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Análise da Maturidade dos Processos de Negócio da

Instituição X através do Estudo do CobiT

Abstract. Managers adopt ICT governance methods’ in order to direct and


control an institution aiming to achieve targets for growth of the business. One
of these methodologies is the CobiT that in this article will be applied to the
Strategic Planning of ICT to analyze the maturity of the business processes of
the institution X.

Resumo. Gestores adotam metodologias de Governança de TIC com o intuito


de dirigir e controlar uma instituição objetivando atingir metas de
crescimento do negócio. Uma dessas metodologias é o CobiT que, neste
artigo, será aplicado ao Planejamento Estratégico de TIC para analisar a
maturidade dos Processos de Negócio da Instituição X.
1. Introdução
No mundo atual, com a especialização dos mercados e o alto nível de competitividade
entre as empresas, o uso da tecnologia como ferramenta intrínseca da administração
comercial já se tornou realidade.
Desde a terceira revolução industrial, a TIC - Tecnologia da Informação e
Comunicação - tornou-se indispensável ao processo de criar e manter uma empresa, pois
os sistemas informatizados fundiram-se à própria essência da vida moderna [Campos
1999]. Assim sendo, para conseguir chegar ao topo dos mercados, faz-se necessário a
organização de sistemas de informação para manipular os dados operacionais e auxiliar
nas decisões a serem tomadas, tudo visando o melhor custo benefício.
Surge, assim, a Governança em Tecnologia da Informação e Comunicação
(GTIC). Esta é uma composição de procedimentos relacionados para dirigir e controlar
uma instituição objetivando atingir suas metas de crescimento do negócio através do
gerenciamento de informações e dos riscos comerciais pela plataforma de TIC [Campos
1999].
Dessa maneira, não pairam mais dúvidas sobre a importância do uso da
tecnologia nos ramos organizacionais e seus benefícios, desde que as instituições
tenham uma boa infra-estrutura para poder entender e interpretar as informações
adquiridas, controlando, assim, os efeitos decorrentes do uso das novas TIC.
Como solução para os problemas descritos acima são utilizados modelos de
GTIC para suportar o planejamento estratégico das empresas. Neste trabalho, o modelo
a ser analisado e aplicado é o CobiT (Control Objectives for Information and related
Technology).

1.1. Trabalhos Relacionados


O trabalho [Santos e Matta 2008] demonstra a importância da utilização de um plano de
GTIC para gerir a infra-estrutura de tecnologia da informação e comunicação. Ele
mostra que para se tornar viável a prática de educação à distância, tem-se como
condição básica a utilização de uma aplicação de gestão de TIC baseada em um modelo
de governança. Como sugestão de metodologias para implementação do programa
proposto no trabalho, tem-se a combinação do CobiT com o ITIL (Information
Technology Infrastructure Library) .
Assim como o presente trabalho, o trabalho de [Santos e Matta 2008] aborda
como modelo de Governança de TIC o CobiT. Porém, faz somente uma sugestão de
implementação do mesmo, diferentemente do que este trabalho propõe-se a fazer: a
análise da maturidade de processos de negócios da instituição X com a aplicação do
CobiT (a instituição em questão foi propositadamente nomeada X para a não
identificação dos autores deste trabalho, respeitando-se assim a revisão cega do mesmo).
Já no trabalho [Satin e Schveitzer 2007] foi elaborado um planejamento
estratégico de TIC e por fim o documento foi avaliado seguindo as recomendações do
processo PO1 do modelo CobiT. De maneira similar, uma das contribuições do presente
trabalho é fazer uma análise de um Planejamento Estratégico de TIC através de todos os
processos do CobiT.
2. Conceitos Fundamentais
As seções seguintes tratarão de conceitos que serão utilizados no decorrer deste
trabalho.

