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3 de março de 2001
Um método de elementos finitos para o
sistema axissimétrico de Stokes em
três campos usando elementos
triangulares
1
2
Porque Deus há de trazer a juízo toda obra, e até tudo o que está encober-
to, quer seja bom, quer seja mau.’
dia, não apenas porque o vejo, mas porque graças a ele eu vejo tudo ao
redor.’
Agradecimentos:
Inicialmente, agradeço a Deus. Sem Ele, nada teria sido possível. Bendito seja
o Seu Santo nome;
Aos meus pais, Sergio e Madalena, e meu irmão, Fabio, por todo apoio que
deram, principalmente nos momentos difíceis;
trabalho;
Aos professores Marco Antônio Monteiro Silva Ramos, Maria Laura Martins
Costa e Rogério Martins Saldanha da Gama, que aceitaram o convite para com-
Aos amigos do mestrado, em especial à Daniela dos Santos Rocha, pelo apoio,
pela força e pela ajuda;
Resumo:
Abstract:
1 Preliminares 16
1.1 Introdução e motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.2 Organização do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.3 Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.4 Princípios de conservação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.4.1 Princípio de Conservação de Massa . . . . . . . . . . . . . . 31
2.4.2 Princípio de Conservação de Momentum . . . . . . . . . . . 31
2.5 Modelos constitutivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
2.5.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
2.5.2 Fluidos de Reiner-Rivlin e newtonianos . . . . . . . . . . . . 33
2.5.3 Fluidos viscoelásticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.5.3.1 Modelos Lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
5
SUMÁRIO 6
3 O Método Proposto 37
3.1 O Problema de Stokes em três campos . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4 Resultados numéricos 48
4.1 Stick-Slip . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.2 Contração Brusca 4:1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
4.3 Contração Suave 4:1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
5 Comentários finais 79
5.1 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
5.2 Perspectivas futuras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
Lista de Figuras
problema Stick-Slip. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
4.3 Comportamento de
ao longo de , usando a malha SS728, no
problema Stick-Slip. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
4.4 Comportamento de ao longo de
, usando a malha SS728, no
problema Stick-Slip. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
4.5 Comportamento de ao longo de
, usando a malha SS728, no
problema Stick-Slip. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
4.6 Comportamento de ao longo de , usando a malha SS728, no
problema Stick-Slip. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
4.7 Comportamento de ao longo de , usando a malha SS728, no
problema Stick-Slip. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
7
LISTA DE FIGURAS 8
11
Notação
)
Parâmetro adimensional característico do modelo viscoelástico.
Largura dos dutos nos problemas teste.
243
57698;: Espaço de Hilbert contendo a função e sua derivada primeira.
2=<
5 698;: Espaço de Hilbert contendo a função, suas derivadas primeiras e segundas.
243
5?> 3 6@8;: Espaço de Hilbert contendo a função e sua derivada primeira e integral
nula.
243
5?> AB6@8;: Espaço de Hilbert contendo a função, suas derivadas primeiras e segundas,
e integral nula.
C
698;: Espaço das funções que se anulam sobre 8 .
D
Tensor identidade.
12
LISTA DE TABELAS 13
EF<
6@8;: Espaço das funções quadrado-integráveis sobre 8HG
E 3
Comprimento de um duto, usado para definir a geometria dos problemas
resolvidos.
E <
Comprimento de um duto, usado para definir a geometria dos problemas
resolvidos.
EFI
Comprimento de um duto, usado para definir a geometria dos problemas
resolvidos.
JLK
Família de partições de elementos finitos.
/. M
Vetor normal exterior a N 8HG
Pressão.
O
Espaço funcional do campo de pressões.
OPK
Subespaço do espaço de funções para pressões.
R I
Espaço vetorial tridimensional.
S R I
Domínio axissimétrico contido em .
T
Espaço funcional do campo do tensor extra de tensões.
TK
Subespaço do espaço de funções para o tensor extra de tensões.
U
Tempo de retardo de deformações.
/.
Velocidade.
V
Gradiente de velocidade.
LISTA DE TABELAS 14
/X. W
Função teste para o campo de velocidade.
Y
Espaço funcional do campo de velocidades.
YZK
Subespaço do espaço de velocidades.
/.
! Zero vetorial.
] Viscosidade.
] 3 Viscosidade viscoelástica.
_
Tempo de relaxação do fluido.
_7`
Coordenada baricêntrica do elemento.
a Massa específica.
b
Tensor de densidade de momento do fluxo.
d Função-bolha de e G
fhg
Espaço vetorial gerado pelo conjunto de tensores linearmente indepen-
S
dentes de segunda ordem sobre G
S
8 Meia seção meridiana de G
8 Fecho de 8 .
N 8 Fronteira de 8HG
Ci
N 8 3 Complemento com respeito a N 8 da porção do eixo contido em 8 .
Capítulo 1
Preliminares
Um material pode ser caracterizado como um fluido se, sob a ação de forças finitas, a
deformação do mesmo cresce contínua e indefinidamente com o tempo. Um material
é, então, tido como sólido se o mesmo não sofre tal deformação.
Os materiais encontrados na natureza normalmente podem ser classificados nos
extremos clássicos, que são os fluidos viscosos newtonianos ou os sólidos elásticos
lineares.
Um fluido newtoniano pode ser descrito através de dois parâmetros, a saber: a
viscosidade dinâmica e a massa específica. A viscosidade é uma medida do atrito
intrínseco entre as moléculas do fluido e a massa específica é a razão entre a massa do
16
CAPÍTULO 1. PRELIMINARES 17
autores mostram através de uma série de exemplos que a boa performance do método
apresentado pode ser estendido para casos axissimétricos, embora não justificaram tal
afirmativa.
