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Fases do projeto:
• Elaboração de mapas
• Elaboração do projeto
Elaboração de Mapas
A elaboração de mapas do projeto florestal é o primeiro passo a ser
seguido, devendo conter a área total do projeto, área útil de plantio,
locações de reservas legais, aceiros e estradas, entre outros.
A locação de estradas e carreadores é de fundamental importância, uma
vez que estes influenciarão nos custos de implantação, colheita, índice de
aproveitamento de área e custos de conservação de solos, que
transcorrem por todo o período do projeto.
Esta etapa exige dos técnicos um acompanhamento minucioso em
campo, para adequações em termos de obstáculos naturais, declividade
do terreno e outras variáveis que podem influenciar nos custos da
implantação florestal.
Elaboração do Projeto
A elaboração de um projeto florestal merece a participação de técnicos de
formações multidisciplinares, para contemplar todos os aspectos cujas
influências definirão o sucesso do empreendimento.
Um projeto bem elaborado deve contemplar o início e o término do
estabelecimento do plantio, as definições das operações a serem
executadas, material genético e, por fim, um cronograma de atividades
e orçamento bem definido.
Melhoramento Florestal
Produção de Mudas
Nas últimas décadas, a produção de mudas tem passado por profundas e
significativas evoluções. Há pouco tempo, a formação de mudas era
essencialmente realizada através de sementes e em recipientes de
sacos plásticos ou outros de qualidade ainda inferiores a este . Mais
precisamente na década de oitenta, foram introduzidas alternativas
consideradas até então revolucionárias no sistema de produção de mudas,
principalmente as de eucalipto.
As principais inovações foram ocasionadas através de uma série de
automações nos viveiros florestais brasileiros, entre elas, a produção de
mudas em série através de viveiros modulados e compartimentalizados,
em que cada fase do crescimento ficou bem definida.
A automação dos viveiros possibilitou também a utilização de outros
recipientes, como os tubetes, resultando numa expressiva redução de
custos, rendimentos operacionais, além da grande melhoria na qualidade
das mudas, principalmente sob o aspecto de formação do sistema
radicular e aspectos fitossanitários, por possibilitar suas disposições a
níveis mais elevados em relação ao solo.Também na década de oitenta,
sementes com alto grau de melhoramento genético, como as gerações F2
e híbridas, tiveram suas contribuições no aumento da qualidade dos
povoamentos florestais. Ainda neste período, o processo da propagação
vegetativa, micropropagação e cultura de tecidos foram os destaques
entre os fatores que mais contribuíram para o incremento da
produtividade.
A definição de um ou outro sistema de produção de mudas e a escolha do
material genético mais ou menos evoluído afetarão substancialmente os
custos do projeto.
Melhoramento Floresta
Preparo da Área
O início das operações de implantação de um projeto florestal apresenta
inúmeras variáveis, dependendo da espécie a ser cultivada e
principalmente das condições do relevo, solo e clima.
A abertura de carreadores e estradas normalmente é o início do processo,
vindo em seguida o desmatamento (ou limpeza da vegetação), o qual
pode ser representado pela vegetação nativa ou restos da cultura vegetal
da própria espécie em cultivo.
A execução desta atividade requer máquinas pesadas, roçadas
mecânicas, manuais ou químicas, dependendo do grau de infestação da
vegetação ou do grau de mecanização que se pretende adotar.
Controle de Formigas
As formigas cortadeiras são as principais pragas no estabelecimento de
um povoamento florestal, com potencialidade de danos significativos
inclusive durante os anos de crescimento da floresta.
Após a limpeza de vegetação, enleiramento, roçadas ou trituração de
resíduos florestais, recomenda-se a espera de aproximadamente 30 dias
para que o combate às formigas seja iniciado, tempo suficiente para que
os formigueiros se restabeleçam e retornem às suas atividades normais.
Normalmente nas áreas propensas às infestações de formigas, ocorrem
diversas espécies e até gêneros diferentes, o que exige diferentes
métodos, processos e produtos para seu eficiente controle.
As formigas consideradas potencialmente mais críticas em termos de
danos à silvicultura brasileira, e que ocorrem em quase todos os estados,
são as do gênero Atta, comumente conhecidas como saúvas, e as
Acromyrmex.
Vários métodos e produtos para o controle são normalmente utilizados,
muito embora os controles manuais com inseticidas granulados,
atualmente à base de sulfluramidas, são os mais empregados e
recomendados, devido ao menor dano ao meio ambiente e pela maior
disponibilidade no mercado, o que os tornam mais competitivos em
termos de custos e porque sua distribuição no campo torna-se bastante
prática e com alto rendimento operacional, fazendo com que seu custo
seja viabilizado.
Outros produtos como os termonebulizáveis, são também empregados em
larga escala e com bastante sucesso em algumas regiões, principalmente
onde a infestação com espécies de saúva é muito elevada. Os custos,
rendimento e eficiência do controle, são largamente variáveis em função
do grau de infestação, sistema operacional e produto utilizado; por isso é
fundamental um bom planejamento técnico florestal.