2.1. Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)


Muitas são as designações dadas ao termo Tecnologia da Informação e Comunicação
(TIC), mas nenhuma consegue ser abrangente o suficiente para determiná-lo com
completude. Segundo [Alecrim 2008], pode-se definir a TIC como sendo um conjunto
de atividades e soluções providas por recursos de computação.
Além dessa classificação, o termo também é utilizado por [Luftman et al. 1993]
para designar o conjunto de recursos tecnológicos e computacionais utilizados para
fornecer dados, informações e conhecimento.
A adoção de TIC também é reconhecida como um processo de mudança que
além de incluir o ambiente tecnológico, também abrange o ambiente técnico, os recursos
humanos e toda a estrutura da organização [Teixeira e Rodrigues 2004].
Neste trabalho, a utilização do conceito de TIC envolve a união de todas as
definições supracitadas.

2.2. Governança de Tecnologia da Informação e Comunicação (GTIC)


A GTIC é composta por estruturas e processos que têm como objetivo assegurar que a
Tecnologia da Informação e Comunicação suporte e maximize de maneira adequada os
objetivos e estratégias de negócio da organização. Dessa forma, espera-se que sejam
adicionados valores aos serviços entregues, que os riscos sejam balanceados e que se
obtenha o retorno sobre os investimentos em TIC.
Estando relacionada com os focos Valor de Serviços de TIC para o negócio e
Mitigação de Riscos de TIC, a GTIC possui cinco domínios, sendo eles: Alinhamento
Estratégico, Valor de TIC, Gerenciamento de Risco, Gerenciamento de Recursos e
Medidas de Desempenho.
Os modelos de GTIC podem ser associados para um melhor resultado no
gerenciamento de TIC das empresas. Alguns exemplos deles são: Balanced Scorecard,
ITIL e CobiT. Este último será apresentado mais adiante neste trabalho na forma de um
guia descrevendo a sua utilização ou aplicação.

2.3. Planejamento Estratégico de TIC (PETIC)


O PETIC é uma nova metodologia para dar suporte à GTIC que está sendo concebida na
instituição X. Como o próprio nome diz, consiste em um conjunto de normas e
diretrizes para a concepção de um planejamento estratégico voltado para a área de
Tecnologia da Informação e Comunicação. Através dele, é feita uma avaliação das
condições atuais da empresa e, baseando-se nelas, são previstas futuras necessidades de
TIC. O planejamento consiste na realização de processos seqüenciais a fim de
determinar objetivos e metas que podem ser alcançados utilizando recursos de TIC
[Vicente et al 2007]. Esses recursos, que podem ser tecnologias, dados, aplicações e
pessoas, são escolhidos com o intuito de constituir um conjunto de Sistemas de
Informação que suporte eficiente e eficazmente o negócio.
2.4. CobiT
O CobiT é um modelo de GTIC que vem sendo muito utilizado por gestores de
empresas. Ele é um guia formulado como framework livre e aberto mantido pela
Information Systems Audit and Control Association (ISACA) para auxiliar no
gerenciamento e no controle das iniciativas de TIC [Luciano 2006]. O CobiT é
recomendado por especialistas em gestão e institutos independentes para: (i) Gerentes
que precisam fazer avaliação do risco e controle dos investimentos de TIC melhorando o
retorno sobre os mesmos em uma organização; (ii) Usuários que possuem produtos e
serviços dependentes de serviços de TIC e precisam de garantias de que estes estão
sendo bem gerenciados e (iii) Auditores que, através das recomendações do CobiT,
podem avaliar o nível da gestão de TIC e aconselhar o controle interno da organização
[ITGI 2007].
A orientação de negócio do CobiT é altamente focada no controle e menos em
execução. Para isso, são fornecidas boas práticas a fim de aperfeiçoar investimentos e
indicadores para medir o sucesso de suas conquistas. Além disso, o framework tem
como metas o auxílio ao negócio uma vez que garante o alinhamento dos objetivos de
negócio a objetivos de TIC, a utilização responsável dos recursos de TIC e o apropriado
gerenciamento de riscos [ITGI 2007].
Como mostra a Figura 1, o CobiT é dividido em 4 domínios e 34 processos que
abrangem diferentes áreas de TIC. O domínio Planejamento e Organização (Plan and
Organize) descreve os processos PO1 a PO10, o domínio Aquisição e Implantação
(Acquire and Implement) descreve os processos AI1 a AI7, o domínio Entrega e Suporte
(Deliver and Support) descreve os processos DS1 a DS13 e o domínio Monitoração e
Avaliação (Monitor and Evaluate) descreve os processos ME1 a ME4.

