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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS

EVELISE CRISTINA SCAPOL

GUILMORISMOS:

REFERÊNCIAS CULTURAIS NA TRADUÇÃO AUDIOVISUAL

EM GILMORE GIRLS

SANTOS – 2008

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EVELISE CRISTINA SCAPOL

GUILMORISMOS:

REFERÊNCIAS CULTURAIS NA TRADUÇÃO AUDIOVISUAL

EM GILMORE GIRLS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


como exigência parcial para obtenção do grau
de Bacharel em Tradução e Interpretação, à
Universidade Católica de Santos.

Orientador: Prof. Me. José Martinho Gomes

SANTOS – 2008

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EVELISE CRISTINA SCAPOL

GUILMORISMOS:

REFERÊNCIAS CULTURAIS NA TRADUÇÃO AUDIOVISUAL

EM GILMORE GIRLS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


como exigência parcial para obtenção do grau
de Bacharel em Tradução e Interpretação, à
Universidade Católica de Santos.

Banca Examinadora:

________________________________________________________

Prof. Me. José Martinho Gomes, Universidade Católica de Santos

________________________________________________________

Prof. Christian Ares Lapo, Universidade Católica de Santos

Data da aprovação _____________________

SANTOS – 2008

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Agradecimentos

Agradeço primeiramente aos meus pais, Fernando e Solange, pelas


oportunidades que me proporcionaram na vida, por apoiarem minhas decisões
e serem sempre um exemplo a seguir; aos meus irmãos, Renata e Luiz
Fernando, pelo companheirismo e por sempre me fazerem rir; e à minha avó
Luiza, pelas orações.

Agradeço ao Corpo Docente do curso de Tradução e Interpretação da


Unisantos que muito contribuiu para minha formação acadêmica, em especial
ao Professor Me. José Martinho Gomes pela valiosa orientação, pela amizade
e pela confiança em mim depositada; e ao Professor Christian Ares Lapo por
gentilmente ter aceitado fazer parte da Banca Examinadora e por ter nos
auxiliado com seus preciosos conhecimentos.

Agradeço a Débora Rezende, pela deliciosa amizade e cumplicidade,


que vai muito além da vida acadêmica; e Deborah Amorim, porque sem a
descontração do dia-a-dia não teria sido possível continuar a jornada. Obrigada
por estarem ao meu lado nesses quatro anos.

A Araceli Romero, Felipe Trindade e meus demais colegas de classe,


agradeço pelas risadas, pela união, pelos saudáveis desentendimentos, e por
todos os momentos maravilhosos e peculiares que compartilhamos. Aos meus
companheiros de trabalho, agradeço pela indispensável troca de experiências.
Ao Rafael Brites, meu namorado e amigo, agradeço pela paciência e
pelo apoio incondicional.

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“Tradução tem que ser um ato ousado,
corajoso, o tradutor tem de ser artista, tem
de fazer violência com a linguagem. É uma
profissão a princípio impossível. Mas o
homem só cria algo de fato grande quando
trabalha no campo do impossível, como
formulou Ortega y Gasset.”

(Boris Schnaiderman)

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SCAPOL, Evelise Cristina. Guilmorismos: Referências Culturais na Tradução
Audiovisual em Gilmore Girls. Santos, 2008, 99 f. (Trabalho de Conclusão de
Curso) Universidade Católica de Santos.

O presente trabalho tem como objetivo refletir acerca da tradução das


referências culturais do seriado de televisão norte-americano Gilmore Girls a
partir da análise da legenda e dublagem de alguns de seus episódios.

Por meio do estudo do referido corpus e da aplicação de modalidades


tradutórias propostas por Vinay e Darbelnet e outros teóricos, o intuito é
observar a questão de perda ou conservação de elementos culturalmente
marcados no momento em que a tradução audiovisual é feita, e verificar as
modalidades que mais se destacam nesse processo.

Tendo em vista o rigoroso processo pelo qual o tradutor para o meio


audiovisual passa a fim de realizar seu papel da melhor forma possível, o
presente trabalho visa, também, apontar as características da tradução para
cada uma das vertentes em questão.

Palavras-chave: dublagem, legendagem, tradução audiovisual, modalidades


tradutórias, procedimentos tradutórios.

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SCAPOL, Evelise Cristina. Guilmorismos: Referências Culturais na Tradução
Audiovisual em Gilmore Girls. Santos, 2008, 99 f. (Trabalho de Conclusão de
Curso) Universidade Católica de Santos.

The aim of this paper is to reflect about the translation of the cultural references
from North American television series Gilmore Girls based on the analysis of
the subtitles and dubbing in some of its episodes.

By studying the mentioned corpus and applying translation procedures


conceived by Vinay and Darbelnet and other theorists, the objective is to
observe the loss or conservation of culturally marked elements at the moment
the audiovisual translation is being rendered, and verify the modalities that
stand out in this process.

Considering the strict process the audiovisual translator goes through in order
to perform his/her role the best possible way, this paper also aims at indicating
the suitable characteristics to each type of audiovisual translation discussed
here.

Key-words: dubbing, subtitling, audiovisual translation, translation modalities,


translation procedures.

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Sumário

INTRODUÇÃO ............................................................................................. 09

I. CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS ............................................................... 12

II. MODALIDADES TRADUTÓRIAS ............................................................ 17


2.1. Modalidades tradutórias identificadas em nosso corpus ...................... 19
2.1.1 Omissão .......................................................................................... 19
2.1.2. Empréstimo .................................................................................... 19
2.1.2.1. Aclimatação ........................................................................... 20
2.1.3. Explicitação .................................................................................... 20
2.1.4. Tradução Literal ............................................................................. 21
2.1.5. Modulação ...................................................................................... 21
2.1.5.1. Modulação por hiperônimo .................................................... 22
2.1.6. Adaptação ...................................................................................... 22
2.1.7. Tradução Livre ............................................................................... 23
2.2. Demais modalidades propostas por Francis Aubert ............................. 23

III. A TRADUÇÃO AUDIOVISUAL ................................................................ 26


3.1. A Tradução para Legendas .............................................................. 27
3.2. A Tradução para Dublagem .............................................................. 30
3.3. Considerações sobre Dublagem e Legendagem .............................. 31
3.3.1. A Linguagem ............................................................................ 32
3.3.2. As Críticas ................................................................................ 34
3.3.3. A Preferência ............................................................................ 35
3.3.3.1. Pesquisa quantitativa ..................................................... 37

IV. O CORPUS E A SUA ELABORAÇÃO .................................................... 39


4.1. O Seriado: Gilmore Girls ................................................................... 39

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4.2. Enredo e Personagens ...................................................................... 40
4.3. Características do Seriado ................................................................ 42

V. A ANÁLISE DO CORPUS ........................................................................ 44

CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 55

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 57


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ................................................................... 59
APÊNDICE A ................................................................................................ 61
APÊNDICE B ................................................................................................ 86
APÊNDICE C ............................................................................................... 88
ANEXO A ..................................................................................................... 91
ANEXO B ..................................................................................................... 97
ANEXO C ..................................................................................................... 99

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Introdução

Com o advento da globalização e a velocidade dos avanços


tecnológicos, diminui-se a barreira entre os povos e, conseqüentemente, entre
línguas e culturas. Para que pessoas de universos culturais distintos possam
se comunicar, notamos a importância, cada vez mais acentuada, da tradução.
Novos desafios nesse campo surgem a todo o momento, e o tradutor
competente deve estar preparado para atuar nas mais diversas áreas.

Ao longo deste trabalho, veremos que o ato tradutório não se limita


apenas a textos literários ou documentos. A tradução para a legenda e a
dublagem tem se configurado em um terreno cada vez mais fértil para os
profissionais da área. Atentando a esse fato, sentimos a ausência de uma visão
teórica que se baseie especificamente nesses dois tipos de tradução
audiovisual. A doutora em estudos da tradução Heloísa Barbosa atenta ao fato
de que:

a tradução não se restringe à da palavra divina, da poesia ou da


grande obra literária. No mundo de hoje, na aldeia global forjada
pelos meios de comunicação de massa, ela se torna corriqueira,
cotidiana e fundamental nos mais variados campos do conhecimento
e das atividades do homem. (1990, p. 19)

É, talvez, devido a essa lacuna teórica, que algumas traduções para o


meio audiovisual causam certo incômodo aos telespectadores por não
conterem expressões muito utilizadas em sua língua materna ou até mesmo
por trazerem evidentes perdas de informação. Assim, é comum que as pessoas
julguem a qualidade ou, mesmo, a pertinência da legenda ou dublagem. Tais
críticas são feitas, na maioria das vezes, por leigos, sem nenhum
embasamento em teorias da tradução ou conhecimento das técnicas de
tradução de multimídia.

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O corpus da presente pesquisa é constituído de 100 referências
populares da cultura da língua de origem, cujas traduções foram veiculadas por
dois meios, a legenda e a dublagem. Esses itens lexicais, que abarcam desde
nomes de personalidades até títulos de músicas, foram selecionados
aleatoriamente em 17 episódios da terceira temporada do seriado de televisão
norte-americano Gilmore Girls.

O título escolhido para nosso trabalho tem origem no nome em inglês de


um guia, elaborado pela Warner Bros., onde são explicados alguns desses
termos, a fim de proporcionar ao espectador da série um maior entendimento
das referências culturais presentes nas falas das personagens. O referido guia
encontra-se no anexo A do presente trabalho.

Visando o devido embasamento teórico, no primeiro capítulo


descreveremos a posição de alguns teóricos sobre o ato tradutório e alguns
dos inúmeros modelos desenvolvidos por esses estudiosos na incessante
busca por uma tradutologia.

O intuito de nosso trabalho é observar, por meio de estudo do corpus, a


questão da perda de elementos culturais ou a conservação dos mesmos no
momento em que essa tradução é feita. Para tal estudo, faremos uso das
modalidades de tradução que serão abordadas no segundo capítulo.

Em seguida, no terceiro capítulo, apresentaremos os tipos de tradução


audiovisual que serão analisados no presente trabalho – a legendagem1 e a
dublagem. Discorreremos, também nesse capítulo, sobre as principais
diferenças entre essas duas vertentes, além de expor os resultados de uma
pesquisa quantitativa, realizada por nós, sobre a preferência entre dublagem e
legendagem.

No quarto capítulo, faremos a descrição do seriado de televisão


escolhido para compor nosso corpus. Proporcionaremos um breve resumo do
enredo e das personagens de Gilmore Girls, bem como as principais
características que fazem do seriado um rico material de estudo.

1
Para efeitos de esclarecimento terminológico, convém explicar, previamente, que utilizaremos
o termo legendagem para representar o trabalho de traduzir um filme ou seriado que será
legendado, e legendação para o trabalho mecânico de inserção dessas legendas no produto
original.

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Subseqüente a isso, no quinto capítulo, apresentaremos nossa análise
do corpus, apontando as modalidades adotadas pelos tradutores, e o resultado
de suas escolhas. Para tal, faremos uso dos conceitos propostos por Francis
Aubert em sua reformulação dos procedimentos técnicos da tradução de Vinay
e Darbelnet, além de alguns conceitos adicionais que serão mencionados no
primeiro capítulo.

Por fim, o apêndice A contém as modalidades tradutórias aplicadas à


tradução das 100 referências que constituem o corpus do presente trabalho.
No apêndice B, apresentamos dois quadros com as freqüências, total e parcial,
das ocorrências de cada modalidade empregada. E o apêndice C mostra a
distribuição da pesquisa, apresentada no capítulo III, em gráficos comparativos.
Dispomos, ainda, no anexo B, a ficha técnica do seriado que compõe nosso
material de estudo e o anexo C corresponde a um DVD contendo as cenas
analisadas no quinto capítulo.

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I. Considerações Teóricas

Ao tratarmos das referências culturais encontradas no seriado Gilmore


Girls, em um primeiro momento, deparamo-nos com a problemática da
fidelidade tradutória. A discussão sobre qual a forma ideal de se traduzir
remonta a muitos séculos, quando os autores romanos Cícero e Horácio, em
seus escritos sobre a interpretação, a oratória e a poética, rompem com a
tradição de fidelidade da tradução, preferindo que o texto traduzido soe natural
e fluido.

Por um longo tempo, o conceito de tradução foi considerado, de um


modo geral, uma simples transferência de significado de uma língua de partida
para uma determinada língua de chegada. Desde a quebra desses conceitos
na Roma antiga, no entanto, tem-se presenciado uma contínua busca por uma
teoria da tradução. Abordaremos, neste capítulo, o posicionamento de alguns
teóricos sobre a tradução ao longo dos anos.

Na segunda metade do século XVII, na Inglaterra, surge John Dryden,


poeta, dramaturgo, crítico literário e tradutor de poesias que, segundo John
Milton (1993, p. 26), era “provavelmente a figura de maior influência no mundo
das letras” na época. Dryden traz para a tradução um sentido crítico. Foi o
primeiro a descrever a tradução como uma arte, com leis e princípios próprios
que devem orientar o tradutor. Nos prefácios de suas traduções, encontramos
a célebre distinção entre metáfrase (tradução de palavra por palavra, literal);
paráfrase (quando o sentido do original é ampliado, mas não alterado) e
imitação ou mímese (tradução livre), que põe em termos novos a velha
discussão da fidelidade em tradução e que influenciará, direta ou
indiretamente, todas as gerações subseqüentes de tradutores e teóricos.

No fim do século XVII e início do século XVIII, a tradição francesa das


belles infidèles trouxe, pela prática, o princípio da fidelidade apenas ao espírito,
e não à letra, daí esse modo de traduzir ter sido comparado na época a uma

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metamorfose (transformação). Os tradutores franceses, a fim de chegar à
clareza de expressão e à harmonia de som, muitas vezes faziam acréscimos,
alterações e omissões nas suas traduções. Segundo o pesquisador Silegmann-
Silva, “o que importa para as belles infidèles é a beleza e a clareza do texto, a
sua recepção, e não o respeito pelo texto de partida” (2002, p. 261).

No início do século seguinte, na Alemanha, a maioria dos teóricos era


favorável a um tipo de tradução que seguisse o mais fielmente possível as
formas e a língua original, ou seja, uma idéia completamente oposta àquelas
que caracterizaram as belles infidèles. Friedrich Scheleiermacher, por exemplo,
concebeu duas maneiras de traduzir. A primeira é uma tradução facilitada, que
parece totalmente natural na língua de chegada, contrastando com a segunda
maneira, preferida pelo autor, em que a tradução retém elementos sintáticos e
morfológicos da língua de partida, resultando em uma recriação do original
podendo, assim, “parecer estranha e soar de modo dissonante na sua tentativa
de trazer elementos da língua estrangeira para a literatura-alvo” (MILTON,
1993, p. 60). O segundo modelo de Scheleiermacher é seguido por teóricos de
peso como Walter Benjamin e o filósofo espanhol José Ortega y Gasset.

Já no século XX, com o advento dos “Estudos Descritivos da Tradução”


(doravante EDT), a polaridade entre a tradução livre e a tradução literal é
deixada de lado, pois havia muito mais a ser estudado além dessa dicotomia.
Essa nova vertente surgiu no início dos anos 1970, a partir das propostas
apresentadas por um grupo de teóricos europeus, incluindo André Lefevere,
Gideon Toury e Itamar Even-Zohar, que se dedicavam ao estudo das traduções
literárias.

A autora e tradutora Sara Laviosa (2004) afirma que os teóricos dos EDT
adotaram um modelo de pesquisa comparativa que se destinava à investigação
de exemplos reais da língua, e de padrões lingüísticos relacionados a fatores
sócio-culturais, bem como de regularidades lingüísticas como normas de um
comportamento e não como norma prescritiva. Assim, ao examinar os corpora,
são comparadas as variedades lingüísticas dentro dos textos originais e das
suas próprias traduções, gêneros e modalidades.

