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UNIVERSIDADE DE ÉVORA

METODOLOGIA DE ELABORAÇÃO DO PROJECTO

Ano Académico: 2007/08 Semestre Par

Proposta final do projecto de trabalho de pesquisa

Nome: Nuno Potes Cordovil


Área: Contabilidade e Gestão
Número: m 15907
Turma: B
Data de entrega: 28 de Junho de 2008
E-mail: nunopcordov@gmail.com
Telefone: 266739690 / 966286682
1. Introdução 3
1.1. Enquadramento Geral 3
1.2. Problema de Estudo 4
1.3. Objectivos 4
2. Revisão da Literatura 5
3. Metodologia 8
3.1. Fundamentação Teórica 8
3.2. Abordagem 9
4. Processo de recolha de dados 10
5. Conclusão 11
6. Bibliografia 11
7. Glossário 13
8. Anexos 13

Resumo: O presente trabalho responde à proposta final do projecto de trabalho de


pesquisa da cadeira de Metodologia de Elaboração do Projecto do Mestrado em Gestão
da Universidade de Évora. Nele se propõe implementar no Alentejo, um inquérito
utilizado no Brasil pela Ethos- Sebrae para medir a consciencialização das PME ao
problema da Responsabilidade Social das Organizações. Fazendo a análise dos
resultados a obter desenvolver-se-à a estratégia de incentivação e fomento junto das
entidades interessadas.
Palavras-chave: RSO/RSER; sustentabilidade; benchmarking; auto-formação

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1. Introdução

1.1. Enquadramento Geral

“Defendo que o maior e mais sensato gestor não deverá almejar a maximização dos
lucros, antes sim, a ‘optimização’ dos mesmos” (Bigio, Joseph, 2002).
Verifica-se que vão aparecendo cada vez mais empresas a apresentar relatórios de
sustentabilidade, seja como complemento dos relatórios anuais de cariz financeiro, seja
como anexo aos mesmos, ou ainda apresentados independentemente daqueles e até com
periodicidade diferente.
É principalmente nas grandes empresas multinacionais que este fenómeno mais toma
forma, um pouco como moda ou corrente de pensamento, e dando ainda os primeiros
passos no caminho de uma formatação homogénea tanto na qualidade quanto na
quantidade de informação divulgada pelas administrações.
Poderá até acontecer que algumas destas entidades o façam de uma forma pretensiosa,
algo como marketing social, que ‘fica bem’. Outras, por ventura são pressionadas pelas
valorizações bolsistas, pois um dos indicadores com elevado peso nas ponderações de
cotação é a classificação da entidade pelas várias normas segundo as quais há que
divulgar se estão a ser praticados diversos pontos considerados em grelhas de
comparação.
A normalização mais difundida a nível internacional é a GRI – Global Report Initiative.
Apresenta três classificações conforme o grau de aplicabilidade e ainda uma outra
classificação relativa à certificação por uma terceira entidade quanto à aplicação das
referidas normas.
Tanto a tarefa de demonstração, por parte da empresa relatora, como a de conferência,
por parte da certificadora, são em todo o caso trabalhos que parecem ser bastante
dispendiosos pela exigência do serviço de pessoal altamente especializado.
Suscita-se assim a interrogação se apenas as grandes empresas multinacionais deverão
ponderar o caminho que estão a seguir nesta nova área de gestão e que tem a ver com o
desempenho a nível económico, social e ambiental. Parece que não!
Todos não serão de mais para tentar modificar o desequilíbrio que aparece entre países
ricos, do Norte ou pobres, do Sul;
Todos estão chamados a compreender que as empresas já não são entidades estanques
aos interesses externos aos seus proprietários e que mesmo dentro dos accionistas há
uma diferença abismal entre os capitais sociais de hoje em dia, com milhões de acções
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espalhadas por pessoas que nunca se verão, das velhas empresas familiares em que os
sócios eram os administradores e não se vislumbravam divergências de interesses entre
eles;
Nesta aldeia global, um problema na gestão de uma empresa pode ter repercussões
terríveis nos accionistas mas também nos seus trabalhadores, nas empresas a montante
ou mesmo a jusante, nos vizinhos que suportarão externalidades, sejam negativas ou
mesmo positivas, daí provenientes, etc.
É pois necessário implementar a nível mais generalizado esta problemática que começa
a ser objecto de preocupação por alguns extractos da população mundial atentos aos
sinais dos tempos: as intempéries incontroladas, os fluxos migratórios humanos, o fosso
entre aqueles cada vez mais ricos com a pobreza generalizada que se vê, não apenas a
nível internacional mas também entre regiões ou mesmo entre bairros da mesma cidade.