Figura 1. Visão geral do CobiT

Nas próximas seções, serão mostradas características básicas do CobiT: focado


no negócio, orientado ao processo, baseado em controles e direcionado à medição.

2.4.1. Focado no negócio


Como principal tema do CobiT, tem-se a orientação ao negócio. Isso decorre do fato
dele ser projetado para ser utilizado em organizações em geral, não sendo somente
específico para as organizações de TIC. Como princípio básico do framework destaca-
se: “Provimento da informação que a empresa requer para alcançar seus objetivos e para
as necessidades da empresa em investir, gerenciar e controlar os recursos de TIC usando
um conjunto estruturado de processos para prestar os serviços de informação
requeridos.” [ITGI 2007].
2.4.2. Baseado em controles
O CobiT define objetivos de controle para os 34 processos presentes em seus domínios.
Cada objetivo de controle consiste em práticas, políticas, procedimentos e estruturas
organizacionais que têm por finalidade controlar efetivamente cada processo de TIC
através de ações para aumentar o valor ou reduzir riscos e garantir que os objetivos de
negócio serão alcançados e eventos indesejados serão prevenidos [ITGI 2007].

2.4.3. Direcionado à medição


Devido à necessidade de os gerentes das empresas precisarem entender o nível atual da
organização e decidir em que nível chegar, o CobiT dispõe de três ferramentas para
auxiliar nesse processo: Modelos de Maturidade, Métricas e Objetivos de desempenho e
Metas de atividades [ITGI 2007].

2.4.4. Orientado ao Processo


O CobiT divide as atividades de TIC em um modelo composto por 4 domínios
identificados pelas iniciais em inglês e que podem ser mapeados para as tradicionais
áreas de TIC: Planejamento, Construção, Execução e Monitoração [ITGI 2007].
Na próxima seção, será apresentado um guia para análise da maturidade dos processos
de uma organização utilizando o CobiT.

3. Guia simplificado e prático para analisar a maturidade dos processos de


uma organização utilizando o CobiT

Esse guia consiste das descrições dos processos presentes no CobiT e de um modelo de
maturidade genérico adotado pelo mesmo. Sua utilização é bem simples bastando a
identificação dos processos presentes na organização utilizando a seção 3.1 e, através da
tabela contendo o modelo de maturidade genérico presente na seção 3.2, fazer uma
análise da maturidade dos processos que foram identificados. Feito isso, preenche-se
uma matriz, como a mostrada na seção 4, para se ter uma visão geral da maturidade dos
processos da instituição. Tendo preenchido a matriz, faz-se uma análise da mesma
verificando qual é o nível no qual a organização se encontra e, assim, define-se a
maturidade da mesma.

3.1. Identificação dos Processos de Negócio


Como já foi dito, o CobiT é dividido em 4 domínios e cada um deles é composto por
processos. Nas próximas seções, serão mostrados os domínios do CobiT com a
descrição dos respectivos processos.

