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2007 CADERNOS DE EXCELÊNCIA

ESTRATÉGIA S E PL ANOS
SÉRIE CADERNOS DE EXCELÊNCIA ©

RESPONSABILIDADE COLABORAÇÃO
C. Adriano Silva
Antônio Tadeu Pagliuso – Superintendente Geral
Christiane Rodrigues Correia
Sérgio Queiroz Bezerra – Gerente Técnico
PROJETO E PRODUÇÃO GRÁFICA
Inah de Paula Comunicações
REDAÇÃO
COORDENAÇÃO AGRADECIMENTOS
Paulo Sergio Duarte de Almeida Valladares A equipe de redação agradece a Marcos Barbosa de
Oliveira pelas críticas e sugestões ao Caderno
EQUIPE Estratégias e planos.
Caio Márcio Becker Soares
Carlos Amadeu Schauff São Paulo, janeiro de 2007
Cesarino Carvalho Júnior
Francisco Paulo Uras
© DIREITOS RESERVADOS
Joaquim Emanuel Santini
Proibida a reprodução total ou parcial desta publicação
Jorge Emanuel Reis Cajazeira
sem o prévio consentimento, por escrito, da FNQ.
Mauro Sergio Sguerra Paganotti
Odair Mesquita Quintella
Publicado por
Ricardo Motta
Rodolfo Cardoso
Ronaldo Darwich Camilo
REVISÃO ORTOGRÁFICA E GRAMATICAL
Fernando Pachi
Odair Mesquita Quintella

MISSÃO VISÃO
Disseminar os fundamentos da excelência em Ser um dos principais centros mundiais de
gestão para o aumento de competitividade das estudo, debate e irradiação de conhecimento
organizações e do Brasil. sobre a excelência em gestão.

Fundação Nacional da Qualidade


Cadernos de Excelência: Estratégias e Planos/ Fundação Nacional da Qualidade. - São Paulo : Fundação Nacional da Qualidade, 2007.
- (Série Cadernos de Excelência, n.2.)

Inclui bibliografia
ISBN 978-85-60362-45-5

1.Critérios de Excelência. 2. Fundação Nacional da Qualidade. 3. Gestão da Qualidade Total. 4. Excelência empresarial.
5. Estratégia e Planos
CDD 658.562
APRESENTAÇÃO

Este Caderno compõe a série Cadernos de Excelência, que tem por finalidade divulgar o Modelo de Excelência da
Gestão® (MEG) da FNQ - Fundação Nacional da Qualidade. Destina-se a esclarecer as dúvidas de seus usuários sobre
o Modelo e a satisfazer aqueles que desejam aprofundar seus conhecimentos sobre seu conteúdo. É uma valiosa
ferramenta para quem pretende aperfeiçoar-se como membro da Banca Examinadora, aprimorar a gestão de sua
organização ou preparar uma candidatura ao Prêmio Nacional da Qualidade® (PNQ).

O Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) está apresentado na publicação Critérios de Excelência, editada, anualmen-
te, pela FNQ. Para uma leitura mais eficaz dos Cadernos desta série, recomenda-se que seja efetuada em conjunto
com os Critérios de Excelência.

Os Cadernos de Excelência são publicados na forma de “fascículos”, de modo a tornar a leitura mais agradável e a
facilitar seu manuseio. A série está organizada em dez volumes:

• Introdução ao Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) • Informações e Conhecimento


• Liderança • Pessoas
• Estratégias e Planos • Processos
• Clientes • Resultados
• Sociedade • Auto-avaliação e Gestão de Melhorias

Escritos em linguagem acessível, os Cadernos de Excelência descrevem como os requisitos dos Critérios de Excelência
podem ser implementados a partir de soluções práticas, sem caráter prescritivo. Como ilustração, são apresentados
exemplos de empresas finalistas ou vencedoras do PNQ, revelando o quanto podem ser proativas, refinadas ou
inovadoras as abordagens adotadas. No caso da sua utilização por organizações públicas, alguns conceitos como
cliente, mercado e concorrência precisam ser adaptados.

Espera-se que o leitor seja estimulado a consultar os Cadernos sempre que necessário e que se beneficie com os
exemplos apresentados. A série está disponível também em meio eletrônico - www.fnq.org.br.

Equipe de Redação

Estratégias e Planos | Cadernos de Excelência . FNQ | 3


ESTRATÉGIAS E
PLANOS

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ......................................................................................... 3

INTRODUÇÃO .............................................................................................. 5

O CRITÉRIO ESTRATÉGIAS E PLANOS .................................................... 6

Formulação de estratégias .................................................................. 7

Implementação das estratégias ......................................................... 21

BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 37

4 | Cadernos de Excelência . FNQ | Estratégias e Planos


INTRODUÇÃO

Ao longo das últimas décadas, as organizações viram-


se submetidas a uma escalada significativa de
turbulências em seu ambiente competitivo, com mu-
danças que representaram a transição de um mundo
familiar, em termos de produção e marketing, para ou-
tro, desconhecido. Nesse novo ambiente, surgem novas
tecnologias, novos concorrentes, novas atitudes do con-
sumidor, novas dimensões de controle social e acima
de tudo, questionamentos sem precedentes sobre seu
papel na sociedade o que aumenta as incertezas quan-
to ao seu futuro.

Esse cenário contribuiu para que as organizações e as


principais escolas de administração do mundo
aprofundassem seu entendimento e evoluíssem o con- Além disso, pesquisas apontam o processo de formula-
ceito de estratégia de uma visão eminentemente militar ção estratégica como de extrema importância para o
para uma perspectiva corporativa. Assim, a estratégia se sucesso de uma organização. A Harvard Businees School
torna o elemento chave para a criação de diferenciais realizou o “Projeto Evergreen”, entre os anos de 1986 e
competitivos que contribuem para a criação de valor para 1996, envolvendo mais de 160 empresas, com o obje-
as partes interessadas. A estratégia ocupa-se da definição tivo de identificar práticas diferenciadoras que
de uma posição competitiva futura favorável ante seus possibilitassem às organizações superar suas rivais.
principais concorrentes, como apontado por Jack Welch: Neste caso, a pesquisa apontou quatro práticas primári-
as para o sucesso organizacional, sendo uma delas a da
formulação de estratégias claras e eficazes.

“Procuramos entender onde estaremos no mun- Robert Kaplan e David Norton, em A Estratégia em Ação
do de amanhã, e não onde esperamos estar, - Balanced Scorecard, destacam a importância de
avaliando onde podemos estar e, depois, onde metodologias de suporte à implementação da estraté-
queremos estar”. gia empresarial, propondo um dos modelos mais
adotados pelo mercado nos últimos anos, que inclui a
Jack Welch construção de um “mapa estratégico” explicitando a
inter-relação entre objetivos estratégicos e assim, de-
monstrar a consistência das estratégias estabelecidas.

Estratégias e Planos | Cadernos de Excelência . FNQ | 5


O CRITÉRIO O atendimento das necessidades de clientes e da socie-
dade, emanadas dos Critérios Clientes e Sociedade, constitui
ESTRATÉGIAS E o eixo principal da criação de valor pela gestão das Pesso-
as e Processos, para produzir os Resultados para as partes
PL ANOS interessadas.

Para isso, o Critério separa o planejamento na organi-


zação em dois itens gerenciais estruturados distintos:
O Critério Estratégias e Planos traduz, primordialmente, Formulação das estratégias, e Implementação das estratégias.
o fundamento da excelência Visão de Futuro, pois deter- O primeiro abrange a gestão da formulação das estraté-
mina os elementos de análise do ambiente externo para gias, responsável por definir caminhos compatíveis com
compreensão dos fatores que afetam o negócio e o mer- o setor de atuação da organização - o macroambiente e o
cado de atuação no curto e no longo prazo, assim como o seu mercado -, a serem seguidos para tornar real a sua
delineamento das perspectivas futuras, proporcionando visão. O segundo, abrange a implementação interna des-
elementos para traduzir a visão da organização em estra- sas estratégias formuladas, de forma que a organização,
tégias e planos concretos para alcançá-la, com em todos os níveis, alinhe seus processos a elas.
comprometimento das pessoas.

“O pensamento estratégico raramente ocorre de


maneira espontânea. O planejamento formal for-
neceu a disciplina para parar de vez em quando
para pensar em questões estratégicas”.

Michael Porter

O Critério Estratégias e Planos é representado no Mode-


lo de Excelência da Gestão® (MEG) da FNQ (figura 1)
na forma de uma seta integradora dos demais Critérios, a
qual aponta para o Critério Resultados.

O Modelo foca a gestão das estratégias e planos da orga-


nização nesse Critério específico, em decorrência da
importância das práticas de planejamento na organiza-
ção Classe Mundial, para definir os rumos e detalhar a
causa a ser perseguida. Esse Critério dá sentido ao de
Liderança quando define e detalha em que objetivos e Figura 1: Modelo de Excelência da Gestão® da FNQ
metas as pessoas devem ser engajadas pelas lideranças. Fonte: FNQ: Critérios de Excelência 2007

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Outros fundamentos da excelência são fortemente evi- FORMULAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS
denciados ao longo desses dois itens:
A formulação das estratégias aborda o processo de plane-
O fundamento Conhecimento sobre o Cliente e o Mercado jamento, que visa definir os caminhos que a organização
está presente no item Formulação das estratégias, em razão deve trilhar para tornar real uma visão de futuro, a partir da
da exigência quanto ao entendimento do mercado de atu- identificação de forças restritivas e impulsoras, externas e
ação como pré-requisito para formulação das estratégias. internas, decorrentes de uma análise ambiental.