Esses estudos evoluíram como uma especialidade prática e acabaram


por contribuir para o surgimento dos Estudos da Tradução Baseados em

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Corpora (doravante ETC), estabelecidos, a partir dos anos 90, por Mona Baker.
Assim como os EDT, os ETC salientavam a importância de se desenvolver
uma metodologia descritiva para a comparação de resultados. Entretanto,
esses estudos não se limitavam somente a observar o resultado final (texto
traduzido), mas também a analisar todo o processo tradutório.

Os ETC são importantes, uma vez que possibilitam estudos como o do


presente trabalho, em que procuraremos demonstrar algumas das
possibilidades de análise a partir do uso de corpus.

Abordaremos, nos parágrafos seguintes, alguns teóricos que


desenvolveram importantes modelos e teorias na busca por uma tradutologia.

Zanotto esclarece que “a transferência interlingual, que pode se realizar


em nível da forma, do sentido ou da situação, envolve um mínimo e um
máximo de alterações que podemos definir e classificar como modalidades da
tradução” (1993, p. 25). Entre os autores que propõem modelos de tradução
estão Vinay e Darbelnet, Nida, Catford e Newmark. Os modelos de tradução
surgem para tentar explicitar como um texto pode ser traduzido já que a forma
literal, por vezes, não é a mais apropriada.

Em 1958, dois professores do Canadá, J.P. Vinay e J. Darbelnet,


desenvolveram o primeiro método de tradução com um conjunto de
procedimentos técnicos possíveis de serem utilizados.

Tais procedimentos, organizados em forma de uma escala, partindo de um


‘grau zero’ da tradução e atingindo, em seu outro extremo, o procedimento
mais distante do texto original, tinham como intenção original constituir uma
referência didática, no quadro da formação de tradutores profissionais. Entre
esses dois extremos, agrupam-se duas grandes categorias: a tradução direta,
em que a passagem da língua de partida para a língua de chegada é feita sem
muita elaboração ou mudança de forma, e a tradução oblíqua, que envolve
mudanças formais das estruturas lingüísticas e atém-se mais ao conteúdo e
estilo.

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Os canadenses ainda mencionam, em sua obra, que a gramática de base
gerativa-transformacional2 poderia ser útil para o tradutor.

Para Eugene Nida – lingüista da segunda metade do século XX,


especializado em traduções da Bíblia –, uma visão gerativa da língua é
fundamental, ou seja, ele considera a língua como “um mecanismo dinâmico
capaz de gerar uma série infinita de enunciados diversos” (NIDA apud
BARBOSA, 1990, p. 32).

O teórico estabelece dois tipos de equivalência que devem ser


buscadas na tradução: a dinâmica e a formal. A primeira é centrada no
conteúdo e na forma da mensagem original; enquanto na segunda, “o objetivo
é obter na tradução uma total naturalidade da expressão da mensagem contida
no texto original” (NIDA apud GEHRING, 1998, p. 12).

Nida afirma que, na tradução, deve-se dar atenção primeiramente ao


sentido e depois à forma. Segundo ele, tudo o que pode ser dito em uma língua
pode ser dito em outra; para tal, o tradutor deve decodificar, transferir e
transformar a mensagem nas estruturas da outra língua, em suas palavras,
“para preservar o conteúdo da mensagem, a forma deve ser alterada
respeitando o gênero de cada língua” (ibidem).

J. C. Catford, teórico amplamente divulgado no Brasil, considera que a


tradução deve recorrer a uma teoria lingüística geral. Segundo Rosemary
Arrojo (2002, p. 12), o autor defende a tradução como um processo que leva
em conta a substituição das palavras de uma língua para outra, mas não
considera o contexto histórico-social. Nas palavras do teórico, a tradução é a
“substituição do material textual de uma língua pelo material textual equivalente
em outra língua” (ibidem).

Nida afirma, posteriormente, que esse tipo de tradução resulta em uma


imagem comparativa à de um trem, enfileirando-se as palavras, tais como os
vagões, de acordo com o original (NIDA apud ARROJO, 2002, p. 12). Eugene

2
A gramática de base gerativa-transformacional é uma teoria que, segundo Noam Chomsky,
“preocupa-se prioritariamente com a caracterização dos estados mentais correspondentes ao
conhecimento gramatical que um indivíduo normal tem de uma língua particular” (NOVAES,
2008).

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Nida e J. C. Catford são nomes geralmente associados às primeiras tentativas
de se articular lingüística e tradução.

Catford propôs quatro modelos de tradução, no último dos quais


considera a tradução livre e a tradução literal como noções intuitivas. Peter
Newmark (apud BARBOSA, 1990, p. 49) se detém nessa clássica dicotomia
que existe no pensamento sobre a tradução. Ele utiliza duas metodologias de
tradução: a semântica, em que o foco recai sobre a língua de partida, o autor
original e seu público; e a comunicativa, em que o foco recai sobre a língua de
chegada e o leitor.

Barbosa (ibid., p. 53) nota que aquilo que Newmark define como
tradução semântica basicamente equivale ao que Vinay e Darbelnet definem
como tradução direta.

As definições e categorizações mencionadas por esses e outros teóricos,


embora apresentem amplitude de aplicação, revelam problemas quanto à
distinção entre as diferentes modalidades, o que tem levado novos teóricos,
como Heloísa Barbosa (1990) e Francis Aubert (1998) a fazerem
reformulações.

Como veremos a seguir, é uma das reformulações do modelo de Vinay e


Darbelnet, propostas pelo pesquisador Francis Aubert, a que nos ateremos ao
realizar a análise do corpus do presente trabalho.

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II. Modalidades Tradutórias

Devido à grande divergência e variedade de teorias e releituras das


modalidades tradutórias, optamos por adotar em nosso trabalho a proposta de
Francis Henrik Aubert, tomando como base o artigo Modalidades de Tradução:
Teoria e Resultados, publicado na revista TradTerm em 1998.

Em seu trabalho, Aubert apresenta uma avaliação das limitações e


potencialidades dos procedimentos técnicos da tradução originalmente
elaborados por Vinay e Darbelnet por volta de 1958. O autor propõe uma
“redefinição operacional de cada modalidade de modo a evitar maiores
flutuações no processo de análise e qualificação bem como promove alguns
desdobramentos e acréscimos ao elenco das modalidades” (GEHRING, 1998,
p. 38).

Seguindo a mesma linha de raciocínio dos professores canadenses,


Aubert distribuiu as modalidades em dois eixos: o da tradução direta, que
abarca os procedimentos que tratam de aspectos estruturais e ajustes
morfossintáticos e apresentam, portanto, menor grau de dificuldade para o
tradutor; e o da tradução indireta, onde estão incluídos os procedimentos que
requerem mudanças na estrutura e no estilo como forma de assegurar a
equivalência entre o texto na língua de partida e o texto na língua de chegada e
que demandam “uma reflexão semântica e uma análise cultural contrastiva
mais profunda” (ibid., p. 31).

O primeiro eixo compõe-se das modalidades de transcrição, empréstimo,


decalque, tradução literal e transposição; o segundo é composto de
explicitação/implicitação, modulação, adaptação e tradução intersemiótica. O
autor ainda inclui erro, correção e acréscimo, sem que os distribua entre os
eixos.

Contudo, devemos esclarecer que em nosso corpus encontramos


exemplos que não se adéquam perfeitamente a nenhuma das referidas

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modalidades propostas Vinay e Darbelnet e reformuladas por Aubert, e,
portanto, além dos procedimentos abordados no artigo consultado, levaremos
em conta modalidades propostas por outros teóricos.

Consideramos, no presente trabalho, o conceito de tradução livre como


uma modalidade tradutória, já que se refere a uma decisão que o tradutor pode
tomar. A tradução livre é um procedimento que permite a esse profissional
superar as dificuldades que as diferenças culturais e lingüísticas das duas
línguas (a de partida e a de chegada) implicam, diferenciando-se da adaptação,
como veremos mais adiante.

Outra modalidade é a aclimatação, uma ramificação do procedimento


denominado por Vinay e Darbelnet de empréstimo; porém Aubert (1998) não
faz menção a ela. Alguns escritores descrevem a aclimatação como um
sinônimo do decalque, modalidade que consiste na tradução literal de
sintagmas ou tipos frasais da língua de partida no texto traduzido. No entanto,
entendemos que enquanto o decalque estende-se a sintagmas, a aclimatação
ocorre em palavras isoladas.

Decidimos também propor em nossa análise uma ramificação da


modulação, modalidade proposta por Vinay & Darbelnet e retomada por Aubert.
Portanto, além de adicionar exemplos de tradução livre e aclimatação em
nosso trabalho, mostraremos a modulação por meio da substituição da palavra
por seu hiperônimo. Acreditamos que essa é uma categoria que merece ser
classificada como modalidade tradutória originada da modulação, devido à sua
abrangência e recorrência, não só em nosso corpus, mas em diversas outras
traduções.

Em nosso trabalho discorreremos somente sobre as modalidades


empregadas em nossa análise. As demais serão brevemente citadas ao final
deste capítulo, em uma seção independente.

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2.1. Modalidades tradutórias identificadas em nosso corpus

2.1.1. Omissão

Ocorre omissão em uma tradução quando a informação contida em


determinado segmento textual original é excluída sem deixar traços, não sendo
recuperada mesmo no que está implícito do texto traduzido.

Ex.3: [O] If you are Adrian Zmed, that includes everything that ever happens

in your whole life.

[L] Tem gente que faz isso durante a vida inteira.

[D] Dependendo de quem for, isso pode incluir tudo o que faz na vida.

2.1.2. Empréstimo

Segundo Aubert (1998), essa modalidade ocorre quando um segmento


textual original, típico da língua de partida, é mantido no texto traduzido,
eventualmente com alguma alteração de grafismo (itálico, aspas, negrito etc.).

Ex.: [O] There’s no way you’re gonna become our Pete Best.

[L] Não tem como você virar nosso Pete Best.

[D] Não tem como você virar a nossa Pete Best.

3
Todos os exemplos do presente trabalho pertencem ao nosso corpus e serão dispostos da
seguinte forma: o texto original, representado por [O], a tradução na legenda [L], e a tradução
na dublagem [D].

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2.1.2.1. Aclimatação

Aclimatação, ou estrangeirismo aclimatado, é o processo por meio do


qual os empréstimos são adaptados à língua que os toma. A partir do momento
que os vocábulos emprestados da língua de partida são aceitos pelos falantes
da língua de chegada, passam a ser conformados à sua fonologia e morfologia.
Segundo Newmark, que dá a esse procedimento o nome de naturalização, o
estrangeirismo aclimatado é uma das formas da modalidade que autores como
ele e Barbosa chamam de transferência. A transferência na classificação de
Aubert seria um sinônimo de empréstimo.

Como exemplo de aclimatação, podemos mencionar o próprio título do


presente trabalho. A palavra Guilmorismos é um empréstimo do original em
inglês Gilmore-isms, que foi adaptado por nós às regras gramaticais da língua
portuguesa.

2.1.3. Explicitação

Nessa modalidade, elementos de significado que no texto original são


mantidos implícitos, pois presume-se que sejam de conhecimento geral da
comunidade da língua de partida, na tradução, por se tratar de outra
comunidade cultural, são explicitados.

No quinto capítulo, veremos um exemplo de explicitação acompanhada


de um empréstimo caracterizando, assim, uma modalidade híbrida.

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2.1.4. Tradução Literal

Ocorre tradução literal quando o segmento textual original é reproduzido


no texto traduzido mantendo uma fidelidade semântica estrita e adequando a
morfossintaxe às normas gramaticais da língua de chegada.

Barbosa (1990, p. 27) afirma que enquanto muitos autores parecem


repudiar esse tipo de tradução, outros, como Aubert e Newmark, vêem a
tradução literal como necessária e em alguns casos, na tradução juramentada,
por exemplo, como obrigatória. Para Newmark, é, na verdade, o procedimento
recomendável sempre que possível.

Ex.: [O] If it doesn’t have Encyclopedia Brown in the title, that narrows

it down a lot.

[L] Se não tiver Enciclopédia Brown no título, fica difícil.

[D] Se o título não for Enciclopédia Brown, vai ser muito mais fácil.

2.1.5. Modulação

A modulação consiste em substituir um segmento textual da língua de


partida por outro na língua de chegada sob um ponto de vista diferente, visto
que a interpretação da experiência do real pode ser diferente em línguas e
culturas distintas. Na modulação, segundo Saussure (apud AUBERT, 1998), os
significados são parcial ou totalmente distintos, mas mantém-se, em termos
genéricos, o mesmo sentido.

Ex.: [O] The C&H Pure Cane Sugar dancers?

[L] Os dançarinos daquela marca de açúcar?

[D] Dançarinos da pura cana de açúcar?

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2.1.5.1. Modulação por Hiperônimo

Ao colhermos exemplos para comporem nosso corpus, notamos o uso


da modulação por meio da substituição da palavra do texto original por seu
hiperônimo. Acreditamos que essa ocorrência possa ser considerada uma
ramificação independente dentro da modalidade em questão, e a incluímos em
nossa análise.

Ex.: [O] I wonder if Laura Mercier makes Demerol.

[L] A indústria de cosméticos também faz sedativos?

[D] Será que existe sedativo de grife?

2.1.6. Adaptação

A adaptação é aplicada em casos em que a situação do texto original


não existe na realidade extralingüística dos falantes da língua de chegada, e
deve ser estabelecida uma equivalência parcial de sentido; uma assimilação
cultural. Os contextos são diferentes em cada cultura, porém a situação é
equivalente.

Ex.: [O] From mine, it was an Evening at the Improv.

[L] Para mim, foi melhor do que uma noite no circo.

[D] Pra mim foi uma tarde memorável.

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2.1.7. Tradução Livre4

É aquela em que o tradutor procura transmitir mais o pensamento e as


idéias do autor, sem se restringir às palavras textuais do original, por vezes
abandonando por completo o sentido original. Nessa modalidade, o tradutor
está mais livre para fazer escolhas.

No momento em que se chega à significância das palavras, ou seja,


ao seu modo de significar, o tradutor se embate nos seus limites: de
fato, a cada palavra está associado um modo de significar e, para
manter essa significância, deve-se escolher a forma mais apropriada
na língua de chegada. (ROMANELLI, 2003)

Observe diferentes exemplos de tradução livre na legenda e na


dublagem:

Ex.: [O] See if you can steal me something off of Tom Daschle’s fruit plate.

[D] Vê se consegue roubar alguma coisa do prato de frutas do bufê.

[O] Sure, it’s been taken over by the J. Crew catalog.

[D] Claro, fui indicado por um guia de restaurantes.

2.2. Demais modalidades propostas por Francis Aubert

As demais modalidades da reformulação do modelo de Vinay e


Darbelnet por Aubert, e que não serão verificadas em nosso trabalho, são as
seguintes:

4
No presente trabalho, o uso da modalidade em questão está dissociado do conceito
generalista de Catford sobre tradução livre.

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Transcrição

É considerada pelo autor o verdadeiro ‘grau zero’ da tradução. São


considerados como transcrição os algarismos, as unidades lingüísticas
universais, as fórmulas e os símbolos matemáticos, ou segmentos que não
pertençam a nenhuma das línguas em questão.

Decalque

Como vimos anteriormente, existe um conflito em torno da definição


dessa modalidade. Porém, para Heloísa Barbosa (1990, p. 27), decalque não
vem a ser a aclimatação de um empréstimo lingüístico, e sim um caso de
empréstimo que se estende aos sintagmas.

Transposição

Ocorre sempre que há rearranjos morfossintáticos. Por exemplo, se


duas ou mais palavras do texto de partida forem fundidas em uma única na
tradução, e vice-versa; se a ordem das palavras for alterada no texto de
chegada; ou se houver uma modificação da classe gramatical de elementos
que constituem o segmento original.

Erro

Essa modalidade é somente utilizada em casos onde os erros estiverem


evidentes, seja por uso inadequado de determinada modalidade ou por má
interpretação do texto original.

