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Câmara dos Deputados

Centro de Documentação e Informação - Legislação Informatizada

Decreto-Lei nº 4.178, de 13 de Março de


1942
Dispõe sobre a cobrança e fiscalização do imposto de renda.

O Presidente da Republica, usando da atribuição que lhe confere o art. 180 da Constituição,

DECRETA:

TÍTULO I
Da arrecadação por lançamento

PARTE PRIMEIRA
Tributação das pessoas físicas

CAPÍTULO I
DOS CONTRIBUINTES

Art. 1º As pessoas físicas domiciliadas no residentes no Brasil que tiverem renda líquida anual superior a 12:000$0, apurada de
acordo com este decreto-lei, são contribuintes do imposto de renda, sem distinção de nacionalidade, sexo, idade, estado ou
profissão.

Parágrafo único. São também contribuintes as que perceberem rendimentos de bens do que tenham a posse, como se lhes
pertencessem, de acordo com a legislação em vigor.

CAPÍTULO II
DA CLASSIFICAÇÃO DOS RENDIMENTOS

Art. 2º Para os fins do imposto os rendimentos serão classificados em sete cédulas, que se coordenam e denominam pelas
primeiras letras do alfabeto.

Art. 3º Na cédula A serão classificados os rendimentos do capital aplicado em títulos nominativos de dividas públicas federais,
estaduais ou municipais, consolidadas ou flutuantes, qualquer que seja a data da emissão, salvo os que gozarem de imunidade
fiscal expressa em lei.

Art. 4º Da cédula B serão classificados os seguintes rendimentos de capitais e valores mobiliários, exceto os de dividas públicas:

a) juros de cauções, em dinheiro, para garantia de execução de contratos;


b) juros de fianças, em dinheiro, relativas ao exercício de cargos profissionais e funções públicas;
c) juros de depósitos, em dinheiro, a prazo e à vista, para qualquer fim, seja qual for o depositário;
d) juros de dividas ou empréstimos pecuniários, sejam quais forem as formas contratuais, as garantias da operação e a
natureza do título ou contrato, sem distinção quanto ao caráter civil ou comercial da convenção, inclusive os que
resultarem de créditos decorrentes de sentenças judiciais;
e) juros de créditos comerciais, quando tiverem o caráter jurídico de empréstimos;
f) juros resultantes da venda de imoveis, quando o comprador ficar a dever uma parte ou a totalidade do preço;
g) saldo credor do balanço de juros em conta corrente.

§ 1º Os juros do que trata a alínea d, quando dissimulados no contrato, serão fixados pela autoridade lançadora, observadas a
taxa usual e a natureza do título ou contrato.

§ 2º O disposto no parágrafo anterior será aplicado sempre que, intimado a informar os juros de dívidas ou empréstimos, o
credor deixar de fazê-lo ou declarar juros menores do que os percebidos.

§ 3º Os juros de quaisquer outros créditos, inclusive os de transações a prazo, civis ou comerciais, mesmo havendo subrogação,
e os de dívidas resultantes da prestação do serviços, serão classificados nas cédulas em que couberem.

§ 4º Os juros de que trata o § 3º, no caso de novação que converta o crédito ou dívida inicial em empréstimo, serão classificados
na cédula B.

§ 5º Serão também classificados na cédula B:


a) as dotações, bonificações, anuidades e quaisquer outros lucros que ultrapassarem a importância da apólice de seguro;
b) a diferença a maior entre os valores da emissão ou aquisição e os de reembolso ou resgate das ações;
c) os lucros nas operações de desconto;
d) os lucros nas operações de "report".

§ 6º Os rendimentos dos títulos adquiridos entre duas épocas de vencimento de juros, com a condição de o comprador pagar ao
vendedor os juros respectivos até a data da venda, serão computados proporcionalmente no rendimento bruto de ambos.

Art. 5º Na cédula C serão classificados os rendimentos do trabalho, provenientes do exercício de empregos, cargos e funções,
tais como vencimentos, soldos, subsídios, ordenados, salários, percentagens, comissões, gratificações, diárias, quotas-partes de
multas e quaisquer outros proventos ou vantagens pagos, sob qualquer título e forma contratual, pelos cofres públicos federais,
estaduais ou municipais, pelas entidades autárquicas e paraestatais, pelas firmas e sociedades ou por particulares. Serão também
classificadas na cédula G:

I - as remunerações relativas à prestação do serviços pelos:


a) caixeiros viajantes;
b) conselheiros fiscais e de administração e diretores de sociedades anônimas e civís;
c) negociantes em firma individual ou sócios de sociedades comerciais e industriais, quando tais remunerações forem
representadas por importância mensal fixa e levadas a despesas gerais ou contas subsidiárias, na contabilidade da
firma ou sociedade:

II - as importâncias recebidas a título de meio-soldo e pensão de qualquer natureza.

§ 2º No caso da alínea b do parágrafo anterior as remunerações não poderão ser superiores a 20% do capital social, nem exceder
a 60:000$0 anuais para cada um dos beneficiados.

§ 3º A remuneração de que trata a alínea c do parágrafo anterior não poderá exceder a 12:000$0 por ano, quando o capital do
beneficiado não for superior a 60:000$0; ultrapassando o capital essa quantia, a remuneração poderá atingir a 20% dele, até o
limite máximo de 60:000$0 anuais.

§ 4º A remuneração dos sócios de indústria será admitida de acordo com a cláusula contratual, até o limite máximo de 5:000$0
mensais, observadas as condições da alínea c do § 3º deste artigo.

§ 5º As quantias excedentes aos limites fixados nos § 2º, 3º e 4º deste artigo serão tributadas como lucro, em poder das firmas
ou sociedades.

Art. 6º Na cédula D serão classificados os rendimentos não compreendidos nas outras cédulas, tais como:

a) honorários do livre exercício das profissões de médico, engenheiro, advogado, dentista, veterinário, professor,
contador, jornalista, pintor, escritor, escultor e de outras que se lhes possam assemelhar;
b) proventos de profissões, ocupações e prestação de serviços não comerciais;
c) remunerações dos agentes, representantes e outras pessoas que, tomando parte em atos de comércio, não os
pratiquem, todavia, por conta própria;
d) emolumentos e custas dos serventuários de justiça, como tabeliães, notários, oficiais públicos e outros, quando não
forem remunerados exclusivamente pelos cofres públicos;
e) corretagens e comissões dos corretores, leiloeiros e despachantes, seus prepostos e adjuntos;
f) lucros da exploração individual de contratos de empreitada unicamente de lavor, qualquer que seja a natureza, quer
se trate de trabalhos arquitetônicos, topográficos, terraplanagem, construções de alvenaria e outras congêneres, quer
de serviços de utilidade pública, tanto de estudos como de construções;
g) ganhos de todas as ocupações lucrativas, inclusive os percebidos de sociedades em conta de participação, da locação
de móveis, da sublocação de imoveis e da exploração de patentes de invenção, marcas de indústria e de comércio e
processos ou fórmulas do fabricação, quando o possuidor auferir lucros sem as explorar diretamente;
h) importâncias correspondentes a direitos autorais.

Parágrafo único. Para efeito da alínea g incluir-se-ão, na cédula D, os rendimentos do comércio e da indústria auferidos por
toda aquele que não exercer habitualmente a profissão de comerciante ou industrial.

Art. 7º Na cédula E serão classificados os rendimentos de capitais imobiliários, tais como aluguel, aforamento e arrendamento
de propriedades imoveis, inclusive pastos naturais ou artificiais e campos de invernada.

Parágrafo único. Serão tambem classificados na cédula E:

a) os juros resultantes da demora no pagamento de aluguéis, aforamento e arrendimento;


b) o valor locativo do prédio urbano construido, quando cedido seu uso gratuitamente.

Art. 8º Na cédula F serão classificados os rendimentos sujeitos à taxação proporcional em poder das pessoas jurídicas, a saber:

a) os lucros, computando-se o lucro presumido de que trata o art. 40, quando não for apurado o real;
b)
as retiradas não escrituradas em despesas gerais ou contas subsidiárias, e as que, mesmo escrituradas nessas contas,
não corresponderem à remuneração de serviços prestados às firmas ou sociedades e, ainda, as quantias excedentes
aos limites fixados nos §§ 2º, 3º e 4º do art. 5º;
c) os dividendos de ações nominativas e bonificações quaisquer;
d) o valor das ações novas distribuidas aos portadores de ações nominativas ou os interesses superiores aos lucros e
dividendos, nos casos:

I - de utilização de quaisquer fundos, inclusive os de amortização e de depreciação;


II - de aumento de capital, com recursos tirados de quaisquer fundos;
III - da valorização do ativo ou da venda de parte deste, sem redução do capital;
e) o valor do resgate de partes beneficiárias ou de fundador e de outros títulos semelhantes.

Parágrafo único. Serão tambem classificados na cédula F os rendimentos produzidos no estrangeiro, qualquer que seja a sua
natureza.

Art. 9º Na cédula G serão classificados os seguintes rendimentos:

a) da exploração das indústrias extrativas vegetal e animal;


b) da cultura do solo, seja qual for a natureza do produto;
c) da criação animal de qualquer espécie;
d) da transformação dos produtos agrícolas e pecuários, quando feita pelo próprio agricultor ou criador, com matéria
prima da propriedade agrícola ou pastoril explorada;
e) da exploração da apicultura, sericicultura e piscicultura.

Parágrafo único. O rendimento líquido desta cédula será determinado de conformidade com o disposto no Capítulo

IV da Parte Terceira deste Título

CAPÍTULO III
DO RENDIMENTO BRUTO

Art. 10. Constituem rendimento bruto, em cada cédula, os ganhos derivados do capital, do trabalho ou da combinação de ambos,
e demais proventos previstos neste decreto-lei.

§ 1º Entrarão no cômputo do rendimento bruto, nas cédulas em que couberem:

a) a importância com que for beneficiado o devedor nos casos de perdão ou cancelamento de divida, em troca de
serviços prestados;
b) as quantias correspondentes aos rendimentos que decorrerem de cessão de direitos quaisquer;
c) as importâncias originadas dos títulos que tocarem ao meeiro, herdeiro ou legatário, ainda que correspondam a
período anterior à data da partilha ou adjudicação dos bens, excluida a parte já tributada em poder do espólio;
d) as importâncias recebidas para custeio de viagem e estada e as de contribuições para a constituição de fundos de
beneficência.

§ 2º Não entrarão no cômputo do rendimento bruto:

a) o capital das apólices de seguro ou pecúlio, pago por morte do segurado;


b) o valor dos bens adquiridos por doação ou herança:
c) os prêmios de seguro restituidos em qualquer caso, inclusive no de renúncia do contrato;
d) o valor locativo do prédio construido, quando ocupado pelo seu proprietário.

§ 3º Nos casos das alíneas a, b e c do § 2º deste artigo, os juros ou qualquer outro interesse desses capitais serão incluídos na
declaração de rendimentos.

CAPÍTULO IV
DAS DEDUÇÕES CEDULARES

Art. 11. Poderão ser deduzidas, em cada cédula, as despesas referidas neste capítulo, necessárias à percepção dos rendimentos.

§ 1º As deduções permitidas serão as que corresponderem a despesas efetivamente pagas.

§ 2º As deduções concedidas numa cédula não o serão noutras.

§ 3º Todas as deduções estarão sujeitas a comprovação ou justificação, a juizo do autoridade lançadora.

§ 4º Se forem pedidas deduções exageradas em relação ao rendimento bruto declarado, ou se tais deduções não forem cabíveis,
de acordo com o disposto neste capítulo, poderão ser glosadas sem audiência do contribuinte.

§ 5º As deduções glosadas por falta de comprovação ou justificação, exigidas na forma deste decreto-lei, não poderão ser
restabelecidas depois que o ato se tornar irrecorrivel na órbita administrativa.

Art. 12. Na cédula A será permitida a dedução das despesas de comissões e corretagens.

Art. 13. Na cédula B será permitida a dedução das despesas de comissões e corretagens.

Art. 14. Na cédula C será permitida a dedução das seguintes despesas:

a) de viagem e estada, considerando-se como tais:

I - os gastos pessoais do passagem, condução, alimentação e alojamento;


II - os fretes e carretos de volumes indispensáveis aos fins da viagem;
III - o aluguel de locais destinados a mostruários;

b) de expediente e correspondência;
c) de contribuições às associações científicas, aquisição e assinatura de jornais, revistas e livros técnicos e compra ou
aluguel de materiais, instrumentos e utensílios, indispensáveis ao desempenho de funções técnicas;
d) de contribuições para a constituição de fundos de beneficência.

