTube e outros,
mos um dia banalizar tanto essa data que ela nem interessa uso e o abuso da palavra Crueldade é perder-se o não o tem. em vez de tomar conta dos
ao Menino Jesus. CRUELDADE que a Hu- emprego por causa das vi- Crueldade é ver-se árbi- filhos.
Felizmente as comemorações do Dia de Portugal tem evo- man Society gosta tanta garices de meia duzia de tros de futebol a roubar o Crueldade é querer-se visi-
luído positivamente e queremos crer que o seu futuro está de usar, especialmente em pessoas. trabalho e o esforço de um tar a nossa terra de origem
em boas mãos. frente a uma câmara de te- Crueldade é não ter pão clube e de uma equipa. e não poder pagar a passa-
Só gostarímos de ver um maior empenho de muitas das levisão. para dar aos filhos. Crueldade é ver-se tanta gem.
nossas organizações que nunca lá compareceram. Ficava Crueldade é aceitar-se os gente que foge descarada- Crueldade é ver-se tantas
bem e não custa muito. Crueldade é também ma- lucros indecorosos das mente ao pagamento de coisas que se podia fazer e
E já agora, é preciso acabar com essa ideia saloia de con- tarem-se um milhão de companhias petrolíferas. taxas. não se faz, devido a ideias
vidar politicos de Portugal para o Dia de Camões. Convi- galinhas por dia numa só Crueldade é abrir a televi- Crueldade é não haver res- retrógradas de muita gente
dem-se poetas, escritores, arquitectos, professores. Con- fábrica. são e ver as mortes, os rou- peito em muitas escolas mais antiga.
videm-se pessoas que nos tragam mensagens de alegrar a Crueldade é ir-se a uma bos, as parvoíces de tanta pelos professores. Crueldade é calar e não
alma e não palavras ocas, gastas, balofas, falsas, como tem emergência hospitalar e gente em frente a uma câ- Crueldade é nunca se pu- participar à policia actos
sido as da maioria dos politicos que nos tem visitado. esperar quatro horas para mara. nir os grandes da droga. e vandalismos feitos nas
Quando é que aprendemos a ser mais discretos? ser atendido. Crueldade é não poder Crueldade é não haver boa nossas organizacões.
Crueldade é aceitar-se a mandar os filhos para as educação em casa de mui- Crueldade é fazer queixa
Este ano não houve a atribuição da Causa Portuguesa existencia de milhões de escolas e universidades. ta gente. às autoridades de coisas de
Award, patrocinada pela UPEC. Acho muito bem que não refugiados em todo o mun- Crueldade é ficar impávi- Crueldade é uma pessoa que não gostamos por fun-
tivesse havido, até haver uma remodulação no processo da do por causa de meia duzia do ao saber-se dos abusos conduzir mais de cem mi- damentalismo religioso ou
atribuição do mesmo. de bandidos. sexuais de crianças. lhas até ao Consulado de outro.
Não faz sentido esse prémio ser iniciado por cartinhas de Crueldade é esperar-se Crueldade é ver-se um San Francisco e não poder Crueldade é isto tudo e
pessoas a proporem este ou aquele nome. Uma organiza- dois anos por uma opera- grupo de pessoas em Sa- usar o quarto de banho. mais o que se poderia es-
ção como a UPEC deveria ter a responsabilidade de esco- ção cirúrgica em Portugal. cramento que olham mais Crueldade é estarmos en- crever, e não admito que
lher quem merecesse ser o premiado. A ver vamos. Crueldade é matar-se mi- para o seu umbigo do que volvidos numa guerra que a Human Society tenha a
lhares de vacas por dia para os interesses da co- não é nossa e termos per- mania de ser proprietária
É bom saber-se o impacto que este pequeno jornal tem para saciar a fome de mui- munidade californiana. dido cinco mil vidas des- de tal palavra.
tido em muitos dos nossos patrocinadores. Temos recebido ta gente. Crueldade é caçar animais necessárias.
notícias que um anuncio no Tribuna paga-se por si mesmo, Crueldade é dar cabo da pelo prazer de matar. Crueldade é torturar pes- Por isso, não me venham
tal tem sido a adesão dos nossos assinantes aos produtos vida das familias quando Crueldade é ver-se a mise- soas como fizemos em esses senhores da Human
dos nossos patrocinadores. É realmente uma muito boa o álcool é mais forte que a ria dos hospitais psiquiá- anos recentes. Society cantar-me canções
notícia. razão. tricos do Estado. Crueldade é pagarmos me- de embalar, porque eu já
Crueldade é haver violen- Crueldade é haver 40 mi- lhor a um guarda prisional tenho a escola toda.
jose avila cia doméstica de ambas as lhões de americanos sem do que a um professor.
Foi à sombra destas lindas árvores do TDES de Tulare, que o Padre Marta foi homenageado pelos seus 70 anos de idade e pelo seu trabalho junto desta comunidado do Vale Central
Padre Marta momentos antes de partir o bolo do aniversário, que, curiosamente, tinha um Se a Zélia fosse mais velha, diríamos que ela era como o vinho do Porto, mas como é muito
emblema do Benfica nova, podemos dizer que está cada vez melhor.
A vida de um padre nos dias que correm não é facil, e é precisamente por isso que
talvez haja um défice muito grande destes titulares de uma vida de sacrificio, de entrega
e de amor a uma Igreja, que passou e ainda passa por períodos negros da sua vida.
O Padre Raul Marta é um bom exemplo de padre que se tem dedicado de alma e cora-
ção a uma causa que é importante no mundo de hoje.
Algumas centenas de pessoas quiseram agradecer ao Padre Marta e reuniram-se debai-
xo das frondosas árvores do TDES para dizer-lhe quanto o apreciam, quanto o respei-
tam e agradecer todo o trabalho dado por ele à comunidade nos ultimos 24 anos.
Parabéns ao Padre Raul Marta.