Correção

Ocorre quando, ao detectar erros, inadequações e gafes no texto


original, o tradutor opta por melhorar o texto traduzido em comparação ao da
língua de partida.

Acréscimo

Trata-se de qualquer fragmento textual incluído pelo tradutor,


introduzindo uma informação suplementar, não explicitada nem implicitada no
original. Pode aparecer também como Nota do Tradutor. Para Aubert, o
acréscimo difere da explicitação por se tratar de “qualquer segmento textual
que seja incluído no texto traduzido por conta própria do tradutor, sem que haja

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qualquer motivação no conteúdo explícito ou implícito do texto” (apud
BERSÁCOLA, 2006, p. 57).

Tradução Intersemiótica

Consiste na reprodução escrita no texto traduzido de um elemento


simbólico ou icônico do texto original, por exemplo a indicação da existência de
figuras, logomarcas, selos, brasões etc., sendo mais comumente adotada na
tradução juramentada.

As duas últimas modalidades citadas são inviáveis no caso da tradução


audiovisual, já que não há espaço, seja na dublagem ou na legendagem, para
notas explicativas. Apresentaremos, no capítulo seguinte, todo o processo que
envolve esses dois tipos de tradução.

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III. A Tradução Audiovisual

Antes de darmos início à exposição dos tipos de tradução audiovisual e


de sua importância para a comunicação entre culturas de todo o mundo,
veremos o que significa audiovisual. Segundo o dicionário (FERREIRA, 2007),
o termo é utilizado para designar recursos de comunicação “que atingem o
indivíduo-receptor através dos canais auditivo e visual”. A tradução audiovisual
é, portanto, aquela aplicada a filmes, seriados, documentários, entrevistas,
notícias, debates, espetáculos etc., veiculados por meio da televisão, do
cinema, da Internet, de DVD e de VHS, sendo também conhecida como
tradução de multimídia.

Traduzir para esses veículos é ter nas mãos um poderoso instrumento


de difusão das culturas no mundo. É ter o controle de como a cultura de um
país será vista por outra e ter a responsabilidade de fazer essa transição de
maneira natural e adequada. Por essa razão, o profissional envolvido nessa
atividade precisa estar sempre bem informado, deve ter um bom conhecimento
da cultura da língua de partida, bem como a da língua de chegada, e ter
sensibilidade e bom-senso no momento de fazer essa passagem. Cabe a ele o
encargo de transmitir a mesma mensagem, independentemente do grau de
divergência entre a cultura dos emissores da língua original e a dos receptores
da tradução.

Ao assistir a um filme ou um programa na televisão, seja ele dublado ou


legendado, o espectador procura certo grau de identificação ou afinidade com o
conteúdo, por isso há a importância de se estabelecer uma correspondência
cultural e tentar aproximar ao máximo o produto original de sua versão
traduzida, sem prejudicar o entendimento do receptor. Para isso, é fundamental
que o tradutor se informe sobre os interesses dos clientes5, o público-alvo do
meio para o qual está traduzindo e a cultura desse público. Na tradução
5
No caso da tradução audiovisual, os clientes são as produtoras ou canais de televisão. Os
estúdios de dublagem e os laboratórios de legendação seguem as normas de cada cliente.

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audiovisual, a partir do momento que o produto é distribuído, não há espaço
para retratação, notas do tradutor, ou outras formas de explicação.

Existem inúmeros tipos de tradução audiovisual. Dentre eles, os mais


conhecidos em nossa cultura são a legendagem, a dublagem, o voice-over6, o
closed caption7, a legendagem para surdos8 e a descrição em áudio para
cegos. A legendagem e a dublagem são as vertentes mais difundidas no Brasil
e serão os objetos de nosso trabalho. A seguir, apresentaremos seus
procedimentos técnicos, suas características específicas e algumas
considerações relevantes sobre cada uma delas.

3.1. A Tradução para Legendas

A produção de legendas é considerada uma das categorias mais


complexas da tradução. As restrições técnicas atribuídas pelo processo de
inserção de legendas, além das normas impostas por cada cliente, muitas
vezes impedem que o profissional traduza tudo o que está sendo dito no filme e
acarretam uma série de adaptações obrigatórias. O tradutor precisa usar toda
sua imaginação e criatividade para dizer o essencial no mínimo tempo, pois a
legenda deve estar inserida no instante exato da fala do personagem, no tempo
que ele leva para transmiti-la.

“A fim de ser capaz de, mesmo com todas as restrições de espaço e


tempo, traduzir a maior parte das informações do material original, o tradutor
precisa utilizar técnicas de simplificação de sintaxe” (LANZETTI, 2008). Tais
técnicas, tanto nos casos de DVD e TV por assinatura, quanto no cinema,
envolvem o uso de orações coordenadas, verbos simples, elipses, perguntas
6
Categoria em que a voz de um intérprete se sobrepõe ao áudio original, sem apagá-lo.
7
Categoria em que há a inserção de legendas, com a descrição das falas e qualquer outro som
presente na cena, visando auxiliar deficientes auditivos ou pessoas com dificuldade de
compreensão da língua oral.
8
Categoria em que, além de indicar ruídos relevantes no texto da legenda (como no closed
caption), facilita a compreensão de quem está falando por meio de códigos de cores e/ou
mudança de posição das legendas (CARVALHO, 2005).

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diretas, imperativos, além da omissão de vocativos, onomatopéias, marcadores
de discurso, hesitações, entre outros. As normas definidas por cada cliente
incluem as convenções tipográficas (itálico, aspas, caixa alta), o uso de siglas e
abreviações e o grau de tolerância a palavras de baixo calão e linguagem
coloquial.

O comportamento da legenda se difere dependendo do meio no qual


está sendo aplicada. De acordo com o padrão comum no mercado, uma
legenda feita para TV por assinatura deve conter no máximo duas linhas
digitadas de até 32 caracteres, incluindo sinais de pontuação e espaçamento,
podendo ficar na tela no mínimo um segundo e no máximo seis, dependendo
do seu tamanho. Já os filmes em DVD, geralmente, utilizam formato de tela
Widescreen (com 16 unidades de comprimento por 9 unidades de altura), o que
permite um número maior de caracteres por linha de legenda, se comparado à
TV por assinatura; porém, esse número jamais ultrapassa 35 caracteres. A cor
da legenda nesses meios é, em geral, amarela por ser melhor visualizada pelo
olho humano e, conseqüentemente, por cansar menos na hora da leitura.

A legenda no cinema tem um sistema diferente de gravação, portanto,


possui padrões diferenciados. Segundo informações obtidas pelo website do
SINTRA9, a unidade padrão de medida desse meio é o pé (aproximadamente
30 cm), e a velocidade com que o rolo é exibido é de 24 quadros por segundo,
o que equivale a 1,5 pés (45,7 centímetros). O número máximo de caracteres
por linha é de 32 a 40, dependendo do tipo de letra e da configuração da tela.

Na maioria das vezes, a cor da legenda nos cinemas é branca, pois o


processo de legendagem para esse meio é feito por meio de um sistema ótico
ou a laser, em que as letras são “queimadas” diretamente nos negativos
enviados pelo estúdio, e o Brasil ainda não dispõe da tecnologia existente para
colorir as letras. Esse fator acaba causando eventuais estranhamentos, pois
filmes que se passam em um cenário muito claro (o desenho animado ‘Era do
Gelo’, por exemplo) dificultam a leitura da legenda branca.

Adicionada a essas restrições, em qualquer meio que a legenda seja


aplicada, existe a questão da exposição do trabalho do tradutor à avaliação do

9
Sindicato Nacional dos Tradutores.

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espectador, uma vez que o material audiovisual original está sempre
acompanhado da tradução. Pessoas leigas, ou até profissionais menos
preparados, não têm conhecimento das barreiras que o tradutor da legenda
enfrenta até a entrega do produto final e, não raro, criticam a ausência de uma
tradução excessivamente fiel ao original.

A tradutora Carolina Alfaro de Carvalho, em sua Dissertação de


Mestrado, discorre sobre essa vulnerabilidade da legendagem:

(...) ainda que para a maioria dos espectadores a compreensão [do


texto na língua original] fique restrita a palavras soltas e frases
simples, a comparação entre o texto das legendas e os enunciados
ouvidos é praticamente inevitável. (2005, p. 144)

No quarto capítulo, em nosso estudo de corpus, abordaremos as


implicações geradas por essa comparação, e o impacto no espectador quando
este se depara com uma tradução livre na legenda e julga ter detectado um
‘erro’.

Com a alta rotatividade do mercado cinematográfico e do


entretenimento, o tradutor tem prazos cada vez mais curtos para concluir um
trabalho. O acúmulo de funções também passa a ser um elemento agravante
para a qualidade das legendas. No caso de documentários, filmes e seriados
de ficção científica ou com temas específicos (medicina, direito, política etc.), o
tradutor se depara com termos técnicos muitas vezes desconhecidos que
devem ser pesquisados ou consultados com profissionais de cada área –
fatores que consomem tempo do tradutor.

A necessidade do próprio profissional da tradução fazer a inserção das


legendas no filme por meio de softwares (como o Systimes, Transpotting ou
Subtitle Workshop) especificamente criados para esse trabalho é, em alguns
casos10, sua tarefa final. Ao inserir as legendas, ele pode garantir a qualidade
de seu trabalho e impede que o técnico de legendação – que não precisa ter
conhecimento da língua original do áudio – faça cortes ou adaptações (não raro
inadequadas) nas traduções.

10
Algumas empresas como a Drei Mark no Rio de Janeiro pagam a mais para que os
tradutores utilizem os softwares e entreguem o material de áudio e vídeo com as legendas já
inseridas.

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3.2. A Tradução para Dublagem

A tradução voltada para a dublagem é, no mínimo, tão complexa quanto


a tradução para legendas. Nesse caso, os canais de áudio com os diálogos ou
as narrações originais são substituídos por traduções interpretadas por atores
dubladores11 que procuram respeitar os movimentos labiais, a duração, a
entonação e a emotividade das falas. Segundo a professora Ercília Hough
(1999, p. 3), traduzir para dublagem “é produzir, em outro idioma, um texto fiel
ao roteiro original do filme, [documentário, ou série televisiva] obedecendo às
peculiaridades da língua e às características” do produto.

O tradutor da dublagem deve ter um cuidado especial com a métrica do


filme. Em outras palavras, deve dosar o volume de texto em português
necessário para preencher o tempo da fala em questão, além de sincronizar os
movimentos labiais dos atores originais. “Em dublagem, costuma-se traduzir
tudo o que está sendo dito, desde que não exceda o espaço ocupado pelo
texto original” (ibid., p. 10).

A principal crítica feita à dublagem é que ela priva o espectador do


acesso ao texto e à voz dos atores originais. Além disso, sem esse acesso, o
telespectador não consegue acompanhar as alterações feitas pelos tradutores,
ou mesmo pelos atores e diretores de dublagem. Porém, nesse sentido, o
tradutor tem maior liberdade de interpretação e pode tentar expor em outras
palavras uma expressão que entenda ser inadequada para a compreensão da
cultura de chegada.

Ao contrário da legendagem, neste tipo de tradução todo e qualquer som


provocado pelo aparelho fonador das personagens (espirros, tosses, suspiros,
gemidos, gritos, beijo, assobio etc.) deve ser indicado no texto com a palavra
‘reação’, ou simplesmente a letra ‘r’ entre parênteses. Já nas duas vertentes,
as placas ou letreiros que sejam relevantes ao roteiro também devem ser

11
Profissionais da dublagem devem ser credenciados junto à DRT (Delegacia Regional do
Trabalho) como atores. Não existe a profissão "dublador". Este é um termo comumente usado,
mas a terminologia técnica é "ator em dublagem" (CASA DA DUBLAGEM, 2008).

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traduzidos e, na dublagem, devem ser indicados como tal no texto enviado aos
estúdios.

Quanto à parte técnica, as exigências da dublagem são referentes à


formatação desse texto. Normalmente, emprega-se um editor de textos no
computador, como o Word, e segue-se a padronização visual determinada pelo
estúdio de dublagem que irá receber o material. As exigências são feitas em
função de oferecer ao ator um texto limpo e fácil de ser lido. É comum que o
conteúdo seja digitado em letras maiúsculas com margens de dois centímetros
justificadas e páginas numeradas. A fonte pode ser Arial ou Verdana, tamanho
12, com espaçamento de 1,5 centímetros ou duplo.

Para garantir a qualidade do produto final, é importante que o tradutor


informe o cliente sobre a ocorrência de possíveis sotaques, problemas de
dicção e vícios de linguagem apresentados pelos personagens do filme ou
seriado, para que o ator responsável pela dublagem possa (tentar) manter, ou
mesmo adaptar essa característica. Quando as características da versão
original são mantidas ou adaptadas na versão dublada, a qualidade do produto
final da tradução melhora indiscutivelmente.

3.3. Considerações sobre a Legendagem e a Dublagem

A tradução para legendas apresenta práticas e parâmetros muito


distintos da tradução para a dublagem, de modo que o especialista em um
desses nichos não tem necessariamente familiaridade com a outra vertente. É
mais comum que os tradutores se especializem em apenas uma das
modalidades do que trabalhem com as duas simultaneamente. As diferenças
entre as técnicas são notáveis.

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3.3.1. A Linguagem

Ao compararmos a legenda e a dublagem de um mesmo produto do


meio audiovisual, não raro nos deparamos com textos diferenciados, apesar de
carregarem o mesmo sentido. Convencionou-se utilizar uma linguagem
coloquial nesses dois tipos de tradução. Contudo, enquanto a legenda está
mais subordinada às normas gramaticais da língua – por se tratar de um
registro escrito –, na dublagem, uma vez que o diálogo original será
substituído, é preciso levar em consideração o estilo do filme (de época,
infantil, documentário etc.) e, portanto, sua linguagem característica.

Vimos previamente que, ao traduzir para dublagem, o profissional deve


indicar um eventual sotaque, vício de linguagem ou problemas de dicção das
personagens nas notas do tradutor que são voltadas aos diretores de
dublagem; assim os atores responsáveis pela voz de cada personagem podem
manter essas características. Já na legenda, a linguagem deve ser mantida e a
percepção dessas peculiaridades fica por conta do som original.

Observe alguns exemplos de falas retiradas de episódios da série


Gilmore Girls. Veremos a diferença de linguagem entre as traduções:

Em uma cena que a protagonista Rory12 está conversando com seu avô,
ele diz fazer parte de um grupo que se reúne para cantar e a menina diz que
nunca havia ouvido o avô cantar:

[O] I’ve never heard you sing.

[L] Nunca o ouvi cantar.

[D] Nunca ouvi você cantar.

Na legenda, o que se pode notar é a norma culta no emprego do


pronome oblíquo ‘o’, enquanto a dublagem, por representar a língua falada, faz
uso do tratamento ‘você’, evitando a ambigüidade que pronomes pessoais e
possessivos podem causar. É válido lembrar que os pronomes não constituem

12
Para saber mais sobre os personagens da série mencionados nessa seção, vide seção 2 do
quarto capítulo do presente trabalho.

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uma classe unitária, mas espécies diferentes de acordo com o modo de
linguagem da qual eles são os signos, pertencendo uns à sintaxe da língua e
outros ao que se convencionou chamar “ocorrências de discurso”
(BENVENISTE, 1991).

Outro exemplo do uso de norma culta se dá quando, em um sonho de


Lorelai, Luke diz a ela que voltará cedo para casa. Aqui, o uso do verbo no
futuro do presente do indicativo, ‘chegarei’, atende às regras gramaticais; já
‘vou chegar’, dando a idéia de futuro, é uma construção própria da língua
falada. Veja:

[O] I’ll be home early

[L] Chegarei cedo em casa.

[D] Eu vou chegar cedo.

