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Escola Secundária Abel Salazar Núcleo de Estágio 2008/2009

Departamento de Expressões

Pedro Filipe Silva Bessa

GUIA DO ALUNO

CULTURA DESPORTIVA
HISTÓRIA

O Atletismo é sem dúvida o mais antigo dos desportos, já que o andar, o


correr, o lançar e o saltar nasceram com o próprio Homem. Esses padrões
motores são habilidades naturais que o Homem passou a realizar desde que
adoptou uma postura bípede, convertendo-a primeiro, num meio de
subsistência eficaz e depois, numa actividade específica e diferencial
relativamente aos outros animais.
Na sua história biológica como ser vivo, o Homem foi conquistando as
suas capacidades, as quais lhe serviram como sistema de relação com o meio
que o envolvia. Nesta interacção sistemática surge o desenvolvimento do
correr, saltar, lançar, primeiro por necessidade de sobrevivência, depois, por
prazer, por necessidade biológica de movimento. É a partir de então que nasce
o espírito lúdico desportivo. O Atletismo, palavra de origem grega (Aethlos =
esforço) é uma actividade que se desenvolveu tendo por
base o desenvolvimento e aproveitamento de certas
capacidades específicas do Homem – o que unido ao espírito
desportivo que já mencionámos, se constitui num conjunto
de actividades lúdicas, praticadas desde épocas muito
antigas nos momentos de ócio e por um grande número de
culturas que interpretavam perfeitamente este tipo de
práticas segundo a sua própria visão – celtas, gregos, culturas pré-colombianas,
povos africanos, etc.
Quando, no século passado, se começou a proceder, em Inglaterra, ao
agrupamento e a regulamentação de certas práticas atléticas ancestrais com o
nome de Atletismo, estas formaram o núcleo base de um dos mais importantes
fenómenos sociais do nosso tempo – os Jogos Olímpicos Modernos. O Atletismo
tinha-se convertido num desporto cuja antiga
concepção de “esforço” se transforma numa dura
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competição para superar uma marca, ou seja, os limites do ser humano são
representados pelo “record” através de práticas tão antigas como o próprio
Homem – o Atletismo como medida do Homem.
Nos nossos dias, o atletismo engloba um conjunto de várias disciplinas
desde as corridas, aos lançamentos, passando pelos saltos e por provas
combinadas. Durante o séc. XIX foram modificadas regras, primeiro, nas
Universidades onde se organizavam as competições de atletismo e, mais tarde,
pelos organismos internacionais e olímpicos para, em 1926, assumirem a sua
forma actual.
A pista, no formato de hoje, um circuito de 400 m, surgiu pela primeira vez
nos Jogos Olímpicos de Amesterdão, em 1928. O seu desenvolvimento
acompanhou as transformações tecnológicas, desde o tempo em que eram de
terra batida, passando pelas de cinza até às actuais, de fibra sintética,
denominadas de “tartan”, pela primeira vez usadas nos Jogos Olímpicos de
Tóquio, em 1964.
A partida baixa, ou de cinco apoios, surgiu em 1888 por C. H. Sherril, mas
só foi reconhecida em 1896 na primeira Olimpíada Moderna. Até 1936, os
atletas eram autorizadas a fazerem “covas” na pista para fixarem a ponta dos
pés, após esta data, foram introduzidos oficialmente em competição os blocos
de partida.
Em 1870, começou a utilizar-se uma linha suspensa entre duas estacas,
da partida à meta (prova de 100 m), para demarcar o espaço entre os
concorrentes. Esta seria substituída pela actual linha branca no solo, ainda
antes da primeira Guerra Mundial.
Até aos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960, em todas as corridas, na linha
de chegada, era colocado um fio de lã no mesmo plano da meta para facilitar
aos juizes, nas chegadas mais confusas, a detecção do primeiro classificado. Em
1912, nos Jogos Olímpicos de Estocolmo, é usada uma câmara ligada a um
cronómetro. Mais tarde, foi utilizada uma máquina de filmar, nos Jogos
Olímpicos de Amsterdão, em 1928.
Com o desenvolvimento da electrónica, a máquina de filmar foi
substituída pelo “Photo-finish” – fotografia de chegada; é um equipamento de
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alta precisão, automático, fotografando simultaneamente o registo de chegada


dos concorrentes e os respectivos tempos.
Para o controlo do vento, é utilizado um instrumento de medição chamado
anemómetro, nas corridas de 100 m planos, 100 m e 110 m barreiras e nos
saltos em comprimento e triplo salto. Para homologação de “record”, o máximo
regulamentar é de 2 m/s de vento favorável.
A origem do cronómetro é assinalada no ano de 1862, com tempos até aos
quartos de segundo, para, em 1922, ser registado até ao décimo de segundo.
Mais tarde, um grande impulso foi dado pelos
Japoneses nos Jogos olímpicos de Tóquio, em
1964, com o uso de computadores com o
objectivo de tornarem tudo mais rigoroso.
Contudo, seriam os Jogos Olímpicos do México,
em 1968, a proporcionarem a cronometragem
electrónica aos centésimos de segundo. Outras melhorias técnicas foram
empregues, tais como: laboratórios para o controlo anti-doping e determinação
do sexo, células fotoeléctricas, os mostradores automáticos, os colchões de
queda para os saltos em altura e com vara.
Também o equipamento sofre alterações com o decorrer dos tempos. As
sapatilhas que inicialmente eram flexíveis (pele de cabra) e de sola lisa,
surgiram posteriormente na Inglaterra apresentando tiras na sola com o
objectivo de aderirem às pistas mais areosas. Em 11 de Novembro de 1868, o
americano William B. Curtis apareceu com os sapatos de “bicos ou pregos”.
Nos Jogos Olímpicos de Amsterdão, 1928,
introduziram-se algumas provas no calendário
olímpico, com destaque para o sector feminino: os
100 m, 800 m, estafeta 4 x 100 m , o lançamento do
disco e o salto em altura.
Mas seria na década de oitenta que grandes
mudanças se dariam no atletismo feminino,
terminando assim um longo debate e simultaneamente quebrando algumas
incompreessões. Tal deveu-se ao avanço da medicina desportiva e à crescente
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atitude da mulher face ao desporto contemporâneo. Por isso, é pela primeira


vez incluída a corrida de 3000 m planos e a maratona nos Campeonatos da
Europa, em Atenas, 1982, tendo-se sagrado vencedora, na maratona, a atleta
portuguesa Rosa Mota, repetindo o êxito em 1986 em Estugarda, e em 1990 em
Split.

