Professional Documents
Culture Documents
E"$
CASOS DE TECNOLOGIA
DO AUTOR:
O T e a t r o o o Aotor
Eçb"o t l l o ~ h l i ~tlil
o arte i l ? rCPIcSCllli~r.
'.2 L:iliq;ia-E~yut.kili1.
Histórias Slrnples
~ . l s ~ < ide eoiitiis-Esgotaili>.
A Filha de T r i a t B o das D a m a e
-
N o w i a iriiiileirrilsc tsyu1;iils.
Oulornar T e i r e i r a (9
I>rqa hisl(ir1c:i -3: lidi:do.
* M L l r ~ I o ae o T e a t r o
E9bbço l i l ~ ~ ~ I i ~ ~ . - E s g ~ l ~ ~ d o .
A o l l s l l o a fislológioa
,'
iVoz e o Oiirido ,Wirirul
Porlugal- B r a s t l
Alacsiqao e i!ieiisagciii-.Esg~lti<l<~.
FBrQQ8 p e i q u l o a s
EI~SIIU f i l 0 $ 6 f i ~ o - - ~ 6 g o l ~ d i ~ ,
O Belo Natural e A r t l s t l a o
Doj?n!s+ dm 6bro Jz < $I,
h!citiuris alirestcit~di, h hcarieiliia das Cie~icias.
Flauras de T e a t r o
Colccldllc~~.
e IIBlla
Atrav88 da F r a n Q a , S u l ~ a
Di.ir10 de visgetii.
T r e s oapltals-de Ea anha
~uryor-coleda-&vilho
O Anel do Im~erador
N e t i i d r l a apreseritada d Acadciiiia das CI@,~citia.
Natale
Coiitos e liarrdlivus.
O V l n h o da M a d e i r a
hlonopcilfii~.
Caeae M a d s i r e n s o s
coni
:i ealu1ior;içiu srllslica CIO
Ar<luitcctn Ecllltttl~do l':tv;trcs
O Oavaleiro d e S a n t a G a t a r l n a
McntOriil aple3cllhtln :I Açililc!ltlia cios Oir'ri~Ias.
De Bom Humor
Culectat~cil.
.. ,
O a s o a de T e a n o l o ~ i a
Diviilguç;ln r l e ~ ~ i l l i c r .
CASOS
i3 E
TECNO
h riini~goiii dos pi70grniniis uooulni.us
J . REIS ~ O M E G
E~i!lniili~iroIiiiluul~inl (E. E..). Aiill~lo Vroisssui
ilii l i o i t i n a i i t l ~ i i Pruf. o Illrnnloi' da Lsnola
li:\ LI^ r
..
c.iiriii!;os: iiiostr:~ii!lo-llicr;, ciii i'csiiiiiii, (i c[iic !i:
tlEsscii ni'g;liiisiiios; t I ; t i i ~ t o
-1lics cciln ~:i~i!L!itic:i~~iciilillII~L!; c ~ ~ i s i d c r r l ~ õ i ~ ! ~
X I S , c ajiid;iiidii-os, a t t pi:lnç coiijectiir:is
:icliii Icilns, a iiicllior lixar iilcins sOl)rc o sr.~:~'?~lci
dos Fciiiiciitos.
2G CASOS DE TECN01.0GIA
Fabrico d o a ç ú c a r branco.
~ r l ~ t a l i z a d o
Varno-nos ocupar, agora, da lrab~~lliosa
extracção do açúcar d a caiia, scgtiiiido, Ipara o
efeito, a t6ciiica adoptada lia F;ibric:i do T'or-
reão (Illia da Macieira), estabelecimeiilo que, por
seli a]ietrccharneiito iiioderiio e alierfeiçoanieii-
tos fabris, é coi?sidcrndo, no gétiero, como dos
prin1eiro.s do iii~iiido.
Da fa bricac;ão do aqúcar, daremos, n segiiii',
as fases priiicipais c opera$dcs acessíiriíis, nias
scin doscerinos a anilises - iiiclilslrialinc~~te
iii(lispciis6vcis h iiiarclia elicieiite c segura da
piocliiçáo sacaiii!:i---, iieiii ;i Iioriiicriorcs ttciii-
cos, vaiiiivcis tlc fibricti parn iihrica. Coiltainos,
iio ciil;liili>, qric iintla fnlt:iri dc esscricinl IIara
ri iiitidn coinlireciisio el6sle assiiiilo, Ião iiite-
ressiitilc coiiio pouco explan;~do,geralirieiitc,na
poiito ilc visln ii:i siia tliviilg;iç5o r'ieiitifica.
O s l a g a r e s , a ''ir~7pesa"
e a repisa
As uvas, iia siia niaior parte, são espre-
iiiidas lios gi'niides lagares primitivos.