O fundamento Valorização das Pessoas aparece no item Esses caminhos são traduzidos em objetivos estratégi-
Formulação das estratégias, quando estimula o cos a serem perseguidos e monitorados ao se tratar essas
envolvimento das diversas áreas da organização no pro- forças, a fim de viabilizar produtos competitivos e rentáveis
cesso. O item Implementação das estratégias apresenta-se no mercado e maximizar os resultados para as partes
quando exige a comunicação das estratégias, metas e interessadas, à luz da visão de futuro.
planos de ação para a força de trabalho.
O processo de formulação respeita uma seqüência con-
O fundamento Orientação por Processos e Informações se trolada de eventos, que tem início com análises ambientais
destaca tanto no item Formulação das estratégias - visto e termina com as estratégias definidas. Essas atividades
que essas devem ser resultados de análises de dados e são geralmente executadas pela liderança da organização
fatos - como no item Implementação das estratégias quan- e, dependendo do porte da mesma, envolvem outros
do se exige a configuração de um sistema de medição níveis da estrutura. É comum, ainda, a organização
do desempenho com base em indicadores que mostrem municiar-se de informações e pareceres de consultorias e
a coerência entre estratégias e processos. especialistas para proporcionar uma visão de fora da orga-
nização e facilitar o processo de definição dos rumos.
O fundamento Geração de Valor está presente no item
Implementação das estratégias quando exige a definição Todas as organizações estão envolvidas em uma rede
de metas para todos os indicadores de desempenho, a complexa de forças ambientais que apresentam um com-
fim de promover a avaliação dos resultados e o portamento dinâmico, provocam constantes mudanças
engajamento das pessoas. e criam diversas oportunidades e ameaças ou restrições
atuais e futuras para a organização. Nesse contexto, a
O fundamento Liderança e Constância de Propósitos se análise do ambiente trata da investigação e avaliação do
destaca no item Implementação das estratégias em razão conjunto dos diversos fatores, tanto externos como
da exigência de monitoramento de planos de ação para internos, que podem influenciar o sucesso das organizações
assegurar o engajamento dos liderados. ao longo do tempo.

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Essas análises abrangem, não necessariamente nesta concomitante e integrada, caracterizando o que se chama de
ordem e na mesma periodicidade: as características do processo ou ciclo de planejamento. É comum encontrar-se
setor de atuação ou o ambiente operacional (como pro- ciclos de macroplanejamento que incluam análises
põem alguns autores) (por exemplo: eletroeletrônico, mais abrangentes, realizados com periodicidade de
autopeças, construção civil, informática, ensino etc.), o vários anos (por exemplo, trienais, quinqüenais) e que
macroambiente e o mercado de atuação e o ambiente contenham ciclos anuais que tratam de análises de fa-
interno da organização (figura 2). As análises dos fato- tores mais dinâmicos.
res ou variáveis relativas a esses ambientes podem ter
também periodicidade e autoria diferentes, em função O uso de equipes multidisciplinares para realizar esse
da dinâmica das variáveis envolvidas (concorrência, for- processo propicia a formação de uma rede de planeja-
necimento, clientes, mercado-alvo, legislação, mento, viabilizando o envolvimento e o entendimento
economia, infra-estrutura da sociedade, tecnologia, de- das lideranças sobre os objetivos comuns, potenciali-
sempenho interno etc.). zando o sistema de liderança para realizar seus objetivos
de engajar as pessoas na causa da organização.
No entanto, como há interinfluência entre a maioria
das variáveis desses ambientes, esse processo de aná- O quadro 1 apresenta as principais inter-relações do item
lise é realizado, na maioria das vezes, de forma 2.1 com os demais itens dos Critérios de Excelência.

A) IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DE
CARACTERÍSTICAS DO SETOR

As características do setor compreendem diversos fato-


res presentes no ambiente operacional, ou setor de
atuação da organização (figura 2), que podem gerar for-
ças impulsoras ou restritivas ao negócio da organização.

A identificação dessas características serve para selecio-


nar as mais relevantes a serem analisadas. A análise das
características selecionadas serve para determinar como
elas se apresentam em um dado momento e as suas even-
tuais tendências, de forma lógica e consistente, visando
identificar as forças impulsoras ou restritivas.

Essas características podem variar de organização para


organização e abrangem, basicamente, dois tipos: as ca-
racterísticas importantes dos principais atores da cadeia
Figura 2 - Três níveis de análise ambiental de produção em que a organização está inserida, articu-
Fonte: FNQ, 2007
lados por meio de seus processos de criação de valor; e
as características atuantes no setor como um todo, pro-
venientes do próprio setor ou do macroambiente.

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Quadro 1: Principais inter-relacionamentos do item 2.1

Fonte: Elaboração própria, 2007

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1) CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES DOS
PRINCIPAIS ATORES DA CADEIA DE PRODUÇÃO • forma de atuação (capital aberto, capital fechado,
autarquia, fundação, instituto, órgão público etc.);
Um mapeamento visual da cadeia, com os principais • origem do capital;
atores e suas características que possam gerar forças res- • sistema de gestão;
tritivas e impulsoras mais relevantes, pode servir de • saúde e desempenho financeiro;
subsídio para a análise e discussão da equipe encarrega- • atuação geográfica;
da do planejamento. • imagem institucional e tradição;
• liderança setorial;
Entre os principais atores da cadeia de produção podem • produtos, inovações e nível de comoditização e
ser identificadas as organizações produtoras da cadeia e obsolescência de produtos;
as formadoras de opinião/influenciadoras do comporta- • preços praticados;
mento setorial. • qualidade de produtos e valor percebido pelos clientes;
• processos e competências-chave;
Organizações produtoras da cadeia: • mercados, segmentos e carteira;
• a própria organização; • porte e participação no mercado;
• nível de vendas;
• competidores diretos e indiretos, incluindo os com-
• investimentos;
petidores por meio de produtos ou soluções substitutas
• nível de endividadamento;
ou, até, os próprios clientes da organização, quando
• nível de obsolescência;
possuem soluções próprias;
• políticas de comercialização e/ou de atendimento ao mercado;
• importantes fornecedores, fornecedores de forne- • estratégias tributárias;
cedores e seus principais concorrentes, incluindo • estratégia logística;
fornecedores de capital; e • grau de ociosidade;
• os clientes diretos e indiretos e seus concorrentes. • produtividade; e
• outras informações estruturais.
Organizações formadoras de opinião/influenciadoras do
comportamento setorial:
• entidades de classe; e
• agrupamentos setoriais.
Por exemplo, a análise de preços de fornecimento pratica-
Seguem alguns exemplos de características de produto- dos para determinados produtos adquiridos versus custos,
res da cadeia que podem ser relevantes para a análise do investimentos e competências requeridas para produzi-los
ambiente operacional: pode apontar oportunidades para internalizar a produção
de produtos ora adquiridos. Da mesma forma, a análise

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de custos de produção internos 2) CARACTERÍSTICAS OU Por exemplo, a identificação de
comparados com os praticados no FORÇAS ATUANTES NO movimentos acelerados de conso-
mercado pode identificar oportunidade SETOR COMO UM TODO lidação de empresas pode
inversa. O mesmo pode acontecer em traduzir-se em ameaças à manuten-
relação a intermediários na cadeia de O levantamento dessas caracterís- ção da competitividade ou
suprimento ao cliente. ticas deve permitir a identificação oportunidades para negociar a rea-
das principais forças impulsoras ou lização de vendas e aquisições de
Quanto aos formadores de opinião e restritivas relativas ao setor como operações.
influenciadores setoriais, seguem al- um todo.
guns exemplos de características que A organização pode revisar sua lista
podem ser relevantes para a análise Seguem as características do setor de verificação a cada ciclo de plane-
do ambiente operacional. como um todo e de seu funcionamen- jamento, atualizando as características
to que podem ser relevantes para a relevantes relativas aos atores e sobre
análise do ambiente operacional. o seu setor e, depois, identificar aquelas
que devem ser investigadas e ana-
• forma de organização; lisadas. A lista pode apoiar o
• grau de representatividade; • nível de organização do setor; controle da identificação e da aná-
• ideário de influência; • grau de oligopolização e competição; lise das características.
• estudos de mercados; • velocidade de consolidação;
• interesses representados; • alianças estratégicas; O quadro 2 ilustra diversas técnicas
• poder de influência; e • novos atores entrantes; e metodologias utilizadas para apoi-
• comportamento do setor em outros ar o mapeamento e a análise das
• outros fatores.
mercados mais desenvolvidos; características do setor de atuação.
• disponibilidade e preços de maté-
rias-primas e insumos;
• níveis de estoques e de produção
Por exemplo, uma análise de recomen- nos principais elos;
dações de federações ou associações • práticas comerciais do setor;
classistas para fomento do setor pode • informalidade e práticas tributárias;
apresentar oportunidades para ações • modernidade da gestão;
promocionais em parceria com outros
• representatividade do setor na co-
atores. Já uma análise de resultados munidade de negócios; e
de estudos de mercados por elas rea- • outros fatores.
lizados pode indicar tendências de
mudança de hábitos de consumo na
cadeia que representem ameaças à
forma de atuação comercial.