A elipse, uma das técnicas de simplificação de sintaxe exigidas para


uma melhor qualidade da legenda, pode ser demonstrada pela seguinte fala de
Lorelai:

[O] I’m a success.

[L] Sou um sucesso.

[D] Eu sou um sucesso.

A omissão do pronome pessoal ‘eu’ garante mais espaço na legenda


para outras informações relevantes. Nesse sentido, a língua portuguesa está
em vantagem, já que os verbos em nossa língua são flexionados e não têm a
necessidade de estarem acompanhados pelo pronome.

Um último exemplo ilustra a flexibilidade da dublagem – por se tratar de


um registro oral – quanto a vícios de linguagem:

[O] Yeah, the place is packed.

[L] Está lotado.

[D] É, tá lotado aqui.

Na dublagem, a sociolingüística (faixa etária, profissão, escolaridade) é


de grande importância, e, ao contrário da legenda, a gramática não é

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primordial, sendo permitida a ocorrência de vícios de linguagem (como ‘tá’, ‘né’,
‘tô’), erros gramaticais, e expressões próprias da língua falada.

3.3.2. As Críticas

Além das restrições técnicas que acabamos de ver, o tradutor do meio


audiovisual também sofre com as críticas. Como comentamos anteriormente,
as traduções para filmes e programas de TV – e, conseqüentemente, os
tradutores – são, inevitavelmente, alvos de críticas por vezes severas.
Portanto, é valido lembrar que nem sempre o profissional da tradução é o
responsável final pelo que se apresenta na tela.

Os revisores de tradução nos estúdios, ou mesmo os marcadores das


legendas – quando essas não são inseridas no filme pelo próprio tradutor –
podem, eventualmente, fazer alterações nas legendas sem que o tradutor tome
ciência. No caso da dublagem, essas alterações posteriores podem ser
efetuadas pelos diretores de dublagem ou pelos próprios atores, que, com a
intenção de melhorar a qualidade do produto final, acabam modificando trechos
do texto e, acidentalmente, tirando o sentido das falas.

Outra crítica bastante comum refere-se ao título traduzido dos filmes


estrangeiros veiculados no Brasil. O que muitas pessoas não sabem é que não
é o tradutor que faz esse trabalho. Quando os distribuidores recebem o filme, o
departamento de marketing dessas empresas se reúne para assisti-lo e decidir
qual será o melhor título.

Muitas vezes, essa escolha se baseia em trechos do filme, ou idéias


contidas nele, sem levar em consideração o nome original. “O que determina a
capacidade de penetração de um filme no mercado é seu título, por isso, esse
não ficará condicionado apenas a fatores meramente lingüísticos”
(VASCONCELOS, 2008). O apelo comercial é um fator predominante nessa

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escolha e, geralmente, quando o tradutor recebe a cópia do filme, esse título já
está escolhido e a divulgação do produto já está em andamento.

Somado a essas questões ainda há o fator do envio de legendas, que


muitas vezes sofre problemas técnicos. Ercília Hough, no curso de tradução
para legendas, ministrado em julho deste ano, explicou:

Hoje, os canais que transmitem os filmes via satélite são vários. O


filme é traduzido em formato de legenda, em São Paulo. O arquivo
das legendas é enviado para a Venezuela, Caracas, onde fica a HBO
Olé. De lá o filme e as legendas são transmitidas e o nosso satélite
capta as imagens. As legendas são sobrepostas ao filme e, assim,
nós assistimos ao filme legendado. As legendas normalmente devem
ficar 15 frames a mais de tempo no ar (mínimo 1 segundo e meio)
para chegarem ao mesmo tempo que a imagem do filme.

A etapa final do trabalho dos tradutores para legendas ou dublagem – e


talvez um último recurso para eliminar erros e evitar demasiadas críticas – é a
revisão. Assim como em todas as outras categorias de tradução, a revisão do
texto final é de suma importância, seja ela executada pelo próprio tradutor ou,
mais comumente, por um revisor profissional, que tem profundos
conhecimentos das línguas em questão.

3.3.3. A Preferência

As duas técnicas de tradução audiovisual abordadas no presente


trabalho caminham lado a lado na questão de preferência. Em nosso país, não
há ainda uma predominância clara de uma técnica sobre a outra. Enquanto o
cinema e a televisão por assinatura oferecem a maioria dos filmes e programas
legendados, na televisão aberta o que predomina é a programação dublada13.

13
Em 1962, um decreto do presidente Jânio Quadros determinou que todos os filmes
transmitidos pela televisão aberta devessem ser dublados (CARVALHO, 2005, p. 94).

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Cada vertente atende a públicos muitas vezes diferenciados. A grande
maioria dos cinéfilos, apreciadores de cinema, faz questão de assistir a filmes
com áudio original. Pessoas que preferem assistir a um filme ou programa
legendado, com freqüência, costumam não se interessar por programas
dublados, porque conhecem um pouco da língua original e pretendem treinar o
entendimento, ou acreditam que as vozes dos dubladores soam artificiais ou
até mesmo caricatas. Vale ressaltar que a legenda é uma importante
ferramenta para o ensino de línguas estrangeiras, uma vez que permite a
comparação entre os idiomas envolvidos.

As distribuidoras de filmes alegam a preferência de seus clientes por


obras que se atenham o mais possível ao original, inclusive no som. A
dublagem, de fato, afeta toda a ambientação sonora do filme.

No entanto, no Brasil, como mostrou a reportagem de Leandro Fortino


(2007) para a Folha de São Paulo, diversos distribuidores de filmes e
exibidores de cinema acreditam que a dublagem está ganhando mais espaço
na preferência nacional. E não só no cinema. Na televisão, alguns canais
pagos dedicados à exibição de filmes legendados recentemente vêm abrindo
mais espaço para a dublagem a pedido dos assinantes.

A possível razão desse pedido é o fato de que, com a dublagem, os


espectadores conseguem prestar mais atenção nas cenas do filme e não têm a
tarefa de ler o texto. Muitas pessoas, sobretudo crianças ou adultos com baixa
escolaridade, consideram trabalhoso o acompanhamento do filme por
legendas. A dublagem é vista como o tipo de tradução mais acessível aos
iletrados por não envolver escrita e leitura. Além disso, com o passar do tempo,
as técnicas de dublagens estão ganhando mais atenção e a qualidade das
dublagens tem melhorado consideravelmente.

O que se pode observar hoje em todo o mundo é uma preocupação


maior por parte dos fornecedores de produtos audiovisuais em oferecer aos
espectadores uma gama maior de opções. O efeito disso é que algumas
“sociedades que tinham uma ampla preferência por uma modalidade estão
dando mais abertura à outra” (CARVALHO, 2005, p. 94).

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3.3.3.1. Pesquisa quantitativa14

A título de ilustração, realizamos, nos meses de setembro e outubro de


2008, uma pesquisa quantitativa da preferência entre dublagem e legendagem,
envolvendo 100 pessoas de 12 a 70 anos, com diferentes níveis de
escolaridade. Os dados foram colhidos por meio de um questionário
estruturado com perguntas objetivas sobre o fato de assistirem a filmes e
programas de televisão dublados ou legendados.

A distribuição dos entrevistados foi feita da seguinte maneira: 33


pessoas que têm ensino fundamental completo, 34 pessoas com ensino médio
completo e 33 com ensino superior completo. Dentre essas pessoas, 38 têm
idade entre 12 e 30 anos; 29 de 31 a 50 anos; e 33 de 51 a 70 anos.

A pesquisa tinha como objetivo descobrir a preferência dessas pessoas


quanto a assistir a filmes e seriados de televisão legendados ou dublados e os
motivos dessa opção. Nas pesquisas nos referimos somente a programas em
que a língua original é o inglês. De forma geral, 48% das pessoas entrevistadas
disseram preferir filmes ou programas dublados, e 52% alegaram preferir as
legendas.

Os motivos declarados foram os mais variados. No primeiro caso, boa


parte das pessoas respondeu que têm preguiça de ler as legendas e preferem
ouvir o áudio em sua língua já que não têm conhecimento do idioma original.
No segundo, os motivos foram: preferência pelo som original, principalmente
por aqueles que pretendem treinar o idioma estrangeiro, e crença de que as
dublagens são de má qualidade ou que não são fiéis aos atores originais.

Levando-se em consideração a faixa etária de 12 a 30 anos,


constatamos que 61% dos jovens espectadores de filmes e seriados preferem
a legenda. Entre os entrevistados de 31 a 50 anos de idade a diferença foi
menor: 52% alegaram assistir produtos legendados. Já na faixa etária de 51 a

14
Confira no apêndice C do presente trabalho a distribuição da pesquisa em gráficos
comparativos.

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70 anos, há uma preferência de 58% pela dublagem. Os motivos citados por
essa última parcela foram, entre outros, a dificuldade para enxergar as
legendas e a falta de conhecimento da língua inglesa.

Quanto à escolaridade, 64% dos entrevistados que têm somente o


ensino fundamental completo afirmaram a preferência pela dublagem. As
pessoas que disseram optar por legendas concentram-se, em sua maioria,
entre as que têm ensino médio (56% de preferência pela legendagem), e
ensino superior (58%) completos.

Entendemos que 100 pessoas representam uma parcela muito pequena


da população que tem acesso a filmes e seriados na televisão ou cinema. No
entanto, a pesquisa confirmou a divergência entre preferências no Brasil e
serviu como uma amostra da importância de se desenvolver técnicas de
aprimoramento desses dois tipos de tradução audiovisual.

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IV. O Corpus e a sua elaboração

Com o objetivo de abordar a problemática da tradução dos aspectos


culturais de uma língua para outra, decidimos analisar a transposição da língua
inglesa para a língua portuguesa presente na legendagem e na dublagem de
um programa de televisão tipicamente norte-americano.

Após assistir a 22 capítulos, que compõem a terceira temporada da


série, tínhamos em mãos um material riquíssimo, composto por diversos outros
termos, nomes próprios e expressões culturalmente marcadas que não
poderão ser, aqui discutidos, em vista das limitações de tempo e de espaço
compatíveis com uma pesquisa desse porte. Buscamos selecionar apenas
alguns exemplos para a exposição e exemplificação dos conteúdos teóricos
antes apresentados.

Nosso objetivo é analisar como os tradutores do seriado escolhido


solucionaram a questão da tradução de nomes característicos da cultura norte-
americana.

4.1. O Seriado: Gilmore Girls

Gilmore Girls é um seriado criado por Amy Sherman-Palladino, que


retrata o cotidiano de Lorelai (Lauren Grahan) e Rory Gilmore (Alexis Bledel),
mãe e filha, que vivem na pequena cidade fictícia de Stars Hollow, no estado
de Connecticut, nos Estados Unidos.

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Lançado em outubro de 2000 pelo canal de televisão Warner Channel15,
teve sua estréia no Brasil em novembro do mesmo ano, sendo transmitido em
versão legendada pelo canal por assinatura Warner Channel, e dublado, sob o
título Tal Mãe, Tal Filha, em TV aberta pelo SBT.

A fim de situar o leitor no contexto de nosso corpus, discorreremos


brevemente sobre o enredo da série e suas personagens principais, bem como
algumas secundárias cujas falas serão utilizadas em nosso estudo.

4.2. Enredo e Personagens

Lorelai Gilmore (Lauren Graham) é uma garota rica que engravida aos
16 anos e, indo contra o desejo de seus pais, Emily e Richard, interpretados
por Kelly Bishop e Edward Herrmann, decide ter a criança e criá-la sozinha. A
série se inicia 15 anos mais tarde, quando Lorelai e sua filha Rory (Alexis
Bledel) estão morando na pequena Stars Hallow, e juntas estão aprendendo o
verdadeiro sentido da vida, através de relacionamentos amorosos e novos
desafios.

O pai de Rory é Christopher Hayden, interpretado por David Sutcliffe. Ele


foi namorado de Lorelai na adolescência, porém ela preferiu fugir a se casar
com ele. Christopher aparece em diversos episódios, mas não é figura muito
presente na vida das garotas Gilmore.

Sookie (Melissa McCarthy) é a chefe de cozinha da pousada


Independence Inn, onde Lorelai trabalha como gerente-geral. Sookie, que
namora Jackson Melville, fornecedor de alimentos do estabelecimento,
interpretado por Jackson Douglas, é extremamente desastrada, porém muito
cautelosa quando o assunto é comida, e sonha em abrir, com Lorelai, sua
própria pousada.
15
A partir da sétima, e última, temporada passou a ser transmitido pelo canal The CW, rede de
televisão americana resultante de uma fusão da United Paramount Network com a Warner
Bros.

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Quem assiste ao programa pode ter a sensação de que os papéis de
mãe e filha muitas vezes são trocados. Enquanto Lorelai é impulsiva, fala sem
pensar e não consegue se organizar; Rory, que adora ler, é educada, estudiosa
e responsável, nunca foi motivo de preocupação para a mãe.

Apesar de considerar a mãe sua melhor amiga, Rory faz diversas


amizades ao longo da série. A mais presente é a de Lane (Keiko Agena), com
quem Rory estudava em Stars Hollow High antes de entrar para o colégio
Chilton. Lane é uma garota de origem coreana que sofre constantes
repressões da mãe conservadora e por isso mantém escondido em seu
armário tudo aquilo que seus pais não a deixariam ter em casa. Ela toca bateria
na banda de rock de Dave (Adam Brody) e Zach (Todd Lowe).

Em seu novo colégio, Rory alimenta um caso de amizade e inimizade


com Paris (Liza Weil), garota determinada que não mede esforços para
alcançar seu objetivo: estudar em Harvard, o mesmo que Rory. A ruiva Francie,
interpretada por Emily Bergl, é um desafeto comum das duas.

Scott Patterson é Luke Danes, dono de uma lanchonete em Stars


Hollow. Apesar de aparentar ser um homem rude, Luke está sempre querendo
ajudar os outros. É grande amigo de Lorelai e tem enorme carinho e
preocupação com Rory. Enquanto Luke nutre uma paixão secreta por Lorelai
há anos, seu sobrinho, o bad-boy Jess (Milo Ventimiglia), imediatamente
conquista o coração de Rory, que, ao se envolver com ele, termina o
relacionamento com seu primeiro namorado, Dean, vivido por Jared Padalecki.

Podemos ainda destacar algumas personagens secundárias cujas falas


serão também analisadas em nosso trabalho. São elas: Trix (Marion Ross), a
mãe de Richard; Michel (Yanic Truesdale), o recepcionista da Independence
Inn; e os moradores de Stars Hollow, Kirk (Sean Gunn), Shane (Jessica Kiper),
Miss Paty (Liz Torres), Taylor (Michael Winters) e Gypsy (Rose Abdoo).

No capítulo seguinte, realizaremos nossa análise baseada em diálogos


entre as personagens listadas acima. A seguir, discorreremos sobre as
particularidades de nosso corpus e os motivos de sua escolha como nosso
objeto de trabalho.

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4.3. Características do Seriado

Com uma sutil combinação de comédia e drama, Gilmore Girls é


considerada por alguns críticos como a melhor série de televisão norte-
americana no que se refere a diálogos bem elaborados e referências à cultura
popular.

O diálogo é indiscutivelmente a característica mais marcante de Gilmore


Girls. O ritmo acelerado, próprio das protagonistas e bastante comum entre
personagens secundárias, somado às inúmeras referências culturais, fazem da
série um desafio para os tradutores para legendagem e dublagem.

As citações, que variam entre nomes de livros, filmes, seriados,


programas de TV, canções, musicais, personagens (fictícios e reais), autores,
atores, cantores e celebridades, são, com certa freqüência, codificadas de
forma conotativa e por esse motivo parecem fazer sentido apenas aos
personagens da trama.

De acordo com o dicionário Aurélio (FERREIRA, 2007), conotação é o


“sentido translato, ou subjacente, às vezes de teor subjetivo, que uma palavra
ou expressão pode apresentar paralelamente à acepção em que é
empregada”. O uso de nomes de pessoas famosas como uma alusão às
características que representam é um mecanismo bastante comum nas falas
do seriado Gilmore Girls.