Escoamentos axissimétricos ainda são objeto de muito estudo, sendo difícil encon-
trar na literatura especializada material a respeito. Apenas há poucos anos esse tipo de
/.
o campo de velocidade "
/.
onde a é a massa específica de um fluido, é o campo de velocidades e
+
representa a derivada total, temporal e espacial.
1. Viscosidade constante;
2. Escoamento isotérmico;
3. Regime permanente;
V /.
Equação de balanço de massa: G !
CAPÍTULO 1. PRELIMINARES 19
V V
Equação de balanço de momento linear: . G j kl !
/. 0
. V G j V k
/. o
=%n ] \ 6 : em 8 (1.3)
V /.
G $!
/ /|. 0
. n ] V G\ 6 . : j V { o
V /. em 8 (1.5)
G $!
u u
com as condições de contorno encontradas em ( G|} ). A resolução do sistema 6 G~: -
u
6 GX}: por métodos de elementos finitos mistos do tipo velocidade-pressão tem sido
CAPÍTULO 1. PRELIMINARES 20
estes envolvem graus de elasticidade não desprezíveis. Logo, devemos inicialmente es-
colher uma lei constitutiva para o tensor extra de tensões que esteja baseado na Teoria
do Contínuo. Temos que, em geral, não é possível eliminar o grau de elasticidade do
u
sistema de equações que descreve o problema, em 6 GXyz: .
/. 0
. V G j V k o
V . / em 8 (1.6)
G $!
O tensor extra de tensões pode ser decomposto em duas partes, uma componente
viscoelástica e uma componente newtoniana, a saber:
5 3 /.
_ E 3
U %n ] 3 \ 6 : j 6 : em 8 (1.8)
/.
< %n ] < \ 6 : em 8 (1.9)
u u _
Nas expressões 6 GXz: . 6 G
z: , temos que
! é um parâmetro característico
do fluido viscoelástico conhecido como tempo de relaxação do fluido, e ] 3 e ] < são
frações da viscosidade ] do fluido, a saber, viscosidade cinemática e dinâmica respec-
tivamente. Temos também que
CAPÍTULO 1. PRELIMINARES 21
5 3 u u (
mZ 3 V 3 /. v . ( v V /. V /. v j v V /. V /.
U Uj 6 : j x 3 j 6 :w 3x. x 6 : 3j 36 :w x
m n n
(1.10)
v. u u
a derivada corotacional de 3 definida para todo parâmetro adimensional ( " x.
E
Se tomarmos que o parâmetro adimensional do método, ( , e 6 3 : são nulos, o
problema recai no limite linear, que é o caso do fluido newtoniano.
Alguns exemplos de modelos viscoelásticos que podem ser descritos na forma ger-
u u u
al 6 G: . 6 G : . 6 GX
z: são:
u E
o modelo de Maxwell convectado superior: ( " ] < !#" 6 3 : . 3
E
o modelo de Oldroyd: ] < !#" 6 3 : . 3
u E
o modelo de Oldroyd-B: ( " ] < !#" 6 3 : . 3
u E
o modelo de Giesekius: ( " 6 3 : . 3 . 67: [
u E
o modelo de Phan Tien- Tanner: ( " 6 3 : .7 + Z@ 3
u u u u
De modo geral, na resolução do sistema 6 GXz: - 6 G: - 6 G: - 6 G
: por métodos de
u
A característica hiperbólica da equação 6 G: quando consideramos um sistema
/.
em 3 com fixo;
E _
O caso limite quando 6 3 : r! .
CAPÍTULO 1. PRELIMINARES 22
/. 0
. V G 3 j V
3 j
_ v V 3 /. . V /.
6 :
V /.
6 : 3 . 3 6 :wx n ] 3 \ 6 /. : o em 8 (1.11)
V /.
G r!
_=
para todo ! , e as condições de contorno
/. /.
$ A sobre m 8 " o
D /. M (1.12)
6 3 . : r! sobre m 8 3 "
u uu u u
Supondo que pretendemos resolver, via elementos finitos o sistema 6 G : -6 G n :
_ _
para todo ! , é razoável supor que sejamos capazes de resolvê-lo para %! . Sob
u u
este ponto de vista, veremos que o sistema 6 Gy: - 6 G|}: representa uma linearização do
u uu u u
sistema 6 G : - 6 G n : . Observamos que em casos como esse o estudo do sistema de
Stokes em três campos é realmente básico para o tratamento do sistema não linear,
no sentido que métodos que não dão resultados no primeiro caso, falharão também no
estudo numérico deste último.
u u u
No caso de modelos descritos por 6 G: - 6 G: - 6 GX
z: para os quais ] < r
! , embora
do ponto de vista qualitativo os resultados finais de convergência não são necessaria-
mente os mesmos, é inútil se esperar obter bons resultados numéricos para o caso de
fluidos viscoelásticos com métodos de elementos finitos que falham na aproximação
u
do sistema linear 6 Gyz: . Aliás, pelo menos no caso onde ] < ! a recíproca é ver-
CAPÍTULO 1. PRELIMINARES 23
dadeira. Outro exemplo expressivo de modelo viscoelástico onde ocorre tal situação,
quando aproximamos por elementos finitos o sistema que descreve um escoamento
u
que verifica 6 GXz: , é o de Johnson-Segalman, onde
/.
_
j U n ] t 6 : "
,
sendo - é uma derivada objetiva de definida por
+
/.
mZ V ) v V /. V /. u ) v V /. V /.
U U j 6 : j j 6 :w x . 6 . : 6 : j 6 :wx
m
) ) v u
onde um parâmetro adimensional tal que !#" x . Nos casos extremos, onde
) ) u
r! e , recaímos nos modelos de Maxwell convectado superior e inferior,
respectivamente.
u
Seja agora um escoamento em 8 de um fluido Oldroyd-B verificando 6 GXz: . Partic-
ularmente vamos considerar o seguinte problema: dado um campo de forças de corpo
/1. 0 . /
, encontrar , e 3 que satisfazem
/ /1. 0
. V G 3 . n ] < V G\ 6 . : j V
3 j
_ v V 3 /. . V /.
