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O espaço institucional, “escola”, é mantida pela sociedade, como local a......... ganha
identidade como aluno e o qual vai para aprender; a função social que a escola ........
historicamente; o acesso à escola e seus indicadores de sucesso e fracasso.
Pela definição, a escola deve ser um lugar muito atraente e agradável, pois lazer quer
dizer descanso e consagrado, por sua vez, é um adjetivo que qualifica o que é sagrado, o
que é santo.
Primeiramente vem a família, depois vem a escola, é o primeiro grupo social a que
pertencemos. Os grupos sociais são importantes para aprendermos a interagir com
pessoas, a conhecer novos comportamentos e a respeitar uns aos outros.
Além do mais a escola é fonte de conhecimento, tanto formal quanto informal, é um
espaço onde o aluno é a principal fonte de riqueza da escola, além de ser uma inclusão
social, promove no aluno o sentido de importância na comunidade.
A seguir os 9 mandamentos para ser um bom cidadão, os quais deverão ser ensinados
diariamente, para que sua fome física seja saciada, mas sim os 9 mandamentos que irão
saciar a formação e o desenvolvimento da vida social de cada indivíduo, só assim
teremos um futuro melhor.
Ser solidário: Solidariedade é um laço que nos vincula a outros indivíduos. Hoje, é uma
palavra de ordem para a harmonia social.
Prestar o bem aos semelhantes, ajudá-los, mostrar compreensão, honestidade e
preocupação com todas as pessoas é uma das maiores virtudes que se pode ter, uma
ferramenta das mais sólidas para construirmos uma sociedade mais justa e democrática.
Ter respeito: É uma palavra que nos faz encarar determinadas situações, tais como:
consideração, diferença, obediência, referência, medo, temor etc...
O respeito pode ser referido no trânsito, na escola, no trabalho, na rua ou até mesmo no
ônibus, respeitar as outras pessoas é um principio básico que uma pessoa pode fazer,
para que ela possa ser respeitada.
Ser Sincero: Que se refere ser sincero, que diz uma franqueza, o que se sente, também
uma pessoa sincera, verdadeira, sem disfarce, sem malícia, até mesmo maldades.
Quando buscamos a confiança de outras pessoas, devemos ser sinceros em tudo o que
fazemos, em nossas palavras, em nossas ações e acima de tudo em nossos pensamentos.
Ser sincero, ganhamos lealdade, confiança e mais facilmente ganhamos a amizade de
outras pessoas.
Não agredir o seu semelhante: Para que o semelhante seja agredido, não precisa ser só
fisicamente, por palavras também, violência sempre gera mais violência. Devemos
sempre dizer não a qualquer tipo de violência ou agressão. Pois devemos ter bondade,
educação e responsabilidade.
Perdoar: Que se refere ao um ato de conceder perdão, absolver sua culpa, se desculpar
pelo que fez e até mesmo pelo que não fez.
Ao manter-se ressentido com alguém, nuca se tem o repouso devido para o corpo e para
alma. O rancor não às levas a lugar nenhum, apenas serve para criar mais problemas.
Dialogar: Se refere a ato de conversar com outra pessoa ou com outro grupo.
Muitos problemas, brigas, discussões e incompreensões poderiam ser fácil de serem
resolvidas se existisse diálogo entre as pessoas envolvidas.
Procure sempre conversar, trocar idéias, experiências, buscar explicações e antes de
tudo, aprenda a conhecer as outras pessoas.
Agir conforme a consciência e de acordo com os valores éticos e morais: Não estamos
sozinhos no mundo, e tudo o que não queremos para nós, também não devemos querer
para as outras pessoas. Aprender a conviver é essencial para melhor saborear nossa vida.
A história da educação no Brasil deu-se início em 1549, com a chegada dos primeiros
padres jesuítas, na sede do governo na colônia, e instalou-se ali a primeira das milhares
escolas, movidas por intenso sentimento de fé, cultura e civilização do nosso país e por
mais de 200 anos, eles foram praticamente os únicos educadores no Brasil. Fundaram as
escolas de ler, contar e escrever, mas a prioridade dos jesuítas era sempre a escola
secundária, onde a sua qualidade era reconhecida por modalidades de estudos
equivalentes aos de ensino superior.