Fazer iriii ((116 de virilio~nuiii lagar, í! coisa
intercssaiite para ver-se. As iivas, laiicadas dos
«cestos de viildiiiia)>sobre 0 (<ILS~I.O" (flinclo do
lagar), sXo esiri:~gaclas seiii esiôrgo pelos 116s
descnl~os de quatro valeiites la~areiros qiie,
agarrados h avzra» d o lagar, vXo, por tini
moviiiiciit« de rilarcai. 11:1sso, fazeiido sair, al-iuii-
da~itcineiite, o pi'iiiiciro iiiosto. Depois de
espreinitios os caclios, 6 ricccssirio desl)oj;l-los
d o siiiiio qiie liics resta aiiicla, Ipor iiicio de
iiiais violeritos processos. Aqiii, écllie vai coiiie-
Cai a iriiervir :i C<vnra», fuiicioriniiilo de :(Ia.
vnric:l iiiicr-rcsisteiite.
O bagnqo E ;irruni;ido 3 0 cei~tro,*posto
eni pi.» e ciirolatlo Iiclicoidaliiieiite, por uriin
corda cliie lhe dá o aspecto de iiiii tioiico cle
cone de largas bases. SSbrc a siii~erior,coriio
diâmetro, e iia direcção da vara, assciita o
«jiiizu, decidinclo, pela jiista colocaçZo, da pro-
ficuidade clos esforços que u todo se [pieliara a
suportar. É eiii ciina d o «jiiiz» qiie se colocain,
succssiva:neiite, as tibo:is, os 'iiialliais>), a "por-
ca», os ((leitóesb e, por úlliiiio, o acaclin~or,
l~cdaçosde iiiadeira de grossiiia v;iiiRvel, sciido
este tíltiiiio qiie recebe directaiiiciitc a acçáo da
vaia. O extremo livrc dcsta grossa trave é atrsi-
vessnclo pelo *fiiso~rliie se preiide iiiferioi-
iiieiite ri pcsadsi «pedia d o I:lgar». Poiitlo-o cin
iiioviineiito de apErto, ntarracliaiiclo-o na vaia,
a ~ieclra,qiic tlescaiisava iio solo, 1ev:intn-se e
fica cxerceiido :i ricsejacla 11ress3o s8bi.e. o
bagaco. É :i cliainada i ~ ~ ~ , ~ r s a .
O inosto corre, dciiso, pela bica parsi cleiitio
da graiide tiiia, tleixiirido a supcilícic Iíqiiidn
i~ecairiad:ide grossas 11Sllias iriadas.
Cessoii de ssiir o iiiosto ; iiias iinqisela iiiassa
tliira de cnsc:is e ciigayos, aiiida I i i siiino...
Para exlraí-10, é qiie se toriia iiccessirio
itcorrcr a i ~ i i iiircio airicI:t mais violeiito, iiiisto
tle ti'ittiração e [.~ressZo.
V:ii, pois, coincçar a ~ r e p i s a ua, ~paitciiiiiis
iiiteiessante, ou iiiellior, riiais ciiriosa de tSda
;i extr;icç:io d o iiiosto.
fi iiessa ocasi20 cliie as trovas, niiiciiizsiido
esse labor exccssiveiiiciitc fatigaiite, v2-111,pclo
seii ritnio cs(~cci;ilq ~ i criiaira uiria claiiça bii.
h r a , Lrazzr ~iiiia'iriipressáo ori::'irial e iiitensa
:i clu:intos [)ela primeira vez :issistein a êste
eqvcctácillo.
rleseilroiada :i corda e esl,alliado o bagnc.o,
os calcniili~rcs batendo, oi':i sobre a 1:asta de
oiide tiram ~iirisorri bnr;o, ora Feriirdo o elas-
troa que ressoa i.iit~iisai~iriitr,~~,'io
acoiiipaiitiaiid~)
nesse ritiar bizarro, de dois io~is,o cnnlo cio;
lagareiros.
A repisa é o íiltiiiio e o iiinis fatigarite tra-
1)nllio do Iiigai.
N a s c e c> vinha
Deniro das pipas e toneis, tias adegas ou
lios vastos arinazéiis dos graticles exportadores,
prossegue a fer~i~ctitnt;?iojR coincçada nas tinas:
a transformação do tiiosto ern virilio. A feririen-
taçlo dura, ern regra, ctois meses. Finda ela, B
o viiilio decantado e lançado, apús, noutros
cascos prèviamente lavados e desinfectados a
64 CASOS DE TECNOLOOIA
Aliaplrri:iiu do nrrfor 1
É do coiilieciriie~itogerfil que o algodnci se
cxlrni do fruto do algodoeiro, plniita que vegeta
rios clirtias queiites e que se eiicoiitra, aiiida, eiri
regiões teiiipei.adas. É a felpa, niaciir c br;iiica,
apegsda hs scnietites oleagiiiosas ciCsse fiiito,
que, dcpois de coinpriinida cm prensas, conio
a prensa hidri~ilicn,eiilra iio coiii(!rcio coni o
iioine de «;ilgodão eiii pasta> oii, riiais viilgcii.
rnentc, dc «algodá0 eni ram:i».
