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DIAGNÓSTICO ECONÔMICO PARA A REGIÃO

OESTE GOIANO

João Batista da Silva Oliveira

IPORÁ – GO
MARÇO/2009

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“Chuva de containers
Entertainers no ar
Eu presto atenção no circo que nos cerca
Chuva de containers
Entertainers no ar
Começo a achar normal algum bossal detonar”

Humberto Gessinger

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Diagnóstico econômico para a Região Oeste Goiano

João Batista da Silva Oliveira1

O presente artigo tem como tema desenvolvimento econômico local e situa-se no


âmbito do Desenvolvimento Econômico e responder como a expansão da forma capitalista de
produção aprofunda as diferenças econômicas e sociais entre regiões, no interior do Estado de
Goiás trata-se do problema a responder. Temos como objetivo geral apresentar os efeitos da
expansão da forma capitalista de produção sobre a região Oeste Goiano. Para tanto será
necessário a) de acordo com o ideário neoliberalizante imposto às economias subdesenvolvidas,
apresentar o padrão de concorrência vigente na economia goiana; b) Apresentar efeitos
específicos do padrão de concorrência vigente na economia goiana sobre a economia do Oeste
Goiano e c) Apresentar elementos importantes para a promoção do desenvolvimento das
referidas regiões. Foi elaborado mediante a hipótese que a expansão da forma capitalista de
produção, ao engendrar o fenômeno da dependência econômica, aprofunda as condições de
subdesenvolvimento no interior das economias subdesenvolvidas, elevando as diferenças entre
regiões no interior do Estado de Goiás. A metodologia trata-se de revisão bibliográfica de
autores ligados a Teoria do Desenvolvimento Econômico tais como, Marisa Amaral, David
Kupfer e ainda, na analise de dados coletados a partir de sites tais como, Secretaria de
Planejamento Econômico do Estado de Goiás (Seplan-GO) e Sepin referentes a evolução do
Produto Interno Bruto (PIB) e Produto Interno Bruto per capita (PIB per capita.)

Palavras-Chaves: Desenvolvimento Econômico. Desenvolvimento Local. Oeste Goiano.

Journal Economic Literature Classification: R11

Introdução

Para Amaral (2008) o ideário neoliberalizante surgiu como alternativa imposta


pelas economias desenvolvidas às economias subdesenvolvidas como forma de
superação da crise mundial do capitalismo na década de 1970. Este ideário aparece sob
o discurso da globalização, amparada pelos organismos internacionais, defendendo
reformas estruturais, o incentivo ao funcionamento dos mercados, na menor presença
estatal nas atividades econômicas, e ainda, como forma de ingressar nos mercados
internacionais a abertura comercial e financeira objetivando, assim o crescimento e o
desenvolvimento econômico.

Para Amaral (2008) é assim que se estabelece uma nova economia aos paises
periféricos, baseada na especialização e não na diversificação produtiva. Se voltando
para o aspecto primário exportador, se alinhando a teoria das vantagens comparativas.
As conseqüências deste evento são tais que, ao inserir no cenário internacional, a nação
1
Graduado em Ciências Econômicas
Universidade Estadual de Goiás – UnU Itumbiara – Goiás (UEG – UnU Itumbiara – Goiás)
e-mail: reencantaromundo@gmail.com
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periférica perde a capacidade de negociação frente às instituições internacionais,


fazendo com que a acumulação e a reprodução de capital na periferia passasse a ocorrer
por intermédio da produção primária, reforçando assim, a dependência tecnológica,
comercial e financeira, estabelecendo a vulnerabilidade das economias periféricas frente
a eventos econômicos externos. Ou seja, estabelecendo o marco que define a nova fase
da dependência econômica, a saber, a vulnerabilidade externa.
A abertura comercial, por sua vez, afeta o padrão de concorrência das indústrias.
E estas, expostas a competitividade internacional, por meio de uma reestruturação
produtiva estilhaça todo o projeto desenvolvimentista que vinha sendo implementado no
Brasil à partir da década de 1950. Estes eventos têm como efeito a desindustrialização e
substituída pela exportação de produtos primários, tais como grãos, minérios, celulose,
alimentos, etc.

É neste contexto que a economia goiana se adequou ao novo modo exportador,


tendo seu padrão de concorrência alterado, se consubstanciando na produção de grãos e
outras commodities em elevada escala para o comércio internacional. Assim, a
economia goiana, ao longo da década de 1990, tem suas exportações elevadas e cresce a
taxas maiores do que a nacional. No entanto, a inserção desta no comércio internacional
mediante a lei das vantagens comparativas apresenta uma tendência, ainda muito pouco
abordada, a condicionar o crescimento e desenvolvimento daquelas regiões que não se
adequaram ao padrão exportador imposto, ou seja, produção em larga escala de grãos e
outras commodities para o comércio internacional.