Nossas primeiras escola reuniam, crianças indígenas e portuguesas, mas com o tempo
os indígenas foram sendo excluídos do ensino. Em 1759, os padres jesuítas expulsos de
suas colônias, e deixaram um vazio que não foi preenchido. Nas décadas seguintes, foi
imposto pelo marquês de pombal, a instituição do “Subsídio Literário”, que não
prosseguiu adiante. Só em 1808, quando Portugal foi invadido pelos Franceses, a
família Real e a sede do Reino de Portugal, se transportaram para o Brasil – colônia, a
educação toma novos rumos, a presença da corte e a Realeza que os rodeavam, trouxe
novos hábitos e costumes para o cotidiano Brasileiro.
Os portos, que antes eram reservados aos navios portugueses, abre para embarcações de
outros países, foram criadas bibliotecas, museus e a grande educacional de D. João VI,
mas que voltou-se para as necessidades da corte, que oferecia seus cursos em
instituições cientificas, ensino técnico e dos primeiros cursos superiores, como os de
medicina no estado do Rio de Janeiro e de Bahia, que tiveram o objetivo de preencher
demandas de formação profissional, além de dar continuidade a marginalização do
ensino primário.
Com a independência do país, em 1823, algumas mudanças no panorama sócio-político
e econômico, começaram a serem mais pensados e desejados, inclusive em termos de
política educacional, mas só em 1823, que pela primeira vez, se associou apoio
universal e educação popular, uma como base da outra. Também foi debatida a criação
de universidades no Brasil com várias propostas apresentadas.
Na década de 1920, apo a primeira grande guerra, o povo começou a repensar, com a
industrialização e a crescente urbanização, o povo passou reivindicar o direito de
freqüentar a escola, inúmeras reformas do ensino primário foram feitas em âmbito
estadual, e com isso surgiu a primeira grande geração de educadores. Anísio Teixeira
Fernando de Azevedo, Lourenço Filho, Almeida Jr., entre outros, que lideraram o
movimento de renovação no setor educacional.
Em 1930, foi criado o ministério de Educação e Saúde, que teve o papel central na
organização do nosso sistema de ensino e das universidades. A constituição promulgada
após a revolução de 1930, em 1934 consignou avanços significativos na área
educacional, incorporando muito do que havia sido debatido em anos anteriores. Entre
1945 e 1964, o pais viveu uma época de democracia política e crescimento econômico,
foi a época que vai desde a queda do Estado Novo até a Revolução de 1964, quando se
inaugurou um novo período autoritário, durante esse período instalou-se em 1961
depois de 13 anos de discussão, a primeira lei de diretrizes e Bases da educação (LDB),
campanhas e movimentos de alfabetização de adulto e expansão do ensino primário e
superior, ocorreu um admirável movimento em defesa da escola pública, universal e
gratuita, na fase em que procedeu a aprovação da LDB.
Recursos Públicos:
Esses recursos Públicos, o orçamento é anual e aprovado pelo governo, ou seja,. A
União, o Estado ou o Município.
A sua origem está nos impostos e nas contribuições sociais.
Recursos Privados:
Esses recursos vem da própria comunidade, na qual a escola está inserida, bem como de
outras parcerias, contribuições, doações e até mesmo de projetos comunitários.
A Constituição Federal determina em seu artigo 212, que a União deve aplicar,
anualmente, ao menos 18%, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no
mínimo 25% da receita proveniente de impostos na manutenção e no desenvolvimento
de ensino.
A constituição também criou um fundo conhecido por FUNDEB, que recolhe 15% de
cada desses impostos: ICMS, IPI, FPE e FPM.
Alguns desses recursos são vinculados à determinados níveis de ensino, outros são
específicos e devem serem aplicados em programas exclusivos.
Prestar Contas
É o momento de comprovar as despesas realizadas.
Prestar Contas sugere a publicação de um relatório que foi alcançado com os recursos
obtidos, depois de um plano de trabalho, discutido e aprovado pelos gestores e pela
representação da comunidade escolar.
Com relação aos recursos financeiros privados, a escola deve atender aos critérios de
prestação de contas estabelecidos pela instituição.
Todas as despesas realizadas pela escola, devem ser apresentadas à comunidade, porque
a mesma precisa estar consciente de todas as aplicações feitas em benefício da escola.
GESTÃO PARTICIPATIVA
A ELEIÇÃO DO DIRETOR DA ESCOLA
Profissionais da are de educação defendem mudanças nas regras para a escolha dos
diretores de escolas públicas.
Em alguns municípios, os diretores são indicados pelo prefeito e não passam por
nenhum tipo de seleção.
