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TUBOCAP: MELHORIA DA PRODUTIVIDADE ATRAVÉS DA REDUÇÃO 

DE CUSTOS Sandro Cantidio 
 
Quando falamos em “MELHORIA DE PRODUTIVIDADE”, pensamos logo em “MAIOR PRODUÇÃO”. É comum 
aos homens de fábrica confundir os dois termos. Produzir mais nem sempre significa ter mais produtividade. 
Vamos entender as diferenças entre “PRODUTIVIDADE” e “PRODUÇÃO”. 

O Sistema de Produção possui três visões: a RESTRITA, a AMPLIADA e a ESTRATÉGICA. A visão restrita é 
aquela onde existem as ENTRADAS para o processo (materiais, pessoas, informações, energia, equipamentos e 
outros), a TRANSFORMAÇÃO (que é o objetivo) e as SAÍDAS (pessoas, informações, equipamentos, outros). 
Na visão restrita, os departamentos de apoio não possuem quaisquer influências sobre os resultados da 
produção. No Sistema de Produção com a Visão Ampliada, as ENTRADAS se dividem em duas: CAPITAIS DE 
GIRO (Materiais, Mão‐de‐Obra, Energia e serviços), CAPITAL IMOBILIZADO (Máquinas, Equipamentos e 
Instalações), as OPERAÇÕES DIRETAS (transformação dos recursos), as SAÍDAS (Produtos: bens e/ou 
serviços, e REFUGOS, SUCATAS, etc); além disso, é parte integrante tanto de entradas quanto de saídas os 
DEPARTAMENTOS DE APOIO À PRODUÇÃO (tais como CQ, Engenharia, Manutenção, Suprimentos, etc). A 
principal função dos departamentos de apoio é otimizar as operações; são departamentos que ajudam a 
empresa a ganhar dinheiro. 

A Visão Estratégica entende a empresa como um SISTEMA (sistema = variáveis que influenciam nos resultados 
da empresa e dos quais a empresa tem controle) que atende a um determinado AMBIENTE (ambiente = 
variáveis que influenciam nos resultados da empresa e dos quais a empresa não tem controle) . 

A PRODUTIVIDADE está associada aos recursos de entrada para o sistema de produção (mão­de­obra, 
matéria­prima e equipamentos) com as saídas (Produto Acabado e Perdas: Refugo, Sucata, etc). 
Atualmente, existem metodologias de gestão que apóiam a produção no sentido de diminuir as perdas 
(também chamadas de desperdícios), como o LEAN MANUFACTURING, voltada para a transformação do bem 
tangível, e o LEAN SERVICE, voltada para a gestão de um serviço intangível.  

Para entendermos o conceito de Produtividade, vamos primeiramente entender a forma de mensuração da 
produtividade: 

• Taxa de Utilização = entrada real / entrada planejada; 
• Eficácia = Fazer a coisa certa = saída real / saída planejada; 
• Eficiência = Fazer certo a coisa = saída real / entrada real; 
• Produtividade = Fazer certo a coisa certa = saída real / entrada real. 

 
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O conceito de produtividade é entendido de diferentes formas, conforme a visão de cada hierarquia: 

• Visão dos Engenheiros = Produtividade = Energia Útil / Energia Fornecida (Rendimento); 
• Visão dos Administradores (Diretores) = Produtividade = Valor das Saídas / Custo dos Recursos ou 
Faturamento / Custo Total; 
• Visão dos Gerentes = Produtividade = Quantidade de Produto Acabado / Quantidade de Recursos 
utilizados (MO, MP e EQ). 

Para se ter produtividade, não é necessário ter a melhor MO, os melhores EQ ou melhor MP; é preciso ter 
gestão dos recursos e recursos adequados. Peter Ducker afirmou que “sem objetivos de produtividade, o 
negócio não tem direção e nem controle”. 

Posteriormente trataremos da mensuração da produtividade através de indicadores de desempenho. 