Sendo assim, o presente trabalho tem como tema desenvolvimento econômico e


regional e situa-se no âmbito da Teoria do Desenvolvimento Econômico. E responder
como a expansão da forma capitalista de produção aprofunda as diferenças econômicas
e sociais entre regiões, no interior do Estado de Goiás trata-se do problema a responder.
Temos como objetivo geral apresentar os efeitos da expansão da forma capitalista de
produção sobre a região Oeste Goiano. Para tanto será necessário a) de acordo com o
ideário neoliberalizante imposto às economias subdesenvolvidas, apresentar o padrão de
concorrência vigente na economia goiana; b) Apresentar efeitos específicos do padrão
de concorrência vigente na economia goiana sobre a economia do Oeste Goiano e c)
Apresentar elementos importantes para a promoção do desenvolvimento da referida
região.

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A hipótese atesta que a expansão da forma capitalista de produção, ao engendrar


o fenômeno da dependência econômica, aprofunda as condições de subdesenvolvimento
no interior das economias subdesenvolvidas, elevando as diferenças entre regiões no
interior do Estado de Goiás.

A metodologia trata-se de revisão bibliográfica de autores ligados a Teoria do


Desenvolvimento Econômico tais como, Marisa Amaral2, David Kupfer3 e ainda, na
analise de dados coletados a partir de sites tais como, Secretaria de Planejamento
Econômico do Estado de Goiás (Seplan-GO) e Sepin referentes a evolução do Produto
Interno Bruto (PIB) e Produto Interno Bruto per capita (PIB per capita.)

O trabalho fora estruturado de maneira que, primeiramente buscaremos


apresentar como se deu a adesão da economia goiana ao ideário neoliberalizante, bem
como a expansão desta, demonstrando o padrão de concorrência instaurado,
qualificando a competitividade da economia goiana como espúria.
Na segunda seção, tentaremos demonstrar o impacto do padrão de concorrência
dominante na economia goiana sobre a região Oeste Goiano. Tentaremos demonstrar
que as regiões ao não se adequarem ao padrão de concorrência vigente apresentaram
crescimento e desenvolvimento estagnados, devido sua inadequação a este e ao fato de
que a competitividade da economia goiana é incapaz de disseminar o bem-estar a todas
as regiões. Ademais, apresentando um fenômeno notável, a saber, o descolamento da
produção de riqueza entre regiões, aprofundando as diferenças econômicas e sociais no
interior do Estado de Goiás.
E na última seção, apresento elementos importantes que devem ser levados em
consideração ao se pensar o desenvolvimento econômico das regiões estudadas. Tais
como, a importância do crédito, a importância de se identificar e disseminar o padrão de
concorrência para cada setor da economia oeste goiana, a importância de se elaborar
uma política para setores informais, o papel das associações enquanto produtoras de
bens de consumo assalariado.

2
Economista e Professora
3
Economista e Professor
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2 O PADRÃO DE CONCORRÊNCIA DA ECONOMIA GOIANA

As medidas impostas aos paises subdesenvolvidos, mais detidamente o processo


de abertura comercial mediante a lei das vantagens comparativas tiveram como efeito o
reordenamento da produção. Senão, a alteração dos padrões de concorrência até então
vigentes. E o Estado de Goiás ao se ajustar ao novo padrão exportador passou por uma
fase de expressivo crescimento econômico e pela expansão de suas cadeias produtivas
relacionadas ao agronegócio, mais detidamente as cadeias produtivas de soja, carnes,
algodão e sucro-alcooleira.
No entanto, a forte competitividade da economia goiana pode ser caracterizada
como espúria, por ocorrer a baixos salários, intensivas em recursos naturais e ademais
por não dispersar o desenvolvimento econômico a outras regiões do Estado. Ocorrendo,
portanto, em consonância com o fenômeno condicionante da nova fase da dependência.
Nesta seção buscaremos delinear o padrão de concorrência dominante na
economia goiana a partir de meados da década de 1990, suas características, bem como
buscaremos demonstrá-lo por meio de dados referentes a exportação, pauta e ainda suas
características referentes a contas nacionais, buscando qualificar a competitividade da
economia goiana. Mas antes que este tópico seja apresentado, faça-se notar que o
desenvolvimento da economia goiana ocorre num cenário de subdesenvolvimento
econômico, ou seja, que o desenvolvimento da economia ocorre num contexto de
vulnerabilidade externa, sendo penalizada devido a elevada necessidade de superávits
primários, pela lógica especulativa, a restrição ao crescimento econômico, a exclusão
crescente, pela queda nos investimentos produtivos, ampliação do desemprego, redução
salarial e uma distribuição regressiva da riqueza.
Vale também para a economia goiana que toda tentativa de desenvolvimento na
periferia, só pode ocorrer mediante a superexploração da força de trabalho. E que é
válido também para a economia goiana o fato de que a lógica capitalista, ou seja,
acumular e crescer não pode romper com a vulnerabilidade externa e com as condições
de subdesenvolvimento, pelo contrário, quanto mais se aprofunda na lógica capitalista
muito mais se aprofunda as condições de subdesenvolvimento.