1.2. Problema de Estudo


A curto prazo pretende-se aplicar no Alentejo uma bateria de questões idealizadas pelo
Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e pelo Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) “Indicadores Ethos-Sebrae de
Responsabilidade Empresarial Social Empresarial para Micro e Pequenas Empresas
2007” de modo a poder utilizar os resultados da amostra como plataforma sustentadora
de hipóteses a tratar numa segunda fase de trabalho .
Em seguida, compreendendo as necessidades dos gestores de pequenas e médias
empresas em se formarem nesta área, aplicar uma acção de formação de maneira
inovadora por ser pro-activa, isto é, sem formador mas apenas com um coordenador de
formação pois os próprios utentes encontrarão o seu caminho em conjunto.
A adaptação às empresas associadas nesta acção, de forma faseada, da metodologia
GRI, e a continuação de aplicação da bateria de testes Ethos- Sebrae a novas empresas
em Portugal para comparabilidade regional e temporal são outros pontos a acrescentar
ao objectivo principal.

1.3. Objectivos
- ajudar pequenas entidades a sensibilizar-se para a sustentabilidade;
- inquirir, através da adaptação do inquérito da Ethos-Sebrae o posicionamento de
empresas alentejanas;

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- comparar os resultados com os estudos no Brasil ( e, se possível, com os estudos
KPMG1) ;
- formar parceiros sociais nas empresas associadas nesta acção.

2. Revisão da Literatura
“Não parece haver dúvida que os clientes, os poderes públicos, os investidores, as
entidades ambientais, e a sociedade em geral projectam hoje sobre a vida das
organizações um enlenco vasto de desafios e requisitos que recomendam velada
atenção às RSE” (Moreira et. al, 2003, p.100) .
recorda que o debate a nível europeu acerca desta questão, começou em Lisboa, na
época da cimeira europeia de Lisboa, em Março de 2000. Houve um apelo lançado
pelos Chefes de Estado e de Governo acerca da RS das empresas, e este foi, a nível
europeu, um ponto de viragem.
A Agenda de Lisboa vai neste sentido de alertar, de chamar a atenção dos responsáveis,
seja a que nível for, como recorda Dominique Be, um alto responsável pelos Assuntos
Socais da União Europeia, ao discursar no Seminário RSO, promovido pelo IDICT em
Junho de 2003. Mas não é possível ficar de braços cruzados à espera que algo se
modifique se cada um não se questionar sobre o tipo de colaboração possível. Já o
Protocolo de Quioto e Conferências como Toronto, Rio de Janeiro, Copenhaga e outras
grandes reuniões sobre esta temática chamaram a atenção de governantes para a
necessidade da Responsabilidade Social, seja de entidades públicas ou privadas.
Entidades em todo o mundo começam a despertar para a problemática como o ISEA –
Institute of Social and Ethical Accountability”, de Londres , o CEPAA – Council for
Economic Priorities Accreditation Agency ( Órgão de Credenciamento do Conselho de
Prioridades Económicas), o CERES (Coalition for Environmentally Responsible
Economies) em associação com o UNEP (United Nations Environment Programme),
que criam normas para generalizar este empenho. A International Organization for
Standardization está a desenvolver a ISO26000, como norma a utilizar na
implementação da responsabilidade social por parte das organizações, prevendo tê-la
completamente testada e pronta a aplicar em 20102.

1
Terá algum interesse comparar os resultados ora propostos em que a população é essencialmente a
PME, no Alentejo, com os resultados da KPMG essencialmente baseados em grandes empresas
multinacionais. Será interessante ver a diferença de dificuldades apontadas por uns e por outros.
2
“ISO has chosen SIS, Swedish Standards Institute and ABNT, Brazilian Association of Technical
Standards to provide the joint leadership of the ISO Working Group on Social Responsibility (WG SR).
The WG SR has been given the task of drafting an International Standard for social responsibility that will
be published in 2010 as ISO 26000.” http://www.sis.se/ e http://www.abtn.org.br/