Art. 15. Na cédula D será permitida a dedução das seguintes despesas:

a) de viagem e estada, atendido o disposto na alinea a do artigo anterior;


b) de expediente, correspondência e publicidade;
c) de contribuições às associações científicas, aquisição e assinatura de jornais, revistas e livros técnicos e compra ou
aluguel de materiais, instrumentos e utensílios, indispensáveis ao exercício profissional;
d) de aluguel do imovel destinado ao exercício da atividade produtora do rendimento;
e) de água, luz, força e telefone, quando realizadas no local destinado ao exercício da atividade produtora do
rendimento:
f) de prêmios de seguro contra fogo e outros riscos, das instalações destinadas ao exercício da atividade produtora do
rendimento;
g) de salários, ordenados, gratificações e outras remunerações por serviços recebidos;
h) de aluguel ou custeio de veículos usados pelos médicos ou seus auxiliares, quando em serviço profissional.

§ 1º Alem das enumeradas neste artigo, poderão ser concedidas as seguintes deduções:

a) as quotas razoáveis de depreciação do capital do primeiro estabelecimento, fixadas em relação ao valor de aquisição
das instalações e à sua duração;
b) as quotas-partes de lucros distribuídos a terceiros, quando indicados os nomes e as residências das pessoas e as
quantias pagas.

§ 2º Quando for utilizada, para o exercício da atividade, a casa alugada de moradia particular, será permitido deduzir a quinta
parte do aluguel, desde que não tenha sido concedida a dedução da alínea d deste artigo, pelo exercício da profissão em outro local.

Art. 16. Na cédula E poderão ser deduzidas, quando correrem por conta do proprietário, as seguintes despesas:

a) de impostos, taxas e emolumentos federais, estaduais ou municipais que gravem o imóvel ou o seu uso, exceto multas
e adicionais pagos por excesso de prazos legalmente estabelecidos;
b) de conservação, quando se tratar de prédios construídos;
c) de comissões para arrecadar os rendimentos;
d) de prêmios de seguro contra fogo;
e) de foro, nos casos de enfiteuse.

§ 1º Alem das deduções referidas neste artigo, serão permitidas ainda:

a) aos proprietários de apartamentos - as quotas partes das despesas comuns de consumo de luz e força elétrica e de
pagamento dos ordenados de zelador e assesorista;
b) aos proprietários de edifícios de apartamentos - as despesas de ar condicionado, de aquecimento e refrigeração de
água, de consumo de luz e força elétrica e de pagamento dos ordenados de zelador o ascensorista.

§ 2º As deduções constantes das alíneas b e c deste artigo, não poderão exceder, respectivamente, a 10% e 5% do rendimento
declarado.

Art. 17. As deduções de aluguel, comissões, corretagens, salários, ordenados e gratificações referidas neste capítulo, só serão
admitidas quando forem indicados os nomes e residências das pessoas que os receberam, bem como as importâncias pagas.

CAPÍTULO V
DO RENDIMENTO LÍQUIDO
Art. 18. Constitue rendimento líquido, em cada cédula, a diferença entre o rendimento bruto e as deduções cedulares.

Parágrafo único. Quando não for solicitada dedução ou quando esta não tiver cabimento, tomar-se-á como liquido o
rendimento bruto declarado.

CAPÍTULO VI
DA RENDA BRUTA

Art. 19. Considera-se renda bruto a soma dos rendimentos líquidos das cédulas.

Parágrafo único. Havendo rendimentos apenas de uma cédula, considerar-se-á a importância líquida correspondente como
renda bruta.

CAPÍTULO VII
DOS ABATIMENTOS DA RENDA BRUTA

Art. 20. Da renda bruta, observadas as disposições dos 3º e 5º do art. 11, será permitido abater:

a) os juros de dividas pessoais, excetuados os decorrentes de empréstimos contraidos para a manutenção ou


desenvolvimento de propriedades agrícolas, no caso do art. 57;
b) os prêmios de seguro de vida pagos a companhias nacionais ou autorizadas a funcionar no país, quando forem
indicados o nome da companhia e o número da apólice;
c) as perdas extraordinárias, quando decorrerem exclusivamente de casos fortuitos ou de força maior, como incêndio,
tempestade, naufrágio ou acidentes da mesma ordem, desde que não compensadas por seguros ou indenizações;
d) as despesas relativas aos encargos do família, à razão de 6:000$0 anuais para o outro cônjuge e de 3:000$0 para
cada filho menor ou inválido ou filha solteira ou viuva sem arrimo, obedecidas as seguintes regras:

I - na constância da sociedade conjugal, qualquer que seja o regime de bens, - somente ao cabeça do casal cabe a isenção de
12:000$0 do art. 26 e os abatimentos relativos ao outro cônjuge e aos filhos;
II - no caso de dissolução da sociedade conjugal, em virtude de desquite ou anulação de casamento, a cada cônjuge cabe a
isenção do 12:000$0 do art. 26 e o abatimento relativo nos filhos que sustentar, atendido, também, o disposto no parágrafo único
do art. 327 do Código Cívil.

§ 1º Da renda bruta é permitido abater os alimentos prestados em virtude de sentença judicial.

§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior, abater-se-á a importância respectiva no caso de o Juiz a ter fixado, ou à razão de 3:000
$0 anuais, quando a prestação de alimentos for suprida pela hospedagem e sustento, em casa da pessoa a ela obrigada.

§ 3º Os juros referidos na alínea a deste artigo só poderão ser abatidos quando indicados o nome e a residência do credor o título
da dívida e a importância paga.

§ 4º Para efeito da letra d deste artigo só se computarão os filhos legítimos, legitimados, naturais reconhecidos e adotivos, que
não tiverem rendimentos próprios, ou, se os tiverem, desde que tais rendimentos estejam incluídos na declaração do contribuinte.

§ 5º No caso do n. I. da letra d deste artigo, calcular-se-á, quanto ao outro cônjuge, o imposto complementar aplicando à porção
de renda até 20:000$0 a taxa de 0,5 % (meio por cento).

CAPÍTULO VIII
DA RENDA LÍQUIDA

Art. 21. Considera-se renda líquida a diferença entre a renda bruta e os abatimentos de que trata o capítulo anterior.

CAPÍTULO IX
DA BASE DO IMPOSTO

Art. 22. A base do imposto será dada pelos rendimento brutos, deduções cedulares e abatimentos correspondentes ao ano civil
imediatamente anterior ao exercício financeiro em que o imposto for devido.

Parágrafo único. Na determinação da base serão computadas todos os rendimentos que, no ano considerado, estiverem
juridicamente à disposição do beneficiado, inclusive os originados em época anterior.

Art. 23. Para demonstração da veracidade dos rendimentos declarados, bem como das deduções cedulares e abatimentos
solicitados, a autoridade lançadora poderá admitir os assentamentos do contribuinte, quando feitos com regularidade e
corroborados com documentos comprobatórios.

Parágrafo único. Os livros destinados aos assentamentos não poderão conter emendas, borrões ou rasuras, e deverão ser
registrados e autenticados pelas repartições do Imposto de Renda ou, na falta destas, pela estação local arrecadadora do tributo.

CAPÍTULO X
DA INCIDÊNCIA DO IMPOSTO
Art. 24. O imposto a que estão sujeitas as pessoas físicas divide-se em cedular e complementar,

§ 1º O imposto cedular incidirá sobre os rendimentos classificados nas cédulas a, b, c, d e e o complementar sobre a renda
constituida pela soma desses rendimentos e dos classificados nas cédulas f e g.

§ 2º Calcular-se-á o imposto cedular aplicando taxas proporcionais ao rendimento líquido definido no art. 18 e o complementar
pela aplicação de taxas progressivas à renda líquida de que trata o art. 21.

CAPÍTULO XI
DAS TAXAS PROPORCIONAIS

Art. 25. As taxas proporcionais são as seguintes: Cédula a - 3% (três por cento). Cédula b - 8% (oito por cento). Cédula c - 1%
(um por cento). Cédula d - 2% (dois por cento). Cédula e - 3% (três por cento).

CAPÍTULO XII
DAS TAXAS PROGRESSIVAS

Art. 26. As taxas progressivas são as seguintes:

Até 12:000$0...........................................................................................................................................Isento Entre 32:000$0 e


20:000$0 (meio por cento) ............................................................................................ 0,5% Entre 20:000$0 e 30:000$0 (um por
cento) .................................................................................................. 1% Entre 30:000$0 e 60:000$0 (três por
cento) ................................................................................................. 3% Entre 60:000$0 e 90:000$0 (cinco por
cento) .............................................................................................. 5% Entre 90:000$0 e 320:000$0 (sete por
cento) .............................................................................................. 7% Entre 320:000$0 e 350:000$0 (nove por
cento) ........................................................................................... 9% Entre 450:000$0 e 200:000$0 (doze por
cento) ......................................................................................... 12% Entre 200:000$0 e 250:000$0 (treze por
cento) ......................................................................................... 13% Entre 250:000$0 e 800:000$0 (quatorze por
cento) ................................................................................... 14% Entre 300:000$0 e 400:000$0 (quinze por
cento) ....................................................................................... 15% Entre 400:000$0 e 500:000$0 (dezessete por
cento) .................................................................................. 17% Acima de 500:000$0 (dezoito por
cento) .................................................................................................... 18%

§ 1º No cálculo do imposto complementar as taxas recaem sobre a porção de renda compreendida entre os limites assinalados
em cada classe.

§ 2º O imposto complementar ( a soma das parcelas correspondentes a cada classe, até o limite indicado pela renda líquida
considerada.

PARTE SEGUNDA
Tributação das pessoas jurídicas

CAPÍTULO I
DOS CONTRIBUINTES

Art. 27. As pessoas jurídicas de direito privado domiciliadas no Brasil, que tiverem lucros apurados de acordo com este decreto-
lei, são contribuintes do imposto de renda, sejam quais for em os seus fins e nacionalidade.

§ 1º Ficam equiparadas às pessoas jurídicas, para efeito deste decreto-lei os que praticarem, habitual e profissionalmente, em
seu próprio nome, operações de natureza civil ou comercial com o fim especulativo de lucro.

§ 2º As disposições deste artigo aplicam-se a todas as firmas individuais e sociedades, registadas ou não.

CAPÍTULO II
DAS ISENÇÕES

Art. 28. Estão isentas do imposto de renda:

a) as sociedades e fundações de carater filantrópico, caritativo, religioso, educativo, cultural, instrutivo, científico,
artístico, literário, recreativo e esportivo;
b) as associações e sindicatos qua tenham por objeto cuidar dos interesses de seus associados;
c) as sociedades cooperativas de carater mercantil, bem como as de natureza civil abaixo enumeradas:

I - de produção ou trabalho agrícolas;


II - de beneficiamento e venda, em comum, de produtos agrícolas ou de origem animal, não transformados industrialmente;
III - de compra, em comum, sem intuito de revenda, de animais, plantas vivas, mudas, sementes, adubos, inseticidas, máquinas,
instrumentos, matérias primas e produtos manufaturados, uteis à lavoura ou à pecuária, para o abastecimento de sítios ou
fazendas;
IV - de seguros mútuos contra a geada, mortandade do gado e outros flagelos;
V - de crédito agrícola;
VI - de consumo, quando não tenham estabelecimento aberto ao público e vendam exclusivamente aos associados;
VII - de construção de habitações populares para venda unicamente nos associados; VIIl - editoras e de cultura intelectual,
embora mantenham oficinas próprias de compor, imprimir, gravar, brochar e encadenar livros, opúsculos, revistas e periódicos,
desde que tais edições e trabalhos gráficos sejam de exclusivo proveito dos associados ou se destinem unicamente à propaganda da
sociedade ou da instituição cooperativista, sem estabelecimento aberto ao público;
IX - escolares;
X - de seguros contra acidentes do trabalho.

Parágrafo único. Cessará a isenção:

a) quando as fundações, sociedades e associações referidas nas alíneas a e b deste artigo remunerarem suas diretorias
ou distribuírem lucros sob qualquer forma;
b) quando as sociedades cooperativas distribuírem dividendos aos seus associados, não se considerando dividendo o
juro fixo até 12% ao ano, atribuído ao capital social realizado de acordo com a legislação cooperativista vigente.

Art. 29. As isenções de que trata o artigo anterior serão reconhecidas pela Divisão do Imposto de Renda, mediante requerimento
das interessadas, provando:

a) personalidade jurídica;
b) finalidade;
c) natureza das atividades;
d) carater dos recursos e condições em que são obtidos;
e) aplicarão integral dos lucros na manutenção e desenvolvimento dos objetivos sociais.

Art. 30. As companhias estrangeiras de navegação marítima e aérea estarão isentas do imposto de renda, se, no país de sua
nacionalidade, as companhias brasileiras de igual objetivo gozarem da mesma prerrogativa.

Art. 31. A isenção concedida às pessoas jurídicas não aproveita aos que delas percebam rendimentos sob qualquer título e forma.

CAPÍTULO III
DA TRIBUTAÇÃO

Art. 32. As pessoas jurídicas serão tributadas de acordo com os lucros reais verificados, anualmente, segundo o balanço e o
demonstração da conta de lucros e perdas.

Art. 33. E' facultado às firmas individuais e às sociedades em nome coletivo, de capital e indústria e em comandita simples,
optar pela tributação baseada no lucro presumido, segundo a forma estabelecida no art. 40.

