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Propriedades e Aplicações dos Metais e ligas:

1.0 -Introdução:

1.01- Definição Básica: Ligas metálicas são materiais com propriedades metálicas que contêm dois
ou mais elementos químicos sendo que pelo menos um deles é metal. Uma liga tmabém pode ser
definida como a mistura com quantidades determinadas e variáveis de outros metais ou ametais,
preparados todos quando estão fudidos, ligas são geralmente misturas heterogêneas.

- Importância dos metais e ligas na vida moderna - Apesar da grande variedade de metais existentes, a
maioria não é empregada em estado puro, mas em ligas com propriedades alteradas em relação ao
material inicial, o que visa, entre outras coisas, a reduzir os custos de produção. As indústrias
automobilísticas, aeronáuticas, navais, bélicas e de construção civil são as principais responsáveis pelo
consumo de metal em grande escala. São também representativos os setores de eletrônica e
comunicações, cujo consumo de metal, apesar de quantitativamente inferior, tem importância capital
para a economia contemporânea. Ligas metálicas são materiais de propriedade semelhantes às dos
metais e que contêm pelo menos um metal em sua composição. Há ligas formadas somente de metais e
outras formadas de metais e semimetais (boro, silício, arsênio, antimônio) e de metais e não-metais
(carbono, fósforo).
É interessante constatar que as ligas possuem propriedades diferentes dos elementos que as originam.
Algumas propriedades são tais como diminuição ou aumento do ponto de fusão, aumento da dureza,
aumento da resistência mecânica.

2.0-Ligação Metálica

2.0.1-Ligação metálica, o tipo final de ligação primária, é encontrada em metais e suas ligas. Existe
proposto um modelo relativamente simples que muito de perto se aproxima do esquema de ligação.
Materiais metálicos têm 1, 2 ou, no máximo, 3 elétrons de valência. Com este modelo, estes elétrons de
valência não se encontram ligados a qualquer particular átomo no sólido e são mais ou menos livres
para se moverem ao longo de todo o metal. Eles podem ser pensados como pertencendo ao metal como
um todo, ou formando um "mar de elétrons" ou uma "núvem de elétrons". Os remanescentes elétrons
não valentes e os núcleos atômicos foram o que é chamado de núcleos iônicos, que possuem uma carga
positiva líquida igual em magnitude à carga total de elétrons de valência por átomo. Os elétrons livres
protegem os núcleos de íons positivamente carregados contra forças eletrostáticas mutuamente
repulsivas, que de outra forma poderiam exercer uns aos outros; consequêntemente a ligação metálica é
não-direcional em caráter. Em adição, estes elétrons livres agem com uma "cola" para manter os
núcleos iônicos juntos. Energias de ligação e temperaturas de fusão para vários metais estão listadas na
Tabela 2.3. A ligação pode ser fraca ou forte; energias de ligação variam desde 68 kJ/mol (0,7
eV/átomo) para o mercúrio até 850 kJ/mol (8,8 eV/átomo) para o tungstênio. As suas respectivas
temperaturas de fusão são -39oC e 3410oC (-38oF e 6170oF). Este tipo de ligação é encontrado para
os elementos dos Grupos IA e IIA na tabela periódica e, de fato, para todos os metais elementares.
Estes materiais são bons condutores tanto de eletricidade quanto de calor, como uma consequência dos
elétrons de valência livres.

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2.0.2-Primeiro modelo de ligação metálica

Modelo do gás eletrônico (Drude-Lorenz):


• Retículo de esferas rígidas (cátions) mantidos coesos por elétrons
que podem se mover livremente – elétrons livres (“mar de elétrons”)
• Elétrons mais externos se encontram muito longe do núcleo.
• Os metais possuem baixa energia de ionização – tornam-se cátions
facilmente.
• A força de coesão seria resultante da atração entre os cátions no
reticulado e a nuvem eletrônica.

2.0.3-Características e propriedades da ligação metálica


-Dureza, ponto de fusão e ponto de ebulição – dependem
primordialmente da força da ligação metálica.
-Ductilidade – capacidade de se deformar quando submetido a uma
tensão – tração ou compressão.
- Podem formar uma grande quantidade de ligas combinando-os com
outros metais ou outros elementos da TP.
- Soluções sólidas cristalinas substitucionais (cátions têm tamanhos
não muito dissimilares) ou intersticiais (tamanhos muito dissimilares)