A fim de proporcionar ao espectador maior clareza e entendimento dos


diálogos do seriado, a Warner Bros. lançou livretos com a lista de diversos
nomes de personalidades e referências da cultura popular mencionados pelos
personagens. O guia, que recebeu o nome em inglês de “Guide to Gilmore-
isms16”, explica as citações e ainda traz alguns comentários dos criadores da
série sobre as escolhas feitas.

É importante lembrar que o presente trabalho já estava em pleno


desenvolvimento quando descobrimos a existência do livreto, que é distribuído

16
Em português, Guia dos Guilmorismos.

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com os DVDs vendidos somente nos Estados Unidos e recentemente
passaram a ser disponibilizados para download na Internet (YOUR GUIDE TO
GILMORE-ISMS, 2008). Notamos que boa parte das referências coletadas por
meio de observação não está listada no guia17 (por motivo desconhecido). Dos
100 exemplos que compõem nosso corpus, apenas 63 se encontram no livreto
da terceira temporada.

Para os tradutores da série, o guia pode servir como um grande aliado.


Além de agilizar a pesquisa, as explicações de cada referência facilitam o
trabalho do tradutor quando uma adaptação, explicitação ou até mesmo
modulação é necessária. Como mencionamos anteriormente, entende-se que
cabe ao tradutor, seja ele do meio audiovisual ou não, pesquisar a origem dos
nomes mencionados e entender se o uso destes na conversão da língua de
partida para a língua de chegada irá produzir o mesmo entendimento que o de
um nativo ou bom conhecedor da língua original.

17
Os guias impressos contêm 411 referências culturais citadas em quatro das sete temporadas
do programa.

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V. A Análise do Corpus

Para fins de análise, primeiramente, foram selecionados trechos das


legendas e dublagens do seriado que contenham termos culturalmente
marcados, como nomes de personalidades, músicas, e elementos da cultura
popular dos Estados Unidos. A partir dessa seleção, analisaremos quais
procedimentos técnicos de tradução foram adotados pelos tradutores,
baseando-nos nos conceitos inicialmente propostos por Vinay e Dalbernet e
posteriormente reformulados por Francis Aubert, além de alguns conceitos
adicionais mencionados no primeiro capítulo.

Devido à extensão de nosso corpus, optamos por selecionar e discorrer


sobre alguns exemplos que acreditamos ser completos e bastante ilustrativos.
Os demais itens de nosso corpus estão dispostos para observação no
Apêndice A.

O levantamento de dados mostrou que a modalidade empréstimo é a


que apresenta maior número de ocorrências nos dois tipos de tradução
audiovisual, com 63% na legenda e 37% na dublagem.

O possível motivo da preferência pelo empréstimo na tradução


audiovisual, além do respeito à forma original, é a semelhança sonora (no caso
da legenda) e sincronicidade labial (no caso da dublagem) que essa
modalidade oferece.

Observe o exemplo de um diálogo entre Lorelai e Sookie em uma loja de


antigüidades. Sookie mostra à amiga um peixe empalhado e pergunta se
parece masculino. Lorelai responde:

[O] In an Oscar Wilde sort of way, absolutely.

[L] De um jeito Oscar Wilde, com certeza.

[D] Meio Oscar Wilde, mas com certeza.

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A opção dos tradutores (profissionais distintos fazem a tradução para a
legenda e a dublagem do mesmo episódio) de manter o nome Oscar Wilde
permitiu uma correspondência entre o original e as traduções. No entanto, o
sentido que a personagem quis dar ao comentário pode ter se perdido nessa
escolha.

Wilde foi um poeta irlandês que sofreu enormes problemas por ser
homossexual, sendo preso e humilhado perante a sociedade inglesa do século
XIX. Lorelai citou seu nome para fazer uma alusão à idéia de algo delicado e
não masculino. Esse é um caso de nome arquetípico18, situação em que
“nomes próprios [...] se tornam designações de um arquétipo de certos traços
[e qualidades] pessoais” (NATIONAL MASTER ENCYCLOPEDIA, 2008,
tradução nossa)19.

A sutileza desse comentário possivelmente não foi captada pela maioria


dos receptores da tradução que não têm um conhecimento tão profundo da
vida do poeta, ao contrário dos norte-americanos que estudam sua vida e obra
no colégio. O tradutor, nesse caso, também poderia ter se valido de uma
modulação ou adaptação.

Outro exemplo do uso de empréstimo se dá quando Lorelai e Rory estão


conversando sobre seus programas de TV favoritos e a mãe cita dois nomes:

[O] Yeah, right after Holmes and Yoyo and Hee Haw Honeys.

[L] Logo depois de Holmes and Yoyo e Hee Haw Honeys.

[D] Logo depois de Holmes e Yoyo e Hee Haw Honeys.

Nesse caso, o empréstimo é praticamente inevitável, já que os


programas não são transmitidos no Brasil, e, portanto, não têm uma tradução
consagrada para o português.

Holmes and Yoyo é um seriado sobre um policial e seu parceiro robô, e


Hee-Haw Honeys é um programa de variedades, ambos originalmente
americanos. Alguns tradutores menos preparados para esse tipo de trabalho
poderiam optar por substituir os nomes dos programas por um possível

18
Tradução nossa para archetypal name. Não há no português uma nomenclatura para essa
ocorrência.
19
“[...] personal names […] have become designations for archetypes of certain personal traits”.

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equivalente brasileiro. No entanto, tradutores de legendas experientes, como
Flávia Fusaro, Márcia Villamarin e Ercília Hough, aconselham a fidelidade
nesses casos.

Vinculada ao empréstimo está a aclimatação, que, como vimos


anteriormente, é chamada também de estrangeirismo aclimatado. Apesar de
encontrarmos em nosso corpus apenas duas ocorrências dessa forma de
empréstimo, é um importante mecanismo de enriquecimento das línguas,
considerando que promove a inserção de palavras estrangeiras no vocabulário
de um determinado povo. Observe as ocorrências:

A primeira é uma fala de Rory, que adverte Lane sobre o namorado


ciumento da amiga:

[O] Just remember, there’s cute jealous and there’s Othello.

[L] Lembre-se, há o ciúme bonitinho e há o Otelo.

[D] Mas lembra, tem o ciúme legal e tem o Otelo.

A segunda ocorrência se dá quando Sookie avisa Lorelai que sua mãe


está entrando na cozinha do restaurante em que trabalham. Lorelai não
acredita e ainda faz uma piada com a amiga:

[O] You know who’s behind you? It’s Joseph Stalin, my good friend.

[L] Sabe quem está atrás de você? Josef Stalin, meu bom amigo.

[D] Sabe quem tá atrás de você? Senhor Josef Stalin, meu bom
amigo.

É possível verificar no primeiro caso a exclusão das letras ‘h’ depois do


‘t’ e do segundo ‘l’; já no segundo, a junção das letras ‘p’ e ‘h’, comum no
inglês, foi substituída pela letra ‘f’ para se adequar ao som em português. As
adaptações não foram uma mera opção dos tradutores da série, uma vez que
Otelo e Josef Stalin são ícones consideravelmente conhecidos no Brasil e,
portanto, já aclimatados.

Comumente vinculada ao empréstimo está a explicitação. Por vezes,


com a finalidade de dar ao receptor da língua de chegada uma idéia

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equivalente do que seja o termo na língua de partida, o tradutor utiliza um
processo híbrido de empréstimo + explicitação. Observe:

Ex.: [O] That’s Brad. I found him at Nordstrom’s.

[L] É o Brad. Encontrei-o na loja Nordstrom.

A presença da palavra ‘loja’ na legenda funciona como uma explicação


rápida e direta do que vem a ser Nordstrom: uma sofisticada rede de lojas de
departamento dos Estados Unidos. Essa inserção de uma simples palavra
como forma de explicitar a mensagem que o texto original teve a intenção de
passar possibilita ao espectador brasileiro entender o contexto.

A segunda maior incidência é a da modulação, com 11% de emprego


na tradução para as legendas e 16% na tradução para a dublagem. Na
modulação ocorre uma mudança de ponto de vista sem que seja prejudicado o
sentido do que o original quis expressar.

O primeiro exemplo que selecionamos acontece em uma cena em que


Lorelai tenta convencer a filha Rory a dormir na casa de sua mãe Emily:

[O] And you’re guaranteed a great Norma Desmond style breakfast


the next morning.

[L] E você garante um café da manhã de diva do cinema.

[D] E com certeza vai ter um café da manhã ao estilo londrino.

Aqui, a idéia conotativa da fala original era exatamente a de usar o nome


da personagem do filme Sunset Boulevard, Norma Desmond, como um
sinônimo de algo glamoroso. Norma, no filme, era uma estrela do cinema
mudo, o que justifica a escolha do tradutor da legenda. Já na dublagem, apesar
da referência a um “café da manhã ao estilo londrino” não ter ligação com a
personagem mencionada, também soa como algo elegante, de uma mesa farta
e chique, embora algumas pessoas não consigam captar essa idéia.

Na segunda passagem que selecionamos, a modulação foi utilizada


somente pelo tradutor da dublagem. Quando Lorelai cita o nome de Al
Hirschfeld, um caricaturista americano que trabalha para grandes jornais como
o New York Times, na dublagem observamos a substituição de seu nome para
‘o cara do Times’. Veja:

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[O] But I had made little doodles with my name hidden in them on
each one of the old ones just like Hirschfeld.

[D] Eu rabisquei o meu nome escondido em todos os cardápios


velhos, como o cara do Times.

A provável justificativa para essa escolha é que o espectador brasileiro


não tem familiaridade com o caricaturista, mas conhece o famoso jornal norte-
americano. Aqui, o significado é diferente, porém o sentido é o mesmo, denota
a mesma pessoa.

O emprego da modulação por meio da substituição da palavra por seu


hiperônimo é uma modalidade proposta por nós no presente trabalho. Segundo
o dicionário Aurélio (FERREIRA, 2007), hiperônimo é uma palavra que
pertence ao mesmo campo semântico de outra, mas com o sentido mais
abrangente.

Ao fazermos a pesquisa de nosso corpus, notamos a vasta ocorrência


da modulação por hiperônimo e optamos por apresentar alguns desses
casos de forma separada da modulação:

[O] No one, including the Amazing Kreskin, could’ve predicted.

[L] Nem o maior vidente do planeta poderia prever.

[D] Ninguém que não fosse adivinho teria previsto.

Amazing Kreskin é o nome artístico de George Kresge, um profeta que


se tornou popular nos Estados Unidos nos anos 1970 e atualmente ainda faz
previsões de ano novo no canal de televisão americano CNN.

Como o público brasileiro não tem familiaridade com o vidente, os


tradutores optaram por usar a atividade de Kreskin, um hiperônimo do que ele
representa, para substituir seu nome, que, se fosse emprestado na tradução,
não produziria a mesma reação que provavelmente ocasionou no público
original.

Note a mesma solução em outras traduções:

[O] It’s just root beer and ice cream.

[L] É refrigerante com sorvete.

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Root Beer é um refrigerante muito popular nos Estados Unidos, porém
não é vendido no Brasil. Por essa razão, o tradutor da legenda optou por usar a
modulação por meio do hiperônimo refrigerante, para que o receptor da
tradução pudesse entender o que estava sendo dito.

A presença da modulação e, por conseguinte, da modulação por


hiperônimo no corpus analisado, demonstra a presença de marcadores de
visão de mundo específicos de cada complexo língua/cultura.

A omissão foi a terceira modalidade mais empregada no corpus em


análise, com uma ocorrência total de 8%. Como o nome já diz, esse
procedimento consiste em omitir elementos do texto original que sejam
considerados desnecessários pelo tradutor.

No caso da tradução audiovisual, a omissão pode ocorrer por limitações


físicas ou por irrelevância do segmento textual, já que as imagens são fortes
aliadas das legendas ou dublagens e podem explicitar algo falado sem que
precise ser transcrito. Vale lembrar que na legenda vocativos, onomatopéias e
marcadores de discurso são naturalmente omitidos, portanto não são
elementos relevantes para nossa análise.

Observe o exemplo em que Jess diz a Luke que não quer falar com Rory
ao telefone:

[O] Get a clue, Columbo. I don’t wanna talk to her.

[L] Se manca, não quero falar com ela.

Columbo é o nome de um detetive de uma série de televisão americana


dos anos 70; e ‘get a clue, Columbo’’ é uma expressão típica dessa
personagem. O nome, na fala de Jess, não é um vocativo, e sim mais uma
ocorrência de nome arquetípico que foi ignorada. O que significa que, de
maneira irônica, o nome foi utilizado no sentido de fazer uma alusão às
características que Columbo possui; porém, como poucas pessoas no Brasil
sabem que Columbo era um detetive fictício, o tradutor pode ter considerado
que o empréstimo do nome, e, conseqüentemente, da expressão, poderia não
fazer sentido para a maioria dos receptores da tradução.

Note a seguinte ocorrência de omissão:

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[O] Some of those extra legs Heather Mills is sending over to Croatia.

[D] Umas pernas novas se for possível.

Aqui, houve não somente a omissão do nome de Heather Mills, mas


também de toda a idéia de que a ex-mulher de Paul McCartney faz caridade
enviando próteses para pessoas carentes na Croácia.

Vale lembrar que ambos os casos de omissão aqui descritos foram


aplicados a segmentos que não afetam o entendimento da trama.

A omissão é uma importante estratégia para a tradução audiovisual


devido a todas as restrições já comentadas. No entanto, a tradutora Ercília
Hough (1998, p. 12) aconselha: “Nunca deixe espaços em branco. Se não
conseguir entender o que está sendo dito e o script não esclarece, use a
imaginação e a criatividade”.

A polêmica acerca dessa idéia é grande, já que, como em qualquer tipo


de tradução, as legendas e dublagens precisam ser razoavelmente fiéis ao que
está sendo transmitido no original. Acreditamos que para tentar encontrar uma
solução para casos como esse, em que o tradutor não consegue decifrar o que
foi dito, pode-se recorrer ao auxílio de um nativo do país da língua original, ou
um colega de trabalho que pode ter uma outra visão da situação.

É preciso levar em consideração também a presença da imagem nos


produtos audiovisuais, que muitas vezes transmite a idéia sem que essa tenha
que ser explicitada em forma de texto. Além disso, não raro o tradutor tem
prazos que o impossibilitam fazer maiores pesquisas ou consultar outros
profissionais.

Seguindo a ordem das ocorrências de modalidades tradutórias, temos a


adaptação com um total de 14 casos computados.

“A adaptação é um dos principais recursos ao alcance do tradutor na


tradução dos termos referentes às realidades específicas, portanto sem
equivalência tradutória na [língua de chegada]” (GEHRING, 2003, p. 144). No
primeiro caso que apresentaremos, houve uma adaptação do nome próprio
mencionado:

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[O] Cotton balls, world peace, Connie Chung’s original face back.

[D] Bolas de algodão, paz mundial, o rosto original do Michael


Jackson.

Uma vez que a jornalista americana Connie Chung não é conhecida no


Brasil, o tradutor da dublagem substituiu seu nome pelo cantor mundialmente
famoso Michael Jackson. A graça do texto original estava no fato de a jornalista
ter o rosto desfigurado devido a demasiadas cirurgias plásticas, o que também
é o caso do cantor.

O segundo caso é uma adaptação do título Ivy League, dado à


associação de oito universidades privadas de alto nível dos Estados Unidos.
Como nós brasileiros não somos familiarizados com esse termo, os tradutores
optaram por utilizar expressões mais conhecidas em nossa língua:

[O] You never went to college, let alone an Ivy League college.

[L] Você não foi para a faculdade, quanto mais uma faculdade de
ponta.

[D] Você não fez faculdade, não conhece as melhores.

