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A TRAJETÓRIA DE HENRIQUE POPPE LEÃO

- A história sobre a fundação do Sport Club Internacional.

Caros Responsáveis pelo Site Oficial do Club.

Venho por meio deste comunicado, solicitar a correção ou remoção da última frase
no trecho transcrito abaixo e que se faz presente na página referente à história da
fundação do Sport Club Internacional no site oficial do Club - internacional.com.br

“.. aí, os irmãos Poppe se irritaram e resolveram fundar seu próprio clube.
Começa assim a história do Sport Club Internacional.”

Muito Obrigado, Conselheiro Tiago Vaz.

Este foi o meu primeiro ato como conselheiro do Sport Club Internacional. O denominado
“Ato Número 1” foi simples, mas foi importante. Corrigimos apenas um pequeno trecho de
texto em uma página no uber-espaço da internet. Mas que estava no site oficial do Club. E
que apequenava uma história que foi gigante. O nascimento do Sport Club Internacional.

O Club do povo do Rio Grande do Sul, mais que um clube de futebol, uma razão de viver
para milhares de pessoas e que ao longo dos 100 anos de vida atravessou não só períodos de
glórias e vitórias, mas também magros períodos de crises e revezes de todas as sortes.
Chegando até os dias de hoje, funcionando a todo vapor e gozando de plena saúde aos 100
anos de idade. Tudo isso, graças aos valores plantados e cultivados no espírito esportivo,
com o idealismo e a paixão de um Club popular aberto a todos.

Assumindo a minha responsabilidade de torcedor e conselheiro do Club durante o ano do


seu centenário, concebi esta tarefa alinhada com a inspiração positivista e progressista vinda
diretamente da época de nascimento do nosso amado Club. Assumi a responsabilidade de
resgatar a trajetória da vida de nosso mais célebre fundador. Henrique Poppe Leão.

Todo este estudo foi registrado e apreciado por todos primeiro nas páginas do
“SupremaciaColorada.com – O Blog do Torcedor do Inter”. Um espaço democrático e que
ao longo da sua até então curta trajetória de 3 anos, congregou inúmeros Colorados
interessados na história do Sport Club Internacional e me fez uma pessoa mais orgulhosa a
respeito de tudo que me envolvo e diz respeito ao Inter.

Tratei de escrever e criar um esboço de como foi a vida de Henrique Poppe Leão, o homem
que plantou a semente preciosa. Cuidou dela com carinho durante a sua germinação, regou
até criar raízes profundas e partiu feliz ao ver em seus últimos anos de vida, o seu grande
prodígio vencendo o seu primeiro clássico Gre-Nal. O primeiro de muitos que ainda viriam.

Neste trabalho, tentei ser rígido. Compromissado com a lógica histórica. Não dei espaço
para a ficção e tão pouco fui ufanista. Tudo que está apresentado neste trabalho está
devidamente registrado em documentos oficiais do Club, em jornais e documentos de época,
teses de mestrado e doutorado, acervos de museus e uma extensa bibliografia. Tudo isso
fruto de uma instigante pesquisa que durou 15 meses e só foi possível graças aos largos
braços dados a mim pela Internet. Conto também com depoimentos de pessoas próximas
daqueles que fundaram o Sport Club Internacional, que serão identificados quando
referenciados.
A “Trajetória de Henrique Poppe Leão” foi publicada originalmente em 7 postagens,
durante Janeiro e Abril de 2009 no Blog SupremaciaColorada.com e foi posteriormente
compilada neste documento em um novo formato.

Índice

1- Os Primeiros Anos de Henrique Poppe Leão


2 - Ao Preço Fixo
3 - O Jornalista Poppe Leão
4 - Julio Mesquita, o Primeiro Chefe
5 - A Federação, o Jornal de Júlio de Castilhos
6 - A Família Ortiz
7 - A Fundação do Sport Club Internacional
8 - A Vitória Sobre o Maior Rival
9 - A Morte de Poppe Leão
10 - Sobre o Athaúde
11 - Linha do Tempo dos Acontecimentos em Geral (1881 – 1916)
12 - Referências e Bibliografia
13 - Dedicatória e Agradecimentos

A todos. Desejo uma boa leitura e uma excelente reflexão sobre o Coloradismo que existe
em cada um de nós.

Foto: Pintura a óleo de Henrique Poppe Leão pertencente ao "hall" dos presidentes
do Club, na sala do Conselho Deliberativo no Estádio Beira-Rio.
1. OS PRIMEIROS ANOS DE HENRIQUE POPPE LEÃO.

1881. O ano em que tudo começou.


Na Espanha, nascia Pablo Picasso.
E na Itália, o futuro Papa João XXIII.
Nos Estados Unidos, "Billy the Kid", o mais sanguinário "Wanted" do velho-oeste Norte
Americano fugia da prisão, matava o Xerife, roubava um cavalo e fugia para o deserto.
E na Inglaterra o time de foot-ball New Castle F.C. era fundado.

No Brasil, em 1881, Machado de Assis publicava a sua mais célebre obra até então.
Memórias Póstumas de Brás Cubas encantava seus primeiros leitores, quando no dia 7 de
Setembro de 1881, no estado do Rio de Janeiro, na cidade de Niterói, nascia o filho mais
velho de um casal de Pernambucanos – Henrique Poppe e Leonilda Madeira Poppe. Nascia
o jovem Henrique Poppe*.

Ainda muito cedo, a família Poppe foi para o Estado de São Paulo, onde nasceram os demais
filhos. Lá Henrique pode cursar as escolas de primeiras letras, e logo após, as escolas
superiores de jornalismo.

De São Paulo, Henrique passou pela terra dos pais, Pernambuco, e depois voltou para São
Paulo quando começou a trabalhar em um dos mais importantes jornais da época e de hoje,
o gigante do jornalismo, o famoso diário "O Estado de São Paulo", ou simplesmente "O
Estadão" como é conhecido nos dias de hoje. Na época em que Henrique trabalhou neste
jornal, ele foi dirigido por Júlio Mesquita, e teve como colega de redação Euclides da
Cunha, Monteiro Lobato entre outros.
* Segundo relato de Carlos Bandeira Poppe, filho de Luiz Madeira Poppe. O Leão seria um sobre nome
artístico, em homenagem a mãe,

Jornal “A Rua” Acervo da família Poppe.


CHEGADA A PORTO ALEGRE

Para ajudar a contextualizar, segue um retrato da cidade de Porto Alegre no início do século.

No fim do século XIX e no início do século XX, período em que a cidade já contava
com cerca de 70 mil habitantes, intensas obras de melhoria são realizadas, como
instalação de eletricidade, rede de esgotos, transporte elétrico, água encanada,
hospitais, ambulâncias, telefonia e indústrias. Também foram instaladas as
primeiras faculdades: Farmácia e Química em 1895, Engenharia em 1896,
Medicina em 1898 e Direito em 1900.

Nesta época a cidade e o estado receberam grande influência da doutrina


Positivista, e Porto Alegre tornou-se um dos seus pólos de irradiação para o Brasil.
Além de sua feição humanística, filosófica e política, o Positivismo exerceria
influência também no boom de edificações públicas de caráter monumental que
aconteceu no início do século, quando se ergueram alguns dos mais significativos e
belos prédios históricos da capital, alguns carregados de simbolismo, incluindo-se o
Palácio Piratini, a Prefeitura, a Biblioteca Pública e a Delegacia Fiscal.

Fonte: Wikipédia.

Em 1901, Henrique Poppe Leão chega ao Rio Grande do Sul, mais precisamente, na cidade
de Porto Alegre.

Não se sabe ao certo o motivo que trouxe Henrique Poppe Leão para o Sul. Talvez o
falecimento do pai. Já que se têm relatos apenas de sua mãe após a sua chegada em Porto
Alegre.

Em solo Gaúcho, Henrique já possuía um tio, irmão de sua mãe. O Sr. Thomé de Castro
Madeira trabalhava no cartório do Supremo Tribunal e tinha amplo transito nos círculos
sociais da cidade e no poder do estado e da capital. Anos mais tarde, a influência do tio,
seria fundamental para o sucesso da carreira jornalística de Poppe Leão e também para a
fundação do Sport Club Internacional.

Recorte do Jornal "A Rua" de 1916, com depoimento detalhado


escrito pelo jornalista Chagas Carvalho sobre a vida e a trajetória do falecido chefe e colega de redação,
Henrique Poppe Leão.
Depoimento em necrológico do jornal "O Diário" datado de 1916.
Faz referência ao nome de Henrique sem mencionar o "Leão".

Henrique Poppe Leão, em absolutamente todos os relatos encontrados, fora tratado como um
jovem inteligente e estimado.

E foi assim que ele chegou nesta capital.

Sendo apenas mais um jovem forasteiro na cidade, pouco conhecido e supostamente


precisando de sustento, durante os primeiros anos Henrique trabalhou em um dos mais
concorridos pontos do comércio na Rua dos Andradas. A loja de artigos importados "Ao
Preço Fixo" da rua da praia....

2. AO PREÇO FIXO

A ideia principal por trás deste novo capítulo é contextualizar um pouco melhor o ambiente
em que Porto Alegre vivia na época em que Henrique Poppe Leão aqui viveu. Entre 1901 e
1916.

O centro de Porto Alegre, o comércio na Rua da Praia, as personalidades que ali viviam e
trabalhavam, diariamente, convivendo com o jovem Henrique Poppe são o tema em
destaque.

Centro de Porto Alegre, 1901.

O nome "Ao Preço Fixo" é uma homenagem ao local onde Henrique Poppe Leão enfrentou
as primeiras jornadas de trabalho nesta capital. O seu primeiro emprego na cidade foi na loja
de artigos importados "Ao Preço Fixo", fundada no início do século XIX em São Paulo.

Não se sabe ao certo, quanto tempo Henrique trabalhou nesta loja. Foi entre 1901 e 1909.
Dali, Henrique partiu para o funcionalismo público, que posteriormente abriria as portas
para sua volta ao jornalismo. A dita "Tenda de Gutenberg".

Recorde do jornal "A Rua", que narra sua carreira no Comércio.

A RUA DOS ANDRADAS EM 1901


Henrique Poppe Leão chegou a Porto Alegre provavelmente de barco, ou de trem.
Acompanhado da mãe e seus 4 irmãos. Henrique era o mais velho, depois vinha José, Luiz,
e o caçula Carlos. A única filha da família era a pequena Adelaide. *
* Segundo relato de Carlos Bandeira Poppe, eram 5 irmãos. Ele nomeou a todos.

Ainda não existiam estradas interestaduais. Se chegou de barco, a família deve ter vindo
pelo Riogrande e ancorado no trapiche da Praça da Alfândega, sendo recebida pelo tio
"Thomé" e logo em seguida dado seus primeiros passos pela Rua dos Andradas.

Em 1901, havia poucos carros da rua. O trânsito maior era de pedestres, que lotavam as ruas
para fazer compras e negócios de todas as sortes. O transporte coletivo era feito por bondes
a tração animal (mulas - na grande maioria) ou carroças, e os poucos carros a motor que
existiam na capital, circulavam trazendo curiosidade a todos os cidadãos.

Homens de terno e chapéu, mulheres de vestidos longos, crianças de pé no chão e a gente


que vinha ou trabalhava no campo vestida no melhor estilo tradicionalista de hoje,
completavam o cenário da Rua da Praia em 1901.

Rua da Praia no início do Século XX. (Museu da UFRGS)

A PRIMEIRA LOJA DA RUA DA PRAIA

Rua da Praia, Nro 240. Ao lado da ponta das cadeiras, onde hoje fica o Gasômetro. Um dos
primeiros grandes estabelecimentos da longa Rua dos Andradas.

A loja era um alvoroço. A primeira da rua que ali começava e subia o centro da cidade até
chegar a Santa Casa de Misericórdia. Uma das âncoras do comércio na cidade. Dezenas de
funcionários se espalhavam pelo amplo salão, onde se encontrava de tudo. Panelas, roupas,
tapetes e tudo mais que era importado da "América" (do norte) e da Europa. As mercadorias
chegavam pelo porto de Santos, no estado de São Paulo. Lá ficava a maior sede da loja "Ao
Preço Fixo”, fundada em SP e que se espalhou pelas principais capitais brasileiras até chegar
a Porto Alegre, no final do século XIX.

O Jornalista (e também Médico) Olinto de Oliveira foi o maior incentivador do local de


exposições desta loja, e escreveu dezenas de resenhas no jornal Correio do Povo sobre as
obras expostas naquele salão.

Segue, relato sobre a vida do famoso pintor Manna, que expôs o seu primeiro trabalho no
amplo salão desta loja em Porto Alegre.

Por iniciativa desse seu compatriota foi que em 1898 expôs na loja Ao Preço Fixo,
de Porto Alegre, uma cópia de um óleo de Etcheverry, então no auge do sucesso em
Paris. A cópia suscitou comentários favoráveis na imprensa e Manna, animado com
tais sucessos, já em 1901 expunha duas pinturas na Exposição Comercial e
Industrial.
Este anúncio foi encontrado no Jornal "A Federação”.
Pode ser uma referência sobre a influência de Poppe Leão dentro do jornal Castilhista.
A Vizinhança Comercial

O vizinho mais ilustre desta ampla loja foi um fotografo. Ou melhor. "O fotografo".

Virgilio Calegari. Um imigrante italiano, desembarcado em Porto Alegre em 1881.

Consolidou-se como o principal retratista da Capital. E quiçá um dia encontraremos uma


foto do jovem Poppe, clicada por Calegari.

Retrato de estúdio, assinado por


Virgilio Calegari em 1901.

Calegari é considerado por pesquisadores da história do RS como a "encarnação"


da modernidade. Uma figura que representava a orientação positivista do governo
da época, que se esforçava em transformar Porto Alegre em uma "urbe" moderna.

Fonte: Sistema LUME da UFRGS. http://www.lume.ufrgs.br/

Em seu atelier, o "Atelier Calegari" localizado logo a frente da loja "Ao Preço Fixo" na Rua
dos Andradas no número 171, em uma pequena casa alugada, onde se vendia fotos da cidade
de Porto Alegre em formato de postais e álbuns. Faziam-se retratos particulares e vendiam-
se serviços para a Intendência Pública, que a partir de suas fotos, moldava o perfil
urbanístico da cidade.