Preparo do Solo
Nesta operação incidem o preparo do solo propriamente dito e as
operações de sua conservação. O preparo tem por objetivo potencializar
as condições ambientais para o máximo aproveitamento de todos os
recursos disponíveis ao crescimento das mudas.
O preparo do solo com ênfase à conservação é feito com intuito da
preservação contra erosões, perda de nutrientes e retenção da água e
matéria orgânica, fundamentais e indispensáveis para a perpetuação da
produtividade florestal. Nesse caso, tanto o preparo quanto o plantio
deverão ser efetuados preferencialmente em curvas de nível.
Uma ampla variedade de máquinas e equipamentos é utilizada na
efetivação desta operação, normalmente máquinas mais pesadas são as
preferidas em solos mais argilosos e agregados, e máquinas mais leves
ou de menor potência para solos arenosos e com baixa estruturação.
Os custos desta operação são dependentes diretos do tipo de máquina a
ser usada e do grau de preparo necessário. Preparos manuais também
podem ser executados em situações nas quais a viabilização de máquinas
fica comprometida.
Adubação
A primeira adubação, também chamada de adubação de plantio,
normalmente é realizada concomitantemente ao preparo do solo ou
sulcamento. No passado, as adubações em eucalipto com os elementos
N, P e K e formulações próximas de 10:20:10 eram quase que
unanimidades nas empresas florestais, mesmo sabendo que muitas delas
eram localizadas em condições completamente distintas. Contudo, com o
passar dos anos e a introdução de materiais clonais com comportamento
e necessidades nutriciais diferenciados, mais ou menos responsivos às
adubações, houve a necessidade de definição de novas formulações,
combinações e dosagens, considerando as inter-relações entre ambiente e
material genético.
Para a contemplação destas inter-relações, tem-se utilizado um conceito
bastante moderno, denominado de unidades de manejo químico
(U.M.Q.).
Atualmente, na maioria das empresas florestais, as unidades de U.M.Q.
contemplam não somente as adubações à base dos nutrientes N, P, K, Ca
e Mg, como também leva em consideração as necessidades de diferentes
micronutrientes, como B, Zn, Cu e Mn, principalmente.
Outras adubações também empregadas são as denominadas de
adubações orgânicas, através do uso de resíduos industriais, como cinza
de caldeiras de biomassa , resíduos de clarificadores, e, em casos
peculiares, resíduos do tratamento de lixo urbano.
Tratos Culturais
São todas as operações florestais com ação de eliminação da
concorrência da cultura em questão com outras plantas, classificadas
como ervas daninhas. O período de maior atenção com tratos culturais é
aquele que corresponde à fase de estabelecimento e adaptação das
mudas às novas condições do campo.
Conservação do Solo
Tratos Silvicuturais
Visam uma melhoria das condições de crescimento de indivíduos isolados
ou alterações das condições ambientais em povoamentos para melhorar a
estabilidade biológica.
a) Proteção Florestal
Dois aspectos na proteção são vitais no desenvolvimento de um projeto
florestal:
• o controle de pragas
• o controle de incêndios florestais
30 m em cada margem
Rios com menos de 10 m de largura
50 m em cada margem
Rios com 10 a 50 m de largura
Raio de 50 m
Nascentes
1. Regeneração Natural:
Através da regeneração natural, as florestas apresentam capacidade de se
recuperarem de distúrbios naturais ou antrópicos. Quando uma
determinada área de floresta sofre um distúrbio como a abertura natural
de uma clareira, um desmatamento ou um incêndio, a sucessão
secundária se encarrega de promover a colonização da área aberta e
conduzir a vegetação através de uma série de estádios sucessionais,
caracterizados por grupos de plantas quer vão se substituindo ao longo do
tempo, modificando as condições ecológicas locais até chegar a uma
comunidade bem estruturada e mais estável.
A sucessão secundária depende de uma série de fatores como a presença
de vegetação remanescente, o banco de sementes no solo, a rebrota de
espécies arbustivo-arbóreas, a proximidade de fontes de sementes e a
intensidade e a duração do distúrbio. Assim, cada área degradada
apresentará uma dinâmica sucessional específica. Em áreas onde a
degradação não foi intensa, e o banco de sementes próximas, a
regeneração natural pode ser suficiente para a restauração florestal.
Nestes casos, torna-se imprescindível eliminar o fator de degradação, ou
seja, isolar a área e não praticar qualquer atividade de cultivo.
Em alguns casos, a ocorrência de espécies invasoras, principalmente
gramíneas exóticas como o capim-gordura (Melinis minutiflora) e
trepadeiras, pode inibir a regeneração natural das espécies arbóreas,
mesmo que estejam presentes no banco de sementes ou que cheguem na
área, via dispersão. Nestas situações, é recomendado uma intervenção no
sentido de controlar as populações de invasoras agressivas e estimular a
regeneração natural.
