You are on page 1of 24

CARÇÃO

Um pedacinho do “Reino Maravilhoso”

Sofia Jerónimo

2008

  3
Ficha Técnica

Título: Carção, um pedacinho do Reino Maraviolhoso


Edição: Associação Cultural dos Almocreves de Carção,
Associação CARAmigo e Junta de Freguesia de Carção
Autora: Sofia Jerónimo
Impressão: Escola Tipográfica – Bragança
Depósito Legal: 280513/08
Ano: 2008

  4
ÍNDICE

INTRODUÇÃO pág. 13

I PARTE pág. 15
Carção, um Pedacinho… pág. 15
Hino a Carção I pág. 19
Hino a Carção I I pág. 22
Hino a Carção I II pág. 27
Hino a Carção I V pág. 29
Hino a Carção V pág. 32

II PARTE pág. 55
Ó Virgem cheia de Graça pág. 57
Festa de Nossa Senhora das Graças pág. 61
Nichos e cruzeiros pág. 65
Orações pág. 67
Ao lavar o rosto pág. 68
Às refeições pág. 68
Ao meter o pão no forno pág. 68
Oração de Santa Bárbara pág. 69
Milagre de Santo António pág. 70
Ao inicio das aulas pág. 72
No quarto do moribundo pág. 72
Ao toque das Almas pág. 74
Ao toque das Avé-Marias e das Trindades pág. 74
No fim de qualquer prece pág. 75
Ó Virgem do Rosário pág. 75
Oração a Nossa Senhora I pág. 77
Oração a Nossa Senhora II pág. 77
Oração a Nossa Senhora III pág. 77

  5
Natal pág. 81
Aos meus queridos e saudosos Pais pág. 83
A minha escola pág. 86
Lar da Senhora das Graças pág. 90
A criança (“anjicos”) pág. 92
Dura e amarga é a solidão pág. 97
Parque Multiusos, Largo Padre Amândio pág. 98
Jovens Cultos e Audazes pág. 100
A Revista “Almocreve” pág. 102
Associação dos Amigos e
Melhoramentos de Carção pág. 104
O Desporto (CDC) pág. 106
O sonho tornado realidade pág. 108
Vestuário pág. 114

IV PARTE pág. 117


O Almocreve ou vendedor ambulante pág. 119
A tecelagem da seda pág. 123
Tecedeiras de Carção pág. 125
As Fiandeiras pág. 130
O Barbeiro pág. 131
O Sapateiro pág. 132
O Pastor pág. 134
A safra do sumagre pág. 136
Os Ceifeiros pág. 138
Ao Jornaleiro ou Jeireiro pág. 140
Canções populares e romances musicados pág. 142
Mondas pág. 144
Ceifas ou segada pág. 144
Vindimas pág. 145
Não te encostes à parreira pág. 146
Apanha da azeitona pág. 147

  6
Eu venho d´além… pág. 148
A Pastora pág. 149
Lá no alto daquela serra pág. 150
Tenho uma Moreira pereira pág. 150
A menina que anda na roda pág. 150
Olha a pobre viuvinha pág. 151
Não me atireis com pedrinhas pág. 151
Não olhes para mim pág. 151
Seguimos amor seguimos pág. 152
O chapéu dançando pág. 152
Linda borboleta pág. 153
A saia da Carolina pág. 153
Ó Carção, ó Carçãozinha pág. 154
Olha a rolinha pág. 154
Entrega o chapéu ao dono pág. 155
Atirei com bolas de ouro pág. 155
Lá no alto daquela serra pág. 156
Ó Laurindinha, vem à janela pág. 156
Ó trigueira, ó trigueirinha pág. 157
Romance de Dona Helena pág. 158
Romance de D. Fernando pág. 159
O Cavaleiro pág. 160
Romance de D. Irene pág. 161
Romance de D. Branca pág. 162

V PARTE pág. 163


Recordação pág. 165
Os Reis pág. 169
A iluminação pág. 170
Emigração pág. 173
A aventura pág. 177

  7
As eiras comunitárias pág. 179
Coragem e solidariedade pág. 183
Outono pág. 185
O Magusto pág. 187
Matança do Porco pág. 189
Maio florido pág. 193
As Andorinhas pág. 194
A flor da Esteva ou Chara pág. 196
Os moinhos pág. 197
Os pombais pág. 199
Contos e Lendas pág. 201
Fonte da Silveirinha pág. 201
Lenda de S. Martinho pág. 203
Lenda dos Tremoços pág. 204
Pedro e Pedrito pág. 205
A Menina e o Figo pág. 207
Modernidade pág. 209
Bibliografia pág. 211

  8
É com toda a estima e carinho que dedico este livro:

Aos meus queridos pais, Isabel e Francisco Jerónimo.

Ao meu marido, filha e netas, Manuel Levi, Graça, Beatriz e


Leonor.