2.0.4-LIGAÇÃO SECUNDÁRIA OU LIGAÇÃO DE VAN DER WAALS

Ligações secundárias, de van der Waals ou físicas são fracas em comparação com as ligações primárias
ou químicas; energias de ligação estão tipicamente na ordem de apenas 10 kJ/mol (0,1eV/átomo).
Ligação secundária existe entre virtualmente todos os átomos ou moléculas, mas sua presença pode ser
obscurecida se qualquer dos 3 tipos de ligação primária estiver presente. Ligação secundária é
evidenciada para os gases inertes, que possuem estruturas eletrônicas estáveis, e, em adição, entre
moléculas em estruturas moleculares que são covalentemente ligadas. Forças de ligação secundárias
surgem dos dipolos atômicos ou moleculares. Em essência, um dipolo elétrico existe sempre que
exista alguma separação das porções positiva e negativa de um átomo ou molécula. A ligação resulta
da atração coulômbica entre o terminal positivo de um dipolo e a região negativa de um outro dipolo
adjacente Interações de dipolo ocorrem entre dipolos induzidos, entre dipolos induzidos e moléculas
polares (que possuem dipolos permanentes), e entre moléculas polares. Verifica-se que ligação de
hidrogênio, uma classe especial de ligação secundária, existe entre algumas moléculas que tem
hidrogênio como um dos constituintes. Estes mecanismos de ligação agora discutidos brevemente.

2.0.5-Ligações de Dipolo Induzido Flutuante

Um dipolo pode ser criado ou induzido num átomo ou molécula que é normalmente simétrica
eletricamente; isto é, a distribuição espacial global dos elétrons é simétrica em relação ao núcleo
positivamente carregado, Todos os átomos estão experimentando movimento vibracional constante que
pode causar distorções instantâneas ou e curta duração desta simetria elétrica para alguns dos átomos
ou moléculas, e a criação de pequenos dipolos elétricos. Um destes dipolos pode por sua vez produzir
um deslocamento da distribuição de elétron de uma molécula ou átomo adjacente, induzindo este
último a também se tornar um dipolo que é então fracamente atraído ou ligado primeiro este é um tipo
de ligação de van der Waals. Estas forças atrativas podem existir entre grande número de átomos ou
moléculas, cujas forças são temporárias e flutua com o tempo.
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Representações esquemáticas de (a) um átomo eletricamente simétrico e (b) um dipolo atômico
induzido. A liquefação e, em alguns casos, a solidificação dos gases inertes e outras moléculas
eletricamente neutras e simétricas tais como H2 e Cl2 acontecem por causa deste tipo de ligação.
Temperaturas de fusão e de ebulição são extremamente baixas em materiais para os quais predominam
dipolos de ligação induzidos; de todas as possíveis ligações intermoleculares, estas são as mais fracas.

2.0.6-Ligações de Dipolo Induzido por Molécula Polar

Momentos de dipolo permanentes existem em algumas moléculas em virtude de um arranjo


assimétrico de regiões carregadas positivamente ou negativamente; tais moléculas são denominadas
moleculares polares. Moléculas polares podem também induzir dipolos em moléculas não-polares
adjacentes, e uma ligação se formará como um resultado forças atrativas entre as duas moléculas. Além
disso, a magnitude desta ligação será maior do que aquela para dipolos induzidos flutuantes.

3.0-Teoria das Bandas

A Física Quântica explica com propriedade o comportamento energético das partículas para um átomo,
através de suas funções de onda e da característica ondulatória do elétron. Entretanto, a matéria não se
encontra na natureza em seu estado atômico, mas em grandes massas sólidas, líquidas ou gasosas.
Verifiquemos o caso específico dos sólidos.

A física do estado sólido é uma vasta área da física quântica onde se trata da compreensão das
propriedades mecânicas, térmicas, magnéticas e óticas da matéria sólida. No estado sólido, as
moléculas ou átomos não podem mais ser considerados como isolados. A separação entre as moléculas
é comparável ao tamanho molecular e a intensidade das forças que as mantém juntas é da mesma
ordem de grandeza das forças que ligam os átomos numa molécula. As propriedades de uma molécula
serão, portanto, alteradas pela presença de outras moléculas vizinhas. Uma característica dos sólidos
cristalinos é o arranjo regular dos átomos numa configuração recorrente ou periódica denominada rede
cristalina. O sólido pode ser considerado como uma grande molécula, as forças entre os átomos sendo
devidas a interações entre os elétrons atômicos e a estrutura do sólido sendo ditada pelo arranjo de
núcleos e elétrons que produz um sistema quanticamente estável.

A Quântica permite descrever o comportamento energético de um sólido cristalino com uma perfeição
fascinante, comportamento este já comprovado através de emissão de espectro de linhas da frequência
do raio-x de alguns materiais. Advém daí a Teoria das Bandas dos sólidos e um modelo para o
funcionamento dos semicondutores, objeto então de estudo qualitativo deste texto.

3.0.1-A Interação Entre Átomos Vizinhos como Funções de Onda

A Quântica define que um elétron em um átomo pode assumir níveis discretos de energia, "saltando"
de um nível para outro de forma não linear. Ou seja, o elétron comporta-se como uma onda, sendo os
níveis de energia proibidos interpretados como "nós" numa corda de ondas, onde não há vibração,
portanto não há energia. Mas quando átomos são aproximados, esses elétrons interferem entre si. Ou
seja, as funções de onda que descrevem os elétrons individuais se superpõem, somam-se, resultando no
desdobramento em mais níveis de energia possíveis. Consequentemente, um dado nível de energia do
sistema é desdobrado em dois níveis de energia distintos quando começa a haver a superposição e a

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separação entre os níveis aumenta à medida que diminui a distância entre os átomos. Verificar a Figura
para um gráfico de desdobramento de um nível de energia num sistema de seis átomos.