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“A sustentabilidade passa assim pela implementação empresarial de uma nova maneira
de gerir empresas. Uma empresa sustentável assentará em três pilares: ambiente,
social e económico. Estas três áreas terão de agir interactivamente, e o
desenvolvimento económico sustentável da empresa ocorrerá na intercepção dos
interesses de cada um dos pilares.”( Ramos, 2006 ).
No trabalho efectuado para Gestão Ética e Responsabilidade Social Organizacional,
Piteira e Cordovil (2008) levantaram igualmente este problema comparando realidades
distintas de empresas dos novos países da União Europeia e do Alentejo baseados
fundamentalmente em duas autoras com trabalhos neste campo, Petia Koleva (2005) e
Florbela Nunes (2005).
Foram igualmente consultados várias páginas digitais como Ethos, no Brasil:
“Responsabilidade Social Empresarial para Micro e Pequenas Empresas Passo a Passo”,
Delloite, em Portugal: “O Desafio do Desenvolvimento Sustentável nas Empresas
Portuguesas”, estudo segundo metodologia internacional de inquéritos, KPMG em todo
o mundo, mas através de uma página portuguesa. Também foi consultada a página do
IAPMEI que efectuou há bem pouco tempo um seminário no final da 2ª fase do projecto
“Ser PME Responsável”, enquadrado na iniciativa comunitária EQUAL. “Adaptado do
questionário de sensibilização "Empresas Responsáveis", desenvolvido pela Campanha
Pan Europeia de sensibilização para a responsabilidade social das empresas, iniciativa
da Direcção Geral da Empresa da Comissão Europeia” tem um pequeno inquérito de
pré-diagnóstico.
Do Seminário promovido em Junho de 2003 pelo IDICT podemos retirar algumas
afirmações que mostram a actualidade desta preocupação:
“Há empresas que não têm ainda a percepção do interesse da adopção destas
práticas. Daí que o que queiramos fazer seja «vender» a RS às empresas, como
um instrumento de gestão e não pedir-lhes filantropia ou caridade pública.
Ajudar a que vejam na RS um instrumento de boa gestão, que permite tratar as
novas questões com que as empresas se deparam hoje em dia”( Dominique Be );
“A RS das organizações constitui uma enorme oportunidade para as empresas,
porque altera o patamar competitivo, permite aos ganhadores aumentarem a
vantagem, permite aos perdedores voltarem a entrar em jogo, porque constitui
uma ferramenta de soft management e, hoje, as empresas com sucesso, são
pilotadas com estas ferramentas” (José Carlos Zorrinho ).
“E quando se pergunta por que é que, apesar de tudo, algumas organizações não
adoptam esta postura, as respostas que encontramos no Relatório da Comissão
Europeia sobre as Pequenas e Médias Empresas e a responsabilidade social e
ambiental, (Observatório das PME europeias, 2002, nº 4), são estas: falta de

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sensibilidade ou desconhecimento da problemática, escassez de recursos (quer tempo,
quer dinheiro) e ausência de ligação com as actividades da empresa.” (José Neves
(Professor do ISCTE – Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa)

Arménio Rego, José Manuel Moreira e Cláudia Sarrico, professores na Universidade de