Tendo em vista a natureza da tradução para o meio audiovisual, isto é,


um tipo de texto que não pode ser relido e que é desprovido de maiores
explicações, as adaptações se fazem necessárias.

Com um total de 12 ocorrências, a tradução livre é definitivamente a


modalidade mais polêmica das apresentadas no presente trabalho. Por se
tratar de uma tradução em que se procura transmitir mais o pensamento e as
idéias do autor, sem se cingir às palavras textuais do original, ocasionamente
não preservando nem mesmo as idéias originais. Por isso, a presença dessa
modalidade na tradução audiovisual está mais vulnerável às críticas.

Observe o primeiro exemplo de tradução livre:

[O] I thought I’d do it like Nell.

[D] Eu pensei em dizer como se diz por aí.

Nessa fala, Lorelai diz a Sookie que precisa contar a seus pais que não
vai mais se casar. Para isso, ela faz referência à Nell, personagem do filme de

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mesmo nome que nasceu em uma floresta e inventou uma lingua própria que
ninguém mais compreende. O tradutor da dublagem, possivelmente, entendeu
que essa referência não seria percebida pelos receptores da série traduzida e
tomou a decisão de substituí-la por uma expressão mais natural no português.
Porém, não carrega o mesmo sentido da alusão que é feita no original, o que
pode ser equivocadamente considerado, por críticos ou leigos, como um erro.
Podemos ainda mencionar que esse é um caso de nome arquetípico que não
recebeu a devida atenção.

O que difere a tradução livre da adaptação, no presente trabalho, é o


fato de, na primeira, haver possíveis equivalentes tradutórios, mas que, por
opção do tradutor, não foram empregados. Ambos os procedimentos atingem
os limites do que se considera tradução, porém a tradução livre foge
completamente do contexto original. Veja:

[O] Dude, Lawrence Welk cranked louder than this.

[L] Cara, o Exército da Salvação toca mais alto do que isso.

Nessa fala, Zach, companheiro de banda da Lane, reclama que o som


dos instrumentos musicais está com um volume muito baixo. No original, ele
diz que Lawrence Welk, um músico americano dos anos 60, conhecido por
tocar um estilo de música leve, toca mais alto do que eles. A tradução para a
legenda substitui Lawrence pelo Exército da Salvação, o que não estabelece
absolutamente nenhuma relação com o original.

A tradução livre é o correspondente da imitação de Dryden (apud


MILTON, 1993, p. 27). Para o teórico, “o tradutor assume a liberdade não
somente de variar as palavras e o sentido, mas de abandoná-los quando achar
oportuno, retirando somente a idéia geral do original, atuando de maneira livre,
a seu bel-prazer”. O conceito das belles infidèles francesas também se encaixa
nesse contexto.

Encontramos em nosso corpus 12 casos de tradução livre, sendo dois


deles na legenda e dez na dublagem. É possível associar o fato de haver um
menor número de ocorrências na legendagem com a inevitável comparação
entre o original e a tradução que os produtos legendados proporcionam. Os
tradutores, na dublagem, têm uma maior liberdade, ainda que pequena, de

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abandonar o sentido da fala original e se ater, por vezes, ao contexto ou à
imagem.

Em oposição ao conceito da tradução livre está a tradução literal, por


revelar uma opção do tradutor por uma maior fidelidade ao idioma do autor.
Além de manter a fidelidade semântica, a tradução literal também satisfaz pelo
menos um dos seguintes critérios:

(a) mantém o mesmo número de palavras do segmento original;

(b) as palavras pertencem à mesma categoria gramatical da palavra


correspondente no original;

(c) contém as opções lexicais mais prováveis na tradução (as


primeiras opções do dicionário);

(d) cada palavra do segmento encontra-se na mesma ordem sintática


do original.

Devemos esclarecer que alguns teóricos, como Heloísa Barbosa (1990),


preferem chamar esse último critério, em que cada palavra do segmento
traduzido encontra-se na mesma ordem do original, como um caso
independente: a tradução palavra-por-palavra. Entretanto, em Aubert (1998),
trabalho no qual está embasada a maioria das considerações de nossa
pesquisa, esse fato não é mencionado e o autor trata a tradução literal como
um sinônimo da tradução palavra-por-palavra. Veja um caso de tradução literal
em um trecho da mensagem da secretária eletrônica das garotas Gilmore:

[O] Don’t commit Rock and Roll suicide – just crank a message with
some feedback.

[D] Não cometa suicídio roqueiro, deixe uma mensagem após o sinal.

A expressão utilizada no original é, na verdade, o nome de uma música


do cantor norte-americano David Bowie; porém, a opção do tradutor da
dublagem foi ignorar esse fato. Há aqui uma mudança de ordem sintática
devido à estrutura da língua portuguesa, que difere da língua inglesa. O mesmo
acontece na fala a seguir, quando Rory conversa com Jess sobre um livro que
está lendo:

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[O] The Holy Barbarians. I mean, what a title.

[D] Os Bárbaros Sagrados. Que título, né?

Voltando ao conceito de Dryden, as traduções acima constituem


exemplos de metáfrase, tipo de tradução que ele próprio afirmava ser quase
impossível. Esse procedimento também é defendido pelos teóricos alemães
vistos no primeiro capítulo.

Escolhemos aqui apenas algumas das ocorrências computadas em


nosso trabalho com o intuito de ilustrar as modalidades identificadas.
Esperamos ter atingindo nosso objetivo de promover uma análise sobre o
processo de escolha dos tradutores ao produzirem um texto para ser veiculado
por meio de legendas ou dublagens.

Gostaríamos de concluir o presente capítulo com as palavras do


pesquisador Paulo Fernandes Zanotto que traduzem a essência do que é
traduzir uma língua/cultura para outra:

Traduzir, como interpretar, também constitui um processo criativo em


que o tradutor, simultaneamente receptor do texto LP e emissor do
texto LC, funciona como mediador ou intérprete da mensagem: as
pressuposições contextuais do texto LP são reelaboradas no ato
tradutório na busca de uma equivalência textual mais condizente com
as pressuposições referenciais do receptor do texto LC. (1993, p. 22)

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Considerações Finais

O presente trabalho teve como propósito observar se houve ou não


perda de elementos culturais na tradução para o meio audiovisual de Gilmore
Girls, um seriado de televisão norte-americano rico em referências populares,
além de verificar os procedimentos que mais se destacam no processo de
tradução para o meio audiovisual.

Por meio da comparação do material disposto no corpus, nossa análise


fundamentou-se no estudo de seis das treze modalidades da reformulação de
Francis Aubert para o modelo precedente de Vinay e Darbelnet; além de três
modalidades adicionais: o processo de aclimatação, a modulação por meio de
um hiperônimo e a tradução livre. Foi registrada também uma ocorrência de
modulação híbrida: empréstimo + explicitação.

Verificou-se claramente, nessa análise, a predominância de empréstimo.


Levando-se em consideração que, no caso da dublagem, essa modalidade
permite uma sincronia perfeita com o movimento labial do ator original, e, no
caso da legendagem, não causa estranhamento para o espectador da tradução
que lê um nome na legenda e ouve esse mesmo nome no diálogo original.

A modulação foi um processo amplamente utilizado nos diálogos


traduzidos, seja na legenda ou na dublagem, uma vez que ocorre quando o
tradutor é obrigado a realizar uma reestruturação na legenda a fim de não
ultrapassar os limites de tempo e espaço permitidos.

A omissão também apresenta um número considerável de ocorrências.


Há casos em que a omissão é obrigatória, dependendo da velocidade e do
tamanho do diálogo, e há casos em que é facultativa. Na tradução de filmes e
séries, a omissão vai além de apenas eliminar elementos. Ela consiste na
verdadeira redução, ou seja, na síntese da idéia empregada na legenda ou na
dublagem.

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Com relação às diversas teorias explicitadas aqui, vimos que, embora os
estudos da tradução tenham avançado de maneira notável, ainda existem
concepções que não atentam para o fato de que a tradução é um processo
complexo que exige, além de conhecimento lingüístico, conhecimento cultural
por parte do tradutor.

Defendemos, portanto, que a tradução audiovisual – e qualquer outra


vertente tradutória – seja avaliada a partir da observação de todos os fatores
no processo tradutório.

Os estudiosos da tradução conhecem essa diversidade de fatores, tais


como as diferenças entre as línguas, os contextos e os objetivos das
traduções. Assim, eles empreenderam a tarefa de classificar os diferentes
modos de traduzir e distribuí-los em várias tipologias para ajudar os
profissionais a melhor realizar seu trabalho. Todavia, o que se pode notar é
uma grande divergência de nomenclaturas e descrições das modalidades
empregadas na tradução.

Com base no que foi exposto anteriormente, podemos concluir que


ainda existe a necessidade de tratar a tradução audiovisual como um relevante
objeto de estudo, além de aprimorar as técnicas de realização dessa tradução,
visto que filmes, seriados e programas de televisão são importantes veículos
de disseminação de diferentes culturas e comunicação entre os povos.

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Referências Bibliográficas

ARROJO, Rosemary. Oficina de Tradução: A teoria na prática. São Paulo:


Ática, 2002. 85p.

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Revista do Centro Interdepartamental de Tradução e Terminologia
FFLCH/USP: Trad Term 5. São Paulo: Humanitas/FFLCH/USP, 1998. p. 99 –
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BENVENISTE, E. A natureza dos pronomes. In: Problemas de Lingüística


Geral I. 3 ed. São Paulo: Pontes, 1991.

BARBOSA, Heloísa Gonçalves. Procedimentos técnicos da tradução: uma


nova proposta. Campinas, SP: Pontes, 1990. 120p.

BERSÁCOLA, Renata Nogueira. A problemática da tradução cultural na


legendação de filmes nacionais ambientados no nordeste brasileiro. Monografia
(trabalho de conclusão de curso em tradução e interpretação) – Universidade
Católica de Santos, Santos. 2006. 126p.

CARVALHO, Carolina Alfaro de. A tradução para legendas: dos polissistemas à


singularidade do tradutor. 2005. 160p. Tese de Mestrado – Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

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Acesso em: 03 set. 2008.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio Eletrônico Século


XXI, versão 5.0. Rio de Janeiro: Lexikon Informática, 2007.

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GEHRING, Sônia. Modalidades de tradução inglês <–> português: correlações


bidirecionais. 1998. 160 p. Tese de Doutorado – Universidade de São Paulo.

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______. Refrações na bidirecionalidade tradutória inglês <–> português:
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Terminologia FFLCH/USP: TradTerm 9. São Paulo: Humanitas/FFLCH/USP,
2003. p. 139 - 149.

HOUGH, Ercília Maria. Apostilas do curso de técnicas da tradução para


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LANZETTI, Rafael. O processo de legendagem de filmes e documentários em


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LAVIOSA, Sara. Corpus-based translation studies: where does it come from?


Where is it going? Revista do Centro Interdepartamental de Tradução e
Terminologia FFLCH/USP. Trad Term 10. São Paulo: Humanitas/FFLCH/USP,
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NATION MASTER ENCYCLOPEDIA. Archetypal name. Disponível em:


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NOVAES, Celso. Teorias da linguagem: a gramática gerativa e as patologias


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SILEGMANN-SILVA, Márcio. Do gênio da língua ao tradutor como gênio. In:


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VASCONCELOS, Paulo Sérgio. Tradução de títulos de filmes: questões de


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YOUR GUIDE TO GILMORE-ISMS. Disponível em: <http://www2.warnerbros.
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ZANOTTO, Paulo Fernandes. Tipos de Textos e Modalidades de Tradução.


Tese (Doutoramento em Semiótica e Lingüística Geral). Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas – USP, São Paulo, 1993. 129p.

Bibliografia Consultada

ALVARENGA, Lina. Subtitler: legendador ou legendista? In: Anais do I CIATI


(Congresso Ibero-Americano de Tradução e Interpretação). São Paulo, 1999.

ARAÚJO, Vera Lúcia Santiago. Por que não são naturais algumas traduções
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AUBERT, Francis Henrik. As (in)fidelidades da tradução: servidões e


autonomia do tradutor. 1. ed. Campinas: EDUNICAMP. 1993.

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BARROS, Priscilla Pasqualini S. Legendagem: uma abordagem sobre


procedimentos e técnicas. Santos, 2006. 46p. (Trabalho de Conclusão de
Curso) Universidade Católica de Santos.

BASSNETT, Susan. Estudos da tradução: fundamentos de uma disciplina.


Tradução por Vivina de Campos Figueiredo. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2003.

COSTA, Luiz Angélico da. Os conceitos de "tradução literal" e "tradução livre"


no processo de ensino-aprendizagem. In: COSTA, Luiz Angélico da [org.].
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DUTRA, Waltensir. Processos e técnicas de tradução. In: RÓNAI, Paulo. A
tradução técnica e seus problemas. São Paulo: Álamo, 1983. p. 77 – 90.

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LECTER, Scott. Gilmore Girls: the complete third season. 2005. Disponível em:
<http://www.dvdtalk.com/review/15843/gilmore-girls-the-complete-thirdseason>
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LOBÃO. David Denis. Público quer mais filmes dublados no cinema. Disponível
em: <http://www.dublanet.com.br/forum/index.php?showtopic=13729>
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NOGUEIRA, Danilo. Tradutor Profissional. Disponível em: <http://tradutor-


profissional.blogspot.com>. Acesso em: 17 out. 2008.

RAMOS, Daniella Rita. Expressões idiomáticas: a pluralidade das línguas em


expressões do dia-a-dia. 2001. 46 f. Monografia (trabalho de conclusão de
curso em tradução) Universidade Católica de Santos, Santos.

SINTRA – Sindicato Nacional do Tradutores. Disponível em:


<http://www.sintra.org.br/site/index.php?pag=trad>. Último acesso em: 05 out.
2008.

VICCINO, Vivian Marques. Sex and the City: Uma Análise da Tradução para
Legendas sob as Perspectivas Logocêntrica e Desconstrutivista. Disponível
em: <http://www6.mackenzie.br/inicie/2/VivianMarquesViccino.pdf>. Acesso
em: 12 set. 2008.

WIKIPEDIA. Disponível em: <http://www.wikipedia.org/>. Último acesso em: 06


nov. 200820.

20
Embora cientes das reservas quanto a confiabilidade da referida fonte, por se tratar de uma
enciclopédia livre e, portanto, sujeita a modificações, optamos pelo seu uso por oferecer
subsídios terminológicos e lingüísticos práticos, que, de outro modo, não nos seria possível
obter. Utilizamos apenas conteúdos de conhecimento consolidado.

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Apêndice A

Referências culturais selecionadas para compor o corpus de nosso


trabalho dispostas de acordo com o episódio e a ordem de aparição. Aqui estão
informados os minutos e segundos de início da fala em que a referência está
contida e a modalidade tradutória empregada no segmento, além de breves
explicações sobre cada referência.

As informações contidas nesta seção foram retiradas do livreto Guide to


Gilmorisms, de websites pessoais, da enciclopédia virtual Wikipedia e do
Babylon, software de tradução, glossários e dicionários online.

EPISÓDIO 1

01:38
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Connie Chung Connie Chung Michael Jackson
EMPRÉSTIMO ADAPTAÇÃO

Connie Chung é uma jornalista norte-americana que já passou por diversas


cirurgias plásticas. E Michael Jackson é um cantor mundialmente famoso que
teve seu rosto desfigurado devido a demasiadas cirurgias plásticas.

04:25
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Tom Daschle Tom Daschle Frutas
EMPRÉSTIMO TRADUÇÃO LIVRE

Thomas Andrew Daschle é um ex-senador norte-americano. Representante do


estado de Dakota do Sul, foi derrotado nas eleições de 2004, mas na época em
que o episódio foi originalmente exibido (24 ago. 2002) ele ainda era atuante.

