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Jesus, é detalhe!
Dada a tradicional pergunta "afinal vocês acreditam ou não em Jesus Cristo?", a
resposta mais inteligente que eu já escutei foi esta:"nós judeus acreditamos que
o Messias virá. Vocês cristãos acreditam que ele já veio, mas voltará. Portanto,
numa coisa nós concordamos - ainda vem alguém pela frente. Alguém ainda
está para vir. Muito simples! Basta aguardar o Messias e, quando ele chegar,
perguntamos se essa é a primeira ou a segunda vez que ele aparece por aqui...".
Além desses elementos, existe o problema de que as pessoas não podem obter
salvação através de suas ações. Para resolver isso, desenvolveu-se o dogma da fé
em Jesus como única forma de salvação. Nessa solução, como foi observado
acima, o Cristianismo difere profundamente do Judaísmo. Quais pecados a
morte de Jesus estaria removendo dos ombros da humanidade? Como a Torá
afirma que apenas o povo judeu pode ser cobrado pelas obrigações homem-
D'us, então a morte de Jesus só poderia estar perdoando a humanidade pelos
pecados homem-homem. Essa doutrina se opõe diretamente ao Judaísmo e sua
noção de culpabilidade. De acordo com o Judaísmo, nem mesmo D'us pode nos
perdoar pelos crimes cometidos contra outros seres humanos. Apenas a pessoa
atingida tem o poder de nos perdoar, sabia disto?
Apesar das muitas diferenças entre nós e os cristãos, essas diferenças não
devem em hipótese alguma ser obstáculo para um excelente relacionamento
entre as comunidades. Os dois sistemas religiosos compartilham valores e
objetivos bastante similares. Ambos querem um mundo mais ético e humano e
as pessoas religiosas das duas comunidades devem se ajudar nesse intento. No
entanto, em uma época em que movimentos missionários cristãos das mais
variadas estirpes lançam campanhas de conversão de judeus, é importante
conhecer as diferenças entre nós e os cristãos para termos claras as linhas
vermelhas que separam cada religião.