O Atletismo em Portugal
Fazendo a referência à história do Atletismo em Portugal, pode-se dizer que
a primeira prova oficial deste desporto foi organizada pela Sociedade Promotora
de Educação Física Nacional, a 26 de junho de 1910, com o título “Jogos
Olímpicos Nacionais”. Estes torneios prosseguiram até cerca de 1914, ano em
que uma dissidência levou alguns clubes a fundarem a Federação Portuguesa
de Sports, cuja actividade durou até 1916. Desde essa data até à fundação da
Federação Portuguesa de Atletismo, em 5 de Novembro de 1921, o Atletismo
manifestou-se apenas em organizações particulares à custa do esforço de
alguns clubes.
Actualmente as competições oficiais estendem-se praticamente ao longo
do ano inteiro, organizadas pelas Associações Regionais e pela Federação,
sendo os Campeonatos Nacionais Masculinos (individuais e por equipas) os mais
importantes conjuntos de provas que se efectuam em Portugal.
Embora lento, o progresso do Atletismo Nacional não deixou de verificar-se.
Para tal, tem contribuído de certa forma, a participação de atletas e equipas
nacionais em competições internacionais, e a conquista de alguns títulos. De
todos os títulos conquistados, importa referir os alcançados pelos grandes
atletas nacionais que foram Rosa Mota e Carlos Lopes.
Mais recentemente, temos observado o sucesso de vários atletas, como
Nélson Évora (Medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 no Triplo
Salto), Naide Gomes (detentora da melhor marca do ano de 2008 do Salto em
Comprimento) e Francis Obikwelu (Medalha de Prata nos Jogos Olímpicos de
Atenas 2004 nos 100m).

CARACTERIZAÇÃO DA MODALIDADE
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O Atletismo é uma modalidade individual praticada por atletas masculinos


e femininos nos seguintes escalões: Infantil (12 e 13 anos), Iniciados (14 e 15
anos), Juvenis (16 e 17 anos), Juniores (18 e 19 anos), Sénior (20 a 39 anos) e
Veteranos A, B, C, D, E (mais de 39 anos).
Disputa-se ainda colectivamente em Campeonatos de Clubes (1ª, 2ª, 3ª
divisão e Taça dos Clubes Campeões Europeus) e de Selecções Distritais e
Nacionais (Taça da Europa; Campeonatos da Europa e do Mundo e Jogos
Olímpicos) e Continentais.
É uma modalidade disputada sob a forma de torneios, “meetings”
(encontros) e campeonatos, quer em pista coberta, quer ao ar livre, sendo
decomposta nas seguintes disciplinas olímpicas:

100m, 200m, 400m, 800m, 1 500m, 3


000m obstáculos,
Corridas
5 000m, 10 000m, maratona, 4x100m,
4x400m.
Barreiras 100m (F), 110m (M), 400m
Lançament
Dardo, peso, disco, martelo.
os
Saltos Comprimento, triplo, altura, vara.
Marcha 5 000, 10 000, 20 000, 50 000.
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Regulamento
O Atletismo é uma modalidade composta por 4 grandes grupos que, por
sua vez, englobam várias disciplinas:

Velocidade
Meio-fundo
Fundo
Corridas Barreiras
Estafetas
Obstáculos
Maratona
Altura
Comprimento
Saltos
Triplo Salto
Vara
Peso
Lançamento Dardo
s Disco
Martelo
Triatlo
Provas Pentatlo
Combinadas Heptatlo
Decatlo
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 Corrida de Barreiras

Seniores Masculinos

Distância Distancia Distancia à


Corrid Altura das
à 1ª entre última
as barreiras
barreira barreiras barreira
110m 1,06m 13,72m 9,14m 14,02m
400m 0,91m 45,00m 35,00m 40,00m

Seniores Femininos

Distância Distancia Distancia à


Corrid Altura das
à 1ª entre última
as barreiras
barreira barreiras barreira
100m 0,84m 13,00m 8,50m 10,50m
400m 0,76m 45,00m 35,00m 40,00m

Cada barreira terá de ser colocada na pista de tal modo que a sua base
esteja colocada do lado de aproximação do atleta. A barreira será colocada de
modo que a margem da barra transversal superior que fica mais próxima do
atleta que dela se aproxima, coincida com a margem da marca colocada na
pista que igualmente se situa mais próxima do atleta.
As barreiras terão de ser construídas em metal ou qualquer outro material
apropriado, sendo a barra transversal superior de madeira ou outro material
apropriado. Consistirão de duas bases e dois postes verticais, que suportam
uma estrutura rectangular reforçada com uma ou mais barras transversais.
As barreiras terão de ser concebidas de tal modo que, para as derrubar, seja
necessária uma força de pelo menos a 3,6 kg, aplicada no centro do limite
superior da barra transversal.
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 Corrida de Velocidade e Partida de Blocos

Os blocos de partida:

• Os blocos de partida terão de ser usados em todas as corridas até 400


metros inclusive (incluindo o primeiro percurso das estafetas de 4x100 e
4x400 metros) e não serão usados para qualquer outra corrida. Quando
colocado na pista, nenhuma parte do bloco de partida poderá situar-se
sobre a linha de partida ou prolongar-se para outra pista individual.
• Os blocos de partida terão de ter as seguintes características gerais:
o Construção inteiramente rígida, não podendo proporcionar qualquer
vantagem injusta ao atleta;
o Terão de ser fixados à pista por meio de pregos ou espigões
dispostos de tal modo que causem um prejuízo mínimo à pista e
sejam facilmente removidos;
o A ligação destes pregos aos blocos não deverão permitir qualquer
movimento dos mesmos na partida.
• Quando um atleta utiliza os seus próprios blocos de partida, estes terão
de estar de acordo com o preceituado nos parágrafos anteriores.
• Quando os blocos de partida são fornecidos pelo comité organizador eles
terão, para além disso, de obedecer às seguintes especificações:
o Constituir-se de duas placas, contra as quais os pés dos atletas são
pressionados na posição de partida. Essas duas placas são
montadas numa estrutura rígida, que não pode, em nenhum caso
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obstruir os pés dos atletas quando estes deixarem o contacto com


os blocos;
o As placas para os pés terão de ser inclinadas, de modo a que se
ajustem à posição de partida do atleta, e podem ser planas ou
ligeiramente côncavas. A superfície das placas terá de ser
preparada de modo a acomodar os bicos dos sapatos dos atletas ou
usando ranhuras na face da placa, ou por meio da cobertura da
placa, com material apropriado que permita o uso de sapatos de
bicos;
o A montagem das placas para os pés num esqueleto rígido podem
ser ajustáveis, mas não poderá permitir qualquer movimento
durante o período de partida. Em todo o caso as placas são
ajustáveis para a frente e para trás;
o Nas competições internacionais com cronometragem electrónica os
blocos de partia terão de estar ligados a um aparelho detector de
falsas partidas.

Ordens de Partida:

• Em todas as corridas internacionais, até 400 metros inclusive (incluindo o


primeiro percurso das estafetas de 4x100 e 4x400 metros) as ordens de
partida serão emitidas na língua nacional pelo juiz de partida --» “Aos
Seus Lugares”; “ Prontos”, e quando os atletas estiverem imóveis, a
pistola será disparada e activado o sistema de partida. Nas corridas
superiores a 400 metros a ordem emitida pelo Juiz será --» “Aos Seus
Lugares”, e quando os atletas estiverem imóveis, a pistola será
disparada e activado o sistema de partida;
• Em todas as corridas, até 400 metros inclusive (incluindo o primeiro
percurso das estafetas de 4x100 e 4x400 metros) é obrigatório partir de
uma posição agachada e usar blocos de partida. Após a voz de “Aos Seus
Lugares” o atleta deve aproximar-se da linha de partida, assumir uma
posição de tal modo que fique completamente dentro da sua pista
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individual e atrás da linha de partida. Ambas as mãos e um dos joelhos


terão de estar em contacto com o solo e os pés em contacto com os
blocos de partida. À voz de “Prontos” o atleta deve assumir
imediatamente a sua posição final de partida, mantendo o contacto das
mãos com o solo e dos pés com os blocos de partida;
• Na posição de “Aos Seus Lugares” um atleta não poderá tocar nem na
linha de partida, nem no terreno situado à frente dela com as suas mãos
ou pés;
• Se um atleta iniciar a sua partida após assumir a posição final e antes do
tiro de partida ou disparo do aparelho de partida aprovado será
considerado falsa partida;
• Qualquer atleta que fizer uma falsa partida deve ser advertido. Se um
atleta for responsável por 2 falsas partidas, ou no caso das provas
combinadas 3, será desqualificado;

 Salto em Altura

• A ordem da realização dos ensaios será obtida por sorteio;


• Antes do início da prova, o juiz-chefe anunciará aos atletas a altura
a que a fasquia será colocada no início da prova e as diferentes
alturas a que subirá após cada volta, até que fique só o atleta
vitorioso em prova ou que haja empate para o 1º lugar;
• Excepto se houver apenas um atleta em prova e tenha ganho a
competição:
• A fasquia não deverá subir menos de 2 cm após cada volta;
• O incremento da subida da fasquia nunca deverá aumentar;
• Os atletas terão de fazer a chamada com um único pé;
• Desde que a competição se inicie, os atletas não estão autorizados
a utilizar a zona de balanço ou de chamada para treinar.
• O salto será considerado nulo se:
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• Após o salto, a fasquia não se mantiver nos suportes devido à acção


do atleta durante o salto.
• O atleta tocar no solo, com qualquer parte do corpo, incluindo a
área de queda, para além do plano vertical definido pela margem
dos postes que se situa mais próxima dos atletas em competição,
quer o faça entre os postes ou no seu prolongamento, sem primeiro
ter transposto a fasquia. No entanto se o atleta durante o salto
tocar com o pé na zona de queda sem daí tirar vantagem, o juiz
pode considerar o salto válido;
• Um atleta pode começar a saltar a qualquer altura previamente
anunciada pelo juiz e pode escolher saltar a qualquer das alturas
que se seguirem. Três ensaios nulos consecutivos, seja qual for a
altura a que se verifiquem, implicam a eliminação dos atletas, com
excepção dos casos de desempate para o primeiro lugar. O efeito
desta regra é que um atleta pode prescindir do seu segundo ou
terceiro ensaios a uma dada altura (após ter falhado o primeiro ou o
segundo ensaios) e continuar a saltar a uma altura subsequente;
• É permitido a um atleta continuar a saltar até perder o direito de
continuar em prova, mesmo depois de todos os outros terem sido
eliminados da mesma.

Pista de Balanço e Área de Chamada


• Comprimento Mínimo --» 15 metros (excepto em competições
internacionais – 20 metros);
• Inclinação máxima 1/250 na direcção do centro da
fasquia;
• Marcas: um atleta poderá colocar uma ou duas marcas
(fornecidas ou autorizadas pelo comité organizador)
para o auxiliar na corrida de balanço e na chamada. Se essas
marcas não forem fornecidas pode usar fita adesiva, mas não giz ou
substância similar, nem nada que deixe marca indelével)
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Material
• 2 Postes (de qualquer estilos, mas rígidos e com dois suportes
voltados um para o outro) com altura mínima para ultrapassar em
pelo menos 10 cm a altura da fasquia;
• 1 fasquia (em fibra de vidro, metal ou outro material apropriado e de
secção circular com excepção das extremidades ou apoios). O seu
comprimento é de 4m (*/- 2 cm) e peso máximo de 2 kg. O diâmetro
máximo é de 30 mm. As extremidades devem ter 15 a 20 cm de
comprimento e 30 a 35 mm de largura e estarem a pelo menos 1 cm
do contacto com os postes. A sua elasticidade compreende que com
um peso de 3 kg ao centro ela vergue até 7 cm.
• 2 suportes para a fasquia (planos e rectangulares) com 4 cm de
largura e 6 de comprimento.
• Área de queda (colchões) com um espaço mínimo de 5m x 3m.