COLABORAÇÃO 5
A
ta recordou ter visto em muitas Por saber o meu sentido; na na culinária, como afrodisíaco,
Anda a horta rodeada casas, sobretudo de gente mais Junto c’o’a manjerona como medicamento e na cosméti-
manjerona é uma plan-
De erva-santa bem bonita; idosa, “galhinhos de ervas aro- Tenho o meu bem escondido. ca. Mais tarde difundiu-se no res-
ta de muita estimação,
Queria falar contigo, máticas, tais como a manjerona, to da Europa com as Cruzadas, e
não só pela sua fragân-
Na roda está quem me quita. espalhados à ilharga das camas Mas não é só nas casas e nos ob- nos dias de hoje é cultivada nos
cia, mas também pela
do casal, formando como que pe- jectos que o povo gosta de colo- países mediterrâneos, na Europa
sua utilidade culinária e medici-
Eu plantei no meu quintal quenos tapetes que naturalmen- car ervas de cheiro p’ra sentir-se Central e na Europa do Leste”.
nal. Em inglês, dá-se-lhe o nome
Erva-santa já crescida; te são pisados quando o marido na companhia dos aromas que Como observou Costa Barros, “a
de marjoram. Na série “Tradi-
Se por mim perdes a alma, e mulher se forem a deitar, para vêm dos campos, das matas e dos manjerona é eficaz nas perturba-
ções, Costumes & Turismo”, em
Eu por ti perco a vida. que entrem no vale dos lençóis de jardins, pois que como acentuou ções digestivas, melhora o apetite
Fevereiro de 1962, Carreiro da
pés cheirosos”. Carreiro da Costa, “também se e reduz a flatulência, podendo ser
Costa apontou que em muitos
Aplantei a manjerona conservam muitas vezes consigo, também usadas pelas suas pro-
lugares se espalham, adentro de
Dentro dum copo de vidro; Eu plantei a manjerona visto que ainda há muito boas priedades calmantes e sedativas.
casa, algumas ervas aromáticas,
A manjerona não pega, À beira da minha cama; velhas que trazem sempre entala- Usa-se a manjerona na composi-
“entre as quais a manjerona, a fim
Sem tu falares comigo. Manjerona cresceu tanto, dos nos cós das saias galhinhos ção de unguentos e banhos p’ra
de se conseguir um ambiente ain-
Que me cobre com a rama. de erva santa e de manjerona”. combater o reumatismo e a an-
da mais perfumado. O gosto pe-
Eu perguntei à manjerona siedade.
los aromas campestres, por parte
O que tinha no meu peito, Eu não sei o que declina, Junto à manjerona Como planta aromática, a man-
do povo açoriano, revela-se ainda
Respondeu-me com firmeza: Nem o que quer declinar: Trago um amor encoberto; jerona é amplamente utilizada na
na forma como em todas as po-
Querer bem não é defeito. Manjerona à nossa porta, Todos falam e murmuram indústria alimentar em combina-
voações rurais e até mesmo nas
Sem ninguém a semear. Sem ninguém saber ao certo. ção com outras especiarias, que
vilas e nas cidades, atapetam os
Eu plantei a manjerona tornam inesquecíveis determina-
caminhos de verduras cheirosas,
À força, sem ter raíz; A manjerona no adro Eu sempre fui bem criado, dos pratos e acepipes”.
por ocasião das procissões”.
Estava p’ra ser tua, Deita cheiro na igreja; Delicado de nascença;
Paciência, Deus não quis. Quem tem o seu bem à vista P’ra entrar neste jardim Eu quisera ser a manjerona
A erva-santa é verdura,
Tem tudo quanto deseja. À manjerona peço licença. Que verdeja pelo prado,
Sem ser formosa nem bela,
Em Dezembro de 1968, na série Quando tu lhe pões em cima
P’lo lindo cheiro que deita
supracitada, Carreiro da Cos- Anda o mundo despeitado Passei p’lo teu jardim, Teu pezinho delicado.
É que fazem caso dela.
Cortei manjerona à unha;
Quem tira o amor a outro, Manjerona doiradinha,
Não tem vergonha nenhuma. Daquela que vai ao vaso,
Podes andar, desandar,
Ó manjerona do meu jardim, Qu’eu de ti não faço caso.
De mim tende compaixão,
Que um ingrato me largou Manjerona, raíz de oiro,
Sem motivo, nem razão. Enverdece sem se ver;
Quando estou longe de ti,
Escrevendo p’ró semanário luso- Emagreço sem saber.
canadiano VOICE (Toronto, 16
de Março 2009), a doutora Ana A manjerona é verdura
Costa Barros anotou ser a manje- Quando entra a verdejar;
rona originária dos países na Não tendes outro remédio
orla mediterrânica. “Os egípcios, Senão ver o desejar.
os gregos e os romanos usaram-
6 COMUNIDADE 1 de Junho de 2009
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COLABORAÇÃO 7
Rasgos d’Alma
Luciano Cardoso
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O
Dia é de Portugal, formoso aprofundam-se. O dilema instala-se. A será apenas uma mera questão de tempo Here, all I catch is sanabaganas like you
jardim à beira-mar plantado e (cura) coisa complica-se. para que o português, localmente cada vez teasing the hell out of me…” Descarga o
lusíadamente imortalizado em mais “inglesado”, se limite às memórias Joe, pândego, sem papas na língua.
gloriosa epopeia pelo fenome- “Eu tenho dois amores. Em nada são arquivadas dos lisongeiros elogios, apesar “You gotta be kidding. You’re not calling
nal Luis Vaz de Camões. iguais. Mas não tenho a certeza de qual de tudo, sempre agradáveis ao ouvido: me a sun of a gun, are you?” Continua o
Nobre povo, nação valente, heróis do mar eu gosto mais.” Canta românticamente o patrão, no seu gozo miudinho.
em Descobrimentos fabulosos, demos Marco Paulo e cantarilhamos nós tambem, O Joe Pantona e o seu divertido “Bossa” “I am. But, what I mean is…” Replica o
novos mundos ao Mundo e, com históri- embora em ritmo um pouco diferente. gozam de relação amistosa. Ninguem o Joe, sem se aperceber.
ca vocação imigrante, fomo-nos fixando Tenho a certeza absoluta que, se fosse por diria, porem, pelo súbito rebentar desta “You’re fired!” Carrega o “Bossa” no falso
um pouco por toda a parte em dispersas aí fora colocar agora em termos práticos curiosa conversa: botão do pânico.