O perfil dos diretores influencia na qualidade das escolas, e mesmo para se fazer uma
eleição é preciso que se indique alguém com um preparo técnico, o diretor deve ser um
educador, que tenha posição pedagógica e administrativa.
Perfil Profissional
Como gestor público, o Diretor de escola deve reunir em seu perfil profissional,
características que lhe possibilitem: observar, pesquisar e refletir sobre o cotidiano
escolar.
A APM ( Associação de Pais e Mestres) é um projeto que auxilia a escola, tem por
finalidade colaborar na melhoria do processo educacional, seja na assistência escolar, na
integração entre família, escola e comunidade.
Há ainda o quadro social e os direitos dos associados, junto também de seus deveres,
sendo esses:
Defender, por atos e palavras, o bom nome da escola e da APM;
Conhecer o estatuto da APM;
Participar das reuniões;
Prestar à APM, serviços gerais ou de sua especialidade profissional, conforme suas
responsabilidades.
Tem como atividades; muitos jogos, brincadeiras e oficinas de artesanato como: pintura
em tecido, madeira, tela, decoração em unha, cabelo, além do prazer de aprender uma
profissão com arte.
As famílias transformam o aprendizado em lucro, uns tem essas oficinas como única
fonte de renda.
Uma criança que cresce numa família de músicos, tem inevitavelmente as suas
capacidades musicais estimuladas, sejam elas quais forem. Se não se interessa por
música e não adquiri alguma competência nesse campo, fica de fora, é incapaz de
participar da vida do grupo a que pertence. Algumas formas de participação na vida
daqueles com quem o indivíduo se relaciona são inevitáveis; nesse aspecto, o meio
social exerce uma influência educativa ou formativa inconscientemente e independente
de quaisquer propósitos estabelecidos.
Após isto vem a adolescência. Embora em várias crianças ocorra o que se chama
puberdade precoce, deve-se esclarecer que tais crianças ainda não tem maturidade
psicológica suficiente para serem consideradas adolescentes, mesmo tendo o porte físico
de um.
Estágios da Criança
0 – 18 MESES
Neste estágio, o bebê é totalmente dependente de terceiros (geralmente dos pais) para
quaisquer coisas como locomoção, alimentação ou higiene. Neste período, bebê aprende
atos básicos de locomoção como sentar, engatinhar, andar. Este período é caracterizado
pelo egocentrismo, pois o bebê não compreende que faz parte de uma sociedade, e o
mundo para ele, gira em torno de si mesmo.
18 MESES – 3 ANOS
O principal aspecto dessa faixa etária é o desenvolvimento gradual da fala e da
linguagem.
A criança lentamente passa a compreender melhor o mundo a sua volta, e aprender que
neste mundo há regras que precisam ser obedecidas, embora ainda bastante
egocêntricas.
3 – 4 ANOS
Crianças desta faixa etária começam a desenvolver aspectos básicos de responsabilidade
e de independência. São altamente ativas em geral, constantemente explorando o mundo
a sua volta, passam também a aprender que na sociedade existem coisas que elas podem
fazer, também passam a aprender padrões de comportamento de um processo chamado
identificação. As crianças passam a se identificar com outra pessoa por causa de vários
motivos, incluindo laços de amizade, passam a ver diferenças entre pessoas do sexo
masculino e feminino, tanto nos aspectos físicos quanto nos aspectos psicológicos,
como os estereótipos dados a ambos os sexos pela sociedade. Ex: menino brinca com
bola e menina brinca com boneca
5 – 9 ANOS
Na maioria das sociedades, as crianças já aprenderam regras e padrões de
comportamentos básicos da sociedade por volta do quinto ano de vida. Elas aprendem
então a discernir-se uma dada ação é certa ou errada. A vida social da criança passa a ser
cada vez mais importante, e é comum nesta faixa etária o que se chama de o(a) melhor
amigo(a).
Nesta idade, regras básicas da sociedade são mais bem compreendidas e a
racionalização também é uma habilidade que é aprendida e constantemente melhorada.
A comparação que uma criança faz de si mesmo à outra também a auto-imagem e a
auto-estima da criança, o tipo de auto-imagem formado durante a infância pode
influenciar o comportamento desta pessoa na adolescência e na vida adulta.
Pré-adolescência
A partir dos 10 anos de idade, crianças passam a dar mais importância a um grupo de
amigos que possuem gosto semelhante.