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2.1 A Economia Goiana

A analise da variação do PIB do Estado de Goiás durante a década de 1990


mostra que a economia goiana tem apresentado tendência ao crescimento acima da
média nacional. Enquanto a economia brasileira apresentou um crescimento a taxas
decrescentes de 1995 a 1998, atingindo um ponto mínimo de variação de 0,1% em
1998, ao passo que a economia goiana apresentou taxas crescentes de expansão
econômica.
O desempenho positivo da economia goiana está relacionado ao desempenho do
agronegócio. A analise das principais cadeias agroindustriais do Estado de Goiás
apresenta números positivos em competitividade. Este desempenho das cadeias
agroindústrias, por sua vez, está relacionado ao padrão de concorrência observado, que
apesar de pequenas diferenciações em seus produtos trata-se da concorrência através de
aumentos de escala com intuito de diluir custos unitários. Esta estratégia concorrencial é
devida às características próprias do mercado consumidor internacional que ao elevar os
níveis de exportação, impacta positivamente sobre os níveis de produção, rentabilidade
e competitividade das empresas do Estado de Goiás, concorrendo para o crescimento do
PIB.

2.2 Características das Principais Cadeias Agroindustriais do Estado de


Goiás

Mediante a classificação de Kupfer (1998) os principais grupos agroindustriais


do Estado de Goiás são caracterizados como produtoras de commodities, que se
caracteriza como um setor que reúne as indústrias que operam em processo contínuo,
produzindo em elevada escala, onde os produtos são homogêneos e intensivos em
recursos naturais e energéticos. E ainda, por apresentarem a principal característica de
possuir elevada participação no mercado de um número reduzido de empresas, se
caracterizam ainda pela pequena diferenciação em produtos, ou seja, pela padronização
e o preço ocorrendo em conformidade com o comércio internacional.
No Estado de Goiás existem fatores facilitadores para a produção em larga
escala de tais produtos. Dentre as vantagens competitivas citam-se, de acordo com
Ideanews (2005) condições climáticas, solos favoráveis à produção, qualidade dos
produtos agrícolas, uma topografia adequada que permite a mecanização da cultura,
dentre outras.(IDEANEWS, 2005).
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Os fatores listados acima aumentam a capacidade de concorrer em larga escala,


reduzindo custos e oferecendo produtos mais baratos no mercado internacional. Logo
todos estes fatores facilitadores reforçam a barreira à entrada no setor, que está
relacionada ao tamanho do aporte de capital inicial,
O estado das principais cadeias agroindústrias pode ser tido como setor maduro.
Para Kupfer (1998) um setor maduro se caracteriza pelas inovações geradas já terem
sido absorvidas pelos concorrentes, ocorrendo de forma marginal e visando mais à
eficiência, à redução de custos do que a criação de marcas ou diferenciação de produtos.
As inovações incrementais no âmbito agrícola, sobretudo na produção de cana-de-
açúcar visam diluir custos e dentre elas nota-se a busca por eficiência, maior expansão
da área plantada, maior produtividade através de técnicas agronômicas e maior
qualidade da matéria-prima. Os ganhos em eficiência no âmbito agrícola são
transferidos a indústria como maior produtividade e maior qualidade consistindo em
estratégia para elevar rendimentos no âmbito da indústria.
De acordo com Kupfer (1998) os baixos custos unitários surgem como reflexo
dos ganhos de escala proporcionado pela alta capacidade de produção que, nesses
setores, é favorecida pela natureza da base técnica, processos contínuos de produção,
estes ganhos de escala são potencializados por empresas que exploram mercados
mundiais.
De acordo com Kupfer (1998) estas fontes de competitividade constituem fortes
barreiras à entrada de novos concorrentes. Assim, a possibilidade de novos entrantes
nesse grupo está condicionada, à ocorrência de um ritmo de expansão da demanda que
seja superior a capacidade da indústria estabelecida atendê-la. Em geral, a produção
nesses setores destina-se aos mercados interno e externo. A atração de clientes se dá
através do atendimento a especificações técnicas - padronização - e preços baixos.
Ainda de modo geral, as empresas são "tomadoras de preços". Os preços, em geral
definidos em bolsas internacionais, são extremamente sensíveis às condições de
demanda que imperam nos principais países consumidores. A alta relação
capital/produto e a necessidade de investir à frente da demanda para estarem bem
posicionadas faz com que a capacidade de mobilizar recursos para investimentos seja
decisiva para a manutenção da competitividade das empresas.
No âmbito da indústria a característica da agricultura no Estado de Goiás
enquanto ocorrer em escalas elevadas fornece à agroindústria matéria prima próximo ao
centro transformador. A agroindústria possui características que explicam seu padrão de
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concorrência e são determinados por: Várias bases tecnológicas e vários produtos;


elevado market-share; são tomadoras de preços, os preços são cotados em mercados
internacionais; alta relação capital/produto; concentração de mercado.
Enfim, o padrão de concorrência das principais cadeias agroindustriais do Estado
de Goiás (sucroalcooleiro, cotonicultura, soja e de carnes) durante o período de 1995 a
2005, trata-se em produzir produtos primários para comércio internacional, de concorrer
mediante aumentos na escala. O padrão de concorrência é definido por meio de redução
de custos através do aumento da escala, elevando as exportações e desta forma elevando
o desempenho. A competitividade é medida através de exportações. E ainda esse padrão
de concorrência é determinado por aspectos relativos às características do produto, ou
seja, por se tratar da produção e comercialização de commodities.