§ 1º O disposto neste artigo não se aplica às firmas e sociedades cujo capital exceder a 50:000$0, ou cujo movimento bruto
anual for superior a 200.000$0, nem às filiais, sucursais ou agências no país das firmas e sociedades com sede no estrangeiro, as
quais serão sempre tributadas pelo lucro real.

§ 2º A opção é irrevogável e será feita, em cada exercício, na própria declaração de rendimentos, devidamente subscrita.

Art. 34. Para os efeitos do imposto sobre o lucro real, as pessoas jurídicas ficam obrigadas a escriturar seus livros na forma dos
arts. 12 e 14 do Código Comercial, em idioma do país e de modo que demonstre anualmente o resultado de suas atividades no
território nacional.

§ 1º E¿ facultado às pessoas jurídicas que possuírem filiais, sucursais ou agências manter contabilidade centralizada, desde que
destaquem, na sua escrituração, as operações e os resultados de cada uma delas.

§ 2º A inobservância do disposto neste artigo dará ao fisco a faculdade de arbitrar o lucro à razão de 30% sobre a soma dos
valores do ativo imobilizado, disponível e realizável a curto e a longo prazo, ou de 15% a 50% do capital ou da receita bruta definida
nos §§ 1º e 2º do art. 40, a juizo da autoridade lançadora.

§ 3º As disposições deste artigo aplicam-se às filiais, sucursais ou agências, no Brasil, das pessoas jurídicas com sede no
estrangeiro.

Art. 35. As pessoas jurídicas, cujos resultados provenham de atividades exercidas parcialmente fora e dentro do país, ficam
sujeitas ao disposto neste capítulo, tributando-se, apenas, a parte dos resultados derivados de fontes nacionais.

Parágrafo único. Consideram-se resultados derivados de atividades exercidas parcialmente fora e dentro do país, os que
provierem:

a) das operações de comércio iniciadas no Brasil e ultimadas no exterior e vice-versa;


b) da exploração de matéria bruta no território nacional, embora beneficiada, vendida ou utilizada no estrangeiro e vice-
versa;
c) dos transportes e outros meios do comunicação com os países estrangeiros.

Art. 36. As pessoas jurídicas que explorarem a venda de propriedades imobiliárias a prestações devem destacar, na sua
contabilidade, o reembolso de capital, o lucro e os juros em cada prestação recebida, para a apuração do resultado anual dessas
operações.

CAPÍTULO IV
DOS LUCROS
SECÇÃO I
Do lucro real

Art. 37. Constitue lucro real a diferença entre o lucro bruto e as seguintes deduções:

a) as despesas relacionadas com a atividade explorada, realizadas no decurso do ano social e necessárias à percepção do
lucro bruto e à manutenção da fonte produtora;
b) os juros de dívidas contraídas para o desenvolvimento das firmas ou sociedades;
c) as quotas razoáveis destinadas à formação de provisão para atender a perdas no ano social seguinte, na liquidação de
dívidas ativas, tendo-se em vista sua natureza e volume, bem como o gênero de negócio;
d) as quotas para constituição de fundos de depreciação, devido ao desgaste dos materiais, calculadas em relação ao
custo das propriedades moveis e à duração das mesmas;
e) as quotas para constituição de fundos destinados a substituir instalações que possam cair em desuso ou que se
tornem obsoletas, desde que sejam razoáveis e não ultrapassem às comumente aceitas em tais casos;
f) as quotas para constituição de fundos de exaustão ou esgotamento de capitais invertidos na exploração do minas,
jazidas e florestas, observada a restrição da alínea e.

§ 1º Alem dessas deduções, serão permitidas as seguintes:

a) quanto às sociedades de capitalização e às de seguro de qualquer natureza, as reservas técnicas, constituidas


obrigatória e especialmente para garantia de suas operações, na forma da legislação em vigor;
b) quanto aos concessionários de serviços de utilidade pública, as quotas destinadas à amortização de capitais invertidos
em bens reversíveis.

§ 2º As filiais, sucursais ou agências no Brasil, das firmas ou sociedades com sede no estrangeiro, só poderão deduzir as
despesas realizadas no território nacional e as quotas de amortização e depreciação das propriedades moveis existentes no país.

Art. 38. As pessoas jurídicas instruirão suas declarações com os seguintes documentos:

a) cópia do balanço compreensivo de doze meses de operações, encerrado em qualquer data do ano civil que anteceder
imediatamente ao exercício financeiro em que o imposto for devido;
b) cópia da demonstração da conta de lucros e perdas;
e) demonstrativo da conta de despesas gerais, por natureza de gastos;
d) demonstração da conta de mercadorias, fabricação ou produção, conforme se trate de comércio, indústria ou
agricultura;
e) relação discriminativa dos crédilos considerados incobraveis e debitados à conta de provisão ou lucros e perdas, com
indicação em nome e endereço do devedor, do valor e data do vencimento da dívida e da causa que impossibilitou a
cobrança.

Parágrafo único - As sociedades que operam em seguros, alem dos documentos enumerados nas letras a, b e c, apresentarão os
seguintes:

a) mapa estatístico das operações de cada semestre;


b) relação discriminativa dos prêmios recebidos, com indicação das importâncias globais e dos períodos
correspondentes;
c) relação discriminativa das reclamações ajustadas em seus valores reais, com indicarão de terem sido ajustadas em
Juizo ou fora dele, bem como das por ajustar, baseadas na estimativa feita pela sociedade.

Art. 39. Os balanços, demonstrações da conta de lucros e perdas, extratos, discriminações de contas ou lançamentos e quaisquer
outros documentos de contabilidade, deverão ser assinados por atuários, peritos-contadores, contadores ou guarda-livros
legalmente registrados, com indicação do número do respectivo registo.

§ 1º Esses profissionais, dentro do âmbito de sua atuação e no que se referir à parte técnica, serão responsabilizados, juntamente
com os contribuintes, por qualquer falsidade dos documentos que assinarem e pelas irregularidades de escrituração praticadas no
sentido de, fraudar o imposto de renda.

§ 2º Verificada a falsidade do balanço ou de qualquer outro documento de contabilidade, assim como da escrita dos
contribuintes, o profissional que houver assinado tais documentos será pelo diretor do Imposto de Renda ou pelos delegados
regionais, independentemente da ação criminal que no caso couber, declarado sem idoneidade para assinar quaisquer peças ou
documentos contábeis sujeitos à apreciação das repartições do Imposto de Renda.

§ 3º Do ato do diretor do Imposto de Renda ou dos delegados regionais, declarando a falta de idoneidade referida no parágrafo
anterior caberá recurso, dentro do prazo de vinte dias, para o diretor geral da Fazenda, Nacional e para o diretor do Imposto de
Renda, respectivamente.

§ 4º Passada em julgado, na esfera administrativa, a decisão preferida em processo de que conste fraude ou falsidade, aos
profissionais considerados não idôneos será aplicada a multa de 100$0 a 500$0.

§ 5º Para efeito deste artigo os atuários, peritos-cotadores, contadores e guarda-livros são obrigados a comunicar às repartições
do Imposto de Renda os nomes e domicílios das pessoas jurídicas de cuja escrita estejam encarregados.

SECÇÃO II
Do lucro presumido

Art. 40. O lucro presumido será determinado pela aplicação do coeficiente de 6% sobre a receita bruta.

§ 1º Constitue receita bruta a soma das operações realizadas por conta própria e das remunerações recebidas como preço de
serviços prestados.

§ 2º Incluem-se na receita bruta as receitas totais de transações alheias ao objeto do negócio.

Art. 41. A comprovação da receita bruta será feita com a relação das vendas de conta própria registadas nos livros fiscais,
durante o ano civil imediatamente anterior ao exercício financeiro em que o imposto for devido, e com os lançamentos feitos
durante o ano social a crédito da conta ou contas que registem a receita da firma ou sociedade.

Art. 42. Do lucro presumido não será permitida dedução de qualquer espécie.

CAPÍTULO V
DA BASE DO IMPOSTO

Art. 43. A base do imposto será dada pelo lucro real ou presumido correspondente ao ano social ou civil anterior ao exercício
financeiro em que o imposto for devido.

§ 1º Serão adicionados ao lucro real, para tributação em cada exercício financeiro:

a) as quantias aplicadas na aquisição de bens de qualquer natureza, quando levadas a lucros e perdas;
b) as retiradas não debitadas em despesas gerais ou contas subsidiárias, e as que mesmo escrituradas nessas contas, não
correspondam à remuneração mensal fixa por prestaçãode serviços;
c) os importâncias excedentes aos limites fixados nos §§ 2º, 3º e 4º do art. 5º;
d) os ordenados e percentagens pagos a membros das divetorias das sociedades anônimas que não residam no país;
e) os juros sobre o capital ou quota social atribuidos ao titular e sócios das firmas e sociedades;
f) as quotas destinadas a fundos de reserva, quaisquer que sejam as designações que tiverem, inclusive lucros
suspensos, ressalvado o disposto na alinea a, do § 1º do art. 37;
g) as quantias tiradas de quaisquer fundos ainda não tributados, para aumento do capital social;
h) as quantias correspondentes ao aumento do valor do ativo em virtude de novas avaliações, ou à venda de parte do
mesmo, desde que não representem restituições de capital;
i) as quantias relativas às ações novas e interesses distribuidos com recursos tiradas de quaisquer fundos ainda não
tributados.

§ 2º Não serão adicionados ao lucro real:

a) as percentagens dos interessados nos lucros das firmas ou sociedades;


b) as participações dos governos da União, dos Estados e dos Municípios nos lucros dos concessionários do serviços de
utilidade pública e em outros quaisquer;
c) os lucros e dividendos que já houverem sofrido a taxação proporcional em poder das sociedades que os distribuíram,
desde que se prove o pagamento.

CAPÍTULO VI
DAS TAXAS DO IMPOSTO

Art. 44. As pessoas jurídicas pagarão o imposto proporcional do 6% sobre os lucros apurados de acordo com este decreto-lei,
exceto as sociedades civis, que pagarão 3%.
PARTE TERCEIRA
Casos especiais de tributação

CAPÍTULO I
DO ESPÓLIO

Art. 45. No caso de falecimento do contribuinte, a declaração de rendimentos e o lançamento do imposto serão feitos, até a
partilha ou a adjudicação dos bens, em nome do espólio.

Parágrafo único - Aplicam-se ao espólio as normas a que estão sujeitas as pessoas físicas, observado o disposto neste capítulo.

Art. 46. A partir da abertura da sucessão e enquanto não for comunicada a homologação da partilha ou a adjudicação dos bens,
as obrigações estabelecidas neste decreto-lei ficam a cargo do inventariante.

Parágrafo único. A comunicação de que trata este artigo será feita à repartição lançadora do local do último domicílio do de
cujus, pelo inventariante ou qualquer herdeiro, juntando-se os documentos comprobatórios.

Art. 47. Quando o contribuinte falecer antes de extinto o prazo para a entrega da declaração e não tiver sido até esse momento
homologada a partilha ou feita a adjudicação dos bens, a base do imposto será dada pelos rendimentos do ano anterior, exceto
quanto aos do trabalho, que serão os auferidos no ano do falecimento.

Parágrafo único. Se o inventário ultimar-se antes de 30 de abril, a declaração será imediatamente apresentada, não com base
nos rendimentos do ano anterior, mas nos do período de 1 de janeiro até o dia da partilha ou adjudicação dos bens.

Art. 48. A isenção de 12:000$0 do art. 26 será considerada no exercício financeiro em que ocorrer o falecimento do
contribuinte.

Parágrafo único. No exercícios subsequentes, se a renda líquida foi superior a 12:000$0, calcular-se-á o imposto complementar
aplicando à porção de renda até 20:000$0 a taxa de 0,5% (meio por cento), sem se atender ao limite de isenção, observando-se,
dai em diante, as taxas progressivas constantes do art. 26.

Art. 49. Quando se apurar, pela abertura da sucessão, que o de cujus não apresentou declaração para os exercícios anteriores, ou
o fez com omissão de rendimentos, cobrar-se-á do espólio o imposto respectivo, acrescido da multa de mora de 10%.

Parágrafo único. Se as faltas forem cometidas pelo inventariante serão punidas com as multas previstas no Capítulo III do
Título III deste decreto-lei.

Art. 50. Na falta de pagamento pelo inventariante, o cônjuge meeiro e os herdeiros e legatários responderão solidariamente pela
totalidade do débito, dentro das forças da meiação, herança ou legado.

CAPÍTULO II
DA LIQUIDAÇÃO, EXTINÇÃO E SUCESSÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS

Art. 51. As firmas e sociedades em liquidação serão tributadas, até findar-se esta, de acordo com as normas estabelecidas na
Parte Segunda do Título I.

Parágrafo único. Ultimada a liquidação, proceder-se-á de conformidade com o disposto no artigo seguinte.

Art. 52. Se uma firma ou sociedade se extinguir antes de 30 de abril, a base do imposto será dada pelos lucros correspondentes
aos meses em que funcionou no exercício da extinção, devendo ser imediatamente apresentada a declaração de rendimentos.