3.2.1 Planejamento e Organização (PO)


O primeiro domínio do CobiT é “Planejamento e Organização” (PO). Esse domínio
apresenta estratégias e táticas para a melhor utilização da TIC visando alcançar os
objetivos e metas do negócio. Como a estratégia precisa ser planejada, comunicada e
gerenciada por diferentes perspectivas o domínio sugere a criação de um plano
estratégico de TIC para gerenciar todos os recursos de TI. Com ele, uma infra-estrutura
tecnológica adequada deve ser posta em prática.
A Tabela 1 mostra todos os processos do domínio e suas descrições.
Tabela 1. Descrição dos Processos do Domínio PO

Processos Descrição
PO1 Definição de um Para gerenciar e direcionar os recursos de TIC e obter um valor otimizado de projetos e serviços é
Planejamento necessária a elaboração de um Planejamento Estratégico de TI.
Estratégico de TI

PO2 Definição da A função dos Sistemas de Informação é criar e atualizar regularmente um modelo de informação
Arquitetura de empresarial e definir os sistemas adequados para otimizar a utilização dessa informação. Isso envolve
Informação o desenvolvimento de um dicionário de dados que tenha as regras, o esquema de classificação e o
nível de segurança dos dados

PO3 Determinar Criar um plano de infra-estrutura tecnológica que estabeleça e gere expectativas sobre o que a
Direção Tecnológica tecnologia pode oferecer em termos de produtos, serviços e mecanismos de entrega.

PO4 Definir os Para se definir a TIC de uma organização consideram-se diversos requisitos, dentre eles, os recursos
Processos de TI, humanos com a separação de funções e hierarquia. Logo, esta organização está inserida em um
Organização e processo de TIC que garanta a transparência e controle bem como o envolvimento de altos executivos
Relacionamentos e gestão empresarial.

PO5 Gerenciar os É estabelecido um framework para a gestão da TIC voltada para investimentos e programas que
investimentos de TI englobam os custos, benefícios e prioridades e um processo formal de planejamento orçamentário.

PO6 Comunicar os A Gestão desenvolve um framework de controle de TIC e define e comunica políticas. Um programa
objetivos de Gestão e de comunicação, aprovado e apoiado pela gerência, é implementado para articular a missão, objetivos
Direção de serviço, as políticas e procedimentos, etc.

PO7 Gestão de Pessoas Uma força-tarefa competente é adquirida e mantida para a criação e entrega de serviços de TIC ao
da TI negócio. Isto é conseguido quando se seguem práticas definidas e pré-aprovadas de recrutamento,
treinamento, avaliação de desempenho, promoções e demissões.

PO8 Gestão de Um Sistema de Gerenciamento de Qualidade é criado e mantido através do desenvolvimento e da


Qualidade aquisição de processos e normas.

PO9 Avaliar e gerir Um quadro de gestão de risco é criado e mantido para que qualquer potencial impacto sobre os
riscos de TI objetivos da organização, causado por um acontecimento não planejado, seja identificado e avaliado.

PO10 Gestão de Um framework de gestão de programas e projetos é estabelecido para a gerência de todos os projetos
Projetos TIC com o objetivo de assegurar a melhor definição de prioridades e coordenação dos mesmos.

3.2.2 Aquisição e Implantação (AI)


Para a realização da estratégia de TI, as soluções de TIC precisam ser identificadas,
desenvolvidas ou adquiridas, implantadas e integradas ao processo de negócio. Além
disso, mudanças e manutenções em sistemas existentes também fazem parte desse
domínio para assegurar que as soluções continuam a satisfazer os objetivos da empresa.
A Tabela 2 mostra todos os processos do domínio e suas descrições.
Tabela 2. Descrição dos Processos do Domínio AI

Processos Descrição

AI1 Identificação de Este processo abrange a definição das necessidades, os meios de produção e a conclusão sobre
Soluções Automatizadas "fazer" ou "comprar". Todos estes passos permitem que as organizações minimizem o custo para
adquirir e implementar soluções.

AI2 Aquisição e Este processo abrange a concepção das aplicações, a correta inclusão de controles de aplicação e dos
manutenção de requisitos de segurança, o desenvolvimento e a configuração de acordo com as normas. Isto permite
aplicativos de software que as organizações apóiem adequadamente as operações comerciais.