Estratégias e Planos | Cadernos de Excelência . FNQ | 11


Quadro 2: Metodologias para o mapeamento do ambiente operacional

Fonte: Elaboração própria, 2007

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que passam a operar em outros mercados necessitam ampli-
A Dana Albarus - Divisão Cardans (PNQ 2003), ar o processo de análises macroambientais para considerar
inclui na sua análise competitiva os seguintes essas forças em cada mercado distinto, o que representa au-
fatores relativos ao setor de atuação: demanda mento da complexidade da análise estratégica.
de mercado atual e potencial; necessidades e
expectativas do mercado; análise SWOT Apesar de o grau de impacto desses fatores ambientais
(“Strengths”, “Weaknesses”, “Opportunities”, variar, eles influenciam o setor de atuação da organi-
“Threats” ou Forças, Fraquezas, Oportunida- zação e seus mercados de forma particular. O desafio
des, Ameaças) da concorrência e entrantes; consiste em investigar, compreender, acompanhar e
análise do produto da concorrência; novos re- avaliar essas variáveis no setor e em cada mercado de
quisitos dos clientes; novas tecnologias e novos atuação da organização. É importante realizar a previ-
produtos; e análise SWOT de fornecedores. são de cenários com o comportamento das principais
Esses fatores são atualizados com periodicida- variáveis identificadas e sua influência, avaliando as
de diversa, conforme o tipo de informação, por mudanças, tendências, probabilidades de ocorrência
diferentes responsáveis da equipe encarregada e nível de impacto. Uma vez estabelecidos os cenári-
do planejamento. os mais prováveis, a organização pode selecionar as
principais oportunidades e ameaças ao êxito de sua
visão de futuro.

B) ANÁLISE DO MACROAMBIENTE E Tais análises resultam no estabelecimento de hipóte-


DO MERCADO DE ATUAÇÃO ses sobre possíveis tendências futuras do mercado da
organização frente às forças impulsoras e restritivas do
A análise do macroambiente investiga as questões amplas macroambiente e do setor de atuação. Essas hipóteses
do universo social, econômico e político, e sua influência proporcionam os elementos para a configuração de ce-
no setor de atuação analisado, com o objetivo de identifi- nários possíveis em que a organização pode ter que
car ameaças e oportunidades do seu mercado de atuação. atuar a fim de colocar produtos e atender aos anseios
São questões que as organizações, individualmente, das partes interessadas.
pouco conseguem influenciar, mas que as influenciam
diretamente o seu setor de atuação. As organizações O quadro 3 apresenta alguns exemplos de fatores que
bem-sucedidas são aquelas que podem reconhecer e tipicamente são parte integrante de estudos para o
responder rentavelmente às necessidades não atendidas entendimento atual e futuro do comportamento das
e às tendências do macroambiente (Kotler, 1998). quatro forças macroambientais citadas. Esses fatores
também podem apoiar a confecção da lista de verifi-
As organizações são afetadas por pelo menos quatro forças cação a ser utilizada no planejamento, para controlar
macroambientais em seus mercados de atuação: político- a abrangência, completude e profundidade do proces-
legais; econômicas; tecnológicas; e sociais. Por isso, aquelas so de análise do macroambiente.

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Quadro 3: Fatores que compõem o macroambiente A análise do mercado de atuação
abrange o estudo das informações
sobre a evolução do desempenho
mercadológico de produtos em re-
lação à concorrência nos segmentos
de atuação e a conseqüente identi-
ficação de oportunidades e ameaças.
Fatores relevantes, como evolução
e sazonalidade da demanda, até mes-
mo geográfica, de produtos e de
novos produtos, participação nos seg-
mentos, preços relativos, pontos de
venda, prazos de entrega, negócios
perdidos, cancelamentos de contra-
tos, investimentos em publicidade e
propaganda, perfil dos compradores,
usuários ou demandantes, seu com-
portamento na decisão de compra, seu
poder de compra e valor a eles agre-
gado pelos produtos, dentre outros,
devem ser considerados.

Essas análises se baseiam em infor-


mações levantadas sobre o perfil das
vendas ou entregas dos produtos da
organização, as informações de ne-
gócios perdidos, fatos relevantes a
respeito da atuação da concorrência
e pesquisas de mercado e de satisfa-
ção de clientes. As análises levantam
as oportunidades e ameaças
concorrenciais, indicando as neces-
Fonte: Adaptado de “Gestão estratégica - princípios e práticas”, J. David Hunger e
Thomas L. Wheelen, 2002 sidades de formulação de estratégias
de segmentação, de configuração de
portifólio de produtos, de política de
preços, da utilização da publicidade
e propaganda, de arquitetura dos ca-
nais de venda e outras.

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Na Belgo Juiz de Fora (PNQ 2004), “Os membros do Comitê de Planejamento Estratégico (CPE) que possu-
em maior afinidade com os elementos de análise são responsáveis por levantar informações confiáveis que
serão discutidas e analisadas no Comitê. Concluída a etapa de análise do macroambiente, o CPE analisa as
forças que determinam a concorrência no setor, baseando-se na teoria de Porter - análise de oportunidades e
ameaças do ambiente competitivo [...] As análises são apresentadas durante o workshop de formulação de
estratégias para validação do cenário externo pelos participantes.” (Ver quadro 4).

Quadro 4: Elementos do macroambiente Belgo Juiz de Fora

Fonte: FNQ: Relatório da Gestão Belgo Juiz de Fora, 2004

Estratégias e Planos | Cadernos de Excelência . FNQ | 15


C) ANÁLISE DO AMBIENTE INTERNO

Esta análise refere-se aos fatores internos da empresa, desde sua estrutura de
trabalho até os aspectos financeiros. Diferentemente dos componentes do
macroambiente e do ambiente operacional, que existem fora da organização,
os componentes do ambiente interno são os mais facilmente perceptíveis e
controláveis, por se encontrarem dentro da organização. Neste momento, é
feita uma análise das condições internas da organização para permitir uma
avaliação dos principais pontos fortes e fracos. Os pontos fortes da organiza-
ção correspondem às forças impulsoras internas, que facilitam o alcance dos
objetivos organizacionais, as quais devem ser reforçadas, enquanto os pontos
fracos se constituem das limitações e forças restritivas, que dificultam ou
impedem o seu alcance, as quais devem ser superadas.

Não existe uma abordagem única para a realização do diagnóstico do ambi-


ente interno. Em geral, envolve o estudo de pelo menos dois fatores: análise
das competências da organização, baseada nas informações provenientes
da análise do desempenho (resultados versus metas versus informações com-
parativas e relatórios de avaliação); e a análise de recursos.
• Análise das competências da organização - propicia a identificação de
principais forças e fraquezas da organização a partir da determinação de suas
competências essenciais em relação a de seus competidores. As competên-
cias essenciais compreendem os recursos e as capacidades que servem como
fonte de vantagem competitiva a uma empresa em relação a seus concor-
rentes. Geram ativos intangíveis responsáveis pelos principais diferenciais
em relação a eles e refletem a “personalidade” da empresa. Na condição de
adotar medidas de ação, as competências essenciais são atividades que a
empresa executa especialmente bem em comparação aos concorrentes e
adiciona valor ímpar a seus bens e serviços por um longo período de tempo.
Alguns exemplos clássicos de empresas e a síntese de suas respectivas
competências essenciais:
- Sony: capacidade de miniaturizar;
- Honda: motores e sistemas de potência;
- Canon: ótica e processamento de imagem.

Vários métodos podem ser utilizados para identificar as competências essenciais


de uma organização em relação a de seus concorrentes principais. O primeiro
deles é constituído de quatro critérios específicos - capacidades: valiosas, raras,
de imitação dispendiosa e insubstituíveis - que as organizações podem usar para

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mapear seus recursos e capacidades, e identificar as com- Quadro 5 -Elementos do ambiente interno Belgo Juiz de Fora
petências essenciais. O segundo instrumento é a análise da
cadeia de valor da organização e identificação de compe-
tências críticas na geração de diferenciais. Em ambos os casos,
a identificação pode ser realizada com base na captação da
opinião de clientes e outros atores (pesquisas, grupos de
foco etc.) quanto aos maiores diferenciais percebidos,
seguida de brainstormings com a finalidade de inventariar
quais são as competências ou conhecimentos da organi-
zação que propiciam aquelas percepções. Um terceiro
método é o da análise de resultados comparativos, quando
a organização identifica em que indicadores possui
vantagem significativa em relação à concorrência, para
depois investigar as competências ou conhecimentos
responsáveis pelas vantagens.

A identificação dessas competências é a base para o desen-


volvimento dos ativos intangíveis que mais agregam valor
ao negócio e mais geram diferenciais competitivos. As em-
presas podem utilizar essas informações para selecionar as
competências que devem ser desenvolvidas e aquelas que
podem ser terceirizadas por representarem commodities.
• Análise dos recursos - propicia a identificação dos
bens que podem ser vistos e quantificados para de-
terminar pontos fortes e fracos. Eles variam conforme
o perfil da organização, mas pode-se resumi-los em
pelo menos três categorias de análise:
- Recursos financeiros - caixa, créditos, orçamen-
tos autorizados e outros realizáveis;
- Recursos organizacionais - sistema de gestão, es-
trutura organizacional, humanos, sistemas de
informação e comunicação etc.; e
- Recursos físicos - infra-estrutura, capacidade pro-
dutiva, produtividade de equipamentos, meios Fonte: FNQ: Relatório da Gestão Belgo Juiz de Fora, 2004
de distribuição etc.

O quadro 5 ilustra os elementos do ambiente interno


analisados pela Belgo Juiz de Fora (PNQ 2004).