Neste período a vida das crianças passam a ter mais responsabilidade (deveres), ao
mesmo tempo em que passam a querer exigir mais respeito de outras pessoas –
particularmente dos adultos.
A pré-adolescência é marcada pelo inicio das intensas mudanças físicas que
transformam a criança em um adulto; é o inicio da puberdade, marcada principalmente
pelo aumento do ritmo do crescimento corporal e pelo amadurecimento dos órgãos
sexuais.
Para ele, é a linguagem que abre caminho para a zona de desenvolvimento proximal
(Potencialidade para aprender, que não igual para todos): é a distância entre o nível de
desenvolvimento real e potencial e cada um tem o seu ritmo diferente, uns mais rápido,
outros nem tanto.
Esta pesquisa tem como objetivos, refletir sobre a afetividade como fator importante no
relacionamento professor aluno, desenvolvendo análises sobre a interligação entre a
aprendizagem e a afetividade na formação da auto-estima; analisar que ações
pedagógicas favorecem a afetividade no trabalho do professor e identificar as
dificuldades na relação professor e aluno, que envolvem a questão da afetividade com a
aprendizagem além de discutir a postura do professor diante das dificuldades no
relacionamento com alunos.
PENSAMENTO
Se um professor assume aulas de uma classe e crê que ela não aprenderá, então está
certo e ela terá imensas dificuldades. Se ao invés disso, ele crer no desempenho da
classe, ele conseguirá uma mudança, porque o cérebro humano é muito sensível a essa
expectativa sobre o desempenho.
ESTIGMAÇÃO: A PROFECIA (AUTO-
REALIZADORA) QUE SE INSTALA NAS SALAS DE
AULAS DA ESCOLA: CAUSAS DO FRACASSO
ESCOLAR
As causas do Fracasso Escolar
O tema fracasso escolar encontra-se constantemente em pauta nas discussões dos orgãos
oficiais e dos especialistas responsáveis pela educação. Não é de hoje que medidas
político-administrativas e pedagógicas vêm sendo elaboradas e adotadas e, da mesma
forma, pesquisas vêm sendo realizadas com o intuito de solucionar problemas referentes
ao grande número crianças em idade escolar que estão fora da escola, seja porque nela
nunca ingressaram ou porque sofreram o processo de evasão ou repetência.
Se de um lado estas pesquisas revelam que a escola se constitui como produtora das
desigualdades sociais e da dominação, por outro revelam que no interior da escola,
assim como na sociedade, surgem contradições que favorecem um embate de idéias e
atitudes que poderão provocar rupturas nos discursos e práticas cristalizadas que ali se
processam.
Entretanto, convivemos ainda com a predominância dos aspectos biológicos,
emocionais, culturais e familiares para explicar as causas do fracasso escolar. Como diz
Patto (1996), o preconceito e a desvalorização impregnam toda a prática escolar “desde
as discussões referentes à política educacional até a relação diária de professores com
seus alunos”.
Assim o “dar voz” ao excluído nos permitirá, entre outros aspectos, considerar e
compreender o seu potencial para aprendizagem que, geralmente, é desqualificado pelo
sistema de ensino e ainda nos ajudará a compreender como os alunos se colocam nas
situações escolares e as estratégias que constroem para lidar com as frustrações ou
dificuldades aí vivenciadas.
Por isso a análise das representações estará dimensionada por um contexto político
educacional, orientado pela nova lei de Diretrizes e Bases (LDB/1996), marcada pela
progressão continuada pela divisão do ensino fundamental em dois ciclos: Ciclo I (1ª a
4ª série) e Ciclo II (5ª a 8ª série) e pela municipalização do ensino fundamental e,
conseqüentemente por todas as implicações decorrentes dessas mudanças.
Acreditam que a família precisa educar melhor os filhos, pois não cabe à escola dar
educação “de base”. Entretanto os casos mais graves de indisciplina e agressividade
devem ser resolvidos por um profissional especializado, pois o professor não tem
suporte para dar conta de tais situações. O desgaste decorrente destas situações impede
que o professor ministre uma boa aula e prejudica os alunos que têm interesse em
aprender.
Desta forma procuram estratégias, tias como os alunos, para dar conta das frustrações
daí precedentes. Estratégias que ora desqualificam os alunos e seus familiares e mesmo
os seus pares, ora na busca de argumentos que disfarce erros ou enganos cometidos. Na
tentativa de manter uma imagem intocável e de perfeição acabem sofrendo um enorme
desgaste físico e psíquico.
