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Senhor Presidente
Estas reformas legislativas, no seu todo e nas suas soluções mais marcantes
– como por exemplo o novo regime de prisão preventiva – exprimiram
vastos consensos parlamentares. Quiseram consagrar opções capazes de
ser um traço de união, como é valioso que aconteça neste domínio, onde a
lógica adversarial não é a mais indicada.
As nossas leis sobre execução de penas são dos anos setenta. De então
para cá, verificou-se uma enorme evolução, no quadro interno e
internacional. Evoluiu o perfil da delinquência, evoluiu a administração
penitenciária, evoluiu a sociedade e os conceitos que nela prevalecem.
Evoluíram as normas penitenciárias emanadas de organizações a que
pertencemos. Vários países europeus renovaram a essa luz as suas
legislações, outros estão a fazê-lo. Diversas instituições europeias e
internacionais desenvolvem linhas de intervenção neste domínio e
sustentam padrões e avaliações exigentes.
Estabelece-se na lei, pela primeira vez, que o regime aberto virado para o
exterior só pode ser concedido quando tenha havido uma prévia autorização
jurisdicional para saída. E assegura-se a submissão do processo ao controlo
jurisdicional, com a comunicação obrigatória ao Ministério Público, tanto em
relação ao regime aberto como ao regime de segurança.