Comunidades que, patriòticamente come- esta pertinente questão a todos os luso- “You gotta be kidding…” Continua o Joe,
morando cada 10 de Junho, expandem e americanos sediados cá no fabuloso Eldo- “…What kind of porigui are you?” Per- algo perplexo.
glorificam o melhor que há no fundo da rado, a resposta iria ser deveras chocante gunta o “Bossa” ao Joe com óbvio ar de “You’re lucky I am.” Decide o patrão se-
generosa Alma Lusíada. para o vibrante portuguesismo de que tan- troça. “…You don’t eat linguica; you don’t renar-lhe os ânimos. “Having the guts to
to nos queremos comunitàriamente orgu- like sopas; you don’t go to festas; you ig- insult me right on my face…? – You pori-
É precisamente aí que queria chegar, ao lhar. nore toiradas; you hate paradas…!...What guiz are really something else…”
fundo da nossa alma. Extremamente orgulhosos das nossas his- in the hell do you do to stay close to your “What do you mean?” Reagiu o Joe, ali-
O corpo ao embarcar despede-se, des- tóricas raízes, ao botarmos cá semente, roots, man…?” viado.
prende-se, despista-se, desamanha-se mas depressa notamos que os nossos próprios “I go back home every summer for about a “I’ve fired all kinds of schmoes but I never
desenrasca-se. A alma do português que rebentos criam seus genuínos orgulhos. month and a half.” Respondeu o Joe, sem had the guts to fire a porigui.” Desabafou
imigra…sofre. O choque cultural de gerações entra-nos pestanejar. o descarado “Bossa”, para descanso do po-
Porque nem sempre é facil entender-se o em casa pela porta do quintal e senta-se “To Portugal…you mean?” Insistiu o bre Pantona.
fado roxo de quem parte e, pouco a pouco, diàriamente à mesa connosco, em cenário “Bossa”, manhoso. “Why…?” Tentou o Joe arrancar-lhe por
irremediàvelmente se reparte (repartido só mesmo eventualmente chocante para “You better believe it!” Rematou o Joe, fim uma qualquer justificação que nos or-
entre dois mundos tão distintos quão dis- quem não quer estar a par da situação. seguro de si. gulhe.
tantes), o luso imigrante tenta a todo custo “…And, what in the hell do you do there Foi então que, deixando para trás a ga-
a cura segura para a sua aflitiva saudade. Não é famosa a delicada situação do idio- that long.” Recargou o arengão do “Bos- lhofa, o simpatico “Bossa” falou sério e
Cura completa, ao fim e ao cabo, bem sa- ma português que se aprende ou, lamen- sa”. pausado em tom que, de facto, muito nos
bemos que não há. (Por isso, que remé- tàvelmente, desaprende cada vez mais cá “I go fishing all day and sometimes at ni- orgulha:
dio tem quem imigra senão ir, aos poucos, na nossa longínqua parcela da Diáspora ght too…” Defendeu o Joe, atento à cínica “I’m not going to lie to you: You’re simply
morrendo de saudades…?) distante na Costa do Pacifico. Porque jogada do patrão. the best there is out there.”
Alivio provisório, no entanto, poderemos a questão é mesmo delicada, não paga a “That’s all…?” O patrão excede-se.
vir a encontrá-lo mais tarde na irremediá- pena pô-la à queima-roupa em termos “What do you mean “that’s all”? O Joe Aren’t we…?...
vel erosão do tempo que passa. Só que, às polìticamente mais ou menos correctos de altera-se.
vezes, chega tarde demais. E não oferece saber para onde atirar as culpas. “I mean, if you love to fish that much, you Viva Portugal!!!
garantias: Contra factos não há argumentos. O facto can stay here and catch just about the same
Ao ausentarmo-nos para o estrangeiro, é inegável. A tendência está à vista. Os fun. Fish here, fish there…the catch is all
uma vez descolados do velho território na- numeros não mentem. O processo, apesar the same!” Volta à carga o “Bossa”, com
cional, com o passar dos anos vamo-nos dalguns louváveis esforços, parece irrever- turva água no bico.
lentamente afazendo a um novo terreiro sível. Com a imigração de lá para cá pràti- “You’re wrong, boss! It’s never the same.
local onde criamos distintas raízes. Elas camente estancada, tudo leva a crer que There, I know for sure I catch a lot of fun.
ALUGA-SE
Casa de moradia toda mobilada com 4
quartos, cozinha, casa de banho, sala de
estar com quarto de jantar em comum,
máquinas de lavar e secar roupa, com
vista espectacular para toda a baia de
Angra e Monte Brasil, localizada na
cidade de Angra do Heroismo junto ao
Monumento da Memória, nos meses de
Junho, Julho e Agosto do corrente ano.
PROGRAMA
Quarta-feira, 17 de Junho
até Sexta-feira, 19 de Junho
7:30 pm Reza do Terço na Igreja do Sagrado Coração.
Sábado, 20 de Junho
10:30 am Formação do Bodo de Leite. Depois, ser servido todos
os presentes.
2:00 pm Arrematações e bazar durante o dia.
7:30 pm Reza do Terço na Igreja do Sagrado Coração.
8:30 pm Baile com o Conjunto “Sem Duvida”
9:00 pm Cantoria
10:00 pm Apresentação das Rainhas
Domingo, 21 de Junho
9:30 am Formação do Cortejo para a Igreja do Sagrado Coração.
11:00 am Missa na Igreja do Sagrado Coração. Depois, será
servido sopas a todos os presentes.
2:00 pm Arremataçoes e bazar durante o dia.
7:00 pm Sopas será servido
8:30 pm Baile com Conjunto “Sem Duvida”
9:00 pm Tocadores de violas para os tradicionais bailes de roda
e chamarritas.
10:00 pm Apresentação das Rainhas
Segunda-feira, 22 de Junho
8:00 pm Corrida de Toiros na Bella Vista Park, Gustine. Cavaleiros:
Alberto Conde, Paulo Ferreira e Sario Cabral.
PROGRAMA
O Presidente e toda a Comissão convida
todos a participar na Festa do Espírito de
Tracy
Semana de 9 a 11 de Junho
8:00 pm Recitação do Terço na Capela do
Salão.
Sábado, 12 de Junho
8:00 pm Apresentanção das Rainhas e Baile
com “Universe Band”
Domingo, 14 de Junho
9:00 am Saida do Cortejo com destino a
Igreja de São Bernard
11:00 am Missa
1:00 pm Almoço de Sopas e Carne
2:00 pm Arrematações
7:00 pm Jantar de Sopas e Carne
8:00 pm Baile com o “Universe Band”
Sexta-feira, 19 de Junho
8:00 pm Corrida de Toiros
Grupo de Forcados do
Aposento de Turlock
Admissão - $20.00
COLABORAÇÃO 9
Sabor Tropical
Outono nos trópicos:
Elen de Moraes
elendemoraes_rj@globo.com
estação do amor.