6 :
V /.
6 : 3 . 3 6 :w x n ] 3 \ 6 /. : o em 8 (1.13)
V /.
G r!
_=
para todo ! , e as condições de contorno
/. /.
A sobre m 8 " o
V /. D /. M (1.14)
6 3 j n ] < G \ 6 : . : ! sobre m 8 3 "
/. /1. 0
. V G 3 . n ] < V G\
6 : j
V
/. o
3 n ] 3 \ 6 : em 8 (1.15)
V /.
G r!
u u
com as condições de contorno dadas em 6 G }: .
Um método de elementos finitos mistos em dois campos clássico, isto é, em veloci-
u u
dade e pressão usado na resolução do sistema 6 G~: - 6 GX}: discretizado, é teoricamente
u u u u
capaz de gerar aproximações convergentes para o sistema 6 G ~: - 6 G }: , independen-
temente do tipo de interpolação escolhida para o tensor 3 . Entretanto, na prática
observa-se que a escolha correta deste último, para o caso puramente de três campos
u u
(baseando-se no estudo de aproximações para o sistema 6 GXyz: - 6 GX}z: ) produz resul-
ca, pois não elimina o tensor extra de tensões. Restringimos o nosso trabalho ao limite
linear do problema, o fluido newtoniano.
Carneiro de Araujo e Ruas propuseram um método de elementos finitos denotado
por T15 em [11], que mostrou-se estável para a simulação de escoamentos viscoelás-
CAPÍTULO 1. PRELIMINARES 25
fluidos newtonianos, que denotaremos como T11. O elemento misto adotado con-
tém elementos triangulares e subparamétricos biquadráticos (P2) para a velocidade e
isoparamétricos lineares (P1) para a pressão e tensão. A diferença está nas funções-
bolha, colocadas nos elementos de tensão de modo a estabilizar o resultado final (figu-
ra 1.2). As funções-bolha são utilizadas para estabilizar o resultado, e recebem esse
nome porque se anulam sobre as arestas do elemento, tendo valor não nulo no interior
do mesmo.
como os problemas ‘Stick-Slip’, Contração Brusca 4:1 e Contração Suave 4:1. Final-
mente, no capítulo 5, faremos alguns comentários sobre a solução e o método proposto.
Capítulo 2
2.1 Introdução
Um fluido pode ser definido como um contínuo, onde não encontramos ‘buracos’ ou
26
CAPÍTULO 2. REVISÃO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS 27
m W V b
U 6a : . G (2.1)
m
b D W¢&W
¡ j a (2.2)
b
onde é a pressão e é o tensor de densidade de momento do fluxo, que é uma
transferência reversível de momento. Podemos então obter a equação de movimento
de um fluido viscoso subtraindo um termo da tensão de cisalhamento na equação
6 n Gn : :
b D W¢&W W¢&W
¡ j a . £ . T j a (2.3)
O tensor
T D
. j (2.4)
D
onde é a pressão, é o tensor identidade e a tensão extra, que nos garante que a
transferência de momento é irreversível.
Um fluido em repouso tem a tensão extra nula, pois não há tensões de cisalhamento.
Um fluido ideal é uma classe específica de fluido, que não está sujeito a tensões de
cisalhamento, mesmo quando está em movimento. Logo, nesse caso, a tensão extra
T . D . Os
é nula (¤! ), e a equação constitutiva do fluido ideal resume-se a
fluidos ideais são apropriados para o início dos estudos em Mecânica dos Fluidos, por
sua simplicidade. Em muitos casos, assumir que um fluido é ideal pode ser útil para
descrever certos tipos de fluidos reais, mas não para todos, pois em alguns casos os
W
c ^¦¥ (2.5)
¥z§
W
onde ^ é o coeficiente de viscosidade, c é a tensão de cisalhamento do fluido, e ¥ é
¥z§
o gradiente de velocidade do fluido.
Como podemos ver, a constante ^ é um coeficiente de proporcionalidade entre a
tensão e o gradiente de velocidade. Todos os fluidos que obedecem a essa equação
são conhecidos como fluidos newtonianos. A maior parte dos fluidos encontrados na
natureza, como o ar, a água, óleos minerais e vegetais são fluidos dessa classe.
Mas algumas soluções industriais, como tintas, solventes e polímeros fundidos são
fluidos não-newtonianos, visto que, no caso deles, a viscosidade não é um coeficiente
original depois de um certo período de tempo. Essa mesma memória pode ser des-
de nula até total, de acordo com quanto o mesmo ‘lembra-se’ da sua configuração de
referência. Exemplos de corpos com memória total, perfeita, são os sólidos elásticos
lineares, que obedecem à Lei de Hooke: ¨© .ª . Os fluidos puramente viscosos são
o outro extremo, que não tem nenhuma memória. Os fluidos que tem memória parcial
são os fluidos viscoelásticos.
Um fluido puramente viscoso é um fluido onde as forças viscosas são as mais inten-
sas, e neles uma tensão é gerada se o total da deformação está em constante mudança.
Assim, um fluido puramente viscoso pode ser reconhecido notando que no seu estado
atual, embora a massa específica tenha se mantido constante, não há memória dos seus
estados passados.
A compressibilidade de um fluido é a possibilidade da ocorrência da variação de
volume do fluido. Logo, um fluido incompressível é aquele onde não há variação de
2.3 Histórico
O primeiro a propor uma definição para fluidos puramente viscosos foi Lord Stokes
0
= 6\: (2.6)
logo,
T D 0 0 C
. j 6\: 6\: (2.7)
onde é a pressão.
