You are on page 1of 6

TRANSFORMAÇÕES E EVOLUÇÕES TÉCNICAS

A FOTOGRAFIA

HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
A primeira fotografia ocorreu em 1835, Louis-Jacques Mandé Daguerre
apanhou uma chapa revestida com prata e sensibilizada com
iodeto de prata, é que apesar de exposta não apresentara
sequer vestígios de uma imagem, e guardou-a,
displicentemente, em um armário. Ao abri-lo, no dia seguinte,
porém encontrou sobre ela uma imagem revelada. Criou-se
uma lenda em torno da origem do misterioso agente revelador
- o vapor de mercúrio -, sendo atribuído a um termómetro
partido; entretanto é mais provável que Daguerre tenha
despendido algum tempo na procura daquele elemento vital, recorrendo a um
sistema de eliminação.
Ao longo dos séculos a arte de registar imagens evoluiu dos desenhos nas
paredes das cavernas, passando pela pintura, chegando à fotografia e ao cinema. A
necessidade do ser humano de registar imagens é muito antiga, a fotografia não foi
inventada por uma única pessoa, em uma época determinada da história, ela é
fruto de um trabalho contínuo de pesquisas e descobertas desde o século V a.C. até
os dias de hoje. A fotografia nasceu em preto e branco, surge como a soma da
necessidade humana de comunicação, registando com precisão a informação
visual.
A pintura há muitos séculos, privilégio de alguns poucos
aristocratas, democratiza-se com o aparecimento da
fotografia, o nobre deixa de ser o único a poder fazer-se
reproduzir e ostentar.
Essa corresponde a uma fase particular da evolução
social para o modernismo. A ascensão da burguesia
representava um maior significado político e social.
De todas as manifestações artísticas, a fotografia foi a
primeira a surgir dentro do sistema industrial. O mercado encontrava-se numa fase
de profunda mudança, pode-se dizer que a fotografia neste contexto atingiu a todos
por meio de novos produtos, ela possibilitou a maior democratização do saber,
tornando o mundo portátil e ilustrado.
Assim como a Revolução Industrial não eliminou o sistema de manufacturas,
mas enfraqueceu-o como fonte de renda e trabalho, a fotografia trouxe a
veracidade e seu surgimento contribuiu directamente para que todos os segmentos
artísticos passassem por uma profunda reflexão, evidenciando as relações que
unem o período introdutório à fotografia com a evolução da própria sociedade.
Desde o final do século XIX, vários métodos para a produção de imagens
fotográficas coloridas foram propostos, mas nenhum deles mostrou-se viável para
trabalhos fora de laboratórios.
O domínio da cor na fotografia e sua utilização no dia-a-dia tornaram-se
realidade em 1935, quando a companhia fotográfica norte-americana Kodak
desenvolveu o processo Kodachrome, que reunia em uma única película de emulsão
todas as camadas de material sensível às cores primárias. Estas camadas eram
formadas por materiais de diferentes composições, que permitiam a revelação da
mesma película com banhos diferentes para a produção das cores primárias,
formando a imagem positiva colorida.
Com o surgimento dos filmes coloridos, muito se falou no fim da fotografia preto e
branco. Mas sabemos que isso não aconteceu.
Esta sobreviveu tornando-se uma opção artística, os filmes pretos e branco
tem maior riqueza de tons, além de facilitar a abstracção das imagens, o que nos
permite criar algo que não é um
registo, mas sim um diferencial. A falta de cor torna a imagem registada mais
distante do nosso olhar (colorido), o que facilita a busca de um registo além da
realidade (poesia fotográfica), ou de uma outra realidade já extinta despertando
saudosismo. Sem a presença das cores podemos perceber melhor as formas,
expressões e tonalidades.
A introdução da cor, porém, não significou uma revolução conceitual na fotografia.
A cor teve, com efeito, um impacto relativamente pequeno no conteúdo e estética,
apesar de ter eliminado o último obstáculo utilizado pelos críticos do século XIX
para lhe negarem o estatuto de arte.