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D) DEFINIÇÃO DAS ESTRATÉGIAS 3) Vantagem - As estratégias devem propiciar a criação
ou manutenção de uma vantagem competitiva na
A partir das forças restritivas e impulsoras resultantes área de atividade selecionada. A área de atividade
das análises ambientais, em geral, a missão e a visão refere-se ao ramo de negócio que a organização es-
de futuro da organização são revisadas ou confirmadas. colhe para atuar. Espera-se que as estratégias
Em seguida, são identificadas e avaliadas as possíveis desenvolvam alguma vantagem competitiva de
estratégias a serem adotadas para tratar aquelas forças, mercado em relação aos competidores.
considerando também as estratégias em curso. A 4) Viabilidade - As estratégias não devem sobrecarregar os
Caterpillar (PNQ 1999) chamou isso de “Processo de recursos disponíveis nem criar problemas insuperáveis.
recalibração das estratégias”. A definição do grau de viabilidade pode ser resultado de
macroavaliações e exercícios de projeção financeira.
O uso da matriz SWOT - Strengths, Weaknesses,
Opportunities, Threats - serve como ferramenta para orga- Para apoiar a definição de estratégias e a seleção daque-
nizar as forças impulsoras e restritivas internas (SW) e las a serem adotadas, muitas das vencedoras e finalistas
externas (OT), propiciando uma visão consolidada para do PNQ incluem em seus ciclos de planejamento fases
a equipe encarregada do planejamento poder propor de elaboração e exercícios de mapas estratégicos, com os
estratégias alternativas a serem consideradas, a fim de objetivos estratégicos separados por perspectivas e inter-
selecionar e validar aquelas que serão imprescindíveis ligados por setas que indicam relações de causa e efeito,
para tornar a visão de futuro da organização uma realida- segundo o modelo do Balanced Scorecard - BSC (Norton e
de no longo prazo, viabilizando produtos competitivos Kaplan, 1997) - ou dele derivado. As derivações desse
e rentáveis no mercado e maximizando os resultados modelo, em geral, buscam introduzir perspectivas adicio-
para as partes interessadas. nais, além das propostas pelo modelo clássico - financeira,
cliente, processos internos e aprendizado e crescimento -, com o
A equipe de planejamento pode validar as estratégias a objetivo de aprofundar o mapeamento e visualizar obje-
serem adotadas, levando-se em conta o grau de consis- tivos estratégicos em relação a todas as partes interessadas,
tência, consonância, vantagem e viabilidade de cada facilitando a seleção daqueles que melhor respondem às
estratégia proposta. forças impulsoras ou restritivas. Exercícios de simulações
1) Consistência - As estratégias não devem apresentar e de projeções de resultados apóiam a validação dos ob-
objetivos e políticas mutuamente inconsistentes. jetivos estratégicos definidos.
Devem ser consistentes entre si, com a visão de fu-
turo e com os valores e princípios organizacionais.
Na Gerdau Aços Finos Piratini (PNQ 2002), uma
2) Consonância - As estratégias devem representar res- avaliação de consistência global é realizada no fi-
posta adaptativa ao ambiente externo e suas forças nal do ciclo de planejamento, na Reunião
restritivas e impulsoras, e às mudanças críticas que Conjunta com o Conselho, instância controladora
ocorrem no mesmo. Inclui a coerência com as neces- representante do acionista, para assegurar alinha-
sidades das partes interessadas, por exemplo, novos mento a valores, diretrizes e estratégias
anseios de controladores e novas demandas da soci- corporativas.
edade expressas em leis e regulamentos.

18 | Cadernos de Excelência . FNQ | Estratégias e Planos


As estratégias selecionadas recebem, nas organizações, O modelo de negócio é a concepção estratégica da forma
diferentes denominações - “objetivos estratégicos”, de atuação da organização, podendo compreender várias
“macroobjetivos”, “macroestratégias”, “direcionadores- definições, como: produtos a serem fabricados, local de
chave”, “objetivos”, “ações estratégicas”, “diretrizes instalação das suas unidades, seleção de mercados-alvo e
estratégicas”, “estratégias”, dentre outras - mas, em to- clientes-alvo, escolha de parceiros, forma de relaciona-
dos os casos, têm a finalidade de indicar as linhas de mento com fornecedores e distribuidores e outros aspectos
atuação para realizar a visão de futuro. considerados relevantes para o sucesso do negócio.

E) AVALIAÇÃO DO MODELO DE NEGÓCIO Os modelos de negócio emersos de tais análises podem


influenciar diversos aspectos da gestão das organizações,
A avaliação do modelo de negócio em relação às pers- sua missão, a identificação da concorrência, a configura-
pectivas do macroambiente, da tecnologia e do mercado ção dos processos principais do negócio e de apoio,
de atuação visa analisar e otimizar a forma de atuação da estrutura do sistema de liderança, remanejamento ou
organização no mercado para maximizar seus resultados contratação de executivos, o perfil da força de trabalho e
e promover sua perpetuação. outros aspectos, afetando a definição de estratégias. Os
fatores macroambientais e tecnológicos podem exercer

Quadro 6: Exemplo didático de ajuste em características do modelo de negócio

Fonte: FNQ, 2007

Estratégias e Planos | Cadernos de Excelência . FNQ | 19


grande influência na forma de atuação de uma organiza- no mercado de produtos para presentes e, assim,
ção, por isso devem ser levados em conta na análise. remodela o processo de marketing e cria o processo
de design (tecnologia) de embalagem na área de pes-
Tais avaliações envolvem a Direção da organização, seus quisa e desenvolvimento.
controladores e, em geral, consultorias especializadas
2) Ao identificar o processo de crédito e cobrança como a
em análise estratégica. Em grandes organizações o pro-
parte mais importante da composição de sua rentabili-
jeto de novos modelos de negócio deve procurar
dade, perceber a facilidade de pagamento como maior
envolver a chefia de suas unidades autônomas afetadas
valor percebido pelos seus clientes e observar que o
pelas mudanças, com o objetivo de ampliar o teste de
poder de compra de seus clientes-alvo está diminuin-
validade das teorias propostas para os novos modelos.
do (macroambiente), uma empresa de varejo estabelece
uma estratégia para incrementar vendas a prazo remo-
Chamado por Drucker (1997) “Teoria do Negócio”, este
delando seu negócio e tratando o processo de crédito e
processo de inteligência abrange o entendimento claro
cobrança como processo principal do negócio.
da cadeia de geração de valor da organização e a busca
de forma mais rentável de atuação no ambiente, adap- 3) Uma estratégia de capitalização associada a uma estraté-
tando-se à realidade. Busca identificar os processos que gia de ampliação acelerada de uma rede de varejo em
são responsáveis pelos principais ganhos e o que agre- sobremesas “delivery” muda seu modelo de operação
gam ao produto final vis-à-vis as razões e os níveis de com filiais para um modelo por franquias (quadro 6).
preferência dos clientes pelos produtos da organização.
F) ENVOLVIMENTO DE ÁREAS E
O modelo de negócio, em última instância, deve responder PARTES INTERESSADAS
à pergunta: “Com qual configuração multiplicaremos os
recursos que gerimos por meio de nossas estratégias?” A participação sistemática das áreas internas no processo
A avaliação do modelo deve proporcionar insights para de formulação das estratégias visa aumentar a precisão das
multiplicar ainda mais seus resultados. informações levantadas e tratadas, por meio da ampliação
da equipe envolvida no planejamento, formada por lide-
Esses novos insights podem levar a um entendimento novo ranças e profissionais seniores de escalões inferiores, e
sobre a missão ou o que os clientes estão de fato compran- promover a ampla participação das pessoas no estabe-
do e influenciar drasticamente a implementação das lecimento dos rumos e objetivos comuns, engajando
estratégias da organização, por exemplo, re-segmentação liderados e aumentando a eficácia do sistema de liderança.
de mercado, de posicionamento no mercado, implantação
de filiais, consideração de novos nichos, de captação de Por outro lado, dependendo do porte da organização e do
recursos, de cessação de determinadas operações e de grau de interdependência, o envolvimento direto ou in-
montagem de suas equipes. direto de controladores, clientes, fornecedores, parceiros
e determinadas instâncias da sociedade e da comunidade,
Exemplos: de acordo com o fator ambiental analisado, proporciona
1) Ao descobrir que as características da embalagem de maior consistência e alinhamento às necessidades atuais
seus produtos é muito valorizada pela maioria dos e emergentes dessas partes. Recomenda-se que os padrões
seus consumidores que compram presentes para seus de planejamento incluam os critérios de envolvimento
amigos e parentes, uma empresa se vê competindo de cada parte interessada.

20 | Cadernos de Excelência . FNQ | Estratégias e Planos


O padrão de planejamento deve, portanto, estabelecer crité- O processo promove o encadeamento e o alinhamento
rios de seleção de quais instâncias internas e externas dos objetivos dos diversos setores da organização às
participam do processo, em que momento são ouvidas no estratégias formuladas e compromete a cadeia de comando
mapeamento das variáveis ambientais, quais as informações e os profissionais com objetivos comuns. Esses objeti-
são buscadas e qual sua finalidade. Para a seleção de instân- vos, na forma de planos de ação, projetos que os compõem,
cias externas a serem ouvidas, é relevante avaliar o grau de seus prazos de conclusão e metas de desempenho,
interação e interdependência da parte interessada com a orga- instrumentalizam o sistema de liderança com dois
nização, visando a antecipar-se no processo de alinhamento vetores essenciais à mobilização das pessoas - a promoção
mútuo de estratégias. Fica evidente que instâncias da motivação humana em torno de desafios;e a promoção da
controladoras das organizações representam uma parte motivação humana em torno do incentivo das pessoas no
interessada quase sempre necessária e presente em algum tocante ao alcance de metas. Esses vetores são decorrentes
momento do processo de formulação das estratégias. do particionamento da causa e objetivos da organização
em objetivos práticos e compreensíveis para os setores.