Dessas senieriteç, separadas do algodRo por
tiieio de ináquinas c11ainad:is «escai.oçadeires»,
se extrai o produto qiie iio comércio te111o
iioiiie de *óleo de algod5o», cotistituído, esseii-
cialinente, por palrnitiiia e oleina, e (~ric~ o d e
ser einpiegado na sliiiieiita~~o, ernbora seja
tini pouco iiiódoro c insípido.
Sabe-se, aiiicia, que o algodno reduzido a
fios se iitiliza no fabrico de tecidos, sendo êsle
o seu niais largo eniprêgo industrial; e que,
lavado c desciigortliirado (essa felpn conléiii,
sciiipre, alyii~iicjleo das seiriciites a qiie este\:<:
aderente), 1) algodiio já i150 repele a áziin,
aiites a absorve coiii avidez, cotistit~iindo o
(aiiiigo tl:i Agiia), veticiido nas
rllgorkio Iri~tr~íJllo
far~ribcias e destiiiaclo à lavagetii de feridas c
a oiitros lisos iiiediciiiais, par:\ o qiic é tairib6:ii
rigorosaiiieiite desinfectncici.
Mas iiein todos sabem, talvez, de outros
destiiios clo algotl.'io, i i i i i dos quais, pelo iiieiios,
parccc oposto i siia apartiicia ncariciadoi.a e.
branda.
Antes tle tiido, coiiv6tii dizer-se que esse
produto é, eiii siin essência, coristituído por
celrrlosc - cotiiposto de carlioiio e dos gases
Iiitirogéiiio e oxig4iiio-, .substâric~ia qiie se
porle iriodificar profundarrieiitè sob a :icção de
certos agerites qiiíiiiicos, viiido a apreseritar as
propried;ides tnais diii:rsas.
E r t t i a d a do eliá na Europa.-Afirina-se
qiie 0 vocibiilo portiiguêç p o r que se desigria
tal protlitto, 6 , eiiti'e ~ s . I í i i ~ t t aeiiropeias,
s o qtic
mais se aproxima do iioiiie origitiário, cliinês,
qiie soa, serisivelmente, tclzi. Provkiii isto, talvez,
de tereni sido oiivirios ~portiigiieses os quei
priiiieiro ou mais directiiiiieiite registaram êste
so til.
Diferem as opiiiiões sobre a tipoca da cri-
trada do clii na Eiiropa. Qiicrciii, uns, qiie fosse
tia sc!;uiid:i iiiet,ide do stciilo XVII; oiilros,
opta111pelo coiiiêço do século XV111, iiitrodu-
zido pclos liolaiideses; m:is parece a iiiuitos, e
com i1Zo ineiios razões, qiie êsse liso orieiital
sc cspnlhoir riclo iiiiindo, depois tlo iiosso Fcr-
iiBo Mciides Piiito ter d:i~lo iioticia ciêle. O
f;iiiioso aiitcir da «I1eregriii;i~5o»viveu, coiiio
se snbe, iio s6culo XVI; n5o snbciiios, coiitudo,
se seria aiiida nêste séciilo, oii depois, qiie o
Iiibito de tal bebida se divulgoii liela Eiirol~a.
0 1 , r i n c i p i o esiitiiu1Bnte do cacair.-- A
teobronzi~ra(C, l i s Ai., 0;) --composto de car-
I~oiio,hicli'ogénio, azoto e oxigbiiio- é D priiv
cípio iierviiio do cacau. Extrai-se das favas do
cacaiieiro, triturarido-as coiri a cal e tratando
a iiiassa restiltnrite pelo álcool eiii ebiili~8o.
13'2 CASOS DE TECNOLOOIA
cslerj~ico.Biioariiia'
Aoiio rlc Cdlcioj
I
* plc~llritico. , , - ; C R - ~Pnlrlrifolurlr 2
. ~ l e i c ~. \ l o i r o t o dr.
-
..- -
iiiiiieral resiilta da çoiiiùiiiaçno do hcld« cinii is inotal
<!a bnse que coiii êie rengiii.
o que considorarenius riara (J ciisd do, 6tor
siiliiiu - ri esteariiiri, 1)or cxoiiiplo -, dizeiiclo qiie dle
resollti da çoniblnaçào do Acidíi gordo (aqiii, o tfcido
estetírico i çorii a giiceri~tu.