DIVERSOS USOS QUE PODEM SER DADOS À FOTOGRAFIA


A fotografia é um meio de expressão, pode ser usada de variadas formas, na
investigação servindo como prova cientifica de um acontecimento, no jornalismo
ampara as notícias, em revistas mostra a vida de celebridades ou locais
paradisíacos, em anúncios, relatórios, sites, palestras e em tantos outros meios
com finalidades diversas. Fundamental no apoio à
comunicação e ao marketing de empresas, ou seja,
como ferramenta para compor a imagem de uma
corporação, dos seus produtos e serviços junto do
público.
Cada vez mais aperfeiçoada, a fotografia iria desempenhar um papel decisivo como
forma de documentação e dado informativo. Ao mesmo tempo a introdução da cor
na fotografia reforçava de certo modo a sensação de realismo.
Atribuem-se ao século XIX a invenção e aperfeiçoamento da técnica fotográfica. Ao
século XX a evolução das aplicações, controles, cor e o formato digital na fotografia,
cinema, televisão e todos os usos científicos.
A evolução da linguagem fotográfica segue, em estreita dependência do seu
contexto histórico, numa relação evidente entre a evolução da linguagem e as
condições sociais em que a fotografia, enquanto meio de expressão evolui.
A fotografia digital não é novidade no meio científico. Ela foi desenvolvida na
década de 60, durante o período da “Guerra Fria”, quando os Estados Unidos e a
extinta União Soviética, pela disputa ideológica e
espacial, dividiam o mundo com imagens de voos
espaciais, transmitidas às bases terrestres através do
sistema digital, ainda embrionário.
A partir dos anos de 1990 a nova tecnologia
começou a chegar ao grande público e, desde então, a
fotografia vem experimentando uma grande
transformação, com forte impacto nas empresas do sector e usuários de câmaras.
Hoje temos à disposição ferramentas para capturar uma imagem de forma digital,
ou digitalizar imagens já existentes e facilmente manipulá-las em praticamente
todas as suas propriedades, desde saturação, brilho, contraste e nitidez, até a
própria forma dos elementos que compõem a foto.
A fotografia tem sido um campo vasto de pesquisa com o objectivo de
reproduzir imagens do mundo que nos cerca. É difícil prever o futuro da fotografia,
mas uma coisa é certa: a fotografia digital veio para ficar. O que não significa, de
modo algum, o fim da fotografia química.
Muitos mecanismos e processos diferentes surgiram e desapareceram ao
longo dos séculos e muitos ainda virão e desaparecerão, mas sempre haverá
nostálgicos, com suas máquinas manuais e filmes em preto e branco. Isto não é ser
desactualizado, é apenas uma diferenciação da forma de se expressar. E também
cada vez mais surgirão os entusiasmados pelo novo.
Porém, alguns princípios básicos são constantes ao longo de toda a história,
apesar dos diversos meios e recursos utilizados para se chegar ao mesmo
objectivo: registar na lembrança, a existência.
EVOLUÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DA MÁQUINA FOTOGRÁFICA E AS
MUDANÇAS OCORRIDAS NOS DIFERENTES MEIOS DE COMUNICAÇÃO
SOCIAL:
Com a evolução da comunicação social, a fotografia viu-se obrigada a
evoluir também para acompanhar uma sociedade em mudança. Surgiram
novos conceitos, como os que, a seguir, exploro:
A fotografia nos meios de comunicação social, principalmente
impressos (jornais, revistas e folhetos) é o elemento mais importante: sem
uma imagem o material fica pobre.
O fotojornalismo preenche uma função bem determinada e tem
características próprias. O impacto é o elemento fundamental. A informação
é imprescindível. É na fotografia de imprensa, um braço da fotografia
documental, que se dá um grande papel da fotografia de informação, o
fotojornalismo.
É no fotojornalismo que a fotografia pode exibir toda a sua
capacidade de transmitir informações. E essas informações podem ser