A Direção executiva da Irmandade Santa Casa da Artigo publicado pela Harvard Business Review apresen-
Misericórdia de Porto Alegre (PNQ 2002) realiza tou os resultados de uma pesquisa realizada com
reuniões com médicos, fornecedores e convênios, executivos internacionais que apontou a grande dificul-
além de pesquisas com as partes interessadas, es- dade das organizações em implantar suas estratégias com
pecialmente os clientes usuários, no âmbito do sucesso. Este estudo mostrou que apenas 60% das estra-
processo de formulação das estratégias. A Mesa tégias estabelecidas atingiram seu valor potencial em
Administrativa (instância controladora) é envolvi- função de falhas de planejamento e de implantação.
da no processo de aprovação.
Levantamento realizado pela revista Fortune com
93 empresas revelou que mais da metade enfrenta pro-
blemas de implantação, tais como: lentidão,
Uma vez formuladas as estratégias no processo de plane- coordenação ineficaz, definição inadequada de tarefas e
jamento passa-se à fase de sua implementação, tratada no falhas no monitoramento. Além disso, verifica-se a difi-
item seguinte. culdade em vincular a gestão operacional de curto prazo
com a visão de longo prazo estabelecida por meio da
estratégia. Isto é, a organização tem grande dificuldade
em demonstrar como as pessoas e seus processos podem
IMPLEMENTAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS contribuir para o alcance das aspirações estratégicas a
que ela se propõe, assim como as relações de causa e
A implementação das estratégias apresenta-se como um efeito entre seus objetivos e os resultados almejados.
dos aspectos mais críticos para o sucesso de longo prazo
de uma organização, já que inclui o planejamento das Essas dificuldades levaram ao surgimento de diversas
ações, a alocação dos recursos e a definição das metas metodologias que buscam garantir o eficaz desdobra-
necessárias para sustentar as estratégias estabelecidas, mento, implantação e monitoramento das estratégias
assim como as sistemáticas para comunicação e o organizacionais, sendo as mais populares entre as organi-
monitoramento de seus resultados. zações Classe Mundial: “Desdobramento das Diretrizes”,

Estratégias e Planos | Cadernos de Excelência . FNQ | 21


de Hoshin Kanri; “Balanced Scorecard”, de Norton & • desdobramento das metas relativas às estratégias para
Kaplan; e “Administração por Objetivos”, introduzida os diversos setores, responsáveis por processos, man-
por Drucker. Todas elas são baseadas em processos de tendo-se coerência entre seus indicadores e os
desdobramento e negociação de objetivos e metas relativos às estratégias;
em todos os níveis organizacionais, possibilitando a
• desdobramento das estratégias em planos de ação
definição de planos de ação para a implementação
para os setores, mantendo-se coerência entre eles;
da estratégia. Naturalmente, isso não impede que
cada organização desenvolva e aprimore seu próprio • alocação de recursos para garantir a implementação
sistema, porém, em geral, tendem a se aproximar dos dos planos de ação;
anteriormente citados. • comunicação de estratégias, metas e planos de ação
internamente e, quando pertinente, externamente,
O item Implementação das estratégias, como os demais às partes interessadas;
itens dos Critérios de Excelência, procura separar, didati-
camente, as exigências do sistema de gestão tratado, • monitoramento da implementação dos planos; e
em processos gerenciais focados, que, nesse caso, vi- • adaptação das estratégias, metas e planos de ação
sam a potencializar o êxito da organização Classe diante das alterações ambientais (resposta a mudan-
Mundial na implementação dos rumos determinados ças ambientais e revisão de rumos).
pelas estratégias formuladas, por meio de ações coor-
denadas. Cada um desses processos porém, pode ser O quadro 7 apresenta as principais inter-relações do item
tratado por uma ou mais práticas de gestão da organiza- 2.2 com os demais itens dos Critérios de Excelência.
ção, de forma simultânea, seqüencial ou
interdependente.

Tal separação resultou na exigência de práticas de ges-


tão da organização que devem abranger os seguintes
processos:
• definição de indicadores para avaliar as estratégias
formuladas, estabelecimento de metas de curto e
longo prazos e definição de planos de ação para sus-
tentar as estratégias;

22 | Cadernos de Excelência . FNQ | Estratégias e Planos


Quadro 7: Principais inter-relacionamentos do item 2.2

Fonte: FNQ, 2007

Estratégias e Planos | Cadernos de Excelência . FNQ | 23


A) DEFINIÇÃO DE INDICADORES, Nessas organizações, o núcleo central da equipe que ela-
ESTABELECIMENTO DE METAS E bora o planejamento é composto pelos principais dirigentes,
DEFINIÇÃO DE PLANOS DE AÇÃO outros executivos ou assessores seniores e, muitas vezes,
representantes de instâncias controladoras, como é o caso
A definição de indicadores para a avaliação da de empresas com conselhos de governança, subsidiárias
implementação das estratégias, o estabelecimento de de corporações e unidades autônomas (divisões, departa-
metas de curto e longo prazos a elas vinculadas, bem mentos, etc.). Essa equipe de planejamento, no entanto,
como a montagem dos planos de ação para sustentar o compõe o núcleo de uma rede que se amplia no momento
alcance das metas são realizados, em geral, de forma em que as estratégias formuladas precisam ser desdobradas
simultânea e interdependente durante o ciclo de plane- em indicadores, metas e planos de ação viáveis envol-
jamento. vendo mais pessoas no processo.

• DEFINIÇÃO DOS INDICADORES PARA AVALIA-


Uma pesquisa realizada em 2004 pela Fundação Institu-
ÇÃO DAS ESTRATÉGIAS
to de Administração (FIA), com 274 executivos das
principais empresas brasileiras apontou que 82,3% dos Essas informações indicam, a partir de medições de resul-
entrevistados consideravam que seu maior desafio era tados tomadas ao longo do tempo, o nível de desempenho
alinhar as pessoas, seu desempenho e suas competênci- (êxito, performance, sucesso) que a organização tem em
as humanas às estratégias do negócio e aos objetivos realizar o que foi planejado.
organizacionais. Fica evidente a importância do estabe-
lecimento de um sistema que possibilite: A definição de indicadores de desempenho para a avalia-
ção da implementação das estratégias propicia elementos
• traduzir a estratégia por meio de indicadores, metas para o gerenciamento do seu progresso com base em fa-
e planos de ação, facilitando-se a implementação dos tos. De acordo com o exemplo da figura 3, as medições
objetivos estratégicos e a medição do seu sucesso; de progresso por meio de indicadores individualizados
• integrar a estratégia ao dia-a-dia das pessoas; e índice de repetição do serviço e prazo médio de atendimento
para cada estratégia eliminar retrabalho e reduzir tempo de
• assegurar a compreensão e o alinhamento de todos
atendimento, respectivamente, facilitam a tomada de de-
com a estratégia.
cisão; enquanto o uso de indicadores integradores (custo
por serviço correto) para medir o êxito de agrupamentos ou
Uma análise mais aprofundada das diversas organiza-
blocos de estratégias (melhorar a qualidade dos serviços)
ções ganhadoras do PNQ e das metodologias por elas
promove uma visão sintética para a Direção.
adotadas demonstra que uma das abordagens mais uti-
lizadas para a implementação deste sistema é realizada A natureza das medições a serem adotadas depende da
por meio de um contínuo processo de desdobramento natureza das estratégias. As estratégias que exprimem o
de indicadores, metas e planos de ação. Além disso, atendimento de necessidades de partes interessadas e
este processo tende a ser bastante participativo, por os resultados por elas esperados por si só já determinam
meio do envolvimento de grande número de pessoas a natureza dos indicadores a serem adotados. É o caso,
em todos os níveis da organização, em uma série de por exemplo, de resultados financeiros monitorados pelos
eventos sincronizados em cada um dos níveis organi- controladores e de parâmetros regulamentares a serem
zacionais. respeitados.

24 | Cadernos de Excelência . FNQ | Estratégias e Planos


O segundo mecanismo, para a escolha
dos mais apropriados, sugere que es-
ses indicadores sejam correlacionados
e classificados em indicadores resultan-
tes (outcomes) ou direcionadores (drivers)
como ilustra o quadro 8, do painel de
bordo da Politeno (PNQ 2002). Estes
estudos de correlação entre os indica-
dores possibilitam o entendimento dos
impactos de uma medida no desem-
penho da outra.