As próximas fotos são de autoria de Virgilio Calegari.


Foto do seu atelier, em frente à Loja Ao Preço Fixo, na Rua dos Andradas.

Sua mais famosa fotografia, chamada "A Banda da Rua". Apresenta o desfile de uma banda
semelhante a da banda do Dr. Montaury, que contou com o apoio de Henrique Poppe Leão
para fundá-la perto do ano de 1910.

Relato de Chagas Carvalho sobre Poppe Leão.


3. O JORNALISTA POPPE LEÃO

Curriculum Vitae
Nome: Henrique Poppe Leão
Profissão: Jornalista
Data de Nascimento: 07 de Setembro 1881
Endereço: General Caldwell 103, Arraial da Azenha, Porto Alegre.
Estado Civil: Casado com Maria Conceição Ortiz Poppe

Formação

• Escola de Primeira Letras. (Rio de Janeiro)


• Escola Superior de Letras - incompleto. (Rio de Janeiro)

Experiência Profissional

• Jornal "Estado de São Paulo"


- Funcionário de Julio Mesquita e colega de Euclides da Cunha, Olavo Bilac e outros
(São Paulo, entre 1899-1901).
• Jornal "Echo do Povo"
- Com Baptista de Freitas e João de Deus Siqueira (Porto Alegre – Entre 1908 e
1909).
• Jornal "O Diário"
- Repórter Esportivo ao comando do Jornalista Carlos Penafiel (Porto Alegre - Entre
1909 e 1911).
• Fundador do "Círculo de Imprensa"
- Com Xavier da Costa, Hugo Metzler, Mario de Almeida, Ney L. Costa, Mario
Cinco Paus, Antonio Heit, Vieira Braga. (Porto Alegre - 1910).
• Folhetim a "Gazeta do Povo"
- Colaborador (Porto Alegre, 1914).
• Jornal "Exemplo"
- Jornal fortemente relacionado à cultura e religião afro (Porto Alegre, 1914).
• Semanário "A Rua"
- Editor Redator e Diretor do semanário, com Alcides das Chagas Carvalho, Isaac de
Lima, João M. Cidade, Baptista de Freitas. (Porto Alegre, Entre 1914 e 1916).
• Jornal "O Dia"
- Correspondente Telegráfico (Santa Catarina, 1916).
• Jornal "A Federação"
- Colaborador e correligionário do Órgão do Partido Republicano.

Demais atividades profissionais

• Comércio.
Funcionário da loja "Ao Preço Fixo".
• Funcionário Público.
Funcionário da secretaria do conselho da Intendência Municipal (atual Prefeitura de
Porto Alegre).
Palestras e Publicações

• Club Político 17 de Junho - Presidente, palestrante e orador.


• Club Político “Filhos do Progresso” – Orador.
• Participante de Grupo Teatral e de Banda Musical.

Sócio e Fundador

• Sport Club Internacional (Fundador, Orador, Instructor e Presidente em 1910).


• Sport Club Municipal (Fundador)
• Liga de Foot-Ball de Porto Alegre (Fundador e Presidente em 1911)
• Círculo de Imprensa (Fundador)
• Club Político Filhos do Progresso (Orador)
• Club Político 17 de Junho (Fundador, Presidente e Orador).
• Clube Bailante Caixeiral (Fundador)

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Recriar o CV de um ícone do passado não é nada fácil. Ainda mais com fidelidade. Mas
estou confiante de que consegui. Cheguei muito próximo.

Os relatos deixados na imprensa da época, mais uma vez, foram fundamentais. 3 Jornais
serviram como a principal fonte de informação, mas relatos e fontes na literatura serviram
para confirmar e detalhar este estudo, fundamental para retratarmos a vida profissional de
Henrique Poppe Leão.

As principais fontes foram os jornais "A Rua", de 1916, publicado dias após a morte de
Poppe Leão. Dois depoimentos póstumos relatados neste jornal, um por Alcides das Chagas
Carvalho e outro por Isaac de Lima, são os mais completos sobre a sua trajetória. O jornal
"A Federação", de 1916 apresenta um depoimento que acrescenta credibilidade aos relatos
detalhados apresentados no "A Rua", pois afirma que Henrique Poppe Leão trabalhava no
referido semanário no momento de sua morte. O jornal "Diário", em 1916, não era mais
editado por Carlos Penafiel, o antigo editor de Henrique Poppe Leão neste jornal, e
apresenta um outro importante depoimento, não assinado e datado do dia da morte de Poppe
Leão.

Afirmando que Henrique Poppe Leão era um jornalista


"propagandista ardoroso" do futebol.
Trabalhou no Diário e foi presidente do
As agruras do Jornalismo. Círculo de Imprensa.

Depoimento de Chagas Carvalho. Jornal "A


Rua", de 16 de Agosto de 1916.

Depoimento de Isaac Lima. Jornal "A Rua",


de 16 de Agosto de 1916.
4. JÚLIO MESQUITA, O PRIMEIRO CHEFE.

Continuando a "A Trajetória de Henrique Poppe Leão", chegamos a um capítulo a parte.

Aqui, vamos dar corpo a um personagem fundamental. O primeiro chefe do jovem Henrique
Poppe Leão - Júlio Mesquita. Foi o primeiro a comandar o jornalista Poppe Leão* em suas
atividades diárias no jornal "O Estado de São Paulo".

Analisando a vida de ambos, encontramos dois elos fundamentais. O primeiro e mais


evidente, é a participação no Partido Republicano. E o segundo é a questão da profissão de
Jornalista em si.

São muitas as evidências que comprovam a influência do Jornalista Júlio Mesquita, sobre o
jornalista Poppe Leão. Da oratória doutrinária, ao uso de pseudônimos, findando na paixão
de ambos pelo trabalho de Euclides da Cunha, Monteiro Lobato e Olavo Bilac.

*Carlos Bandeira Poppe, relatou que seu pai, Luiz, também trabalhou no Estado de São Paulo, porém como
revisor de textos.

Quem foi Júlio Mesquita

• Jornalista, editor e proprietário do jornal "O Estado de São Paulo".

Membro do Partido Republicano.... E o mais importante de tudo.

• O primeiro chefe de Henrique Poppe Leão


Membro e dissidente do Partido Republicano

Dando ênfase às notícias internacionais, econômicas e literárias e publicando fotografias na


primeira página - coisas que nenhum outro jornal fazia até então -, Mesquita inaugurou uma
nova fase no jornalismo do País. A fama veio rápida e ele chegou a ser o vereador mais
votado de Campinas, pelo Partido Republicano. Nas páginas do tablóide, decidiu virar mais
um anônimo. Mesmo escrevendo em quase todas as seções, não assinava nenhuma matéria.
A intenção era como diria mais tarde, "não confundir o leitor: minha opinião é minha
opinião, a do jornal é outra coisa". No aniversário de 48 anos, os amigos reuniram num livro
algumas de suas crônicas publicadas no Estado. Gentilmente, recusou o presente dizendo
que elas saíram sem assinatura e, por isso, pertenciam ao jornal, e não a ele. Sem mais
delongas, mandou recolher todos os exemplares do livro que estavam à venda.

Com a saúde fragilizada, em 1887 partiu para a Europa atrás do melhor tratamento. E nem
doente deixou de colaborar com o Estado, que recebia suas crônicas de viagem sem atraso.
De Lisboa, enviou artigos sobre temas que vão desde críticas literárias a análises de
conjuntura política. Quando chegavam em terras tupiniquins, os textos eram submetidos à
rígida leitura dos colegas de redação. Escrevendo a galope e num fôlego só - coisa de quem
tem o raciocínio tão rápido que os dedos não conseguem acompanhar -, Mesquita não relia
nenhuma frase. Além do mais, se fosse preciso cortar algumas linhas, era melhor que outro o
fizesse, porque ele mesmo não tinha coragem de sacrificar o próprio texto. "Temos que
reconhecer que isso não é uma República, ou melhor, a República não é isso", escreveu
depois de se frustrar com o regime que ajudou a instaurar.

Liberal por excelência e defensor da democracia plena, embora tenha ocupado, por alguns
meses, o cargo de secretário-geral do novo regime, não pensou duas vezes antes de levar a
cabo, ao lado do companheiro Ruy Barbosa, uma campanha contra o Marechal Deodoro nas
páginas do Estado, decepcionado com o governo do primeiro presidente. Também não
hesitou em liderar a dissidência republicana, em 1902, que se posicionou contra os
desmandos das oligarquias.

O aguçado faro jornalístico de Mesquita deu ao País obras-primas da literatura


brasileira. A população paulistana soube dos detalhes do massacre de Canudos
através dos relatos de Euclides da Cunha, repórter do Estado e a cobertura resultou
em Os sertões. Como não poderia deixar de ser, na última nota que Mesquita
escreveu para o jornal, elogiava a criação do Partido Democrático. Morreu, aos 65
anos, a 15 de março de 1927, deixando O Estado de São Paulo nas mãos dos filhos
Francisco e Julio de Mesquita Filho. Alguns anos antes, num discurso, definiu-se:
"Sou um livre pensador, sempre o fui e espero morrer assim.”.
5. A FEDERAÇÃO - O JORNAL DE JÚLIO DE CASTILHOS

Através das páginas dos jornais, faremos uma análise sócio-filosófica e política da época da
fundação do Sport Club Internacional. Os períodos em destaque estão entre a “Proclamação
da República”, dia 15 de Novembro de 1889 (este primeiro período também é conhecido
como a “República da Espada”, que e se estende até 1894) e a República Velha (ou Primeira
República) que se estende entre 1899 e 1930. O destaque foi dado às páginas do Jornal “A
Federação” e por isso o jornal empresta o nome ao título deste capítulo. Também trataremos
dos demais periódicos da época, principalmente daqueles onde Henrique Poppe Leão
trabalhou. Em especial, os jornais “Echo do Povo” e “O Diário”.

Este estudo, que consumiu horas e horas de leitura e pesquisa em museus, será apresentado
resumidamente. O tema é amplo e poderia gerar páginas e páginas. Mas este assunto é pano
de fundo, e apesar da importância, vamos focar em alguns pontos mais específicos e de
interesse da nossa pesquisa.

Capa do Jornal "A Federação" de 1916.

OS GAÚCHOS EM DESTAQUE

Para entender o contexto histórico da época, é importante conhecer alguns personagens


Gaúchos, que cravaram seus nomes na política da época.

* Senador Pinheiro Machado (o Castilhista no plano federal).


* Júlio de Castilhos (o próprio – Presidente Governador do Estado, diretor do jornal “A
Federação” e presidente do PRR).
* Borges de Medeiros (sucessor de Júlio de Castilhos no estado).
* Getúlio Vargas (Presidente da República que “elevou e sepultou” os ideais Castilhistas
em plano nacional)

A SOCIEDADE RIOGRANDENSE

A sociedade Gaúcha que ainda tinha a Revolução Farroupilha como um acontecimento


recente buscava instrumentos para colocar a ordem em uma sociedade que a recém se livrara
da escravidão e que se desenvolvia ferozmente com a chegada de imigrantes, também era
um importante centro militar. Assim, tendo a oportunidade de ler a obra de Augusto Comte
na integra, Júlio de Castilho aderiu fortemente aos ideais Positivistas da época, defendidos
no exercito Brasileiro por Benjamin Constant, na imprensa pelos jornais doutrinários
Republicanos e na religião pela igreja da Humanidade.

“a filosofia política positivista baseia-se no pressuposto de que a sociedade caminha


inexoravelmente rumo a estruturação racional. Esta convicção e os meios necessários para
sua realização são alcançados mediante o cultivo da ciência social. Ante tal formulação são
possíveis duas alternativas: ou empenhar-se na educação dos espíritos para que o regime
político se instaure como fruto de um esclarecimento, ou simplesmente impor a organização
positiva da sociedade por parte da minoria esclarecida.“ – Prof. Dr. Ricardo Vélez
Rodríguez

A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Em 1901 quem mandava no Brasil era a política Café com Leite. Campos Salles e a sua
Política dos Governadores proporcionavam fatos de interesse nacional em Porto Alegre. Por
momentos, tudo acontecia na capital Gaúcha. A cidade ganhava notoriedade e atraia pessoas
de todos os cantos do Brasil.

Henrique Poppe enraizou-se no solo Gaúcho em um período muito distinto. Entre 1902 e
1906. A cidade vivia com toda intensidade a Belle-Epoque*, do presidente Rodrigo Alvez.
O comercio era agitado, as artes plásticas eram de interesse popular, as bandas de música
cresciam, os grupos teatrais se espalhavam pela cidade e a literatura era rica como nunca.

* Em depoimento, Carlos Bandeira Poppe conta que seu pai jamais era visto em publico sem estar vestindo
terno e grava. E o chapéu era um companheiro. Costumes da Belle-Epoque.

Depois deste período de glamour, Afonso Pena governou entre 1906 e 1909 e comandou a
fase da “Infra-Estrutura Nacional”. E assim começa a ruir a política Café com Leite.
Nilo Peçanha é o presidente entre 1909 e 1910. Um período de Instabilidade Política
marcado pela disputa de poder entre SP e MG. Começa a “Campanha Civilista” e Rui
Barbosa é lançado candidato a presidência da República. De fato, a "Campanha Civilista" se
inicia antes da candidatura de Rui Barbosa, pois ela refletia a necessidade de uma alternativa
civil a uma candidatura militar.

Surge então com destaque na imprensa nacional o nome do senador Gaúcho Pinheiro
Machado, que articulava com ferocidade a candidatura de um militar, o Marechal Hermes da
Fonseca, contando com o apoio do Rio Grande do Sul, dos estados do Norte, Pernambuco,
Minas Gerais e além com o apoio dos militares. No dia 1º de março de 1910 realiza-se então
a primeira eleição presidencial a provocar certo entusiasmo do eleitorado.