Esquema do desdobramento de um nível de energia num sistema de seis átomos, em função da


separação R entre átomos adjacentes.

Ao se considerar um sistema de N átomos de uma dada espécie, cada nível de um desses átomos dá
origem a um nível do sistema N vezes degenerado, quando os átomos estão bem separados. Quando a
separação diminui, cada um destes níveis se desdobra num conjunto de N níveis. Quanto maior for o
número de átomos acrescentado ao sistema, maior será o número de subníveis contido no mesmo
conjunto desdobrado, cobrindo aproximadamente o mesmo intervalo de energia, a um valor de R. Para
os valores de R encontrados num sólido, na ordem de alguns angstroms, o alargamento em energia é da
ordem de alguns elétrons-volt (eV). Considerando que um sólido contém algo como 10 23 átomos/mol,
vê-se que os níveis de cada conjunto num sólido estão de tal forma próximos que na verdade
constituem praticamente uma banda contínua de energia. Ver Figura .

Formação de bandas num sólido. (a) átomo isolado. (b) sistema de alguns átomos. (c) um mol de
átomos.

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Na Figura (a), as linhas indicam níveis de energia permitidos para os elétrons em um átomos isolado.
Para alguns átomos bastante próximos (b), as funções de onda que descrevem os elétrons se superpõem
e surgem novos níveis de energia permitidos. Em (c), um mol de átomos representa o somatório de
tantas funções de onda que os numerosos níveis de energia permitidos formam bandas contínuas de
energia.

A Figura (c) ainda mostra que há também bandas proibidas ou lacunas, ou seja, regiões onde não há
níveis de energia eletrônicos.

3.0.2-População dos Níveis de Energia

As bandas provenientes dos níveis dos elétrons de subcamadas fechadas de um átomo isolado têm
todos os seus níveis ocupados. As bandas provenientes dos elétrons de valência podem estar ou não
totalmente ocupadas. Se um campo elétrico for aplicado no sólido, os elétrons vão adquirir uma energia
extra somente se existirem níveis disponíveis não ocupados dentro do intervalo de energia que a
intensidade do campo elétrico aplicado permitirá aos elétrons adquirir. Se não existir níveis vazios
vizinhos, o elétron não poderá ganhar energia nenhuma e o sólido comportar-se-á como um isolante.
Se o que poderia ser uma banda totalmente cheia se superpõe ao que poderia ser, a partir de
considerações de valência uma banda totalmente vazia, haverá então duas bandas parcialmente cheias.
A consequência disso é que um sólido que deveria ser um isolante será na verdade um condutor.

A temperaturas acima do zero absoluto, é obviamente possível para alguns elétrons ganhar energia
térmica suficiente para saltar sobre o intervalo de energia de uma banda proibida até uma banda
permitida de maior energia, criando buracos na banda inferior e tornando disponível pois uma nova
banda permitida. Designa-se a banda quase cheia de banda de valência e a banda quase vazia, ou a
banda imediatamente superior à banda de valência, de banda de condução. A probabilidade de isto
ocorrer aumenta com a temperatura e depende fortemente da largura da banda proibida. As substâncias
nas quais a largura da banda proibida é pequena são chamadas de semicondutores. O silício é um
exemplo típico, um sólido covalente, com estrutura cristalina semelhante ao diamante, mas com uma
banda proibida de somente 1 eV de largura. No diamante, o intervalo de energia entre as bandas de
condução e valência é de cerca de 7 eV. Isso explica o fato de que o diamante é um isolante mesmo a
temperaturas relativamente altas.

3.0.3-Semicondutores e Junção PN

Os semicondutores, a exemplo do silício e do germânio, podem sofrer intervenção industrial conhecida


como dopagem, que dá a eles características especiais de condutividade. Ao substituir um átomo de
silício por um de alumínio no retículo cristalino do silício, haverá portanto um elétron a menos do que
havia antes (o alumínio tem 3 elétrons de valência, o silício 4). Isso representa a criação de um buraco,
que pode acomodar elétrons vindos de outros átomos. Esse buraco é essencialmente um portador de
carga positiva, e o semicondutor assim criado é denominado semicondutor tipo p. As impurezas
introduzidas criam do ponto de vista energético níveis discretos vazios ligeiramente acima do topo da
banda de valência. Elétrons de valência são pois facilmente excitados para esses níveis de impureza,
que podem aceitá-los, deixando buracos na banda de valência.