A ferramenta espinha-de-peixe, um
dos mais simples mecanismos de aná-
lise de correlação de grandezas, pode
ser utilizada para encontrar os indica-
dores direcionadores que influenciam
indicadores resultantes. A partir do
exemplo da figura 4, os indicadores
Índice de faltas em treinamentos, Índice
Figura 3: Exemplo de indicadores de estratégias específicos e integrados de atrasos e Tempo médio ocupado em
Fonte: FNQ, 2007 registro de informações, poderão ser
acompanhados por afetarem forte-
mente o Índice de produtividade da
mão-de-obra (MO).
Para outras estratégias formuladas não diretamente vinculadas a anseios de
partes interessadas, dois mecanismos que se complementam podem apoiar- Os resultados relativos aos indica-
se na definição e escolha de indicadores. O primeiro é o da análise crítica dos dores das estratégias são considerados
propósitos das estratégias e o da identificação de medições objetivas de de- relevantes para apresentação no
sempenho, por meio de brainstorming, considerando os seguintes aspectos: Critério Resultados, exceto quando
se tratar de indicadores novos, cria-
• relevância - medição decorrente de meta de partida estabelecida por parte
dos para avaliar estratégias
interessada ou vinculação com nova estratégia formulada;
recém-formuladas. Naquele Critério
• acessibilidade - facilidade de realização da medição no sistema de infor- podem ser apresentados também re-
mação; sultados relativos de estratégias
anteriores recém-concluídas cujos
• objetividade - capacidade de demonstrar objetivamente resultado de
indicadores não mais sejam utiliza-
eficiência, eficácia, satisfação ou insatisfação; e
dos para monitorar estratégias atuais,
• comparabilidade - possibilidade de se comparar externamente os resultados mas que sejam relevantes para de-
para avaliar níveis alcançados e/ou apoiar o estabelecimento de metas. monstrar seu êxito.

Estratégias e Planos | Cadernos de Excelência . FNQ | 25


Quadro 8: Exemplo de Painel de Bordo - Politeno PNQ 2002

Fonte: FNQ: Relatório da Gestão Politeno, 1992

• ESTABELECIMENTO DE METAS DE CURTO E padrões quantitativos esperados para avaliar o êxito da im-
LONGO PRAZOS plementação das estratégias formuladas ao longo do tempo e
são usadas para a comparação sistemática com os resultados
O estabelecimento de metas para as estratégias transmite obtidos, mantendo nesses o foco da gestão.
para a força de trabalho os objetivos da organização e o foco
em resultados de curto e longo prazos, gerando a mobilização As organizações devem definir os critérios para o esta-
das pessoas e instrumentos para a tomada de decisão e o belecimento de metas para que o processo seja baseado
exercício da liderança. Portanto, as metas estabelecem os em fatos e gere credibilidade e comprometimento (ver

26 | Cadernos de Excelência . FNQ | Estratégias e Planos


ressadas resultam do balanceamento
e harmonização de interesses e vi-
sam ao desenvolvimento sustentável
e à perpetuação da organização Clas-
se Mundial.

A Caterpillar (PNQ 1999)


utilizou um modelo de pla-
nejamento denominado
Winner's Profile (Perfil do ven-
cedor). Em vez de planejar o
que era possível fazer e onde
era viável chegar, definiu me-
tas de onde se devia estar em
cinco anos e o que deveria ser
feito para lá chegar, desdobran-
do as estratégias em planos de
ação anuais detalhados e defi-
Figura 4: Exemplo indicadores direcionadores e resultantes nindo se investimentos e
Fonte: FNQ, 2007 origem de recursos.

exemplo da Dana Albarus - Divisão Cardans no quadro 9). Os principais me- 2) USO DE INFORMAÇÕES
canismos para o estabelecimento de metas estratégicas abordam: COMPARATIVAS

1) ATENDIMENTO DE NECESSIDADES DAS PARTES INTERESSADAS Outro mecanismo que se destaca na


organização Classe Mundial é inspirar-
Em muitas organizações, os resultados econômico-financeiros, de desempenho se em informações comparativas de
no mercado ou outros almejados pela parte interessada controladora alimentam e resultados de competidores, de outras
inspiram o estabelecimento de metas pela administração, pelo simples fato de organizações ou de mercado para defi-
que é a parte que tem o maior interesse no sucesso da organização. Outras partes nir metas que estimulem a
interessadas podem também alimentar e inspirar metas para a administração, competitividade e a excelência. Os
como é o caso de parâmetros regulamentares e necessidades de clientes. controladores, defendendo interesses
de outras partes interessadas, podem
A definição de metas referentes ao atendimento das necessidades da parte estabelecer suas expectativas ou a pró-
interessada controladora ou suas instâncias - acionistas das empresas privadas pria administração pode determinar
e mistas, mantenedores das sem fins lucrativos e instâncias de governo nos metas de desempenho para estratégi-
órgãos de administração pública - e das necessidades das demais partes inte- as com base nesses referenciais.

Estratégias e Planos | Cadernos de Excelência . FNQ | 27


Adicionalmente, a realização de exercícios de proje- • experiência pregressa dos executivos sobre o nível de
ção de desempenho futuro dessas informações resposta conhecido do seu sistema de liderança (consi-
comparativas é uma prática utilizada para almejar a dera-se que a experiência do executivo é um fato).
busca da liderança em determinados resultados.
Exemplificando: o estabelecimento de metas de 4) CONDIÇÕES DO AMBIENTE EXTERNO
lucratividade superior à concorrência, de participação
de mercado ou de vendas superior à concorrência, de Trata-se do uso de informações do macroambiente ou do
compras totais de insumos abaixo de índices inflacio- setor de atuação que determinam o ritmo do desempenho
nários, de giro de estoques acima da média setorial, de da organização e que são consideradas para o estabeleci-
turnover de empregados ou de satisfação de colabora- mento de metas. Tais informações podem restringir tanto
dores menores que os de organizações do mercado o desempenho esperado como favorecê-lo. É o caso das
competidor pela mesma mão-de-obra, eficiência informações sobre o desempenho esperado da economia,
operacional similares ou superiores a ou referenciais políticas tributárias e de comércio emergentes, movimen-
de excelência e nível de precisão do inventário acima tação de fornecedores oligopolizados etc.
de parâmetros de mercado.
5) BALANCEAMENTO E COMPATIBILIZAÇÃO COM
3) DESAFIOS INCREMENTAIS INVESTIMENTOS

O mecanismo de determinação de metas, baseado Na maioria das organizações as metas voltam a ser deba-
em fatos na forma de desafios incrementais lançados tidas, ritualmente, mais de uma vez durante o ciclo de
pela administração, é freqüentemente utilizado e planejamento, quando são analisados os investimentos
pode considerar: necessários para sua realização e o correspondente impacto
no demonstrativo de resultados de curto e longo prazos.
• informações sobre altos níveis de desempenho pon- Esse mecanismo, em que metas viáveis surgem de um
tuais alcançados ao longo de exercícios anteriores e processo negociado que visa a maximizar o comprome-
projetados para todo o exercício subseqüente; timento, é conhecido por catchball ou check-and-balance.
• projeção de desempenho histórico, associado a ganhos
esperados decorrentes de investimentos em O estabelecimento de metas de curto prazo viabiliza o
melhorias, de novos métodos adotados ou de avalia- acompanhamento proativo da evolução de estratégias du-
ção de oportunidades; rante e no final do exercício de orçamento por meio do
sistema de análise do desempenho. O estabelecimento
• autodesafio dos executivos, estimulados por programas de metas de longo prazo possibilita o planejamento de
de participação em resultados, em função de níveis a recursos em investimentos de longo prazo e a conseqüente
serem alcançados; e projeção de resultados financeiros.

28 | Cadernos de Excelência . FNQ | Estratégias e Planos


Quadro 9: Exemplo de critérios de estabelecimento de metas Dana Albarus -
Divisão Cardans

O fato de se apresentarem
categorizados funcionalmente em
algumas organizações simplifica: a
definição de limites e responsabi-
lidades, a elaboração e a
orçamentação, retroalimentando a
formulação e o desdobramento de
estratégias, a fim de se obter ali-
nhamento entre eles. Em unidades
autônomas e subsidiárias, é co-
mum que projetos estratégicos
emanados de instâncias superiores
sejam compulsoriamente incorpo-
rados às estratégias locais, em razão
de estarem sustentando estratégi-
as corporativas.

Várias organizações vencedoras


do PNQ realizam esse processo
por meio do “cascateamento” nos
Fonte: FNQ: Relatório da Gestão, Dana Albarus - Divisão Cardans, 2003 diversos níveis da organização.
Portanto, os planos de ação estra-
tégicos e suas respectivas metas
• DEFINIÇÃO DOS PLANOS DE AÇÃO são desdobrados pela Direção
para seus subordinados, que, por
Os planos de ação caracterizam-se por um conjunto de iniciativas articuladas, sua vez, são responsáveis pelo seu
categorizadas ou não (planos de vendas, marketing, comunicação, pesquisa e detalhamento, considerando-se as
desenvolvimento, qualidade, informática, manutenção, segurança, recursos ações, indicadores, metas, prazos,
humanos, responsabilidade social, treinamento, benchmarking, investimento, responsáveis, orçamentação e tradu-
logística e outros), que guiam, na prática, a implementação das estratégias for- ção em números para a montagem
muladas. Os níveis dos resultados alcançados, demonstrados por meio dos dos demonstrativos de resultados fi-
indicadores das estratégias, serão conseqüência do nível de êxito na nanceiros. Caso necessário, este
implementação desses planos de ação, desdobrados a partir das estratégias. processo se repete nos demais ní-