Nesse processo de desqualificação e de submissão, as professoras também se sentem
lesadas quando se referem à implantação da Progressão continuada. Acreditam, elas,
que a Progressão Continuada só piorou a situação educacional. Estão assustadas e
preocupadas com o grande número de alunos que ainda não estão alfabetizados, mas
que freqüentam a 3ª ou 4ª séries. A fala da diretora ilustra a opinião das professoras no
tocante a esse assunto:
“É um crime um aluno que não sabe ler nem escrever estar na 3ª ou 4ª séries, afinal
são conhecimentos a serem adquiridos até a 2ª série.”
È possível que o desanimo, a falta de norte, a exasperação tanto com os alunos, como
com as pais e com os próprios pares resultados da situação difícil na qual vivem
diariamente, deparam-se com a falta de apoio tanto emocional, quanto de recursos
pedagógicos. Há na escola, para os professores, assim como para os alunos a ausência
de um interlocutor para as suas angustias e seus medos. O professor sente necessidade
de um interlocutor, é isso que ele procura quando se queixa dos alunos. De acordo com
Kupfer “o que está em jogo nestas queixas é o modo como os professores imaginam seu
papel, e quais os discursos em torno desse papel que impedem seu exercício eficaz.
Implícito em suas queixas há toda uma historia de trabalho sem reconhecimento e de
desorientação, sentimento de impotência e de incompetência que precisa ver
clarificada.
A CONSTITUIÇÃO DA IDENIDADE E DA
DIVERSIDADE: UMA ESCOLA PARA TODOS
Não tem como falar que a escola é lugar onde a criança ganha seu espaço de
aprendizado, respeito, valores culturais e étnicos, político-religioso, isto posto sem falar
que a mesma é para todos sem distinção.
Sem deixar descartável que a escola pública que não recebe apoio pedagógico ou verba
tem como opção fazer parcerias com entidades de educação especial, disponíveis na
maioria das redes. Enquanto isso a direção tem que continuar exigindo dos dirigentes o
apoio previsto em lei.
Em nosso país o maior problema é que as redes de ensino e as escolas não cumprem a
lei. A nossa constituição garante desde de 1988 o acesso de todos ao ensino
fundamental, sendo que os alunos com necessidades especiais, que dão ensino adaptado,
todos sabem que elas tem o direito de ir para a escola regular.
Esta tarefa de incluir cabe a cada um de nós tomarmos consciência de nossa capacidade
para podermos acreditar na capacidade e potencial de cada ser humano principalmente
os que têm algum tipo de deficiência.
UMA PESQUISA SOBRE OS INDICES DE
FRACASSOS (EVASÇAO E REPETENCIA) NA
DECADA DE 90 E SUA EVOLUÇÃO E
CONSEQUENCIAS
O mundo vem assistindo nos últimos 25 anos transformações profundas no tratamento à
questões educacionais que, no caso brasileiro, tornaram mais dramáticas nossas
desigualdades de oportunidades.
Trabalhando com a analise recente sistematizada por Manoel Castells, as mudanças que
vem ocorrendo não são só tecnológicas, mais principalmente culturais e
organizacionais. Na “nova economia informacional”, afirma Castells, o ponto chave
para o desenvolvimento econômico é a educação. O que conta neste mundo não é a
máquina e nem a tecnologia, mas a capacidade das pessoas de processar informações,
criar situações, criar alternativas e resolver problemas. O importante não é mais
acumular uma grande quantidade de informações, mais sim saber buscar essas
informações. Assim a educação deve desenvolver em cada pessoa sua capacidade
cognitiva e analítica e quem não for alcançado por um sistema educacional eficiente,
terá poucas chances num mundo que cada vez mais individualiza o sistema de trabalho
e no qual a inclusão ( ou exclusão” depende cada vez menos da inserção coletiva das
pessoas. A educação é hoje para a sociedade informacional o que foi a energia da
sociedade industrial, conclui Castells.
No Brasil, em meados da década de 80, um físico chamado Sérgio Costa ribeiro, com
sua mania de entender o que estava por trás dos números, passou a gritar aos quatro
cantos que havia algo de muito estranho com as nossas estatísticas educacionais. Sua
conclusão foi quase singela: os números mostravam que havia no país uma enorme
discrepância entre a quantidade de crianças na faixa etária de 7 a 14 encontrada pelo
Censo Populacional do IBGE e as matriculas nas oito séries do ensino fundamental. Em
suas palestras ele costumava brincar dizendo que o Brasil era o único caso no mundo
em que uma geração valia por quase duas. Sérgio era um otimista e enfatizava que esse
dado deveria ser olhado como positivo, ou seja, a educação já estava incorporada como
um valor para a grande maioria da população, que colocava seus filhos na escola, lutava
por mantê-los nela e havia escolas em número suficiente para matricular essas crianças
que começavam sua trajetória escolar.