O Marechal Hermes da Fonseca. Que governou entre 1910 e 1914 já havia deixado o poder
quando em 1915, Pinheiro Machado é covardemente assassinado com uma facada por um
ignorante político, supostamente influenciado por uma campanha de imprensa feita pelo
jornal “Folha da Manha” de São Paulo e que teria influenciado o marginal a assassinar o
Senador. O corpo do Senador Pinheiro Machado veio de São Paulo de navio, em um
encouraçado da Marinha e foi velado por dias e noites em Porto Alegre, ate de ser levado
para Cruz Alta, sua cidade natal.

Encerrando nosso contexto histórico, Wenceslaw Braz (1914 a 1916) é o presidente do


Brasil quando Henrique Poppe falece em Porto Alegre, em 1916.
ÓRGÃO DO PARTIDO REPUBLICANO RIOGRANDENSE

O jornal “A Federação” foi um órgão do PRR (Partido Republicano Riograndense) que o


utilizava para disseminar seus ideais positivistas. Henrique Poppe foi correligionário do
PRR.
O jornal esteve sempre voltado para os ideais republicanos, por isto é considerado um
continuador das aspirações dos revolucionários de 1835, tendo sido um dos poucos em que a
data Farroupilha foi sempre lembrada. Seus objetivos estão expressos no cabeçalho:

“Federação, Unidade, Centralização, Desmembramento.”

O Jornal “A Federação”, nasceu em Porto Alegre em 1º de janeiro de 1884 e circulou até o


ano de 1937.

Circulava em Porto Alegre e no interior e articulava em suas publicações questões políticas


ligadas ao Estado e ao país, além de apresentar as ocorrências policiais, notícias variadas,
serviços telegráficos e anúncios comerciais.

Foi fundado por Júlio de Castilhos, Ramiro Barcellos, Germano Hasslocher e Venâncio
Aires, sendo este o primeiro diretor da redação. Venâncio, logo foi substituído por Julio de
Castilhos, que dirigiu o jornal até 1891 (quando foi eleito Presidente Governador do Estado
do Rio Grande do Sul). Após, a direção foi assumida por inúmeros outros jornalistas
ilustres, como: Alfredo Varella, Pinto da Rocha, Carlos Penafiel e outros.

O apogeu do PRR coincidente com o início da 1ª Grande Guerra (1914-18), quando “A


Federação” chegou a superar a tiragem de dez mil exemplares/dia. O jornal era conhecido
como capaz de “criar acontecimentos e não apenas refleti-los”.

O JORNALISTA CHAPA BRANCA

Henrique Poppe devia sentir a falta do noticiário diário da imprensa do “centro-sudeste” do


país, local onde nasceu e começou sua carreira de jornalista. Certamente ele devia sentir
falta. Lá, o combate às práticas consideradas “ditatoriais” do Castilhismo eram duramente
combatidas e o jornal “A Federação” exercia um papel totalmente oposto aqui em Porto
Alegre. O jornal com que Poppe Leão colaborava era doutrinário e político. Só tinha um
ponto de vista. O do Partido Republicano. Então, para fugir deste contexto enclausurado,
Poppe Leão começou sua colaboração com os demais órgãos de imprensa da cidade.... Surge
assim o jornalista “da Chapa Branca” Poppe Leão.

Como era funcionário da Intendência Municipal, seu carro usava placas com licença
diferenciada. Branca. Assim Henrique e muitos outros funcionários públicos que
trabalhavam na imprensa (algo comum na época, pois o jornalismo não era
profissionalizado) começavam a ser rotulados de “Imprensa Chapa Branca”.

Os textos de Poppe Leão nunca foram assinados em nenhum jornal. Pelo menos até onde
sabemos.

O uso do “pseudônimo” nos impediu de encontrar provas concretas diretas da autoria do seu
trabalho jornalístico. Mas a evidencia de sua participação é clara nestes periódicos. Um
exemplo é o fato de o Sport Club Internacional ser amplamente divulgado na imprensa da
época. Muito mais do que o Grêmio, o Fuss-ball e outros times de foot-ball. Outros fatos
relacionados à admiração por tudo que era publicado no “Estado de São Paulo” e
principalmente pelo elo estabelecido por depoimentos com Editores e Redatores da época e
que assinavam o jornal. O caso mais notório é o do jornalista Carlos Penafiel, que chefio
Henrique em dois momentos, no jornal “O Diário” e no jornal “A Federação”. No primeiro
Henrique foi repórter esportivo e o jornal propunha um caráter informativo, assim como o
“Correio do Povo”. No segundo, o jornalismo era totalmente outro. Doutrinário e partidário.
Noticiava casos de interesse e se mantinha com anúncios de comerciantes que também eram
correligionários do PRR. Um exemplo de anunciante comercial do jornal “A Federação” foi
a loja “Ao Preço Fixo”, onde Poppe Leão também trabalhou.

“Correio do Povo - Foi criado em 1º de outubro de 1895 por Francisco Antonio


Vieira Caldas Júnior, em Porto Alegre. O jornal circulava em Porto Alegre
semanalmente, com exceção dos domingos. Acredita-se que o referido jornal, não
esteve totalmente alheio as questões partidárias, ou seja, pode-se imaginar que este,
teria algum vínculo com algum extrato da sociedade sul-rio-grandense.”

O POSITIVISMO E O SEU LEGADO

O Positivismo tem por Máxima ou por Fórmula Sagrada: Viver para Outrem e Viver às
Claras, tendo O Amor por Princípio, a Ordem por Base e o Progresso por Objetivo.

Um dos maiores vultos, cultural e social, da Humanidade, patrono do Estado do Rio Grande
do Sul, que teve a sorte, de ter estudado, nos originais a Obra de Augusto Comte, O Sistema
de Política Positiva, em 4 volumes; e por meio da persuasão e conhecimento, convenceu
sociocraticamente, os políticos de sua época, no seu Estado, que aprovaram uma
Constituição Positivista, a única no Mundo, de 14 de julho de 1891; donde saiu como
Presidente de Estado, e que por 30 anos dirigiu em um regime Republicano sociocrático.

"Quem pretender ajuizar-me com justiça e imparciabilidade, atenha-se ao exame


severo da minha conduta, privada e pública, do que minha palavra constitui,
uniformemente expressão acorde”. - Julio Prates de Castilhos

Foi nesta época, que ele fundou em São Paulo, com Assis Brasil e Pereira da Costa o jornal
"A Evolução" que se opôs as idéias teológicas do Jornal Católico "A Vanguarda", cujo o
redator perdeu as estribeiras, fechando o jornal.

O comentário na época, era assim dito por Otho Rosa:

"a limpidez do raciocínio, a serenidade da argumentação, a lógica de aço, a destreza


do revide do combatente republicano, confundiram sem esforço o adversário,
colocando-o já nos primeiros artigos, em situação insustentável, desmandou-se-lhe a
linguagem, ultrajou e feriu. Castilho manteve inalterada polidez e encerrou a
polemica com belo gesto de cavalheirismo e lealdade......."

O Ideal republicano no Rio Grande do Sul vem de longe, chegando em pleno segundo
Reinado e se concretiza na Republica de Piratini, em 1835 pela Guerra dos Farrapos; estado
de espírito este, que ajudado pela capacidade do veemente e sagaz doutrinador, Julio de
Castilhos, aproveitou a paixão republicana, para inflamar a o estado emocional do povo
gaúcho, e ai neste apaixonado ambiente da propaganda republicana, de Positivismo e
República, confundiam-se ao menos teoricamente; e os participantes do movimento
republicano, que não eram positivistas, silenciavam, a bem da causa comum, e os
positivistas convictos passaram a ter voz preponderante.
Vale lembrar alguns trechos, do discurso proferido por Getúlio Dornelles Vargas (1883 –
1954), quando ainda tinha 20 anos, isto é, quando ainda estudante da Escola de Direito de
Porto Alegre, onde se formou em 1907, ao render homenagem à Castilhos, o grande líder, e
chefe político, quando de sua morte objetiva, discursando no Teatro São Pedro, na seção
fúnebre, realizada na noite de 31 de outubro de 1903, em Porto Alegre:

“Enquanto estas nações que se dizem grandes e civilizadas, que possuem exércitos
colossais e esquadras gigantescas, transformam o gládio da Justiça, em espada de
Dâmocles, pendente sobre a cabeças dos fracos; o Brasil colosso, ajoelha soluçando,
junto da tumba do condor altaneiro, que pairava nos píncaros da glória.”

“Júlio de Castilho para o Rio Grande é um Santo. É Santo porque é puro, é puro
porque é Grande, é Grande porque é Sábio, é Sábio porque, quando o Brasil inteiro
se debate na noite trevosa da dúvida e da incerteza, quando os outros Estados
cobertos de andrajos, com as finanças desmanteladas, batem às portas da bancarrota,
o Rio Grande é o Timoneiro da Pátria, é o santelmo brilhante, espargindo luz para o
futuro.”

“Tudo isto devemos ao cérebro genial desse homem.”

“Os seus correligionários devem-lhe a orientação política. Os seus coetâneos o


exemplo de perseverança na luta por um ideal; a mocidade deve-lhe o exemplo de
pureza e honradez de caráter .”

“Identificando-se com uma doutrina Sã, soube melhor do que ninguém moldá-la aos
costumes e às necessidades de seu povo.“

Fonte: Site da Doutrina Positivista no Brasil


www.geocities.com/doutrinapositivista/

NOMES DO POSITIVISMO

Os que mais se destacaram, no Rio Grande, como republicanos inspirados no Positivismo


foram: Julio Prates de Castilhos, Demétrio Ribeiro, Venâncios Aires, Álvaro e Homero
Batista, Fernando Luiz Osório, Joaquim Pereira da Costa, Antão de Faria, Antônio Augusto
Borges de Medeiros, Júlio Frota, Joaquim Luiz Osório, Vitorino Monteiro, Alfredo Cássio
do Nascimento, Fernando e Raul Abbot, Mena Barreto, João Cezimbra Jacques, Emílio de
Campos, Evaristo Amaral, Othelo Rosa, Rivadávia Correia, Carlos Maximiliano, Alfredo
Varela, Ernesto Alves, Henrique Alberto Carlos, Joaquim José Felizardo Júnior, João Luiz
de Faria Santos (Sec. De Obras Publicas – Diretoria de Viação entre 1995 e 1913), Carlos
Torres Gonçalves (Capela Positivista), Aparecido Mariense, Otávio Rocha, Ildelfonso Pinto,
Carlos Alberto Gonçalves, Juvenal Otaviano Miller, Augusto Pestana, Ernesto Otero,
Conrado Miller de Campos, Domingos Mascarenhas, Carlos Penafiel (Jornalista),
Gumercindo Ribas, Ildefonso Borges Toledo da Fontoura, João Simplício de Carvalho,
Arthur Homem de Carvalho, General Manuel Vargas, Protásio, Viriato Vargas e Getúlio
Vargas ( Pai do futuro Presidente do Estado do Rio Grande em 1928 e “golpista” de 1930),
Manuel da Costa Barradas, Benito Ilha Elejalde, Barbosa Gonçalves, Sérgio de Oliveira e
Carlos Barbosa, entre muitos outros que não aderindo a corrente positivista como religião e
filosofia, apoiavam as suas diretrizes políticas.
O IDEÁRIO POLÍTICO DAS CONSTITUIÇÕES DE 1891

A avançada Constituição de 24 de fevereiro de 1891, havia respeitado a continuidade,


mantendo as conquistas liberais vindas das Constituição do Império, de autoria
principalmente de José Bonifácio de Andrada e Silva, fundador da nossa nacionalidade e o
maior dos estadistas pátrios, verdadeiro gênio político. Esta constituição já tinha tanto de
republicana, que os Apóstolos Miguel Lemos e Teixeira Mendes , costumavam dizer que o
15 de novembro de 1889, havia sido entre nós "a proclamação legal da República"

A Constituição de 14 de julho de 1891, do Rio Grande do Sul, de Julio Prates de Castilhos,


não só mantinha a mesma continuidade observada na federal, com os progressos nesta
introduzidos, como mais longe ainda levava as garantias gerais da ordem e progresso ( pelos
acréscimos relativos principalmente à liberdade de ensino, de profissões, de religião; uma
Assembléia Orçamentária, proteção ao proletariado) o que levou a Miguel Lemos a
qualificá-la "a mais adiantada do Ocidente".

O lema da política de Castilhos era o lema de Danton, o Grande Estadista da Revolução


Francesa de 1789, aprovado por Augusto Comte, e por ele aconselhado aos estadistas
modernos:

"Conservar, Melhorando"

O que pode ser facilmente entendido pelos Colorados, como:

“Gigante para Sempre”

Isaac Lima, assina a narrativa sobre a


trajetória de Henrique Poppe Leão
em carreira de Jornalista.
Jornal "A Rua", de 16 de Agosto de 1916. Nota de falecimento de Poppe Leão,
editada por Carlos Penafiel,
amigo e antigo chefe, e publicada no
jornal "A Federação" de 1916.
Capa do Jornal "O Diário". Capa do jornal "Echo do Povo", de 1909.
Aqui, Poppe Leão trabalhou sobre o Neste jornal, Henrique retomou a sua
comando de Carlos Penafiel, carreira de jornalista em Porto Alegre.
que posteriormente viria a dirigir o jornal Os proprietários deste jornal, fundariam
"A Federação". junto com Poppe Leão o "Círculo de
Imprensa".
Este jornal tem um forte cunho Positivista
e Progressista.

Echo do Povo, de 1909. Jornal dito como Serviço telegraphico.


"Independente". Nestas páginas, Poppe Leão colaborava
Na capa, um poema de um certo "Euclides com o órgão de imprensa do PRR.
Lobato".
6. A FAMILIA ORTIZ

Neste capítulo, continuamos e concluímos a nossa análise Sócio-Filosófica e Política da


época de fundação do Sport Club Internacional. Desta vez, com um pouco mais de
proximidade e foco na vida e no dia a dia de Henrique Poppe Leão.

A aproximação da família Ortiz, foi o marco que iniciou a mudança na vida do jovem
nascido no Rio de Janeiro. Assim, Poppe Leão deixava o trabalho no comércio da capital e
entrava para o funcionalismo público, abrindo as portas para o seu retorno ao jornalismo e
assim começando uma vida de publicismo e progresso e que findaria na fundação do Sport
Club Internacional.