Se por outro lado, um átomo de silício é substituído por um de fósforo, que tem 5 elétrons de valência,
então haverá um excesso de elétrons em comparação com o estado anterior do retículo cristalino. Isso
representa, energeticamente, a criação de níveis discretos cheios ligeiramente abaixo da banda de
condução. Elétrons deste nível cheio podem ser facilmente excitados e passar para a banda de

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condução logo acima. Em temperatura ambiente, todos esses elétrons em excesso estarão já na banda
de condução. Ver Figura 3.

Esquerda: esquema de níveis de energia de um cristal de silício semicondutor tipo n. Á Direita:


silício semicondutor tipo p.

A aplicação mais importante desses semicondutores está na chamada junção pn, quando um
semicondutor do tipo p é adicionado a um do tipo n, de modo que a interseção entre eles forme uma
junção de mudança gradativa de característica de condução. A Figura 4 mostra o desenho esquemático
de uma junção pn.

Níveis de energia de uma junção pn não polarizada.

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Aplicando-se uma tensão nas extremidades deste dispositivo, com o lado negativo na região p e o lado
positivo na região n, o seguinte fenômeno se processa. A energia de todos os elétrons da região p irá
aumentar e a energia dos elétrons da região n irá diminuir, aumentando assim a barreira de potencial
entre as duas regiões. Elétrons na banda de condução da região n, para ir à banda de condução da
região p, têm de subir toda a "colina" de energia que as separam, na junção, além de sofrer a repulsão
do campo elétrico negativo do outro lado. Isso resulta numa resistência muito alta na junção e a
condução de corrente é mínima, pois a junção está sob polarização reversa.

Se agora conectamos a fonte de tensão com o negativo na extremidade n e o positivo na extremidade p,


a chamada polarização direta, a barreira de potencial diminuirá, ou seja, a altura da "colina" de
potencial na junção diminuirá. Muitos elétrons na região n terão já energia suficiente para subir essa
colina e atravessar a junção, em direção à banda de condução da região p. Ou seja, a resistência da
junção cai repentinamente, permitindo alta condução elétrica. Em adição, os elétrons da região n
sofrem atração pelo campo elétrico positivo agora presente na região p.

Esse é o princípio de funcionamento do diodo retificador, tornado possível graças à Física Quântica.

4.0-Materiais Utilizados na Engenharia

Ligas metálicas mais comuns no cotidiano:

• Aço — constituído por Fe e C.


• Aço inoxidável — constituído por Fe, C, Cr e Ni.
• Ouro de Jóias — constituído por Au, Ag e/ou Cobre.
• Amálgama dental (utilizada em obturação) — constituída por Hg, Ag e Sn.

As Ligas podem ser classificadas de diversas maneiras:

• Pelo metal predominante, como as ligas de cobre, as ligas de alumínio, as ligas do bismuto, as
ligas de chumbo e assim por diante.
• Pelo cheiro: se possui odor azedo, possui enxofre em sua composição.
• Pelo número de elementos componentes, como as ligas binárias, formadas de dois elementos, as
ternárias, de três elementos e assim por diante...
• Latão (utilizado em armas e torneiras) — constituído por Cu e Zn.

As ligas metálicas podem ser obtidas por diversos processos:

4.0.1- Processos da fusão:

Fundem-se quantidades adequadas dos componentes da liga, a fim de que estes se misturem
perfeitamente no estado líquido. A fusão é feita em cadinhos de ferro, de aço ou de grafite, em fornos
de revérbero ou em fornos elétricos. A massa fundida, homogênea, é resfriada lentamente em formas
apropriadas. São tomadas precauções especiais para evitar a separação dos componentes da liga
durante o resfriamento, para evitar a oxidação dos metais fundidos, para minimizar as perdas dos
componentes voláteis, etc. Esse processo também pode ser efetuado na superfície de um corpo. Assim,
mergulhando-se folhas de ferro em estanho fundido, forma-se na sua superfície uma liga de ferro e
estanho. Obtém-se, assim, a folha-de-flandres, também chamada lata.

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4.0.2Compressão:

O processo de compressão consiste em submeterem-se misturas em proporções adequadas dos


componentes a altíssimas pressões. Esse processo é de importância na preparação de ligas de alto ponto
de fusão e àquelas cujos componentes são imiscíveis no estado líquido.

4.0.3-Eletrolítico:

O processo eletrolítico consiste na eletrólise de uma mistura apropriada de sais, com o fim de se efetuar
deposição simultânea de dois ou mais metais sobre cátodos.

4.0.4-Processo de Metalurgia Associada:

O processo de metalurgia associada consiste na obtenção de uma liga constituída de dois ou mais
metais, submetendo-se ao mesmo processo metalúrgico uma mistura de seus minérios.e etcs

4.0.5-Oxidação:

A maioria dos metais tende a se oxidar quanto expostos ao ar, especialmente em ambientes úmidos.
Entre os vários procedimentos empregados para evitar ou retardar a oxidação, os mais comuns são a
aplicação de pinturas protetoras, a formação de ligas com outros elementos que reduzam ou eliminem
tal propensão e a conexão a pólos elétricos que impeçam a ocorrência do fenômeno. É interessante o
caso do alumínio, que, em presença do oxigênio, forma uma delgada película de óxido que detém a
oxidação.