2.3 Diagnóstico da Competitividade das Principais Cadeias Agroindustriais

As exportações apresentam um comportamento oscilante até o ano de 1999 que,


posteriormente ocorre de maneira explosiva. Apesar de em 1997 as exportações
recuarem, e as importações passarem por uma aumento relativo. Porém esse momento
de crise persistiu por pouco tempo e a economia deu início a um novo processo de
crescimento vertiginoso à partir de 1999. As importações cresceram rigidamente e
passaram a decrescer a partir de 2001. Neste mesmo período as exportações explodiram,
e as importações elevaram em 69% no ano de 2003, em 28% no ano de 2004 e 28% em
2005.

Este forte crescimento a partir de 1999 ocorreu devido a dois fatores: a) Pelo
elevado volume de exportações do setor básico, uma vez que, o setor industrializado,
semi-manufaturado e manufaturado apresentaram crescimento rígido ao longo do
período, possuindo então, uma contribuição de menor peso no saldo da balança; b)
Devido as importações manterem em um nível abaixo das exportações no período de
1995 a 2005, elevando apenas 253%, sendo que as exportações se elevara em 630%
US$ F.O.B.

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2.4 Balança comercial e setor básico

O impacto das exportações sobre a balança comercial está relacionado ao forte


desempenho do setor básico, onde se insere as principais cadeias agroindustriais
estudadas. Desta forma, a conclusão a que se chega é que verificando o grau de
competitividade dos setores mediante o critério desempenho, ex post, este pode ser
caracterizado como competitivo.

A tabela 01 apresenta as exportações realizadas pelo Estado de Goiás por setor


produtivo e mostra que o desempenho do fator agregado básico apresentou
significativo desempenho, e que as variações positivas na balança está vinculada a este
setor, pois mesmo os setores industrializados, semi-manufaturados e manufaturados
mantendo um crescimento a taxas estáveis, lento e gradual na composicão da balança, a
contribuição do setor básico, por sua vez, foi mais elevada num período de decréscimo
na exportação de produtos básicos. Isto significa que este possui um peso acentuado na
balança comercial do Estado de Goiás. De maneira que, o total de exportações
respondem com uma redução, ou seja, a redução nas exportações dos setores básicos é
reponsável pela queda na balança, uma vez que, os setores manufaturados, semi-
manufaturados e industrializados possuem um peso menor.

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Tabela 01 - Exportação Brasileira – Goiás – Totais por Fator Agregado - US$


1.000 FOB
Ano Básicos Industrializados Semi- Manufaturados Total
manufaturados
1995 128.794 119.860 92.792 27.068 248.655
1996 240.307 146.701 116.716 29.984 387.007
1997 318.756 156.885 125.899 30.985 475.659
1998 254.930 126.721 97.978 28.743 381.669
1999 205.170 120.693 94.816 25.877 325.885
2000 404.060 140.707 114.875 25.832 544.767
2001 425.456 169.614 136.565 33.048 595.070
2002 471.378 177.673 149.804 27.869 649.081
2003 900.717 201.484 162.098 39.386 1102202
2004 1.175.588 236.185 168.429 67.756 1.411.773
2005 1.519.937 296.358 185.829 110.529 1.816.294
Fonte: Secex, (2007)

Ao analisar a tabela 01 observa-se que as exportações no setor manufaturados


elevou em 308% no período de 1995 a 2005 e que as exportações no semi-
manufaturados em 100%, o setor industrializados em 147%, porém, o setor que
apresentou maior variação fora o setor básicos, constituído pelos produtos
comercializados pelas principais cadeias agroindustriais, que em 1995 responde na
balança por 128.794 US$ FOB e 2005 a 1.519.937 US$, ou seja, uma elevação em
1080% ao longo do período de 1995 a 2005.
Conclui-se que o desempenho do setor básico está vinculado ao padrão de
concorrência dominante, ou seja, consiste de acordo com a demanda externa aumentar a
escala de produção com o intuito de diluir custos e oferecer produtos mais baratos no
comércio internacional, aumentando as exportações, enfim a competitividade.
Quanto a características dos consumidores, observa-se de acordo com a Secex
(2007) que estão entre os principais clientes do Estado de Goiás, a União Européia, a
Ásia ( Exclusive o Oriente Médio) e os Estados Unidos (Inclusive Porto Rico ). Quanto
a participação de cada bloco na balança comercial do Estado de Goiás nos anos de 2001
a 2003, a União Européia se constitui na principal importadora de produtos goianos,

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responsável por mais de 50% de importação de produtos goianos, em segundo lugar a