Parágrafo único. Extinguindo-se depois dessa data, prevalecerá a declaração apresentada com base nos resultados do ano
anterior, sem ficar obrigada a novo declaração de rendimentos pelo fato da extinção.

Art. 53. A extinção de uma firma ou sociedade de pessoas não exime o titular ou os sócios da responsabilidade solidária do
débito fiscal.

Art. 54. Ressalvado o disposto no § 1º do art. 33, o imposto continuará a ser pago como se não houvesse alteração nas firmas ou
sociedades, nos casos de:

a) sucessão, na forma da legislação em vigor;


b) transformação de uma firma ou sociedade em outra de qualquer espécie;
c) continuação da atividade explorada pela sociedade ou firma extinta, por qualquer sócio remanescente ou pelo
espólio, sob a mesma ou nova razão social, ou firma individual.

Art. 55. Os continuadores e sucessores respondem pelo pagamento do débito fiscal da firma ou sociedade anterior.

CAPÍTULO III
DAS EMPREITADAS DE CONSTRUÇÃO DE ESTRADAS E SEMELHANTES

Art. 56. Em casos como os de empreitadas de construção de estradas, a tributação abrangerá a totalidade dos resultados
apurados em balanço final, relativo ao período da construção.
CAPÍTULO IV
DA EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA E PASTORIL E DAS INDUSTRIAS EXTRATIVAS VEGETAL E ANIMAL

Art. 57. Para determinar o rendimento líquido da exploração agrícola ou pastoril e das indústrias extrativas vegetal e animal, de
que trata o parágrafo único do art. 9º, aplicar-se-á o coeficiente de sobre o valor da propriedade.

§ 1º Considera-se valor da propriedade o representado pelas terras cultivadas, pastagens, construções, benfeitorias,
maquinismos, máquinas agrícolas, culturas permanentes, gado de trabalho e de renda.

§ 2º Na hipótese de não ser possível conhecer com exatidão o valor das construções, benfeitorias, maquinismos e máquinas
agrícolas, este será arbitrado em 10% do valor venal das terras, registado nas repartições estaduais para efeito da cobrança do
imposto territorial.

§ 3º Do rendimento líquido, determinado na forma deste artigo, não será permitida dedução de qualquer espécie.

Art. 58. É facultado ao contribuinte que perceber rendimentos da exploração agrícola ou pastoril e das indústrias extrativas
vegeta e animal optar pela tributação baseada no resultado real, desde que o possa comprovar por meio de escrituração feita de
forma a merecer fé.

Parágrafo único. No caso deste artigo, não são dedutiveis as quantias aplicadas na aquisição de bens de qualquer natureza, nem
as despesas pessoais do contribuinte, salvo as de alimentação, com recursos da propriedade agrícola.

Art. 59. Os parceiros na exploração agrícola ou pastoril e na das indústrias extrativas vegetal e animal serão tributados,
separadamente, na proporção do que a cada um couber dos rendimentos.

CAPÍTULO V
DA TRANSFERÊNCIA DE RESIDÊNCIA PARA O BRASIL
SECÇÃO I
Das pessoas anteriormente submetidas ao regime de tributação na fonte

Art. 60. Quando o residente no estrangeiro estiver submetido ao regime de tribulação na fonte previsto no art. 99 transferir
residência para o Brasil, ficará sujeito ao imposto, como residente ou domiciliado no país, no ano que se seguir ao da mudança.

Parágrafo único. No caso deste artigo, a declaração abrangerá a totalidade dos rendimentos e deduções relativos ao ano da
mudança, na forma do disposto no art. 22. SECÇÃO II Dos que iniciam a percepção de rendimentos no país Art. 61. As pessoas que,
no correr de um exercício financeiro, transferirem residência para o território nacional e, nesse mesmo exercício, iniciarem a
percepção de rendimentos tributáveis de acorda com este decreto-lei, estarão sujeitas ao imposto no exercício seguinte, como
residentes ou domiciliadas no país.

Parágrafo único. No caso deste artigo, serão declarados os rendimentos percebidos entre a data da chegada e o último dia do
ano civil.

CAPÍTULO VI
DO INÍCIO DE NEGÓCIO

Art. 62. Para as pessoas jurídicas que iniciarem transações em um ano, a base do imposto, para o exercício seguinte, será dada
pelos lucros apurados de acordo com este decreto-lei e que corresponderem ao período entre o início do negócio e o dia 31 de
dezembro.

Parágrafo único. No caso deste artigo, se as firmas ou sociedades não, o tiverem realizado balanço em 31 de dezembro, serão
tributadas pelo lucro presumido, segundo a forma estabelecida no art. 40.

PARTE QUARTA
Disposições aplicaveis ao regime de arrecadação por lançamento

CAPÍTULO I
DA DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS

Art. 63. Até 30 de abril de cada ano, as pessoas físicas e jurídicas, por si ou por intermédio de representantes habilitados, são
obrigadas a apresentar declaração de seus rendimentos.

§ 1º Não haverá essa obrigação para as pessoas físicas, salvo exigência da autoridade fiscal, quando o rendimento bruto não
exceder a 12:000$0 anuais.

§ 2º Quando motivos de força maior, devidamente justificados perante o chefe da repartição lançadora, impossibilitarem a
entrega da declaração dentro do prazo acima estabelecido, poderá ser concedida, mediante requerimento, uma só prorrogação até
60 dias.

§ 3º Depois de 30 de abril, a declaração só será recebida se ainda não tiver sido iniciado o processo de lançamento ex-officio de
que trata a alínea a do art. 77 e mediante aplicação, ao imposto calculado, da multa de mora de 10%.

§ 4º E¿ vedado no contribuinte, depois de notificado do lançamento do imposto ou do início de processo de lançamento ex-
officio, requerer a retificação da sua declaração, para o fim de incluir deduções e abatimentos que, anteriormente àqueles atos, não
pleiteara.
§ 5º A firma ou sociedade que, depois de iniciada a ação fiscal, por meio de exame de escrita, requerer a retificação de
rendimentos de sua declaração, não se eximirá, por isso, das penalidades previstas em lei, aplicando-se o mesmo procedimento a
todas as pessoas físicas ou jurídicas, quanto aos rendimentos oriundos da firma ou sociedade a que se referir aquele exame.

Art. 64. As fórmulas de declaração obedecerão aos modelos aprovados pelo diretor do Imposto de Renda e serão assinadas pelos
contribuintes ou seus representantes, esclarecendo estes que o fazem em nome daqueles.

Art. 65. As pessoas físicas que perceberem rendimentos de várias fontes, na mesma ou em diferentes localidades, farão uma só
declaração.

Parágrafo único. Em cada cédula, os rendimentos, bom como as deduções solicitadas, serão discriminados por fontes e
localidades de que provenham.

Art. 66. Aqueles que declararem rendimentos de bens em condomínio deverão indicar essa circunstância.

Art. 67. Na constância da sociedade conjugal, os cônjuges deverão fazer declaração conjunta de seus rendimentos, inclusive os
do trabalho ou das pensões de que tiverem o gozo privativo.

Parágrafo único. Se o regime for o da separação de bens, O facultado a qualquer dos cônjuges apresentar declaração em
separado, ,relativamente aos rendimentos próprios.

Art. 68. No caso de dissolução da sociedade conjugal, por morte de um dos cônjuges, o sobrevivente apresentará, até a partilha
ou a adjudicação dos bens, declaração de vencimentos relativa às importâncias que perceber do seu trabalho próprio, das pensões
de que tiver gozo privativo ou de quaisquer bens que não se incluam no monte a partilhar.

Art. 69. As pessoas jurídicas com sede no país e as filiais, sucursais ou agências das pessoas jurídicas com sede no estrangeiro,
que centralizarem a contabilidade das subordinadas ou congêneres, ou que incorporarem nos seus os resultados daquelas, deverão
apresentar uma só declaração na repartição do local onde estiver o estabelecimento centralizador ou principal, devendo as
subordinadas ou congêneres fazer a necessária comunicação à repartição das respectivas circunscrições fiscais.

Parágrafo único. As firmas ou sociedades coligadas, bem como as controladoras e controladas, deverão apresentar declaração
em separado, quanto ao resultado da sua atividade.

Art. 70. As declarações deverão ser entregues à repartição competente da localidade onde estiver o domicílio fiscal dos
contribuintes.

Art. 71. As declarações, acompanhadas ou não de cheques, poderão ser entregues pessoalmente ou remetidas em carta registada,
pelo correio.

Parágrafo único. A repartição dará o recibo da declaração no ato da entrega, quando feita pessoalmente, e encaminha-lo-á ao
domicílio fiscal do contribuinte, no caso de remessa da declaração pelo correio.

Art. 72. São competentes para receber as declarações de rendimentos:

a) as Delegacias Regionais do Imposto de Renda;


b) as Delegacias Seccionais e inspetores do Imposto de Renda, Alfandegas, Mesas de Rendas, Coletorias Federais e
Postos e Registros Fiscais.

Art. 73. Os domiciliados no país, ausentes no estrangeiro, a serviço da Nação ou por motivo de estudos, que receberem
vencimentos pela Delegacia do Tesouro Brasileiro no exterior, deverão apresentar suas declarações naquela repartição.

CAPÍTULO II
DA REVISÃO DAS DECLARAÇÕES

Art. 74. As declarações de rendimentos estarão sujeitas à revisão das repartições lançadoras, que exigirão os comprovantes
necessários.

§ 1º A revisão será feita com elementos de que dispuser a repartição, esclarecimentos verbais ou escritos solicitados aos
contribuintes, ou por outros meios facultados neste decreto-lei.

§ 2º Os pedidos de esclarecimentos deverão ser respondidos dentro do prazo de 10 dias contados da data em que tiverem sido
recebidos.

§ 3º O contribuinte que deixar de atender o pedido de esclarecimentos ficará sujeito ao lançamento ex-officio de que trata a
alínea b do art. 77.

Art. 75. Os funcionários do Imposto de Renda, destacados em serviço de inspeção no interior dos Estados, poderão, quando
devidamente autorizados, proceder à revisão das declarações.

CAPÍTULO III
DO LANÇAMENTO DO IMPOSTO
SECÇÃO I
Do lançamento com base na declaração
Art. 76. Feita a revisão da declaração de rendimentos, proceder-se-á ao lançamento do imposto, notificando-se o contribuinte do
débito apurado.

SECÇÃO II
Do lançamento "ex-officio"

SUBSECÇÃO I DOS CASOS DE LAÇAMENTOS "EX-OFFICIO

Art. 77. O lançamento ex-officio terá lugar quando o contribuinte:

a) não apresentar declaração de rendimentos;


b) deixar de atender o pedido de esclarecimentos que lhe for dirigido, recusar-se a prestá-los ou não os prestar
satisfatoriamente;
c) fizer declaração inexata, considerando-se como tal não só a que omitir rendimentos como também a que contiver
dedução de despesas não efetuadas ou abatimentos indevidos.

SUBSECÇÃO II
DO PROCEDIMENTO

Art. 78. O processo será iniciado por despacho da autoridade lançadora mandando intimar o interessado para, no prazo de 30
dias, prestar esclarecimentos.

§ 1º As intimações serão feitas por meio de registado postal, com direito a recibo de volta (A.R.), ou pessoalmente, mediante
declaração de ciente no processo, ou, ainda, por edital publicado uma vez na imprensa ou afixado na repartição, quando
impraticáveis os dois primeiros meios.

§ 2º Se os esclarecimentos não forem apresentados para sua juntada ao processo, certificar-se-á nele essa circunstância; quando
feita a intimação por registado postal, juntar-se-á o recibo de volta (A.R.), e quando por edital, mencionar-se-á o nome do jornal
em que foi publicado ou o lugar em que esteve afixado.

§ 3º A autoridade lançadora apreciará o processo; se o julgar improcedente, mandará arquivá-lo; no caso contrário, autorizará o
lançamento mandando cobrar o imposto com a multa cabível, de acordo com o art. 145.

SUBSECÇÃO III
DA BASE

Art. 79. Faz-se-á o lançamento ex-officio:

a) arbitrando os rendimentos, mediante os elementos de que se dispuser, nos casos de falta de declaração;
b) abandonando as parcelas que não tiverem sido esclarecidas e fixando os rendimentos tributáveis de acordo com as
informações de que se dispuser, quando os esclarecimentos deixarem de ser prestados, forem recusados ou não
forem satisfatórios;
c) computando as importâncias não declaradas, ou arbitrando o rendimento tributável de acordo com os elementos de
que se dispuser, nos casos de declaração inexata.

§ 1º Os esclarecimentos prestados só poderão ser impugnados pelos lançadores, com elemento seguro do prova, ou indício
veemente de sua falsidade ou inexatidão.

§ 2º Na hipótese de lançamento ex-officio por falta de declaração de rendimentos, a não apresentação dos esclarecimentos
dentro do prazo de que trata o art. 78 acarretará, para as pessoas físicas, a perda do direito de deduções e abatimentos previstos
neste decreto-lei e, para as firmas individuais e sociedades em nome coletivo, de capital e indústria e em comandita simples, a
perda do direito de opção.

