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Assuntos tratados

1º Horário
 Prazo para Recolhimento e as novas alterações trazidas pela MP 447/88
 Conseqüências pelo atraso no recolhimento
 Prescrição e Decadência de Crédito Previdenciário
 Descumprimento de Obrigação Acessória
 Multa de Mora
 Normas de arrecadação

2º Horário
 Normas de arrecadação (continuação)
 Retenção na Terceirização

1º HORÁRIO

PRAZO PARA RECOLHIMENTO (novas alterações)

A Medida Provisória 447/08 modificou a regra geral do dia de recolhimento, antes era até o dia 10
do mês seguinte. Agora, o prazo para o recolhimento é até o dia 20 do próximo mês e, se cair em
dia não útil, antecipa-se o dia do recolhimento.

Para o contribuinte facultativo, empregador doméstico nada mudou com a MP, ou seja, continua
no dia 15 do mês seguinte.

Para recolhimento trimestral não houve alteração da MP.

O 13º salário não mudou, ele será no dia 20 de dezembro, houve antecipação.

Empregador doméstico pode unir a competência de novembro com o 13º salário e recolher até o
dia 20 de dezembro (caso caia em dia não útil, antecipa-se). Não houve mudança.

Futebol profissional (espetáculos desportivos): a empresa que promove o espetáculo desportivo


tem a obrigação de reter 5% da receita do evento e recolher até o dois dias úteis após o evento
(não ocorreram modificações). Conforme regra geral, quando a empresa repassar recurso a título
de patrocínio, transmissão, publicidade, então o prazo será até o dia 20 do mês posterior para
recolher e repassar.

Retenção do cooperado pela cooperativa de trabalho agora é dia 20 do mês seguinte (antecipa-
se). O tomador retém 15% do valor da nota fiscal e deve fazer o repasse até o dia 20 do próximo
mês. A cooperativa de trabalho retém a parte do cooperado e deve fazer o repasse até o dia 20 do
mês seguinte.

Conseqüências Pelo Atraso No Recolhimento: juros e multa.

Outras questões:

A empresa era obrigada, diante do fato gerador, adiantar o valor devido à Previdência social. E a
Previdência Social poderia homologar aquele pagamento ou não. Essa obrigação da empresa em
adiantar o pagamento da Previdência sem que o Fisco se pronunciasse é chamado de

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lançamento por homologação. Quando a empresa não recolher nada cabe ao Fisco o lançamento
de ofício.

Ocorrência do fato gerador da obrigação previdenciária (a empresa deveria recolher sem nenhum
lançamento prévio do Fisco): a empresa não pagou nada: o Fisco tem prazo decadencial (art. 45
da Lei 8.212/91) para fazer o lançamento que se inicia a partir do primeiro dia do exercício
financeiro seguinte: com o lançamento de ofício pelo Fisco (constitui o crédito tributário): auto de
infração feito pela Receita (formaliza o crédito): 30 dias para impugnar o crédito: recurso
administrativo (julgado pelo 2º Conselho de contribuintes do Ministério da Fazenda).

Obs.: Enquanto o contribuinte estiver discutindo na via administrativa o crédito sua exigibilidade
fica suspensa (art. 151 do CTN): crédito definitivamente constituído: inscrição na dívida ativa: ação
fiscal para executar (tem prazo prescricional para cobrar).

Crédito tributário pode ser constituído em decorrência do descumprimento de:

- Obrigação tributária principal: principal + juros e multa (o documento que formalizava antes era
Notificação Fiscal de Lançamento de Débito, hoje é Auto de Infração, apesar do regulamento
no art. 293 fazer referência ao NFLD);
- Obrigação tributária acessória: multa (Auto de Infração - art. 293 do Regulamento da
Previdência).

A prescrição art. 46 Lei 8.121 era de 10 anos.