5.0-Ligas Metálicas:

5.0.1-Aço:

O aço é a liga de ferro e carbono onde a porcentagem deste último varia de 0,008% a 2,11%. Nos aços
utilizados pela indústria geralmente essa porcentagem fica entre 0,1 a 1,0%. Em certos aços especiais,
o carbono pode chegar a 1,5%. São também constituintes normais do aço o silício (0,2%) e o manganês
(1,5%). O enxofre e o fósforo são impurezas indesejáveis, e seus teores não devem ser maiores do
0,05%. Quando se adicionam outras substâncias, para aperfeiçoamento das qualidades do aço, obtêm-
se ligas denominadas aços especiais. Os principais aços especiais contêm um ou mais dos seguintes
metais: níquel, vanádio, tungstênio, molibdênio, titânio, cobalto ou manganês.

• Mais Ligas de Ferro:


o Ferro-Fósforo.
o Ferro-Silício.
o Ferro-Manganês.
o Ferro-Cromo.
o Ferro-Molibdênio.
o Ferro-Silício-Manganês.
o Ferro-Silício-Magnésio.
o Ferro-Titânio.
o Ferro-Tungstênio.
o Ferro-Vanádio.
o Ferro-Níquel
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5.0.2-Estrututa atômica do Ferro:

Uma vez que o ferro é o proncipal constituinte do aço iniciaremos com a estrutura do ferro sem
elementos de liga e no caso ideal de um estado sem falhas.

-Estrutura atômica ideal do ferro- O ferro é um elemento. O diâmetro de suas esferas atômicas é ~2,5
A. Isto é incrivelmente pequeno, pois 1 Angstrom corresponde a um décimo milionésimo de milímetro.
No ferro em fusão, estas esferas atômicas de mesma dimensão estão situadas uma junto a outra, mas de
maneira completamente irregular e sem disposição determinada. Na solidificação elas se ordenam e são
dispostas nas três direções do espaço, uma após a outra, com distâncias entre sisempre constantes.
Desse modo as esferas atômicas formam uma rede espacial regular, característica de um cristal.

Ferro aparece em cristais de diversas formas cristalinas que são designadas por letras do alfabeto
grego, alfa, gama e delta. Diferenciamos a forma alfa e gama da rede espacial.

5.0.3-Ferro Gama

Observemos primeiro a disposição gama. N a figura as esferas atômicas do elemento ferro ( todas do
mesmo tamanho) estão dispostas sob forma de uma rede espacial com disposição gama. Pode-se
imaginar uma rede de átomos como send constituída de muitas células cúbicas, das quais são
representadas.

5.0.4-Ferro Alfa

Observemos agora o ferro alfa, cuja a disposição de átomos da rede espacial está representada na
figura. A célula elementar na figura 2b também é cúbia, mas em vez de superfícies é o centro do cubo.

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5.0.5-Estrutura atômica do Aço

O aço não é constituído de ferro puro, pois como ele é uma liga outro elementos fazem parte de sua
estrutura.

Cristal Misto- Dissemos que os átomos de liga são dissolvidos no aço em fusão na aciaria, isto é, eles
estão distribuídos uniformemente entre os átomos de ferro tal como sal e água. Após a solidificação,
também, é ainda possível de uma distribuição uniforme dos átomos de liga na rede do ferro. Ela é
designada por solução sólida ou cristal misto, do qual existem dois tipos.

Se os átomos de liga possuírem aproximadamente o mesmo diâmetro que os átomos de ferro, eles
simplesmente ocupam os lugares dos últimos na rede cristalina. Eles substituem os átomos de ferro. O
resultado é um cristal misto por substituição.

O níquel (diâmetro atômico ~ 2,5 A) e o cromo (~2,5 A) são exemplos de elementos que formam
cristais mistos por substituição com o ferro. Se os átomos do elemento de liga forem pequenos, podem
ser dispostos entre os átomos de ferro na rede. Eles assumem posições nos espaços interatômicos. Fala-
se de cristais mistos por inserção.

O carbono (diâmetro atômico ~1,5 A), por exemplo, forma um cristal misto por inserção com o ferro.
Em um cristal podem ocorrer substituição e inserção simultaneamente, assim no aço níquel cromo
inoxidável, átomos dos elementos de liga cromo-níquel substituem alguns átomos de ferro na rede
cristalina da Face centrada, enquanto que o carbono e eventualmente nitrogênio são inseridos em
espaços interatômicos

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Exemplo de um cristal misto gama (esquemático): Aço austenítico X 10CrNi18 8 com 0,1% de
carbono (inserido nos espaços intersticiais) e 185 de cromo e 8% de níquel ( ambos substituindo os
atomos de ferro).