SECÇÃO III
Disposições relativas ao lançamento do imposto

Art. 80. As pessoas físicas serão lançadas individualmente pelos rendimentos que perceberem do seu capital, do seu trabalho
próprio ou das pensões de que tiverem gozo privativo, ressalvada a hipótese do § 4º, in-fine, do art. 20.

Parágrafo único. Na constância da sociedade conjugal, salvo no caso do parágrafo único do art. 67, far-se-á o lançamento em
nome do marido, abrangendo os rendimentos do casal.

Art. 81. As filiais, sucursais e agências das firmas ou sociedades serão lançadas pelo seu movimento próprio, salvo a hipótese dos
$$ 1º e 3º do art. 84, em que o lançamento será feito em nome da matriz ou da filial, sucursal ou agência que centralizar a
contabilidade de todas ou incorporar, aos seus, os resultados das demais.
Parágrafo único. No caso das coligadas, controladoras ou controladas, o lançamento será feito em nome de cada uma delas.

Art. 82. O contribuinte será notificado do lançamento no distrito onde estiver o seu domicílio fiscal.

Art. 83. A notificação do lançamento far-se-á por registado postal, com direito a recibo de volta (A.R.), ou por edital.

§ 1º Far-se-á a notificação por edital, quando for desconhecido ou incerto o endereço do contribuinte, ou quando este se
encontrar ausente no estrangeiro.

§ 2º O edital não mencionará a importância do imposto e será publicado uma vez na imprensa ou afixado na repartição, no lugar
onde não houver imprensa.

Art. 84. O lançamento do imposto cabe às Delegacias Regionais e Seccionais do Imposto de Renda.

Parágrafo único. Quando especialmente autorizados, tambem farão lançamentos os funcionários incumbidos da fiscalização do
imposto no interior dos Estados.

CAPÍTULO IV
DO PAGAMENTO DO IMPOSTO
SECÇÃO I
Disposições Gerais

Art. 85. O imposto devido pelas pessoas físicas e jurídicas deverá, ser pago de uma só vez, quando inferior a 100$000 e 500
$000, respectivamente.

§ 1º Tratando-se de imposto superior a essas quantias, é permitido, às pessoas físicas, o pagamento em quatro quotas iguais e, às
jurídicas, em três quotas, tambem iguais.

§ 2º Nos casos de lançamento ex-officio e de declaração entregue fora do prazo, permitir-se-á o pagamento do débito na forma
do parágrafo anterior.

Art. 86. O pagamento do imposto, no ato da entrega da declaração de rendimentos, só poderá ser efetuado na sua totalidade.

Parágrafo único. Deverá ser efetuado, tambem em sua totalidade, e no ato da entrega da declaração, o pagamento do imposto
devido, quando se verificar a hipótese do art. 52.

SECÇÃO II
Dos meios de pagamento

Art. 87. O pagamento do imposto será feito em dinheiro ou por cheque.

Art. 88. Os cheques serão cruzados e pagáveis ao Banco do Brasil.

Parágrafo único. Quando os cheques não estiverem cruzados, será feito imediatamente o cruzamento e a indicação Banco do
Brasil.

Art. 89. Os cheques destinados ao pagamento do imposto pode ser emitidos pelo contribuintes ou por outras pessoas.

SECÇÃO III
Do lugar do Pagamento

Art. 90. Os pagamentos em dinheiro serão feitos às Recebedorias Federais, Alfândegas, Mesas de Rendas e Coletorias Federais.

Art. 91. Os cheques serão emitidos ou endossados em favor das Delegacias Regionais do Imposto de Renda ou à sua ordem.

SECÇÃO IV
Da época e do prazo para pagamento

Art. 92. A arrecadação do imposto, em cada exercício, começará a 1º de agosto, para as declarações de rendimentos entregues
dentro do prazo.

Art. 93. Paga a primeira quota do imposto, no prazo mareado na notificação, as restantes serão recolhidas com intervalos de 30
dias a contar do vencimento da primeira.

§ 1º É facultado ao contribuinte, depois da lançado, pagar antecipadamente uma ou mais quotas, ou a totalidade do imposto.
§ 2º Quando houver suplemento de imposto, proceder-se-á de acordo com o disposto neste artigo.

Art. 94. No caso de falência, considerar-se-ão vencidos todos os prazos, providenciando-se imediatamente a cobrança judicial da
dívida.

SECÇÃO
Do atraso e da falta de pagamento

Art. 95. O imposto que não for pago dentro do respectivo prazo, ficará sujeito à multa de mora de 10%, prosseguindo-se na
cobrança na forma da Secção II do Capítulo VII, Título III.

TÍTULO II
Da arrecadação nas fontes

CAPÍTULO I
DOS RENDIMENTOS TRIBUTAVEIS E TAXAS
SECÇÃO I
Dos títulos ao portador

Art. 96. Estão sujeitos ao desconto do imposto na fonte: 1º, à razão de taxa de 4 %, os Juros de títulos ao portador de dívidas
públicas federais, estaduais e municipais; 2º, à razão da taxa de 8 %:

a) os dividendos de ações ao portador e quaisquer bonificações a elas atribuídas;


b) os interesses e quaisquer outros rendimentos de títulos ao portador denominados partes beneficiárias ou partes de
fundador;
c) o valor das ações novas e os interesses alem dos dividendos, distribuidos aos titulares de ações ao portador, nos
casos:

I - de utilização de quaisquer fundos, inclusive os de amortização e de depreciação;


II - de aumento do capital, com recursos tirados de quaisquer fundos;
III - de valorização do ativo ou da venda de parte deste, sem redução do capital;

d) os juros de debêntures ou outras obrigações ao portador, provenientes de empréstimos contraidos dentro ou fora do
pais, por sociedades nacionais ou estrangeiras que operem no território nacional;
e) os lucros superiores a 1 :000$000, decorrentes de prêmios em dinheiro, obtidos em loterias, sorteios de qualquer
espécie ou concursos esportivos, inclusivo os do turf, compreendidos nestes os bettings;

Parágrafo único. As taxas a que se refere este artigo incidirão sobre os rendimentos brutos.

SECÇÃO II
Dos rendimentos de residentes ou domiciliados no estrangeiro

Art. 97. Quaisquer rendimentos. exceto os mencionados no capítulo anterior, sofrerão o desconto da taxa de 8 %, quando
percebidos:

a) pelas pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domicilia das no estrangeiro;


b) pelos residentes no país que estiverem ausentes no exterior por mais de doze meses. salvo os referidos no art. 73;
c) pelos residentes no estrangeiro que permanecerem no território nacional por menos de doze meses.

Art. 98. A taxa de que trata o artigo anterior incidirá sobre os rendimentos brutos, salvo se estes provierem de capitais
imobiliários, hipótese em que será permitido deduzir, mediante comprovação, as despesas previstas no art. 16.

CAPITULO II
DA RETENÇÃO DO IMPOSTO

Art. 99. A retenção do imposto de que trata o art. 96 compete à fonte e será feita no ato do crédito ou pagamento do rendimento.

Art. 100. A retenção do imposto de que trata o art. 97 compete à fonte, quando pagar, creditar, empregar, remeter ou entregar o
rendimento.

Parágrafo único. Excetuam-se os seguintes casos, em que competirá ao procurador a retenção:

a) quando se tratar de aluguéis de imoveis;


b) quando o procurador não der conhecimento à fonte de que o proprietário do rendimento reside ou é domiciliado no
estrangeiro.

CAPÍTULO III
DO RECOLHIMENTO DO IMPOSTO

Art. 101. Ás pessoas obrigadas a reter o imposto compete o recolhimento ás repartições fiscais.

Art. 102. O recolhimento do imposto será efetuado dentro do prazo de 30 dias contados da data em que se tornou obrigatória a
retenção pela fonte, ou pelo procurador do residente ou domiciliado no estrangeiro.

Art. 103. Se a fonte ou o procurador não tiver efetuado a retenção do imposto, responderá pelo recolhimento deste, como se o
houvesse retido.

Art. 104. O recolhimento do imposto pela fonte ou pelo procurador será feito por meio de guia própria.

Art. 105. Deverão ser mencionadas na guia a natureza dos rendimentos e as importâncias respectivas.

Parágrafo único. no caso de residente no estrangeiro, deverão ser mencionados, ainda, o nome do beneficiado dos rendimentos
e o respectivo endereço.

Art. 106. As guias obedecerão ao modelo aprovado pelo diretor do Imposto de Renda e deverão ser solicitadas pelos
interessados.

Art. 107. São competentes para receber e imposto:

a) quando o recolhimento for feito em dinheiro, as Recebedorias Federais, Alfândegas, Mesas de Rendas e Coletorias
Federais;
b) quando por cheque, as Delegacias Regionais do Imposto de Renda.

TÍTULO III
Disposições gerais

CAPÍTULO I
DAS INFORMAÇÕES NAS FONTES

Art. 108. Até 30 de abril de cada ano, as pessoas físicas e jurídicas são obrigadas a enviar às repartições do Imposto de Renda
informações sobre os rendimentos que pagaram ou creditaram no ano anterior, por si ou como representantes de terceiros, Com
indicação da natureza, das respectivas importâncias e dos nomes endereços das pessoas que os receberam.

§ 1º Deverão ser informados, de acordo com este artigo, os ordenados, gratificações, bonificações, interesses, comissões,
honorários, percentagens, juros, dividendos, lucros, aluguéis e quaisquer outros rendimentos.

§ 2º A informação deverá abranger as importâncias em dinheiro pagas para custeio de viagem e estada, no exercício da
profissão, bem como as quotas para constituição de fundos de beneficência. 3.º Não serão prestadas informações sobre
rendimentos pagos, salvo quanto a juros, dividendos, lucros e aluguéis, quando as respectivas importâncias não excederem a
12 :000$0, desde que as pessoas que os tiverem recebido não percebam rendimento de outras fontes.

§ 4º Ignorando o informante se houve pagamento por outras fontes, deve prestar informação dos rendimentos que pagou.

§ 5º Quando os rendimentos se referirem a residentes ou domiciliados no estrangeiro, o informante mencionará essa


Circunstância, indicando o nome e endereço do procurador a quem foram pagos.

§ 6º Havendo dúvidas sobre quaisquer informações prestadas ou quando estas forem incompletas, a repartição poderá mandar
verificar a sua veracidade na escrita dos informantes ou exigir os esclarecimentos necessários.

Art. 109. As autoridades superiores do Exército, da Marinha, da Aeronáutica e das Polícias, bem como os diretores ou chefes de
repartições federais, estaduais e municipais e de departamentos ou entidades autárquicas, paraestatais ou outros orgãos a estes
assemelhados por ato do Governo, deverão prestar informações sobre os rendimentos pagos a seus subordinados e a terceiro.

Art. 110. O Banco do Brasil e demais estabelecimentos bancários, inclusive as Caixas Econômicas, deverão prestar informações
de todos os juros que excederem a 1:000$0, pagos ou creditados a particulares, com indicação dos nomes e endereços das pessoas
a que pertencerem.

Parágrafo único. As informações de juros inferiores a essa quantia, bem como os das contas correntes relativas ao comércio,
serão prestadas quando exigidas pela autoridade lançadora.

Art. 111. São tambem obrigadas a prestar informações nos termos do art. 108 :

a) todas as pessoas que, habitualmente, se encarregarem de receber, juros, exceto de dívidas públicas, de comprar e
vender cambiais e valores de bolsa, por conta de outros - quanto às operações efetuadas em nome de seus clientes;
b) as companhias de seguros, qualquer que seja a forma de constituição - sobre o pagamento de pensões aos seus
contribuintes;
c) as empresas de administração predial - sobre os aluguéis recebidos por conta de seus clientes, com indicação do
nome e endereço dos mesmos e das importências discriminadas por prédio;
d) as empresas, sociedades ou associações - sobre os renclimentos que pagarem provenientes de direítos autorais, com
indicão das importâncias e dos nomes e endereços das pessoas que os receberam:
e) os Câmaras Sindicais do Corretores - sobre as comissões percebidas pelos corretores.

Art. 112. O Departamento nacional de Indústria e Comércio no Distrito Federal e as juntas Comerciais dos Estados ou as
repartições e autoridades que as substituírem, deverão enviar, no prazo de 30 dias contados da data do registo, cópia dos
documentos registados, referentes aos contratos, alterações e distratos.

Art. 113. O Departamento Nacional da Propriedade Industrial deverá fornecer informações sobre os registos de patentes de
invenção e de marcas de indústria ou de comércio.

Art. 114. As repartições federais, estaduais e municipais que pagarem juros de títulos nominativos da dívida pública deverão
comunicar, até 30 de abril, as transferências de títulos ocorridos no ano anterior.

Art. 115. As exatorias federais e estaduais são obrigadas a enviar, até 30 de abril, relação das firmas e sociedades que adquiriram
selos de vendas e consignações durante o ano anterior, indicando os respectivos endereços e as importâncias dos selos adquiridos.