Stokes obteve uma descrição para fluidos isocóricos, aqueles que tem o seu volume
invariante. Em 1868, Boussinesq propôs que a tensão dependia do tensor de rotação
«
, assim como da taxa de deformação \ , criando uma generalização do trabalho de
Stokes, e provando que a definição intuitiva do seu antecessor estava certa.
Generalizando ainda mais, podemos afirmar que a tensão também depende da ve-
° «
locidade ¬ e do gradiente da velocidade ®° ¯ , através dos tensores \ . Desse modo,
®
a equação constitutiva ( n G ) é generalizada na forma abaixo:
T O D 0 «
. 6 a : j 6 a \ " " ¬ : (2.8)
com a condição
0 C C
6a " " "²± : r!
formas diferenciais.
CAPÍTULO 2. REVISÃO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS 31
O princípio de conservação de massa afirma que, dada uma região fixa através da
geometria por onde escoa um fluido, o aumento da massa nesta região é igual a quanti-
dade de massa que atravessa a fronteira dessa região. Esse balanço de massa é expresso
na sua forma diferencial pela equação:
a
V /.
U
j a G ! (2.9)
a:
V /.
G r!
0
a G µN U . V j V G j a (2.10)
N
/1. 0
onde é um campo de forças de corpo que age sobre o fluido.
M´ U ( M U
Para fluidos incompressíveis 6 a ¶
³± : , em escoamentos com regime per-
/. V V
! . j G (2.11)
2.5.1 Introdução
T D
. 6a : j 6a "\: (2.12)
D
onde a é a densidade do fluido, é a pressão, é o vetor identidade e a tensão extra.
¹¸ 6 \ :
que é bem restritiva: assume que a tensão em um ponto do espaço e em um certo
instante de tempo é função do tensor \ no mesmo ponto e mesmo instante de tempo,
ou seja: todas as outras deformações no mesmo instante de tempo são desprezíveis.
O princípio de Mecânica do Contínuo conhecido como princípio da objetividade
T D <
6. j NA: j N 3\ j N<\ (2.13)
T _ U \ D
6. j : j n ] \ (2.14)
_
onde " e ] são funções de a , sendo ] a viscosidade. Tratando-se de um fluido
U u
newtoniano incompressível, temos que \
! , e 6 n G zy : passa a ser expressa por
CAPÍTULO 2. REVISÃO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS 34
T D
. j n ] " (2.15)
Temos que os fluidos puramente viscosos (Reiner-Rivlin) não tem memória alguma, e
podemos observar, em termos não rigorosos, os sólidos elásticos como materiais que
possuem uma memória perfeita. Podemos então teorizar que existem materiais que se
o tensor extra de tensões não é mais uma função linear, mas descrevem efeitos
viscosos e elásticos do escoamento do fluido em questão;
descrito por
_ mZ
j U rn ] \ (2.16)
m
_
onde é um tempo de relaxação de tensões e ] é a viscosidade do fluido.
Outro modelo obtido do mesmo modo é o de Jeffreys, expresso pela relação
_ mZ U m \
j U %n ] 6 \ j U : (2.17)
m m
U
onde um tempo de retardo de deformações e ] a viscosidade.
Outros modelos lineares foram propostos na literatura.
_ mZ 3 V /. v V /. V /. /.
= U j 6 3: . 6 : 3 j 36 :w x . n ] 3\ 6 : j 3 (2.18)
m
CAPÍTULO 2. REVISÃO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS 36
_ mZ 3 V /. v V /. V /. /.
= U j 6 3 : j 3 j 6 :w 3 x . n ] 3 \ 6 : j 3 (2.19)
m
Oldroyd:
/. u . (
_ mZ 3 V v V /. V /.
£ U¼j 6 3: j 6 : 3 j 6 : w 3 x
u m( /. /. n /. (2.20)
. 6 j : v6V
V
: 3 j 3 6 :w x . n 6] < . ] 3 :\ 6 : j 3
n
Oldroyd-B:
_ mZ 3 V /. v V /. V /. /.
= U j 6 3: . 6 : 3 j 3 6 :w x . n 6] < . ] 3:\ 6 : j 3 (2.21)
m
Vários outros modelos tem sido propostos na literatura, citaremos alguns mais utiliza-
_ mZ 3 V /. v V /. V /. /. ¾ 3
= U j 6 3 : . 6 : 3 j 3 6 : w x . n ] 3 \ 6 : .½ + (2.22)
m
Modelo de Giesekus:
_ m 3 V /. v V /. V /. /.
= U j 6 3 : . 6 : 3 j 3 6 :wx . n ] 3 \ 6 : . 3 . À6 ¿ ] : [ (2.23)
m
Capítulo 3
O Método Proposto
tendo uma intersecção vazia com o mesmo. Assumimos que Ï 3 e Ï < são superfícies
i M´ U ( M U
completamente contidas em dois planos distintos, definidos por ³± (figura
3.1).
37
CAPÍTULO 3. O MÉTODO PROPOSTO 38
(1) Z
Ó Ô¶
Ô¶ Ó Ô¶ Ó ÔÓ Ω
ÔÓ¶Ô¶ Ó Ô¶ Ó ÔÓ
ÔÓ¶Ô¶ Ó Ô¶ Ó ÔÓ
ÔÓ¶Ô¶ Ó Ô¶ Ó ÔÓ
ÔÓ¶Ô¶ Ó Ô¶ Ó ÔÓ
R ÔÓ¶Ô¶
ÔÓ¶Ô¶
ÔÓ¶Ô¶
Ó Ô¶
Ó Ô¶
Ó Ô¶
Ó ÔÓ
Ó ÔÓ
Ó ÔÓ
(3)
ÔÓ¶Ô¶ Ó Ô¶ Ó ÔÓ
ÔÓ¶Ô¶ Ó Ô¶ Ó ÔÓ
(2)
r
Figura 3.1: Exemplo deÜ
Õ
Öµ×ÙØ Ú geometria
Û?ÝÕÞ×FØrÚonde ocorre
ßàÝáÕ9âz×Ù ØÚã um escoamento.
to.
o escoamento é axissimétrico.