Ásia com a participação média de 14% nas exportações goianas durante o período de
2001 a 2003.
Em relação aos principais produtos exportados encontra-se aqueles relacionados
ao setor de soja e ao setor de carnes. Na pauta de exportações goianas possuem maior
participação, por exemplo, “outros grãos de soja e bagaços” e “outros resíduos sólidos
da extração do óleo”, se constituindo nos principais produtos exportados durante o
período de 2001 a 2005, sendo que em 2001 representaram 48,23% das exportações
goianas, em 2002 mantem constante em 48,26%, em 2003 a participação se eleva para
59,47%. No ano de 2004 a exportação destes produtos cairam para 56,08%, retornando
a 48,26% em 2005.
Em segundo lugar, dentre os principais produtos exportados encontram-se
aqueles provenientes do setor de carnes, tais como carnes desossadas de bovino
congeladas, carnes desossadas de bovinos frescas ou refrigeradas, pedaços e miudezas
comestíveis de galos e galinhas, carcaças e meias carcaças de suino congeladas e outras
carnes de suino congeladas. A soma da participação nas exportações destes produtos
relativos ao setor de carnes em doláres F. O. B. corresponderam a 16,11% em 2001;
16,78% em 2002; 14,13% em 2003; 20,13% em 2004 e 20,45% em 2005.

2.5 Exportação Goiana – Contas Nacionais

Ao analisar as contas nacionais nota-se que o Estado de Goiás se especializou


em exportar bens intermediários, tais como, insumos industriais, bebidas e bens de
consumo não duráveis. Dentre estes produtos encontra-se grande quantidade e nos
primeiros lugares, entre outras commodities, como ouro e outros metais, produtos
relacionados ao agronegócio que são grãos de soja triturados, bagaços e outros resíduos,
carnes desossadas, tomates, etc. Observa-se também o pequeno peso que possui a
exportação de bens de capital, onde estaria incluída os bens de tecnologia mais elevada.
Enfim, a característica da produção goiana é de commodities a expensas de outros
produtos de maior valor agregado. Segundo a Secex (2007) no ano de 2002 enquanto os
bens intermediários e bens não-duráveis representaram 99,68% da exportação goiana,
0,32% são referentes a bens de capital, no ano de 2003 enquanto a exportação de bens
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não-duráveis e intermediários representaram 99,79% das exportações, os bens de capital


caíram para 0,21%, de tal forma que em 2004 os bens de capital responderam apenas
0,24% das exportações e em 2005 a 0,57%. Tais números, ou seja, o baixo valor das
exportações de bens de capital da economia goiana denuncia o baixo padrão tecnológico
em que esta se encontra na industrialização de bens, se constituindo portanto na
exportação de produtos primários.
Concluímos que o crescimento econômico do Estado se deve a forte participação
do agronegócio na balança comercial. Onde o padrão vigente consiste em elevar o
volume de produção com o intuito de minimizar custos e oferecer produtos mais baratos
no comércio internacional, elevando o desempenho, verificado a partir das exportações.
Fica evidenciado também pelo perfil de exportação do Estado o caráter de baixa
produção tecnológica, onde a exportação de bens de capital corresponde a 0,50% em
média no período analisado.
Fica evidenciado também que, a elevação na quantidade da população
empregada ocorre dependente ao perfil de demanda internacional, de tal forma que
ocorrendo aumentos na demanda por commodities, só assim haverá aumentos nos níveis
de população ocupada.
Logo, apesar das principais cadeias agroindustriais do Estado de Goiás terem
apresentado números positivos em competitividade, esta não pode ser caracterizada
como autêntica, pois dependente de variações no perfil de demanda internacional; bem
como de fatores sistêmicos, ocorrendo a baixos salários, utilização intensiva de recursos
do cerrado goiano, devido a vantagens competitivas próprias ao ambiente onde atuam e
principalmente ao baixo teor inovativo, ou seja, pelo baixo valor gasto em Pesquisa,
Desenvolvimento e Inovação (P, D & I). Enfim, os ganhos competitivos não são
repassados plenamente a população ou a regiões do Estado. Este tipo de
competitividade, denominado espúria, é a característica da competitividade das
principais cadeias agroindustriais do Estado de Goiás e ocorre em consonância com o
desenvolvimento dependente das economias subdesenvolvidas.
Concluímos que o padrão de concorrência estabelecido a partir da adoção do
ideário neoliberalizante, restringe o desenvolvimento de regiões que não se adequaram
ao padrão de concorrência vigetne, uma vez que, as regiões intensivas na produção de
commodities não disseminam os benefícios para outras regiões, ademais porque regiões
tais como a Oeste Goiano, Noroeste Goiano e Nordeste Goiano ficam excluídas do
processo de exportação. O efeito do padrão de concorrência, ou seja, exportação de
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grãos e outras commodities, é, portanto, excludente e não obstante, estagna o


desenvolvimento de outras regiões, mais notadamente aqui, a região Oeste Goiano.
Na próxima seção será apresentado por meio de dados, o perfil econômico da
região Oeste Goiano que conformam nossa hipótese.