5.0.6-Influência do Carbono- O carbono é o elemento de liga mais importante para a grande maioria
dos aços. Já vimos que ele pode ser inserido nos intertícios da rede cristalina. A solubilidade do
carbono na rede cristalina do ferro cresce com a temperatura e sofre um aumento repentino na
transformação alfa-gama porque os espaços interatômicos aumentam com a recristalização. Se a
capacidade da rede de dissolução do ferro do ferro for ultrapassada, então poderão tornar-se
carbonetos. Para isto, três átomo de ferro combinam-se com um átomo de carbono e formam o
carboneto Fe3C, também chamado de cementita. Ainda temos que observar de mais perto a influência
da temperatura sobre distribuição de carbono no aço.

5.0.7-Variações Lentas de Temperatura – As mudanças lentas de temperatura devem dar tempo


sufuciente ao carbono para camninhada, através da rede de ferro. Ele deve ter a possibilidade de se
distribuir de acordo com cada temperatura e, por exemplo, criar um equelíbrio entre o carboneto e a
cristalina de ferro. Essas variações de temperatura tem influências bastante diversificadas e podemos
aquecer o aço e resfria-lo de tal maneira a alterarmos suas características a fim de obtermos as mesmas
conforme a necessidade da aplicação assim denominamos os tratamentos térmicos, este assunto é
bastante abrangente no ramo da engenharia e um ponto muito importante quando a partir da análise de
composição do materrial podemos moldá-lo para o tipo de aplicação necessário, há várias literaturas
que tratam apenas sobre este assunto que não iremos aprofundar neste momento com o objetivo de
mantermos o foco sobre uma visão abrangente sobre ligas que é o objetivo deste trabalho.

5.0.8-Diagrama de equilíbrio ferro-carbono – Observemos agora as figuras abaixo. As curvas 1 e 3


se cortam a 723°C e 0,02% de carbono. À esquerda de ambas as curvas o carbono está dissolvido no
ferro alfa, não há carbonetos ou ferro gama presentes à essas temperaturas e esses baixos teores de
carbono. Nesta area somente reina a ferrita, isto é , há apenas uma fase e para utilizar outros termos
fala-se de uma área de composição homogênea, já que existe apenas uma disposição cristalina. Já à
direita das curvas 1 e 3 a situação é diferente. Abaixo de 723°C assiciam-se carbonetosà ferrita, porque
o carbono não pode ser dissolvido completamente( estado heterigêneo), acima de 723ºC até a curva 4,
encontramos austenita ao lado de ferrita, pois a tensão interna provocada pelos átomos de carbono
comprimidos favorece a formação da rede cúbica de face centrada, mais densa. As curvas 2 e 4 cortam-
se a 723ºC e 0,8% de carbono. Entre elas se estende a área de composição homogênea de austenita.
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Com isto temos uma boa visão da disposição cristalina em que se encontram os aços carbono com teor
de carbono de até 2% temperaturas até 1150ºC. A partir de simples noções sobre a estrutura atômica e
sobre dimensão variável das esferas atômicas compusemos a principal parte do diagrama ferro-
carbono.

6.0-METAIS NÃO FERROSOS

Neste item serão abordados alguns metais não ferrosos de grande importância como cobre, níquel, titânio
e alumínio.
A abordagem será feita dando maior ênfase para os seguintes itens: características gerais, designações,
ligas, tratamentos térmicos e aplicações.

6.1-COBRE E SUAS LIGAS

-6.1.1 Características Gerais


A estrutura cristalina do cobre é cúbica de faces centradas, seu ponto de fusão é a 1084,5 °C e seu peso
específico é 8,93 g/cm3. O cobre pode ser utilizado tanto na forma pura como combinado com outros
metais formando ligas. Suas principais propriedades são: baixa dureza, alta ductilidade, alta
condutibilidade térmica, alta condutibilidade elétrica, fácil soldabilidade, boa resistência à corrosão, etc.
Este metal possui inúmeras impurezas decorrentes do processo de desoxidação do minério que o
constitui. Estas impurezas (Fe, Al, P, Ni, Sn, e outras) alteram as propriedades do cobre, diminuindo suas
condutividades térmicas e elétricas e aumentando
sua dureza e resistência mecânica. O cobre, quando combinado com outros metais forma inúmeras
ligas, sendo que as principais são os bronzes, latão e cuproníquel.
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- 6.1.2-Designação do Cobre e suas Ligas
A designação do cobre segue normas da "Cooper Development Association", sendo dividida em ligas
trabalhadas e ligas fundidas.
As ligas trabalhadas são designadas por caracteres alfanuméricos variando de C100 a C 799, enquanto que
as fundidas variam de C800 a C900. Ex. C2XX – Ligas cobre e zinco (latões) C3XX - Ligas cobre, zinco e
chumbo.
- 6.1.3-Ligas de Cobre

6.1.4-Latões - São ligas de cobre onde o principal elemento é o zinco, com adições de até 40%. As
propriedades desta liga variam de acordo com a quantidade de zinco que é colocado. Pode haver
também adições de outros elementos como : Alumínio, manganês, estanho, chumbo, silício e níquel.
A solubilidade máxima do zinco no cobre ocorre a 456°C, chegando a 39%. Na temperatura ambiente o
cobre dissolve até 30% de zinco. Tendo como base o diagrama de fases se pode dividir os latões em
dois grandes grupos :
- Latões - solução sólida com até 35% de zinco.-
- Latões - α + β : Mistura de fases α e βcom mais de 35% de zinco.