A todos os Carçonenses.

  9
  10
Nota Prévia e Agradecimentos

Sem dúvida, que uma das funções da escrita é a função social.


Todavia, para que essa função seja desempenhada, é imprescindível que
essa escrita encerra será transmitida. Caso contrário perecerá no silêncio
duma gaveta ou prateleira.
Foi o que aconteceu com o trabalho que acabo de apresentar,
durante alguns anos. Faltava alguém que o lançasse, que estabelecesse a
ponte entre a obra e o público.
Devo essa iniciativa ao Dr. Paulo Lopes, presidente da
Associação Cultural dos Almocreves de Carção, promotor da revista
“Almocreve” onde todos os Carçonenses podem registar as suas
vivências, os costumes e tradições de que ainda se lembram, ou ouviram
falar, preservando assim tão rico património cultural, e divulgando-o
pelos quatro cantos do mundo. Excelente trabalho!
Foi nessa revista que registei, com muito agrado alguns textos
que, gentilmente, o Dr. Paulo Lopes apreciou e me pediu para os poder
editar.
Senti-me muito honrada com o solicitado e enviei-lhe todo o
trabalho que há muito esperava por esta oportunidade, trabalho que ele
generosamente apreciou e diligenciou no sentido do obter apoio
financeiro para sua edição.
Aderiu a este projecto, a Associação “Amigos e Melhoramentos
de Carção”, (CARAmigo) na pessoa do seu presidente Dr. Serafim
João, que muito se tem dedicado ao embelezamento e preservação do
património cultural desta linda aldeia, prontificando-se também ajudar a
custear a despesa da edição.
Também a Junta de Freguesia de Carção, na pessoa do seu
presidente, Sr. Marcolino Fernandes, sensível à memória do Passado, da
Cultura e enriquecimento do seu Património literário, do progresso e

  11
bem-estar dos Carçonenses, não ficou insensível e disponibilizou o seu
precioso contributo para este efeito.

À Associação Cultural dos Almocreves de Carção,


À Associação Amigos e Melhoramentos de Carção,
À Junta de Freguesia de Carção,

Pelo amável acolhimento e apreciação, pelo generoso apoio e


divulgação, os meus sinceros agradecimentos, a minha sentida gratidão.
A todos muito obrigada, bem hajam.

Sofia Rodrigues Jerónimo

  12
Introdução

De há muitos anos a esta parte que desejava registar tudo o que


a minha memória foi armazenando, desde os anos cinquenta, altura em
que eu tinha os meus 12 anos. Como é sabido, só a partir dessa idade é
que o nosso “computador” vai guardando tudo o que desperta os nossos
sentidos.
Porém, o tempo passa vertiginosamente e as nossas pretensões
nem sempre acompanham essa corrida. Como é óbvio, há prioridades,
às quais não podemos ser alheios, e temos que atender.
Ora como se aproxima a hora de arrumar o “computador”,
decidi, então, esvaziar a sua memória, passando ao papel, todas essas
sensações, duma forma aleatória e simples, sem pretensões históricas,
porque isso exigiria, estudos e provas mais aturadas, devidamente,
analisadas e sistematizadas.
Todavia o que aqui fica descrito é, apenas um pequeno historial
da milenar aldeia de Carção, meu inesquecível berço: vivências,
costume, preconceitos, actividades, carências, recursos sócio-
económicos, mentalidade, ocorrências, etc.
Algum dos nossos filhos ou netos pode imaginar o que eram as
eiras no tempo das trilhas?
Aquela azáfama, aquela cooperação, aquele formigar constante
de gente e animais?
Alguma destas pessoas pode imaginar os terreiros dos bairros
cheios de som e alegria aos domingos, com o rodopiar dos bailaricos e o
som afinado dos realejos?
Podem eles fazer uma pálida ideia do que eram as ceifas, e dos
segadores desde o romper do dia, debruçados sobre as searas, sob um
tórrido calor, cantando ao desafio?
É esta simples abordagem de sensações que guardo na minha
memória, que quero partilhar convosco, e que pretendo deixar aos
vindouros.

  13
A áurea poética com que envolvo a maior parte do seu
conteúdo, é ditada pelo amor que nutro pela terra que me viu nascer e
crescer.
Alguém afirmou que a Cultura de um Povo se verifica na
maneira com esse povo guarda o Passado. Efectivamente o Passado é a
memória de sucessivas gerações, seus valores e cultura, que nos
precederam. É um livro aberto que enriquece o presente e o futuro, que
acicata o nosso orgulho e desenvolve o nosso imaginário.
Espero ter ido ao encontro dos vossos desejos, e ter dado um
pequeno contributo para enriquecimento do acervo cultural do meu
Torrão Natal.
Perdoem-me algumas imprecisões e ideias menos claras, para as quais
peço a vossa compreensão.
Desejo que desperte naqueles que tiverem a amabilidade de o
ler tanto prazer quanto eu senti ao escrevê-lo.