A gliceriiia estii no 6ter saliiio, coiiiri se ve. ilo
Iiigtir ein qiio o inotiil u s t i no snl riiiiiuriil, e desi?iii~ie.
iilianrlo iùsiiticii IiiiiçZLo.
Daqui resiiita poder a gliceriiia ser siibslitiiirla por
iiin iiiatiil, conio o ciilçio. pura da). iiin sril i~iie, eiii o
iiosso exeiiiplo. serii o estoarnti~de í:filciu. roino se
va iio texto.
Separação d o s á c i d o s gordos.- Trat:l-
-se, agora, de isolar os icidos gordos clue
êstáo, co:rio vinios, conibiiiados coiii o cdlcio.
Para êsie f i i i i recorre-sc ao ricidu . sulfiívico
(S«,l-L), icido coiri graiidc aiii~idnclepara &te
irietal, e que se coiiitiina coiii êle para dar
sulfato de cilcio. O icido slilfúrico vai tliluí~lo
ein igiia e tloseado tia q1iaiitid;ide iiecessiria
para iieutr:ilizar todo o cilcio dos sais cliie
estáo tia tiiia.
Para iiiaior clareza, exl~i'iriiil'eiiios:
-
Eateiirnlo clc Chlcio : - ~ c i d ocslezirico .Cri
-
I'aliiiiinlo de Chlcio I- Aciclo palmiticio Cn
Olunto [Ir Chlcia Acido oleico . Cn
Prop~iedades
físico-qufnilcas da vidro
hs prol>rieclndes já surnàriainenk ciiuii-
ciaclas, aci'esceiitaseinos, 11ara inelhor caracte-
rizas o vidrn, que. êste corpo é mau condiitor
do calor ( I ) e da elcctricid:ide (isolador), coiii
poiito de fiisáo a cêsca d c 1.200.°C., c se torna
[iastoso antes d e cliegar h liqtiefncqáo.
Deixa-se atravtissar pelo calor liiciiiiioso
(calor ncoinl?;liihado tlc luz), coiiio, por cxemplo,
(1 q u e vetii do sol, mas n%ii s e deixa ;itravessnr
pelo calor obsciiro (privado cle Iiiz), propsie-
dndes q i e Ilie teni de!eriiiiiiido largo emprego
nas est~ifas solares,para virilios e platitas. O
c,alor do sol (calor do dia) entra ria estufa,
pelos vidros quc Ilie formani a cobertiira e as
paredes, aqiiecctido-a iiiteriorinente, como ce
pretende ; c aqui se conserva qci:ísi iiitcir:i-
tneiite ariiiazcnatio duratite a rioite, irierc6 do
viclro sei. imperiiieável ao calor sornbrio e iiHo
perinitir, por tal iiiotivo, a siia sai& para o
Coiiiiioçição
e classificnqão dos vidros
A sílica I?, coiiiii sc ~iissc,basiliir ein todos
os \'iilros, pois qiic êstcs são, ilitirriicniiieiite,
silicntos diiplos ( 9 ) dos inci:lis qiic nClcs eiitrniii,
c R qiie iizeiiios relcrPiici:i.
..
(s) A i i i i i ila iii.iir;ii 11ili:iii~s
e111 i:s~iiiiTu!iiiliistniioi,
j [ia Piiiiiiicii Eicniciiliir, viinios ilizai, iiiiiito siiiiiii-
riiiiiienlt.. a illir sc t ! i i t o i i l E ilor .s<,is rlirlil~ir,eiitre ;is
qmis astRo us silicatus ~ I L Lqiic 111:ste 1iigar triitaiuos:
172 CASOS DE WCNOLOG1A
Aplicn$õeu do vidro
Além do cnilirêgo dèste produto no ftibrico
dc frascos, jarras, esi~ellios, copos, garrafas,
globos, Iinipadas eléctricas, claial)6ias, florei.
i o ~snla, de
i'as, objectos de iot~cadot',i i f e i ~ ~ l lde
176 CASOS DE TI!CNOLOOlA
Coirio se prodriz
e se trabaltin o vidro
Os iriateriais dcstiiindos i fabricaçáo do
vidro, são fundidos ein foiiios, h ierii1)eraturn
178 CASOS DE TECNOI.OOIA
T r a b a l h o s conípleriientnres.--Os objec-
tos, depois de recozidc~se separados dos que,
por qualqtier defeito, sejaiii i.mpróprios para a
vetide, vão para a roçayem, i in6, n fim d e
~ ~ e i d e r c os
i n borclos ásperos ou coi.tantes,selido,
a seguir, polidas a esmeril ou por outro iiieio,
para adq~iirireiiitodo o brillio.