Segue então que os campos de velocidade, pressão e do tensor extra de tensões são
ö
independentes de æÌð Se ñò , ñZó e ñô são as componentes do campo de velocidade õ ñ do
Õ × Ø$ú
escoamento em um ponto ïø÷áùµ÷áæ de ä , ñô em ä , e ñó e ?û üó ý são nulas sobre o
û
eixo de simetria îï . Conseqüentemente, o domínio desse problema pode ser restrito a
apenas uma meia seção meridiana de äºð
CAPÍTULO 3. O MÉTODO PROPOSTO 39
r δΩ 1
Ω
z
δΩ− δΩ 1
um campo de forças de corpo õ pode ser descrito pelo sistema de equações de Stokes
Õ
Ö â × Õ Ö ×
encontrado em ð , com as condições de contorno dadas por ð .
CAPÍTULO 3. O MÉTODO PROPOSTO 40
/. u 2 < uI
2 3 I I
.
1. a solução 6 "Ù" : de 6 GXyz: 6 XG }: pertence ao espaço 6 5#@6 8;: : 6 5Z698;: :
243
5#6@8;: ,
/. 0 EÙ< I
2. pertence ao espaço 6 56@8;: : ,
no qual
E < p W W < i o
6 : ¥ ¥ ǼÆ
56@8;: (3.1)
W W
2 3 p W µW m m E < o
57698;: " i " 5 698;: (3.2)
m Zm
V /. W i V /. W i /. 0 /. W i /. W Y
.
6 G :?G ¥ ¥ j G ¥ ¥ G ¥ ¥ "! " (3.4)
v . ] \ /. i c T "
n 6 :x [c ¥ ¥ r!ø"
! (3.5)
CAPÍTULO 3. O MÉTODO PROPOSTO 41
V /. Q i Q O "
6 G : ¥ ¥ r !#" ! (3.6)
Y R I
onde é o espaço de campos vetoriais sobre o espaço definido por
Y 23 23
C
2 3 p W 2 3
E <5 @6 8;: W ! ´ ± ) m 8 o
5?> A 698;: 5 6@8;:
C p W ËW
o
698;: !
"
8
S
T é o espaço de campos tensoriais simétricos de segunda ordem sobre definido
por
T Ä $ '
E <
ÃÃÃ = ZB" Z
"·7 B"·Z 5 6@8;: ÃÃÃÃ "
$% '
à Z 7 ! (3.7)
ÃÃÅ )
ÃÃ
! ! Z ,
#$
/. ¢ /. /. ¢ /. /. ¢ /. &('
S I
do espaço de tensores de segunda ordem sobre , munido do produto interno
U i
[c 6 c +: ¥ ¥
V /. W i /. W i /. W /. M ´ /. W Y
. [ \ 6 : ¥ ¥ j
6 G :?G ¥ ¥ G ¥ (3.9)
®
CAPÍTULO 3. O MÉTODO PROPOSTO 42
/X. W /. M
onde \ 6 : é o tensor taxa de deformação e é o vetor normal exterior a m 8 .
u
Entretanto, levando em consideração as condições de contorno 6 GX}: , verifica-se
que:
/. W /. M v W W M ´ v W W M ´
G Z
j Z
x ¥ j Z j 7 x ¥ ! (3.10)
® ® ®
W W
W ] 6 m j m i : r! sobre o eixo de simetria, pois W h!
pois ¦! sobre m 8 3 , Z
s
m m
sobre m 8 e ® r! sobre m 8 . m 8 . 3 .-0/
®
Por outro lado, a regularidade de m 8 implica em
G ¥ ¥ j G ¥ (3.11)
Nota-se que
/. W /. M ´ W M W M ´
G ¥ 6 j : ¥ r!
W W ® M
pois q%! sobre m 8 , ¦r! sobre m 8 3 e sobre o eixo de simetria, ; r! (figura
3.3).
u uu uu
Substituindo 69y#GX
z: e 6@y#G
: em 69y#GX}z: , levando-se em consideração 69y#G ! : e 6@y#G : ,
u u
obtém-se a formulação variacional do problema 6 Gyz: - 6 GX}z: :
G x ¥ ¥ G ¥ ¥ " "
u
v [c . \ /. [c i c T " o
]n 6 : 6 : x ¥ ¥ #! " (3.12)
Q 6 V G /.
i
: ¥ ¥ #! " Q O "
CAPÍTULO 3. O MÉTODO PROPOSTO 43
n=(0,-1) z
n ,n
z r
Figura 3.3: Geometria e o vetor normal
diâmetro máximo dos elementos de 2;4 , associamos a cada 254 três subespaços, <=4>@?A4CBEDF4 ,
de <G>H?IBJDK> respectivamente. Logo, a sequência de aproximações correspondentes
ao problema LNMPORQ8S7T é definido por:
V
Encontrar W
L(U 4>FXY4>YZY4[T]\^<Y4`_?A4`_aDb4Hc
XY4gcx
U
W
hL U 4[Tyc7x > v=x\?A4> 6 (3.13)
S[w
de}| |
V p3qp3qrHs{z
W
lORU 4 > v \aDb47>
~
Os espaços <4 e DF4 satisfizerem a clássica condição inf-sup ([4], [9]), ou seja,
a condição de compatibilidade existente entre o espaço de pressão D e o de
CAPÍTULO 3. O MÉTODO PROPOSTO 44
Y
velocidade, G Logo, existe ! tal que
¿
Q V G /|. W i
M 0 ´ ¥ ¥
Q A > /. W 3 >
È
/|. W ZY K (3.14)
Qº OPK
J
¿
/.
Q /. W
!
!