3 REGIÃO OESTE GOIANO

Recapitulando. A insercão das economias subdesenvolvidas no cenário internacional


mediante a imposição da lei das vantagens comparativas pelas economias desenvolvidas
estabelece o fenômeno da vulnerabilidade externa. Por sua vez, a abertura comercial
reordena toda a economia, estabelecendo um novo padrão de concorrência, exportador
de grãos e outras commodities. A economia goiana, ou certas regiões da economia
goiana se adequam a este novo padrão exportador, de tal forma que, a economia goiana
cresce a taxas maiores que a nacional, devido a competitividade de suas cadeias
agroindustriais.
No entanto, a competitividade da economia goiana pode ser caracterizada como
espúria e passa a condicionar o desenvolvimento de regiões no interior do Estado que
não se ajustaram ao padrão de concorrência vigente. Neste sentido, a seção tem como
objetivo apresentar e comparar variáveis econômicas da região Oeste Goiano com
variáveis econômicas da região Sudoeste Goiano e Sul Goiano. A principal conclusão a
que se chega é a identificação de uma grande discrepância referente aos níveis de
produção de riqueza entre regiões, bem como grandes diferenças na qualidade de vida,
verificadas pelo PIB per capita.
Considerando que a região Oeste Goiano não possui em pauta a produção de
bens relativos ao agronegócio, é de se esperar que os determinantes da competitividade
da economia goiana fique restrita apenas a alguns setores e a algumas regiões,
notadamente aquelas mais intensivas na produção de grãos e outras commodities em
elevada escala, a saber, as regiões Sudoeste Goiano e Sul Goiano. Ao passo que outras
regiões do Estado, ficam excluídas do processo produtivo, tendo sua economia
restringida e condicionada a agropecuária extensiva e a uma incipiente indústria.
A região Oeste Goiano trata-se de uma das regiões mais pobres do Estado de
Goiás, com participação no PIB estadual de 4,80% em 2002, passando para 5,05% em
2005. Liderando as regiões, a Norte Goiano, que ao longo de 1999 a 2005 apresentou
uma participação média no PIB goiano de 5,54%. Já a região Noroeste Goiano que no
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mesmo período apresentou uma participação no PIB goiano de 1,88% e a região


Nordeste Goiano que apresentou a menor taxa média de participação no PIB Goiás, de
1,61%. Desta forma, a região Oeste Goiano, aqui estudada, trata-se da terceira região
mais pobre do Estado de Goiás. E isto fica evidenciado pelo gráfico 01.

Gráfico 01 - PIB - Regiões por Planejamento - 1999 - 2005

8.000.000
7.000.000
6.000.000
R$ 1.000,00

5.000.000
Oeste Goiano
4.000.000
Noroeste Goiano
3.000.000
Nordeste Goiano
2.000.000
1.000.000 Sudoeste Goiano

0 Sul Goiano

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005


Ano

Fonte: Seplan (2008)

Já em relação às regiões intensivas na produção de grãos e outras commodities


em elevada escala, ou seja, em relação àquelas que se adequaram ao novo padrão de
concorrência imposto pelas economias desenvolvidas a partir da década de 1990, temos
o Sudoeste Goiano que representa 16,90% no PIB de Goiás em 2002 e 14,08% no ano
de 2005, com uma participação média no período de 14,87% e a região Sul Goiano que
decresce de 8,78% de participação no PIB em 2002 para 8,72% em 2005, com uma
participação média de 9,14%
Desta forma, não obstante, em se constituir as três regiões mais pobres do Estado
de Goiás, não há sinais que ocorra um arranco produtivo, uma vez que, apresenta uma
industrialização incipiente, crescendo muito rigidamente. Tendo a riqueza gerada com
base na agropecuária e no setor de serviços. A baixa produção de riqueza observada
reflete nas condições de vida da população, demonstrado pelo gráfico 02, onde dentre as
regiões analisadas o PIB per capita da região Sul Goiano apresenta uma tendência
crescente. No entanto o PIB per capita das três regiões mais pobres do Estado não
ultrapassam o valor de R$ 6.000,00 onde o PIB per capita da região Oeste Goiano e
região Noroeste Goiano decresce a partir de 2001 e 2002, apresentando estável para as
três regiões a partir deste período.

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Gráfico 02 - PIB per capita - Regiões por Planejamento - 1999 – 2005

20.000
18.000

16.000
14.000
R$ 1.000,00

12.000 Oeste Goiano


10.000 Noroeste Goiano
8.000 Nordeste Goiano
Sudoeste Goiano
6.000
Sul Goiano
4.000

2.000
0
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Ano

Fonte: Seplan (2007)

A analise demonstra uma divergência muito grande quanto a geração e


distribuição da riqueza, ao passo que o PIB per capita da região Sudoeste Goiano e Sul
Goiano variam durante o período em 208,39% e 106,48% respectivamente, a variação
para as regiões são de, um aumento de 15,27% para a Oeste Goiano, uma redução de -
77,28% para a Noroeste Goiano e uma aumento de 103,79%, para a região Nordeste
Goiano. Ao passo que, durante o mesmo período, o PIB per capita médio para as
regiões Sudoeste Goiano e Sul Goiano foram de 12.649,143 e 7.601,86
respectivamente. Para as regiões Oeste Goiano, Noroeste Goiano e Nordeste Goiano o
PIB per capita médio fora de 3.987,43; 1.684,143 e 2.752,14 respectivamente.
Dentre as três regiões mais pobres do Estado de Goiás analisamos mais
detidamente a região Oeste Goiano.