O fato de haver mais crianças matriculadas em algumas dessas séries do que a
população na faixa etária teve uma explicação imediata: era causado pela repetência que
“segurava” as crianças, e a evasão provocava muitas vezes o fenômeno da dupla
contagem. Os dados levantaram outra explicação importante: na maior parte das vezes o
“evadido” era um repetente em potencial, ou seja, era aquela criança que no meio do
ano não estava com bom aproveitamento e era “aconselhada” pela escola a abandonar
os estudos naquele ano e voltar no ano seguinte para não ser considerada repetente. Mas
essas eram considerações estatísticas. Atrás delas estava escondido um trágico
fenômeno: o fracasso escolar.
O que é fracasso escolar? Nos anos seguintes esse tema foi bastante estudado, e hoje já
se possui um quadro bem mais definido dos seus vários aspectos. Deixemos as
estatísticas para mais adiante, e vamos nos deter primeiro em aspectos qualitativos.
O fracasso escolar é uma chaga que se instalou no nosso sistema educacional e condena
parte considerável da nossa população ao analfabetismo e ao analfabetismo funcional. O
analfabeto funcional é a pessoa que sabe identificar as letras e consegue juntar silabas,
mas não consegue juntar uma frase nem compreender um texto. Essa pessoa não é capaz
de ler um manual, de compreender regras escritas, de comunicar-se via eletrônica e
portanto é um excluído desta nova sociedade que esta se definindo. E pensem bem que
tragédia: parte dos nossos analfabetos entre 15 e 29 anos, que somavam cerca de
2.960.000 em 1997 (cerca de 7% da população nessa faixa etária) segundo o IBGE-
PNAD, freqüentou a escola e foi expulsa dela por ter “fracassado”. E esses dados
levaram em conta apenas os analfabetos e não incluem os analfabetos funcionais.
Durante muito tempo considerou-se que o principal fator para um a criança deixar a
escola era a necessidade de trabalhar para ajudar a família. Essa situação existe, mas
está longe de ser a principal determinante da evasão escolar. Estudos tem demonstrado
que o fracasso escolar é o responsável pelo êxodo escolar. Estudos têm demonstrado
que o aprendizado dos alunos: “a análise dos resultados das avaliações da educação
básica, como o Sistema de Avaliação da Educação básica (SAEB), a avaliação de
concluintes do ensino médio e o Exame Nacional do ensino Médio (ENEM) confirmam:
quanto maior a distorção série/idade dos alunos, pior o seu desempenho. Um aluno que
conclui o ensino fundamental aos 18 anos, após uma série de reprovações, tem
rendimento médio inferior ao do aluno que conclui as oito séries na idade adequada, ou
seja, aos 14 anos (MEC, 1999:35).
Imaginem a seguinte situação: a criança entra na escola e começa a apresentar
dificuldades para alfabetizar-se. Solução: repetir o ano, uma, duas, três vezes ou mais se
necessário, sendo ela considerada a única responsável pelo próprio fracasso. Quando
consegue superar a barreira da alfabetização, não se desenvolve em matemática, e
novamente “repete”. Não estuda, não presta atenção, é “fraca da cabeça”, dizem. Numa
mesma classe, já tendo às vezes 12 anos, convive com colegas de 7. Os colegas a
consideram burra, para a escola é incapaz, e os pais são convencidos de que ela é
incapaz mesmo. Por que continuar na escola, se todos acham que é perda de tempo? Sua
auto-estima está destruída, está marcada pela sociedade. Seu futuro já está definido: está
excluída. Quem já fez pesquisa de campo e teve a oportunidade de estar em alguma
escola percebeu no rosto dessas crianças o sinal do fracasso.
