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respectivamente
--- ..-. de 23 de Julho
e - de Agosto de 1927
- - de 25 -
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LISBOA
1 9 2 8
As -questões Vlnlcola e Sacarlna da Madeira
e
respectivamente de 23 de Julho
-
e de 25 de Agosto de 1927
- 7
.7
'
'
José Agostinho
Y
Coronel-medi
odrigues
Ex.""r. Ministro da Agricultura
12.O
NHo creio, nau posso crer, que V. Ex.' depois da leitura das re-
clamações que faço, da justlficaç~odelas, feitas no relatorio jurito,
n8o as atenda, aceitando o projecto de decreto que tambem se junta,
e que, a ser aprovado, como creio, colocar8 cada um no seu logar,
náo ferira interesses legitiinos; não dará a um o que pertence a ou-
tro; e por isso representa um justo equilibrio de interesses que
unirá, e ndo dividir8 ; que crearti justas afeições ao Governo, e
ndo desafeiçóes; e cuidando dos srrperiores interesses da colectivi-
dade, ser8 abençoado por ela, afastando a tristeza, a desolação, a
pobresa, e a escravidão aos monopolistas, escravidão que s6 seria
Verdadeiramente sentida e detestada, s e o decreto 14168 enirasse
em plena execução.
E x . ~ ' 'Senhor
O abaixo assinado, membro da Comissão encarregada de zpre-
&r os Decretos 13.990 e 14.167, relativos a vinhos, e o 14.198 re-
lativo ao regime sacarino da Madeira, afirma o seu maior respeito
e consideraç80 por Sua Ex' o Ministro da Agricultura, por todos
os mernbròs do Governo da Ditadura e por Sua Ex."o Presidente
da Republica; crê, estd absolutamente conuenddo, de que aqueles
decrétos foram elaborados nas melhores intenç0es; mas afirma
tembem que, por efeito das erradas e incompletas informaçõespres-
tedas ao delegado de Sua Ex.' o Ministro da Agricultura, - o Sr.
DC Teixelm de Lencastre, esses decretos n8o atingiram, nem po-
diam atingir, o fim que se tinha em vista, e que o ultimo, em especial,
representa a ruina agricola e econornica do srquipelago da Ma-
deira. em favor dos rboiiopolistas ; representa a manutenç8o e agra-
vamento do chamado alcoolismo da Madeira ; e representa ainda
uma medida que, pela suas injustiças, pelas suas faltas de equidade,
pelar suas protecçòes a interesses Ilegitimos e anti-niadeir~nses,n8o
está, nem pode estar, dentro do plano do Governo dos srs. Minis-
tros da situaçgo do 28 de maio, que veiu para moralisar, para reniea
diar, para combater males, e não para premiar e acumular de bene-
ficlos aqueles que nada fazem para os merecer, e demais a mais em
detrimento da colectividade.
Deixando de Iado os decretos 13.000 e 14.167, visto ser mais
urgente a apreciaçao do D. l4,l!i?, o abaixo assinado, afirma o se-
guinte :
2.' Lucros
A ) Dos vinhos
( B Da cana
Esclarecimentos prévios
As fabricas de aguardente
9."-
-
12." Porque são hostilisadas as fabricas
de aguardente
Estas disposições, sem que V. Ex." desse por isso, apenas fa-
vorece c monopollsta Hinton, contra o outro, que reclamou com in-
teira razão.
O regimen sacaririo é para proteger a agricultura e não ir~dus
riais; destes devem ser prutegidos de preferencia aqueles que mais
servem e protegem a agricultura, e por isso aqiieles rateios, que
são essencialnierite lucrati~os,devem ser feitos groporcionafmznte
á quunti(.~LIede cuna loharadu no ano anterior aos mesmos ra.
teios conforme o decreto n." ,5.492 de '3 de M:iio de 1919, - unico
modo de proteger a caiia. É inutil que uma fhrica seja grande, se
não utilisar a sua c(zp~2cirludede Zaòornçào. Isto é que é impor -
tante fixar,
Alega-se coritra isto :
a) -- Que esse rateio deve ser feito conio diz o decreto, pois é
o mesmo que s e faz com as fabricas d e moagem;
b)- Que Sendo as fabricas obri'padas a comprar a cana que
lhe fBr apresentada, náo ha razão para que tais rateios se façam
proporcionalmente í4 cana comprada.