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3.1 Oeste Goiano

O gráfico 03 demonstra o crescimento lento da agropecuária e da indústria da


Oeste Goiano que crescera em 123,75 % e 141.52% respectivamente, no período de
1999 a 2005. De tal forma que, de acordo com o gráfico 03 o setor de serviços e a
agropecuária possuem maior peso na contribuição do PIB da referida região. Sendo
assim, a Oeste Goiano se caracteriza por uma economia baseada na agropecuária e no
comércio a expensas da produção industrial. Contrasta fortemente com a região do
Sudoeste Goiano que teve durante o período de 1999 a 2005, crescimento médio no
setor agropecuário de 99,73%, no setor industrial de 339,69%, no setor de serviços de
200,44% e no PIB de 201,82%.

Gráfico 03 – Setores – PIB – Oeste Goiano – 1999 - 2005


3.000.000
2.500.000
2.000.000
(1 0 0 0 R $ )

Agropecuária
Indústria
1.500.000 Serviços
PIB
1.000.000
500.000
0
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Ano

Fonte: Seplan/Sepin (2007)

É de se esperar, portanto, que a baixa industrialização reflita na qualidade de


vida, dependente de variações positivas na agricultura e agropecuária, sujeita inclusive a
questões sazonais. O PIB per capita da região Oeste Goiano demonstra estas
características, uma vez que, cresce muito rigidamente e decresce à partir do ano de
2002 devido a uma migração que dobrou a população na região. Ao passo que nota-se
uma disparidade frente ao PIB per capita das regiões Sudoeste Goiano que ocorre a R$
16.909 em 2005 e da Sul Goiano ocorre a R$ 9.624, sendo que o PIB per capita da
região Oeste Goiano ocorre a R$ 3.715.

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O Gráfico 02 demonstra essa disparidade nas condições de vida entre regiões, de


tal forma que, a partir de 1999 cresce à mesma taxa, porém em 2000 o PIB per capita da
região Sudoeste Goiano explode. Ao passo que dois anos depois o PIB per capita da
região Oeste Goiano decai e continua estagnado até 2005, atingindo um pico máximo de
diferença entre as duas regiões em 2004, no valor de R$ 13.784, 00.
Logo, os dados analisados refletem, entre regiões, diferenças quanto a geração e
distribuição da riqueza. Onde a região Oeste Goiano se apresenta com baixa qualidade
de vida, não obstante, detentora de uma indústria estagnada. Conclui que, se a lógica
para engendrar o crescimento econômico trata-se da produção de grãos e outras
commodities, espera-se que, para a região Oeste Goiano o crescimento e seu
desenvolvimento econômico trata-se de algo problemático, pois em função do tempo
outras regiões apresentam uma tendência a se enriquecerem passo a passo a região
Oeste Goiano apresenta uma tendência relativa ao empobrecimento. O que se espera,
portanto, se nada acontecer é o aprofundamento das diferenças sócio-econômicas das
regiões Oeste de Goiano, Noroeste Goiano e Nordeste Goiano entre aquelas que se
adequaram ao padrão de concorrência.
Uma das explicações para o crescimento econômico amarrado da região Oeste
Goiano se deve, primeiramente por situar em uma economia subdesenvolvida, que se
expande mediante o processo de dependência, ou seja, com fortes restrições ao
crescimento e desenvolvimento econômico.
Num segundo momento, o baixo desenvolvimento ocorreria devido a
inadequação destas regiões ao padrão de concorrência vigente na economia goiana, ou
seja, por serem inadequadas a produção de grãos e outras commodities em elevada
escala com o intuito de abastecer mercados internacionais. E como a economia das
regiões não se adequam a este modo de concorrer, são excluídas do processo de
concorrência. Num terceiro momento, devido ao fato do crescimento ocorrido nas
regiões que se ajustaram ao padrão de concorrência não ser disseminado para outras
regiões, se constituindo numa espécie de enclave, onde o estabelecimento de um núcleo
capitalista não possui poderes de dinamizar regiões circunvizinhas. E finalmente, o
baixo desempenho das regiões estudadas ocorre devido a baixa acumulação interna,
principalmente pela baixa produção de bens não-duráveis de consumo efetuado pela
classe assalariada.
O que ocorre é que a classe assalariada ao receber seus rendimentos efetua seus
gastos em bens não-duráveis, tais como, alimentação, energia elétrica, telefone,
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vestuário, aluguéis, materiais de construção civil, veículos e eletrodomésticos, dentre


outros. E como a indústria de tais bens não está localizada na região, mas em outras
regiões tais como, região Metropolitana de Goiânia, Sul Goiano e Sudoeste Goiano e
outros Estados, o que ocorre é um envio de remessas. A renda que seria reinvestida no
aparato produtivo da economia, gerando novos volumes de emprego e renda é enviada
para o exterior da região, dinamizando outras regiões.