Aveiro escreveram em 2003 um livro intitulado “Gestão Ética e Responsabilidade
Social das Empresas” que aborda a problemática da responsabilidade social com um
estudo envolvendo as melhores empresas para se trabalhar em Portugal, cotejando
trabalho semelhante efectuado em Espanha pela Forética – Foro para la Evaluación de
la Gestion Ética. Neste livro levantam-se algumas questões interessantes a que iremos
tentar dar resposta no presente estudo como “parece ser necessário que estudos
posteriores permitam:
• Atender às particularidades de cada empresa, designadamente no que concerne
às relações com países de cultura e práticas económicas e empresariais sui
generis;
• Compreender as especificidades das empresas instaladas em solo português que,
cada vez mais significativamente, empregam mão-de-obra culturalmente
diversificada;
• Atentar na especificidade das empresas de pequena e média dimensão e
compreender, por exemplo, que os mecanismos de certificação ambiental podem
ser para elas especialmente dispendiosos. Daí resulta a necessidade de edificar
quadros de actuação pública mais condizentes com tais especificidades.”
Taiane Campos, professora no Intituto de Ciências Gerenciais da PUC Minas e Suzana
Rodrigues, professora em Administração no Cepead/UFMG e Birmingham Business
School, fazem um breve estudo onde se relata o estado da arte da Responsabilidade
Social, no seu artigo “Performance social corporativa e performance económica:
algumas contribuições para o debate”, publicado na revista Economia e Gestão, em Belo
Horizonte. Baseiam a sua tese em “dois conjuntos de teorias, a saber: Teoria da
Estratégia Competitiva, proposta por Barney (1991) e a Teoria dos Custos de
Transacção (Willamson, 1975,1985) . Relatam que Cannon (1994) constatou que “a
indiferença é a resposta dominante especialmente entre as pequenas e médias
empresas”, discutindo assim “as contribuições e limitações de debate acerca da
responsabilidade social e os impactos sobre o desempenho económico-financeiro das
organizações, desenvolvidos ao longo dos anos 80 e 90”.
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Igualmente interessante foi o artigo lido de Archie B. Carroll, da Universidade da
Geórgia, “Corporate Social Responsability: Evolution of a Definitional Construct” , por
dar um historial, desde 1950 até 1990, da evolução conceptual da responsabilidade
social corporativa, num contexto teórico da gestão ética.
Ir-se-á, pois, no presente estudo constatar se há indiferença entre as pequenas e médias
empresas dos problemas de RSO, ou, se o que se constata é apenas desconhecimento do
modo de abordagem viável.
3. Metodologia
3.1. Fundamentação Teórica
A Responsabilidade Social Organizacional – RSO irá ser ‘medida’ através de um
inquérito que existe e está testado no Brasil. Partindo do principio que não se pretende
descobrir nada de novo mas apenas constatar da possibilidade de os pequenos
empresários se interessarem, no Alentejo, por esta problemática, da mesma forma como
se começaram a interessar no Brasil quando foram confrontados com a dinâmica
transmitida pelo inquérito, poderemos dizer que a fase de observação pode ser
ultrapassada com a associação ao projecto Ethos- Sebrae.
Foi convidado para orientar a dissertação o Professor José Roberto, com estudos
efectuados na área da Ética empresarial, que para tal se disponibilizou .
Desenvolver-se-á o método hipotético-dedutivo com base na conjectura de que os
resultados serão semelhantes aos apurados na realidade brasileira para as PME, tentando
corroborar esses resultados.
O paradigma de que se parte é que há um certo desinteresse por parte dos pequenos
empresários em se debruçarem sobre a problemática da RSO, mas que esse desinteresse
desaparece quando se lhes explica as vantagens económicas, sociais e ambientais.
Define-se esta pesquisa como:
Aplicada – através do questionário;
Descritiva – com as actas das reuniões dos grupos;
De Campo – recolhendo os dados onde são produzidos, na entidade, e por levantamento
por utilizar o inquérito.
A pesquisa bibliográfica será continua ao longo de todo o processo para acompanhar a
evolução do estado da arte, principalmente a nível do processamento da Ethos no Brasil
e da ISO26000.
A abordagem será quantitativa, estatística;

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A fonte de recolha é directa;
A técnica de recolha é o inquérito com amostragem aleatória simples.
3.2. Abordagem
O trabalho que se pretende construir tem várias fases:
1- Levantamento do problema, amadurecimento da ideia, percepção do que está feito
nesta área, e que se está a efectuar, entre Abril e Junho deste ano. Serão seleccionadas
as questões base da pesquisa, baseadas na RSERe na consciencialização das populações
alvo para o problema; Serão delineadas as hipóteses de partida, que tudo leva a crer
passarão pela comparação entre as realidades portuguesa e brasileira nesta área; quanto
à definição dos objectivos propõem-se os acima enunciados esperando que conforme os
resultados dos inquéritos assim se desenvolva a formação de sensibilização; Com os
actuais guiões de trabalho em Metodologia espera-se obter um suporte base válido para
iniciar verdadeiramente o estudo da dissertação, redigindo um relatório a ser entregue
ao professor orientador em Setembro 2008.
2- Selecção da técnica documental, basicamente apoiada na metodologia levada há
vários anos pela Ethos; adaptação do inquérito. No Brasil este inquérito é respondido ao
longo de um período de tempo, em grupo dentro de cada entidade associada,
envolvendo a administração, trabalhadores, sócios e outros parceiros sociais. Uma vez
que não existe aqui a experiência brasileira, considera-se a hipótese de, pelo menos num
primeiro grupo de teste, acompanhar a resposta ao questionário, sendo portanto uma
investigação/ observação participante. A questão coloca-se em ser-se mero observador
ou integrar a feitura ou resposta a cada uma das 30 questões em que se divide o
inquérito. A inexperiência nesta área exigirá por ventura mais ponderação na primeira
fase. Dizendo por outra palavras, será preferível obter as respostas à totalidade do
inquérito e após isso dar a formação em role- playing, ou, pelo contrário, ir dando a
formação e ir obtendo as respostas?
3- Definição da População e da amostra incidente: Pretende-se obter junto da
Associação Comercial de Évora, da Associação Nacional de Transportes Rodoviários de
Mercadorias– Alentejo, da Associação de Agricultores e de outros organismos
sectoriais, listas de PME com sede no distrito de Évora e com mais de 5 trabalhadores.
Prevê-se enviar uma mensagem circular – se possível por meios informáticos,
solicitando uma entrevista pessoal para apresentação do projecto. Das respostas obtidas