Y K TK
Os espaços e satisfizerem a condição de compatibilidade,
existe ! tal que
c [ t 6 /. W : i
M 0 ´ ¥ ¥
/. W z /. W
È (3.15)
K c TK 3> c A>
J
/.
/X. W c !
!
nas quais
i
Q A> v
<
6Q : ¥ ¥ x
(3.16)
i
c A> v
U
6 øc c
w : ¥ ¥ x
(3.18)
K K YZK
onde
é qualquer espaço que contenha o subespaço
, de , tal que:
K p /. W YK
Q V G /. W i !#" Qº O K o
¥ ¥ (3.19)
u u
Vale notar que as condições 69y#G }: e 6@yøG ~: são verificadas no caso contínuo. No
u
caso discreto, apenas a condição 6@y#G }: é verificada, sendo necessária a verificação
u
da condição 6@yøG ~: para cada caso. Recentemente, Tabata [25] desenvolveu a prova
u
formal da condição 69y#G ~: para o caso axissimétrico.
CAPÍTULO 3. O MÉTODO PROPOSTO 45
Definiremos a seguir os espaços de elementos finitos que serão empregados nesse tra-
J K
balho. Dada uma família de partições de elementos finitos de 8 , constituída por
triângulos não-degenerados e , usaremos, além do sistema de coordenadas definidas
_ _ _ I
na seção 3.1 as coordenadas baricêntricas 6 3 " < " : para pontos de 8 . Recordamos
_` _7` i i
que as coordenadas baricêntricas 6 " : de um ponto 6 " µ" Á : 8 , com
g ` i` ` JK u
respeito aos vértices ( 6 "
"Á : de um triângulo e " É É y , são
definidas por:
_7` O 3 7_ ` g ` u
6@8;: " 6 ( : rN para É " É y
A
O i u
onde 3 6@8;: é o espaço dos polinômios nas variáveis " de grau É com
I 8 . Além disso:
coeficientes reais sobre I
_Z` u O
3 6@8;: = g ` _7`
" k ` 6 ( :
` 3 " Ì
3
e
p i 7_ ` i u u o
6 " µ"qÁ : 8 ! É
e 6 "· : É " É É y
6 B" À"²! : 6 68 :: (
O i
onde < 6 e : é o espaço de polinômios contínuos de grau É n nas variáveis e ,
com coeficientes reais sobre e ;
O K OÜK O K ] O
é o espaço definido por: , com
OPK p A g O 3 JLK o
68 : 6 e : " e
TK
é o espaço definido pela soma direta:
TK T KA T g3
H
g
(3.20)
CAPÍTULO 3. O MÉTODO PROPOSTO 46
T KA
onde é um subespaço de T definido por:
p I I I I
T KA A 6O 3 6e :: JLK o
6 6 8;: :
N " e
( (3.21)
S
tensoriais simétricos de segunda ordem sobre :
T 3 p g fhg S o
e £r! em . e
(3.22)
f¦g
onde é o espaço vetorial gerado pelo conjunto de onze tensores linearmente
S p o
3 " G GG " 33 , cujos componentes com re-
independentes de segunda ordem sobre ,
speito à base 6@yøGz: são:
#$ & ' #$ & ' #$ & '
$ ' $ ' $ '
$
$ ! ! '
'
$
$ ! ! '
'
$
$ ! ! '
'
3
$
$%
'
'
<
$
$%{
'
' I $
$%{. i
'
'
! ! ! ! ! ! ! ! !
) ) )
! ! ! ! ! ! ! ! !
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! ! ! ! ! ! ! ! !
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$
$ ! ! ! '
'
$
$ ! ! ! '
'
$ ' $ '
3A 33
$% ' $% '
! ! ! ! ! !
d
) )
! ! ! !
_ 3_ <_ I
onde d é a função-bolha de e definida por: d . As funções-bolha são
CAPÍTULO 3. O MÉTODO PROPOSTO 47
Resultados numéricos
na saída do canal dificulta fortemente a solução numérica, visto que a mesma intro-
duz uma singularidade. O segundo, Contração Brusca, consiste um canal com raio
seguido de um estrangulamento onde o raio diminui para ¦ . No caso do problema
M
que estamos simulando, consideramos } , ou seja, uma Contração Brusca 4:1. Na
zona de transição, onde se dá o estrangulamento abrupto da geometria, ocorrem altos
48
CAPÍTULO 4. RESULTADOS NUMÉRICOS 49
z
Figura 4.1: O problema Stick-Slip
4.1 Stick-Slip
i
Na tabela 4.1, temos as condições de contorno do problema Stick-Slip. Em !
< . <
impusemos um perfil parabólico 6 : para o campo de velocidades. Nas
i
paredes do canal temos que a velocidade é nula " tanto na direção longitudinal 6 :
CAPÍTULO 4. RESULTADOS NUMÉRICOS 50
Tipo z r condição
i v < . <
!#" x
§
Entrada r! q Z h!
Paredes do canal
i v !#" E 3x
§
q! Z sr!
i E E <
Eixo de simetria 6 !ø" 3 j : r ! s!
i 6 3"E
E <:
Fronteira livre
i E 3 E < v s!
Saída j !#" x s!
Tabela 4.1: Condições de contorno do problema Stick-Slip
Stick-Slip I
3 < ¡ ¢
1. Número de elementos.
2. Número máximo de nós em velocidade.
3. Número máximo de nós em velocidade com condição de contorno.
4. Número máximo de nós em tensão, mais as funções-bolha.
5. Número máximo de nós em pressão.
6. Número total de graus de liberdade.
quanto na direção radial 6 :G Na entrada, na saída e no eixo de simetria, fixamos que a
velocidade é igual a zero.