Salvo o devido respeito, estas razões s8ci razões sem razão
nenhuma.
- Com efeito o meio de proteger a agricultura é levar as fabrica
a verem-se obrigadus a comprar cana ; a procurá-la, a dar facilim
edades ao agricultor, a tratl-10 bem, a ser justo e benevolo com ele,
a ndio t r i t á . 1 ; ~ mal, ccm injustiças como a experiencia mcstrou
largos anos.
Com as condições impostas no decreto (artigo 15.') os mono-
polistas faráo o que quizerem ; e toda a agricultura madeirerise fica-
r6 esçravisada a qles, e por tempo Nidefnido.
Ora o caso das fabricas de moagem 6 diverso. N&o C mister
acautelar o s interesses dos produtores; os trigos nào sâo cana d e
assucar, fresca, ss, limpa, cortada quando fôr ordenado pelas fsbri-
cas, postas na fabrica em 24 ou 36 horas, tendo mar agitado, e ha-
vendo falta de meios de transporte,
Niio! . 'xE Senhor Ministro. As canas nso sao trigos; as ca-
nas nPo s8o laboradas e vendidas c o m o os trigos; as canas ficar80
sem protecçao se essa disposiçiio f6r mantida, e o monopolista Hin-
ton, ficar& com 75 " ~ t ) dos rateios seja qual fôr a cana que compre.
P6de ofender, maguar, afugentar os productores. O s seus
rateios Zd estdo dsseLcziradosnr decreto. Embora todos os agri-
cultores Ihe fujam por necessiddde, ele ficará sempre com a par te
5@ -
de :::ao, importanjo melaço e açsucar que lhe dào maiores lucros!
E desi,: modo prejudicará, e arruinará ate a agricultura da cana!
Mas ha mais e muito pior:
Se esta violenta e injusta disposição fosse rnantida tornar se-ia
irn?~ssivela insialaç80 de riovas fabricas d e assucar, ou a trans-
forrnaçao crn assucareiras, das fabricas de aguardente, faculdade
q ~ i t i:ievrt haver.
9 ~ saldo
3 3s rateios proporcionais á capacidade de laboração
e :?.i.) á quantidade de cana comprada, n8o será possivel o estabe-
iecimeiito de novas fabricas, porque nas são precisas fabricas com
a capacidade da de W."' Hinton 81 Sons, fundada em tempo em que
a ciiltura da caiia era frita em larga escala.
E 6 coiitrci este facto que a agricultura reclama, com raz8o. se-
gundo me parece: É mister dar aos productores de cana uina arma
d e defeza contra as fabricas existentes, se elas exercerem vio-
lencias sobre 3 agricultura.
E essa arriia d e defeza, é a faculdade de estabelecer fabricas
d e assilcsr. O j:ilgdrnento das questões a que se refere o art.' 13.",
do 2::creto (5 ") é, praticarne~te,inuti). O pobre productor arrancar6
a can i, !nas não fará rzclamaçõ~s,creando inimigos e gastando di-
nheiro.
7.' -Mão é permitida a instalação de novas fabricas (artr 7.') e
quando qualquer delas deixe de Ibborar poderá o Governo
autorisar a montagem com .capacidade Igual. á que deixau
de trabalhar (ai-.16.":
-
14.' Nenhuma das fábricas que ficam pode destilar vl-
nhos (art." 22); essa destilação s 6 pode ser feita
pelas fabricas de a s s u c a r e a l c o o l (art.' 29)
Com efeito :
A . $I ., ate eritão ;
como
L', Porque deixou a t~end~z 110 alcool ás fabricas produtoras,
coiiio até entso, apesar d e ser publico e notorio que o fabrico
clandestino do alcuol, e que o desdobramento de alcool, se faziam
e fazem, ein lardil esc:+la,sendo inutcis, todas as fiscalisações.