AI3 Aquisição e Requer uma abordagem planejada e que esteja em conformidade com a tecnologia pré-definida e as
manutenção de Infra- estratégias da empresa. Isso garante um contínuo apoio tecnológico para aplicações empresariais.
estrutura Tecnológica

AI4 Permitir O conhecimento sobre novos sistemas são disponibilizadas, com isto, faz-se necessário a produção
Funcionamento e de documentos e manuais para os utilizadores e fornece formação para garantir a boa utilização e
Utilização funcionamento de aplicações e infra-estruturas.

AI5 Adquirir Recursos Exige a definição e execução dos procedimentos de procura, seleção dos fornecedores, configuração
de TI das disposições contratuais e a aquisição propriamente dita Recursos de TI

AI6 Gerenciar Todas as mudanças relativas a infra-estrutura e aplicações no ambiente da produção são gerenciadas
Mudanças de uma forma controlada.

AI7 Instalar e Novos sistemas precisam ser feitos de forma operacional até que o desenvolvimento esteja
Homologar Soluções e completo. Isto exige que todos os procedimentos anteriormente citados tenham sido feitos com
Mudanças perfeição, inclusive com planejamento, avaliação e todos os testes concluídos.

3.2.3 Entrega e Suporte (DS)


Este domínio abrange a real prestação de serviços requisitados, que inclui a prestação de
serviços, gestão de segurança e continuidade, serviço de suporte aos usuários, gestão de
dados e instalações operacionais.
A Tabela 3 mostra todos os processos do domínio e suas descrições.
Tabela 3. Descrição dos Processos do Domínio DS

Processos Descrição

DS1 Definir e Gerenciar Uma comunicação sobre os serviços necessários é feita através de uma definição prévia sobre os
Níveis de Serviços serviços de TIC e os níveis de serviço. Este processo inclui também a monitoração e notificação
rotineira para os interessados sobre o cumprimento dos níveis de serviço.

DS2 Gerenciamento de Para assegurar que serviços fornecidos por terceiros estão de acordo com os requisitos comerciais
Serviços de terceiros existe um processo de gerenciamento dos mesmos que consiste na definição de papéis,
responsabilidades e expectativas em acordos.

DS3 Gerenciamento de Para gerir desempenho e capacidade dos recursos de TIC existe um processo de revisão periódica
Desempenho e destes recursos que inclui a previsão de necessidades futuras baseadas nos requisitos de carga de
Capacidade trabalho, armazenamento e contingência.

DS4 Garantir Serviço A necessidade de prestação contínua de serviços de TIC requer o desenvolvimento, a manutenção e
Contínuo testes contínuos dos planos além do fornecimento periódico do plano de treinamento.

DS5 Garantir a A necessidade de manter a integridade das informações e proteger os bens de TIC exige um
Segurança dos Sistemas processo de gestão de segurança. Este processo inclui o estabelecimento e a manutenção de papéis e
responsabilidades, políticas, normas e procedimentos de segurança da TI.

DS6 Identificar e Alocar A necessidade de um sistema de atribuição dos custos de TIC ao negócio requer uma medição
Custos precisa dos custos e compatibilidade com os utilizadores empresariais sobre a repartição equitativa.
Este processo inclui a construção e operação de um sistema de captação, alocação e informação dos
custos de TIC aos usuários dos serviços.

DS7 Instruir e Treinar Uma educação eficaz de todos os utilizadores dos sistemas de TIC exige identificar as necessidades
usuários de formação de cada grupo de usuários e inclui a definição e execução de uma estratégia eficaz para
a formação e a avaliação dos resultados.

DS8 Gestão de Service Este processo inclui a criação de um serviço de atendimento com registros, gráficos de incidentes,
Desk e Incidentes tendências e análise das causas e resoluções.