Como exposto acima, os recursos utilizados e as perdas como refugo e sucata influenciam diretamente no 
resultado da produtividade da empresa. Atualmente, conforme informou Stela Campos no jornal Valor 
Econômico de 17/12/2008, “existem três temas que estão tirando o sono dos presidentes de empresas brasileiras 
neste fim de ano: a necessidade de promover uma redução de custos em suas companhias, as demissões que 
provavelmente terão de fazer e as ações do governo relacionadas à crise”. Todos os esforços estão voltados para 
a redução de custos, ou seja, corte de pessoal, de gastos e de investimentos. Conforme os presidentes 
entrevistados e empresários afirmam, a empresa que não tiver como meta principal a redução de seus gastos 
terão grandes problemas no futuro próximo. Continuando na entrevista, “o grande desafio é equilibrar a 
redução de custos com os planos de crescimento”.  

A crise do Petróleo de 1977 ensinou muito aos grandes empresários norte‐americanos. Eles entenderam que 
uma empresa que produz muito nem sempre é uma empresa produtiva. O pensamento da maioria é “quanto 
mais eu produzir, maior será a minha produtividade”. Este pensamento não está correto, a menos que se 
produza mais usando cada vez menos recursos e cortando cada vez mais os custos de fabricação. 

Vamos entender porque cortar custos tornou‐se uma tarefa de grande importância e, até mesmo, de 
sobrevivência para as empresas. 

Em primeiro lugar, o mercado consumidor atual não permite aumentos abusivos e constantes de preço. 
Diferente do passado, onde as empresas repassavam as perdas para os preços e os Clientes arcavam com estes 
valores (já que os empresários não admitiam reduzir sua margem de lucro), hoje os Clientes não estão abertos 
a pagar a mais por qualquer produto que seja. A internet abriu o horizonte do mercado, oferecendo uma gama 
de opções para os Clientes e acirrando a disputa pela fatia de mercado. Hoje, o Cliente entende cada compra 

 
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como um investimento e, como tal, deve ser muito bem planejado e, principalmente, pesquisado. Grandes 
empresas japonesas que praticam o Lean Manufacturing ou Sistema Toyota de Produção, entendem que o 
preço é o mercado quem estabelece; cabe às empresas cortarem seus custos para que possam aumentar sua 
margem de lucro. 

Os enfoques da Produtividade são: FÍSICA, PARCIAL, AGREGADA E ECONÔMICA. A produtividade com 
enfoque físico (usada pelos gerentes) é dada pela razão de produção sobre fatores de produção. A 
produtividade com enfoque parcial é dada pela razão produção sobre fator de produção específico. A 
produtividade com enfoque econômico (usada pelos diretores) é dada pela razão entre valor das saídas sobre 
custo dos recursos. E a produtividade com enfoque agregado é dada pela razão entre valor adicionado sobre 
valor consumido. 

Quando falamos em custos, precisamos entender quais são os custos que a empresa emprega em seu processo 
de fabricação. Conforme já foi citado, são dois os recursos: os capitais de giro (materiais, mão‐de‐obra, energia 
e serviços) e os capitais imobilizados (máquinas, equipamentos e instalações). A medição destes custos se dá 
pelos indicadores de produtividade parcial, com enfoque em equipamentos, materiais e mão‐de‐obra. 

O sistema físico de produção (voltada para os gerentes) entende como ENTRADA de RECURSOS a 
quantidade de matéria‐prima necessária, a quantidade de mão‐de‐obra necessária e a quantidade de 
equipamentos necessários para a realização do PROCESSO ou TRANSFORMAÇÃO, tendo como SAÍDAS a 
quantidade de produtos acabados (neste sistema, entram quantidades e saem quantidades). Neste caso, a 
produtividade é avaliada pela razão entre a quantidade de produto acabado (saída) pela somatória da 
quantidade de recursos (entrada) utilizados (razão das quantidades). 

O sistema econômico de produção (voltado para os diretores) entende como ENTRADA de RECURSOS a 
quantidade de dinheiro empregada para a aquisição de cada recurso (valor unitário do recurso multiplicado 
pela quantidade necessária do recurso) necessários para o PROCESSO, e as SAÍDAS são o valor unitário de 
cada produto acabado pelo número de produtos acabados produzidos. Neste sistema, a produtividade é 
avaliada pela razão entre a multiplicação do valor de cada peça pelo número de peças produzidas sobre a 
somatória dos valores de aquisição dos recursos multiplicado pela quantidade adquirida destes recursos (mão‐
de‐obra, materiais e equipamentos). Neste sistema, a entrada é dinheiro e a saída é dinheiro. 