Quando fiiláiiios dos espellios e d'ls Iciiles,
por coinodidade de exposição, já refcriiiios o
iiiodo de os acabar r polir.
Traços Iiistóricos
Dui-aiile niiiito teinpo, atribuíli-se a origeiii
do vidro ao acaso, iiido-se atrAs da lenda tlei-
xada por Plínio-o-Vclho. Seg~iiitloêste, ;ilg~iiis
iiiercadores fenícios cliegados a certa praia,
c0111 0 Fiin d e cozi~iliareiiiseu aliiiiento [iusei'ani
a pniiela s6brc I>Iocos de stiliire (iiitrato de
s0dio ou de potissio) qlie, coiii o calor do
luiiie, se fuiidirain coiii a areia do solo, ge-
rando o priineiro vidro. tioje, o caso não é
accitivel, pois iii~iitobem se sabe que os matc-
riais que eritrain na coinposicZo dêste produto
precisaiii, para a coiiveiiienie flisZo, de uina
Iernperatitra bnstatitesiiperior a l.OOO.o, o que
se r130 podia obter, ao ar livre, eni iiiiprovi-
sada lareira.
Ueiii que o s fciiícios Iiouvesserii sido fa-
niosos fnbricaiites d e vidro - 1150 se provaiido,
contiido, que o iiiveiitnsçeiii -, estd bein docu-
irieiitado q u e o Egito conliececi larga c profun-
dameiite a arte do vidreiro, terido-se encontraclo
194 CASOS DE TOCNOLOGIA
i i i t r s o 1 1 i o e s de Ueni-I-[assam (3.500
iinos :iiltes" ~ l eCristo) onde se vê tirn opcrBrio
a sopixr iiuiri;~ rriaii,y;i d c vidro por iiieio de
C~ZllB do iiiodSlo qtic i., airiclii, actunliceiitc
usado.
Do Egito, passaria estn indiistria a Ronia
(pelo iiieiios desde Nero) e. d e lioiiia, a Bizliii-
cio, para depois conceiitr;lr~st:em Venezii, du-
iaiite thda a Edade A!Ií.din, coiistittiinclo vcrda-
deiro e bein vigiado ti~oiiopíilio. O Conselho
dos Doges proibin a todo o operArio tridreiro,
coni pena tle pris5o que Ilie atingia a família,
levar para fora tle Veiieza o ni;iis leve coiilieci-
rnento da sua arte.
12arece ter sido a Aleiii~rilia o pais qiie,
priineiro, destriiíu êste tiionol)ólio, coni a pro-
dução de excelentes vidros coloridos e esiiial-
tados, seguindo-se-lhe a Roériiin, ~ ~ o i i cdepois
o
(fins do séc~iloSVI), coni os seiis c6lebies pro-
dutos ainda ao presente t5o fainosos por siin
rara lirnpidez. Foi a Boktiiia que inventou, por
1609, os processos da gravura eiii vidro.
Em França, a vidraria deseiivolveu-se, sobre-
tudo; nos fins do s6ciilo XVII e ítltitno quartcl
do século XVIII, coiii a prodicçXo do cristal;
tnas Portugal já tinha fábricas de vidro rios
s4culos XVI e XVI1, datando dêstc iiltiino a ta+
brica do Covo. A da Marir~hsGrande, da ini*
ciativa do Marquês de Pombitl, foi fuiidada no
s6culo XVIII.
L Mas onde e cin q u e era se fixar6 a des-
coberta oii a iiiven$áo do vidro ? Sc ii,íio
tiodemos adniitir a ingbiiua Iiistciria de I'líiiio-
-O-Vellio, pelas razaes já expostas, einbaraça-
dos ficnnios, ainda, ao considcrar que Heródoto
nos cotita qcie o teml~lode liérciiles, cin 'Tiro
(Feriicia),. era decorado cotii col~itiasde vidro
coloriclo.; qne, segundo a Bíblia, êste ~~rodutci já
eia coiiliecido dos Iielireus; que no Egito, iiiitito
antes da era crista, sc produziaiii cotii êle está-
tiias colossais, entre ocitros objectos artísticos,
datantlo d e , i i i i l e qiintroceiitos atios atrás da
iiossa era, uin grso de vic!ro CIO colar dc certa
fainlia egípcia, qiie pdde ideiitiiicar-se, diz-se,
com tdda a scguraiiça.
De cluaiito ternos aqui dito e do iiiuitis-
siiiio niiiis clue se Iiá escrito sobre o assuiito,
iião avcilta, coiitudo, uin iiifori~iecxacto, qual-
quer luz qtte nos guie para o berco indiscutivel
do viclro. Tiido, sob êste â~igiilo,é iiisegliro c
nebuloso.
Cotiteiiterno~tios,pois, coiii o Egito dado
pela iiiaioria dos autores como o mais ai1tig.o
ceiitro vidreiro de que bb conlieciniento certo.