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19:30
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Oscar Wilde Oscar Wilde Oscar Wilde
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Oscar Wilde foi um dramaturgo, escritor e poeta irlandês. Expoente da literatura


inglesa durante o período vitoriano, sofreu enormes problemas por sua
condição homossexual, sendo preso e humilhado perante a sociedade.

20:16
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Nell Nell ---
EMPRÉSTIMO TRADUÇÃO LIVRE

Nell é o nome da personagem de Jodie Foster no filme de mesmo nome


dirigido pelo americano Michael Apted. Jodie faz o papel de uma mulher que
vive em uma floresta e fala uma língua própria inventada por ela.

22:07
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Peaches and Herb Peaches and Herb Sozinhos
EMPRÉSTIMO MODULAÇÃO

Peaches & Herb era o nome de uma dupla musical, formada pelo casal "Herb"
Fame e Francine "Peaches", que fez sucesso nos anos 70 nos Estados Unidos.

35:43
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Norman Rockwell Norman Rockwell Família perfeita
EMPRÉSTIMO MODULAÇÃO

Norman Percevel Rockwell era um pintor e ilustrador americano do século XX.


Suas obras são populares nos Estados Unidos e mostram cenários da vida
cotidiana de famílias americanas.

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41:02
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Hazy Crazy Days of Hazy Crazy Days of Música chata
Summer Summer
EMPRÉSTIMO MODULAÇÃO

Hazy Crazy Days of Summer é o nome de uma música do cantor de jazz norte-
americano Nat King Cole.

41:06
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Small World Small World Atirei o pau no gato
EMPRÉSTIMO TRADUÇÃO LIVRE

Small World é o nome da música de uma atração de mesmo nome, muito


popular nos parque temáticos da Disney World nos Estados Unidos. E Atirei o
pau no gato é uma famosa cantiga de roda brasileira.

EPISÓDIO 2

02:14
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Annie Oakley Annie Oakley Faroeste
EMPRÉSTIMO HIPERÔNIMO

Annie Oakley era uma franco-atiradora americana que fazia exibições de tiro ao
alvo na televisão no fim do século XIX.

10:48
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Sister Sledge Sister Sledge ---
EMPRÉSTIMO OMISSÃO

Sister Sledge era um grupo musical dos Estados Unidos formado em 1972 por
quarto irmãs, netas da ex-cantora de óperas Viola Williams.

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12:13
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Hanes Hanes ---
EMPRÉSTIMO OMISSÃO

Hanes é uma famosa marca norte-americana de roupas íntimas.

20:41
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Meyer Lansky Meyer Lansky ---
EMPRÉSTIMO OMISSÃO

Meyer Lansky foi um gangster americano aderente à máfia. Foi uma peça
fundamental no desenvolvimento do National Crime Syndicate (Sindicato
Nacional do Crime) nos Estados Unidos.

21:46
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Margaret Thatcher Margaret Thatcher Margaret Thatcher
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Margaret Thatcher foi a Primeira-Ministra da Grã-Bretanha de 1979 a 1990. Era


líder do Partido Conservador britânico.

22:13
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Noam Chomsky Noam Chomsky Bispo
EMPRÉSTIMO TRADUÇÃO LIVRE

Avram Noam Chomsky é um professor de Linguística no Instituto de Tecnologia


de Massachusetts, conhecido por suas ousadas análises da política e da mídia.

29:59
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Elizabeth Arden Elizabeth Arden Cosmética
EMPRÉSTIMO HIPERÔNIMO

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Elizabeth Arden é uma mulher de negócios canadense que construiu seu
império vendendo cosméticos nos Estados Unidos.

31:10
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Freaky Friday! Sexta Feira Muito Louca Aquele filme
TRADUÇÃO LITERAL MODULAÇÃO

Freaky Friday (‘Sexta-Feira Muito Louca’, no Brasil) é um filme de comédia


norte-americano, dirigido por Mark Waters, em que Jamie Lee Curtis e Lindsay
Lohan são mãe e filha que trocam de corpo e invertem os papéis.

40:54
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
‘come back’ Filme Filme
HIPERÔNIMO HIPERÔNIMO

Come Back, Shane (‘Os Brutos Também Amam’, no Brasil) é um filme de


faroeste dos anos 50, dirigido por George Stevens.

EPISÓDIO 3

00:27
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Holmes and Yoyo Holmes and Yoyo Holmes and Yoyo
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Holmes and Yoyo era um seriado norte-americano de 1976 sobre um policial e


seu parceiro, que era um robô.

00:29
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Hee Haw Honeys Hee Haw Honeys Hee Haw Honeys
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Hee-Haw Honeys era um programa de variedades da televisão americana


baseado no precedente Hee Haw.

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11:37
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Brat Pack Os Pirralhos Brat Pack
TRADUÇÃO LIVRE EMPRÉSTIMO

Brat Pack era um grupo de jovens atores e atrizes americanos dos anos 80,
que freqüentemente encenavam juntos em filmes voltados para o público
adolescente.

16:28
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Root Beer Coca-Cola Refrigerante
ADAPTAÇÃO HIPERÔNIMO

Root Beer é uma bebida popular nos Estados Unidos que é vendida em duas
formas: como bebida alcoólica e como refrigerante. E Coca-Cola é um famoso
refrigerante de noz-de-cola vendido em mais de 140 países.

20:17
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Suffragette City Suffragette City Nossa casa
EMPRÉSTIMO TRADUÇÃO LIVRE

Suffragette City é o nome de um álbum single do cantor norte-americano David


Bowie.

20:21
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Rock’N’Roll Suicide Rock’N’Roll Suicide Suicídio roqueiro
EMPRÉSTIMO TRADUÇÃO LITERAL

Rock 'n' Roll Suicide é o nome de uma música de David Bowie.

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EPISÓDIO 4

04:44
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Lawrence Welk Exército da Salvação ---
TRADUÇÃO LIVRE OMISSÃO

Lawrence Welk era um músico acordeonista que tornou conhecido o estilo


“champagne music” nos Estados Unidos nos anos 60.

06:31
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Pete Best Pete Best Pete Best
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Pete Best é um músico britânico conhecido por ter sido o primeiro baterista do
grupo de rock The Beatles. Best permaneceu no grupo até 1962 e foi então
substituído por Ringo Starr.

10:16
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Larry King Larry King Larry King
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Larry King é o apresentador do Larry King Show, um programa de entrevistas


popular na televisão americana.

14:35
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Louis Armstrong Louis Armstrong Louis Armstrong
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Louis Daniel Armstrong era um cantor e trompetista afro-americano. Com


sua voz e personalidade inconfundíveis, foi um dos maiores expoentes do Jazz.

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33:55
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Evening at the Improv Uma noite no circo Uma tarde memorável
ADAPTAÇÃO ADAPTAÇÃO

Evening at the Improv é um programa de televisão norte-americano com


comediantes stand-up (humoristas que se apresentam geralmente em pé) que
contam piadas no palco baseadas na observação do cotidiano.

34:29
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Sardi’s Massimo Sardi’s
ADAPTAÇÃO EMPRÉSTIMO

Sardi’s é um restaurante da cidade americana de Nova Iorque, localizado nos


arredores dos maiores teatros de Manhattan. E Massimo é um famoso
restaurante italiano da cidade de São Paulo.

EPISÓDIO 5

00:33
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Norton Critical Edition crítica oficial prêmio especial da
crítica
HIPERÔNIMO HIPERÔNIMO

Norton Critical Edition é uma série de livros, publicados pela editora norte-
americana W.W. Norton, que acoplam a obra consagrada e um texto crítico.

00:55
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
J. Crew J. Crew guia de restaurantes
EMPRÉSTIMO TRADUÇÃO LIVRE

J. Crew é uma cadeia de lojas varejista especializada em roupas e acessórios


masculinos, femininos e infantis.

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38:07
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Blue Crush Blue Crush Molhado
EMPRÉSTIMO MODULAÇÃO

Blue Crush é um filme de 2002, dirigido pelo americano John Stockwell, que
conta a história de três amigas que compartilham a paixão pelo surfe no Havaí.

EPISÓDIO 6

04:52
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Boo Radley Boo Radley Boo Radley
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Boo Radley é o personagem principal do romance de Harper Lee, To Kill a


Mockingbird. Ele era um carismático solitário que despertava a curiosidade dos
adultos e a imaginação das crianças.

07:00
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Motor Trend Motor Trend grande prêmio
EMPRÉSTIMO HIPERÔNIMO

Motor Trend é uma revista automobilística produzida pelo Grupo Primedia dos
Estados Unidos. A revista contém avaliações de todos os estilos de carros.

13:24
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Andrew Jackson Andrew Jackson Notas verdadeiras
EMPRÉSTIMO MODULAÇÃO

Andrew Jackson foi o sétimo presidente dos Estados Unidos (de 1829 a 1837).
Seu rosto está impresso nas notas de 20 dólares americanos.

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13:26
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Alfred E. Newman Alfred E. Newman ---
EMPRÉSTIMO OMISSÃO

Alfred E. Newman é o nome adotado para a personagem símbolo da revista


norte-americana Mad, cuja figura irreverente e sarcástica ilustrava as capas e
muitas das histórias nela contidas.

18:27
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Andy Griffith antiquada ---
ADAPTAÇÃO OMISSÃO

Andy Griffith é um xerife, personagem título da série de TV americana The


Andy Griffith Show, que se passa numa cidade interiorana fictícia, Mayberry.

34:12
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Rand McNally Rand McNally ---
EMPRÉSTIMO OMISSÃO

Randy McNally & Company é uma empresa norte-americana especializada na


publicação de mapas, Atlas, e programas de GPS.

EPISÓDIO 7

05:52
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Elizabeth Taylor Elizabeth Taylor Elizabeth Taylor
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM


Debbie Reynolds Debbie Reynolds Debbie Reynolds
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

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ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Eddie Fisher Eddie Fisher Eddie Fisher
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Elizabeth Taylor e Debbie Reynolds são famosas atrizes de cinema


americanas, das décadas de 1950 e 60, que foram casadas com o cantor
Eddie Fisher. Fisher se divorciou de Debbie em 1959 e no mesmo ano casou-
se com Elizabeth.

08:36
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Boxing Helena corta o meu braço fora ---
MODULAÇÃO OMISSÃO

Boxing Helena é o nome de um filme de 1993, dirigido por David Lynch, que
conta a história de um cirurgião que corta os pés e as mãos de uma ex-
namorada e a aprisiona em sua casa.

13:51
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Ted Bundy serial killer Otário
HIPERÔNIMO ADAPTAÇÃO

Theodore Robert "Ted" Bundy foi um dos mais temíveis assassinos em série da
história dos Estados Unidos. Com uma infância perturbada, ele iniciou a sua
carreira criminosa assassinando e estuprando suas vítimas nos anos 70.

14:06
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Trojan Camisinha ---
MODULAÇÃO OMISSÃO

Trojan é uma marca registrada de preservativos produzidos pela Church &


Dwight Company, nos Estados Unidos.

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20:23
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Howard Roark Howard Roark Mulher mais cruel
EMPRÉSTIMO MODULAÇÃO

Howard Roark é um brilhante arquiteto, porém radical e individualista,


personagem principal do romance de Ayn Rand, The Fountainhead, de 1943.

23:54
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Martha Graham Coreógrafo Martha Graham
HIPERÔNIMO EMPRÉSTIMO

Martha Graham era uma dançarina e coreógrafa americana, considerada uma


inovadora da dança moderna.

28:27
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Bobby Brady Dona do pedaço Diretora da escola
ADAPTAÇÃO ADAPTAÇÃO

Robert "Bobby" Brady é personagem do seriado norte-americano The Brady


Bunch. É o mais novo dos filhos da família interpretado por Mike Lookinland.
Bobby era o “monitor de segurança” da sua escola.

EPISÓDIO 8

02:37
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
The Donner Party Donner Party Horrível
EMPRÉSTIMO MODULAÇÃO

The Donner Party é o nome dado a um grupo de colonizadores que ficaram


presos em uma nevasca nas montanhas da Serra Nevada, na Califórnia, EUA,
e tiveram que recorrer ao canibalismo para sobreviver.

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04:10
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Heather Mills Heather Mills ---
EMPRÉSTIMO OMISSÃO

Heather Mills, ex-mulher do músico Paul McCartney, após ter sua perna
amputada passou a fazer caridade envolvendo o envio de próteses para os
necessitados.

09:02
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Perry Como Perry Como Profissional
EMPRÉSTIMO MODULAÇÃO

Pierino Ronald "Perry" Como era um cantor norte-americano de música


popular. Cantava em orquestras e grupos musicais.

19:11
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Amazing Kreskin vidente Adivinho
HIPERÔNIMO HIPERÔNIMO

George Joseph Kresge, mais conhecido como The Amazing Kreskin, é um


vidente que se tornou popular na televisão americana nos anos 70.

30:38
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Ivy League faculdade de ponta as melhores
ADAPTAÇÃO ADAPTAÇÃO

Ivy League é uma associação de oito universidades privadas dos Estados


Unidos. Estas universidades são consideradas as instituições de maior
prestígio científico no mundo.

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EPISÓDIO 9

03:29
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Joseph Stalin Josef Stalin Josef Stalin
ACLIMATAÇÃO ACLIMATAÇÃO

Joseph Stalin foi o tirano secretário-geral do Partido Comunista da União


Soviética e do Comité Central a partir de 1922 até a sua morte em 1953, sendo
assim o líder da União Soviética.

06:38
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Wes Craven Filme de terror Wes Craven
MODULAÇÃO EMPRÉSTIMO

Wes Craven é um famoso diretor norte-americano de filmes de terror como


Scream (‘Pânico’, no Brasil) e A Nightmare on Elm Street (‘A Hora do
Pesadelo’, no Brasil).

12:56
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Three Stooges Três Patetas Três Patetas
TRADUÇÃO LITERAL TRADUÇÃO LITERAL

Three Stooges (‘Três Patetas’, no Brasil) foram um grupo cômico norte-


americano. Estrelaram diversos curtas-metragens, com demonstrações físicas
exageradas e por vezes polêmicas da técnica de humor pastelão.

25:46
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Nordstrom’s Loja Nordstrom Nordstrom
EXPLICITAÇÃO EMPRÉSTIMO

Nordstrom é uma rede de lojas de departamento sofisticadas dos Estados


Unidos, que vende desde roupas e acessórios até móveis.

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33:55
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Kurt Cobain Kurt Cobain Kurt Cobain
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Kurt Cobain era um famoso cantor de grunge que fez sucesso nos anos 80 e
90. Era conhecido por ser o vocalista e compositor da banda norte-americana
Nirvana.

38:39
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
West Side Story musical sobre gangues West Side Story
EXPLICITAÇÃO EMPRÉSTIMO

West Side Story (‘Amor, sublime amor’, no Brasil) é uma peça da Broadway,
estreada em 1957, cujo cenário são as ruas na Zona Oeste (o West Side) de
Manhattan, em Nova Iorque, Estados Unidos.

EPISÓDIO 10

00:08
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Rolling Stone Rolling Stone Rolling Stone
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Rolling Stone é uma revista norte-americana bi-semanal dedicada à música e


ao entretenimento.

12:04
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Quaalude Quaalude Hipnotizar
EMPRÉSTIMO MODULAÇÃO

Quaalude é a marca registrada de um remédio que tem efeitos sedativos e


hipnóticos. Foi consumido ilegalmente nos anos 70 na América do Norte.

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17:10
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Rain Man Rain Man Expert
EMPRÉSTIMO ADAPTAÇÃO

Rain Man é o personagem que dá nome ao filme de 1988 do diretor norte-


americano Barry Levinson. Dustin Hoffman faz o papel de um autista que tem
uma memória incrivelmente detalhista.

19:42
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Minnie Pearl Minnie Pearl Minnie Pearl
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Minnie Pearl é uma comediante do programa de televisão americano Hee Haw.


É conhecida por sua marca registrada de chapéus e piadas rurais.