GRACILIANO - O PAI

O pai e chefe do patriarcado Ortiz, chamava-se Graciliano de Faria Ortiz. Ele foi um dos
fundadores e o primeiro presidente de honra do Sport Club Internacional. Seu nome
emprestou crédito a instituição recém nascida e seus cargos de Diretor de Limpeza Pública
(diretoria pertencente a Secretaria de Obras) e de Major/Capitão do Exército Brasileiro
abriram as portas para Poppe Leão, com a credibilidade e a notoriedade necessárias, fincar a
marca Sport Club Internacional na eternidade e na história do futebol Brasileiro e Mundial.

Trecho da obra "Na Sombra dos Eucaliptos" de Carlos Lopes dos Santos.
Trata sobre a importância de Graciliano Ortiz na fundação do Club.
MARIA CONCEIÇÃO - A FILHA

Bem relacionado com o Capitão Graciliano, Poppe ficou ainda mais próximo da família
Ortiz. Em Novembro de 1909, alguns meses após a fundação do Sport Club Internacional,
Maria Conceição se casa com o jovem Henrique Poppe, a quem seu pai devia ter grande
admiração.

Desde então, Maria, chamou-se de Maria Conceição Ortiz Poppe.

Casamento. Dia 27 de Novembro de 1909.

ALCIDES ORTIZ - O FILHO

O irmão de Maria, Alcides, também foi um dos fundadores do Sport Club Internacional. Seu
nome aparece como "guarda campo" na lista da primeira diretoria constituída. Porém, logo
em seguida, Alcides (supostamente por ser um fraco futebolista) não encontrou espaço para
a pratica do jogo no primeiro e no segundo team do recém fundado Club e se juntou aos
demais preteridos, para fundarem outro clube, o Foot-Ball Sport Club.

Alcides Ortiz foi fundador do "Foot-Ball Club"


FILHOS DO PROGRESSO

Pesquisas feitas no jornal "Echo do Povo" em 1909 (onde Poppe trabalhava) mostram um
grande número de reportagens sobre um grupo político e familiar chamado "Filhos do
Progresso". Um típico grupo formado por familiares e amigos das pessoas de farda.

Poppe Leão foi o orador do grupo e Graciliano Ortiz, o presidente.


Alcides também foi um dos integrantes do grupo, mais precisamente, o porta-estandarte.

O EMPREGO PÚBLICO

Poppe trabalhou na Intendência Pública Municipal, o período não se sabe ao certo, mas foi
provavelmente entre meados de 1909 (talvez antes) até a sua morte em 1916. Ele trabalhava
na secretaria do Conselho (antiga câmara de vereadores). Graciliano Ortiz trabalhava neste
mesmo prédio e exercia grande influência junto ao Intendente da época, o Dr. Montaury.

QUEM FOI O DR. MONTAURY.

Segue, parte do texto publicado originalmente no "Jornal da Capital" e que fala sobre a
importância deste governante na Porto Alegre do início do século.

José Montaury
Porto Alegre dos Intendentes

Com a Proclamação da República, em novembro de 1889, foram alterados a


forma e a dinâmica do exercício dos poderes locais e também do Legislativo
Municipal. A Constituição Nacional de 1891 tinha cunho federalista e aumentava a
autonomia das Províncias. O primeiro Intendente de Porto Alegre — como era
chamado o Prefeito na República Velha — eleito foi Alfredo Augusto de Azevedo,
que comandava o Conselho Municipal — atual Câmara dos Vereadores. Era ele que
detinha o poder de legislar.

Nesse período, a cidade de Porto Alegre passou por um intenso processo de


modernização e reurbanização, com objetivo de atender às necessidades do
desenvolvimento comercial e industrial. Foram realizadas aberturas de novas
avenidas, demolições de becos e construções de prédios importantes, como o dos
Correios e Telégrafos, o da antiga Sede da Prefeitura, o Palácio Piratini e também a
Catedral Metropolitana. Em 1914, Porto Alegre ganhou seu primeiro Plano Diretor,
sendo a primeira cidade brasileira a contar com um Plano definido por Lei
Municipal.

A continuidade política era uma característica da influência positivista. Nos anos


entre 1897 e 1937, Porto Alegre teve apenas três administradores: José Montaury,
Otávio Rocha e Alberto Bins. No mesmo período, o Rio de Janeiro teve 27, Belo
Horizonte 21, Recife 18 e São Paulo 15. Com a Revolução de 1930, que marcou o
fim da República Velha, Alberto Bins foi reconduzido à administração da capital,
mas dessa vez como Prefeito. Permaneceu no cargo até o ano de 1937, quando
Getúlio Vargas deu o golpe de Estado, que no Rio Grande do Sul culminou com a
Intervenção e conseqüente deposição do governador Flores da Cunha.

Nesta edição do Jornal da Capital, você vai conferir esses administradores do


período da República Velha, seus principais atos à frente de Porto Alegre, além de
algumas curiosidades sobre cada um. Na próxima edição, nomes como Loureiro da
Silva e Leonel Brizola estarão em pauta, e será tratado o período que vai da
proclamação do Estado Novo até o Golpe Militar.
José Montaury
Foi quem mais tempo governou nossa capital, sendo eleito e reeleito
sucessivamente durante 27 anos, até ser proibido de permanecer na cadeira por uma
cláusula da Constituição de 1924. Foi o segundo intendente oficial que teve Porto
Alegre, e o primeiro a ser eleito.

Quando tomou posse, no dia 15 de março de 1897, Porto Alegre era algo como
uma província, com pouco mais de 70 mil habitantes. Ele implantou importantes
inovações nas áreas da saúde, transportes, saneamento e arquitetura urbana.
Construiu hidráulica e aprimorou os serviços de água e esgoto. Foi quem trouxe à
capital os primeiros ônibus coletivos movidos a eletricidade, dispensando a
costumeira tração animal e também quem mandou instalar linhas telefônicas para
ligar a sede municipal às subprefeituras.

Entre suas principais obras, está a construção, em 1901, da nova sede para a
Intendência, o Palácio Municipal, na atual Praça Montevidéu. Foi também o
criador do primeiro Plano de Urbanismo da Cidade, integralmente aproveitado
pelos administradores que o sucederam.
O historiador Sérgio da Costa Franco conta que Montaury implantou os esgotos
cloacais no perímetro que liga Ramiro Barcelos, Venâncio Aires e João Alfredo,
além de mandar encampar a Hidráulica Guaybense e criar a Usina Municipal de
Energia Elétrica. Contam os jornais da época que, por vezes, o intendente retirava
do próprio bolso recursos para financiar seus ambiciosos projetos. Popularizou-se,
também, pela dedicação aos menores abandonados, com a criação da "Bandinha do
Dr. Montaury", projeto que realizava aulas de música para jovens moradores de
rua.

Com relação à saúde, seu pioneirismo foi nacional quando, em 1889, criou o
serviço de primeiros socorros com uma ambulância puxada por burros da manada
municipal. Mais tarde, os animais foram substituídos por ambulâncias motorizadas,
importadas em 1912. Essas inovações, associadas a outras medidas de saneamento,
conquistaram para Montaury o mérito de haver feito despencar 15 pontos
percentuais a taxa de mortalidade infantil na capital, que passou de 32% para 17%
no período de seu mandato.

Encerrando este sexto capítulo, tentando não se estender muito, concluímos a análise
sociológica, política e filosófica do período de fundação do Sport Club Internacional.

Vimos onde Henrique Poppe trabalhava, conhecemos a sua família, os seus colegas, a
política da época e a nossa bela cidade de Porto Alegre no início do século XX (entre 1901 e
1916).

Agora, podemos ir adiante.


7. A FUNDAÇÃO DO SPORT CLUB INTERNACIONAL

Porto Alegre, RS. 04 de Abril de 1909.

Em uma Porto Alegre já iluminada pela energia elétrica, na casa de João Carlos Seferin (um
grande capitalista da cidade) e a convite de seu filho João Leopoldo, um grupo de amigos e
praticantes do foot-ball se reuniu para fundar o Club que alguns dias após seria nomeado
Sport Club Internacional. Entre eles, um jovem de 28 anos, muito culto e experimentado em
terras paulistas na arte da comunicação. Henrique Poppe Leão participava do encontro não
por ser um praticante do esporte, mas sim por ser o líder espiritual daquele Club que ali se
formava. No discurso de fundação, foi o orador de um texto positivista e motivado por uma
sede de progresso insaciável, contagiou a todos que ali estavam presentes e fizeram a
trajetória do Club nos primeiros anos de vida um sucesso tremendo.

Notícia do Correio do Povo de 1909 (Fonte: Site do clube).

Henrique Poppe Leão foi fundador, instructor, orador e presidente do Sport Club
Internacional. Segue trecho do Jornal "A Rua" de 1916, onde em um longo relato da vida de
Poppe Leão, é feita referência a fundação do Club.

Junto com Juvenanno Cezar, Pimenta,


Gesta, Picorelli, Seferin, Vignoles, Lemos e outros
fundou ou actual Sport Club Internacional
do qual foi o primeiro instructor e presidente.
OS 3 IRMÃOS FUNDADORES

Henrique Poppe Leão (o mais velho) e sua esposa Maria Conceição Ortiz.

Luiz Madeira Poppe (o irmão casula) e sua Família.


Esposa grávida do futuro Delegado, Carlos Bandeira Poppe.
José “Zezão” Poppe – o craque do time.
UMA NOVA TEORIA PARA A FUNDAÇÃO DO CLUB

A seguir, baseado nas novas descobertas e no estudo aprofundado do contexto passado do


Brasil, do Rio Grande do Sul e de Porto Alegre. Sempre respeitando a lógica. Apresento
uma nova teoria para a fundação do Sport Club Internacional.

- Do idealismo e da visão de um clube de futebol democrático e aberto a todos e


da vocação para o progresso de Henrique Poppe Leão nasceu o centenário
Sport Club Internacional.

- Apesar do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense não ter influência direta na


fundação do Sport Club Internacional, a rivalidade nascida a fórceps com um
duplo revés de 10 gols foi fundamental para a divulgação da novel associação na
imprensa e para o seu crescimento e consolidação como o Clube do Povo.

- Os principais valores envolvidos entre os jovens que se reuniram para a


fundação do Sport Club Internacional eram: a pratica do futebol, a celebração
da própria juventude e a possibilidade de criarem um Club onde teriam a
oportunidade de manter novos contatos sociais.

A seguir, seguem 3 matérias publicadas no Jornal ZH ao longo da semana do Centenário do


Sport Club Internacional. Uma abordando a nova teoria apresentada aqui neste estudo, outro
apresentando a teoria já conhecida, e outro, escrito brilhantemente pelo ex-dirigente
Colorado Ibsen Pinheiro, referendando as novas teorias apresentadas aqui.

PESQUISA INDICA UMA NOVA HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO DO INTER


Conselheiro descobre detalhes que alteram a versão conhecida até as vésperas do centenário
Por: Leandro behs | leandro.behs@zerohora.com.br

Às vésperas dos cem anos do Inter, a história oficial da fundação do clube é reescrita.
Contrariando a versão atual, Henrique Poppe Leão teria sido o grande idealizador do clube
criado na Porto Alegre de 4 de abril de 1909. E mais: ele não seria um comerciante paulista.

Por meio de aprofundada pesquisa, o conselheiro Tiago Vaz revela, por exemplo, que o Inter
não nasceu da costela do Grêmio, mas foi gerado do idealismo contrário à elitização do
esporte e de um romance que se iniciava. Fundamentado em jornais do período, o trabalho
de Vaz foi acolhido pela direção. A pesquisa será publicada na edição de abril da Revista do
Inter.

Ao contrário da história corrente, Henrique não era paulista, mas fluminense — e transfere-
se ainda jovem para São Paulo, onde seu irmãos nasceram. E não era comerciante, mas, sim,
jornalista ligado ao Partido Revolucionário Riograndense (PRR). Prova disso é seu
obituário, escrito por colegas do jornal A Rua, de Porto Alegre, em homenagem a seu diretor
de redação, morto em 16 de agosto de 1916.

Em 1901, a família mudou-se para Porto Alegre, possivelmente porque o pai morrera em
São Paulo. A mãe, Leonilda, e os filhos, Henrique, o mais velhos dos irmãos Poppe, então
com 20 anos, José, Carlos, Adelaide e Luiz, vieram a convite de Thomé Castro Madeira,
irmão de Leonilda, que residia na cidade e trabalhava no cartório do Supremo Tribunal —
com trânsito nos principais círculos sociais.

Fundação num porão e o primeiro campo

Em Porto Alegre, Henrique Poppe trabalhou na loja Ao Preço Fixo, precursora da Lojas
Americanas. Em seguida, por influência do tio Thomé Castro Madeira, filiou-se ao PRR,
tornou-se funcionário da Secretaria do Conselho da Intendência (prefeitura), além de
escrever para A Federação (jornal do PRR). Ainda trabalharia nos jornais Echo do Povo, O
Diário, Gazeta do Povo, O Exemplo, e foi diretor de redação de A Rua.

O Estado vivia sob o positivismo. Um dos dogmas da doutrina é que o indivíduo pode
eternizar-se enquanto for lembrado por sua criação. O governo havia determinado a criação
de novos espaços públicos para práticas esportivas, a fim de formar jovens para o Exército.
É nesse contexto que as bases para a fundação do Inter começaram a ser definidas.

Henrique articulou a criação do clube, algo comum no período, no qual diversos grupos
sociais passaram a se reunir e a fundar agremiações. Aos 18 anos, João Leopoldo Seferin,
que emprestou o porão da casa do pai para a reunião de fundação do Inter, na Rua da
Redenção, 141 — atual Avenida João Pessoa, na altura do número 1.025 —, foi eleito
presidente.

Para dar credibilidade ao clube, o capitão do Exército Graciliano Ortiz é escolhido


presidente de honra do Inter. Além de militar, Ortiz também era o diretor do Asseio Público
— e homem de prestígio junto a José Montaury, intendente de Porto Alegre. Foi através de
Ortiz que o Inter, recém-fundado, obteve junto à Intendência o seu primeiro campo: a Ilhota
— atual Praça Sport Club Internacional, ao lado do Hospital Porto Alegre, no bairro
Azenha.