Parágrafo único. Essas repartições deverão fornecer, tambem ao prazo de 30 dias, informações das alterações ocorridas quanto
aos contribuintes do imposto de indústrias e profissões.

Art. 116. As Recebedorias, Mesas de Rendas e Coletorias Estaduais e as Prefeituras do Distrito Federal e dos Municípios são
obrigadas a comunicar, no prazo de 30 dias, qualquer alteração feita no seu cadastro de propriedades rurais, urbanas e de licenças.

Art. 117. Os escrivães dos cartórios da Justiça do Distrito Federal. dos Estados e do Território do Acre, são obrigados a informar,
no prazo de 30 dias contados da data da homologação da sentença, as importâncias correspondentes aos honorários, vintenas ou
comissões pagas aos advogados, médicos, testamenteiros, síndicos, liquidatários e avaliadores.

Art. 118. Os oficiais de registo de imoveis e de hipoteca marítima são obrigados a remeter, dentro de 30 dias contados do data do
registo, averbação ou transcrição do título, as informações relativas à transmissão de imoveis e aos contratos que indiquem
despesa ou receita em dinheiro, passagem de capital de um patrimônio a outro. ou ainda, que mencionem uma capitalização de
juros.

Art. 119. Os oficiais de registo de títulos e documentos são obrigados a remeter, dentro de 30 dias contados da data do registo, as
informações relativas aos contratos de arrendamento, locação, sub-locação, carta de fiança, locação ou empreitada de serviços,
abertura de crédito em conta corrente, penhor agrícola ou mercantil, caução, contratos de parceria e estatutos das sociedades civis.

Art. 120. Os tabeliães de notas e os Serventuários que exercerem funções de notários públicos são obrigados a remeter, dentro
de 30 dias contados da data da escritura, as. informações relativas às escrituras de arrendamento, locação e sublocação de imoveis
e locação de serviços.

Art. 121. Na forma preceituada nos arts. 118, 119 e 120, serão tambem enviadas comunicações sobre aumento ele dívida ou
aluguel, cessão ou transferência. quitação total ou amortização de dívida, rescisão e prorrogação de prazos, de todos os
empréstimos ou contratos.

Art. 122. As informações de que trata este capítulo serão enviadas às respectivas Delegacias Regionais e Seccionais do Imposto
de Renda ou exatorias federais, em fichas próprias por elas fornecidas, acompanhadas de relação em duas vias, uma das quais será
devolvida ao informante com o competente recibo.

Parágrafo único. As fichas e relações de que trata este artigo, as quais deverão ser assinadas pelos informantes, obedecerão aos
modelos aprovados pelo diretor do Imposto de Renda.

Art. 123. Nenhuma pessoa física ou jurídica, contribuinte ou não, poderá eximir-se de fornecer, nos prazos regulamentares, as
informações ou esclarecimentos solicitados pelas repartições do Imposto de Renda.

§ 1º Se a informação não for prestada, a autoridade fiscal competente cientificará desde logo o infrator da multa que. lhe foi
imposta, fixando novo prazo para o cumprimento da exigência.

§ 2º Se a exigência for novamente desatendida, o infrator ficará sujeito à penalidade máxima, alem de outras medidas legais.

§ 3º Na hipótese prevista no parágrafo anterior, a autoridade fiscal competente designará funcionários para colher a informação
de que carecer.

CAPÍTULO II
DA FISCALIZAÇÃO

Art. 124. A fiscalização do imposto de renda compete especialmente às repartições encarregadas do lançamento deste tributo.

Art. 125. São obrigados a auxiliar a fiscalização, quer prestando informações esclarecimentos que lhes forem solicitados, quer
permitindo aos funcionários do Imposto de Renda, devidamente autorizados, colher quaisquer elementos necessários à repartição,
todos os orgãos da administração pública federal, estadual e municipal, bem como os departamentos e entidades autárquicas e
paraestatais.

Parágrafo único. Auxiliarão, ainda, a fiscalização:


a) o Departamento Nacional de Indústria e Comércio, as Juntas Comerciais ou repartições que suas vezes fizerem, os
quais não poderão arquivar distratos ou alterações de contratos de quaisquer sociedades, bem como atas de
assembléias gerais de sociedades por ações, nacionais ou estrangeiras, relativas a alteração de estatutos, liquidação
ou dissolução, som a prova de quitação do imposto de renda;
b) os tabeliães de notas ou os serventuários que exerçam funções de notário público, federais ou estaduais, os quais não
poderão lavrar escrituras de venda ou traspasse de estabelecimentos fabrís ou comerciais, distratos, liquidação ou
dissolução de sociedades e quaisquer alterações referentes aos mesmos estabelecimentos e sociedades, sem que seja
feita a prova de quitação do imposto renda;
c) a Fiscalização Bancária que não autorizará. qualquer remessa de rendimentos para fora do país, sem a prova de
pagamento do imposto de renda.

Art. 126. Nenhum pedido de concordata ou de rehabilitação do falido será homologado, sem a prova de quitação do imposto de
renda.

Art. 127. Nenhum esboço ou de partilha amigável ou Judicial, ou cálculo de adjudicação, poderá ser convencionado, aprovado
ou, julgado, sem a prova de quitação do imposto de renda relativamente ao espólio e ao de cujus.

§ 1º Julgado o cálculo para pagamento do imposto de transmissão, no inventário, o juiz solicitará informação sobre a existência
de débito do imposto de renda em nome do de cujus ou do espolio, remetendo uma relação discriminativa dos bens constitutivos
do monte.

§ 2º Qualquer outra inclusão de bens no monte deverá ser comunicada à repartição fiscal competente, na forma preceituada
neste artigo.

§ 3º Essas providências são extensivas ao processo de sobre-partilha, extinção de quaisquer cláusulas testamentárias e
subrogação quanto aos bens declarados ou os quais versar o feito.

§ 4º A informação de que trata o § 1º deste artigo será prestada dentro de 30 dias, incorrendo em falta disciplinar, punivel com a
multa de 200$0 a 500$0, imposta pelo diretor geral da Fazenda Nacional, o chefe da repartição que, sem razão justificada, prestar
a informação depois desse prazo.

Art. 128. Os tabeliães, escrivães, distribuidores, oficiais de registro de imoveis, títulos e documentos, contadores e partidores
ficam obrigados a permitir aos funcionários do Imposto de Renda, especialmente designados para a diligência, o exame e
verificação das escrituras, autos e livros de registros em cartório, quer antes, quer depois da partilha e de seu julgamento ou
homologação.

Art. 129. As empresas que explorarem serviços de iluminação são obrigadas a prestar informações que lhe forem solicitadas
quanto ao período de fornecimento de luz e ao nome e endereço dos consumidores.

Art. 130. Os leitoeiros não poderão vender, mesmo em hasta pública, estabelecimentos comerciais ou industriais, sem a prova de
estar o vendedor quite com o imposto de renda.

Art. 131. É obrigatória a prova de quitação do imposto de renda em todos os contratos com as administração pública federal,
estadual e municipal.

Art. 132. No caso de renovação das licenças e dos registros destinados à aquisição de selo de consumo, bem como de vendas e
consignações, ficam as firmas e sociedades obrigadas, até 30 de abril, a exibir o recibo de entrega da declaração de rendimentos do
exercício anterior e, nos meses subsequentes, o recibo da declaração do exercício em curso.

Art. 133. As repartições pagadoras federais, estaduais e municipais, os departamentos e entidades autárquicas e paraestatais não
pagarão vencimentos, depois de 30 de abril, aos funcionários e militares que percebam vencimentos superiores a 12:000$0 anuais,
sem que estes exibam o recibo de entrega da declaração de rendimentos.

Art. 134. Nenhum passaporte será concedido ou visado, sem que o interessado prove estar quite com o imposto de renda ou Ter
efetuado o depósito da importância em litígio.

Parágrafo único. O diretor do Imposto de Renda expedirá instruções para a execução do disposto neste artigo.

Art. 135. A prova de quitação do imposto de renda será feita com certidão da repartição competente, documento este que só
produzirá efeito no ano que tiver sido passado.

§ 1º Nos atos em que é exigida a apresentação de certidão, é obrigatória a averbação do número e da data em que foi passada e
do nome da repartição que a forneceu.

§ 2º Para efeito deste artigo as certidões serão numeradas seguidamente, em cada ano, recebendo, após o número, a indicação
do ano em que forem passadas.

Art. 136. Todas as pessoas físicas ou jurídicas, contribuintes ou não, são obrigadas a prestar, em suas residências ou
estabelecimentos, aos funcionários do Imposto de Renda designados por escrito para procederem a diligências, as informações e
esclarecimentos que lhes forem exigidos, devendo assinar os termos lavrados.

Art. 137. Aqueles que pagarem rendimentos a residentes ou domiciliados no estrangeiro deverão prestar às repartições do
Imposto de Renda todos os esclarecimentos que lhes forem exigidos.

Art. 138. Os procuradores de residentes ou domiciliados no estrangeiro, além da obrigação de que trata o artigo anterior, terão a
de registar nas repartições do Imposto de Renda as respectivas procurações, apresentando relação discriminada dos bens
confiados à sua administração.
Art. 139. As repartições do Imposto de renda procederão as diligências necessárias à apuração de vacância de casas ou
apartamentos, bem como dos respectivos preços de locação, podendo exigir, quer do locador, quer do locatário, a exibição, o dos
contratos e recibos.

Art. 140. Os funcionários do Imposto de Renda, mediante ordem escrita do diretor e dos delegados, procederão a exame nos
livros e documentos de contabilidade dos contribuintes e farão todas as investigações necessárias para apurar a veracidade das
declarações e balanços apresentados e das informações prestadas.

§ 1º Fora os efeitos do presente artigo, fica revogado o disposto no art. 17 do Código Comercial.

§ 2º Os livros de contabilidade, quando apurada a duplicidade de escrita, e os documentos que provarem fraude, poderão ser
apreendidos pelos funcionários incumbidos da fiscalização, da verificação ou da diligência.

Art. 143. Serão punidos, de acordo com o Código Penal, os que desacatarem os funcionários incumbidos da fiscalização no
exercício de suas funções, e os que impedirem ou embaraçarem a fiscalização, lavrando o funcionário ofendido ou constrangido o
correspondente auta com o ról das testemunhas, afim de ser remetido ao Procurador da República pela repartição competente.

CAPÍTULO III
DAS PENALIDADES

Art. 142. Aos contraventores das disposições do presente decreto-lei serão aplicadas multas e penas disciplinares, sem prejuízo
das sanções das leis criminais violadas.

Art. 143. Por infração de disposições da Parte Segunda do Título I, serão aplicadas as seguintes multas:

a) de 500$0 a 5 :000$0, as pessoas jurídicas com sede no país e às filiais, sucursais ou agências das que tiverem sede,
no estrangeiro, que não cumprirem o disposto no art. 34;
b) de 50$0 a 500$0, aos atuários, peritos-contadores, contadores e guarda-livros, que não fizerem a comunicação de
que trata o § 5º do art. 39.

Art. 144. A não observância dos prazos e preceitos do Capítulo I - Parte Quarta do Título I será punida:

a) com a multa de mora de 10% sobre o imposto devido, ao caso de apresentação espontânea, mas fora do prazo, da
declaração de rendimentos
b) com a multa de mora de 10% sobre o total ou diferença do imposto devido, se o interessado vier acusar
espontaneamente, depois de 30 de abril, rendimentos que omitira na sua declaração;
c) com a cobrança em dobro do total ou da diferença do imposto resultante da reunião de duas ou mais declarações,
apresentadas com infração do estatuído no art. 65.

Parágrafo único. As multas deste artigo serão cobradas com o tributo.

Art. 145. As multas de lançamento ex-officio serão as seguintes :

a) de 50$0 a 200$0, se o contribuinte, pessoa física, demonstrar, dentro do prazo de esclarecimentos, que sua renda
líquida não excedeu a 12:000$0, ou, em se tratando do pessoa jurídica, se provar nesse prazo, não ter apurado lucro
de acordo com as disposições deste decreto-lei ;
b) de 10% sobre a totalidade ou diferença do imposto apurado, nos casos de declaração inexata por dedução de despesas
não efetuadas ou batimentos indevidos, quando se verificar boa fé do contribuinte;
c) de 30% sobre a totalidade ou diferença do imposto devido, se, intimado nos termos do art. 78, sem se declinarem os
elementos de cadastro, o contribuinte prestar esclarecimentos satisfatórios ou, pelo menos, declarar rendimentos
iguais aos conhecidos da repartição;
d) de 50% sobre a totalidade ou diferença do imposto devido, se o contribuinte não atender a intimação do art. 78, não
prestar satisfatoriamente os esclarecimentos, ou deixar de declarar todos os seus rendimentos ',
e) de 300% sobre a totalidade ou diferença do imposto devido, em qualquer caso de evidente intuito de fraude.

Parágrafo único. As multas das alíneas b, c, d e e. serão cobradas com o imposto.

