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FERROVIÁRIO
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Sujeito ativo é qualquer pessoa que realiza uma das condutas incriminadas. Sujeito
passivo é o Estado, a comunidade e também a pessoa que ficar exposta à situação de
perigo.
38.2 TIPICIDADE
O caput do art. 260 contém a forma típica fundamental do crime de perigo de desastre
ferroviário. O § 1º descreve, como resultado qualificador, o desastre ferroviário. O § 2º
descreve o desastre culposo. Incidem também, por força do que dispõe o art. 263, as
normas do art. 258, que descrevem como resultados qualificadores a lesão corporal e a
2 – Direito Penal III – Ney Moura Teles
morte.
O objeto da conduta recai sobre o serviço de estrada de ferro. Por estrada de ferro
entende-se “qualquer via de comunicação em que circulem veículos de tração mecânica,
em trilhos ou por meio de cabo elétrico”, segundo a define a norma do § 3º do art. 260,
incluídos, portanto, os serviços dos chamados metrôs, ônibus elétricos e bondes, além dos
relativos às ferrovias.
O crime é doloso. O agente deve estar consciente do que faz, consciente do perigo
que cria, e agir com vontade livre de impedir ou perturbar o serviço de estrada de ferro,
mediante um dos meios de execução descritos nos incisos I a IV.
agente, e pode ter sido previsto e desejado por ele ou apenas causado por negligência sua.
Indispensável, por isso, a demonstração do nexo causal entre a conduta e o desastre.
A pena cominada é a mesma para as duas hipóteses, mas o juiz, ao aplicar a pena,
deverá levar em conta a presença ou não do elemento subjetivo na produção do desastre.
Por isso, se do desastre causado pela conduta dolosa do agente decorrer lesão
corporal de natureza grave, a pena será aumentada de metade. Se resultar morte, será
aplicada em dobro.