A
lua ainda brilha no produzidas pelas batidas do co-
céu quando um sol ração em unissonância com os
tímido lança os seus acordes do universo, nesse novo
primeiros raios que, tempo.
aos poucos, dão esmaecidas to- São fragrâncias outonais que co-
nalidades de rosa e laranja ao locam no ar um odor especial de
firmamento, emprestando tam- essência, de fruto maduro, colhi-
bém um colorido ímpar ao manto do, de terra nua, no cio, que se
negro da noite que se rende ante entrega, sedenta, para receber em
tanta beleza e cede espaço à exu- seu ventre novas sementes. No-
berância dos matizes sensuais do vas vidas.
amanhecer. Nos trópicos, o outono é belís-
A cidade desperta sem pressa e se simo, quando o céu é mais azul,
espreguiça sobre o mar. Os gritos os dias mais claros e embora en-
abafados das gaivotas, como se solarados, as temperaturas são
tivessem pena de acordar o dia amenas, convidativas a passeios,
do seu sono matinal, nos seus abraços e união de corpos e as
vôos lânguidos e rasantes sobre noites, mais românticas e acon-
as águas cor de esmeralda que, chegantes, estimulam confiden-
lentamente, se cobrem com nuan- cias e entregas.
ces douradas, e o som das ondas, Não sei se o que vejo, enxergo da nossa aceitação pelo inevitá- uma sucessão de dias insossos, Tristeza
lambendo luxuriosas as brancas com os olhos da paixão e da ad- vel. Tempo de se colher o que se um desfilar de rostos inexpres- Imersa em acres sabores
areias, no seu ritmado vai e vem, miração que cultivo pelo meu Rio plantou. sivos, uma procissão de gentes De folhas mortas ao vento...
compõem uma perfeita e suave de Janeiro ou se os filtros, atra- Outono, estação do amor. acabrunhadas. Uma estação de Beleza,
sinfonia, jamais ouvida. vés dos quais vejo amor e alegria Há quem compare o outono ao saudades antecipadas. Então es- Matizada de ocres cores,
A brisa que vem do mar e sopra num amanhecer singular de ou- principio do fim da vida, a ante- crevi, mesclando desilusão e es- Do tempo em movimento...
fria, que ondula os coqueirais e tono, precisam ser substituídos. câmara da velhice, a tristeza li- perança:
se enrosca nas árvores, despindo- Todavia, acredito, sinceramen- gada à morte, talvez pelas folhas Outono,
as das suas folhas, deixando-as te, que tanta beleza natural que secas, sem brilho, espalhadas Outono, Momento de desocupar espaço,
despudoradamente nuas, com le- veste a nossa cidade não poderia pelo chão, largadas ao vento. Po- Triste despedida... De curvar-se ante as novas
veza e graça feminina, num ritu- ter um outono qualquer, só com rém, depende de como cada um Mais um desfazer-se, evidências,
al de paixão e prazer, aliada aos árvores desfolhadas, uma época modera a luz e protege as lentes, Dar adeus à vida De adaptar-se ao tempo e ao seu
cheiros cítricos que invadem e simplesmente de espera por dias através das quais capta e absorve Para renascer... abraço,
perfumam o ar e que deixam pe- mais viçosos, sem mistérios e o belo ou feio, a alegria ou a tris- Também preencher-se De preparar-se pra longas ausên-
las ruas um rastro de amor, dão sem poesias. teza, a intensidade ou o efêmero De muita razão, cias...
o toque de êxtase, as boas-vindas Tinha mesmo que ser como acon- desses dias. Ou só emprenhar-se
à inigualável oportunidade para tece: o clímax da natureza com o Num instante especial da minha De grande vazio Hoje faço coro com o poeta Vi-
um recomeço. romper de um novo tempo, tin- vida, quando meus olhos só viam E de solidão. nicius de Moraes, em seu poema
São cores amareladas, vermelhas gindo de ouro as águas da Lagoa, o essencial e o que se mostrava Sentir, sob os pés, “As cores de abril”, quando ele
e douradas que tonalizam a espe- das praias e da baia da Guanaba- em primeiro plano, quando o Cansada e exaurida, afirma: “Vai e canta meu irmão!
rança enquanto a primavera não ra. Tingindo nossas águas inte- meu coração afirmava sem con- A terra bruta, Ser feliz é viver morto de pai-
chega. riores. Um tempo de reencontros, ferir e quando a minha alma sen- No cio... Vencida! xão”.
São sons que embalam e caden- de renovação, de perdão para re- tia sem entender, eu mesma não Paixão, nem que seja apenas pela
ciam a alegria pela redescoberta nascer, de dispor novas sementes conseguia ver o outono como a Outono, vida.
da existência. São notas musicais no solo da nossa compreensão, “estação do amor” e, sim, como Chuva fina, céu cinzento.
O
h Zé, tu tens cada me lembro. Entretanto, vamos chegar à conclusão que, talvez, atendendo a tua sugestão sobre
uma! Fazer uma tese ver se quando o mesmo chegar, nós Portugueses e os outros po- os cantadores ao desafio. Mas,
de mestrado sobre o em vez das nossas organizações vos que compõem a comunidade infelizmente ninguém me acom-
sucesso ou insucesso todas fazerem festas e banquetes europeia, não precisem de um panhou!
dos cônsules que têm passado para lhes dar as boas vindas, por consulado individual em San
pela California? que não se juntam no maior salão Francisco.