Art. 146. Do contribuinte que não pagar o imposto ou qualquer das quotas no prazo referido no art. 95, será cobrada, com o
tributo ou quota, a multa de mora de 10%.

Art. 147. Serão cobrados com a multa de mora de 10% os impostos que não forem recolhidos as estações fiscais, pelas fontes ou
pelos procuradores, no prazo do art. 102. Se a falta for imputável a funcionário federal, estadual ou municipal, será o fato levado ao
conhecimento do respectivo Governo, para efeito de sanção disciplinar.

Art. 148. Por contravenção dos dispositivos do Capítulo I do Título III, serão impostas as multas :

a) de 500$0 a 5 :000$0, aos contraventores em geral, salvo o caso da alínea b deste artigo;
b) de 1 :000$0, a l0:000$0, nos casos de informação dolosa devidamente comprovada, quanto ao pagamento ou
recebimento de juros, comissões e outros rendimentos, independentemente da sanção prevista na lei penal para o
delito de falsidade.

§ 1º A pena pecuniária não exclue a disciplinar, no caso de funcionários que deixarem de cumprir o preceituado no art. 123.
§ 2º A multa prevista na alínea a deste artigo será aplicada até o dobro do máximo se, na forma do disposto no art. 108, § 6º
ficar positivada a inexatidão das informações, e até o triplo do máximo se o rendimento sonegado se referir ao titular da firma ou
aos sócios ou diretores da sociedade.

Art. 149. Por contravenção dos dispositivos do Capítulo II do Título III, serão aplicadas as multas :

a) de 200$0 a 2:000$0, aos infratores em geral, ressalvados os casos das alíneas seguintes:
b) de 2 :000$0 a 50 :000$0, aos que se recusarem a exibir os livros para o exame de que trata o art. 140, ou
embaraçarem a ação do fisco, promovendo-se, ato contínuo, a exibição judicial;
c) do triplo do imposto sonegado, quando pelo exame a que se refere o art. 140, ficar apurada a falsidade do balanço ou
da escrita.

Parágrafo único. Aplicar-se-á o disposto no § 1º do art. 148 aos chefes de repartições pagadoras que infringirem o estatuido no
art. 133.

Art. 150. Aos contribuintes que não fizerem a comunicação de que trata o art. 195 e seu parágrafo único, será cominada a multa
de 50$0 a 2 :000$0.

Parágrafo único. No caso do art. 195, a multa será imposta pela autoridade lançadora do local da nova residência ou domicílio.

Art. 151. . As penalidades serão impostas pelo diretor e pelos delegados regionais e seccionais do imposto de renda.

Art. 152. Impostas a multas, os infratores terão o prazo de 20 dias para se defenderem perante a autoridade administrativa de
primeira instância.

Art. 153. Os funcionários da Divisão do Imposto de renda terão direito á metade das multas efetivamente arrecadadas, e que
tenham "sido aplicadas de acordo com os arts. 145, 148 e 149, em razão de denúncia, representação ou diligência.

§ 1º O produto das multas não poderá ser adjudicado, no todo ou em parte, a quem as impuser ou confirmar, ressalvado o
disposto na alínea b do art. 154.

§ 2º As quotas partes das multas do art. 145 só serão adiudicadas se o lançamento ex-officio resultar de denúncia ou
representação relativa a elementos não conhecidos da repartição .

Art. 154. A adjudicação da quota-parte da multa que se refere o artigo anterior será feita na proporção:

a) de 2% do funcionário ou funcionários que indicarern a falta de modo suficientemente claro ou, em partes iguais, a
estes e aos que a apurarem;
b) de 30 % aos funcionários lotados e com efetivo exercício na Divisão do Imposto de Renda.

§ 1º No caso de multas impostas em virtude de representação ou denúncia de qualquer origem, devidamente assinada e dirigida
ao chefe da repartição competente, a quota de que trata a alínea a será dividida em duas partes iguais, cabendo uma delas ao autor
ou autores da denúncia ou representação, desde que feitas de modo suficientemente claro, e a outra aos funcionários que
efetuarem a diligência ou apurarem a procedência da denúncia ou representação, salvo quando o denunciante acusar firma de que
soja ou tenha sido auxiliar ou preposto, caso em que não terá direito a qualquer participação na multa, cabendo a totalidade da
quota aos funcionários, na conformidade do disposto nas alíneas a e b deste artigo.

§ 2º Para efeito da alínea b deste artigo, as exatorias escriturarão em conta especial as importâncias arrecadadas, cuja
distribuição será regulada em instruções baixadas pelo diretor do Imposto de Renda. Parágrafó único. retirar.

CAPÍTULO IV
DAS RECLAMAÇÕES E RECURSOS

SEÇÃO I
Das reclamações

Art. 155. do lançamento do imposto ou da exigência de recolhimento pela fonte, cabe reclamação dentro do prazo de 20 dias
contados da data do recebimento da notificações .

Parágrafo único. As reclamações terão efeito suspensivo da cobrança até serem resolvidas.

Art. 156. O julgamento dos reclamações é da competência exclusiva dos delegados regionais do Imposto de Renda.

SEÇÃO II
Dos recursos

SUBSEÇÃO I
DO RECURSO VOLUNTÁRIO

Art. 157. Das decisões contrárias aos contribuintes ou as fontes proferidas nas questões Originadas de interpretação de lei, de
cobrança do imposto e de infração fiscal, e nas reclamações formuladas nos termos do art. 155, cabe recurso voluntário para o
Primeiro Conselho de contribuintes.
Art. 158. Sob pena de perempção, o recurso voluntário será interposto - mediante prévio depósito da quantia exigida - dentro do
prazo de 20 dias contados da data do recebimento da notificação .

Art. 159. Quando a importância total em litígio exceder a 5.000$0 permitir-se-á a fiança idônea, cabendo ao chefe da repartição,
onde a mesma tiver de ser prestada, julgar, irrecorrivelmente, da idoneidade do fiador oferecido. No despacho que autorizar a
lavratura do termo deverá ser marcado o prazo de 5 dias a 10 dias para, a sua assinatura .

§ 1º não prevalecerá a indicação de fiador pura a interposição de de recurso sem a sua expressa aquiescência .

§ 2º Se o fiador apresentado não for idôneo ou estiver proibido (te prestar fiança em virtude de disposição contratual ou
estatutária, será o interessado intimado a apresentar outro, dentro de um prazo igual ao que restava para completar e de 20 dias na
data em que foi protocolada a petição oferecendo o primitivo fiador.

§ 3º Serão recusados os fiadores que não estiverem quites com a Fazenda Nacional.

§ 4º O recurso, mesmo perempto, será encaminhado ao Primeiro Conselho de Contribuintes, a quem cabe julgar da perempção,
exceto quando se verificar falta de depósito ou de prestação de fiança.

SUBSEÇÃO II

DO RECURSO "EX-OFFICIO"

Art. 160. Das decisões favoráveis aos contribuintes ou as fontes, haverá recurso ex-officio para a instância superior, salvo
quando a importância total em litígio não exceder a 5:000$0, ou quando houver desclassificação de infração capitulada no
processo, ou a exigência de imposto tiver resultado de engano no controle da declaração de rendimentos, equivoco da fonte
informante ou simples erro de fato.

§ 1º O recurso ex-officio será interposto no ato de ser proferida a decisão.

§ 2º Sempre que, por qualquer motivo, deixar de ser observado o disposto no parágrafo anterior, cumpre ao funcionário que
iniciou o processo ou ao seu substituto no serviço, propor anter-posicão do recurso.

SUBSEÇÃO III
DO PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO

Art. 161. Das decisões do Primeiro Conselho de Contribuintes, cabe pedido de reconsideração, dentro de 20 dias contados da
Data da notificação do acordão, feita aos interessados na forma do disposto no § 1º do art. 78. Parágrafo único á obrigatório o
prévio depósito ou fiança idônea, conforme o valor da importância em litígio, quando o pedido de reconsideração ao Conselho
versar sobre cobrança de imposto ou qualquer contribuição fiscal exigida no julgamento de recurso ex-officio, deverão o processo
ser encaminhado, para tal fim, a repartição de primeira instância.

Art. 162. Resolvido o pedido de reconsideração, a questão estará finda, salvo recurso do representante da Fazenda, interposto
para o Ministro, na forma legal.

Art. 163. A decisão ministerial, no caso do artigo antecedente, será definitiva e irrevogável.

SEÇÃO III
DISPOSIÇÕES COMUNS A RECLAMAÇÃO

Art. 164. As reclamações contra lançamento ou exigência de recolhimento pela fonte e os recursos deverão ser formulados por
escrito, e deles constarão os fatos que os motivarem e as provas que forem oferecidas.

Art. 165. É vedado reunir, em um só requerimento, reclamações ou recursos referentes a mais de um lançamento ou decisão,
ainda que versando sobre o mesmo assunto e alcançando o mesmo contribuinte.

Art. 166. Na petição de recurso e no pedido de reconsideração, além do selo ordinário, o recorrente pagará, na mesma espécie,
uma taxa correspondente a 1% das importâncias exigidas e que será, no mínimo, de 10$0, e, no máximo, de 100$0.

Art. 167. As decisões proferidas nas reclamações e nos recursos serão comunicadas pessoalmente aos contribuintes, ou por meio
de registado postal, com direito a recibo de volta (A. R.), ou ainda, pela imprensa.

Parágrafo único. Se a notificação for feita pessoalmente, os prazos para reclamação e recurso correrão da data da ciência no
processo; se for feita por registado postal, da data do recibo de volta (A, R.) e, finalmente, se for publicada, da data da publicação
oficial.

Art. 168. As Delegacias do Imposto de Renda providenciarão para que os contribuintes tenham conhecimento, por intermédio
das exatorias a que estão jurisdicionados, das decisões que lhes disserem respeito.

Art. 169. Os prazos para reclamação e interposição de recurso são improrrogáveis.

CAPÍTULO V
DA RESTITUIÇÃO
Art. 170. Os contribuintes que pagarem imposto maior que o devido serão disso cientificados e terão o direito de requerer
restituição do excesso pago.

§ 1º O direito de pedir restituição do imposto de renda, pago independentemente de lançamento ou arrecadado na fonte,
prescreve no prazo de um ano, contado da data do pagamento.

§ 2º Perempto o direito de reclamar contra o lançamento ou á exigência de recolhimento pela fonte, considerar-se-á extinto o de
haver restituição do imposto.

CAPÍTULO VI
DO DOMICÍLIO FISCAL E DA COMPETÊNCIA DAS AUTORIDADES

Art. 171. O domicílio fiscal da pessoa física está no lugar onde ela tiver uma habitação, e em circunstâncias que permitam
presumir a intenção de a manter.

§ 1º No caso de exercício de profissão ou função particular ou pública, o domicílio está no lugar onde a profissão ou função
estiver sendo desempenhada.

§ 2º Quando se verificar pluralidade de residência no país, o domicílio fiscal será eleito perante a autoridade competente,
presumindo-se feita a eleição no caso de apresentação continuada das declarações em um só local.

§ 3º A inobservância do disposto no parágrafo anterior motivará a fixação ex-officie do domicilio fiscal, do lugar de qualquer das
residências.

Art. 172. O domicílio fiscal das firmas ou sociedades com sede no país e das filiais, sucursais ou agências das que tiverem sede no
país ou no estrangeiro, está no local onde se achar o estabelecimento de onda uma delas.

Parágrafo único. No caso do art. 69, o domicílio fiscal está no lugar onde se encontrar o estabelecimento centralizador ou
principal.

Art. 173. O domicílio fiscal de entidade com sede no país, controladora, administradora ou dirigente do patrimônio, ou da
exploração de outras, está no lugar onde se achar o seu escritório de controle, administração ou direção.

Parágrafo único. No caso das entidades coligadas ou controladas de que trata o parágrafo único do art. 69, o domicílio fiscal
está no lugar em que se achar o estabelecimento de cada uma delas.

Art. 174. O domicílio fiscal do procurador de residentes ou domiciliados no estrangeiro, está no lugar de sua residência habitual,
ou da sede da representação no país.

Parágrafo único. Se o residente no estrangeiro permanecer no território, nacional por menos de doze meses e não tiver
procurador, representante ou empresário no país, o domicílio fiscal está em cada lugar onde estiver exercendo sua atividade.

Art. 175. A autoridade fiscal competente para aplicar este decreto-lei é aquela em cuja jurisdição estiver o domicílio fiscal do
contribuinte, ou do seu procurador ou representante.

Art. 176. Qualquer autoridade fiscal competente pode solicitar de outra as investigações necessárias ao lançamento do imposto.

Parágrafo único. Quando a solicitação não for atendida, será o fato comunicado ao diretor do Imposto de Renda.

Art. 177. Antes de feita a arrecadação do imposto, terminado ou não o processo de lançamento ou cobrança, quando
circunstâncias novas mudarem a competência da autoridade, a que iniciou o processo enviará os documentos à nova autoridade
competente, para o lançamento e cobrança devidos.

Art. 178. As divergências ou dúvidas sobre a competência das autoridades serão decididas pelo diretor do Imposto de Renda.