As estatísticas mostram a dimensão dessa tragédia. Na contagem populacional que o
IBGE fez em 1996, 42% dos jovens brasileiros entre 15 e 19 anos declaram não estar
freqüentando a escola e, destes, 46% disseram ter abandonado definitivamente os
estudos ao concluir menos de cinco anos de escolaridade. Entre esses jovens
encontraremos certamente muitos analfabetos funcionais. Ao observarmos os dados por
região, a gravidade da situação se acentua. Na região nordeste, 65% dos jovens de 15 a
19 anos que estavam fora da escola tinham completado menos de 5 anos de
escolaridade; na região norte eram 59%; na região centro-oeste, 41%; na sudeste, 36% e
na sul, 34%. Essa é a enorme parcela de “Fracassados” do nosso país.
Foi assim que, a partir da década de 80, os formuladores de políticas públicas na área de
educação começaram a mudar a ênfase de suas recomendações, voltando sua atenção
pra o q eu acontecia dentro da escola. Foi também a partir daí que os governos
começaram a ouvir desses formuladores que, mais importante do que construir escolas,
era dirigir seus investimentos para a qualidade da escola, a qualidade da vida escolar de
cada criança ou jovem, a qualificação dos professores, os equipamentos escolares, a
oferta e qualidade do livro didático e a avaliação, não como critério para aprovar ou
reprovar o aluno, mas para aprovar ou reprovar a escola. Se uma grande quantidade de
alunos não aprende ou se evade, deve-se pensar que a principal responsável pela
situação é a escola e não o aluno.
Essa não foi mudança fácil na mentalidade dos governantes, dos políticos e dos
educadores. Por desconhecimento da situação real do nosso sistema escolar que havia
crescido muito ou por “interesses na indústria da construção de escolas”, uma
administração era avaliada pelo número de salas de aula que havia construído e não por
ter conseguido baixar a taxa de evasão e repetência. Essas escolas, inauguradas com
grande alarde pelos governantes e patrocinadas por políticos com interesses eleitorais
naquela região (isso na melhor das hipóteses, pois havia muitas denúncias de que os
interesses eram também econômicos ligados às empreiteiras que construíram as escolas
e depois financiavam campanhas eleitorais), eram muitas vezes erguidas em áreas que
possuíam escolas prontas com vagas ociosas. Quem trabalhou na administração pública
nesse período, sabe como era difícil fazer prevalecer o critério da demanda real diante
das pressões políticas.
A outra fonte de resistência estava nos próprios educadores e professores. A discussão
em torno da promoção automática ou dos ciclos ( um aluno na primeira série, mesmo
que não estivesse alfabetizado deveria ser promovido para a segunda série, ou ainda,
ciclos de quatro anos, ou seja, só haveria uma avaliação no final de quarta série e no fila
da oitava série) provocava – e ainda provoca – fortes reações contrárias. Os professores
justificam sua posição com o argumento de que era muito difícil trabalhar com uma
classe onde os alunos tinham diferentes níveis de conhecimento. Contra esse argumento,
alguns educadores levantavam outro: ele enfrentaria a mesma dificuldade tendo numa
classe um aluno de 7 anos e outro de 12, pois o de 12 poderia estar defasado no
aprendizado formal, mas não na sua idade emocional, e de experiência, ingredientes
fundamentais para a aplicação de qualquer prática pedagógica.
A volta do olhar dos formuladores e de alguns administradores para dentro da escola
começou a colocar questões que, se ainda não foram resolvidas, pelo menos provocaram
uma guinada radical nas políticas públicas para a educação. O novo rumo estava se
definindo: a escola deveria deixar de ser uma formadora de “fracassados” para ser uma
formadora de cidadãos com capacidade cognitiva e crítica.
Uma das primeiras perguntas que se colocou foi por que essas crianças e jovens
fracassavam? Afinal, o que acontece dentro da escola?
Sabemos que a situação de pobreza da população tem um papel importante nesse êxodo
escolar e nas taxas de repetência. Os dados mostram que a escola tem se democratizado
nas últimas três décadas e, portanto, cada vez mais crianças das camadas mais pobres
entram na escola. Não podemos menosprezar esse fato, mas não queremos que ele
esconda outro, talvez tão importante quanto as desigualdades sociais e econômicas: o
que acontece dentro da escola.
Quanto mais pobre for a população, maior o papel desempenhado pela escola no seu
processo de inserção na sociedade. A escola representa para muitas dessas crianças e
jovens o único ambiente estruturado de convivência, antes até de ser um ambiente de
aprendizado de letras e números. Se pensarmos nas populações das periferias das
cidades médias e grandes, cujas condições habitacionais são bastante precárias,
compostas de famílias que apresentam um grau elevado de desagregação (basta lembrar
o número crescente de famílias mantidas apenas pela mãe) e taxas de desemprego que
atingem os níveis mais elevados nos momentos de crise econômica, a escola deveria
cumprir o papel de acolhê-las, situá-las, exercitar a convivência e a tolerância, e nunca
de expulsá-las. A construção de sua auto-estima é o que mais importa. A sua capacidade
de aprender, agora sim, as letras e os números vai depender muito dessa acolhida.
