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Orientação técnica sobre validação de aprendizagens formais

(escolares e profissionais) no contexto


dos processos de RVCC desenvolvidos nos
Centros Novas Oportunidades

Enquadramento

Os Centros Novas Oportunidades constituem-se actualmente como 'portas de entrada' dos


candidatos adultos a percursos de qualificação. Esta estratégia, em plena operacionalização,
conduziu ao envolvimento de mais de 650 mil pessoas nestas estruturas, os quais são
portadores de características individuais e sociais muito diversas e desenvolveram também
percursos de educação e formação muito distintos. As etapas de 'diagnóstico' e consequente
'encaminhamento' ganharam uma relevância e uma centralidade fundamentais no contexto
dos Centros Novas Oportunidades, entendendo-se hoje estas organizações como
“plataformas” de triagem e encaminhamento, para além do seu papel publicamente mais
conhecido como estruturas de reconhecimento, validação e certificação de competências.

Por um lado, estas mudanças significativas na estruturação do trabalho dos Centros Novas
Oportunidades, e por outro, a diversidade de candidatos adultos que hoje procuram a
elevação dos seus níveis de qualificação, exigem que o trabalho das equipas se centre na
definição de uma resposta ajustada em termos pedagógicos, metodológicos e técnicos.

Tem-se verificado um significativo número de candidatos que, nos Centros Novas


Oportunidades, são encaminhados para processos de RVCC e que, muito embora tendo já
certificadas e reconhecidas pelos sistemas nacionais de educação-formação um conjunto
muito significativo de aprendizagens formais, percorrem exactamente da mesma forma todo
o percurso de reconhecimento de forma idêntica a um candidato que não possua as mesmas
certificações.

É neste contexto que se insere a presente orientação, baseada nos mesmos princípios do
Decreto-Lei nº 357/2007 (vias de conclusão do secundário), que possibilita a realização de
exames a disciplinas do ensino secundário de planos de estudos já extintos ou a frequência
de UFCD do Catálogo Nacional de Qualificações para conclusão deste nível de ensino, para
quem tem até 6 disciplinas por concluir.

Torna-se, de facto, indispensável clarificar junto da rede de Centros Novas Oportunidades


quais as estratégias que permitam, em articulação com as metodologias definidas para os
processos de RVCC, valorizar de forma adequada os percursos formais de aprendizagem já
concluídos com aproveitamento.

A possibilidade que se apresenta de seguida está inscrita, aliás, na própria matriz conceptual
e metodológica do processo de RVCC - validar o que já se adquiriu pela via formal, não
formal e informal - e completar através das diferentes possibilidades oferecidas aos adultos
em formação o que lhes falta.

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E-mail: anq@anq.gov.pt
Condições

Face a esta situação, a Agência Nacional para a Qualificação, I.P. vem estabelecer os
procedimentos a adoptar com os candidatos que, reunindo as condições de acesso
estabelecidas para os respectivos níveis de certificação em que se inscreveram, estejam
numa das seguintes situações:

1. Não concluíram um determinado nível de ensino (i.e., percursos incompletos ao


nível do 1º, 2º ou 3º ciclo do ensino básico ou ao nível do secundário) ou de
qualificação profissional (nível 2 ou 3), mas realizaram uma parte do respectivo
percurso de aprendizagem com aproveitamento;

2. Frequentaram acções de formação de duração e conteúdos variáveis, não


integradas em planos curriculares ou em referenciais de formação conducentes à
aquisição de um nível de ensino ou de formação, mas possuem certificados que
atestam essa frequência, com aproveitamento (i.e., cursos de formação
profissional, acções de formação contínua).

Estratégias a desenvolver

No contexto da flexibilidade de gestão dos processos de RVCC e após a realização da etapa


de diagnóstico e encaminhamento e da recolha de informação exigida devem os
profissionais de RVC trabalhar com os candidatos que estejam numa das situações
enunciadas no parágrafo anterior do seguinte modo:

1. As primeiras sessões de reconhecimento devem ser utilizadas para, em


conjunto com o candidato, verificar os percursos de aprendizagem realizados
(formais, não formais e informais). Para tal podem, o profissional RVC ou os
formadores, exigir documentação adicional (certificados detalhados; programas de
formação; exemplos de trabalhos produzidos, etc.) que complementem a informação
recolhida na etapa de diagnóstico.

2. Após a recolha e análise de toda a documentação, deve ser realizada uma reunião
da equipa técnico-pedagógica onde serão discutidos os casos nestas situações e
cujo principal objectivo é validar as Unidades de Competência /Competências que
foram efectivamente adquiridas por via das aprendizagens formais realizadas
com aproveitamento desde que devidamente comprovadas no âmbito do
processo de RVCC através da apresentação de certificados. Esta reunião
assumirá obrigatoriamente o formato de uma sessão de validação, pelo que:

- no caso do RVCC escolar, deve ser registada no SIGO como tal;

- no caso do RVCC profissional, o resultado da validação deve ser registado


no instrumento “Ficha de análise do Portfolio” que consta da plataforma
informática de apoio aos processos de RVCC profissional, para além de ser
necessário redigir uma acta com indicação de que a sessão de validação foi
realizada.

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3. Da reunião mencionada no ponto 2. decorrerá o planeamento individual da
continuação dos processos de RVCC orientado face às validações realizadas, de
duração variável, e em função do percurso formal de aprendizagem que cada
candidato possui, garantindo de qualquer modo todos os pressupostos metodológicos
contidos nos documentos orientadores produzidos pela ANQ e demais legislação
enquadradora.

Candidatos abrangidos

Estas orientações aplicam-se a candidatos a processos de RVCC escolar, quer de nível


básico (B1, B2 ou B3), quer de nível secundário (exceptuando os que se podem encaminhar
directamente para o DL 357/2007), bem como a candidatos a processos de RVCC
profissional, nas diferentes saídas em que os Centros Novas Oportunidades trabalham.

Lisboa, 6 de Fevereiro de 2009

A Direcção da ANQ

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