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positivamente criar-se-á uma amostra que deverá ir até às 60 entidades3, sendo que
numa primeira fase será formada pelos primeiros seis interessados. Interessa, para
questão da formação, que o número de entidades a integrar em cada grupo ande entre as
quatro e as seis (para cada entidade é necessário juntar um responsável, um trabalhador
e um parceiro externo da referida entidade, pelo menos, o que provoca que cada grupo
reúna entre 12 e 18 pessoas, a partir do que começa a ser difícil de gerir o trabalho de
grupo).
O questionário formado por 30 questões abertas e várias questões fechadas, ligadas a
cada uma das abertas, será entregue a cada entidade. Pretende-se que o questionário não
seja preenchido de uma só vez para dar tempo de amadurecimento das respostas, dadas
em grupo (empresário+ trabalhador+ parceiro social). À medida que o questionário se
vai desenvolvendo fomenta-se a parceria inter-entidades, com quatro encontros / visitas
em que se desenvolve a formação ( cada entidade deve mostrar-se aos parceiros).
A recolha dos dados será feita pessoalmente pelo investigador junto do responsável da
entidade, prevendo-se utilizar uma das seguintes estratégias: ou directa e
individualmente, ou nos encontros das várias entidades.

4- Processo de recolha de dados


Tratamento dos dados: elaborando quadros estatísticos para leitura quantitativa dos
resultados e posterior interpretação. Este processo está facilitado pois a Ethos utiliza um
software especial onde são introduzidos os dados, saindo logo uma listagem com
arrumações facilitadoras da análise. Far-se-á a análise da situação portuguesa, a
respectiva comparação com a brasileira, através do mesmo software e com a realidade
portuguesa estudada por outras entidades ;
Validação- Analisando as respostas obtidas e a congruência entre elas, tirar-se-ão as
conclusões .
À partida prevê-se uma baixa consciencialização pelos problemas que irão ser
apresentados o que deverá modificar com a referida formação.

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Este número estará dependente da homogeneidade das entidades que se disponibilizem e dos
sectores de actividade a que pertençam.

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5- Conclusão
Parece chegado ao fim o cumprimento do segundo guião de Metodologia de Elaboração
do Projecto.
Ao longo dos trabalhos efectuados verificou-se a consistência entre a análise da “Dupla
Hélice” e o raciocínio necessário para levar por diante um trabalho científico.
Apreendidas três noções:
1ª- é mais importante o método do que a inteligência;
2ª- não há trabalhos individuais mas de equipes;
3ª- deve-se sempre ir aprendendo com os erros, sejam próprios ou alheios.

Uma 4ª noção fecha a conclusão: é a de que um trabalho científico não cai do céu. É
faseado no tempo. O trabalho de dissertação que o autor se propõe efectuar no próximo
ano, tem muitos cientistas por detrás que já estudaram o assunto sob várias perspectivas
ao longo dos anos, como está expresso na revisão da literatura. Mas tem também os dois
guiões de “Metodologia” que ajudaram a ancorar as ideias necessárias.
Grato.

