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FRAUDE NO COMÉRCIO
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62.2 TIPICIDADE
ludibriar, iludir a vítima. A norma explica o modo como tal se dá utilizando os verbos vender
e entregar, o que exclui outras formas de ação, como trocar, permutar ou dar em pagamento.
Esses comportamentos, se fraudulentos, podem, em tese, se reunidos os demais elementos,
constituir outro crime, como o estelionato.
A Lei nº 8.137/90, no art. 7º, III, define, como crime, “misturar gêneros e
mercadorias de espécies diferentes” ou “misturar gêneros e mercadorias de qualidades
desiguais”, a fim de vender ou expor à venda os primeiros, “como puros”, e os segundos
“por preço estabelecido para os de mais alto custo”. A pena é reclusão de dois a cinco
anos, ou multa.
Essa norma não revogou o art. 175 do Código Penal, uma vez que seu núcleo é o verbo
misturar, falsificando, portanto, a mercadoria, com o fim de vender ou expor à venda. O
tipo da lei especial realiza-se com a simples concretização da mistura que, efetivamente,
constitui uma falsificação, ao passo que o tipo do Código Penal se realiza com a entrega da
coisa. Se apenas misturar, com o fim descrito naquele tipo, já terá incorrido na proibição,
independentemente da venda ou da exposição à venda. O tipo do art. 175 realiza-se quando a
mercadoria é falsificada sem o ter sido através de mistura de gêneros e mercadorias de
qualidades distintas.
Outra conduta típica é a realizada por aquele a quem foi encomendada uma obra,
quando tenha alterado a qualidade ou o peso do metal que devia nela empregar. Também
se ele, ao realizar a obra, tiver substituído pedra verdadeira por falsa ou por outra menos
valiosa.
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Outra hipótese é a de vender pedra falsa, ludibriando a vítima que a tem como
verdadeira. E, por último, há crime quando o agente vende metal, afirmando ser precioso.
Crime doloso. Deve o agente atuar com consciência de sua conduta, de que a
mercadoria que entrega é falsificada ou adulterada, ou que não é a que deveria entregar.
Na fraude no comércio de metais ou pedras preciosas, o dolo abrange a consciência de que
a pedra empregada é falsa ou tem menor valor ou de que a pedra vendida é falsa ou o metal
de outra qualidade. A vontade livre é a de realizar a conduta para enganar o consumidor.
Não há modalidade culposa.