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Português
Prof.ª Eli
No âmbito da disciplina de Português, foi-nos
proposta a leitura do livro Na berma de nenhuma estrada,
do autor moçambicano Mia Couto (Figura 1). Este é um
conjunto de trinta e oito contos, do qual escolhi um,
“Fosforescências”.
Figura 1
1) A síntese da acção
Dona Amarginha era uma senhora velha e magra, que usava repetidamente
roupa de luto. Era bisbilhoteira e curiosa. Uma viúva sensível e desconfiada, marcada
pela vida e insegura relativamente à relação que tinha tido com o seu marido, daí tal
desconfiança pelo mesmo. Acabava por ser irónica quando imitava o marido que lhe
prometera algo. Por fim, uma mulher desordenada que acabará por enlouquecer e ter
uma mente vadia.
O narrador acaba por ser participante. Parece ser bastante observador,
preocupado e sensível, pois sente uma estranha dor e tristeza ao ver a velha viúva
naquele estado. A princípio começa por mentir, todavia a honestidade fala mais alto e
o peso na consciência leva o narrador a dirigir-se à viúva para lhe admitir o erro e
assumir que tinha mentido. Indicia ser ainda jovem uma vez que frequentava aulas
nocturnas e que no momento de olhar no espelho se revê com um rosto de menino.
O título foi, a meu ver, o factor crucial que marcou este conto, na medida em
que este foi o facto que me chamou mais a atenção e me levou a optar por escolhê-lo
para a minha apresentação.
Sendo que a acção se baseia na observação, por parte das personagens, de
fosforescências, que têm um significado (para a viúva estas significam que o seu
falecido marido estaria a divertir-se com outras falecidas), o título foi bastante bem
escolhido. Além de fosforescer, ter como significado emitir um brilho fosforescente e
pouca gente o saber, é apelativo e cativante para o leitor.
Fosforescências são propriedades que têm corpos que brilham na obscuridade
e esta acção baseia-se na simbologia das mesmas, logo este é, quanto a mim, um título
bastante interessante tendo em conta a acção neste conto.
6) O final...
O final do conto foi mesmo do que mais gostei, pois foi o momento mais alto da
acção. Esta fase é cativante e tem suspense, porque, ao contrário de certos contos,
este final é imprevisível e inesperado.
Além de acabar de uma maneira sobrenatural e nada realista, este final mexe
com as emoções e liberta a nossa imaginação, fazendo-nos parecer que somos como
os flocos de algodão que esvoaram aqueles céus. O terminar deste modo, dá asas à
nossa imaginação e permite-nos entrar num mundo de fantasia onde certos factos
irreais podem acontecer.
Tendo em conta o desenvolvimento da acção considero este final lógico,
contudo surpreendente, deixando-nos a reflectir sobre o mesmo e obrigando-nos a
reler o conto e pensar em factos anteriores.
Na minha opinião este tipo de finalização é o que mais cativa o leitor de um
conto, pois acaba por ser uma narrativa fechada, porque deixa ao critério do leitor a
simbologia desses flocos de algodão e ao mesmo tempo dá um final convicto ao conto.
7) Ilustração do conto
Figura 2
8) O tema...
Nesta narrativa é essencial a simbologia das fosforescências, pois são elas que
retratam a relação que D. Amarguinha teria tido com o marido, e desenvolvem uma
acção onde fica explicito a carácter das personagens.
Cada personagem vai ter a sua reacção perante a acção e o encontro de ambas
dá-se em consequência de uma suposta observação dos corpos que brilham na
obscuridade.
Outro aspecto que é importante para esta acção é o ultimo acontecimento em
que o algodão “esvoara” para os céus pois deixa o leitor a pensar e a tentar relacionar
esse facto com as diversas fases da acção.
9) Apresentação oral
10) Apreciação