Cerfimica do barro v e r m e l h o
Nesta designacão coiitêin-se os produt6s
de olaria, c«iiio louqas e itiateriais de cons-
truçáo (tejolos, teliias e inaiiillias).
As fases de traballio nesta ceriniica, são:
ext~.acçiio'dobarro (argiia figiilina) ; pi.e{i«i.açcio
rla l)nsta; rnodelayiio ( loi.i(;:is) ou niolrkl,ocrit
(tellias, maiiillias e tejolos); e/zx[t&'oe cozerhm
(coni ou SeiTi vidrado).
Faianças comuns
O seu fabrico é aii,ilogo ao da, louca de
barro. A argila, iiiais oii tnciios corada, (levc
coiiler cornpcistos de cálcio-coiiio a da loiica
vermelha -, para mcllior fixação do vidrado.
A Eiin dc diiniiiuir-lhe a coiitracção, na coze-
dura, sobretcido, deve-se juntari pastaareia fina.
A rnodelação executa-se ria roda d c oleiro,
e, a cozedui-n, eiii fornos iritcriiiiteiites.
O virlratlo potlc ser o dc 6xido de chuiii-
bo, conio fia louqa de Iiario; iiias, para evita?
iiitrrxicaçcies devidas a ~[ualqucrexcesso d6ste
óxido que 1190 póde 1orin:ir o respectivo sili-
cato, tem-se ciiipregado o 11irlrndo de estiznl~o,
eiii que entra tanihéni nl::iiiii cliiimbo. Êstcs
clerneiitos coiribiiiam-se ititcii'ati~erite,dando uni
esinalle iiio:cnsivo para a saúcte dos cl~rc'iiseiii
desta louça desticiada ao serviço d e iiiesa.
218 CASOS DE TECNOLOOIA
%aiariças f i n a s
A gasta branca e diira dêstcs produtos, C
corisiituída Ilor cnulirio ( q u e Ilie dá a alviira),
nr,qlla brnncn F gor~i(i( q u e Ilie c16 a plastici-
dade), felrls/~nto (silicato de al~iiiiíiiio e po-
tássio), para, pela siia fusibilidadc, gloiiierar
os oiitros eleiiicntos, e areia fina ou qt~nrtzo
(silica), coni o fitn cle diiiiiiiiiir a retracção da
pasta, na cozedura, e coiiferir-llie dureza.
A pasta para estas fai;i~iças,exige particri-
lares cuidados ria dosagem, selecção e trata-
~rieiitodos seus elementos, incluindo a pulve-
~ quartzo e d o feldsl~ato,por fornia a
r i z a ~ . ? do
dar-se ciitre êles niistura iritirna.
O s diversos compoiieiites são ligados c
fluitlificados coni kgua que i: exl~iilsa,depois,
por filtros prensas, deixaticio a massa na coiisis-
tência 1 ~ r 6 p r i para
a a laboraçtío da louça.
A modelação das faiaiiças finas 6 execii-
tacla, hoje, mecâtiicanieiite e coin o auxílio d e
inoldes onde é coinprimida c afeiçoada a pasta.
O enxligo faz-se ao ar livre ou eiii estiifas
com o calor regulado.
Deve haver, nn cozedura, a precaução de
ineter as peças ern caixas de barro refractário
(cnsetasj, coin o fiiii dc evitar-se a aderéiicia
entre elas, e as iiianclias de fumo. A operaqão
6 feita eiii foriios de tinia só cilnara (iiiter-
initerites). Eshi prirneira cozediil.a (após o
eiixiigo) realiza-se à teinperatiira de 1.200".
Ao iprodiito, ~içsiin cozido, dá-se r ) iioriie tie
cl~ncotn.
Na c o i r i l ~ o s i ~ ãdo
o vidrado eiitra óxido
de clittrnbo, sílica, greds, borato de sódio e
feldspato. Coin êstes cleinetitos inisturados colii
Agiia, se fornia o banlio em que se rnerg~illiam
as pesas, já cozidas, para adq~~ir'irern o vidrado
ctn s e g u n d a cozedura, a teinperstura ade-
quada.
A l o u ç a dêste típo é decorada por meio
dc co;nooçtos mitálicos ligados a fundeiites
(silicatos e boro-silicatos), afim de se obtereni
verdadeiros vidros de cor.
0 s compostos metálicos empregidos lia
dccoraçao das faiaiicas, são os seguiiites : para
verrles e azttis, coinpostos de cobre, cobalto e
cróinio; liara vrrtrrelhos, de cobre, ferro e cró-
iiiio cni coinbinação cotn estaniio; para nliln-
relos, d e aiiliiiiónio e urânio; para cnstnnhos e
roxos, d e niangaii6s e rle ferro; para branco, o
íixiclo estâiiico. Tarnbkm se einpregain inetais
livres, c o n t o o oito e a prata.