 Salto em Comprimento

• A ordem de realização dos 3 primeiros ensaios é obtida por sorteio;


• Quando existam 8 ou mais atletas em prova, cada um deles terá
direito a 3 ensaios e os oito primeiros que tenham obtido os
melhores saltos válidos terão direito a três ensaios suplementares,
na ordem inversa à da classificação alcançada nos seus 3 primeiros
ensaios. Quando compitam até 8 atletas cada um deles terá direito
a 6 ensaios;
• Desde que a prova se inicie, os atletas não poderão utilizar a pista
de balanço para o treino.
• Um ensaio será nulo se um atleta:
• Tocar no solo para além da linha de chamada com alguma parte do
corpo, quer correndo sem saltar quer no acto do salto;
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• Fizer a chamada desde o exterior das margens laterais da tábua de


chamada, quer seja para além ou para aquém da extensão da linha
de chamada;
• No momento da queda tocar o terreno fora da área de queda num
ponto situado mais próximo da linha de chamada que a marca mais
próxima existente na zona de queda resultante do salto;
• Depois de ter completado o salto, recuar através da área de queda;
• Empregar qualquer forma de salto mortal durante a corrida de
balanço ou no acto de salto.
• Com excepção do referido na linha dois do ponto 4, se um atleta
fizer a chamada antes da tábua de chamada o seu salto não será
considerado nulo;
• Todos os saltos serão medidos desde a marca mais próxima deixada
a área de queda, feita por qualquer parte do corpo ou membros do
atleta, até à linha de chamada ou seu prolongamento. A medição
terá de ser feita perpendicularmente à linha de chamada;
• Cada atleta será creditado com o melhor dos seus saltos, incluindo
os que forem realizados para desempate para o primeiro lugar.

Pista de Balanço – Tábua de Chamada – Caixa de Saltos


• Comprimento Mínimo --» 40 metros (excepto em competições
internacionais – 45 metros);
• Largura mínima --» 1,25 metros;
• Inclinação lateral e no sentido da corrida máxima 1/1000 na
direcção do centro da fasquia;
• Marcas: um atleta poderá colocar uma ou duas marcas (fornecidas
ou autorizadas pelo comité organizador) para o auxiliar na corrida
de balanço. Se essas marcas não forem fornecidas pode usar fita
adesiva, mas não giz ou substância similar, nem nada que deixe
marca indelével.);
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• A zona de chamada será marcada por uma tábua nivelada com a


pista de balanço e com a superfície de queda. A tábua de chamada
terá de ser colocada entre 1 a 3 metros da margem mais próxima
da área de queda. Deverá ser feita de madeira, e medirá entre 1,21
e 1,22 m de comprimento, 20 cm de largura e 10 cm de espessura.
Será pintada de branco;
• A distância entre a tábua de chamada e o extremo mais afastado da
caixa de saltos deve ser de pelo menos 10 m.
• A caixa de saltos deverá medir entre 2,75 e 3m de largura.

 Corrida de Estafetas

• Uma equipa é constituída por quatro elementos.


• O testemunho consiste num tubo liso; de secção circular; feito de madeira,
metal ou outro material rígido; com comprimento entre 28 e 30 cm; não
devendo pesar menos de 50 gr;
• O testemunho tem de percorrer todo o percurso da prova;
• Sempre que o testemunho cai, tem que ser recuperado pelo último atleta
que o transportava, podendo este abandonar a sua pista, se desta forma não
prejudicar ninguém;
• Para as restantes situações, os atletas devem manter-se nos seus corredores
durante a corrida e até que todas as transmissões
se efectuem, de modo a não prejudicar os outros
participantes;
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• Em todos as corridas de estafetas, o testemunho tem de ser transmitido


dentro de uma zona de transmissão de 20m de comprimento;
• Nas corridas de estafetas até aos 4x100m, é permitido aos concorrentes,
com excepção do primeiro, utilizar uma zona de balanço (aceleração) até ao
máximo de 10m.

 Lançamento do peso

• O peso é lançado do interior de um círculo com 2,135m de diâmetro;


• O peso tem de ser lançado com uma só mão, e a partir do ombro do
atleta;
• Características dos pesos:

Masculinos Feminino
Seniores Juniores Juvenis s
Peso 7,257kg 6,25kg 5,00kg 4,00kg
Mínim
110mm 105mm 100mm 95mm
Diâme o
tro Máxim
130mm 120mm 110mm 110mm
o
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HABILIDADES MOTORAS

 Corrida

Técnica de Corrida
A corrida deverá ser considerada como um hábito motor de base,
sendo deste modo perspectivada como uma actividade que tem de
ser aprendida e como tal necessariamente exercitada.
No âmbito da actividade desportiva, quer ao nível da preparação
geral quer mesmo no campo da preparação específica de outras
modalidades que não só o atletismo, a corrida constitui um
importante factor de sucesso da prestação do praticante.
Não é, portanto suficiente encará-la apenas como um simples
meio de deslocação do atleta que é adquirido de forma natural,
devendo pelo contrário ser interpretado como uma componente da
técnica desportiva que é preciso ensinar e treinar nos momentos e
idades mais adequadas.
A corrida é considerada uma tarefa motora de carácter cíclico e
de estrutura rítmica variável ou invariável, em que fases de apoio são
alternadas com fases de suspensão.
Na análise da corrida consideramos a sua estrutura dinâmica e
cinemática dividida em duas grandes fases:
Fase de apoio – durante a qual as forças interiores actuam sobre o
solo, daí resultando uma reacção projectiva igual e de sentido
contrário (lei da acção reacção).
Fase de suspensão – durante a trajectória aérea, o C.G. do corpo do
atleta descreve uma parábola e eleva-se até uma certa altura.