Não teria havido rejeição do Grêmio

É possível que Ortiz não tenha sido convidado por Henrique apenas para emprestar prestígio
à entidade. Por trás deste convite havia um romance. Sete meses após a fundação, Henrique
casou-se com Maria Conceição Ortiz, filha de Graciliano. Henrique sempre foi o homem por
trás do clube. Jamais jogou pelo Inter, presidiu a entidade em 1910, enquanto seus irmãos,
José e Luiz, foram os primeiros titulares.

Além do Inter, Henrique fundou outras entidades: o Círculo de Imprensa, o Clube Dançante
Caixeiral, o Sport Club Municipal, o Club Político 17 de Junho, o Filhos do Progresso e a
Liga de Foot-Ball do Rio Grande do Sul.
— Entendo que eles sequer procuraram o Grêmio para jogar, pois sabiam tratar-se de um
clube fechado. O Inter nasce com valores sólidos, é difícil acreditar que fosse criado por
causa de uma rejeição — afirma Vaz.

A edição de A Rua confirma a obra de Henrique. Foi publicada três dias após a sua morte,
aos 35 anos, por uremia (doença provocada pelo mau funcionamento dos rins, incapazes de
filtrar as impurezas do sangue). Henrique não teve filhos. Foi enterrado no cemitério da
Santa Casa, na sepultura número 68 do 3° quadro, conforme descrevem registros da época.

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A MODA ERA CRIAR UM CLUBE


Jornalista que serviu de consultor a livro sobre 100 anos do clube dá sua versão sobre
o nascimento do Inter.

Nota: O autor confirma detalhes revelados nesta pesquisa.

POR: CLÁUDIO DIENSTMANN(*)

Os primeiros clubes do futebol brasileiro, no início do Século 20, foram todos


fundados num mesmo modelo: por jovens que apenas queriam jogar futebol. Na
verdade, já jogavam, e a criação de um clube era apenas o modo de organizar e
oficializar essa atividade.

Não é por acaso que o primeiro do país, o Rio Grande, teve exatos 22 fundadores, em
1900 – isto é, dois times, para “partidas internas”, “matchs-trainings”. No Grêmio,
em 1903, foram 33. No Inter, 40, em 1909. Os fundadores-sócios eram também
dirigentes, jogadores, limpadores do campo. Ninguém pensava em campeonatos (que
não existiam), em títulos, em estádios, rivalidades. A garotada só queria correr atrás
da bola.

Com a entrada de novos sócios-jogadores, porém, os antigos fundadores podiam


perder lugar na equipe.

Em Porto Alegre só existiam dois clubes de futebol em 1909: o Fuss Ball (dos
ciclistas da Blitz) e o Grêmio. Se aceitassem novos sócios-jogadores, alguém
perderia lugar no time. A renovação se dava com a aposentadoria futebolística,
geralmente ao final dos estudos e começo de um emprego. Tentar sustentar que o
Inter foi fundado por rapazes recusados pelo Grêmio é uma meia-verdade, e afirmar
que o Inter é dissidência do Grêmio chega a ser besteira.

Da indumentária ao vocabulário, passando pelo material de jogo, tudo era importado


da Europa. Com pouco mais de uma década do fim da escravatura no país, seria
absurdo pensar que, criado meio século antes nas melhores escolas da Inglaterra, o
futebol fosse esporte “popular” no Brasil.

Os fundadores do Inter eram pequenos comerciantes, comerciários, funcionários


públicos, intelectuais, estudantes, como Napoleão Gonçalves de Oliveira, funcionário
do Arquivo Público; Miguel Ballvê, da firma Oppenheim & Cia.; Alfredo
Wetternich, do Tribunal de Contas; Luiz Portella, do Banco da Província; Horácio
Carvalho, da companhia de energia, e Tertuliano Gonçalves, redator do jornal “O
Elmo”.
O Grêmio teve a mesma origem, seis anos antes, em 1903, criado por jovens de
origem alemã, portuguesa, italiana, empregados especialmente das casas comerciais
Pimenta, Pavão e Tigre, e da Farmácia Caleya.

A diferença é que o Inter se acostumou logo cedo a conviver com crises desde a
reunião de fundação, dia 4 de abril de 1909, na casa de João Leopoldo Seferin, o
primeiro presidente. Apareceram 40 jovens, o dobro do esperado, obrigando a busca
de cadeiras pela vizinhança.

Na segunda reunião, dia 11, uma semana depois, os Poppe ganharam na escolha do
nome do clube, Internacional, mas perderam nas cores: eles queriam o vermelho,
preto e branco de São Paulo e Inter paulista, mas deu vermelho e branco, do grupo
carnavalesco “Venezianos”. A turma do grupo “Esmeralda” abandonou a reunião.
Infelizmente, para historiadores e curiosos, as atas das reuniões dos primeiros três
anos do Inter desapareceram, como já reconhece em sua abertura o livro 2, de 1912.

Porto Alegre em 1909 tinha 120 mil moradores, em 15 mil casas: 6 mil de alvenaria,
5 mil de madeira, 3 mil mistas e mil “diversas”. As principais ruas eram a Azenha,
Caldwell, Redenção (João Pessoa), 13 de Maio (Getúlio Vargas), onde terminava a
cidade, na José de Alencar. Era por ali que moravam José Poppe, Luiz Madeira
Poppe e Henrique Poppe Leão, o grande mentor da fundação do Inter.

Aos 27 anos, Henrique era o mais idoso entre os fundadores, e nunca jogou pelo
Inter, considerava-se velho demais. José, capitão da primeira diretoria, jogou sete
partidas como atacante e zagueiro. Luiz, da primeira “comissão de campo”, jogou
seis vezes pelo Inter: foi o goleiro no Gre-Nal dos 10 a 0 na estreia, e em outras
cinco preferiu a ponta direita e esquerda.

Seferin relatou que os Poppe contavam que tinham jogado no Internacional, de São
Paulo, fundado dia 19 de agosto de 1899 por Antônio Casimiro da Costa, daí o nome
do Inter de Porto Alegre. Ainda em 1909, o novo clube gaúcho foi invadido pelos
“acadêmicos da fronteira”, filhos dos estancieiros ricos de Rosário, Dom Pedrito e
especialmente de Bagé e Livramento (onde já tinham jogado respectivamente no
Guarany e 14 de Julho, o terceiro clube do Brasil, de 1902), e também de Pelotas,
Santa Maria, Rio Grande, Cachoeira, Rio Pardo. Aí surgiram Ernesto Médici, Carlos
e Ricardo Kluwe, Antenor Lemos, Edelberto Mendonça, Nilo Gafrée, Benjamim e
Rodolfo Vignoles, Simão “Índio” Alves, Thomaz, Belarmino e Felizardo Leal
D’Ávila, Guilherme e João Flores da Cunha, e uruguaios como Florêncio Ygartua,
Thomas Scabelon, Henrique Lay.

Henrique continuou no clube como orador da primeira diretoria e presidente da


segunda, em 1910. Sua casa, na Caldwell 103, foi a primeira sede do Inter.

O jornal “O Diario”, de Porto Alegre, registra o falecimento de Henrique Poppe Leão


em sua coluna de necrologia na edição de 16 de agosto de 1916. Morreu em sua nova
casa, na Azenha 205. A certidão de óbito de Henrique Poppe Leão, “filho de
Henrique Poppe da Silva e Leonilla Madeira Poppe”, está no Registro Civil da 4ª
Zona, na Osvaldo Aranha.

“O Diario”, que na ocasião apresenta Henrique Poppe Leão como “um dos moços
que fundou o Sport Internacional, repórter de vários jornais, atual diretor do
semanário ‘A Rua’, volta a mencioná-lo a 19 de agosto, por ter “deixado a viúva
Maria da Conceição Ortiz Poppe, filha do major Graciliano de Faria Ortiz, chefe do
asseio público”.

A atividade jornalística do mentor do Inter – que viveu primeiro do comércio e


depois como funcionário público – tinha caráter político, sem remuneração
financeira, como era comum na época.

(*) Jornalista, autor e consultor do livro sobre o centenário do Inter, em parceria com
o fotógrafo Leonid Streliaev e o cronista Luis Fernando Verissimo

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CAMPEÃO DE TODOS
por Ibsen Pinheiro *

Eu até gostava da versão do Inter dissidente, apesar da sua historicidade zero. Produto puro
da rivalidade moderna, a tese se insinuou, sem autores, com base no mais frequente dos
equívocos históricos, o anacronismo que avalia fatos passados com as sensações atuais,
como se os fundadores germânicos do Grêmio e do seu rival gêmeo, o Fussball Club Porto
Alegre nascido no mesmo dia e ano e extinto em 1940 (Wikipédia) , adivinhassem uma
ameaça no futuro Colorado e o rejeitassem. Mas eu já estava gostando, talvez porque sempre
apreciei as dissidências, desde os PCs da minha juventude (que, aliás, inventaram a
dissidência recíproca).

As dissidências no geral são progressistas, às vezes revolucionárias, sempre inovadoras.


Júlio César foi o patrício dissidente que liderou a plebe romana e mudou o mundo para
sempre. Robespierre dissentiu da pequena nobreza do interior da França para dominar a
Paris do Terror e tornar irreversíveis os ideais da Revolução Francesa, ainda que a um caro
preço de sangue, inclusive o seu. Entre nós, quem mais dissidente que Getúlio Vargas? Da
aristocracia rural, partiu para uma chefia popular que mudou o Brasil e moldou
definitivamente o verdadeiro Estado nacional brasileiro, completando a obra de Pedro II –
outro dissidente, este de nascença.

Uma característica invariável das dissidências transformadoras é que elas vingam e se fazem
majoritárias. Não é uma questão de número, é um traço de sua vocação. Nascem como
minorias a favor da História, logo empolgam e depois crescem infinitamente. Já as forças
estabelecidas, alvo das cisões, são sempre minoritárias, mesmo quando mais numerosas,
pois aqui, também, não é uma questão de quantidade, é questão de estilo, espécie de
udenismo, que, por se achar superior, sempre foi minoria exaltada mesmo quando em
maioria.

Uma consistente pesquisa do conselheiro colorado Tiago Vaz, publicada domingo em Zero
Hora, derrubou minha mais recente preferência, e até lamento que a história do Inter não
possa ser como a do Flamengo, que nasceu de uma costela do Fluminense para tornar-se o
clube mais popular do país. Como também nunca consegui confirmar minha teoria preferida,
a de que o Internacional nasceu subversivo e revolucionário em 1909 para reviver o
fantasma sessentão de Karl Marx e novamente assombrar a Europa e o Mundo. Nunca achei
nenhuma prova e por isso nunca publiquei como tese acadêmica, embora mais consistente
do que a falecida dissidência. Afinal, a minha hipótese tinha a seu favor ao menos dois
fortes indícios: o nome e a cor do indigitado.

Graças ao brilhante trabalho de Tiago Vaz, tenho que ficar com a lógica histórica, a de que a
cidade de 1909 já não se satisfazia com dois clubes étnicos, surgidos fortes e lindos no
mesmo dia para ocupar em dupla os aprazíveis grounds do Moinhos de Vento até os anos 40
(parece que esses dois, sim, já nasceram dissidentes). Em 1909, Porto Alegre já queria mais.
Era preciso dar voz à Ilhota, à Cidade Baixa, à Várzea, à periferia, ao pequeno comércio, aos
empregadinhos e, logo em seguida, aos escravos recém libertos e seus descendentes, que se
livravam dos grilhões mas não da discriminação. Era indispensável que surgisse a instituição
que teria por símbolo e mascote o mitológico Saci, depois modernizado pelo negrinho
urbano criado e consagrado por Sampaulo e Marco Aurélio.

Minha alma dissidente (desde o Julinho) lamenta mas precisa conformar-se com a verdade
histórica: o Internacional ecumênico nasceu com a vocação universal do Clube do Povo e
sabe que o Colorado, por ser igualitário, não é melhor do que os outros. Só é maior.

8. A VITÓRIA SOBRE O MAIOR RIVAL

Antes da morte, Henrique viu o Inter crescer, ser campeão da cidade, em 1913 e
derrotar pela primeira vez o Grêmio. Foi em 1915, 10 meses antes de morrer. O
primeiro clube a ser desafiado pelo Inter, e que havia seis jogos mostrava-se imbatível,
enfim, caía. Após seis jogos, com duas derrotas por 10 gols, o Inter goleava o Grêmio
por 4 a 1, na Baixada, a casa do adversário, vencia o rival pela primeira vez e iniciava
um novo ciclo na sua vida. – Leandro Behs em sua reportagem sobre esta pesquisa.

Seguem os 10 primeiros clássicos da História do Clássico Gre-Nal. Fonte oficial do Club,


ilustrados com imagens do acervo do Museu do Inter.

Clássico 001 - Grêmio 10 X 0 Internacional

Amistoso
Data: 18/7/1909
Local: Baixada
Gols:
Booth (G), Booth (G), Booth (G), Booth (G), Booth (G), Grünewald (G), Grünewald (G),
Grünewald (G), Grünewald (G), Moreira (G)

Clássico 002 - Grêmio 5 X 0 Internacional


Citadino Porto Alegre
Data: 17/7/1910
Local: Baixada
Gols:
Mostardeiro (G), Booth (G), Geyer (G), Moreira (G), Booth (G)

Clássico 003 - Grêmio 10 X 1 Internacional


Citadino Porto Alegre
Data: 18/6/1911
Local: Escola Guerra
Gols:
Edwin Cox (G), Vinholes (I), ???? (G), ???? (G), ???? (G), ???? (G), ??? (G), ???? (G), ????
(G), ??? (G), ??? (G) Não existem registros sobre os autores destes gols
Clássico 004 - Grêmio 6 X 0 Internacional
Citadino Porto Alegre
Data: 23/6/1912
Local: Baixada
Gols:
???? (G), ???? (G), ???? (G), ???? (G), ???? (G), ???? (G) Não existem registros sobre os
autores destes gols

Clássico 005 - Grêmio 2 X 1 Internacional


Citadino Porto Alegre
Data: 15/9/1912
Local: Baixada
Galvão (I), Booth (G), Booth (G)

Clássico 006 - Internacional 1 X 2 Grêmio


Citadino Porto Alegre
Data: 8/6/1913
Local: Chácara dos Eucaliptos
Gols:
Ashlin (G), Ashlin (G), Túlio (I)
Clássico 007 - Grêmio 1 X 4 Internacional – Primeira Vitória Colorada!
Amistoso
Data: 31/10/1915
Local: Baixada
Gols:
Müller (I), Bedionda (I), Tulio (I), Sisson (G), Bedionda (I)

Clássico 008 - Internacional 6 X 1 Grêmio


Data: 30/7/1916
Citadino Porto Alegre
Chácara dos Eucaliptos
Gols:
Vares (I), Vares (I), Vares (I), Vares (I), Vares (I), Vares (I), Scalco (G)

Clássico 009 - Grêmio 2 X 3 Internacional


29/10/1916
Citadino Porto Alegre
Local: Baixada
Gols:
Túlio (I), Muller (I), Oswaldo (I), Sisson (G), Assumpção (G)

Clássico 010 - Internacional 5 X 3 Grêmio


Data: 10/5/1918
Citadino Porto Alegre
Local: Chácara dos Eucaliptos
Gols:
Mário Cunha (I), Mário Cunha (I), Ribas (I), Ribas (I), Guimarães (I), Lagarto (G), Lagarto
(G), Pavani (G)

.. e a senda de vitórias nunca mais parou!