DS9 Gestão de Garantir a integridade das configurações de hardware e software requer o estabelecimento e a
Configuração manutenção de uma rigorosa e completa configuração de reposição ou atualização.

DS10 Gestão de Uma gestão de problemas eficaz requer a identificação e classificação dos problemas, análise das
Problemas causas e resolução de problemas. Esse processo inclui também a formulação de recomendações de
melhoria, manutenção de registros dos problemas e avaliação do estado das ações corretivas.
DS11 Gestão de Dados Para se conseguir uma gestão de dados eficaz exige-se a identificação das necessidades de dados, a
criação de procedimentos para gerir a biblioteca dos meios de comunicação, backup e recuperação
de dados e a eliminação adequada destes.

DS12 Gestão do Proteção para o pessoal e o equipamento de informática exige instalações físicas planejadas e bem
Ambiente Físico administradas. O processo de gestão do ambiente físico inclui a definição dos requisitos do local
físico, seleção de instalações adequadas, conceber processos eficazes para a monitoração dos fatores
ambientais e gestão do acesso físico.

DS13 Gestão de Para se obter um processamento de dados completo e preciso é necessária uma gestão eficaz dos
Operações procedimentos de tratamento de dados e uma ativa manutenção de hardware.

3.2.4 Monitoração e Avaliação (ME)


Todos os processos de TIC necessitam ser regularmente avaliados ao longo do tempo
pela sua qualidade e cumprimento das exigências de controle. Este domínio abrange
desempenho de gestão, acompanhamento de controle interno, o cumprimento
regulamentar e de governança.
A Tabela 4 mostra todos os processos do domínio e suas descrições.
Tabela 4. Descrição dos Processos do Domínio ME

Processos Descrição

ME1 Monitoração e Para se chegar a um bom gerenciamento de desempenho de TI, é necessário um processo de
Avaliação do acompanhamento. Este processo inclui a definição de relevantes indicadores de desempenho,
Desempenho da TI informação rápida e sistemática do desempenho e boa atuação sob desvios.

ME2 Monitoração e Estabelecer um programa de controle interno eficaz para TIC exige um processo de acompanhamento
Avaliação do Controle bem definido. Este processo inclui o acompanhamento e elaboração de relatórios de exceções, os
Interno resultados das auto-avaliações e opiniões de terceiros.

ME3 Garantir a Uma fiscalização eficaz do cumprimento exige o estabelecimento de um processo de revisão para
conformidade com os garantir a observância das disposições legislativas e requisitos contratuais. Este processo inclui a
requisitos externos identificação do cumprimento das obrigações, a otimização e avaliação de respostas, obtenção da
garantia de que os requisitos foram cumpridos e, finalmente, a integração do relatório positivo da
legalidade da TIC com o resto do negócio.

ME4 Prover Estabelecer um quadro de governança eficaz inclui definir estruturas organizacionais, processos,
Governança em TI liderança, papéis e responsabilidades para garantir que os investimentos em TIC estão alinhados e
entregues de acordo com estratégias e objetivos empresariais.

3.1. Identificação da Maturidade dos Processos de Negócio


Os modelos de maturidade ajudam na avaliação do nível dos processos da organização
para que se possa categorizá-lo em um nível de maturidade que vai de Não existente (0)
a Otimizado (5). Para se chegar a um nível mais elevado, não é necessário que se
tenham sido preenchidas todas as condições do nível inferior. Na Tabela 5, é mostrado o
modelo de maturidade genérico adotado pelo CobiT.
Tabela 5. Modelo de Maturidade Genérico

Nível Descrição
0 Não existente Não há processos reconhecidos nem há o entendimento da necessidade de se gerenciá-los.

1 Inicial / Ad A empresa reconhece a necessidade de gerenciamento do processo, embora não existam padrões para o
Hoc mesmo, somente abordagens locais. No geral, o gerenciamento está desorganizado.