Não diz o ditado que cada povo que temos ou até mesmo num ho- Por quê não reunir os consula-
tem o governo que merece? Eu tel que possa acomodar umas mil dos todos num só edifício onde
costumo dizer que há três profis- ou mais pessoas, numa festa onde tivesse um representação de cada
sões na vida que eu nunca exer- todas as sociedades estivessem país? Seria muito provável que Ajude os nossos
patrocinadores comprando
ceria: padre, polícia e professor. representadas? Assim estaríamos não fosse preciso tantos funcio-
Agora posso acrescentar outra, lá todos, fossemos do Benfica, do nários o que, automáticamente
os seus produtos
cônsul na Califórnia. Sporting ou do Porto. E depois, diminuiria as despesas. E na fa-
Por melhor que seja o cônsul então, o Sr. Cônsul visitaria, in- chada do edifício haveria lugar
que para aqui venha, nunca vai dividualmente, as organizações, para as bandeiras todas dos res-
agradar a todos. Já escrevi aqui conforme a sua disponibilidade e pectivos países.
no jornal que todas as vezes que a das mesmas. Talvez não seja pedir muito que
eu tenho precisado dos serviços No entanto, Zé, ao continuar o houvesse um restaurante com
do consulado, tenho sido sempre meu artigo comecei a pensar que comida de todas as nações, não
bem atendido, tanto durante a co- a tua ideia talvez tenha alguma esquecendo: uma sandwhich de
missão deste cônsul, como dos razão de ser. E lembrei-me de linguiça, um arroz doce, malas-
outros anteriormente. que agora as fronteiras políticas sadas ou pastéis de nata.
Ainda há dias telefonei e quem na Europa são inexistentes. Nos Ah! E massa sovada, cerveja
me atendeu foi a Júlia e ela disse: passaportes Portugueses vem Sagres, vinho de cheiro e vinho
-“Ò Sr. Raposo tem que nos vir impresso na capa: “Comunidade verde.
fazer uma visita, para ver o chão Europeia”. Eu vou aproveitar a O que é que tu achas Zé? Será
novo que pusemos”. Eu prometi tua sugestão, vou matricular-me que isto não seria uma tese para
que iria na próxima oportunida- numa universidade qualquer que Doutoramento?
de. aceite a minha tese de Mestrado Algumas vezes perguntas no jor-
Já me disseram o nome do cônsul sobre os cônsules e tenho a cer- nal: quem dá o primeiro passo?
que virá substituir este, mas não teza que não vai ser muito difícil Eu estou dando, assim como dei
10 COLABORAÇÃO 1 de Junho de 2009
Memorandum
João-Luís de Medeiros
Ressonâncias circum-escolares
jlmedeiros@aol.com
V
amos tentar recolorir mãos para os bordados da imagi- Gostaria ainda de referir outros
alguns dos eventos nação... colegas que permanecem na nos-
vividos (1953/63) na Para quem preferisse gelados, sa memória embora, felizmente,
periferia da antiga a mercearia do Sô Borges era a não pelos motivos dramáticos
(mas sempre remoçada) Escola mais concorrida. Por outro lado, acima apontados. Por exemplo,
Industrial e Comercial de Ponta a cervejaria Carioca, ali mesmo nos anos de 1950/57, quem pode-
Delgada, ali mesmo na rua do em frente ao portão central do ria igualar o “nosso” David Re-
Mercado. Vão permanecer na mercado da Graça, era na altu- sendes na arte de “narrar” filmes?
penumbra, em lista de espera, ra o oásis para o aliciante café- A sua comunicabilidade inata e
as referências aos episódios rela- expresso servido pelo Sr. Alves, ritmo interpretativo eram motivo (talentoso fotógrafo e teimoso so- caídos” da pouca-sorte. Uma bre-
elegante cultor do estilo italiani- de pasmo para dúzias de colegas brevivente do destino, algures na ve referência emocional ao Ran-
cionados com o percurso adoles-
zado tão apreciado pelas “senho- que, à segunda-feira, junto ao comunidade do sudeste de Mas- Ran. Acaso lembram-se dele?
cente do desassossego cultural da
ras da liga” da época... muro da cantina, não falhavam sachusetts). Um belo dia, a nossa Sim, é esse mesmo! Apesar da
minha geração.
presença para ouvir (reviver) a professora de desenho “apertou” sua humaníssima fealdade ser-
Naquela zona, como se lembram,
1 – fala antiga com narração do filme que David ha- com ele para executar um traba- vida por uma tonalidade de voz
para além do edificio solaren-
via presenciado na matinée do
go (hoje sede da Escola Roberto sotaque moderno lho geométrico que exigia com- vinda do além-tumulo, o Ran-
Domingo anterior. A pequena as- passo, tira-linhas, esquadro, e Ran não sabia mentir àcerca da
Ivens), não havia ermidas para
sistência era toda “ouvidos”, gra- tudo! Com surpresa geral da tur- meiguice dos seus vícios, porque
rezar antes dos exames; havia, Hoje apetece-me contrariar a
ças à sua prodigiosa capacidade: ma, antes de concluir o trabalho, era “criatura” geralmente estima-
isso sim, uma colecção de lojecas tendência que a minha geração
imitar as sonoridades do tiroteio o aluno foi expulso da sala. Mas da pela rapaziada-estudante que
e tabernas que tinham por missão cultiva de enterrar o passado no
à saida do bar-room; reprodu- afinal, porquê? Ora aconteceu não trazia na pele o selo-branco
desafiar o apetite juvenil com as túmulo do soldado deconhecido
zir o diálogo entre o “rapaz” e a que em vez de traços geométri- de “menino-família”. Ran-Ran
suas famosas iscas de fígado ou do destino.
“rapariga”, que não raro culmi- cos, o “nosso” Gustavo resolvera mantinha-se vivo graças ao ma-
com as gostosas postas de moreia Lembro ainda a memória da-
nava com o demorado “chupão” criar uma “maluqueira” maravi- gro sustento como engraxador de
frita: os petiscos do ti Zé vinagre, queles jovens que não teriam
da praxis... até que a estuporada lhosa de perspectivação e ritmo sapatos. É pena que a memória
por exemplo, tinham o condão morrido nas matas africanas,
legenda “the end” vinha (impie- plásticos, povoada de piratas-as- colectiva se tenha esquecido de
singular de reclamar a presença nos anos 60, caso a democracia
dosamente) atenuar o alvoroço tronautas e foguetões espaciais; que chegou a ser campeão açoria-
do famoso dedalinho de vinho- tivesse chegado a Portugal vinte
adolescente... naquele tempo, aquilo significa- no de ping-pong (ténis de mesa),
de-cheiro. Naquele tempo, basta- anos antes. Perfilo-me agora em
E que dizer daqueles outros cuja va uma ousadia pouco recomen- ao serviço da camisola do “seu”
va um “quartilho-anão” daquele preito de homenagem (singela
aptidão artística nem sempre era dável: os meninos “bim-sinados” Micaelense Futebol Clube...