Nesse problema, adotamos que o diâmetro do canal é igual a 2, sendo que é
E u
metade desse diâmetro, ou seja, o raio do canal 6 : . Denotamos por 3 o com-
E u E
primento do trecho onde há uma parede e consideramos 3 . Denotamos por <
E
o comprimento do trecho onde não há uma parede, e consideramos < n! . Nota-se
E
que o comprimento < é muito maior do que o raio do canal, G
Usamos algumas malhas nos nossos testes, e na tabela 4.3, temos as características
dessas malhas. As malhas do caso Stick-Slip são referenciadas como SS, e todas
são aproximadamente uniformes. Devido às características dos geradores de malha
desenvolvidos nesse trabalho, podemos refinar mais a malha na região onde está a
zona de transição do problema, no caso, quando o fluido passa para uma região de
‘fronteira livre’.
foi tentada a plotagem do mesmo problema, nas mesmas condições, sem as funções-
bolha, mas não foi possível, tamanha foi a oscilação no resultado.
Nas figuras 4.8-4.11, comparamos os comportamentos das componentes do tensor
extra de tensões e da velocidade obtidos com diferentes malhas: SS728, SS750,
SS950. Nota-se que os valores de pico dos componentes do tensor são acentuados
p^sª©
ps²©
p´sµ©
Figura 4.8: Comparação dos resultados do problema Stick-Slip para diferentes malhas:
728, 760 e 950 elementos, para a componente XA¨i¨ .
Figura 4.9: Comparação dos resultados do problema Stick-Slip para diferentes malhas:
728, 760 e 950 elementos, para a componente «A¬ .
CAPÍTULO 4. RESULTADOS NUMÉRICOS 56
Figura 4.10: Comparação dos resultados do problema Stick-Slip para diferentes mal-
has: 728, 760 e 950 elementos, para a componente X=±0± .
Figura 4.11: Comparação dos resultados do problema Stick-Slip para diferentes mal-
has: 728, 760 e 950 elementos, para a componente ¸A¬ .
CAPÍTULO 4. RESULTADOS NUMÉRICOS 57
[Parede do canal]
(0,D) (L1,D)
[Entrada
do canal] (L1+L2 ,D/4)
[Saída do canal]
r (0,0) [Eixo de simetria]
z
Figura 4.12: O problema Contração Brusca
Tipo z r condição
i v < . <
#! " x
§
Entrada
i v !E
3x
q §
Z h!
Paredes do canal
i E !#" E < q! Z sr!
6 !#" 3 j :
v ! s< !
Eixo de simetria
i E 3 E < . < : q!
!ø" x h%n ~Z6
§
Saída j
Tabela 4.4: Condições de contorno do problema Contração Brusca
Nas paredes do canal a velocidade é nula " tanto na direção longitudinal 6 q! :
quanto na direção radial 6 s! :
§
CAPÍTULO 4. RESULTADOS NUMÉRICOS 58
Contração Brusca I
3 < ¡ ¢
1. Número de elementos
2. Número máximo de nós em velocidade
3. Número máximo de nós em velocidade com condição de contorno.
4. Número máximo de nós em tensão, mais as funções-bolha.
5. Número máximo de nós em pressão.
6. Número total de graus de liberdade.
resultado final.
Nas figuras 4.20-4.23, comparamos os comportamentos de e obtidos com
diferentes malhas: CB750, CB944, CB1050. Nota-se que os valores de pico das com-
ponentes do tensor são maiores, à medida que a malha torna-se mais refinada.
CAPÍTULO 4. RESULTADOS NUMÉRICOS 60
p¹s»º ¼
Figura 4.14: Comportamento de «=¬ ao longo da linha ®H¯¾½ ¿ , usando a malha CB1050,
no problema Contração Brusca.
CAPÍTULO 4. RESULTADOS NUMÉRICOS 61
p¹s»º ¼
Figura 4.16: Comportamento de «=³³ ao longo da linha ®H¯¾½ ¿ , usando a malha CB1050,
no problema Contração Brusca.
CAPÍTULO 4. RESULTADOS NUMÉRICOS 62
pJsÀº ¼
Figura 4.20: Comparação dos resultados do problema Contração Brusca para difer-
entes malhas: 520, 750 e 1050 elementos, para a componente «A¬i¬ .
CAPÍTULO 4. RESULTADOS NUMÉRICOS 64
Figura 4.21: Comparação dos resultados do problema Contração Brusca para difer-
entes malhas: 520, 750 e 1050 elementos, para a componente XA¨± .
Figura 4.22: Comparação dos resultados do problema Contração Brusca para difer-
entes malhas: 520, 750 e 1050 elementos, para a componente «Á0 .
CAPÍTULO 4. RESULTADOS NUMÉRICOS 65
Figura 4.23: Comparação dos resultados do problema Contração Brusca para difer-
entes malhas: 520, 750 e 1050 elementos, para a componente W ¨ .
[Parede do canal]
(0,D) (L1,D)
[Entrada
do canal] (L1+L2 ,D/4) (L1+L2 +L3 ,D/4)
[Saída do canal]
r (0,0) [Eixo de simetria]
z
Figura 4.24: O problema Contração Suave
Tipo z r condição
i v < . <
!#" x
§
Entrada
i
v !E
3x
q §
Z h!
Paredes do canal
i !#" q! Z sr!
E 3 E <
6 :
Eixo de simetria
i !#E" 3 j E <
v ! s< !
. < : q!
!ø" x h%n ~Z6
§
Saída j
Tabela 4.7: Condições de contorno do problema Contração Suave
Contração Suave I
3 < ¡ ¢
1. Número de elementos
2. Número máximo de nós em velocidade
3. Número máximo de nós em velocidade com condição de contorno.
4. Número máximo de nós em tensão, mais as funções-bolha.
5. Número máximo de nós em pressão.
6. Número total de graus de liberdade.
gradual e suave, não podemos esperar efeitos como os encontrados nos dois problemas
anteriores.