2 Repetitivo, Procedimentos similares são adotados por diferentes pessoas na execução de mesmas tarefas. Cada uma
mas intuitivo assume a responsabilidade desses, já que não há padronização por parte da empresa.

3 Definido Procedimentos são padronizados, documentados e comunicados através de treinamento. A empresa


recomenda a utilização dos mesmos, mas não há nenhuma obrigatoriedade nem fiscalização. É o início da
formalização das práticas existentes.

4 Gerenciado e Os gerentes monitoram a conformidade com os procedimentos e agem quando os processos parecem não
mensurado estar trabalhando efetivamente. Há um constante melhoramento dos processos.

5 Otimizado Os processos estão no nível de melhores práticas e são baseados em resultados de melhoramento contínuo e
modelagem de maturidade com outras empresas. A TIC é usada de forma integrada para automatizar o fluxo
de trabalho, provendo ferramentas para melhorar a qualidade e efetividade, o que torna a empresa rápida para
adaptações.

4. Análise do PETIC da “Instituição X” utilizando-se o CobiT


Nesta seção, fez-se uma análise do PETIC da Instituição X através dos processos do
CobiT. Em particular, serão observados os modelos de maturidade dos principais
processos de negócio da instituição X através da matriz obtida na Figura 2.
Níveis de Maturidade
Domínios e Processos
0 1 2 3 4 5

PO1 Definição de um Planejamento Estratégico de TI X


PO2 Definição da Arquitetura de Informação
Planejamento e Organização

PO3 Determinar Direção Tecnológica X


PO4 Definir os Processos de TI, Organização e Relacionamentos
PO5 Gerenciar os investimentos de TI
PO6 Comunicar os objetivos de Gestão e Direção
PO7 Gestão de Pessoas da TI X
PO8 Gestão de Qualidade
PO9 Avaliar e gerir riscos de TI
PO10 Gestão de Projetos
AI1 Identificação de Soluções Automatizadas
Aquisição e Implantação

AI2 Aquisição e manutenção de aplicativos de software


AI3 Aquisição e manutenção de Infra-estrutura Tecnológica
AI4 Permitir Funcionamento e Utilização
AI5 Adquirir Recursos de TI X
AI6 Gerenciar Mudanças
AI7 Instalar e Homologar Soluções e Mudanças
DS1 Definir e Gerenciar Níveis de Serviços
DS2 Gerenciamento de Serviços de terceiros
DS3 Gerenciamento de Desempenho e Capacidade
DS4 Garantir Serviço Contínuo
Entrega e Suporte

DS5 Garantir a Segurança dos Sistemas


DS6 Identificar e Alocar Custos
DS7 Instruir e Treinar usuários X
DS8 Gestão de Service Desk e Incidentes
DS9 Gestão de Configuração
DS10 Gestão de Problemas
DS11 Gestão de Dados X
DS12 Gestão do Ambiente Físico
DS13 Gestão de Operações
ME1 Monitoração e Avaliação da Desempenho da TI
Monitoração e
Avaliação

ME2 Monitoração e Avaliação do Controle Interno


ME3 Garantir a conformidade com os requisitos externos
ME4 Prover Governança em TI