A produtividade precisa ter quatro pontos gerenciados: o que e como medir, relatar, analisar e melhorar. Para 
tanto, é necessário decompor os indicadores de produtividade, ao que damos o nome de Produtividade do 
Custo Total. O objetivo de decompor os indicadores é possibilitar a pesquisa de causas de desempenho ruim 
de algum indicador parcial de produtividade; chegar ao foco do problema (rastreamento); e verificar o impacto 

 
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(na empresa ou no setor), de alguma medida localizada. 

O PCT pode ter três enfoques: avaliar o custo da mão­de­obra, custo do material ou custo do 
equipamento. Para tanto, segue abaixo as fórmulas utilizadas, bem como os critérios de avaliação das 
capacidades. 

 
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Portanto, temos as seguintes definições para PRODUÇÃO e PRODUTIVIDADE: 

• PRODUÇÃO é a obtenção de produtos através da interação de recursos. Este conceito envolve, 
portanto, um resultado (bens e serviços), uma transformação e os fatores que dão origem aos produtos 
(recursos produtivos). Para tanto, deve‐se obter a satisfação dos Clientes através da provisão de bens 
ou serviços que possuam alguma utilidade. 
 
• PRODUTIVIDADE, como é conhecida hoje, teve origem no conceito de eficiência. Eficiência = energia 
útil / energia fornecida. Como ensina a termodinâmica, o valor máximo para a eficiência será a unidade, 
isto é, apenas ocorre num caso ideal em que não há perda alguma na transformação. Trata‐se do valor 
das saídas e custo dos recursos, empregados na obtenção das saídas. 
 
• Maior produtividade não implica necessariamente maior velocidade ou maior esforço. A maior 
velocidade pode representar maior perda de recursos. O maior esforço apenas significa maior 
gasto de recursos. Maior velocidade e maior esforço não significam necessariamente, maior 
produtividade. 
 

Utilizando os conceitos acima, foram desenvolvidos e implementados projetos visando a redução de custos 
para a empresa (custos de materiais, de equipamentos e de mão‐de‐obra), dos quais prevêem uma redução de 
custos de R$ 3 milhões / anuais, sendo: 

1. DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FORNECEDORES, NOVOS MATERIAIS E NOVAS TECNOLOGIAS 

Foram desenvolvidos novos fornecedores de materiais, com custo reduzido e excelente qualidade a fim de 
reduzir custos e aumentar a faixa de lucro da empresa. Através de parcerias e testes em produção, foi possível 
desenvolver e aprimorar os materiais existentes. Como conseqüência, a redução de custos apenas em 
desenvolvimento de novos materiais atingiu o valor de R$ 850 mil / ano.  

Novos materiais foram desenvolvidos à medida que se fez necessário: 

• Reduzir custos; 
• Reduzir refugo (desperdício); 
• Reduzir tempo de processo; 

Como exemplo, o desenvolvimento de lubrificante para slugs; antes, importado (caro e de logística complexa), 
foi substituído por um produto nacional (10 vezes mais barato e de logística simples pela proximidade do 
fornecedor em relação à empresa). Como conseqüência, além da sustentabilidade (substituição de 
 
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produto à base de solvente por outro à base de gordura vegetal), a redução de custos foi de R$ 14 mil / 
ano.  Além disso, através do uso deste produto, foi possível transferir parte de nosso processo para a unidade 
de Mato Grosso do Sul. Como conseqüência desta mudança de processo, a redução de custos foi de R$ 75 
mil / ano (redução de CMP, CMO e CEQ, maior produtividade global para a empresa). Além disso, foi criada 
uma “Tabela de Equivalência dos Materiais”, onde são relacionados todos os materiais e contra‐tipos 
aprovados e homologados pela Engenharia. Esta tabela é base para consulta do PCP Suprimentos para a 
aquisição dos materiais necessários para a fábrica. 

Foram desenvolvidas novas tecnologias de fabricação, como tampadeira eletrônica computadorizada (empresa 
E²Pro). Este equipamento tem como recursos: 

• Produção de 120 peças por minuto (em detrimento aos atuais, com 60 peças por minuto); 
• Sensores de torque e de vácuo (para verificar presença de micro‐furos em bisnagas). 
• Como conseqüência, a redução de custo de mão­de­obra (CMO) é de R$ 250 mil / ano. 
 