passadas, com beleza, pelo simples enquadramento que o fotógrafo tem a
possibilidade de fazer.
Nada acontece hoje nas comunicações impressas sem a contribuição
da fotografia.
Existem, basicamente, quatro géneros de fotografia jornalística:
• As fotografias sociais: nesta categoria estão incluídas a fotografia política,
de economia e negócios e as fotografias de factos gerais dos
acontecimentos da cidade, do estado e do país, incluindo a fotografia de
tragédia.
• As fotografias de desporto: nesta categoria, a quantidade de informações é
o mais importante e o que influi na sua publicação.
• As fotografias culturais: este tipo de fotografia, tem como função chamar a
atenção para a notícia antes dela ser lida e nisso a fotografia é única.
• As fotografias policiais: quase todos os jornais exploram do sensacionalismo
para mostrar acidentes com mortes, marginais em flagrante, para vender
mais jornais e fazer uma média com os assinantes. Pode-se dizer que há
uma rivalidade entre os jornais para ver qual aquele que mostra a cena
mais chocante num assalto, morte, acidente de grande vulto.
Assim, a imagem tem servido, ao longo dos tempos, para suportar a notícia,
a reportagem, a crónica, a opinião, … Neste sentido, podemos definir a
fotografia no contexto dos média com as seguintes funções:
a) Prova documental – a fotografia apresenta-se como a prova de que
tal facto aconteceu. E tendo acontecido fica registado em filme fotográfico,
sendo uma das marcas fundamentais da história. A fotografia assume-se
como documento, imprescindível na leitura dos fenómenos;
b) Enfoque da notícia –a fotografia é reveladora de um determinado
enfoque técnico e ideológico que orienta as leituras que dela se fazem. O
grande plano ou o plano de pormenor, a captação da imagem de cima para
baixo, ou o contrário, alteram o sentido dos acontecimentos. A fotografia
contextualiza determinado facto de acordo com os parâmetros técnicos,
definidos por quem a captou. Deste modo, ela é reveladora de um olhar, e
assim deve ter uma leitura relativizada;
c) Ilustra a informação – As experiências foto-jornalísticas têm provado
que o registo fotográfico tem ganho terreno e uma certa autonomia nos
meios de comunicação social. No entanto, a fotografia surge como elemento
complementar no âmbito da paginação de um jornal. Trata-se de uma forte
cumplicidade temática, pois ilustra e redobra o impacto da notícia,
convocando os leitores de forma mais expressiva.
d) Carga afectiva e dimensão simbólica – A fotografia está revestida de
uma gigantesca carga afectiva, remetendo, por isso, a sua expressão para
um jogo simbólico de grande efeito social.

MEMÓRIAS DE UM ACONTECIMENTO

A fotografia é um meio de expressão, uma arte que nos relembra o passado


ou um acontecimento. Falemos de nós mesmos, como se descreve os prazeres que
temos em folhear o nosso álbum de fotografias quando éramos crianças? Prazeres
indescritíveis…mas quando se folheia um jornal e deparamos com as fotos de uma
catástrofe ou de um triste olhar de uma criança, como ficamos? Tristes, chocados e
comovidos.
Uma imagem vale mais que mil palavras, pode até sensibilizar milhares de
pessoas perante um acontecimento.
Através de uma única imagem é possível acedermos um inventário de
informações acerca de um determinado momento histórico.
A fotografia tem vindo a desenvolver-se para melhor de forma a permitir uma
rápida revelação, permite também ao realizador uma rápida edição no caso de
fotojornalismo.
A fotografia digital dispõe de uma enorme capacidade de armazenamento face
ao método analógico, o rolo.
Com uma máquina digital, podemos ser grandes fotógrafos, face ao seu fácil
manuseamento.
A fotografia é um modo de libertação e uma maneira de nós vermos o mundo,
fotografe a alma que há em si.

Rui Soares

You might also like