6.1.5-Bronzes - São ligas de cobre com adições de estanho, sendo este elemento o principal
responsável pelo endurecimento por solução sólida. Para melhorar as características de fundição destas
ligas e para desoxidar adiciona- se fósforo, assim a liga é denominada de bronze ao fósforo. As ligas
Cu-Sn apresentam menor ductilidade que os latões, entretanto possuem dureza consideravelmente
maior.
A solubilidade do estanho no cobre decresce consideravelmente com o decréscimo da temperatura.
Ligas com até 10% de Sn são denominadas

Originalmente o termo bronze era empregado para ligas de cobre e estanho, este último como principal
elemento. Na atualidade, bronze é nome genérico para ligas de cobre cujos principais elementos não
são níquel nem zinco.

Uma das principais propriedades é a elevada resistência ao desgaste por fricção, o que faz do bronze
um material amplamente usado em mancais de deslizamento.

Bronzes podem ser agrupados em famílias de acordo com o processo de produção e a composição.
Alguns exemplos estão abaixo:

• Trabalhados:
o Bronzes de fósforo (Cu, Sn, P)
o Bronzes de chumbo e fósforo (Cu, Sn, Pb, P).
o Bronzes de alumínio (Cu, Al).
o Bronzes de silício (Cu, Si).

• Fundidos:
o Bronzes de estanho (Cu, Sn).
o Bronzes de estanho e chumbo (Cu, Sn, Pb).
o Bronzes de estanho e níquel (Cu, Sn, Ni).
o Bronzes de alumínio (Cu, Al).

A tabela abaixo dá características básicas de alguns tipos de bronze. Oportunamente, novos tipos
poderão ser adicionados.

13
Composição (1) Estado σu (2) MPa HB (3) Comentários

Cu 2Sn <0,3P Trabalhado 310 78 Boa ductilidade, trabalhável a frio, resistente à corrosão. Parafusos,
molas, tubos, rebites, contatos elétricos.

Cu 4Sn <0,4P Trabalhado 380 92 Boa ductilidade, trabalhável a frio, resistente à corrosão. Parafusos,
molas, tubos, rebites, contatos elétricos.

Cu 6Sn <0,4P Trabalhado 450 118 Resistente à corrosão e ao desgaste. Membranas, peças para
bombas, soldas, telas de peneiras, eletrodos, etc.

Cu 8Sn <0,4P Trabalhado 490 130 Resistente à corrosão, boas características de deslizamento. Telas,
molas, membranas, peças para serviços pesados.

Cu 10Sn <0,5Zn <1Pb <0,4P <1Ni Fundido 280 75 Resistente ao desgaste e à corrosão da água do mar.
Boa tenacidade.

• Outras ligas de cobre:


o Cobre Fosforoso, Cobre Silício, Cobre Manganês, Cobre Crômio.
o Cuproníquel.
o Zamac.
o Alpaca.

- 7.0-Tratamentos Térmicos do Cobre e suas Ligas

a) Latões - As ligas Cu-Zn são tratadas termicamente da seguinte forma:


-Recozimento a baixa temperatura - Efetuado a 300°C aliviando as tensões e consequentemente
evitando o surgimento de trincas em latões trabalhados a frio.
-Recozimento para homogeneização e recristalização - Normalmente realizada entre 520-720°C em
torno de uma ou uma hora e meia. É importante salientar que a temperatura a ser utilizada depende
principalmente dos teores dos elementos de ligas utilizados.
-Têmpera e Revenido - A têmpera nos latões é geralmente realizada a partir de 850°C e o
resfriamento em água. A temperatura de revenimento é em torno de 300°C.
b) Bronzes - Quase que em sua totalidade os bronzes sofrem tratamento apenas de recozimento e
recristalização.
-Recozimento - Realizado com temperaturas entre 600 e 750°C e resfriados em forno ou ar.
-Solubilização - Certos bronzes com adição de berílio podem ser solubilizados a 760-780°C
permitindo a solubilização de uma fase intermediária γ2 (CuBe) melhorando as propriedades
mecânicas.
-Precipitação - Reaquecimento a 310-330°C, após a solubilização, para o surgimento da fase γ2.
-Encruamento - Feito após a solubilização através de deformação a frio seguida de precipitação. Este
processo pode elevar a dureza para 400 Vickers com resistência à tração de 140 kgf/mm2
.
-7.0.1-Têmpera e Revenido – Realizado eventualmente em ligas contendo alumínio e localizadas na
zona eutetóide.