O contacto do pé com o solo deve realizar-se da seguinte forma:


• No eixo da corrida;
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• Variando a superfície de apoio de acordo com a intensidade da


corrida – para uma intensidade máxima o pé toma contacto
pelo terço anterior do seu bordo externo enquanto que para
intensidades média e fraca o apoio tende a ser realizado sobre
a região externa do metatarso e do tarso;
• A passagem do pé pelo apoio e a sua ulterior repulsão do solo
condicionam a amplitude da passada. À máxima extensão da
perna impulsora deverá corresponder a máxima elevação do
joelho da outra perna que, entretanto, se dirigiu para a frente.

A acção dos braços:


• É de grande importância na corrida pois assegura o equilíbrio,
contribui para a progressão e permite passadas amplas e
descontraídas;
• Na corrida, a acção do braço é sobretudo de equilíbrio, mas a
sua acção, em termos de amplitude e dinamismo é
determinante na amplitude e na frequência da passada;
• O movimento dos braços deve ter lugar na articulação do
ombro;
• Deve estar em sincronia com o ritmo de acção das pernas;
• Ângulo entre o braço e o antebraço deve rondar os 80º - 85º no
final do seu balanço à frente, abrindo-se ligeiramente este
ângulo no limite do balanço atrás – 95º;
• No balanço atrás a mão não deve ultrapassar o nível dos
quadris,
• Nas corridas mais rápidas o cotovelo do braço que vai atrás
atinge quase a altura dos ombros;
• As mãos permanecem abertas de forma a evitarem
contracções parasitas a nível dos braços.
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• Para além da qualidade dos apoios, e da acção dos braços a


postura corporal do corredor é fundamental na técnica de
corrida:
• A cabeça deve manter-se no prolongamento do tronco e o
olhar deve estar dirigido para a frente (a colocação da cabeça
atrás quando aparece a fadiga está habitualmente associada a
uma menor amplitude da passada, com a consequente
diminuição da corrida);
• Os músculos da face e do pescoço devem permanecer
descontraídos (a sua contracção indicia uma contracção
generalizada de todo o corpo);
• Qualquer que seja a intensidade da corrida, o tronco deve
permanecer sempre na vertical e os ombros baixos.

• Corrida de Velocidade

Fases da Corrida de Velocidade

Partida ou Saída
A partida é um factor decisivo e como tal deve ser treinada, uma
boa saída pode provocar o comando de uma
prova, o que constitui, em muitos casos, uma
vantagem importante.
Pela curta duração da corrida (60, 80 ou 100
metros), esta fase é considerada de
concentração.
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A partida realiza-se nos “blocos de partida”, dispositivos que


possibilitam uma maior velocidade inicial e consequentemente, uma
partida eficiente.

Fases da Partida
1. Depois da colocação dos blocos de partida, o atleta deve estar
de pé, atrás dos mesmos, e esperar que o juiz diga: “Aos seus
lugares!”
O atleta entra em contacto com o dispositivo e deve colocar-se
em posição de cinco apoios:
• Polegar e o indicador afastados e colocados no chão próximos
da linha de partida;
• Os braços à largura dos ombros, estendidos;
• Joelho da perna da frente a indicar o sentido da corrida.
2. Seguidamente à ordem de “prontos”, deve colocar-se na
posição de quatro apoios, elevando o joelho da perna de trás.
O aluno:
• À voz de “prontos”, deve bloquear a respiração, após a
inspiração, até ao sinal do “tiro”, altura da libertação da
respiração;
• Olhar deve ser dirigido para um ponto mais à frente no solo;
• Contacto dos pés com o solo é importante;
• Posição imóvel.

3. Ao sinal de partida (“tiro”), o atleta deve reagir rapidamente:


• As mãos devem abandonar o solo;
• A força exercida (impulsão) nos blocos de partida tem influência
na velocidade inicial;
• A primeira impulsão é realizada com a perna de trás, logo de
seguida, com maior duração, a perna da frente é responsável
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pela projecção do corpo, formando com o plano da pista um


ângulo de 45º, aproximadamente;
• A trajectória da perna de trás deve ser rasante, rápida e curta;
• Os braços devem ter uma acção correcta e coordenada com as
pernas.

Desenvolvimento da corrida
A aceleração deve ser realizada da seguinte forma:
• Corpo inclinado para diante;
• Passadas iniciais curtas e rápidas;
• Aproveitamento da oscilação dos
braços para conseguir entrar, o
mais rápido possível, na velocidade adequada.

A velocidade da corrida é o resultado de dois factores: o


comprimento e a frequência da passada. Numa corrida de velocidade,
principalmente nos 100 m, é fundamental a velocidade
da corrida e o tempo de reacção do atleta.
A mudança da aceleração inicial tem
características importantes:
• Contacto dos pés deve ser feito pela parte exterior
do metatarso;
• A perna de apoio deve manter ligeira flexão, e o
calcanhar da perna livre deve situar-se perto das nádegas;
• A movimentação dos braços, flectidos, deve ter
correspondência com a das pernas;
• Olhar deve ser dirigido sempre para a frente;
• Descontracção dos grupos musculares que não são necessários
ao movimento da corrida.
A linha de chegada (“meta”)
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Esta situação deve ser efectuada no último momento com:


• Inclinação do tronco à frente ou avançando o ombro oposto à
perna da frente e oscilando os braços à retaguarda;
• Não diminuir a velocidade antes de passar a meta.