santo vinhinho do ti Zé Vinagre mas muito sentida) à memória
levada a sério? Muitos talvez eram aconselhados a pintar ca- Continuamos a aprender que o
para que a coragem crescesse no daqueles antigos alunos da nossa
estejam ainda recordados da pa- ravelas com enormes cruzes nas tempo é o detergente da história:
peito da rapaziada; alguns fica- Escola, cuja vida lhes foi ceifada
catez mental da nossa gente: na- velas para avivar e glorificar a falar antigo com sotaque moder-
vam depressa com o coração a ainda em tenra idade, durante o
quele tempo, o talento artistico epopeia ultramarina… no não magoa o passado, apenas
latejar, e aquilo era um tal urdir horroroso equívoco colonialista:
era considerado maluqueira de Por outro lado, não seria justo es- faz torcer as biqueiras da ima-
poesia em louvor das abençoadas Carlos Faria, Norberto Pacheco,
excêntricos! Recordo, por exem- quecer alguns daqueles que fica- ginação para os calcanhares da
pequenas do curso de Formação José do Rego Rebelo… e outros,
plo, o que aconteceu ao Gustavo ram pelo caminho, no “vale dos utopia...
Feminina, tão habilidosas de muitos outros!
COLABORAÇÃO 11
Temas de Agropecuária
Sabores da Vida
Egídio Almeida
almeidairy@clearwire.net Quinzenalmente convidaremos uma pessoa a
dar-nos a receita do seu prato favorito, com uma
condição - que saibam cozinhá-lo.
...o fenómeno do etanol A nossa convidada nesta quinzena é Maria Manuela Coelho, nas-
cida na Graciosa, casada com Francisco Coelho, residente em
Gustine, California.
O crescimento da indus- companhias tais como “Pacific A indústria está enfrentando uma
tria do etanol forçou os Ethanol” estão à beira da falên- situação dificil, mesmo quando Filhóses Fritas
cia. A industria do etanol está alguns indicadores são positivos,
produtores de leite numa enfrentando tempos dificeis, mas pois cada dia que passa vai fican- 5 libras de farinha
crescente incerteza nos os preços dos cereais continuam do mais fácil para os grandes da 2 barras de manteiga
preços das rações para os altos e produtos tais como “distil- industria manipularem os merca- 30 ovos
seus animais lers grains” não estão disponíveis dos, que eles controlam, enquanto 1/2 copo de açucar
no mercado como seria de espe- os dramas familiares continuam a 1/2 copo de leite a ferver
Não foi há muito tempo que os rar. A crise económica global é desenrolar-se na produção do lei- 2 carteiras de fermento granu-
Estados Unidos estavam no meio apontada como causa do insu- te, sem a recompensa merecida. lado
de um notável crescimento na cesso da industria do etanol. Não O progama Federal MILK está Desfaz-se o fermento num pou-
produção de etanol. Novas unida- é segredo que o início da presente presentemente auxiliando a baixa do de água morna com uma
des fabris deste produto estavam crise da agropecuária foi origina- dos preços entre Fevereiro e Ju- colherzinha de açucar. Mexe-
nascendo por diversas regiões do da pelas demandas do Congresso lho, mas é apenas nos primeiros se e deixa-se levedar. Deita-se
para a chamada energia verde, 3 milhões de libras, o programa a manteiga no leite a ferver,
País acompanhadas por grande
que veio iniciar a competição das está desenhado para a média na- deixando-se amornar.
número de outras unidades em
nossas mesas do almoço com o cional de produção e não para a Batem-se os ovos bem batidos,
construção. Enquanto o cresci- vai-se caldeando a farinha e depois o leite com a manteiga e o
mento continuava em 2008, subiu depósito de combustíveis dos au- média da California.
tomoveis. Outros sinais positivos são: me- fermento.
considerávelmente os preços da Amassa-se como se fosse pão e deixa-se levedar.
matéria prima - o milho em grão A falta de empregos nos Esta- nos leite será produzido num
Depois de lêveda, pega-se num bocadinho da massa, abre-se
por exemplo, subiu para $8.00 por dos Unidos e nem só, é outro dos futuro próximo devido à inter-
para dar o formato da filhós e frita-se em óleo bem quente.
bushel, (comparado com o normal grandes motivos dos baixos pre- venção do programa voluntário
Vai-se molhando as mãos em água para a massa não pegar.
de $3.00 para $4.00) causando ços do leite. Nem só perdemos CWT que está comprando vacas Depois de fritas, polvilha-se com açucar.
uma intensa pressão económica parte do mercado nacional, mas para o mercado da carne. Mais de
aos produtores de leite, quando o perdemos também uma quase to- 200 milhões de libras de leite em Bom apetite!
custo de produção deste produto talidade do mercado global tem- pó magro comprado pelo Gover-
subiu para números nunca antes poráriamente, o que veio causar no Federal foi encaminhado para
imaginados. um desiliquibrio na oferta e pro- programas do combate à fome;
Durante esta tumultuosa época, cura “suply and demand”. Aqui Preços a retalho pelos produtos
no Oeste os processadores do lei- do leite tem diminuido e estão a levem ao caminho do futuro, o
um crescente numero de produ- caso é que o problema é sempre o
tores procuraram alternativas te têm experimentado a controlar mais em linha com os preços pa-
a produção devido à falta de ca- gos à produção. mesmo, quando a força se acaba
menos dispendiosas tais como de organizar o futuro já passou
“distillers grains” (DDG). Esse pacidade de fabrico, mas parece A industria está tentando mobi-
que o resultado não foi o sucesso lizar-se com uma força Política sem solução.
crescimento presentemente está
reduzindo considerávelmente e que se esperava. Social para apresentar ideias que
12 COMUNIDADE 1 de Junho de 2009
1600
Colo-
rado
COLABORAÇÃO 13
Quarto Tércio
Uma primeira parte de luxo! José Ávila
Tarde de Gala para os Forcados josebavila@gmail.com
Tiro o meu
chapéu à Tertulia
Tauromáquica Tercei-
rense pelo trabalho
que teve na prepa-
ração da lei sobre a
Sorte de Varas. Tenho
pena que a Tertulia
não se tivesse aper-
cebido da psicologia
dos nossos deputados.
Mal o Chefe (Carlos César) disse que não era a favor
da sorte de varas, alguns deputados açorianos mudaram
à ultima hora de opinião, porque pensaram no tacho e
na reforma que poderiam perder caso contrariassem o
mesmo. Isto não admira nada, pois alguns açorianos já
em 1583 quando os espanhóis tomaram conta da Ter-
ceira também ficaram espanhois de um dia para o outro.