Súmula vinculante nº 8 declarou inconstitucional os arts. 45 e 46 da Lei 8.121/91, pois o art. 149
da CF estabelece a competência da União para instituir as contribuições (Contribuições Sociais,
CIDE, Corporativas). As Contribuições que financiam a Seguridade Social são contribuições
sociais e, portanto, devem respeitar o art. 146, III da CF, que a lei complementar deve estabelecer
normas gerais. O CTN faz esse papel de norma geral, e estipula o prazo decadencial e
prescricional de 5 anos. O STF declarou a inconstitucionalidade dos arts 45 e 46 da Lei 8.121 por
vício formal, já que essa lei é ordinária.

O prazo para Receita lançar é de 5 anos (prazo decadencial), e para Fazenda executar o crédito
previdenciário de 5 anos (prazo prescricional).

Modulação dos efeitos da súmula: Quem não entrou com ação de repetição de indébito até junho
de 2008 não pode questionar.

Obs.: Se o auto de infração for impugnado por vício formal, e esse for anulado o Fisco terá
novamente 5 anos para refazer o lançamento (art.173 do CTN).

Obs.: Caso o contribuinte comete dolo, fraude ou simulação, no momento de lançamento por
homologação não será contado o prazo a partir do fato gerador, mas o CTN não estabelece a
partir de quando começa a contar o prazo de homologação.

Existem duas teses:

- Da Caducidade: a relação jurídica fica em aberto (o art. 348 § 2º do Regulamento estabelece


que a Fazenda poderá, a qualquer momento, constituir o crédito);
- Segurança da relação jurídica: se houver dolo, fraude o prazo decadencial começa a contar a
partir do primeiro dia do exercício seguinte.

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Obrigação tributária Acessória descumprida

Enseja a lavratura do auto de infração (lança multa, não tem natureza fiscal, mas sim
pedagógica).

Termo de início de procedimento fiscal (contribuinte toma ciência de que está sob ação fiscal), a
utilidade desse termo é que o contribuinte perde a espontaneidade.
Pode haver a correção da falta até o termo final para impugnar que enseja a atenuação da multa
por descumprimento de obrigação acessória. A atenuação da multa é 50% do valor desta, trata-se
de direito subjetivo do contribuinte. O contribuinte, ainda, pode impugnar esse valor por achar
descabível à multa ou pode efetuar o pagamento, nesse caso ainda pode haver uma redução de
50%. O percentual da atenuação não tem nada a ver com a redução. A atenuação é a correção da
multa, a redução é decorrente do pagamento.
Quando há pagamento da multa o contribuinte concorda com esta, ele deixa de ser primário. Se
houver uma nova multa, sua situação pode ser agravada, pois não é mais primário. Se impugnar a
multa e pagar a redução será de 25%.

É possível também que a multa possa ser relevada (remissão do auto de infração lançado). Para
isso é preciso de correção da falta, que o contribuinte seja primário, e não tenha incorrido em
situação agravante (desacato do fiscal).

Obs.: O auditor fiscal só pode atenuar a multa, não pode perdoar.

O contribuinte não hora de impugnar pode alegar que houve a correção da multa que é primário e
que não ocorreu nenhuma situação agravante, nesse caso a administração é obrigada a relevar a
multa, pois ele preencheu os requisitos.

Auto de infração improcedente e multa relevada são coisas distintas.

- Auto de infração improcedente é improcedente, o contribuinte aqui é primário;


- Multa relevada o auto é procedente, o contribuinte, nesse caso, não é mais primário, portanto,
ao cometer nova infração o auto de infração correspondente pode ser agravado. Para que haja
reincidência esta nova infração tem que ser cometida dentro de cinco anos.

Reincidência pode ser:

- Genérica: cometeu uma nova infração distinta da anterior, a multa será majorada duas vezes.
Se houver outras agravantes (desacato) aumenta a multa em duas vezes que pode ser
cumulativas com o aumento da reincidência;
- Específica: descumpriu a mesma infração da anterior, a multa será majorada em três vezes.

Ex.: Multa de R$ 12.000,00 x 5 = R$ 60.000,00. Se houver a correção da falta a multa sofre uma
atenuação de 50%, mas não pode ser relevada (não é primário e teve agravante).

Obs.: As reincidências podem ser acumuladas em seu aumento.

Multa de Mora

O contribuinte deveria pagar a competência referente a janeiro e não recolher em fevereiro, em


novembro sofrerá ação fiscal, que foi lavrado um auto de infração por descumprimento de
obrigação principal. Constituirá o crédito ao lançar o principal mais juros de mora e multa de mora.