Evitar:
• Na partida, um recuo do corpo, que origina atraso na saída do
pé da trás e prejudica o ritmo das passadas iniciais por
deficiente contacto da parte anterior dos pés nos blocos;
• À voz de “prontos”, a extensão completa da perna de trás;
• Na primeira passada da corrida, dar um salto;
• Na fase de aceleração, a elevação total do tronco para a
posição normal da corrida;
• Durante a corrida, o desequilíbrio, isto é, correr em
“ziguezague”;
• Durante a corrida, que o primeiro contacto do pé com o solo
seja feito pelo calcanhar;
• Durante a corrida, olhar para os lados;
• Durante a corrida, “cerrar” os dentes, os braços tensos e
rígidos, o rosto e o pescoço contraídos;
• A passagem pela meta com diminuição da velocidade, o que
normalmente se dá no jovem sem prática desportiva;
• Na chegada à meta, a inclinação do tronco e da cabeça e a
oscilação dos braços à retaguarda um pouco afastada da linha
de chegada para não haver desequilíbrio e uma consequente
diminuição de velocidade nas últimas passadas.

• Corrida de Estafetas
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É uma manifestação desportiva excitante, atractiva e provoca


interesse na assistência por constituir uma competição de equipa em
que o êxito depende das transmissões.
Também é de importância para o praticante, uma vez que ao
fazer parte de uma equipa, assume a responsabilidade como grupo,
isto é, tem de aliar o esforço individual ao colectivo – espírito de grupo.
Para além dos resultados, existem outros aspectos muito
importantes que se devem ter em conta numa corrida de estafeta.
• 1º estafeta deve ser o que tiver melhor velocidade de reacção
(melhor saída);
• 2º estafeta deve ser o menos rápido;
• 3º estafeta deve ser o que assegura o 2º melhor tempo;
• 4º e último estafeta deve ser o mais veloz;
• Entre os atletas deve existir espírito de equipa, força de
vontade e combatividade.

As estafetas 4 x 100 m e 4 x 400 m são corridas em que cada


equipa é constituída por 4 elementos que:
• Têm por objectivo transportar o testemunho
durante a totalidade do percurso, o mais
rapidamente possível;
• Têm de transmitir entre si o testemunho,
em percursos iguais, dentro da zona de transmissão de 20
m;
• Não devem sair da pista sorteada.

Fases da Corrida de Estafetas


1. Partida ou Saída
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A partida para a corrida de estafetas 4 x 100 m é realizada no


local de partida da prova de 400 m, em “decalage”, com blocos de
partida sobre o lado direito do corredor, perto da linha exterior.
Existem várias formas de segurar o testemunho na partida, mas
a mais usual é agarrá-lo próximo do centro.
2. Transmissão do testemunho
O testemunho tem de ser entregue dentro
de um espaço de 20 m de comprimento – zona
de transmissão.
Na estafeta 4 x 100, a zona de transmissão
começa 10 m antes da linha dos 100 m e
termina 10 m à frente dela.
O receptor deve aguardar o transmissor na
zona de balanço (10 m), olhando para trás e por cima do ombro.
O receptor deve começar a correr quando o transmissor passa
junto a uma marca previamente colocada no corredor. Corre olhando
para a frente e estica o braço para trás com a mão aberta quando o
transmissor lhe der o sinal sonoro: “sai”, “vai”, “toma”, etc.
O testemunho pode ser entregue de cima para baixo (técnica
descendente) ou de baixo para cima (técnica ascendente).
Contudo, é aconselhado o tipo de entrega do testemunho pelo
método ascendente, no qual o receptor coloca a palma da mão para
baixo, braço estendido e o polegar afastado do indicador, e o
transmissor executa um movimento de baixo para cima para a
entrega do testemunho.

Transmissão ascendente
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Transmissão descendente

Os quatro atletas têm de combinar o modo e a mão com que


fazem as transmissões, pois isso influencia a colocação de cada um
no corredor para receber o testemunho.
Se o transmissor correr com o testemunho na mão esquerda, o
receptor coloca-se na zona interior do corredor de corrida, e recebe
com a mão direita.
Se o transmissor correr com o testemunho na mão direita, o
receptor coloca-se na zona exterior do seu corredor de corrida, e
recebe com a mão esquerda.
Daqui decorrem os métodos de transmissão:
Método de transmissão exterior: O atleta que transmite, traz
o testemunho na mão esquerda e passa o testemunho para a mão
direita do receptor. Após a recepção, o atleta que recebeu faz a
mudança do testemunho para a outra mão.
Método de transmissão interior: O atleta que transmite, traz
o testemunho na mão direita, aproxima-se do atleta que recebe pelo
lado de dentro e passa-lhe o testemunho para a mão esquerda. Após
a recepção o atleta que recebeu faz a mudança para a outra mão
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Método de transmissão misto ou de “Frankfurt”: É uma


combinação dos outros dois métodos, em que as 1ª e 3ª transmissões
são executadas pelo lado de dentro, e a 2ª pelo lado de fora. Os
atletas que transportam o testemunho, seguram-no nas curvas com a
mão direita e nas rectas com a mão esquerda, não sendo necessário
haver mudança do testemunho para a outra mão, do atleta que
recebe o testemunho.
O Receptor:
• Deve começar a corrida na zona de balanço;
• Deve ter sinais de referência sobre o seu corredor;
• Após a corrida lançada e no momento da passagem do
testemunho, não deve olhar para trás, pois daí pode resultar
uma perda de tempo.
O Receptor deve evitar:
• Início da corrida lançada cedo ou tarde demais;
• Durante a corrida lançada, correr de braços estendidos para
trás;
• Abrandamento de velocidade no momento da transmissão.
O transmissor deve evitar:
• A extensão do braço demasiado cedo.

A Linha de Chegada (“meta”)


Após receber o testemunho, o último atleta corre para a linha de
meta de forma idêntica à corrida de velocidade.

 Saltos

• Salto em Comprimento
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O salto em comprimento faz parte integrante do conjunto de 4


saltos oficiais dos programas de provas de atletismo (além do salto
com vara, triplo salto e salto em altura).

