8 29 Janeiro 2009

PORTUGAL
Incêndio em Oerias desaloja famílias Maus ares Indicador da economia cai de novo
A Comissão Europeia anunciou
O incêndio que deflagrou num edifício em Santo Amaro de que abriu processos de infracção O indicador de clima económico voltou a cair em Janeiro para um
Oeiras obrigou à retirada de cinco famílias e fez doze contra Portugal e outros nove mínimo histórico, assim como o indicador de confiança dos
desalojados, disse o comandante dos Bombeiros Voluntários de Estados membros por causa da consumidores, que prolongou a tendência descendente iniciada
Oeiras, Victor Leal. De acordo com o responsável, os qualidade do ar. Bruxelas em finais de 2006, segundo o INE. Em Janeiro todos os
desalojados já estão a ser encaminhados pelos serviços da denuncia que os valores das indicadores de confiança sectoriais apresentaram um “andamento
Câmara Municipal de Oeiras. O incêndio, que deflagrou num partículas em suspensão negativo”, mais intenso no primeiro mês deste ano no caso dos
prédio de três andares na Rua dos Lusíadas, entrou numa fase perigosas violam as normas serviços. Também o indicador de confiança dos consumidores
de rescaldo, mas os bombeiros irão permanecer no local por comunitárias, em vigor desde diminuiu, “prolongando o contínuo movimento observado nos três
mais “três ou quatro horas”, disse o comandante. Janeiro de 2005. meses anteriores e a tendência descendente iniciada em 2006”.

PROJECTOS ASSINADOS POR SÓCRATES

Câmara da Guarda conclui inquérito

Praticamente um ano depois de o Público ter
revelado que José Sócrates assinou, na década de 80,
dezenas de projectos de casas feitos por colegas seus,
que estavam impedidos de os assinar por serem
funcionários da Câmara da Guarda, o inquérito
ordenado pelo presidente desta autarquia foi dado
como concluído. O relatório apresentado na reunião do
executivo municipal resume-se a 22 páginas em que os
Belmiro e Amorim autores, todos altos quadros do município, se limitam a
concluir que os processos de Sócrates tiveram um
perderam milhões tratamento “similar” a outros da mesma época. Sobre o
essencial, que são as chamadas “assinaturas de favor”
Da leitura do texto conclui-se que não foi feita uma
“Pelos dados e factos até
agora divulgados, o
única inquirição, nem sequer aos técnicos camarários Freeport é, pelo menos para
que confirmaram ao Público que, nalguns casos, já, um caso político sobre o
Sócrates tinha assinado, sem nada receber em troca,
projectos que eles não podiam assinar.
futuro do primeiro-ministro,
Sobre a questão da autoria o relatório diz apenas, José Sócrates, e não sobre
num contexto totalmente incompreensível, que o passado do então ministro
“concluir-se-á, salvo melhor juízo decorrente da análise do ambiente, José Sócrates.”
em curso, o seguinte: foi publicamente declarado pelo
autor dos projectos a sua autoria e responsabilidade; António Costa, “
facto que é reconhecido notarialmente em vários
documentos da época, constantes dos processos”.
Diário Económico”, 26-01-2009

Em relação ao final de
Dezembro de 2007, Américo
Amorim viu a sua participação
na Galp desvalorizar €1,4 mil
milhões. No Banco Popular as
perdas ascendem a €650
milhões. Globalmente, este
dois activos perderam no
espaço de pouco mais de um
ano €2,1 mil milhões, um
montante significativo tendo em
conta que a capitalização
bolsista da Galp ronda os €6
mil milhões. Outro dos grandes
empresários que viu a fortuna
encolher foi Belmiro de
Azevedo. Relativamente a 31
de Dezembro de 2007, o
empresário tem uma menos-
valia potencial de €1,8 mil
milhões só com o investimento
nos principais activos da
holding da Maia: Sonae,
Sonaecom e Sonae Indústria.
Horácio Roque, líder do Banif,
com quem já partilhou
negócios, também perdeu
neste último ano €488 milhões.
PUB.
de Sócrates - que foram confirmadas por alguns dos
verdadeiros autores dos projectos -, o texto nada diz.
Para chegarem às suas conclusões, os relatores pouco
mais fizeram do que olhar para as datas de entrada e
deferimento dos projectos correspondentes às 22
fotografias divulgadas pelo Público em 1 de Fevereiro de
2008, e retirar, num ou noutro caso, meia dúzia de linhas
cirurgicamente escolhidas dos pareceres dos arquitectos
da câmara, que muitas vezes arrasavam os projectos
assinados pelo actual primeiro-ministro. Mesmo assim,
numa das situações descritas no relatório fica claro que a
câmara aprovou um projecto de Sócrates contra os
pareceres da administração central.
Marinho e Pinto acusa MP e polícia de “terrorismo de Estado”
O bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho e Pinto
falou, na segunda-feira, em “terrorismo de Estado” devido à
realização de buscas com “mandados em branco”, numa
entrevista concedida à rádio TSF.
O Ministério Público e a polícia são acusados de irem a
“escritórios de advogados” sem que haja suspeitas sobre
eles, “unicamente para recolher elementos que possam
interessar a algumas investigações”, o que constitui uma
“prática própria de estados terroristas”, disse o bastonário,
citado no “site” da TSF. Marinho e Pinto considerou assim
inaceitáveis as buscas a escritórios de advogados, como a
PSD ameaça com Ministério Público
Na ausência do presidente da câmara, a maioria PS
tentou que o relatório fosse apenas lido e que não fosse
entregue à oposição (só PSD). “A intenção era sonegar-
nos o documento. Eu disse que isso era anedótico e só
depois de termos pedido a suspensão da reunião e dito
140
que abandonávamos a sessão se não nos dessem o texto é o número de SMS que cada
é que eles recuaram.” Ana Manso diz que o documento assinante de serviços de telefone
é um “não relatório”, um mero “registo móveis envia por mês, em média,
administrativo”, que confirma a sua anterior exigência em Portugal. Durante o terceiro
de uma comissão independente. “Vamos analisar. Se trimestre do ano passado foram
não ficarmos esclarecidos, enviamo-lo ao Ministério enviadas seis milhões
Público.” de mensagens.
que ocorreu no escritório de Vasco Vieira de Almeida, um
dos maiores do país, a propósito do caso Freeport.Falou
ainda na necessidade de “se salvaguardar os princípios
basilares do Estado de direito” e acusou o Ministério Público
e as polícias de alimentarem um clima de promiscuidade
com a Comunicação Social.
Na sua opinião, há “uma promiscuidade entre os maus
investigadores e o mau jornalismo em Portugal”, sem
qualquer preocupação de que “a manutenção deste estado de
coisas crie um nevoeiro de suspeita terrível sobre a
dignidade e inocência das pessoas”.