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A partir do auto de infração o contribuinte terá 30 dias para impugnar. Se o contribuinte não
impugnar e pagar, ele não terá a redução de 50%, não terá qualquer desconto. A multa de mora é
irrelevável.

Normas de arrecadação

Quando uma empresa remunera um contribuinte individual (CI), assim como ele faz com o
empregado, retém a contribuição deste na fonte.

O CI pode escolher a forma de contribuir se pelo art. 99 ou art. 99-A do regulamento. Pelo
primeiro é 20% sobre o salário de contribuição. Pelo segundo, art. 99-A, é 11% sobre o limite
mínimo do salário de contribuição que é um salário mínimo (esta forma de contribuição só é
possível quando se é autônomo).

A empresa contribui quando remunera um CI em 20% sobre a remuneração, já que a empresa


não tem teto, e hoje ela é obrigada a reter a contribuição do CI na fonte tem uma alíquota de 11%
sobre a base de cálculo (limite Máximo).

2º HORÁRIO

NORMAS DE ARRECADAÇÃO (continuação)

Até março de 2003, a empresa não retinha nada do CI, este ia ao banco é pagava sua
contribuição. A legislação permitia uma dedução de até 45% da empresa.

Ex.: Empresa “A” pagou R$ 2.500,00 ao CI.


CI: 20% x R$ 2.500,00 = 500,00.
Dedução: 45% x R$ 2.000,00 = 900,00
Dedução era limitada a 9% x R$ 2.500,00 = 225,00.

Contribuição do CI: (20% - 9%) x SC.


CI = 11% x SC. Mas, para isto, era necessária a contribuição da empresa.

Se não houve empresa, não teria como deduzir.

Se esta empresa fosse EBAS (Entidade Beneficente de Assistência Social - imune as


contribuições sociais), não teria contribuição. Caso esta empresa remunerasse um CI este não
poderia deduzir nada.

Para que o segurado tivesse direito a dedução seria necessário duas contribuições: da empresa e
do CI.

Depois da Medida Provisória 83 (abril de 2003), a empresa passa a reter 11% na fonte da
contribuição do CI.

Ex.: CI prestou serviços para empresa “A” e para empresa “B” e foi remunerado em R$1000,00.
Ele vai contribuir com 20% sobre R$1000,00. A empresa “B” não vai reter nada, pois o CI já foi
tributado no teto.

CI presta serviços para uma EBAS em R$ 500,00, esta não contribui com nada, então está imune.
Porém está obrigada a reter a contribuição do CI, que vai ser 20% sobre R$ 500,00.

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CI neste mesmo mês também presta serviços para uma empresa SN (optante pelo simples
nacional) e recebe R$ 1500,00. A Empresa SN contribui não sobre a folha, mas sim sobre a
receita. Essa empresa reterá uma alíquota de 11% de R$ 1500,00 para contribuição do CI.

Se o CI nesse mês trabalhar para outra empresa e receber R$ 1200,00, a empresa deverá
contribuir com 20% sobre a remuneração, e reterá 11% para contribuição do CI, entretanto, não
será 11% sobre R$ 1200,00, pois deve respeitar o teto (R$ 3038,99).
Contribuição do CI = R$ 1500,00 (da empresa SN) + R$ 500,00 (EBAS) = R$ 2000,00 para o teto
falta R$ 1038,99. Essa empresa reterá 11% sobre R$ 1038,99.

Se um CI prestar serviços a uma empresa e receber R$ 100,00, esta deve reter 11% sobre este
valor. A base de cálculo mínimo é um salário mínimo (falta R$ 315,00). O CI deve recolher para o
INSS como contribuição 20% sobre R$ 315,00 (= R$ 63,00). Se o CI não fizer isso ele perderá os
R$ 11,00 retidos pela empresa.

O CI pode pagar a qualquer tempo o período que não recolheu, pois estava exercendo atividade
remunerada.