Fazem 64 anos que a SUPREMACIA COLORADA impera no clássico Gre-Nal.

E para muitos que acham que vamos vivenciar apenas um centenário Colorado!!!! Fiquem
espertos! Em 36 anos, vamos celebrar, se Deus nos permitir, os 100 do Inter na frente do
Grêmio!

Vai ser o Centenário da Supremacia!


PRESIDENTE DA LIGA DE FOOT-BALL DE PORTO ALEGRE

Henrique, após fundar e presidir o Inter em 1910, tornou-se presidente da Liga de Foot-Ball
de Porto Alegre, que também havia ajudado a fundar. Esta liga, foi a responsável por
organizar os primeiros campeonatos envolvendo a dupla Gre-Nal.

No "Mundo Sportivo" do jornal "O Diário" de 1910,


o presidente da liga de foot-ball, Henrique Poppe,
entrega uma "artística taça" a João Carlos Seferim.

Os campeões da Liga Porto-Alegrense de Foot-Ball (LPAF)

• 1910 - Militar Foot-Ball Club


• 1911 - Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense
• 1912 - Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense
• 1913 - Sport Club Internacional*
• 1914 - Sport Club Internacional
• 1915 - Sport Club Internacional

* Depois ter disputado duas partidas, o Grêmio se desligou da liga devido a um problema no
jogo Internacional - Fuss Ball. O árbitro designado pelo Grêmio teria sido desrespeitado por
atletas do Internacional. O Grêmio cria então outra liga, onde se sagra campeão ao vencer o
Fuss-Ball.

9. A MORTE DE HENRIQUE POPPE LEÃO

As informações que se tem sobre a morte de Henrique Poppe Leão são de 4 necrologicos
encontrados nos jornais “O Diário”, “A Fedenração”, “Echo do Povo” e “A Rua” datados
de Agosto de 1916.

Com base em datas e nomes de referências, encontramos nos arquivos da Santa Casa de
Misericórdia de Porto Alegre, as seguintes informações sobre o seu túmulo.
As informações encontradas no arquivo do Centro Histórico-Cultural da Santa
Casa a respeito do falecimento de Henrique Poppe são as seguintes:

Livro de Óbito n° 27

-Henrique Poppe Leão, 35 anos, natural do Rio de Janeiro, casado, faleceu de


uremia, foi enterrado na sepultura entre muros n° 68 do 3° quadro, esta foi
arrendada por Dona Maria da Conceição Ortiz Poppe, sua esposa, por 5 anos, no
valor de 40.000,00 réis.
Posteriormente os restos mortais foram transladados para a sepultura n° 102 8°
quadro e arrendados por mais 5 anos. Após isso não constam registros de
renovação do arrendamento ou compra de sepultura perpétua.

Enterrado no jazigo n. 102 do 8º quadro. Este é o último relato que se tem. Ainda se
investiga se os seus restos mortais não foram movidos após esta data, para um jazigo
familiar, talvez em outro cemitério. Caso contrário, os restos mortais foram incinerados.

A seguir, segue transcrições do pesquisa feita no Jornal “A Federação” ao longo da semana


derradeira de Poppe Leão. Seu prestigio era tamanho, que a evolução de sua enfermidade era
divulgada na imprensa quase que diariamente ao longo dos seus últimos dias.

Segunda, 14 de Agosto de 1916


Enfermos
Está gravemente enfermo o nosso correligionario Henrique Poppe Leão, funcionário
da Intendencia Municipal.

Terça, 15 de Agosto de 1916


Fallecimentos
Ao cabo de rapida e dolorasa enfermidade, falleceu hontem, nesta capital, o nosso
correligionario sr. Henrique Poppe Leão, funcionario da Intendencia Municipal.
O extincto era um moço intelligente e muito estimado. Por muitos annos trabalhou
elle na imprensa desta capital, tendo sido reporter de vários jornaes. Actualmente era
director do semanario local "A Rua" e correspondente telegraphico do jornal "O
Dia", de Florianópolis. O sr. Poppe Leão era casado com a exma. sra. d. Maria da
Conceição Ortiz Poppe, filha do nosso amigo major Graciliano de Faria Ortiz, chefe
do Asseio Publico. Hoje, á tarde, perante extraordinária concorrencia realizaram-se
as cerimônias de encomendação e sepultamento.

Sábado, 19 de Agosto de 1916


Amanhã, ás 9 horas, na egreja da Sagrada Família, será rezada a missa de 7º dia
do fallecimento do nosso mallogrado correligionario e collega Henrique Poppe
Leão.

Segunda, 21 de Agosto de 1916


Domingo, pela manhã, a directoria e vários sócios do S. C. Internacional foram ao
cemitério, afim de visitar o tumolo de seu companheiro Henrique Poppe Leão, há
pouco fallecido.

*Pesquisa realizada no Museu José Hipólito da Costa por Raul Pons. Registro fotográfico e
transcrição por Guilherme Mallet.
10. SOBRE O ATHAÚDE DE POPPE LEÃO

Henrique Poppe Leão

* 07 de Setembro de 1881 + 14 de Agosto de 1916

As coroas foram muitas.

Segue transcrição de trecho do jornal A Rua de 16 de Agosto de 1916

Sobre o Athaúde viam-se as seguintes corôas: Lembranças da tua Esposa - Maria


Conceição Ortiz Poppe. Homenagem dos colegas da Intendencia. De Thomé C.
Madeira (irmão de sua mãe). Lembrança de tua mãe, irmã e cunhado. Homenagem
do Sport Club Municipal. Homenagem do Dr. Montaury, e outras. Uma commovente
horação foi feita pelo collega Alcides das Chagas Carvalho.

Sobre o feretro que levou á necrópole, hontem, o corpo do nosso inditoso


correligionario ar. Henrique Poppe Leão, ante-hontem falecido, foram collocadas
as seguintes coroas:
Lembrança de tua esposa; homenagem da "A Rua"; homenagem dos collegas da
Intendecia; lembrança de João Teixeira de Carvalho e familia; saudades da
Theodoro Eifier e familia; saudadas de Hernandes e família; de Thomé F. de Castro
Madeira; lembrança de teu sogro e família; saudade de seus sobrinhos Fernando,
Mina, Enio e Néca; saudade de teus cunhados Marcos e Izaltina; saudades de F.
Aquino; homenagem do dr. Montaury; homenagem dos collegas da secretaria do
Conselho; homenagem de Jorge Licht e família; lembrança do afilhado Heráclito;
lembrança de tua mãi irmã e cunhado; homenagem do "Sport Club Municipal" e
muitas outras.As cerimônias de encommendação e sepultamento compareceu grande
numero de pessoas, dentre as quaes destacamos as seguintes:Tito Villalobos
Ribeiro, por si e pelo dr. intendente municipal; Bento Carneiro, Issac Brandão de
Lima; Antonio da Silva Mello; Domicio Leiria, por si e tenente Ulysses S. Pinto;
Sebastião Gomes Limeira; Hugo Simes; Ludorico Costa; Alcides das Chagas
Carvalho; Olympio A. Lima; Alvaro Jobim; Theophilo Chataignier, por si e tenente
coronel F. P. Louzada delegado do 1º districto, Magno Xavier; Luiz Simões de
Gonzaga; tenente Alpheu Vasconcellos; José M. Rolim; Paulino Guerra; Luiz
Marzano; Abelardo Marques; tenente Creso Monteiro; Leando Chaves; Antonio
Ramos, por si e "S. C. Municipal"; Emilio Pereira; Rodolpho Amorin; coronel
Marques Perto; Evaristo Carvalho; Manoel Guimarãez; Labieno c. Jobim; Gregorio
F. Oliveira; Julio S. Gomes; Francisco Carneiro; Joaquim F. Ribeiro; general
Zózimo Silveira; tenente Julio S. Fonseca, pelo tenente coronel Francellino
cordeiro; Arthur M. Toscano; Eraestino Rosa; Max Seneider; Alberto Vaz Ferreira;
Francisco Borges Fortes; capitão Francisco Xavier da Costa; conselheiro
municipal, Antonio Hest por e pelo "Imparcial"; J. M. Soares, Antonio Baptista de
Freitas por si e pela "A Rua", dr. João de Castro Pereira de Campos, por si e pelo
Sr. Julio Sellig, Oscar Schneider, Francisco Baptista Leão, Alvaro G. Padilha, Raul
Schneider, José Barletta, Affonso Correa, Leonardo Maranghelli, capitão Eduardo
M. Sarmento, delegado do 3º districto; major Hereniel Limeira, delegado dos 4º e 5º
districtos; Luiz F. Coutinho; Cavour D. Cataneo; Franklin F. Dias, Fernandes
Limeira, Joaquim Pereira Porto, João Ferreira Campos, Fernado Schneider, Luci
Schneider, Floriano Vieira, Angelo Costa, Tertuliano Gonçalves, João Vicente
Machado, Hernando R. Limeira, Antonio Olinto Cordeiro, Ozorio Ramos, Licinio
Augusto de Campos, Severiano Corrêa da Silva, João de Moraes Cidade, Omar
Bandeira, Floriano Bastos, Waldemar Fachel, José Penella por si e seu pae
Francisco Penelia; Coriolano Carvalho, por si e su pae Arthur M. Carvalho;
Honorato Ross, Cezario M. Conceição; José Vieira Fernandes, Alberto Marques,
Miguel Notara, Olympio Pires, André Gonçalves, Justino Mendes Ribeiro, José
Pedroso Ortiz, Carlos M. Poppe, Arlindo Praxedes, por si e seu pae Patricio
Praxedes, Alvaro Teixeira e muitos outros que nos foi impossível tomar nota,
capitão Alfredo de Araujo Lopes.

ÚLTIMOS RELATOS

Os relatos conhecidos sobre Poppe Leão, em sua maioria estão nos jornais da época.
Poucos testemunhos são conhecidos, porém, os que existem são suficientes para mostrar a
grandeza por trás deste homem.

O mais contundente depoimento sobre Henrique Poppe Leão, foi feito por Chagas Carvalho,
colega e diretor do semanário "A Rua", publicado na semana do falecimento do colega
Jornalista.

Bondoso, sincero e progressista..


Inigualável lealdade...

Adolescência de espírito e farta experiência...