  14
  15
  16
Carção

Carção é um pedacinho,
Do «Reino maravilhoso»,
Bragança é o teu distrito,
Teu concelho é Vimioso.

São lugares singulares,


Dum encanto sem igual,
Que não têm similares,
Neste lindo Portugal.

Por isso quero cantar,


Manifestar o meu preito,
A terra que hei-de guardar,
Aqui dentro do meu peito.

Esta terra maravilhosa,


Que tem beleza e magia,
É uma aldeia encantadora,
Por trás dos montes escondida.

  17
  18
Hino a Carção

Ó vetusta e linda aldeia transmontana,


Que salpicas e alvejas a ladeira,
Que o Sol beija ao nascer ao despontar.
O rio Maçãs corre aos teus pés mansamente,
Onde laboriosos moinhos aproveitam sua corrente,
E os salgueiros vêem os peixes e ouvem as rãs coaxar.

Escoram-te míticos rochedos,


Que escondem da história grandes segredos,
Por tojos, alecrim, giestas e urzes adornados.
Do outro lado o Sabor envia-te a sua frescura,
Que, no Estio, ameniza a aridez e secura,
Dos teus montes calvos e desnudados.

Córregos ínvios e empoeirados,


Por entre arbustos e silvedos camuflados,
Serpenteiam veredas, montes e serras.
Aqui e ali jorram cristalinas fontes,
Que alimentam túmidos riachos e galgam montes,
Matando a sede a quem passa junto delas.

Ar puro e saudável abunda nos teus montes,


Que se espalha por teus horizontes;
No Inverno um panorama deslumbrante!
Na Primavera uma paleta de cores te serve de manto,
O inebriante perfume das tuas ladeiras é um encanto,
E, no Verão, o Sol bronzeia-te o semblante.

  19
As tuas searas são mares ondulantes,
As tuas hortas tapetes verdejantes,
Regadas pelo pé, ou pelo cegonho, que esvazia os poços.
Os teus lameiros cheiram no verão a feno,
Onde pasta, no Inverno, o boi manso e sereno.
E, na Primavera, a cegonha exibe seu andar donairoso.

Soutos e olivais vestem tuas encostas e colinas,


Nos, saibrosos terrenos, verdejantes vinhas,
Que hão-de de dar o perfumado néctar.
É símbolo do sangue do Senhor,
Dá força e ânimo ao trabalhador,
Mas compromete a razão a quem dele abusar.

A tua fauna é rica e variada:


Javalis, coelhos, lebres, perdizes, veados,
Se escondem por entre estevas, giestas e arçanhas.
Nas tuas íngremes e erosionadas, mas verdes ladeiras,
Se alimentam ovelhas e cabras matreiras
Domesticadas e guardadas por pastores nas montanhas.

A ajudá-los cães, atentos e ferozes,


Tão fortes e incansáveis quanto velozes,
Sempre de olhos bem abertos e prontos a atacar,
Os desesperados e famintos lobos,
Escondidos entre os arbustos e tojos,
Tentando deitar os dentes a uma presa para os saciar.

Pastores que tinham como lar a terra inteira.


A música da sua flauta entoava na ladeira,
O teto da sua casa era o céu, e a cama o chão.

  20
Efectivamente, o nomadismo era o modo de vida,
Das gentes, da comunidade primitiva,
Antes da agricultura e da sedentarização.

Carção, rocha com veio de ouro,


É este o sentido etimológico
Segundo reza a Enciclopédia.
Bem como Garçam, garça, ave de rapina,
Que com outras nestas ladeiras existiria,
Não estarão na génese do nome desta terra?

Isto é sem dúvida apenas uma conjuntura pessoal,


Sem qualquer prova documental,
Desses tempos idos, tempos que já lá vão.
Espero bem que se possa encontrar,
O documento identitário que possa mostrar
A verdadeira génese do teu nome, Carção!

Diziam os antigos que fora escolhido este lugar,


Completamente rochoso para a aldeia edificar,
Reservando as terras férteis para a agricultura.
Terras que podiam arrotear e agricultar,
A fim de a população poder alimentar,
O que seria ineficaz nas rochas estéreis e dura.

  21
II

Ó linda aldeia de Carção, a tua situação é excelente,


És o nó de convergência do meio envolvente,
Duas pontes te ligam ao teu Concelho.
Matela, Avinhó, Junqueira, Santulhão,
Têm passagem obrigatória em Carção
E até mesmo a recente vila de Argozelo.

Vários povos por ti passaram,


E seus saberes e costumes te legaram:
Iberos, celtas, suevos, visigodos, mouros e romanos.
Uns com outros se aculturaram
Muitos e ricos vestígio em ti deixaram,
Legando-nos a sua cultura e grandes tesouros.