E s t a s faiaiiçns siio, geralinente, decoradas
pai. esfainpagem sobre a cliacota (ntites do vi-
tlr:ttlo). M a s taiilb6in se Ihes pode aplicar a de-
coração sôbre o esmnltc, o qiie exige, para
fixação das côres, t o r c e i ~ acozedura diis pe-
cas assiin trataclas.
Eiii Portugtil, fabrica-se a jnin~lçn ,flrtn ein
Sacavém e no Pôrto (Fábrica do Carvalhitiho),
serido usada tanto em louças, conio eiii nzulc-
jos, guarda-jóias, jarra>, figuras e oiitros olijec-
tos oriianientais.
Porcelanas
Êstes ~ ~ r o d u t osAo
s dc pasta bratica, caulí-
nica, dura, irnp$rnieiivcl e traiislúcicla, seiii
vidr:ido ou coni vidiado feldspático. A trniislli-
cidez tlel.iva do cornêço cle vitrificação sofrida
pela substancia duraiite a cozedurn.
As ~)orcelaiinscoiistitueiii a categoria. i~iais
bela e mais perfeita da cerãriiica, pelas altas
qualidades da pasta, eiitre as qtiais se cotita a
sua grande resist&iicia,depois d e cnrida, o cliie
Ilie permite a ~ ~ r o d u ç ãdoe pecas extreoixiiiente
delicadas.
Grés
O gr&s cerâniico é coriiposto de ai.gilt1
[plástica c areia ou feldspato, coiii a iiiistura,
p o r vczes, d c ccrtas bases (cal, Liarita, etc.)
destiiiadas 1 produqXo de silicatos dul~los d e
aluiriíiiio c d o riietai da base utilizada.
O s grés dividerii-se ei11: g l T s finos e g r é ~
cont~ll~s, i~~ercceiido, é claro, maiores ciiidados
R pasta e o fabrico dos grés fiiios.~
A pasta C, seiiiprc, dura e irnperineivel,
ficarido, pcln cozedura, coin a textura vítrea, o
q u e j i era de esperar das pro:iriedades dalglins
dos seus coi~ipoiieiites.
O s objectos de grCs-scgiiiido a sua forriia
- SKO m o d e l a d o s ria ((roda tlc oleiro)), pro-
d u z i d o s ciii m o l d a s ou traballiados h fieira (ma-
tiillias).
Nos ciiiieiiiiis, a ~ i r o p o r ~ Z da
o arfiila, iio
calcirio, \'nrin (iiiiinci.os aproxiiiiacl«s) dcstle
21 a do"/,, coiiioriiie o que çc prcieiide
obter. Coiii argila :ici;iia tle 4 o ~~riidiilo
vai-sc tortiaiido cn.in viiz iri:iis ~pl;ístico,titi. Iper-
dcr ;i proj>ricdatlc tl:i prtsa coiii a áglia, c coii-
verte-se cin p:ist;i apciias tle q~ialit1:ides cer9-
iiiicas.
O ciinenlo ropi?aito ou de ~ ~ ~ t rripidn, s r r
apreseiito. c o i n p o s i ~ ovari:ivel, podendo a Iper-
centagciii da argila tio calcisio ir de 27 a 40°/,.
Este ~ ~ r o d ~ icoiitéin,
to aléiii de alguiii gêsso
(siilfnto de cálcio), alta dose de aliiiniiia (cíxido
de aliiniínio) que coin outros corpos Ilies ace-
lerain o endureciiiiento. Beiii que a prêsa se
faca nêle qiiási iiisfaiitâiieaiiieiiie-tendo de
juiitar-se-llie areia para deinori-Ia l i ~ i ipoiico c
se poder traballiar coiii a liasta---, correspoiide-
4lie resistência i l ~ f e r b rh dos ciiiieiitos «Por-
tlaiidr.
Apesar disto, o ciiiieiito roriiaiio terii vaii-
tajosa aplicaçRo eiii certas obras Iiiclriulicns,
seiiipre que conveiilia aproveitar-liie a rnpidcz
d a presa, cotiio nas vedap7es para estaiicar
ágiia, e oiili'os LISOS, faciiltaiido a desinoldageiii
tleiitio de ciirLo teiiipo.
0 s Cirnontos -I'os-ilaiid~~possuern de 20
:i 27 "/, d e ai.r:ila tio cnlcirio c s2o coziclos :I
iiiais alta tcni(~ci.:itiiraqiie o roiiiaiio, cl'iegaiid~
csta at&ao coiiiêqo de fusZo (1.450 a 1.550'' ).