Estratégias e Planos | Cadernos de Excelência . FNQ | 29


veis da organização, até o menor nível de delega- Na Caterpillar (1999), “a Estratégia Século XXI,
ção necessário, que coincide, na ampla maioria dos recalibrada no processo de formulação anualmen-
casos, com os centros de custos do plano de contas te, serve para orientar o desdobramento de forma
da organização. Esta abordagem possibilita o alinhada entre todos os departamentos e partes in-
envolvimento de grande número de pessoas na ati- teressadas, e também para manter esse alinhamento
vidade de planejamento, o que pode contribuir para ao longo do tempo, pois define Fatores Críticos de
o alinhamento organizacional e o engajamento da Sucesso - FCSs únicos para toda organização, Itens
equipe. de Ação e os indicadores Top Tier associados a cada
fator”. Complementando, cada fator é responsabi-
lidade de um gerente de departamento sponsor
Na Dana Albarus - Divisão Cardans (PNQ 2003), (patrocinador). Cada fator é desdobrado posterior-
“nessa fase as táticas são desdobradas em planos mente em FCS's departamentais, cujos sponsors
de ação pelas áreas ou unidades [...] Conceituamos podem ser os próprios gerentes de departamento
planos de ação como o detalhamento das táticas, que são sponsors do fator crítico de origem ou um
o que garante a sua implementação. Este mesmo gerente de divisão dentro do departamento. Cada
processo é repetido até o último nível da organi- fator crítico de sucesso departamental, por sua vez,
zação através do desdobramento das ações em também é desdobrado em itens de Ação com indi-
tarefas e das tarefas em detalhes [...] Este proces- cadores 2nd Tiers e 3rd Tiers. Cada item de Ação,
so, utilizando o desdobramento em forma de em qualquer nível, é responsabilidade de um Team
cascata, garante a participação das pessoas na de- Leader. O processo alimenta a elaboração gradativa
finição e decisão nas diversas etapas.” do Annual Business Plan, com demonstrativo de
resultados planejados em cada divisão.

Na Politeno (PNQ 2002) , “[...] cada Gerente e


Assessor [...] formam equipes encarregadas de B) DESDOBRAMENTO DE METAS
estabelecer os principais planos de ação setoriais,
com base nos planos corporativos e nos recursos Como os planos de ação introduzem modificações nos pro-
definidos no orçamento. Vale ressaltar a impor- cessos, nos diversos níveis da organização, para viabilizar
tância deste momento, no qual a base operacional metas estratégicas, fica evidente que as metas para os diver-
é envolvida para elaborar estes planos e assegu- sos setores e outros processos devem ser alinhadas e revistas.
rar o seu comprometimento e engajamento com Os investimentos de recursos nesses planos e outras variá-
os mesmos”. veis quando as metas dos processos não coincidem com metas
estratégicas já definidas devem ser considerados.

30 | Cadernos de Excelência . FNQ | Estratégias e Planos


O desdobramento de metas ocorre, metas departamentais, setoriais e in-
geralmente, simultaneamente ao pro- dividuais com o de remuneração
cesso de definição dos planos de ação, variável pode apoiar a obtenção des-
por meio da determinação dos bene- se consenso, quando vincula
fícios esperados para melhoria do diferentes níveis de remuneração de
desempenho dos processos. Para as acordo com os níveis de resultados al-
metas financeiras - por exemplo, as cançados. Além dessas abordagens, os
ligadas a receitas e custos - a defini- mesmos mecanismos utilizados para
ção de metas setoriais pode ser a definição de metas estratégicas, des-
facilmente determinada em cálculos critos anteriormente, também podem
tangíveis. Para as metas não financei- ser empregados para a proposição de
ras, as estimativas se tornam mais metas para os setores.
complexas, pois exigem estudos dos
impactos financeiros positivos nos re- A análise de correlação entre indica-
sultados dos processos de acordo com dores de processos com indicadores
o nível de resultado não financeiro a de estratégia proporciona um meca-
ser alcançado com os investimentos nismo para avaliar a coerência e o
previstos nos planos. É o caso do esta- alinhamento do sistema de medição
belecimento de nova meta de das estratégias com o dos processos.
satisfação de clientes com o serviço Os mecanismos freqüentemente en-
de atendimento telefônico, com base contrados nas organizações Classe
nos investimentos previstos no proje- Mundial envolvem a avaliação da
to de modernização de uma central correlação entre esses indicadores,
de atendimento, ou ainda, a nova meta buscando as relações de causa nos
de reclamações por unidade processos e efeitos nas estratégias.
comercializada após a realização de Nos casos em que as correlações não
investimentos para modificação nos se evidenciam ou são fracas o siste-
projetos de produtos. ma de medição do processo é revisto,
a fim de encontrar indicadores mais
A organização Classe Mundial estimu- apropriados para refletir a estratégia
la esse exercício perante os no processo. Os mecanismos mais po-
responsáveis pelos processos para in- pulares são as matrizes de indicadores
centivar a decisão baseada em fatos. de estratégias versus indicadores de
Em razão da complexidade, muitas processos, com a análise da força de
vezes, o mecanismo de negociação, correlação - forte ou fraca - na
discussão e obtenção de consenso intersecção e as análises de espinha-
entre as lideranças é utilizado para se de-peixe partindo de cada indicador
chegar a compromissos com metas. A de estratégia e identificando causas
ligação entre o estabelecimento de em cada processo.

Estratégias e Planos | Cadernos de Excelência . FNQ | 31


C) DESDOBRAMENTO DE PLANOS DE alinhamento dos planos e seus projetos às estratégias,
AÇÃO assim como a definição de eventuais diretrizes para
tratar lacunas que eventualmente comprometam o
Os planos de ação que resumem idéias mais atingimento das metas.
abrangentes, desdobram-se na forma de projetos ou
ações específicas que as sustentam, com responsá-
veis, objetivos, datas de início e fim, benefícios Na Belgo Juiz de Fora (PNQ 2004), “[...] durante
esperados, investimentos previstos, indicadores, me- o Workshop anual [...] os participantes se divi-
tas associadas às diversas etapas, seus prazos e dem em grupos de trabalho organizados por
respectivos responsáveis e outras informações. Esse perspectivas [...] , discutem e apresentam os pro-
detalhamento propicia o seu acompanhamento pela jetos estratégicos relacionados ao atingimento dos
Direção, por meio de sistemas de informação de objetivos e à eliminação/reforço dos fatores críti-
gerenciamento de projetos em andamento, e o seu cos de sucesso [...] Após o Workshop, o Comitê
controle, pelos responsáveis. de Planejamento Estratégico reúne-se com os
Gerentes e Assessores para detalhar os projetos
Os projetos definidos têm a finalidade de introduzir as necessários ao alcance da estratégia (recursos ne-
modificações nos processos ou criar novos, a fim de cessários e prazos) [...] Para cada projeto é definido
ajustá-los às estratégias formuladas nos diversos níveis um Gerente & Assessor ou Chefe de Departa-
da organização. Assim como o ciclo de formulação das mento responsável, que vai desdobrá-lo em
estratégias propicia a recalibração daquelas vigentes, atividades para o seu pessoal (de qualquer nível
considerando-se as variáveis ambientais, o desdobra- da organização), definindo o prazo para execução
mento dos planos de ação em projetos promove uma de cada uma delas. Denomina-se Plano de Ação
revisão daqueles em andamento, adequando projetos o conjunto formado pelas atividades dos projetos
de longa duração, gerando novos projetos e, até mes- estratégicos, seus responsáveis e prazos.”
mo, interrompendo iniciativas que se tornam
inconsistentes com os novos rumos definidos.

O desdobramento dos planos em projetos nos setores Na Gerdau Aços Finos Piratini (2002), “cada pro-
(ou processos) perfaz esse alinhamento de cima para jeto é coordenado por uma liderança, designada
baixo, e, depois, de baixo para cima e horizontalmen- pelo responsável pelo Plano Anual. Os coorde-
te. Na oportunidade, cada um dos níveis organizacionais, nadores, por sua vez, escolhem os profissionais
responsável por processos específicos - setores, áreas, necessários para integrar as equipes de projetos,
comitês etc. - verifica a consistência de prazos, metas, junto às áreas abrangidas pelo mesmo, podendo
recursos, redundância ou conflitos no âmbito das reu- ser de qualquer nível hierárquico. Os projetos
niões do ciclo de planejamento, por meio de debates e podem ser desdobrados em subprojetos, em fun-
consenso da equipe expandida de planejamento. Este ção de seu alcance, com a designação de
processo termina com a verificação, pela equipe, do respectivos coordenadores”.