11. Linha do Tempo dos Acontecimentos em Geral (1881 – 1916)
1881 - Nasce Henrique Poppe, no estado do Rio de Janeiro. 1897 - Francisco Mesquita, pai de Júlio Mesquita,
se associa à firma J. Filinto & Cia. Euclides da Cunha passa a colaborar como correspondente da guerra de
Canudos. A tiragem atinge 18.000 exemplares, bem acima do normal, devido ao grande interesse que o assunto
despertava no público leitor. 1898 - Falece Francisco Mesquita. 1900 - O uruguaio Juan Ganzo Fernandez
instala uma rede telefônica em Jaguarão, ligando-a às cidades uruguaias de Mello e Artigas, onde já era
concessionário. 1901 – Henrique Poppe chega a Porto Alegre. Em São Paulo, excepcionalmente, no dia 1º de
janeiro, foi publicado na primeira página um editorial sobre o novo século, com 5 colunas e meia. A partir de
julho, Júlio Mesquita, José Alves de Cerqueira César e Prudente de Moraes rompem com o presidente da
república Manuel Ferraz de Campos Salles e o governador Rodrigues Alves : é a 1ª dissidência republicana. Os
dissidentes contestam a "política de governadores", que esvaziava a independência dos parlamentos estaduais e
do próprio Congresso Nacional, fortalecendo excessivamente o poder executivo. 1902 - É organizada a
empresa "Ganzo, Durruty e Cia", que expande os serviços telefônicos em Porto Alegre, Pelotas, Rio Grande,
São Leopoldo, Montenegro, Caí e Pedras Brancas. Júlio Mesquita torna-se o único proprietário do jornal. José
Filinto da Silva permanece como gerente. 1903 – Em Porto Alegre, morre Júlio de Castilhos vitimado por um
câncer na garganta. 1905 - A Dissidência apoia a candidatura de Afonso Pena à presidência da república, em
oposição à candidatura de Bernardino de Campos, correligionário de Campos Salles e Rodrigues Alves. 1906 –
Edmundo Bittencourt e o Senador Pinhero Machado duelam. Em julho, Jorge Tibiriçá promove a reconciliação
dos republicanos paulistas, durante a ausência de Júlio Mesquita do país. O jornalista estava em Portugal com a
família, logo após a morte da filha Ruth. Em outubro regressa e é homenageado com um banquete de 100
talheres. Ainda neste ano é reeleito deputado estadual. 1908 - É criada a Companhia Telefônica Porto
Alegrense, com o apoio de vários investidores. 1909 – (4 de Abril) No porão da casa de Carlos Seferi é
fundado o Sport Club Internacional (ainda sem nome e sem cores), ali também é eleito seu primeiro presidente
o filho do anfitrião, Leopoldo Seferin e o capitão Graciliano de Faria Ortiz, diretor do Aceio Publico de Porto
Alegre, é eleito o presidente honorário. (11 de Abril.) – Escolha das cores e do nome do Sport Club
Internacional: o vermelho vem do grupo carnavalesco “Venezianos”. Sede do Inter é instalada na rua General
Caldwell 103 (casa de Henrique Poppe Leão), jogadores mais assíduos aos treinos receberão medalhas,
marcação do campo na Ilhota, solicitação de “negociantes do segundo distrito” (Menino Deus) como sócios do
clube. Mais antigo documento original da história do Inter, um mês e 19 dias após sua fundação clube entrega
oficio “aos excursionistas do Sport-Club Rio Grande” (que vem jogar com Grêmio), em papel comum,
desejando “boa vinda” e oferecendo a sua sede, com assinatura (única conhecida) do primeiro presidente, João
Leopoldo Sferin, e outras. Segundo mais antigo documento original existente da história do Inter: secretário
interino João Pedro Pallet (com clara letra de menino) comunica a fundação do clube ao Turner Bund (Sogipa),
informa a constituição da diretoria, e coloca à disposição do co-irmão a sua sede, na Rua General Caldwell
103, casa do fundador e orador Henrique Poppe Leão. Presidente honorário do Inter, capitão Graciliano de
Faria Ortiz, secretário da Limpeza pública de Porto Alegre, consegue para o clube o aluguel do seu primeiro
campo, na confluência dos arroios Dilúvio e Cascatinha. Segundo jogo do Inter, empate de 0x0 com o Militar.
Inter começa a realizar dois “match-trainings” por semana, quartas-feiras e domingos, e jornais mencionam
que os jogadores realizam “valentes cocadas” (jogo de cabeça). Primeiros gols (dois de Benjamim Vignoles,
estudante de Pelotas) e pri-meira vitória do time principal do Inter, em seu terceiro jogo, 2x1 no Militar,
Campo da Várzea, na Volta do Cordeiro: Ballvê, Mendonça e Luiz Poppe; Agostinho, Wetternick e Carvalho;
Kluwe, Ernani, Vignoles, Horácio e José Poppe. Jogador Antenor Lemos viaja pelo vapor “Sírio” ao Rio de
Janeiro, “a recreio”, “devendo jogar no Fluminense ou no Botafogo” durante o período de sua au-sência de
Porto Alegre. Sócios do Inter que não conseguem vagas de jogadores anunciam fundação de novos clubes, o
Foot-Ball Club Porto Alegre (não confundir com o Fuss Ball, que só virou F. C. Porto Alegre em 1916) e o
República Foot-Ball Club. Inaugurada em Porto Alegre a primeira central telefônica a bateria central, à época a
mais moderna em tecnologia, tornando a capital gaúcha a quinta cidade do mundo e a primeira da América do
Sul a dispor de equipamento semelhante. Júlio Mesquita é um dos articuladores da candidatura de Rui Barbosa
à presidência da república, em oposição à candidatura de um militar, o Marechal Hermes. Iniciava-se a
Campanha Civilista, à qual "O Estado de S. Paulo" dará todo o apoio a partir de agosto. 1910 – Henrique
Poppe Leão é eleito segundo presidente do Inter: ele deveria ter sido primeiro, em 1909, como mentor
principal da fundação do clube, mas na época decidiu delegar o cargo para Jose Leopoldo Serefin, que tinha
cedido a casa da família para reunião de fundação. Inter participa da fundação da Liga da Foot-Ball Porto
Alegrense LFBPA, que vai promover a disputa do primeiro campeonato de cidade, com sete times: Inter,
Frisch Auf, Militar (que acabou sendo campeão, por ter melhor preparo físico), Sport Club Nacional, 7 de
Setembro, Fuss Ball e Grêmio. Inter cria o seu primeiro departamento de futebol de base, os “filhotes”, que
tem inclusive diretoria própria, com Henrique Aveline como presidente e Ildo Meneghetti – 14 anos – vice.
Costume da época: Inter remete a lista de seus jogadores para o ano aos outros clubes de porto Alegre.
Primeiro jogo do Inter no campeonato de Porto Alegre, goleada de 5x0 contra o Sport Club Nacional no campo
da Várzea, na volta do Cordeiro (primeira goleada e quinto jogo do clube): Lindenmeyer, Bahr e Edelberto
Mendonça; Volkmer, Benjamim Vignoles e Carlos Kluwe; José Poppe, Victor Galvão, Nilo Gafreé, Paulista e
Rodolfo Vignoles. Mesmo desperdiçando dois pênaltis, Inter derrota 7 de setembro por 5 x 0. Mais antigo
documento interno original existente da história do Inter: secretário Antenor Lemos pede ao presidente
honorário capitão Graciliano de Faria Ortiz facilidades para melhorias no campo do clube. Hermes da Fonseca
e Ruy Barbosa disputam a presidência da República. Prossegue a "Campanha Civilista". Entretanto, nas
eleições de 1º de março Rui Barbosa é derrotado em um pleito fraudulento. No dia 27 o jornal publica o
manifesto de Rui denunciando as irregularidades. 1911 - Em jogo interno do Inter, time “Blanco” vence
“Colorado” e ganha o mais antigo troféu existente no museu do clube. Jorge Washington Martins, de Pelotas,
jogador e medico do Inter, é eleito terceiro presidente do clube. Jornal “Correio do Povo” publica matéria
sobre o Inter destacando com orgulho que “todos os seus jogadores são elementos naturais do Rio Grande do
Sul”. Primeiro presidente do Inter, João Leopoldo Seferin, oferece taça para disputa do campeonato de Porto
Alegre. Primeiro gol do time principal do Inter contra o Grêmio, na terceira partida entre as duas equipes,
marcado pelo atacante Vignoles I, Benjamin Constant Idiart Vignoles, estudante de Pelotas, e autor
anteriormente também do primeiro e segundo gols de toda a história do Inter (em 10.10.1909, primeira vitória
colorada: 2 x 1 contra o Militar, ambos jogos no Campo da Várzea, na Volta do Cordeiro); na preliminar de
18.6.1911 entre os segundos times, empate de 1 x 1, o gol do Inter foi de Otto Petersen, que tinha vindo do
Grêmio, chegou a presidência do Inter em 1925, e é autor, portanto, do primeiro gol colorado em Gre-Nal.
Jogo interno do Inter, 1º x 2º quadro, 9h30 min da manhã. Inter solicita abatimento em preço de passagens ao
diretor da Viação Férrea Ramiro Barcellos para excursão do seu primeiro e segundos quadros a São Leopoldo.
Primeira partida do Inter fora de Porto Alegre, em São Leopoldo, contra o Ginásio Conceição: no colorado,
destacam-se o goal-keeper Thomáz Ávila, o back Florêncio Ygartua, o médico Carlos Kluwe, e dois futuros
presidentes do clube – Antenor Lemos e Edelberto Mendonça. Goleiro Mita (Thomaz Francisco Leal D’Ávila)
ganha presente de aniversário do Inter um relógio de ouro Patim International Watch, “em mais um goal no
vasto field de sua existência”. 1912 - Inter abre temporada com churrasco para sócios, jogadores e famílias.
Inter “team rouge”, “gloriosa phalange alvi rubra”, viaja a Pelotas pelo vapor “Itaiauba” (19 horas de viagem),
para dois jogos na cidade: na estréia, dia 9, diante do espantoso público de 2 mil espectadores, vitória de 6 x 0
sobre o União (o resultado chega aos jornais de Porto Alegre imediatamente, transmitido por telégrafo pelos
repórteres, pois não existiam transmissões de jogos por rádio), e conquista do primeiro troféu externo do Inter.
Primeiro jogo da primeira grande excursão do Inter ao interior do Rio Grande do Sul: vitória de 6 x 0 em
pelotas contra o União, com três gols de Ribas, dois de Vares e um gol de Túlio. Maior goleada da história do
Inter, 16 x 0 contra o Sport Club Nacional, gols de Vares e Galvão quatro cada, Túlio e Pedro três cada, Carlos
Kluwe e Scabelon um gol cada. Presidente do Inter, Júlio Seeling, comanda reunião de diretoria do Inter “nos
altos da Pharmacia Firmiano”, de sua propriedade, Rua dos Andradas entre Paysandu (Caldas Júnior) e João
Manoel, com a presença de apenas mais três pessoas (Octacílio Fabrício, José Menezes e A. Agrifoglio):é a
mais antiga ata do Inter, em cuja abertura está escrito que “Servirá este livro contendo 50 folhas para serviço
de Secretaria do S C Internacional, o presente é o livro número 2 em substituição ao 1 que foi extraviado”.
Criado um novo clube de futebol em Porto Alegre, o Internacionalista F.B.: a instituição termina em seguida e
seu primeiro presidente, Randolpho Torres Balbão, se transfere para o Inter. Com três jogadores do Inter
(Kluwe, Ribas e Vares) seleção gaúcha empata em 1x1 contra seleção carioca. 1913 - Julio Seeling é o
primeiro presidente reeleito do Inter; aprovado mais antigo estatuto conhecido do clube, mas registrado só em
18.4.1918 no cartório especial de Porto Alegre, apenas 26 artigos – determinado por exemplo que cada sócio
só poderá sair de Porto Alegre com licença do clube. Assembléia geral em sede na Rua Venâncio Aires registra
nomes dos jogadores do clube em excursão a Pelotas em 1912: Xavier Barbieri, Felizardo Ávila e Radagazio
Pinto da Silva, Enrique Lay (capitão), Argemiro Dornelles e Waldemar Castro; Túlio Araújo, Simão Alves,
Álvaro Ribas, Pedro Chaves e Francisco Vares, mais lista de jogadores de segundo “team”. Inter inaugura o
seu novo estádio (alugado), a Chácara dos Eucaliptos, com gramado de futebol, instalações sociais, ginástica e
outros esportes, na Rua José de Alencar 286, em local anteriormente ocupado pelo Grêmio Cachoeirense. Inter
começa a disputa de mais um campeonato de Porto Alegre; presidente da Liga, jornalista, Archimedes Fortini,
adverte que “os jogadores que não se apresentarem devidamente uniformizados não poderão jogar”. Primeiro
jogo na Chácara dos Eucaliptos é um Gre-Nal, árbitro designado não aparece e dois clubes decidem escolher
um substituto entre os torcedores, que nas estatísticas do clássico é nomeado apenas como “um representante
do Colombo”. Inter ganha o seu primeiro campeonato, de Porto Alegre, ao vencer o Frisch Auf por 5x1, com
este time: Russomano, Paulo e Simão; Zé Pereira, Kluwe e Pedro; Túlio, Galvão, Muller, Fabrício e Vares.
Diretoria do Inter aprova obtenção de empréstimo bancário de 1 conto e 150 mil réis para aluguel da Chácara
dos Eucaliptos, por cinco anos e opção inicial de prorrogação por mais cinco.Desgostoso com a infidelidade de
antigos companheiros da Campanha Civilista, Júlio Mesquita envia uma carta da Europa renunciando à cadeira
no senado estadual, a qual é ocultada pelos correligionários, na esperança de que ele voltasse atrás. Em outubro
completa-se a mudança para as instalações da rua Boa Vista e 25 de março, interligadas por tubos
pneumáticos. Neste mesmo mês Júlio Mesquita retorna de sua longa permanência na Europa, dirigindo-se
diretamente para sua fazenda em Louveira por recomendação médica. Mesmo assim dirige o jornal através de
cartas aos seus principais auxiliares. 1914 –Julio Seeling é reeleito pela segunda vez presidente do Inter. Em
reunião de diretoria com presença de 34 sócios, Inter aprova encomenda de “botões-distinctivos”. Primeiro
jogo do Inter contra o clube mais antigo do futebol brasileiro, o Rio Grande, na Chácara dos Eucaliptos,
goleada colorada, 5 x 1. Inter 2 x 1 Guarany em Bagé, gols de Victor Galvão dois e Lagarto um. Notícia de
primeira substituição de jogadores em partidas do Inter em amistoso em Bagé contra combinado Ginasial/ 14
de Julho, três reservas entram em campo – Simão, Godinho, e goleiro Paixão (pai do folclorista Paixão
Côrtes).Wenceslau Braz é eleito Presidente da República e é decretado o estado de sítio. A partir de agosto,
ainda em Louveira, Júlio Mesquita começa a escrever artigos sobre a 1ª guerra mundial que se iniciava,
adotando uma posição contrária ao militarismo alemão, coerente com sua postura na Campanha Civilista.
Inicia-se então um boicote da poderosa comunidade comercial alemã em São Paulo retirando os anúncios no
jornal, que passa a enfrentar dificuldades financeiras. Apesar das pressões, o jornal mantem sua posição
contrária ao militarismo. Neste mesmo ano, no dia 12 de novembro, "o Estado" publica o artigo "Velha Praga"
do leitor José Bento Monteiro Lobato. Na verdade, tratava-se originalmente de uma carta para a seção Queixas
e Reclamações, a qual foi publicada como artigo assinado tal a sua qualidade. A partir de então Monteiro
Lobato passa a colaborar regularmente com o jornal, iniciando sua brilhante carreira literária. 1915 –Felipe
Silla eleito quinto presidente do inter na assembléia geral do clube, com 146 votos dos sócios contra 117 do
major Arthur Pinto Neves. Em assembléia geral no Palacete Rocco, Inter entrega ao jogador Carlos Kluwe
medalha de ouro por sua formatura em medicina, e nomeia comissão formada por Arthur Pinto de Souza,
Osvaldo Pedreira e Antenor Lemos para elaborar novo estatuto, que será aprovado em 4.2.1916. Atacante
Bedionda estabelece recorde – sete gols – num só jogo do Inter (10x2 no Fuss Ball), igualado por Cezar a
20.6.1920 (14x2 no Municipal) e Carlitos em 6.8.1939 (13x1 Sokol). Inter goleia São Paulo de Rio Grande por
6x0 e recebe “Taça Cia. Predial Paulista, a Internacional”. da maior série de vitórias do clube, na época, 15, até
10.9.1916, 13x1 no mesmo Fuss Ball. Frisch Auf propõe amistoso ao Inter dia 7 de novembro, “em campo que
tereis a bondade de escolher”. Primeira vitória do Inter contra o Grêmio, clássico 7, goleada de 4x1 na
Baixada, dois gols de Bendionda, um gol cada de Müller e Túlio: Bais, Simão e Dornel-les; Bitu, Kluwe e
Lucídio; Túlio, Osvaldo, Bendionda, Müller e Vares. O Senador Pinheiro Machado é assassinado. Em maio é
lançada a edição vespertina de "O Estado de S. Paulo", que passa a ser conhecida pelo nome de "Estadinho",
quando Júlio de Mesquita Filho inicia sua carreira de jornalista como colaborador. O jornal passa a apoiar a
Campanha Nacionalista lançada pelo poeta Olavo Bilac, a qual propunha o serviço militar obrigatório, por
acreditar que assim o militarismo se enfraqueceria com a entrada de civis na tropa, diluindo o corporativismo
do Exército, além de despertar o civismo nos jovens. 1916 – Morre aos 35 anos “ao cabo de curta e dolorosa
enfermidade” o principal mentor da fundação do Inter, Henrique Poppe Leão, de uremia, em Porto Alegre.
Inter informa São José de que cede Chácara do Eucaliptos por 20 mil réis/jogo ou 15% da renda bruta e
isenção de entrada a sócios colorados, Augusto Tossa Rodrigues e Adalberto Moreira nomeados árbitros
oficiais do clube. Inter aceita 16 novos sócios, recomendados por efetivos antigos, e expurga 160 por atraso no
pagamento de mensalidades. Em sessão de diretoria na Rua dos Andradas 98, Inter toma providências para a
disputa de Gre-Nal: contratação de uma banda de música, formação de um comitê de segurança, e compra de
três bouquets de flores naturais para ofertar ao adversário. Inter vence Gre-Nal na Chácara dos Eucaliptos com
goleada de 6 x 1, quatro gols de Vares e dois de Osvaldo, jornais informam que “quatro, cinco, e até mais
colunas em cada phace do ‘field’ estavam compactas”, e eu “gentis patrícias com sua graça deram a nota
elegante ao certamen”. Inter goleia Fuss Ball por 13x1 na Chácara das Camélias, pelo campeonato de Porto
Alegre. Primeiro jogo internacional do Inter, contra a seleção do Uruguai na Chácara dos Eucaliptos: Silva,
Simão e Ribas; Mário Cunha, Acácio e Bitu; Túlio. Osvaldo, Bendionda, Muller e Vares. Heitor Carneiro é
reeleito presidente do Inter. Em São Paulo sai o 2º "Almanaque do Estado". A tiragem média do jornal atinge
35.000 exemplares, com edições diárias oscilando de 16 a 20 páginas. Morre Dna. Lucila Cerqueira César
Mesquita, esposa de Júlio Mesquita. Posteriores. 1918 – Segundo estatuto do Inter é registrado no serviço
civil de pessoas jurídicas de Porto Alegre. O texto começou a ser redigido a 5.3.1913, e aprovado a 6.4.1913
(cinco anos antes do registro), em assembléia geral com presença de 39 sócios (mais 51 procurações) no Clube
Caixeiral. Tinha apenas 26 artigos, e estabelecia no primeiro que a entidade tem “por fim promover jogos
sportivos, e cultivará de preferencia o football association”. O artigo 7, dos deveres e direitos dos sócios, por
exemplo, determinava a cada associado “fazer a devida communicação quando se retirarem da capital”, e o 8 a
regalia de “participar com suas famílias de todas as diversões promovidas pelo Club” – inclusive jogar futebol,
o que no entanto só era possível com pagamento das mensalidades atualizado. O artigo 11 esclarecia que “as
côres do Sport-Club Internacional são branco e encarnado...”, e o 15 que seriam eliminados os sócios “por má
conducta tanto fóra como dentro do club”. O artigo 18 definia que “o sócio que fizer parte da directoria deverá
ser maior de idade”, e o 22 que “o Sport Club Internacional não poderá ser dissolvido desde que exista em
opposição um team de jogadores”. O primeiro estatuto do Inter na verdade é de 2.5.1909, mas não existe
exemplar conhecido. E quando o segundo, de 6.4.1913, foi registrado, a 19.4.1918, já estava em vigor o
terceiro, iniciado a 15.4.1915 e aprovado a 4.2.1916. 1920 – Em goleada de 14 x 2 sobre o Municipal, atacante
Cezar faz sete gols, recorde de gols em partidas do Inter, junto com Bendionda (26.9.1915 Fuss-Ball 10x2) e
Carlitos (6.8.1939 Sokol 13 x 1). 1939 – Artigo do jornalista Archimedes Fortini, fundador honorário do Inter,
desagrada diretoria do clube, que manda carta de protesto ao diretor do jornal “Correio do Povo”, Breno
Caldas, e ao presidente da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), “senhor (Nestor) Erickssen”.
12. REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA

LIVROS

-SANTOS, Carlos Lopes. Na sombra dos Eucaliptos. Livraria do Globo, 1975.


-SANTOS, Carlos Lopes. O Gigante da Beira-Rio. La Salle, 1984.
-DIVERSOS. O Gigante da Beira-Rio entra na Literatura Brasileira. Meridional Emma, 1969. ISBN 8574781827
-DIENSTMANN, Cláudio. Sport Club Internacional, História de uma paixão. L&PM, 2002. ISBN 9788525412515
-MENDES, Aleco; SHCLOTTFEDLT, Flávio. Histórias coloradas. Nova Prova, 2004. ISBN 9788589344304
-NORONHA, Nico; COIMBRA, David. A história dos grenais. Artes e Ofícios Editora, 1994. ISBN 8585418311
-VERÍSSIMO, Luis Fernando. Internacional, autobiografia de uma paixão. Ediouro, 2004. ISBN 9788500015991
-OSTERMANN, Ruy Carlos. Meu coração é vermelho. Mercado Aberto, 1999. ISBN 9788528004601
-FISCHER, Luís Augusto. Gigante - A História da Conquista do Mundo. G7 Books, 2007. ISBN 9788589344364
-BRAGA, Kenny. Inter, 90 anos de paixão. Já Editores, 2000.
-BRAGA, Kenny. Inter, orgulho do Brasil. Já Editores, 2006. ISBN 9788587270221
-BRAGA, Kenny. Rolo Compressor: Memória de um Time Fabuloso. Já Editores, 2008. ISBN 9788587270269
-PIRES, Edison. História do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense Passado e Presente de um Grande Clube.
-DAMO, Arlei S. Futebol e identidade social: uma leitura antropológica das rivalidades entre torcedores e clubes.
Publicado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul-ISBN 8570256353
-CALDAS, Waldenyr. O pontapé inicial: memória do futebol brasileiro (1894-1933). Instituição Brasileira de Difusão
Cultural, 1990.
-MARTINS, Joaquim Dias. Os martires pernambucanos: victimas da liberdade nas duas revoluções ensaiadas em 1710 e
1817. Lemos e Silva, 1854.
-PONTES, José Alfredo Vidigal. 1932, o Brasil se revolta - o caráter nacional de um movimento democrático. Publicado
por Editora Terceiro Nome, 2004. ISBN 8587556355

ACERVOS HISTÓRICOS

- Acervo do Museu Hipólito da Costa. Jornais pesquisados entre 1901 e 1916.


• A Federação
• A Rua
• Correio do Povo
• Echo do Povo
• O Diário
• O Exemplo
- Acervo particular da família Poppe, incluindo o Jornal “A Rua” de 1916 e as fotos dos irmãos fundadores.
- Acervo do Arquivo Histórico Municipal - Acervo da Secretaria de Obras e Intendência Municipal.
- Acervo do Museu do Sport Club Internacional.
- Acervo do Centro Histórico da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
- Acervo do Museu da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
- Acervo de Fotos Antigas da Família Prati - fotosantigas.prati.com.br
- Acervo do site Doutrina Positivista - www.geocities.com/doutrinapositivista/
- Acervo do site oficial do Sport Club Internacional - www.internacional.com.br
- Acervo da RSSSF - The Rec.Sport.Soccer Statistics Foundation. - www.rsssf.com
- Acervo da RSSSF Brasil - The Rec.Sport.Soccer Statistics Foundation -www.rsssfbrasil.com.br

ESTUDOS E TESES DE MESTRADO

- A imprensa sul-rio-grandense entre 1870 e 1937: Discussão sobre critérios para uma periodização. Antonio Hohlfeldt e
Fábio Flores Rausch. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
- Marcas do positivismo no governo municipal de Porto Alegre. MARGARET MARCHIORI BAKOS. 1988-UFRGS.
- O Corpo em Evidência na Luta dos Operários Gaúchos (1890 - 1917). Evangelina Aravanis. Tese de Doutorado em
História.2005-UFRGS.
- A Medicina Social e a Liberdade Profissional - Os Médicos Gaúchos na Primeira República. Lizete Oliveira Krumer.
Tese de Mestrado em História. 2002-UFRGS .
- Imprensa e Poder no Brasil (1901-1915). Luiz Antonio Faria Duarde. Tese de Mestrado. 2007-UFRGS.
- Lazer e Cidade na Porto Alegre do início do Século XX. Eneida Feix. Tese de Mestrado. 2003-UFRGS.
- Modernidade Urbanística como suporte de um projeto de Estado. Algusto Alves. Tese de Mestrado. 2003-UFRGS.
- Um Fotográfo na Mira do Tempo - Porto Alegre por Virgilio Calegari. Sinara Bonamigo Sandri. Tese de Mestrado em
História. 2007-UFRGS.
- Visões de Porto Alegre nas Fotografias dos Irmãos Ferrari e de Virgílio Calegari. Carolina Martins Echeverry.Tese de
Mestrado. 2007-UFRGS.
13. DEDICATÓRIA E AGRADECIMENTOS

Vaz, Poppe e Dallegrave


– neste encontro, deu-se inicio a pesquisa sobre a fundação do Sport Club Internacional.

A Trajetória de Henique Poppe Leão é dedicada em especial a memória de


Arthur Dallegrave e a de todos os outro Colorados do passado que continuam
eternizados nos alicerces do Gigante da Beira-Rio.

Ao amigo Arthur, devo a inspiração e a motivação necessária para alcançar o sucesso


ao longo desta jornada.

Agradecimento especial a Carlos Bandeira Poppe. Sem o exemplar estimo do


Delegado por suas lembranças e memórias familiares, a nação Colorada ficaria
privada de conhecer e entender melhor a figura de seu fundador. Obrigado Delegado!

Agradecimento especial a minha mãe, Maria Marlene Vaz, professora de história,


que junto a minha esposa Gisele Ramos Vaz foram as musas inspiradoras deste
trabalho.

Agradecimento ao Dr. Renato Vaz, meu pai, médico do Instituto de Cardiologia e


consultor sobre o tema - Uremia. Entre tantos outros.

Agradecimento ao Dr. Vital Moacir da Silveira por todos os conselhos e pela visão
ímpar a respeito das relações sociais e humanas.

Agradecimento aos jornalistas Jorge Aveline (Revista Goool), Alexandre Correa


(Revista do Inter), Leandro Behs (Zero Hora), Rodrigo Caetano (SporTV) e Roberto
Salim (ESPN Brasil).

Agradecimento especial a Roberto Siegmann, vice-presidente do Inter e ao jornalista


e assessor de imprensa do Inter, o Aleco Mendes, por todas as excelentes
recomendações, sem as quais não teria alcançado os objetivos desejados.

Agradecimento especial a museóloga Vera Rangel, a historiadora e pesquisadora


Gabriela Villanova, ao historiador e Prof. Raul Pons e ao escritor e Prof. Luiz
Augusto Fischer.
Aos colegas de conselho deliberativo Guilherme Mallet e Jorge Viera da Cunha. Sem
vocês está jornada não seria possível.
A todos os demais conselheiros e colegas do Movimento INTERnet/BV, um grupo
formado por pessoas vencedoras e de rara inteligência.

Obrigado ao conselheiro Adir Carlos Rodrigues, que dando atenção ao meu pedido
me encaminhou o contato com Rosane Poppe (contato original feito pelo Lúcio
Hoffman) que me encaminhou ao Delegado Poppe , abrindo este novo universo.

Um muito obrigado a Tatiana Macedo, uma Coloradaça que mora no Rio de Janeiro
e recebeu o CTG de portas abertas durante o Carnaval de 2008 – data de início das
pesquisas.

A lista de email Internews-rs. Onde foi primeiramente debatida a questão da origem


do nome do Inter.

Um muito obrigado especial ao Newton Drummond, o “Chumbinho”. Que me deu


apoio no RJ e abriu as portas para o início desta jornada!

Agradeço ao ex-dirigente Colorado e Deputado Federal Ibsen Pinheiro pelas sábias e


incomparáveis palavras no texto “Campeão de Todos” publicado no jornal Zero Hora
referendando os resultados desta pesquisa, dois dias após a sua primeira divulgação
na grande mídia. Palavras que me tomaram de surpresa, me enchendo de orgulho e
inflando ainda mais todo o meu Coloradismo.

E por último.Agradeço a toda nação centenária de torcedores Colorados! Sem vocês,


sem nós, nada seria e nada será possível!

Esta pesquisa não teve fins lucrativos. Lembramos que o material fruto desta pesquisa, assim como o texto e as
imagens originais aqui publicadas estão devidamente registradas e qualquer cópia, parcial ou na integra, poderá
ser feita somente mediante autorização do autor (que terá prazer em colaborar). Parte do conteúdo apresentado
aqui foi fruto de pesquisas na Internet através do Google, cujo resultado não apresentava o autor identificado.
Se você é o autor e/ou proprietário de parte do conteúdo aqui apresentando e deseja crédito ou remoção do
conteúdo, por favor entre em contato pelo email blog.supremacia.colorada@gmail. Respeitamos a propriedade
intelectual e o direito autoral.

Este material em sua íntegra foi doado ao Sport Club Internacional.

PORTO ALEGRE, 04 DE ABRIL DE 2009

Saudações Coloradas,
Conselheiro Tiago Vaz
tiagoandresvaz@gmail.com
www.SupremaciaColorada.com

Histórico de Revisões:
Revisado dia 05 de Abril de 2009– incluídas fotos dos irmãos fundadores e outras correções.

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