Sendo isto assinr, - e é incontestasiel que o é, -- embora o
descoiihect:sçe o de!zgado *!eV. Ex:', cumo 4 possiuel evitar falsi-
ficaçõcs de vinhos; como 6 possi~elevitar o desdobramento de
e n o r m qiiantida:_ie de: alcool; como é possivel proteger a agri-
cultura 2
Na, Ex."'O Sr. Ministro. É mister, é uma necessidade, modifi-
car, e raomp!et~treste decreto, incluindo nele disposições que permi-
tam atingir-se o fim justo que eYe teve em vista.
Adiarite iiiilico essas inedidas, aliás tie facil realisaçib
6) O decreto n.' 14.167
-
4." Os lucros auferidos pelas fabricas, antes d a publl-
caçdo do decreto n." 14.168
a) Receita
Contos
28.000 toneladas de cana, a 95 quilos ãe assucar, dão
2.660 toneladas que, a 2$60, representam . . . . 6.916
28.000 toneladas, a I 5 litros de alcool, dão
420.000 w 9$50 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 -990
380.000 litros de alcool (extrahido da cana) a 99650. 3.610
2.140 toneladas de assucar importado (para as 4.800
ton.) a ~ $ 5 0(lucro liquido). . . . . . . . . . . . . . . . I .qg8
Soma. . . . . . . . . . . 16 0 1 4
b ) Despeza
nl Receita
Contos
q.ooo toiieladas de cana, a 95 quilos de assucar, dão
855 ton. que, a 3$6o, representam. . . . . . . . . 3 .o78
9.000 toneladas, a I 5 litros de alcool, produzem
108.ooo que, a ~ $ 5 0 0 , dão. . . . . . . . . . . . . . . . 1.026
292.500 litros de alcool, para desdobrar, fabricado de
iiielaço, a 79600 (lucro liquido). . . . . . . . . . . . .
Aurilento no preso do assucar (3945 tori.) de I$OO.
Sotna. . . . . . . . . . .
-
2.047
3.945
I 0.096
bi Despeza
a) Receita
Contos
42.000 toneladas de cana, a 95 quilos de assucar, dão
3.990 ton. que, a 3$60, produzeni. . . . . . . . . 14.364
42.000 toneladas, a 15 litros de alcool, diio 6jo.000
que, a 99650, representam. . . . . . . . . . . . . . . . . . j -98 5
Mais 170.000 litros de alcool de melaço importado,
a 9$500, para prefazer os 8oo.000 litros. . . . . 1.615
292.100 litros de alcool, para desdobrar, a 8$50. . . 2.486
810 toneladas de assucar importado (para as 4.800
de consumo) a 1$5o (lucro liquido). . . . . . . .
Soma. . . . . . . . . . .
-1.215
25.665
b) Despezas
Contos
28.000 toiieladns de caiia, a gy quilos de assucar,
da0 2.660 toli. que, a 3$6o, produzem. . . . . . . . 9.576
28.000 toneladas, a I 5 litros de alcool, dão 420.000
quc, a g $ p , representam.. . . . . . . . . . . . . . . . . 3.990
380.000 litros de alcool, extraliidos da cana. a q$50 3.610
3.140 toneladas de assucar iniportado a 1$5o (lucro * -
. liquido). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.210
Soma. . . . . . . . . . . 20.3 86
b : Despezas
Contos
22.000 toneladas de caiia, a 8975 cada 30 quilos,
2qz$oo por tonelada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6.422
I I .o00 toiieladas, a 6$oo, 2oo$oo por ton . . . . . . . . 2.200
Carretos de 21.000 toneladas de cana dos cais de
embarque para o Funchal (1850 por 30 qui-
los em média). . . : . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . r.do
Fabrico de 2.660 toneladas de assucar .a $60. . . . . . I ,600
Fabrico de d2o.000 litros de alcool dos residuos a $40 GB
I
Fabrico de j8o.ooo litros, extrahidos da cana, a $90 342
Lucro liquido. . .