Figura 2. Matriz de Processos X Níveis de Maturidade

Observando a Figura 2, pode-se perceber que foram poucos processos que


puderam ser analisados. Isso ocorreu devido ao PETIC estar direcionado à área de
Planejamento enquanto que o CobiT engloba não somente essa, mas também as áreas de
Aquisição, Implantação, Entrega, Suporte, Monitoração e Avaliação.
O primeiro processo que foi analisado foi o PO1 que obteve o nível de
maturidade 3, pois foi encontrado um Planejamento Estratégico documentado, mas que
ainda não foi colocado em prática uma vez que ele foi finalizado recentemente.
O segundo processo analisado foi o PO3 que obteve o nível de maturidade 3,
pois no PETIC existem diretivas para aquisição de infra-estrutura de TIC, porém essas
ainda não foram seguidas pelo mesmo motivo citado anteriormente.
O terceiro processo analisado foi o PO7 que obteve o nível de maturidade 4, pois
existe um processo documentado para gerenciamento de pessoas de TIC que é atribuído
a um gestor com habilidades para desenvolver e manter o plano. Porém esse processo
ainda deixa a desejar quanto às contratações, pois são feitas através de concursos onde
não são levadas em consideração as necessidades de projetos da instituição.
O quarto processo analisado foi o AI5 que obteve o nível de maturidade 3 , pois
existem políticas e procedimentos para aquisição de TIC cuja responsabilidade é da
Coordenação de Planejamento (COPLAN). Após receber as solicitações, a COPLAN
analisa a real necessidade de TIC da instituição para que seja feita uma licitação.
O quinto processo analisado foi o DS7 que obteve o nível de maturidade 3, pois
existe uma política de implantação de cursos de capacitação que visa atender às
necessidades de serviços de acordo com o ambiente organizacional.
O sexto processo analisado foi o DS11 que obteve o nível de maturidade 2, pois
há o conhecimento da necessidade do gerenciamento dos dados, embora esse ainda seja
feito de forma individual e tenha problemas como: modelagem e documentação
deficientes, falta de padronização, de análise dos projetos e de Data Warehouse.
Tendo analisado todos esses processos, percebe-se que a maturidade da
instituição X, que obteve níveis entre 2 e 4, ainda se encontra em um patamar
intermediário. Assim, mudanças devem ser implantadas para que um processo como o
DS11 Gestão de Dados, que é de fundamental importância para a organização, não fique
em um nível tão baixo e para que os outros processos possam obter melhores níveis.

4. Conclusões
Neste artigo foi apresentado um guia para aplicação do CobiT em organizações. Esse
guia consiste em descrições de processos e de um modelo de maturidade genérico para
gestores avaliarem o nível dos processos de negócio de suas empresas e, com ele,
detectar pontos que precisam ser melhorados e traçar metas a serem alcançadas. Como
estudo de caso, foi feita uma análise do PETIC de uma Instituição X utilizando o guia
proposto e obteve-se uma matriz mostrando o nível de maturidade dos processos.
Pelo que foi analisado até o momento, a Instituição X possui uma maturidade
dos processos de negócios que predomina no nível 3. Isso significa que ela ainda tem
que rever muitos processos de negócio se deseja atingir níveis mais elevados e,
consequentemente, melhorar a eficácia e eficiência de seus serviços.
Outra relevante conclusão é que o PETIC não aborda todos os processos
inerentes à GTIC. Um trabalho futuro imediato será a análise de maturidade dos outros
processos que não foram abordados neste trabalho. Feito isso, teremos uma percepção
mais acurada do nível de maturidade dos processos da Instituição X.
A médio e longo prazo, outro trabalho futuro poderá ser a inclusão da análise de
processos presentes no CobiT e ausentes no PETIC. Com isso o PETIC poderia tornar-
se um estudo ainda mais abrangente, revelando tanto uma “fotografia” fiel do atual
estado das mesmas quanto os “caminhos” mais adequados que estas devem seguir.

Referências
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http://www.race.nuca.ie.ufrj.br/journal/c/campos1.doc, February.
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https://www.isaca.org/AMTemplate.cfm?Section=Downloads&Template=/Members
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EAD do Instituto Anísio Teixeira”,
http://www.abed.org.br/congresso2008/tc/612200824438PM.pdf, January.
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http://pet.inf.ufsc.br/abstracao/revistas/4/2/revista_abstracao_ano_4_edicao_2_planej
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http://www.infowester.com/col150804.php, February.
Luftman, J.N., Lewis, P.R.e Oldach, S.H. (1993) “Transforming The Enterprise: The
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Teixeira, D.e Rodrigues, R. F. (2004) “A Gerência do Conhecimento como estratégia na
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