Escolas sem manutenção adequada, com vidros quebrados e as carteiras em condições
precárias, as paredes sujas, o encanamento entupido, professores desmotivados porque
mal preparados e com salários baixos, professores com medo da violência que já
ultrapassou os portões como temos visto pela imprensa, dificilmente poderão ser
acolhedoras. Como transformar essa escola para que ela possa exercer seu papel?
Alterar esse quadro não é nada fácil. Como vimos, são inúmeros os problemas que
precisam ser destacados simultaneamente para mudar a escola por dentro.
Ainda sobre a distribuição dos recursos, a descentralização chegou até a escola com os
programas Dinheiro Direto na Escola do governo federal e inúmeros programas
semelhantes de governos estaduais e municipais. Essas medidas estimularam a
participação dos pais na gestão através das APM’s (Associação de Pais e Mestres) que
passaram a ser responsáveis por esses recursos e se multiplicaram pelo país, com a
criação de cerca de 50 mil desde 1995. Essas iniciativas tornaram mais fácil também a
aproximação de varias ONG’s que passaram a ser parceiras na melhoria da escola,
tendo agora nas APMs sua base de apoio, execução e fiscalização.
Aumento do Número Médio dos Anos de Estudo. Em 1960, o numero médio de anos
de estudo para a população com 10 anos ou mais estava em torno de 2 anos. Em 1997
estava em torno de 6 anos, mais um sinal de que nosso sistema educacional se encontra
em uma curva ascendente. Em 80, os homens estavam em vantagem quanto aos anos
médios de estudo em relação as mulheres.
(3,9 anos para os homens e 3,5 anos para as mulheres), mas essa situação se inverteu na
década de 90, quando as mulheres melhoraram rapidamente seu perfil educacional. No
período entre 1990 e 1996, a média de nãos de estudos aumentou de 5,1 entre os
homens, e de 4,9 para 6 entre mulheres, o que indica um salto de quase um ano para as
mulheres, enquanto eles avançavam meio ano, segundo o mesmo documento do MEC.
Não se pretende aqui elaborar todos os aspectos da complexa realidade educacional, não
só por falta de espaço, mas para não passar a sensação de que é uma tarefa impossível.
Em primeiro lugar, o analfabetismo é sem duvida ainda uma das evidencias do atraso
educacional do país, sobretudo em comparações internacionais. O Brasil segue exibindo
uma das taxas de analfabetismo mais elevadas da América Latina, na população com 15
anos ou mais de idade. Em números absolutos, são 15,8 milhões de pessoas, sem
considerar os analfabetos funcionais cuja contagem é muito mais complexa. Apesar da
redução dessas taxas mostradas anteriormente, observa-se ainda uma forte tendência de
regionalização do analfabetismo e sua concentração nas áreas rurais das regiões Norte e
Nordeste e na periferia dos grandes centros urbanos. Embora obvio, vale destacar que
pobreza e analfabetismo caminham juntos. Os esforços de toda a sociedade que temos
assistido nos últimos tempos precisam ser redobrados para que se possa, nos próximos
cinco anos, eliminar essa chaga.
Em terceiro lugar, o país possui ainda 600 mil professores de educação básica sem
formação superior, situação que precisará ser alterada até 2007 por exigência da Lei de
Diretrizes e Bases. Nesse esforço é muito esforço é muito importante o papel das
universidades públicas e privadas e a busca de formas efetivas de financiamento dos
professores do ensino básico no caso das instituições particulares.
E finalmente, em quarto lugar, temos hoje 7,8 milhões de alunos matriculados no ensino
médio e as previsões indicam que em 2002 serão cerca de dez milhões. Hoje há falta de
vagas na rede pública em muitas regiões: aqui sim necessidade de investimentos em
construção de salas de aula ou reforma de edificações para acolher esse número
crescente de jovens. Quanto mais rápido se corrigir o fluxo escolar do ensino médio
fundamental, mais dramática será a situação de falta de vagas no ensino médio. Nesse
caso, o futuro já chegou.