4 CONCLUSÃO

O presente trabalho tendo como tema desenvolvimento econômico e regional


situado no âmbito da Teoria do Desenvolvimento Econômico tratou em responder como
a expansão da forma capitalista de produção aprofunda as diferenças econômicas e
sociais entre regiões, no interior do Estado de Goiás.

Concluímos que a expansão da forma capitalista de produção, ao engendrar o


fenômeno da dependência econômica, aprofunda as condições de subdesenvolvimento
no interior das economias subdesenvolvidas, elevando as diferenças entre regiões no
interior do Estado de Goiás.

Concluímos que o novo padrão de concorrência estabelecido na economia


goiana a partir da inserção das economias subdesenvolvidas no cenário internacional,
condiciona e estagna o crescimento e desenvolvimento da região Oeste Goiano. Esta
restrição ao desenvolvimento ocorre no sentido que, estas são excluídas do processo
produtivo, e, ademais devido ao fato de que o novo padrão de concorrência não
dissemina os benefícios gerados a demais regiões.

Ao analisar as diferenças entre as três regiões mais pobres do Estado de Goiás,


concluímos que o crescimento econômico nas regiões Noroeste Goiano e Nordeste
Goiano ocorrem de maneira muito lenta e que na região Oeste Goiano ocorre de forma
mais acentuada. No entanto, de acordo com as analises do PIB per capita concluímos
que as regiões Oeste Goiano e Noroeste Goiano encontram-se num processo de
empobrecimento relativo, devido a baixas no PIB per capita e devido a explosão do
crescimento econômico na região Oeste Goiano.
O fenômeno do relativo empobrecimento das referidas regiões se devem a quatro
fatores: a) Devido a economia brasileira situar-se num contexto de desenvolvimento
dependente, subdesenvolvida, portanto; b) devido ao fato das regiões estudadas não se

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ajustarem ao padrão de concorrência, sendo, portanto, excluídas do processo produtivo;


c) devido a competitividade da economia goiana não dispersar o desenvolvimento às
demais regiões e ainda, d) devido ao baixo nível de acumulação interna no interior das
regiões Oeste Goiano, Nordeste Goiano e Noroeste Goiano.
As soluções para estas causas só podem ser resolvidas por meio da articulação
entre os governos municipais com os governos federal e estadual. No entanto, relativo
ao problema da acumulação interna das regiões, sugere-se que mediante incentivos do
governo seja implementado uma espécie de “Processo de Substituição de Importações”
com objetivo de estimular a acumulação interna e a partir daí, engendrar novas formas
de investimentos. Elevar a acumulação interna, na tentativa de produzir no interior da
economia produtos de consumo assalariado tais como, produtos de limpeza; produtos do
vestuário; calçados; produção e beneficiamento de cereais; produção de carnes;
produção e comercialização de bebidas alcoólicas e não-alcoólicas; temperos; frutas;
legumes e verduras; doces; frios; panificados; conservas, dentre outros produtos. Com o
intuito de abastecer o mercado interno e de outras regiões, elevando assim o volume de
reinvestimentos.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMARAL, M. S. A Investida Neoliberal na América Latina e as Novas


Determinações da Dependência. 2006. 173 f. Tese (Mestrado em Economia) –
Instituto de Economia – Universidade Federal de Uberlândia (IE/UFU), Uberlândia.

ECO, Umberto. Como se faz uma tese. São Paulo: Perspectiva, 1977. 170 p.

GESSINGER, H. Gessinger, Licks & Maltz. H. Gessinger (Compositor). In:


____________ Chuva de Containers. Direção Artística: Miguel Pamplopschi. Rio de
Janeiro: BMG, 1992. 1 disco sonoro (57 min), 33 1/3 rpm, stereo., Lado A, Faixa 5 (3
min 7 s)

IDEANEWS. GOIÁS: A Nova Fronteira Canavieira . Disponível em:<


http://www.ideaonline.com.br/ideanews> Acesso em 20 Set 2006.

KUPFER, David. Trajetórias de Reestruturação da Indústria Brasileira Após a


Abertura e a Estabilização. 1992. Tese (Doutorado em Economia) – Instituto de
Economia – Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ), Rio de Janeiro.
Disponível em:<http:// www.ie.ufrj.br/download/index.php> Acesso em: 03 Ago 2006

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OLIVEIRA, J. B.S. Analise da Competitividade das Principais Cadeias


Agroindustriais do Estado de Goiás, 1995 – 2005. 2007. 6 f. V Seminário de
Iniciação Cientifica – Universidade Estadual de Goiás (UEG – ), Anápolis.

Seplan. Produto Interno Bruto dos Municípios Goianos 1999 -2002. Net. Disponível
em < http://seplan.go.gov> Acesso: 26 Out 2008

Seplan. Produto Interno Bruto dos Municípios Goianos 2002 – 2005 Nova série. Net.
Disponível em < http://seplan.go.gov> Acesso: 26 Out 2008

SEPLAN. Séries Históricas. Disponível em:< www.seplan.go.gov.br> Acesso em: 27


Abr 2007

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