Em teus extensos campos agrestes,


Colheram frutos silvestres,
E, no teu seio, minério exploraram.
Domesticaram aves e animais bravios,
Drenaram terras e aproveitaram água dos rios,
E a força das suas correntes utilizaram.

A atestar a permanência destes povos,


Muitos dos seus vocábulos se entrosaram nos novos,
E permanecem na nossa toponímia.
Continuam a designar lugares do teu termo,
São parte integrante do actual léxico:
Penas altas, Poço da Moura, Pena Tainha…

  22
Dos Celtas herdámos o gosto pelas cores vivas,
Na nossa tecelagem são ainda características.
Os adornos e jóias feitos de prata e ouro maciço.
Na propriedade tinham um regime comunitário
Nas eiras, baldios, até há pouco aqui verificado
Era um povo guerreiro muito temido.

Ávidos caçadores de javalis, corças e veados,


Abundantes por estes montados,
Enalteciam seus feitos com poemas após a guerra.
O som das suas trombetas metia medo,
Características no nosso actual «Careto»,
E ainda hoje é muito a apreciada a música Celta.

Todos estes povos foram dominados


Pelos Mouros e Romanos, povos cultos e organizados
Que vão operar uma profunda revolução:
Na agricultura, na Língua, no Direito na Economia,
Remodelam, reformam a estrutura que existia,
Emergindo novos meios de produção.

Oficinas, cerâmica, curtumes, olaria,


Engenhos, pisões, tecelagem, cestaria,
Modificam o habitat e melhoram a alimentação.
Aparecem novas alfaias para a agricultura,
Tornando esta actividade mais rentável e menos dura.
Diversifica-se e estratifica-se a população.

Lavradores os que arroteavam e agricultavam as terras,


Pastores os que guardavam os rebanhos nas serras,
Viviam do produto dos campos e das criações.

  23
Artífices, homens de ofícios: comerciantes, negociantes,
Que compravam e vendiam os excedentes por terras distantes
Sem conotação pejorativa os «Judeus e Cabrões».

Mas judeus desde há muito que existiam na P. Ibérica


Espalhados pelos quatro cantos dela,
Desde que deixaram o seu país em digressão.
O ser lar era onde podiam ganhar dinheiro,
A sua presença verificava-se pelo mundo inteiro,
Antes e depois da Romanização.

O seu labor, negócio e o comércio geram riqueza,


Desenvolve a indústria, agro-fabril, valoriza os produtos da terra,
São o elo de ligação entre terras e lugares distantes,
Criam vínculos relacionais na sociedade.
Divulgam costumes e hábitos por força da mobilidade,
De toda esta dinâmica se não pode dissociar o negociante.

Os Judeus foram perseguidos barbaramente,


Por inveja, fanatismo, ou religião diferente,
Mas os que escaparam, não cederam, enfrentam as adversidades.
Resistiam a tudo corajosa e estoicamente,
Não se deixaram intimidar sempre unidos à sua gente,
Distinguindo-se a sua cultura, o seu habitat, a sua comodidade.

Os casamentos apenas se faziam entre pessoas da mesma condição


Característica, até há pouco verificada em Carção,
Apesar das relações de trabalho e comerciais.
Todavia as relações afectivas nem sempre foram amistosas
Olhavam-se de soslaio estas classes laboriosas,
Por vezes consideravam-se como rivais.

  24
«Que vá trabalhar a terra e apanhar a lenha, essa raça,
Em vez de estarem a discutir na Praça,
Como nós fazemos no dia - a -dia»!
Mas quando o negócio estava mais fraco,
E o judeu a isso era obrigado,
Já o seu rival a falta de dinheiro sentia.

A quem venderiam a lenha,


E os produtos da terra,
Todos os seus excedentes?
Donde viria o dinheiro necessário,
Para pagar o que se havia comprado.
E para as despesas correntes?

Mas esta mentalidade durou muito tempo,


Porque entre eles, não houve qualquer casamento
Mantendo – se socialmente a tão antiga separação,
E, se alguém infringia a regra era bastante criticado,
Alcunhando por isso, de «misturado»,
E alguns casos destes houve em Carção.

Tudo isto o tempo foi diluindo e ultrapassando,


Velhas rivalidades e preconceitos sepultando,
Mercê da cultura, do progresso e da emigração.
Hoje há de facto uma classe felizmente,
Formaram-se casais duma e doutra gente
São todos Carçonenses, filhos de Carção.

Foi sobretudo o factor emigração,


Bem como as reformas do Ensino e Educação,
Que impulsionaram esta simbiose, esta mudança.

  25
Efectivamente foram criadas as indispensáveis condições,
Que mudaram a mentalidade às novas gerações,
Acabando definitivamente esta contínua «litigância».

  26

You might also like