29:33
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Marlo Thomas Marlo Thomas Marlo Thomas
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Marlo Thomas é uma atriz norte-americana conhecida por atuar na série de TV


That Girl nos anos 60.

29:35
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Tina Louise Tina Louise Tina Louise
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Tina Louise é uma atriz conhecida por interpretar Ginger, uma estrela de
cinema, no seriado norte-americano A Ilha de Giligan.

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41:18
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Cheech and Chong Cheech e Chong Tom e Jerry
EMPRÉSTIMO ADAPTAÇÃO

Cheech and Chong eram uma dupla humorística que fazia shows de comédia
stand-up nos anos 70 e 80, nos Estados Unidos. E Tom e Jerry é um desenho
animado criado nos anos 40 nos Estados Unidos, onde o gato (Tom) persegue
o rato (Jerry).

EPISÓDIO 11

04:40
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Evel Knievel somos corajosos A gente não vale nada
MODULAÇÃO TRADUÇÃO LIVRE

Evel Knievel foi um dublê norte-americano muito famoso por seus truques
automobilísticos. Era conhecido por suas performances com motos e também
por ter quebrado mais de 40 ossos em seu corpo.

07:36
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Ginger Spice --- Ginger Spice
OMISSÃO EMPRÉSTIMO

Ginger Spice é o apelido de Geri Halliwell, cantora britânica ex-integrante do


grupo musical Spice Girls.

07:38
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Barbie boneca Barbie
HIPERÔNIMO EMPRÉSTIMO

Barbie é um popular brinquedo infantil, uma boneca cuja criação é datada de 9


de março de 1959. A boneca é produzida pela Mattel.

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25:33
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Great Gatsby Great Gatsby grande Gatsby
EMPRÉSTIMO TRADUÇÃO LITERAL

Great Gatsby é um romance de F. Scott Fitzgerald sobre Jay Gatsby, que


organiza festas glamorosas e é apaixonado por uma mulher casada.

25:35
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Daisy Daisy Daisy
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Daisy Buchanan é a mulher por quem Jay Gatsby é apaixonado no livro de


Fitzgerald, publicado em 1925.

28:27
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Ben Hur Ben Hur Ben Hur
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Ben Hur é um filme norte-americano de 1959, do gênero drama épico bíblico,


dirigido por William Wyler.

EPISÓDIO 12

00:17
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Dr. Dolittle Aos papos com o Dr. Dolittle
morcego
MODULAÇÃO EMPRÉSTIMO

Dr. Dolittle é o personagem principal de uma série de livros para crianças que
virou filme em 1998. Ele é um médico que deixa de atender humanos para
diagnosticar animais, com quem consegue se comunicar.

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00:22
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
OzzFest OzzFest Ozzy
EMPRÉSTIMO MODULAÇÃO

OzzFest é um festival itinerante de rock anual realizado nos EUA,


apresentando diversas bandas de heavy metal. E Ozzy Osbourne é um famoso
músico, compositor e vocalista inglês. Juntamente com sua esposa Sheron
Osbourne, é organizador do festival OzzFest.

01:32
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Sanford and Son Sanford e Filho Econômicas
TRADUÇÃO LITERAL MODULAÇÃO

Sanford and Son é um seriado norte-americano de 1972 em que Red Fox faz o
papel de um comerciante de ferro velho.

05:59
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Pamela Des Barres Pamela Des Barres dona solidária
EMPRÉSTIMO TRADUÇÃO LIVRE

Pamela Des Barres é uma tiete de bandas de rock conhecida por ter
relacionamentos com os roqueiros Mick Jagger, Jimmy Page e Jim Morrison.

41:53
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Jayne Mansfield Jayne Mansfield Jayne Mansfield
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Jayne Mansfield é uma atriz sex symbol americana dos anos 50 e 60 que
morreu num acidente de carro.

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EPISÓDIO 13

08:43
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Laura Mercier Indústria de cosméticos Grief
HIPERÔNIMO TRADUÇÃO LIVRE

Laura Mercier é uma maquiadora francesa que deu nome a uma linha de
cosméticos norte-americana.

08:44
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Demerol sedativos Sedatives
HIPERÔNIMO HIPERÔNIMO

Demerol é a marca registrada nos Estados Unidos de meperidina, narcótico


prescrito para aliviar dores.

09:37
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Adrian Zmed --- ---
OMISSÃO OMISSÃO

Adrian Zmed é um ator da Romênia conhecido nos Estados Unidos por seus
personagens em Grease 2 (‘Grease 2 - Os tempos da brilhantina voltaram’, no
Brasil) e na série de televisão T.J. Hooker (‘Carro Comando’, no Brasil).

09:43
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Amazon Amazon Internet
EMPRÉSTIMO HIPERÔNIMO

Amazon.com é uma empresa de comércio eletrônico dos Estados Unidos. Foi


uma das primeiras companhias com alguma relevância a vender produtos
na Internet.

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21:05
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Don Ho Don Ho Don Ho
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Don Ho era um cantor vietnamita bastante conhecido nos Estados Unidos pela
música Tiny Bubbles.

21:06
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Charo Charo Charo
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Charo é uma cantora, atriz e dançarina latino-americana. É conhecida por suas


apresentações extravagantes e por usar roupas provocantes.

21:07
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
The C&H Pure Cane Aquela marca de açúcar Pura cana de açúcar
Sugar
MODULAÇÃO MODULAÇÃO

The C&H Pure Cane Sugar é uma marca de açúcar vendida nos Estados
Unidos.

EPISÓDIO 14

06:04
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Lyndon Johnson Lyndon Johnson Lyndon Johnson
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Lyndon Baines Johnson foi o trigésimo-sexto presidente dos Estados Unidos


(de 1963 a 1969). Foi durante seu governo que os EUA entraram na Guerra do
Vietnã.

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06:30
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
The Holy Barbarians The Holy Barbarians Os Bárbaros Sagrados
EMPRÉSTIMO TRADUÇÃO LITERAL

The Holy Barbarians é um livro do americano Lawrence Lipton sobre a cultura


Beatnik em Venice Beach, na Califórnia, nos anos 50.

06:38
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Actor’s Studio Actor’s Studio Actor’s Studio
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Inside the Actor’s Studio é um programa do canal de TV americano Bravo,


apresentado por James Lipton, filho de Lawrence Lipton, autor do livro The
Holy Barbarians.

17:29
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Encyclopedia Brown Enciclopédia Brown Enciclopédia Brown
TRADUÇÃO LITERAL TRADUÇÃO LITERAL

Leroy "Encyclopedia" Brown é um detetive fictício, personagem principal de


uma série de livros infantis escrita por Donald J. Sobol nos Estados Unidos.

20:45
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Norma Desmond Diva do cinema Estilo londrino
MODULAÇÃO MODULAÇÃO

Norma Desmond é a personagem principal do filme estadunidense Sunset


Boulevard, interpretada por Gloria Swanson.

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33:18
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Petey the dog Um cachorro Aquele cachorrinho
MODULAÇÃO MODULAÇÃO

Petey the dog era o cachorro da antiga série de TV norte-americana Our Gang.
Petey era famoso por ter um círculo desenhado ao redor de um dos olhos.

33:53
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Columbo --- Columbo
OMISSÃO EMPRÉSTIMO

Columbo é uma série de televisão americana dos anos 70, e nome da


personagem principal, um tenente da Divisão de Homicídios da Polícia de Los
Angeles, interpretado por Peter Falk.

EPISÓDIO 15

09:32
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Susan Faludi Susan Faludi Susan Faludi
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Susan C. Faludi é uma jornalista e autora, ganhadora de dois prêmios, que


escreve para os principais jornais dos Estados Unidos.

25:40
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Othello Otelo Otelo
ACLIMATAÇÃO ACLIMATAÇÃO

Otelo, o Mouro de Veneza é uma obra de William Shakespeare escrita por volta
do ano 1603. Por causa dos seus temas – racismo, amor, ciúme e traição –
continua a desempenhar relevante papel para os dias atuais.

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41:43
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Molière Molière Molière
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Molière foi um dramaturgo francês, além de ator e diretor teatral. É considerado


um dos mestres da comédia satírica.

EPISÓDIO 16

01:18
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Daniel Day Lewis Daniel Day Lewis ---
EMPRÉSTIMO OMISSÃO

Daniel Day-Lewis é um ator britânico, ganhador do Oscar de melhor ator em


1989 pelo seu papel no filme My Left Foot (“O meu pé esquerdo", no Brasil).

03:22
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Hirschfeld Hirschfeld o cara do Times
EMPRÉSTIMO MODULAÇÃO

Albert Hirschfeld foi um caricaturista conhecido por suas sátiras de


celebridades e estrelas da Broadway publicadas no New York Times, jornal
americano muito popular.

07:21
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Jerome Robbins Jerome Robbins Jerome Robbins
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Jerome Robbins era um famoso e versátil coreógrafo norte-americano. Entre


suas inúmeras produções teatrais está West Side Story.

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37:30
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Billy Carter Ovelha negra Ovelha negra
ADAPTAÇÃO ADAPTAÇÃO

William Alton "Billy" Carter era o controverso irmão mais novo do ex-presidente
dos Estados Unidos Jimmy Carter.

EPISÓDIO 17

28:43
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Nicholas Nickleby romance tratado filosófico
HIPERÔNIMO MODULAÇÃO

The Life and Adventures of Nicholas Nickleby, é um longo romance cômico de


Charles Dickens, publicado em formato de série de 1838 a 1839.

31:07
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Hank Williams Hank Williams Hank Williams
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO

Hiram "Hank" King Williams era um cantor e compositor americano ícone da


música country e um dos músicos mais influentes do século XX.

35:06
ORIGINAL LEGENDA DUBLAGEM
Phil Spector Phil Spector ---
EMPRÉSTIMO OMISSÃO

Harvey Philip Spector é um músico, produtor e compositor americano que se


tornou um dos grandes produtores da história da música pop.

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Apêndice B

QUADRO 1. Freqüências das modalidades de tradução utilizadas na tradução


dos termos culturalmente marcados em Gilmore Girls considerando
separadamente as ocorrências na legenda e na dublagem

Legendagem Dublagem
Modalidades N° % N° %
Omissão 3 3 13 13
Empréstimo 63 63 37 37
Aclimatação 2 2 2 2
Explicitação 1 1 - -
Tradução Literal 3 3 5 5
Modulação 11 11 16 16
Hiperônimo 9 9 9 9
Adaptação 6 6 8 8
Tradução Livre 2 2 10 10
TOTAL 100 100 100 100

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QUADRO 2. Freqüência geral das modalidades utilizadas na tradução dos
termos culturalmente marcados em Gilmore Girls

Modalidades N° %
Omissão 16 8
Empréstimo 100 50
Aclimatação 4 2
Explicitação 1 0,5
Tradução Literal 8 4
Modulação 27 13,5
Hiperônimo 18 9
Adaptação 14 7
Tradução Livre 12 6
TOTAL 200 100

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Apêndice C

Resultados da pesquisa, apresentada no terceiro capítulo, seção


3.3.3.1., distribuídos em gráficos com a finalidade de estabelecer uma
comparação.

Preferência geral:

Número de entrevistados: 100

Total

48%
Dublados
Legendados
52%

Preferência parcial:

Número de entrevistados: 38

Idade (12 a 30 anos)

39%
Dublados
Legendados
61%

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Número de entrevistados: 29

Idade (31 a 50 anos)

48%
Dublados
Legendados
52%

Número de entrevistados: 33

Idade (51 a 70 anos)

42%
Dublados
Legendados
58%

Número de entrevistados: 33

Ensino Fundamental Completo

36%
Dublados
Legendados
64%

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Número de entrevistados: 34

Ensino Médio Completo

44%
Dublados
Legendados
56%

Número de entrevistados: 33

Ensino Superior Completo

42%
Dublados
Legendados
58%

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Anexo A

Disponibilizamos aqui, a título de ilustração, o guia de “Guilmorismos”


referente à terceira temporada da série. No livreto estão dispostas, em ordem
alfabética, as referências culturais mencionadas ao longo dos 22 episódios da
temporada, a indicação do episódio em que aparecem e alguns comentários
dos produtores da série em relação às citações.

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Anexo B

Ficha Técnica do Seriado

As sete temporadas do seriado Gilmore Girls foram lançadas no Brasil


em DVD com legendas em português, inglês e espanhol, e dublagem em
português. Cada temporada é composta de 22 episódios de aproximadamente
40 minutos de duração. Os 17 episódios da terceira temporada da série (nosso
corpus) foram originalmente exibidos nos Estados Unidos de 24/09/2002 a
15/04/2003.

Segue abaixo a ficha técnica referente aos episódios utilizados em


nosso trabalho.

Autores: Amy Sherman-Palladino, Daniel Palladino, Janet Leahy, John


Stephens, Justin Tanne, Sheila R. Lawrence.

Diretores: Amy Sherman-Palladino, Carla McCloskey, Chris Long, Gail


Mancuso, Jamie Babbit, Joe Ann Fogle, Kenny Ortega, Steve Robman.

Personagens Principais21: Rory Gilmore (Alexis Bledel), Lorelai Gilmore


(Lauren Graham), Kirk Gleason (Sean Gunn), Jess Mariano (Milo
Ventimiglia), Lane Kim (Keiko Agena), Emily Gilmore (Kelly Bishop), Richard
Gilmore (Edward Herrmann), Michel Gerard (Yanic Truesdale), Sookie St.

21
Nessa seção, bem como nas seções seguintes (Personagens Secundárias e Artistas
Convidados) estão dispostos os nomes fictícios da série e em seguida, entre parênteses, o
nome do artista.

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James (Melissa McCarthy), Luke Danes (Scott Patterson), Dean Forester
(Jared Padalecki), Paris Geller (Liza Weil).

Personagens Secundárias: Miss Patty (Liz Torres), Mrs. Kim (Emily Kuroda),
Jackson Melville (Jackson Douglas), Taylor Doose (Michael Winters), Andrew
(Mike Gandolfi), Madeline Lynn (Shelly Cole), Hanlin Charleston (Dakin
Matthews), Christopher Hayden (David Sutcliffe), Louise Grant (Teal
Redmann), Babette Dell (Sally Struthers), Dave Rygalsky (Adam Brody), Mrs.
Kim (Emily Kuroda), Brian (John Cabrera), Zach (Todd Lowe), Gypsy (Rose
Abdoo), Rev. Archie Skinner (Jim Jansen), Morey Dell (Ted Rooney), Trix
Gilmore (Marion Ross), Nicole Leahy (Tricia O'Kelley), Lindsay Lister (Arielle
Kebbel), Brad Langford (Adam Wylie), Max Medina (Scott Cohen).

Artistas Convidados: Jamie (Brandon Barash), Barbara Boxer (Herself),


Doug Ose (Himself), Shane (Jessica Kiper), Francie Jarvis (Emily Bergl),
Darren Springsteen (Granville Van Dusen), Carol Springsteen (Tinsley Grimes),
Mr. Hunter (Jay Krich), Rose Samuels (Karen Bankhead), Jennifer Springsteen
(Jeanette Brox), Jack Springsteen (Matt Newton), Marie Springsteen (Anita
Finlay), Debbie Fincher (Heidi Swedberg), Peyton Sanders (Jon Hamm), Dwight
(Jason Kravits), Sherry Tinsdale (Mädchen Amick), Caesar (Christopher
Grey), Rabbi David Barans (Alan Blumenfeld), Alex Lesman (Billy Burke),
Young Christopher (Phillip Van Dyke), Young Lorelai (Chelsea Brummet), Doug
Doose (Adrian Sparks), Young Chui (Samson Yi).

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Anexo C

Para facilitar a análise do corpus do presente trabalho, as cenas que


contêm os casos contrastados foram compiladas e gravadas em um DVD na
seqüência em que aparecem no quinto capítulo.
As legendas e a dublagem podem ser inseridas por meio de um
mecanismo presente nos aparelhos de DVD.

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