6- Bibliografia
BIGIO, Joseph, 2002, “Capital de Responsabilidade Social – mitigar a globalização”,
UAL –Lisboa
CAMPOS, Taiane e RODRIGUES, Suzana, 2003, ”Performance social corporative e
performance económica: algumas contribuições para o debate”, Economia &
Gestão,Belo Horizonte, v. 2e 3, nº4 e 5, p. 27- 43, Dez2002/Jul2003
CARROLL, Archie, 1999, “Corporate Social Responsability: Evolution of a
Definitional Construct”, Business & Society, vol 38, n.3, 268-295
Educadores por la Sostenibilidad , jornal : http://www.oei.es/decada/boletin025.htm
GAGO, C.; Cardoso, E.; Campos, J.; Vicente, L.; Santos, M. – “Responsabilidade
Social das Empresas Portuguesas – 25 Casos de Referência”, Companhia das Cores,
2005
Global Reporting Initiative, Directrizes para Relatório de Sustentabilidade, 2006,
www.globalreporting.org
Indicadores Ethos-Sebrae, www.ethos.org.br e www.sebrae.com.br
http://www.uniethos.org.br/_Uniethos/Documents/IndicadoresEtho-Sebrae2007-
PORTUGUES.pdf
KOLEVA, Petia “La responsabilité sociale des entreprises dans les pays européens en
transition : Réalité et limites ‘’ , La Revue des Sciences de Gestion, Direction et
Gestion, nº 211-212 –RSE- (Maio 2005)
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KPMG, 2000, “Business Ethics Survey Report‘’, Toronto
www.apcer.pt/index.php?cat=62&item=138&hrq=...cd03ac71a10b3967
MOREIRA, José; REGO, Arménio; SARRICO, Cláudia – “Gestão Ética e
Responsabilidade Social das Empresas: Um estudo da situação portuguesa”, Principia,
2003
NUNES Florbela – “Responsabilidade social das empresas – contributos para a
construção de uma ferramenta de gestão”, Economia e Sociologia, n.º 79 , 2005
PITEIRA, António e CORDOVIL, Nuno ,2008 “Análise comparativa de dois artigos
científicos”, não publicado
RAMOS, André, 2006, “Ambiente e Desenvolvimento Sustentável”, Revista da
Qualidade da Ibertype, edição nº 15, Nov/Dez 2006
REGO, A.; MOREIRA, JM; SARRICO, Cláudia, 2003 “Gestão Ética e
Responsabilidade Social das Empresas – Um Estudo da Situação Portuguesa”,
Principia, Cascais.
Seminário “A Responsabilidade Social das Organizações”, Lisboa, 16 e 17 de Junho de
2003, www.ishst.pt/downloads/content/Sintese_final_Seminario_RSO_2.pdf

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7- Glossário
CEPAA – Council for Economic Priorities Accreditation Agency ( Órgão de
Credenciamento do Conselho de Prioridades Económicas)
CERES (Coalition for Environmentally Responsible Economies)
EQUAL - iniciativa comunitária de Desenvolvimento
Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
GRI – Global Report Initiative
ISA - International Organization for Standardization
ISEA – Institute of Social and Ethical Accountability”, de Londres
RSE/RSO – Responsabilidade Social da empresa ou da organização;
Sebrae- Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
UNEP - United Nations Environment Programme

8- Anexos
O Cronograma, em grelha cedida pelo Professor José Roberto, está em Excel pelo que é
um documento anexo.
Está feito um pouco empiricamente por desconhecimento do tempo necessário a cada
etapa. Será uma das primeiras acções a desenvolver com o docente, ainda em Julho, se
possível. Neste cronograma pretende-se preparar o inquérito até Dezembro e efectuar o
trabalho de campo até Fevereiro para terminar a análise em Abril e preparar a entrega
final para Maio.

Também não existe muita prática na conjectura dos custos inerentes a um trabalho
desta envergadura, nem tão pouco de possíveis fontes de financiamento.
Despesas: ( em Euros)
Impressão dos inquéritos 100 exemplares 100
Circularização e distribuição 500 exemplares 500
Comunicações telefónicas 10 meses 500
Deslocações terrestres 10 meses 500
Possível deslocação ao Brasil 800
Trabalho de secretariado 4 meses * 200 800
Divulgação dos resultados 300
Despesas de representação 500
Soma 4.000
Receitas: Deus providenciará . Há bolsas de estudo para jovens, mas para seniores… Ir-
se-á contactar alguma das Fundações com sede em Évora.

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