Já vem nos genes.
A pega da tarde ao sexto toiro por Michael Lopes O Adeus de um grande forcado, Steve Lemos - 12 anos a pegar toiros
PATROCINADORES 15
16 RADIO 1 de Junho de 2009
Filomena Rocha
Aida Barbosa no espaçoso Estudio 1
Filomena Rocha até encontrou dois amigos da Terceira, Hélio e Fernanda Cunha Melo.
O Abílio de Sousa sempre presente em todas as festas da nossa comunidade.
Os sobrinhos de Batista Vieira, Paulo e Pedro Vieira Santos, no Estudio 3, com muito esti-
lo e como não podia deixar de ser numa inauguração, o melhor da culinária portuguesa.
Foi Jim Petrucci, o engenheiro da nova estação, que montou toda a aparelhagem.
COMUNIDADE 19
20 COMUNIDADE 1 de Junho de 2009
A I.D.E.S. sauda toda a
comunidade Portuguesa da
California e
Deseja que o Dia de Portugal, de
Camões e das Comunidades, seja
passado em harmonia, alegria e
sentido comunitário.
PATROCINADORES 21
22 COMUNIDADE 1 de Junho de 2009
Aliança Velha
Aguardante $ 9.99
Junho
Diniz Borges
las abertas para o mundo, ou de sua gente que vive Tomaz Vieira e sua Conceição.
que carrega a Ilha dentro de si, nas suas Lá está o seu atelier e o Centro Cultural d.borges@comcast.net
entranhas, que deixa transparecer no olhar da Caloura, um paraíso encravado em ou-
a comunhão telúrica com o mar e traz tro, onde expõe sua arte e arte de tantos Não tem sido fácil manter esta página
na pele o sabor do sal. “Porque se nasce quantos foram acolhidos naquele colendo literária. Há cada vez menos gente com
numa ilha o mundo é todo ilhas” escreveu espaço dedicado à cultura e às artes. Ilha disponibilidade para colaborar. Porém,
José Martins Garcia in: Signo Atlântico, Grande e Aberta! Exclamo com a petu- remaremos, por vezes contra a maré
(1984). lância de quem olha à distância ou à mar- (nem sempre cheia) e tentaremos manter
Nestes vinte e um anos, de muito ir e vir gem. No entanto, sabe reconhecer a arte viva a única página literária num jornal
aos Açores, conheci outras definições, liberta,cheia de luz que atravessa a obra, de língua portuguesa nos EUA.
Lélia Nunes conceitos, ideias sobre o que é uma Ilha, que transborda no mundo lírico e oníri- Hoje, e graças à nossa amiga e distinta
o sentir e ser ilhéu e o viver numa delas. co de Tomaz Vieira, onde o pincel escreve colaboradora Lélia Pereira Nunes, temos
A minha “Ilha”, a de Santa Catarina, foi ou faz vibrar sons,sinfonias solfejadas em um trabalho sobre o excelente artista
Poderia começar fazendo um registro povoada por milhares de ilhéus – “os vos- clave de Sol, desvirginando a alva tela so- açoriano, Tomaz Borba Vieira. É que
de sua biografia, citando sua formação sos” e que hoje são “ os nossos,” frutos de bre um cavalete aberto para o universo do tal como escreve a Dra. Lélia Pereira
acadêmica: o curso de Pintura na Escola uma errância histórica. Nossos nomes de homem. Em cada quadro sua arte pictórica Nunes, Tomaz Borba Vieira é: “o artista
Superior de Belas Artes de Lisboa (1958- família se assemelham e se identificam. Na expressa a narrativa visual, o patrimônio que com o pincel traça narrativas cro-
1963),a passagem pela Fundação Calouste margem de cá, muitos acreditam que têm espiritual açoriano. máticas sobre a vida, cultura, coisas &
Gulbenkian,em Portugal(1962),a Acade- “um pezinho” nas ilhas açorianas. Como A sua escrita,pinceladas de letras e pala- gentes que estão no Meio Atlântico – os
mia de Belas Artes de Florença (1966), o os “Borbas”, baleeiros, devotos do Divi- vras, que em todas as nuances do arco- Açores.”
curso de Mestrado em Educação Artística, no, de Barra Velha e de Penha, no norte íris contam histórias e estórias de sua
na Universidade de Boston (1983-1985) ou catarinense e os “Vieiras,” oleiros de São gente. Vai além, oferece uma gama de in- Abraços
José da Terra Firme ou formações em sua narrativa com o intuito
os nobres herdeiros de de desnudar personagens e perfis. Sobre- diniz
sesmarias no planalto põem-se o pintor e o escritor que, sem au-
catarinense e no Rio mentar um ponto, vai desenrolando seus
Grande do Sul. No meio
desta irmandade Atlân-
tica está Tomaz Borba
Vieira, quem sabe não
terá ele,também, “um
pezinho” posto cá, na
“terra dos esquecidos”
? Vai saber, há de ter...
Quem duvida?
A Ilha de São Miguel,
onde nasceu Tomaz
Vieira, é uma Ilha
grande, maior que a de
Santa Catarina. Ambas,
por sua beleza, cantadas
em prosa e verso. A de
o valioso percurso artístico referenciado Santa Catarina é a Ilha da Magia ou a Ilha
em quase uma centena de obras, ensaios, das Bruxas.Título plenamente justificado.
artigos assinados pelos mais renomados A de São Miguel é chamada de Ilha Verde
escritores e críticos de arte. Ou, ainda, ci- e também esconde seus mistérios aními-
tar as dezenas de artigos e textos para ca- cos. O que é incontestável. Sim, a Ilha da
tálogos de exposições saídas de sua com- São Miguel onde nasceu Tomaz Vieira é
petente e expressiva lavra. Este é o Tomaz mesmo maravilhosa! Ilha de afetos fecun-
Vieira – o artista que com o pincel traça dos. Provocante, faz brotar sentimento de
narrativas cromáticas sobre a vida, cul- embriaguez por sua luxuriante paisagem,
tura, coisas & gentes que estão no Meio uma profusão de tons de verde das cripto- contos com arte e alma e deixa a gente se lação de estrelas ou no rastro prateado
Atlântico – os Açores. mérias, do verde-forte do incenso, da sua- embrenhar por freguesias e vilas, sonhos e da Lua Cheia que iluminam as noites de
Mas, qual nada! Entrei por outro caminho vidade das acácias, do perfume doce das desejos. Riquezas de um cotidiano insular verão.