As componentes mais importantes do salto em comprimento são a


velocidade, obtida através da corrida de balanço, e o ângulo de
projecção (o ângulo ideal de ataque situa-se entre os 18º e os 20º) do
atleta. Tal como os restantes saltos, é constituído por 4 fases:

1. Fase de corrida de balanço


• Aceleração progressiva (velocidade máxima possível nas 3
últimas passadas);
• Apoios activos sobre o terço anterior dos pés;
• Joelhos elevados, passadas amplas em “soupless”;
• Colocação alta da bacia;
• Extensão das articulações tíbio-társica, do joelho e coxo-
femural (anca).
Erros Típicos:
• Redução da velocidade nas passadas finais;
• Corrida demasiado longa e desgastante (velocidade máxima
alcançada precocemente);
• Apoio sobre a planta dos pés;
• Joelhos baixos; passada em frequência;
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• “Corrida sentada”;
• Membro inferior flectido.

2. Fase de chamada
• Penúltima passada curta e passada final mais longa o que
provoca o assentamento sobre o calcanhar e o baixar do
centro de gravidade;
• Centro de gravidade baixo e tronco ligeiramente inclinado
atrás;
• Apoio em “griffé” (da frente para trás);
• Elevação da coxa da perna livre até à horizontal após a
chamada;
• Projecção da bacia em frente;
• Olhar dirigido em frente.

Erros típicos:
• Assentamento sobre o calcanhar;
• Inclinação do tronco à frente;
• Apoio a partir do calcanhar;
• Insuficiência do movimento de balanço da perna livre;
• Projecção da bacia exclusivamente para cima;
• Olhar dirigido para a tábua de chamada.

3. Fase aérea, suspensão ou voo


Técnica de tesoura:
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• O atleta continua a correr durante o voo (dois passos e


meio);
• Depois da chamada o saltador baixa activamente o membro
inferior de balanço estendido, levando-o atrás, e puxando
também atrás o membro inferior de impulsão fortemente
flectido (1º passo);
• O ritmo das passadas é auxiliado com movimentos de
circundução sincronizados, dos membros superiores;
• Nesta fase do voo nota-se claramente uma ligeira inclinação
para trás;
• Quando o saltador completa o 2º passo com o membro de
balanço, trazendo-o à posição horizontal, o tronco vem
adiante para contrabalançar;
• O membro de impulsão mantém-se nesta posição até que o
de balanço suba ao mesmo nível;
• Posteriormente o tronco “endireita-se”, os membros
inferiores descem e as ancas são deslocadas para diante;
• Imediatamente antes do contacto com o solo, os membros
superiores são levados atrás do corpo.

Técnica de extensão:
• A seguir à chamada o atleta deixa pender o membro inferior
de balanço até quase à vertical;
• A esta posição vem juntar-se o membro inferior de impulsão,
flectido;
• Os membros inferiores ficam próximos um do outro, em
ângulo recto com as coxas;
• Os membros inferiores continuam o movimento de subida
iniciado na chamada, e conservam-se acima da cabeça
durante a primeira parte do voo;
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• Antes do contacto com o solo, move os membros superiores


para cima e para diante, e abaixa o tronco em movimento de
balanço;
• Imediatamente antes de contactar o solo, projecta os
membros inferiores bem para diante;

Técnica de passada:
• Na primeira fase do voo o atleta deve manter os diferentes
segmentos corporais numa posição idêntica à da fase final
da chamada;
• O tronco mantém-se na vertical ou com uma ligeira
inclinação atrás;
• Após a chamada, o membro inferior impulsor assume uma
atitude de descontracção, mantendo-se atrasado
relativamente ao corpo;
• Imediatamente antes do contacto com o solo, o membro
inferior impulsor balança para a frente ao encontro do
membro inferior de balanço, preparando a recepção no solo;
• Posteriormente o corpo assume a posição de “canivete”, com
o tronco flectido sobre os membros inferiores, num
movimento de compensação;
• Membros superiores descem, para conjuntamente com o
tronco compensarem a subida dos membros inferiores.
Erros Típicos:
• Braços descoordenados ou em abdução;
• Perna de chamada mantém-se em baixo;

4. Fase de queda ou recepção


• Recepção a 2 pés paralelos;
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• Joelhos flectidos e junto ao peito;


• Ligeira inclinação lateral;
• Puxar os braços e tronco para a frente.
Erros Típicos:
• Recepção com 2 pés afastados;
• Joelhos em extensão;
• Ausência de uma ligeira inclinação lateral;
• Tronco inclinado à retaguarda.

• Salto em Altura

O salto em altura é um tipo de salto que consiste na realização de


uma corrida rápida, uma chamada activa, procurando “transformar” a
velocidade adquirida na maior distância vertical possível, transpondo,
de costas, um obstáculo (fasquia), colocando a determinada altura do
solo, apoiado em dois postes, e que vai sendo sucessivamente
elevado.
Em relação às fases que considerámos antes, para o salto em
altura temos:
• Corrida de balanço;
• Chamada;
• Fase aérea; transposição da
fasquia;
• Queda;

Corrida de balanço
• Deve ser progressivamente acelerada, com um ritmo
crescente até à chamada, procurando-se adquirir velocidade
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horizontal e uma correcta colocação do corpo para as fases


seguintes;
• Efectuar passadas completas, relaxadas, com os joelhos
altos, para permitir apoios activos efectuados no terço
anterior dos pés;
• Em termos de orientação antero-posterior, ter o tronco
colocado na vertical, nas três últimas passadas apresentando
uma pequena inclinação para trás;
• Em termos de orientação lateral, nas últimas quatro
passadas deve-se procurar uma inclinação de todo o corpo
para o interior da curva, contrariando a força centrífuga
provocada. Durante a fase da corrida em curva, enquanto se
procura esta inclinação para o interior, deve-se continuar a
aumentar o ritmo de corrida com passadas energéticas e
activas;
• O seu comprimento varia em função da idade e nível do
concorrente; sendo normalmente realizadas oito e doze
passadas, com a particularidade
muito importante de as últimas
quatro ou cinco serem
efectuadas em curva.