'1':iI circriiist.:iiici:l coiilribui p:ii'a a Iciitid30 tl;i
siin 11iEs:i ( <) a 10 lioras), daiido-llie, a pai., coii-
sistêiici:i ciioi-iiic; bnsttr~ltes t ~ / ~ c r i ocoiiio
r ~ , dissc-
iiioç, h d o citiieiit» roiiiano.
12cla cxtciisfio tlo seu ciiipr$go, o ciiiieiito
tle lii,êsn lciitn 6 (iiiiais iiii~~ortaiite e o úiiico
cliic sc fabrica eiii T1orLiigal. O calcário liara o
iiosso (~I'ortl:i.iid»,coiit&iii20 a 23 O/, de argila,
:~l«ia~uiidci~tes, coino a aluiniiia e o óxido d c
ferro, ein q~iniitidadesiificiciite liara qiie se di.
a coiiihinai:Zo de t6dn a cal do calcário coiii n
sílica e a aliiiiiiii:i, da kigil:i, pois uiii boili ci-
iiiciilo ti50 clevc coiitei- cal livre, o que lhe
ditriiiiiiYiia n resisLêiicia.
F a b r i c o d o citneiita «Portlniidn
Das diversas fascs desta itidústria daremos
iiotícia rápida, suficiente couliido para a sua
coinpreeiisiio.
O cinieiito «Portlarid» (prPsa 1eiit:i) porle-
-5e obter por dois processos: viu sêcrr e via
iimidn.
Coineçareinos pelo priineiro proceSso.
vi;! sêcs. - A fibrica de ciiiieiito, seinprc
que seja possível, é cstabelecida, por ccoriomia
c coiuodidadc, ~?róximodas pedreiras de cal-
I6
240 CASOS DE TECNOLOOI.4
Razões d u «pr&su" e d a s o l i d e z
d o ciinerito
-
( o ) A presa do g%sso como já releiiinos iio capi-
tulo qiie traia deste prodiito,- resulta de fendnienos se.
melhantes.
Èste corpo, no seu ostado natural (pedra de gesso),
8, quimicameiite, o srilfniilo de crílcio ha'drdnrlo,decons-
titoirão cristalina. Pela acção do calor, perde a iiiaior
parto cla 6giia com que estA combinndo para dar o
gesso em p6, do comercio.
Ao juntar-se-lhe água para Fazer a iiasta, Olte gesso
quási aniàro volta oiii breve no estado de siilfato de
cálcio Iiidratado, eni n~icrocristais,Eazeiido p r h a e rid-
quirindo a consist&nciaanterior.
( ~ factos
aqui, tira C O I I I ~ ) ~ I ~ Ide ~O e lixaçáo de iri8ius. A
p d r n de cal (carbouato de calcio, duro e tle coiistitiiYç~o
cristalina. quantlo piiro) perde lios fornos, pelo calor
(700" a DOOo), o seu aiiiclri<lo cnrbbiiico, transforinaiido
-se, coiiio so sabe. etn bxido de chlcln : s cal.
Feita a obro de aiveiiniia, vai-se dando, f8irinrrrcrrft>,
a ComÙiiiaçRo da cai da arguinassu caiii o aiiiclrido car-
b0niço da atniosfera, e lorinando-se iiela iiiicroori&tiiIs
de carbonato do ciiicio. Sao estes qiie, coiii o .tempo,
endurecem e eiirilarii R argaii~iissa, conca<londa, por
isso, inaior solidez à alvenaria. A cal V A regressantio
~ no
estndo de pedra de cal.
Este endureciineiito- taiiib6m i:j foi dito-podo
coiisiderer-se como iiina preua muito Icif.tn, inaproci8vel
durniib a leitura da obrn.
apenas com argamassas e alvenarias dêste
material, pelo perigo qcic correm - tanto maior
quanto tnais longo for o lanço (vão) d e ro- -
ttira e de ruína, como efeito exclusivo d o seu
pêso.
Observnção: vê-se, correiiteineiite, os pe-
dreiros regarem, a chuveiro, a obra riova de
cimento, para (dizem eles e hetil) que amassa IYXO
seque e enfraqiieça ou abra fendas, especial-
mente se estiver exposta ao sol. E' boa prática,
ainda que os operários não conlie~anltoda a
razão teórica dos inconveiiieiiteç apontados.
As regadiiras, nêste caso, compensani a
rápida evaporac;ão da água pelo calor ambiente,
contribuindo para qiie a prêsa se iiianteiilia e
coiitinire, isto é, para que os cristais, j i referi-
~ ~ nutrnr~i.,eiigraiizaiido-se
dos, se I ~ i r l v a t ee~se
coiivenieiitetnente lios iiiodo a darem it mnssa
a tnais completa solidez.
Betão armado