32 | Cadernos de Excelência . FNQ | Estratégias e Planos


D) ALOCAÇÃO DE RECURSOS PARA OS Na Belgo Juiz de Fora (PNQ 2004), “no
PLANOS detalhamento dos projetos estratégicos, os geren-
tes & assessores, em conjunto com o Comitê de
Um dos aspectos-chave para o sucesso de qualquer estraté- Planejamento Estratégico, levantam os recursos
gia é a adequada definição e disponibilização dos recursos materiais (equipamentos, espaço físico e
para a implementação dos planos de ação compostos pelos insumos), os recursos humanos (empregados, ter-
projetos que as sustentam. ceiros e contratados) e os recursos de capacitação
e transferência de tecnologia necessários aos pro-
Estudos demonstram que 60% das empresas não vin- jetos e estimam o valor do investimento (recursos
culam seus orçamentos à estratégia organizacional. financeiros) para aprovação do Comitê da Ges-
Desta forma, não é de se estranhar que tantos planos tão. Uma vez aprovados, os recursos financeiros
estratégicos sofram com a falta de recursos para sua são alocados durante processo de elaboração do
implementação. Para evitar isso, as organizações Clas- orçamento anual e plurianual realizado após o
se Mundial alinham seu processo de planejamento ciclo de planejamento estratégico.”
orçamentário ao processo de planejamento estratégi-
co a fim de assegurar que as necessidades financeiras
e os retornos previstos nos projetos que compõem seus Na Bahia Sul Celulose (PNQ 2001), “A alocação
planos de ação sejam tratados e priorizados. Sem a de recursos: o ciclo de orçamentação, que ocorre no
boa integração dessas práticas, as estratégias formula- segundo semestre de cada exercício fiscal, é ali-
das e os planos definidos não passam de uma carta de mentado também com as necessidades de
intenções. investimentos ou despesas decorrentes do planeja-
mento estratégico [...] Durante o ciclo de
As estimativas, discussões e negociações sobre os apadrinhamento, o diretor, junto com os donos dos
recursos (financeiros, humanos e materiais) neces- processos, discute e levanta as necessidades finan-
sários à execução dos projetos para implementar as ceiras, garantindo que cada gerente inclua nas
ações estabelecidas durante todas as etapas de des- premissas orçamentárias os valores necessários para
dobramento das metas e ações, nos diversos níveis garantir a execução dos seus planos do negócio.”
organizacionais, bem como os retornos esperados,
são traduzidas em investimentos e retornos finan-
ceiros. Depois, são incluídas nas projeções
consolidadas de resultados financeiros dos exercí- E) COMUNICAÇÃO DE ESTRATÉGIAS,
cios futuros - plano orçamentário, plano operacional, METAS E PLANOS
plano de negócio, demonstrativo de resultados, or-
çamento e outras denominações - das frações de A comunicação interna das estratégias, metas e seus indi-
exercício - mês, trimestre ou semestre -, concilian- cadores e planos de ação, é vital para o engajamento das
do suas necessidades estratégicas com a gestão do pessoas na causa comum, aumentando-se a eficácia da
fluxo de caixa organizacional. liderança. Com as instâncias controladoras, a comunica-

Estratégias e Planos | Cadernos de Excelência . FNQ | 33


ção desses temas serve à construção de compromissos memorandos executivos, apresentações da Direção e
mútuos. A comunicação para outras partes interessadas, outros - e os canais informais, que são construídos com
na medida em que as estratégias as influenciem, é neces- as pessoas ou grupos respeitados por funcionários nos
sária para o alinhamento de interesses e prevenção de quais eles confiam.
problemas de relacionamento comercial e institucional.
A comunicação à força de trabalho e a determinados pú-
Uma boa estratégia de comunicação não deve ser ape- blicos externos, em geral, exige uma tradução para uma
nas vertical, mas também horizontal, assim como deve linguagem mais simplificada, de fácil compreensão, a fim
considerar os canais formais - quadros de avisos, arti- de assegurar maior compreensão pelos diversos níveis da
gos na imprensa interna, boletins informativos, organização. O quadro 10 exemplifica isso.

Quadro 10: Exemplo de Canais de Comunicação

Fonte: FNQ: Relatório da Gestão Politeno, 2002

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F) MONITORAMENTO DA IMPLEMENTAÇÃO DOS
PLANOS DE AÇÃO Na Caterpillar (PNQ 1999), o
fato de existir um sponsor para
O acompanhamento do status dos projetos que compõem os planos de cada Fator Crítico de Sucesso
ação necessários à implementação das estratégias, por representarem (estratégia), que se reporta ao
muitas iniciativas simultâneas e encadeadas, em diversos níveis, deman- presidente e responde pelo
da métodos estruturados. Em razão da grande quantidade de pessoas e status de todos os Itens de Ação
informações envolvidas nos projetos, na grande maioria das organizações dele desdobrados nos diversos
vencedoras do PNQ, são configurados sistemas de informação para apoi- níveis, independentemente da
ar esse monitoramento, tanto pelos responsáveis pelos projetos como área responsável pelo item, pro-
pelas lideranças. picia um monitoramento focado
para cada estratégia nas reuniões
Nessas organizações, as informações relativas ao andamento dos projetos com os Team Leaders, para poste-
estratégicos são tratadas no âmbito do sistema de reuniões da Direção, rior reporte nas reuniões do
com periodicidade mensal ou inferior, com o objetivo de se antecipar aos Conselho de Negócio.
problemas ocasionados por atrasos e descompassos entre os projetos.

.
Na Belgo Juiz de Fora (PNQ
2004), “O responsável pelo pro-
jeto estratégico inclui os planos
de ação [do projeto] (atividades,
responsáveis e prazos para iní-
cio e fim) no Sistema de
Informações Estratégicas. Men-
salmente é feita a avaliação do
andamento de cada projeto nas
reuniões setoriais, que ocorrem
antes da reunião do Comitê da
Gestão. Nas reuniões mensais
desse comitê, os projetos estra-
tégicos são apresentados assim
como as análises necessárias so-
bre sua implementação. O
controle do acompanhamento é
feito por meio de “faróis”: azul -
concluído, verde - em andamen-
to e vermelho - em atraso.”

Estratégias e Planos | Cadernos de Excelência . FNQ | 35


G) ACOMPANHAMENTO DOS ajustes necessários. Além disso, nos ciclos de análise do
AMBIENTES EXTERNO E INTERNO desempenho, que possuem menor freqüência, utilizam
E REVISÃO DAS ESTRATÉGIAS informações comparativas e outras variáveis dos ambi-
entes interno e externo com o objetivo de contextualizar
Um dos riscos para o êxito das estratégias é haver falhas a análise e detectar mudanças ambientais que exijam
importantes nas premissas utilizadas para compor os cená- reajustes nas estratégias e planos.
rios na formulação das estratégias ou de as mesmas não se
confirmarem ao longo do tempo. Além disso, as estratégias Quando, na formulação das estratégias, existirem variá-
colocadas em prática por uma organização podem provo- veis ambientais de grande incerteza e grande impacto
car reações do ambiente. no desempenho, algumas organizações Classe Mundial
atuam preventivamente, exercitando cenários adversos
A efetividade de qualquer estratégia é determinada não e preparando, proativamente, planos alternativos, para o
somente pela ação inicial, mas também por quão bem a caso de as variáveis adversas se pronunciarem. A exis-
empresa se antecipa e encaminha as ações para tratar tência desse plano, preparado juntamente com a versão
mudanças de variáveis ambientais decorrentes das pró- principal, propicia a possibilidade de reação rápida da
prias estratégias. organização a um novo ritmo imposto pelo ambiente.

O aspecto-chave para as organizações está em sua capa-


cidade de rapidamente detectar as mudanças ambientais, Na Caterpillar (PNQ 1999), “como medida pre-
avaliar o impacto das mesmas em relação tanto às estra- ventiva, o Annual Bussiness Plan é preparado em
tégias como aos planos de ação e as metas, e demonstrar duas versões. A versão “A” dirige a administra-
flexibilidade e rapidez para introduzir alterações neces- ção orçamentária de sustentação da estratégia de
sárias. Neste sentido, a análise regular do desempenho curto prazo e a versão “B” o faz considerando
e as informações provenientes do mercado e das partes severas restrições, como, por exemplo, a queda
interessadas podem contribuir para o monitoramento dos de pedidos das Unidades de Comercialização,
ambientes interno e externo. choques econômicos restritivos, como alterações
no câmbio e outros. Isso permite que a empresa
Mintzberg (2004) faz críticas ao processo de planejamen- ajuste-se, a um comando, por meio de ações pla-
to estratégico, apontando o fato de que muitos executivos nejadas e combinadas anteriormente,
ficam tão presos ao plano estratégico que se tornam infle- preservando metas principais.”
xíveis, não avaliando e criticando a consistência da
estratégia para um cenário diferente daquele imaginado.
O processo de planejamento se completa com essas
A maioria das organizações ganhadoras do PNQ efetua ações proativas que procuram se antecipar a possíveis
ciclos anuais de revisão de suas estratégias, promoven- riscos do planejamento não se viabilizar em razão de
do revisões à luz dos novos cenários e efetuando os mudanças inesperadas ou imprevistas no ambiente.

36 | Cadernos de Excelência . FNQ | Estratégias e Planos


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ANOTAÇÕES

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SÉRIE CADERNOS DE EXCELÊNCIA
INTRODUÇÃO AO CADERNOS LIDERANÇA; ESTRATÉGIAS E PLANOS; CADERNO
MODELO DE CLIENTES; SOCIEDADE; INFORMAÇÕES E CONHECIMENTO; AUTO-AVALIAÇÃO E
EXCELÊNCIA DA PESSOAS; PROCESSOS; E RESULTADOS GESTÃO DE
GESTÃO® MELHORIAS

OBJETIVO OBJETIVO
Proporcionar uma Estabelecer um processo
visão global do de auto-avaliação da
Modelo, seus gestão, contemplando as
fundamentos e sua diferentes metodologias e
aplicação práticas de planejamento,
controle e gerenciamento
PÚBLICO-ALVO das melhorias
Todos que tenham
interesse em utilizar PÚBLICO-ALVO
o Modelo, tanto para Todas as organizações
implementação na que pretendam realizar
sua organização uma auto-avaliação
quanto para uma visando melhorar a
avaliação sua gestão

OBJETIVO
Explicar detalhadamente o Modelo, seus
requisitos e suas inter-relações

PÚBLICO-ALVO
Todos que estão implementando o Modelo,
utilizando-o para avaliação de uma organização
Realização

Av. das Nações Unidas, 11.857, 6º andar, conj. 62


Brooklin Novo 04578-000 São Paulo SP Brasil
Tel. 55 11 5509-7700 Fax 55 11 5509-7730
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FNQ 162/07 - Rev. 0 - jan.07


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