– a Canadá do Castelo – e fui atrás do ho- conteiras debruçadas nas ribeiras. Há mui- captadas com acuidade do olhar, do pintor É de casos e ocasos que, enriquecidos
mem- escritor que traz a alma no olhar e to caí de amores por esta sinfonia de cores, e a alma do homem escritor. Imagens es- pela estética da narrativa e a arte de
me enterneceu com sua escrita suave como de sons, de cheiros e dela fiquei enredada pelhadas nas telas e nas páginas do livro. Tomaz Vieira, fala “O Carcereiro da
na novela “Herdar Estrelas”(2000), nos para sempre, apaixonada, amante. “Ilha Um encontro de inegável beleza. Histórias Vila e outras estórias”, onde a ficção e
belos contos de”Degrau de Pedra”(2002). das minhas paixões-vivas cercadas pelo que não cansava de ouvir, ouvir e ouvir a realidade se encontram revelando no
Se “a escrita é como o nosso corpo – para oceano” entrega, afinal, o verso, tomado contar e que ficaram tatuadas na memória traçado do desenho e na escrita criati-
onde vamos com este levamos-lhe colado emprestado do poeta ilhéu Semy Braga. ou no coração. Agora, com a elegância da va aquele “quê” de místico ou de sal-
o espírito”, nas palavras sábias do amigo Quando aí estou me perco contemplando o pena volta a contar e (re)contar e contar, vaguardado de uma memória que trans-
e escritor Daniel de Sá, e fui ao seu encon- mar azul profundo em contraste com a ne- transmitindo-as na palavra escrita e no borda do passado em águas do presente
tro nas páginas de “O Carcereiro da Vila gra areia e a rocha vulcânica tal qual uma traçado suave do desenho, em ilustra- a deslizarem intensamente em direção
– e outras histórias”. Encontrei um ilhéu esfinge com rosto de cão, o verde-garrafa ções que emolduram com graça singu- ao mar.
atento ao seu universo e ao mundo circun- dos campos lavrados entrecortadas por lar cada narrativa, seja real, ou fruto da
dante, um observador reflexivo do tecido muros de pedras serpenteados por um co- imaginação. Em recente e-mail, escreveu Fonte: “O Carcereiro da Vila e outras
social, em constante diálogo com memó- lar de hortênsias iluminadas pelo sol, em Onésimo T.Almeida uma afirmação, que estórias” Ponta Delgada, Ed.
rias suas e de sua gente. tarde de abril-primavera, a estação da reproduzo, embora o contexto fosse outro Artes e Letras, 2009.
Tomaz Borba Vieira é açoriano, nascido vida,do desabrochar “(...) gerando lilases ela vem bem a calhar: “A história é feita
na Ilha de São Miguel, na cidade de Ponta em terra morta, misturando memória e de- de estórias e as estórias baseiam-se muitas
Delgada. Na escola primária aprendi que sejos, caldeando raízes adormecidas com vezes em mitos. Os seres humanos parece
“Ilha é uma porção de terra cercada de chuvas primaveris (...)”ensina o poema que precisam deles para viver”
água por todos os lados.” Apenas a defi- The Waste Land, de T.S.Eliot. Por Santa Bárbara,Yansã!
nição, nua e crua – “um espaço geográfico É no cenário fascinante da Caloura, Junta O que seria de nós sem as fantasias que po-
circundado de água.” Nem uma referência de freguesia de Água de Pau,no Concelho voam o nosso imaginário e estar nas asas
ao infinito que se descortina de suas jane- da Lagoa, rodeado por jardins imensos, do vento,na nuvem passageira, na conste-
serving the portuguese–american communities since 1979 • ENG L ISH SECTION
Ideiafix
portuguese
Miguel Valle Ávila
miguelvalleavila@tribunaportuguesa.com
Corrida de Toiros
8 de Junho de 2009
Praça de Stevinson, as 8 horas da noite
6 Bravos Toiros 6
da Ganadaria Açoriana
PAULO FERREIRA
ISRAEL TELLEZ
Forcados
Amadores
de Turlock
Aia Melissa Silveira, Ginger L. McCashill (Rainha Grande) e aia Andreia J. lopes
De 17 a 20 de Maio houve a recitação do
Terço, e no dia 21, depois do Rosário se-
guiu-se a Missa para os doentes.
Na Sexta-feira houve a Grande Noite de Fa-
dos com Arminda Alvernaz, vinda do Pico,
Soria Mejdoubi, Avelino Teixeira, ambos
vindos de Toronto, Canadá, Isalino dos San-
tos, de Stockton, todos acompanhados por
Helder Carvalheira (guitarra portuguesa),
Manuel Escobar (viola de fado) e João Car-
dadeiro (viola baixo).
O mestre de cerimónias foi Vital Mestre.
No Sábado houve almoço para aqueles que
ajudaram a festa. Às 3 horas, vacada.
Depois do Rosário serviu-se o jantar de
caçoila, seguindo-se a apresentação das
Rainhas e Direcção, acabando a noite com
Baile pelo Alcides Machado.
No Domingo, depois do pequeno almoço
servido a todos os que participam na coro-
ação, houve Missa pelo Rev. Eduino Silvei-
ra.
Depois das Sopas houve leilão de ofertas.
Às 8 horas e antes do Baile serviram-se So-
pas outra vez.
O Conjunto Progresso fechou as festas da
melhor maneira. Na sexta-feira seguinte,
corrida de toiros na Praça de São João em Antonio e Eria Martins (Presidente), Nelia
Thornton, com o cavaleiro Sário Cabral e o e Alberto Barcelos (Vice Presidente) ,
matador Mário Miguel, com toiros do gana- Francisco e Belmira Silva (avós da Rai-
dero Manuel do Carmo, de Elk Grove. nha Grande, vindos do Porto Judeu, Ilha
Terceira)
Manuel Silva, Ludovico Mendes, João José Machado, Manuel Jorge Silveira e Roberto Madison Beals, Haley Quaresma (Rainha Pequena) e Lindsay Silveira
Neves. O cozinheiro mór não gosta de tirar fotografias, por isso não está aqui
32 ÚLTIMA PÁGINA 1 de Junho de 2009