2. ADEQUAÇÃO DAS BISNAGAS DE ALUMÍNIO AOS PADRÕES DA BRITISH STANDARD 

Foi realizado um amplo estudo de todas as embalagens de alumínio – bisnagas – a fim de adequá‐las às normas 
internacionais conhecidas. Foram revistos e atualizados: 

• Inspeções de Controle de Processo (Controle de Qualidade em Laboratório); 
• Características de construção das bisnagas (espessuras de parede, espelhos, ductilidade, etc); 
• Slugs necessários para a fabricação das bisnagas, procurando uniformizar as espessuras destes slugs. 
Desta forma, a empresa ganhou em flexibilidade no uso dos slugs e nosso fornecedor ganhou em 
agilidade (menor número de setup em laminadores para atender às especificações da empresa). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
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3. ADEQUAÇÃO DOS AEROSSÓIS AOS PADRÕES DA NORMA INTERNACIONAL FEA E NORMA 
BRASILEIRA NBR ABNT 

A fim de eliminar desperdício e evitar o excesso de processamento das embalagens, todos os aerossóis foram 
revistos e atualizados. Verificou‐se que o excesso de processamento era de 20% em média para os diversos 
diâmetros de aerossóis. Desta forma, iniciou‐se um amplo estudo de pesquisas de normas internacionais, 
benchmarking com concorrentes nacionais e internacionais, e participação de comissão na ABRE (Associação 
Brasileira de Embalagem) a fim de redigir e aprovar a norma brasileira NBR ABNT para a construção de 
aerossóis (dimensões e tolerâncias). Participar com o comitê foi de fundamental importância para: 

• Definir o dimensional dos aerossóis brasileiros; 
• Trocar informações com fornecedores de outros componentes dos aerossóis (Fornecedores de válvulas 
e de tampas); 
• Aproximação junto ao Cliente para compreender suas expectativas e necessidades. 

Este projeto teve duração de 1 ano para ser implementado, e foram projetados: 

• As novas dimensões dos aerossóis (adequando‐os aos padrões italianos); 
• Ferramentais novos para extrusão, impressão e conificação. 

Além disso, foi necessário o try‐out das ferramentas e do processo, visando a capabilidade do mesmo. Durante 
o try‐out, que contou com a ampla participação da 
produção (ajustadores, supervisores, encarregados, 
gestores) e Ferramentaria, foi possível ajustar 
ferramentas e até mesmo a dimensão dos aerossóis 
pois, em função de alguns equipamentos, 
determinadas espessuras não eram possíveis de serem 
fabricadas. Como conseqüência, este projeto trouxe 
uma redução de custos de R$ 1.500.000 / ano. 
Todos os projetos foram validados como segue e 
apresentados à diretoria. 

Além disso, um gráfico de reduções de custos foi 
criado e apresentado à diretoria com as metas e 
objetivos de redução dos custos (CMP, CMO e CEQ, ou 
Custo de Matéria‐Prima, Custo de Mão‐de‐Obra e Custo 
de Equipamento). Estes projetos são validados 
trimestralmente e apresentados em gráficos. 

 
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4. MELHOR APROVEITAMENTO DOS MATERIAIS 

Visando um melhor aproveitamento dos materiais químicos 
utilizados pela empresa e, conseqüentemente uma redução 
de custos, implantou‐se a diluição dos esmaltes no 
almoxarifado, antes de serem distribuídos à produção. A 
diluição iniciou‐se em 13%, onde subimos este percentual 
gradativamente (aguardando estabilidade do processo) e 
atualmente está em 21%. Como conseqüência, a redução de custos foi de R$ 115 mil / ano, com previsão 
de atingirmos R$ 400 mil / ano. 

5. DESENVOLVIMENTO DE INDICADORES DE DESEMPENHO PARA OS MATERIAIS 

Foi desenvolvida a sistemática para medir a produtividade dos materiais conforme exposto abaixo. Estes 
indicadores contribuem para a tomada de decisões e planos de ação para reduzir os custos unitários de 
materiais, o rendimento destes materiais em processo e o quanto destes materiais se transformam em 
produtos bons (com qualidade), ou seja, com alguma utilidade para o Cliente. 

 
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