A tabela 4.7 mostra as condições de contorno empregadas neste problema, semel-
Figura 4.25: Comportamento de Â=Ãià ao longo da linha ÄÆÅÇ , usando a malha CS670,
no problema Contração Suave.
do canal, que também pode ser notado nas figuras 4.27 e 4.28.
Nas figuras 4.29-4.30, temos o comportamento dos campos de velocidade ÈÊÉÃ.Ë
e de pressão ÈÌ=Ë . Nas figuras 4.31, 4.32, 4.33 e 4.34 fazemos uma comparação do
comportamento do problema considerando três diferentes malhas, a saber: CS430,
CS550 e CS670, para o mesmo problema, e observamos pouca variação nos gráficos.
CAPÍTULO 4. RESULTADOS NUMÉRICOS 68
Figura 4.26: Comportamento de Â=ÃÍ ao longo da reta ÄJÅIÇPÎ usando a malha CS670,
no problema Contração Suave.
Figura 4.27: Comportamento de ÏÐ0Ð ao longo da linha ÑÆÒÓ , usando a malha CS670,
no problema Contração Suave.
CAPÍTULO 4. RESULTADOS NUMÉRICOS 69
Figura 4.28: Comportamento de Â=ÔÔ ao longo da linha ÄÕÅÖÇ , usando a malha CS670,
no problema Contração Suave.
p¹s{z
Figura 4.33: Comparação dos resultados do problema Contração Suave para para as
seguintes malhas: 430, 550 e 670 elementos, para a componente «AÞ .
CAPÍTULO 4. RESULTADOS NUMÉRICOS 72
Figura 4.34: Comparação dos resultados do problema Contração Suave para para as
seguintes malhas: 430, 550 e 670 elementos, para a componente W ¨ .
Para a solução do problema foi adaptado um programa desenvolvido por Silva Ramos
[22] para a sua tese de doutorado, visando a resolução de escoamentos de fluidos vis-
coelásticos. Vale lembrar que esse código trabalha com elementos triangulares, ao
passo que a versão original trabalhava com elementos quadrangulares. Este código
é aplicado à resolução do sistema de Stokes em três campos; é modular, o que torna
fácil alterar o esquema numérico; foi escrito em Fortran 77, o que torna fácil obter
esses resultados em diversos ambientes, visto que há compiladores desta linguagem
para diversas plataformas, desde o microcomputadores de 8 bits e CP/M até os super-
computadores de vários milhões de dólares.
compiladores: os compiladores que estão instalados (xlf e g77) são os que estão
mais de acordo com o padrão Fortran 77.
CAPÍTULO 4. RESULTADOS NUMÉRICOS 74
Início
Leitura de
parâmetros Parâmetros
Leitura da
malha Malha
Stokes vetorial
Pré-processador em escalar
Criação ambiente
método frontal
Quadratura
Gaussiana 1, NELEM
Matriz e segundo
Matriz e segundo membro elem.
membro globais Monta matriz
Resolutor método método frontal
Processador frontal
Salva resultados
Fim
lema;
A título de curiosidade, abaixo temos alguns gráficos que nos dão a performance do
mesmo código-fonte sendo executado em diferentes ambientes, a saber:
executado.
CAPÍTULO 4. RESULTADOS NUMÉRICOS 77
Comentários finais
5.1 Conclusão
Carneiro de Araujo e Silva Ramos em suas respectivas teses de doutorado ([9], [22])
emprega 45 graus de liberdade por elemento. Crochet, por sua vez, emprega 75 graus
de liberdade por elemento no seu conhecido trabalho ([19]).
Três problemas teste foram resolvidos, os dois primeiros possuem dificuldades
79
CAPÍTULO 5. COMENTÁRIOS FINAIS 80
to. O terceiro problema é mais simples de ser resolvido. Devido à falta de material na
literatura, fizemos comparações com resultados obtidos para escoamentos planos, co-
vamente diferente dos fluidos newtonianos. Logo, a extensão para um caso mais
genérico é uma sugestão imediata.
4. Paralelismo: Devido à relativa facilidade que há hoje em dia para o uso com
CAPÍTULO 5. COMENTÁRIOS FINAIS 82
[4] I. Babuska e R. Narasimhan, The Babuska-Brezzi condition and the patch test: an
example, Computer Methods in Applied Mechanics and Engineering, 140 (1997)
183-199.
[6] E. W. Billington e A. Tate, The Physics of Deformation and Flow, Ed. McGraw-
Hill, 1981
83
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 84
[11] J. H. Carneiro de Araujo e V. Ruas, A stable finite element method for the axis-
symmetric three-field Stokes System, Computer Methods in Applied Mechanics
[12] J. H. Carneiro de Araujo e V. Ruas, A Finite Element Method for the Axisymmetric
Three-field Stokes System with a Discontinuous Pressure, a ser publicado.
[16] M. Fortin e R. Pierre, On the convergence of the mixed methods of Crochet and
Marchal for viscoelastic flows, Computer Methods in Applied Mechanics and
Engineering, 73 (1989) 341-350
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 85
[17] M. Fortin e A. Fortin, Experiments with several elements for viscous incompress-
ible flows, International Journal for Numerical Methods in Fluids, 5 (1985) 911-
928.
[18] R. Guénette e M. Fortin, A new mixed finite element method for computing vis-
coelastic flows, Journal of Non-Newtonian Fluid Mechanics, 60 (1995) 27-52
[19] J. M. Marchal e M. J. Crochet, A new mixed finite element for calculating vis-
[24] V. Ruas, Introdução aos Problemas Variacionais - Ed. Guanabara Dois, Rio de
Janeiro.
(1996) 171-174.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 86
[28] F. Yurun e M. J. Crochet, High-order finite element methods for steady viscoelas-
tic flows, Journal of Non-Newtonian Fluid Mechanics, 57 (1995) 283-311.