Cooperativa de trabalho emite nota fiscal de serviço, e tomador fica com encargo de arcar com
15% do valor desta nota. A cooperativa não paga contribuição patronal, mas vai reter na fonte
11% da contribuição do CI. Porém, se o tomador for pessoa física, ele não paga contribuição
patronal, não cabe a cooperativa pagar a contribuição de empresa porque não previsão legal, mas
deverá esta reter na fonte a contribuição do CI que será de 20%.

Retenção quando existe terceirização

Empresa contratante que através de um contrato de cessão de mão de obra paga à contratada
retendo o valor devido à previdência (11% x valor da nota fiscal) pagando pelo serviço abatendo
esse valor retido. A contratante deve recolher o GPS em nome da contratada (CNPJ) até o dia 20.
A contratada aproveitará dessa retenção para abater no valor que ela tem a recolher como
contribuição patronal. Essa alíquota de 11% é um modo de adiantar o pagamento da contribuição
patronal devido pela empresa contratada. A empresa contratada é obrigada a reter a contribuição
dos seus empregados na fonte. Se a contratante retiver e não repassar estará cometendo crime
previdenciário. Nesse caso o fiscal lavrará um auto de infração exigindo o pagamento mais os
juros, além de cientificar Ministério Público. Se a contratante não fizer esse recolhimento, ela
ficará responsável pela importância que deixou de reter.

Caso o valor recolhido for superior ao devido, a contratada terá um crédito. Com relação a esse
crédito a empresa contratada pode pedir restituição administrativa ou compensar no mês seguinte.
A compensação pela empresa contratada pode ocorrer mesmo que a empresa contratante não
tenha feito o repasse. Se na empresa contratante tiver atividades com agentes noviços que
permitam a concessão de aposentaria especial (25 anos, 20 anos, 15 anos), o empregador
(contratada) do empregado além do GIRAT deverá arcar com percentual para garantir o benefício
da aposentadoria especial (6%, 9%, 12%). Portanto a contribuição da contratada será 20% +
percentual referente ao agente nocivo + percentual para concessão da aposentadoria especial.
Nesse caso, a empresa contratante deverá reter da contribuição da contratada um valor maior,
aumentando de 2%, 3% ou 4% no percentual sobre o valor da nota.

Essa nova regra veio a partir de fevereiro de 1999 (Lei 9.711/98), para substituir a solidariedade
entre contratante e contratada pelos débitos previdenciários. Entretanto, permaneceu a

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solidariedade em uma única hipótese, no caso de prestação de serviço para construção civil com
empreitada total (art. 220 do RPS). Para o contratante elidir essa responsabilidade é necessário
que a construtora apresente documentos que foram recolhidos (nota fiscal, folha de pagamento
dos empregados da obra, matrícula CEI). A construtora quando vai realizar uma obra, ela deve
fazer uma matrícula junto a Receita Federal com um número CEI (cadastro Específico do INSS).

O contratante também pode reter 11% da contribuição da construtora a fim de elidir a


responsabilidade solidária.

Responsabilidade solidária na prestação de serviços só existe para construção civil de empreitada


total. Existem outras hipóteses de responsabilidade solidária por débito da seguridade social, no
caso de grupo econômico.

Pessoa física que contrata com construtora é responsável solidariamente pelos débitos
previdenciários, e convenção particular não tem o condão de afastar essa responsabilidade.

Se a pessoa física contrata, diretamente, empregados para fazerem uma obra. Ela se equipara a
empresa para fins previdenciários.

Para fazer averbação no Registro de imóveis é preciso provar que não há débitos referentes à
obra, para isso deve-se obter uma Certidão negativa de débito da obra expedida pela Receita
Federal.

Se não é possível saber o quanto a pessoa física utilizou para remunerar os empregados da obra
deve-se fazer um arbitramento (art. 234 do Regulamento). E cabe ao contribuinte provar (inverso
do ônus da prova) que o valor arbitrado não é o correto.

Os funcionários da obra em relação à pessoa física, segundo o Fisco, são empregados.

Prerrogativa do Fisco em arbitrar o Débito previdenciário (Art. 233 do Regulamento), e cabe ao


contribuinte provar que o meio utilizado pela Fazenda não é razoável.

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