A regeneração natural tende a ser a forma de restauração de mata ciliar
de mais baixo custo, entretanto, é normalmente um processo lento. Se o
objetivo é formar uma floresta em área ciliar, num tempo relativamente
curto, visando a proteção do solo e do curso d'água, determina as
técnicas que acelerem a sucessão devem ser adotadas.
2. Seleção de Espécies:
As matas ciliares apresentam uma heterogeneidade florística elevada por
ocuparem diferentes ambientes ao longo das margens dos rios. A grande
variação de fatores ecológicos nas margens dos cursos d'água resultam
em uma vegetação arbustivo-arbórea adaptada a tais variações. Via de
regra, recomenda-se adotar os seguintes critérios básicos na seleção de
espécies para recuperação de matas ciliares:
• plantar espécies nativas com ocorrência em matas ciliares da região;
• plantar o maior número possível de espécies para gerar alta diversidade;
• utilizar combinações de espécies pioneiras de rápido crescimento junto
com espécies não pioneiras (secundárias tardias e climáticas);
• plantar espécies atrativas à fauna;
• respeitar a tolerância das espécies à umidade do solo, isto é, plantar
espécies adaptadas a cada condição de umidade do solo.
Na escolha de espécies a serem plantadas em áreas ciliares é
imprescindível levar em consideração a variação de umidade do solo nas
margens dos cursos d'água. Para as áreas permanentemente
encharcadas, recomenda-se espécies adaptadas a estes ambientes, como
aquelas típicas de florestas de brejo. Para os diques, são indicadas
espécies com capacidade de sobrevivência em condições de inundações
temporárias. Já para as áreas livres de inundação, como as mais altas do
terreno e as marginais ao curso d'água, porém compondo barrancos
elevados, recomenda-se espécies adaptadas a solos bem drenados.
A escolha de espécies nativas regionais é importante porque tais espécies
já estão adaptadas às condições ecológicas locais. Por exemplo, o plantio
de uma espécie típica de matas ciliares do norte do País em uma área
ciliar do sul, pode ser um fracasso por causa de problemas de adaptação
climática. Além disso, no planejamento da recuperação deve-se
considerar também a relação da vegetação com a fauna, que atuará como
dispersora de sementes, contribuindo com a própria regeneração natural.
Espécies regionais, com frutos comestíveis pela fauna, ajudarão a
recuperar as funções ecológicas da floresta, inclusive na alimentação de
peixes.
Recomenda-se utilizar um grande número de espécies para gerar
diversidade florística, imitando, assim, uma floresta ciliar nativa. Florestas
com maior diversidade apresentam maior capacidade de recuperação de
possíveis distúrbios, melhor ciclagem de nutrientes, maior atratividade à
fauna, maior proteção ao solo de processos erosivos e maior resistência à
pragas e doenças.
Em áreas ciliares proximas a outras florestas nativas, e quando não se
tem disponibilidade de mudas de muitas espécies, plantios mais
homogêneos podem ser realizados. Nestas situações, deve ocorrer um
enriquecimento natural da área recuperada, pela entrada de sementes
vindas das florestas próximas. Entretanto, salienta-se que o aumento da
diversidade nestes plantios homogêneos tende a ser muito lento, podendo
ser necessários posteriores plantios de enriquecimento ou até a
introdução de sementes.
A combinação de espécies de diferentes grupos ecológicos ou categorias
sucessionais é extremamente importante nos projetos de recuperação. As
florestas são formadas através do processo denominado de sucessão
secundária, onde grupos de espécies adaptadas a condições de maior
luminosidade colonizam as áreas abertas, e crescem rapidamente,
fornecendo o sombreamento necessário para o estabelecimento de
espécies mais tardias na sucessão. Várias classificações das espécies em
grupos ecológicos têm sido propostas na literatura especializada, sendo
mais empregada a classificação em quatro grupos distintos: pioneiras,
secundárias iniciais, secundárias tardias e climáticas. A tolerância das
espécies ao sobreamento aumenta das pioneiras e climáticas. Para
facilitar o entendimento das exigências das espécies quanto aos níveis de
luz, adotou-se apenas dois grupos: pioneiras e não-pioneiras. O grupo das
pioneiras é representado por espécies pioneiras e secundárias iniciais, que
devem ser plantadas de maneira a fornecer sombra para as espécies não
pioneiras, ou seja, as secundárias tardias e as climáticas.
Características
Pioneiras
Secundárias Iniciais
Secundárias Tardias
Climáticas
Crescimento
muito rápido
rápido
médio
lento ou muito lento
Madeira
muito leve
leve
mediamente dura
dura e pesada
Tolerância à sombra
muito intolerante
intolerante
tolerante no estágio juvenil
tolerante
Regeneração
banco de sementes
banco de plântulas
banco de plântulas
banco de plântulas
Dispersão de sementes
ampla (zoocoria: alta diversidade de animais); pelo
vento, a grande distância
restrita (gravidade); ampla (zoocoria: poucas espécies
de animais); pelo vento, a grande distância
principalmente pelo vento
ampla (zoocoria: grandes animais); restrita
(gravidade)