Chamada
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• Ter a noção de que o local de chamada se situa geralmente à


frente do primeiro poste e a uma distância de
60 a 90cm perpendicularmente à fasquia;
• Manter a inclinação para o interior da curva e
os ombros atrasados em relação às ancas;
• Procurar que a última passada seja
ligeiramente mais curta do que as anteriores;
• Colocar o pé de chamada apoiado com toda a
sua planta, de forma rápida e activa, no alinhamento da
corrida em curva, obliquamente à fasquia “cerca de 30º” e
não paralelamente à linha da fasquia;
• Ter sempre presente que o MI de chamada realiza um
movimento de extensão activa das suas três articulações:
pé, joelho e anca, formando no início e no final da chamada,
um alinhamento total com o resto do corpo,
• Subir rápida e activamente a coxa e o MI livre, terminando
paralela à fasquia ou com o joelho apontado ligeiramente
para o interior da curva;
• Ter sempre presente que os MS actuam de forma rápida,
alternados ou simultâneos elevando-se até à altura da
cabeça, sendo aí bloqueados.

Transposição da fasquia
• Procurar o momento de manutenção da posição final da
chamada, antes de iniciar as acções de
suspensão;
• Manter a coxa do MI livre na horizontal
durante a subida;
• Manter o olhar dirigido para a fasquia e para o
segundo poste durante a subida;
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• Envolver a fasquia, em primeiro lugar, com o MS condutor, do


lado do MI livre;
• Elevar as ancas durante a transposição da fasquia, como
fazendo a ponte no ar;
• Quando as ancas passarem a fasquia, levar a cabeça ao peito
e extender os MI;

Queda
• Cair sobre a zona dorsal superior e com
a protecção dos MS;
• Manter os joelhos separados afim de
evitar traumatismos.

 Lançamentos

• Lançamento de Peso

Técnica de Translação ou O’brien

A pega do peso:
• O atleta pega o engenho com a mão de modo que repouse
sobre a base dos dedos;
• Os 3 dedos do meio ficam ligeiramente afastados;
• O polegar e o mínimo servem de apoios laterais,
assegurando a estabilidade do engenho;
• O peso não deve ser agarrado com força nem deve poder
rolar na palma da mão;
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• Esta mão é colocada na concavidade do pescoço, junto à


clavícula, sem repousar no ombro, por baixo da mandíbula;
• Cotovelo é ligeiramente levantado e puxado para diante;
• A cabeça é conservada na sua posição normal;
• O MS que segura o engenho encontra-se numa posição que
não será modificada no seguimento dos movimentos do
lançamento.

Fase de Preparação:
• O atleta está de pé, virado para trás em relação ao sentido
do lançamento. Esta posição facilita a aceleração continua
do engenho ao longo de uma linha recta
• O atleta está de pé no limite posterior do círculo de
lançamento, com as costas voltadas para o sentido do
lançamento;
• O pé direito está no diâmetro do círculo, o esquerdo fica um
pouco atrás dele, na direcção do lançamento;
• O peso está como atrás descrevemos.

Deslizamento:
• Com este movimento, o atleta move-se no interior do
circulo de lançamento, da parte traseira para a da frente,
dando ao peso o primeiro impulso no sentido em que vai ser
lançado;
• O corpo do atleta, com o peso, tem na posição de repouso
um alto grau de inércia, de modo que o movimento tem de
ser precedido de uma acção preliminar:
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• O atleta está de pé, deixa cair o tronco com uma boa flexão
do MI equilateral ao MS de arremesso e move o MI contrário
na direcção daquele;
• Na mesma posição inicial, o atleta flecte o tronco para
diante, compensando esta flexão com um balanço do MI
contra-lateral à mão de arremesso para trás e para cima.
Quando o tronco e o MI estiverem quase paralelos ao chão,
a perna de apoio flecte e a outra é trazida para junto dela;
• Quando o atleta começa o deslizamento através do círculo
de lançamento, o seu MI livre balança para trás, e ao
mesmo tempo o pé direito puxa também para trás no
sentido do lançamento;
• Vai assim ao centro do círculo, onde assenta no solo o pé
equilateral à mão de lançamento, com o tronco ainda
voltado no sentido oposto ao do lançamento e com a perna
contralateral ao MS de lançamento ligeiramente voltada
para o lado para onde se vai desenrolar a rotação;
• O pé da perna livre não deve subir acima do nível da anca
em fase nenhuma da acção do deslizamento. Deste modo, o
corpo do atleta move-se num nível baixo e de forma que é
mais de arrastamento do que de elevação;
• Enquanto o MI livre inicia a descida, o MI contrário arrasta-
se, em pleno assentamento, pelo chão, sob o corpo do
atleta, ao longo do diâmetro principal do círculo.

Arremesso (posição de lançamento e lançamento propriamente dito):


• Esta posição é alcançada imediatamente a seguir ao
deslizamento, com os dois pés já no chão;
• O peso do corpo fica sobre a perna equilateral ao MS de
arremesso flectida, no centro do círculo de lançamento;
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Pedro Filipe Silva Bessa

• A perna livre da fase anterior já contactou o solo, com o bordo


anterior junto à antepara, e o seu ponto de contacto está
apenas alguns centímetros para a esquerda da linha de
lançamento. Os dois pés do atleta ficam assim quase alinhados
por ela;
• Na acção de largar o engenho no sentido do lançamento, o
atleta transmite-lhe força por meio da rápida extensão dos MI,
da elevação e rotação do tronco e da condução do braço. É
nesta fase que se verifica a maior aceleração do engenho:
o A condução final do braço inicia-se com uma extensão da
perna equilateral ao braço de arremesso a partir do
tornozelo e com um movimento correspondente de
elevação do tronco;
o Em continuação disto, o lado do tronco equilateral ao
braço de lançamento, que continua em extensão, roda
agora para a frente e para cima na direcção do
lançamento;
o Ao começar a extensão do MI e ao erguer-se o tronco, o
peso encontra-se ainda encostado ao pescoço do atleta,
mas, logo que este tiver o peito virado para diante, dará
inicia à acção do membro superior de arremesso;
o Ter o cuidado de conservar sempre o cotovelo atrás do
engenho, o que, nesta fase, só é possível com o
afastamento deste da posição que ocupava junto do
pescoço;
o A grande força produzida pela extensão dos MI é muito
importante para o resultado do lançamento;

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