Art. 179. As consultas relativas ao imposto de renda serão solucionadas pelo diretor, sendo facultado, na forma do art. 157, o
recurso voluntário para a instância superior, dentro do prazo de 20 dias.

§ 1º As consultas dirigidas às Delegacias Regionais e Seccionais do Imposto de Renda serão encaminhadas à Divisão, depois de
convenientemente informadas.

§ 2º Quando a solução for no sentido de desobrigar o contribuinte de exigências legais ou pela isenção ou não incidência do
tributo, cabe recurso, ex-officio, para a instância administrativa superior.

CAPÍTULO VII
DO CRÉDITO FISCAL

SEÇÃO I
Medidas para a defesa do crédito fiscal

Art. 180. Findos os prazos para pagamento, reclamação ou recurso os contribuintes que não tiverem solvido seus débitos fiscais
usado daqueles direitos de defesa, não poderão despachar nas Alfândegas ou Mesas de Rendas, adquirir estampilhas dos impostos
de consumo e de vendas e consignações, nem transacionar, por qualquer outra forma, com as repartições públicas federais,
estaduais ou municipais.

§ 1º Para efeito do disposto neste artigo, as Delegacias Regionais e Seccionais do Imposto de Renda farão as necessárias
comunicações às repartições competentes.

§ 2º Idênticas medidas serão aplicadas aos fiadores que não satisfizerem, quando intimados, os débitos a que estiverem
obrigados.

Art. 181. Não serão incluídos nas sanções do artigo anterior os que provarem, no prazo de 30 dias contados da data em que o ato
se tornou irrecorrivel na órbita administrativa, ter iniciado ação judicial contra a Fazenda Nacional para anulação ou reforma da
cobrança fiscal, com o depósito da importância em litígio na repartição arrecadadora competente.

§ 1º No caso de já ter havido depósito para efeito de recurso na esfera administrativa, esse depósito valerá para o fim da ação,
judicial, mas será convertido em renda ordinária se, no prazo de que trata este artigo, não for feita a prova do início da referida
ação, que, então, ficará perempta.

§ 2º Perempta a ação, não será permitido, quer diretamente, quer em defesa no executivo, impugnar a cobrança fiscal.

Art. 182. As firmas ou sociedades nacionais e as filiais, sucursais ou agências, no país, de firmas ou sociedades com sede no
estrangeiro, são responsáveis pelos débitos de imposto de renda, correspondentes aos rendimentos que houverem pago aos seus
diretores, gerentes e empregados e de que não tenham dado informação à repartição, quando estes se ausentarem do país sem os
terem solvido.

Art. 183. No caso de não serem satisfeitos, nos prazos legais, os débitos dos servidores públicos federais, estaduais e municipais,
dos militares em geral e dos funcionários dos departamentos e entidades autárquicas e paraestatais, as Delegacias Regionais e
Seccionais do Imposto de Renda farão as devidas comunicações às repartições pagadoras competentes, para a averbação em folha
de pagamento e desconto na forma do disposto no art. 85 e seus parágrafos.

§ 1º Os débitos arrecadados na forma deste artigo serão recolhidos às estações arrecadadoras da União, mediante guia, em três
vias, visadas pelas Delegacias Regionais ou Seccionais do Imposto de Renda, no prazo de 30 dias contados da data em que forem
descontados.

§ 2º Quando os débitos forem arrecadados pelas repartições pagadoras federais, as importâncias correspondentes serão
escrituradas como movimento de fundos com as respectivas Delegacias Regionais, as quais deverão ser cientificadas do
recolhimento.

SECÇÃO II
Da cobrança amigável

Art. 184. A cobrança amigável será, feita após terminada a que foi realizada à boca do cofre e compete às Delegacias Regionais e
Seccionais do Imposto de Renda.

§ 1º Essa cobrança será feita por notificação aos contribuintes, com o prazo de 10 dias, para pagamento das dívidas.

§ 2º Findo o prazo de que trata o parágrafo anterior e não tendo sido pagas as dívidas, a cobrança amigável estará
definitivamente encerrada, cumprindo às repartições remeter à Procuradoria da Fazenda Pública relação de tais dívidas, afim de
ser procedida a cobrança judicial.

§ 3º Uma vez remetida a relação das dívidas para cobrança, judicial, os devedores só poderão efetuar os pagamentos mediante
guia do Juizo da execução, respondendo o funcionário que der causa à transgressão desta disposição pelas custas e mais despesas
já realizadas.

Art. 185. Em casos especiais e por determinação expressa do diretor do Imposto de Renda, quando o interesse da Fazenda
Pública assim o exigir, poderá ser providenciada imediatamente a cobrança judicial das dívidas, sem a formalidade da cobrança
amigável.

Art. 186. No caso do § 2º do art. 184 e nos do art. 185, quando ainda não houver sido remetida a relação das dívidas para
cobrança judicial, os delegados regionais e, seccionais do Imposto de Renda, poderão autorizar o seu recebimento.

SECÇÃO III
Da cobrança judicial

Art. 187. A cobrança judicial das dívidas de imposto de renda seguir-se-à à cobrança amigável, e será feita, no território nacional,
por ação executiva, na forma da legislação em vigor.
CAPÍTULO VIII
DA PRESCRIÇÃO

Art. 188. O direito de proceder ao lançamento do imposto de renda extingue-se cinco anos depois da expiração do ano financeiro
a que corresponder o imposto.

§ 1º A faculdade de proceder a novo lançamento ou a lançamento suplementar prescrever em cinco anos, contados da
terminação daquele em que se efetuar o lançamento anterior.

§ 2º O prazo de cinco anos estabelecido neste artigo interrompesse por qualquer operação ou exigência administrativa
necessária à revisão e ao lançamento, comunicada ao contribuinte, começando de novo a correr, findo o ano em que esse
procedimento tiver lugar.

Art. 189. O direito de cobrar as dívidas de imposto, de renda prescrever em cinco anos, contados da expiração do prazo em que
se tornou exigível o pagamento pela notificação de lançamento do imposto.

§ 1º Interrompe-se o curso da prescrição por qualquer intimação no contribuinte pela repartição fiscal para pagar a dívida pela
concessão de prazos especiais para esse fim, pela citação pessoal do responsável, feita judicialmente para se haver o pagamento, ou
pela apresentação, em Juízo de inventário ou em concurso de credores, do documento comprobatório da dívida.

§ 2º Não corre o prazo de cinco anos enquanto o processo de cobrança estiver pendente de decisão.

Art. 190. Não corre a prescrição nos casos de arrecadação de imposto na fonte.

Art. 191. Cessa igualmente em cinco anos o poder de aplicar e o de cobrar as multas cominadas neste decreto-lei.

CAPÍTULO IX
DISPOSIÇÕES DIVERSAS

Art. 192. As disposições deste decreto-lei são aplicáveis a todo aquele que responder solidariamente com o contribuinte, ou
pessoalmente em seu lugar.

Art. 193. Aquele que, em virtude de ausência ou qualquer outro motivo justificado, estiver impedido de cumprir as disposições
deste decreto-lei ou de salvaguardar direitos, pode ser representado por mandatários legalmente habilitados.

§ 1º Os cônjuges, procuradores bastantes, tutores, curadores, diretores, gerentes, síndicos, liquidatários e demais representantes
de pessoas físicas e jurídicas cumprirão as obrigações que incumbirem aos representados.

§ 2º A capacidade do contribuinte, a representação e a procuração, serão reguladas segundo as prescrições legais.

Art. 194. O contribuinte ausente do seu domicílio fiscal durante o prazo de entrega da declaração de rendimentos ou de
interposição de reclamação ou recurso cumprirá as disposições deste decreto-lei perante a autoridade do distrito em que estiver,
dando-lhe conhecimento do domicílio de que se encontra ausente.

Parágrafo único. Essa autoridade transmitirá os documentos que receber à repartição competente.

Art. 195. Quando o contribuinte transferir de um município para outro, ou de um para outro ponto do mesmo município, a sua
residência ou a sede do seu estabelecimento, fica obrigado a comunicar essa mudança às repartições competentes, dentro do prazo
de 30

Parágrafo único. Idêntica comunicação deverá fazer o contribuinte que se retirar temporariamente do território nacional,
declarando, ainda, qual a pessoa habilitada no país a cumprir, em seu nome as disposições deste decreto-lei.

Art. 196. As participações de transferência de domicílio, as informações e as comunicações referidas neste decreto-lei poderão
ser entregues em mão ou remetidas em carta registada pelo correio.

§ 1º A repartição é obrigada a dar o recibo da entrega desses documentos, o qual exonera o contribuinte de penalidade.

§ 2º As repartições fiscais transmitirão, umas às outras, as comunicações que lhes interessarem.

Art. 197. As declarações de rendimentos e demais papéis necessários ao lançamento e ao pagamento do imposto, inclusive os
pedidos de retificação de declaração e as reclamações contra lançamento são isentos de selo.

Art. 198. Para fins do imposto, os rendimentos em espécie serão avaliados em dinheiro, pelo valor que tiverem na data da
percepção.

Art. 199. Para os fins deste decreto-lei, os rendimentos em moeda estrangeira pagos, creditados, remetidos, recebidos ou
empregados, deverão ser convertidos em moeda nacional à taxa de câmbio vigorante na data do seu pagamento, crédito, remessa,
recebimento ou emprego, ou á taxa do câmbio em que forem efetivamente realizadas as operações.

Parágrafo único. Para apuração da conta de lucros e perdas, as quantias expressas em moeda estrangeira serão convertidas em
moeda nacional à taxa de câmbio do dia util imediatamente anterior ao do encerramento do balanço.

Art. 200. As intimações ou notificações de que trata este decreto-lei serão, para todos os efeitos legais, consideradas feitas:

a) na data do seu recebimento no domicílio fiscal do contribuinte, quando por registado postal, com direito a recibo de
volta (A. R.), ou por serviço de entrega próprio da repartição;
b) 30 dias contados da sua publicação na imprensa ou afixação na repartição, quando por edital.

Art. 201. Todas as pessoas que tomarem parte nos serviços do Imposto de Renda são obrigadas a guardar rigoroso sigilo sobre a
situação de riqueza dos contribuintes.

§ 1º A obrigação de guardar reserva sobre a situação de riqueza dos contribuintes se estende a todos os funcionários do
Ministério da Fazenda que, por dever do ofício, vierem a ter conhecimento dessa situação.

§ 2º É expressamente proibido utilizar, para qualquer fim, o conhecimento que os funcionários adquirirem quanto aos segredos
dos negócios ou da profissão dos contribuintes.

§ 3º Nenhuma informação poderá ser dada sobre a situação fiscal dos contribuintes, sem que fique registado, em processo
regular, que se trata de requisição feita por magistrado no interesse da Justiça.

Art. 202. Aquele que, em serviço do Imposto de Renda, revelar informações que tiver obtido no cumprimento do dever
profissional ou no exercício do ofício ou emprego, será responsabilizado como violador de segredo, de acordo com a lei penal.

Art. 203. Os processos e as declarações do imposto de renda não poderão sair das repartições a que pertencerem, salvo quando
se tratar de recursos e restituições, casos em que ficará cópia autêntica dos arquivos da República.

CAPÍTULO X
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art. 204. Para a observância do disposto no art. 34, fica concedido às firmas e sociedades o prazo de um ano contado da data em
que entrar em vigor o presente decreto-lei.

Art. 205. As repartições federais, estaduais e municipais que pagarem juros de títulos nominativos da dívida pública ficam
obrigadas, no prazo de 120 dias contados da data em que entrar em vigor o presente decreto-lei, a remeter às Delegacias Regionais
e Seccionais do Imposto de Renda relação de todos os possuidores dos referidos títulos.

Art. 206. As Prefeituras Municipais, inclusive a do Distrito Federal, deverão fornecer, pela mesma forma e dentro do prazo
referido no artigo anterior, relação dos imóveis cadastrados para efeito de cobrança do imposto predial, com indicação do nome do
proprietário e responsável, do logradouro e do respectivo valor locativo.

Parágrafo único. Essas repartições fornecerão, tambem no prazo de 120 dias, relação dos contribuintes do imposto de licenças,
discriminando nome, endereço e espécie de negócio.

Art. 207. Dentro do prazo de um ano da vigência deste decreto-lei, o diretor do Imposto de Renda deverá apresentar ao Ministro
da Fazenda uma relação de todas as firmas e entidades que alegam isenção do imposto, afim de que seja regulada em lei a situação
das mesma.

Art. 208. As declarações de rendimentos e as guias de recolhimento das fortes já apresentadas, relativas ao exercício de 1942,
sedo revistas de acordo com as normas deste decreto-lei.

Art. 209. Este decreto-lei entrará em vigor na data da sua publicação.

Art. 210. Revogam-se as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 13 de março de 1942, 121º da Independência e 54º da República.

GETÚLIO VARGAS
Romero Estelita

Publicação:
Diário Oficial da União - Seção 1 - 24/03/1942 , Página 4705 (Publicação)

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