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Nosso objetivo de hoje é discutir a situação atual do mundo do trabalho, enfocando as rápidas transformações ocorridas durante
os últimos anos e refletindo sobre a sua dinâmica.
Introdução
Novos paradigmas
O passado... Os modelos antigos da empresa não funcionam mais. Hierarquia, especialização por funções, unidade de comando,
pagamento proporcional à disposição hierárquica, períodos operacionais anuais e amplitude de controle eram diretrizes gerais
básicas, que orientavam o desenho das organizações desde a década de 30.
...e o futuro. A empresa da “nova economia” será organizada em torno de seus processos e centrará seus esforços em seus
clientes. Ela será ágil e enxuta, suas tarefas exigirão conhecimento do negócio, autonomia, responsabilidade e habilidade na
tomada de decisões. Cada vez mais, as empresas estarão focadas nos seus processos essenciais (o “core business”).
O grande desafio das organizações deverá ser a gestão adequada das relações
entre os trabalhadores do conhecimento e os trabalhadores dedicados à
prestação de serviços gerais.
Transformando pessoas
Aprendizado Transformar a força de trabalho passou a ser o maior desafio estratégico enfrentado pelas organizações que
esperam ter sucesso no próximo século. O desafio é a educação e reeducação de todos os níveis e grupos dentro das empresas.
Durante muito tempo, as empresas não se preocuparam com a capacitação de pessoal. Depois passaram a valorizar o treinamento
do pessoal operacional e mais recentemente, têm passado a se preocupar com a capacitação do pessoal gerencial. O que se exige
hoje é a capacitação pelo aprendizado continuo, incorporando a experiência e os novos conceitos às pessoas e ao “Know-how” da
empresa de maneira permanente.
Gestão do conhecimento Há trinta ou quarenta anos atrás, as pessoas passariam sua vida profissional aprendendo e utilizando
um único conjunto de conhecimentos e técnicas. Atualmente, o conjunto de técnicas e conceitos muda várias vezes ao longo da
vida profissional. A gestão do conhecimento constitui uma preocupação central para o administrador moderno. Além de gerir o “
conhecimento explícito ”, constituído dos manuais e demais documentos da empresa, é preciso sistematizar e disponibilizar o
conhecimento que está “ nas cabeças das pessoas” ( conhecimento implícito ).
“Desaprendizado”
Certamente, as técnicas convencionais, que agregavam conhecimentos novos aos antigos não são mais adequadas. Talvez
precisemos de uma escola de “ desaprendizado ”.
Para ter sucesso em suas novas atividades, as pessoas precisam de novos conhecimentos e habilidades e novos comportamentos.
Os novos empregados não aceitam, nem precisam das formas tradicionais de supervisão e gerência. Além de novos trabalhadores,
são necessários novos gerentes e administradores para estes novos desafios: • desenvolver e gerenciar o pessoal para assumir
novos papéis; • utilizar novos modelos de avaliação, remuneração e educação; • criar uma organização em que as pessoas
estejam voltadas à criação de valores; • reformular a cultura organizacional, adequando-a à nova realidade.
Representação social
Representação Social: “as idéias em dada realidade social, como significados próprios, importâncias e valores atribuídos pelos
indivíduos e grupos a esta realidade”. (Kanaane) A forma de vivenciar o papel profissional induz o empregado a ter concepções de
trabalho, baseadas em mecanismos de defesa provenientes de dissonância de papel do tipo: ambigüidade, incompatibilidade,
conflito e sobrecarga de papéis.
A maneira como é conduzido o processo de liderança, motivação e comunicação de uma empresa interfere diretamente na auto-
estima do empregado e conseqüentemente na sua Representação Social. Diante dos agentes estressores (psicossociais), o
indivíduo tende a reagir de forma ativa ou passiva. Se o indivíduo se coloca passivamente, poderá depreciar o trabalho, sentindo-o
como peso e não como fonte de satisfação.
O conceito de representação social de uma empresa enfatiza a importância da valorização das pessoas no trabalho. Se a empresa
simplesmente impuser missão, valores e crenças, o trabalho pode se tornar coercitivo, de pouca criatividade, com tarefas
aborrecidas. A conseqüência é o stress profissional.
Tempos de mudanças
A movimentação da mão-de-obra pelos diversos setores da economia tem ocorrido em ciclos cada vez menores, por causa do
desenvolvimento tecnológico, da globalização e da competitividade.
Com a redução do tempo de trabalho, o aumento da expectativa de vida e o aumento da renda média per capita, estamos vivendo
mais, trabalhando menos e com mais dinheiro que no passado. As pessoas terão mais tempo livre e uma renda per capita maior, o
que significará mais tempo para atividades empreendedoras.
Atividade
Seguindo em nosso estudo de caso, a proposta de hoje é que você realize uma pequena redação (1 a 2 páginas) abordando os
seguinte tema: Como lidamos com as mudanças na “minha” organização?
– Descreva brevemente como a organização em que V. atua tem lidado com as rápidas transformações ocorridas recentemente no
ambiente de negócios. Abre-se para a mudança? Estimula os colaboradores a aceitarem o novo?
Tome como referência para sua produção o conteúdo estudado na aula de hoje, mas também pesquise e amplie seus
conhecimentos.
Sugestões: - Procure assumir uma posição neutra e equilibrada; evite transformar seu trabalho em um “desabafo”. - Informe-se
sobre as características consideradas “normais” no seu ramo e analise a sua organização em relação a este “padrão”. Lembre-se:
não existem referências absolutas!
Síntese
Esta aula foi dedicada à análise do contexto atual de rápidas mudanças no mundo do trabalho;
Em resumo, pudemos constatar que estamos vivendo um período de mudanças profundas e radicais nas relações de trabalho;
Os profissionais precisam “esquecer” o que acham que sabem e se preparar para atuar, baseados na capacidade de aprender
sempre e rapidamente. Na próxima aula, iniciaremos o estudo dos fundamentos do comportamento individual nas organizações.
ATÉ LÁ!