-7.0.2 Diagramas de Equilíbrio Cu-Zn - O diagrama de equilíbrio das ligas Cu-Zn (latões) está
representado na figura Como pode ser observado na figura, a parte mais importante do diagrama está

14
compreendido entre 0 e 50% em peso de Zn. Nesta região temos a formação de quatro fases: (α, β,β’,γ)
Alfa (α) - Ocorre entre 0 e 39% de zinco, possui estrutura cúbica de faces centradas (CFC) o que lhe
garante alta ductilidade.

.
Como pode ser observado na figura, a parte mais importante do diagrama está compreendido entre 0 e
50% em peso de Zn. Nesta região temos a formação de quatro fases: (β, α, β’ , γ ).

Alfa (α) - Ocorre entre 0 e 39% de zinco, possui estrutura cúbica de faces centradas (CFC) o que lhe
garante alta ductilidade.

Beta (β) - átomos de cobre e zinco posicionados aleatoriamente nos vértices ou nos centros de uma
célula unitária em uma estrutura cúbica de corpo centrado (CCC).
Beta-linha (β’) - Fase intermediária (CuZn) que ocorre com 45-49,7% de Zn a 454-468°C e 46,6-50,6%
a 200°C. Esta fase possui maior condutividade elétrica que a fase gama e não pode ser utilizada para
trabalhos a frio.
Gama (γ) - também fase intermediária (Cu5Zn8). Estrutura CCC. Esta é a fase que apresenta maior
dureza e conseqüentemente é a mais frágil. Na solidificação dos diversos latões teremos as seguintes
15
transformações microestruturais: Entre os pontos A e B as ligas apresentam estrutura zonada, devido ao
intervalo das linhas líquidus-sólidus, proporcionando exelente ductilidade e razoável resistência
mecânica. Entre os pontos B e C ocorre uma reação peritética entre parte dos cristais primários da fase
〈 e com o líquido formando a fase β. Continuando o resfriamento teremos o decréscimo da fase β em
relação a fase 〈 de acordo com a inclinação das linhas BG e DH. Na temperatura referente
ao ponto G a fase β desordenada modifica- se para β’, ocorre então o crescimento desta fase até a
temperatura ambiente. A estrutura resultante (α + β’) é denominada estrutura de Widmanstaten. As
ligas entre os pontos D e E, acima de 454°C possuem estrutura monofásica, com o abaixamento da
temperatura esta fase irá diminuindo e se formará a fase β’ até a temperatura ambiente, então, de
acordo com a composição de Zn teremos a precipitação da fase α ou da fase γ.

-7.0.3-Diagrama de Equilíbrio Cobre-Estanho

Devido a sua complexibilidade serão abordadas somente as fases mais importantes no diagrama Cu- Sn
(bronzes comuns). Na figura 11.1.2 podemos observar o diagrama cobre-estanho (bronzes comuns): em
peso e apresenta bastante ductilidade.

16
Fase α - Estrutura CFC (solução sólida substitucional), ocorre até 36% de estanho em peso e presenta
bastante ductilidade.
Fase β - Solução sólida cúbica de faces centradas. Fase intermediária com dureza superior a fase 〈.
Fase γ - Solução sólida cúbica de corpo centrado com 275 de Sn. Fase intermediária.
Fase δ- Composto intermetálico (Cu31Sn8) cúbico de corpo centrado, possui elevada dureza e ortanto é
um composto muito frágil.
Fase ξ - Fase intermediária pseudo hexagonal (Cu3Sn). Ocorre entre 36,5 a 38% de Sn. Esta fase é
dificilmente encontrada conseguida, pois requer resfriamento muito lento.

-8.0- Metalografia do cobre e suas ligas Corte, lixamento e polimento

Os cortes no cobre e em suas ligas devem ser realizados com bastante refrigeração, avanços lentos e
baixa pressão. O lixamento deve ser realizado com lubrificantes (vasilinas, parafinas ou álcool etílico)
até a lixa de granulometria 600. Para efetuar o polimento utiliza-se pastas de diamante como abrasivo
em politrizes com discos de náilon exclusivos, evitando contaminações. Inclusões - Podem ocorrer
inclusões como: óxidos, Pb, Bi, etc., para verificação deve-se observá-las em microscópio antes de
efetuar o ataque químico.

-8.0.1-Macrografia - Deve ser realizada após polimento com os seguintes reativos: - 75 ml de


percloreto férrico + 25 ml de ácido clorídrico. Deixa-se por 30 s a 1 min, lava-se com água, álcool e
seca-se com jato de ar.
- Ácido nítrico concentrado. Ataca-se rapidamente, deixa-se um pouco ao ar e por fim lava-se e seca-
se.
-8.0.2-Micrografia - Após realizados todos os procedimentos anteriores, faz-se o microataque para
posterior observação em microscópio. Os reagentes mais comuns são os seguintes: -Persulfato de
amônia. Reagente ideal para latões e bronzes 〈, ataca-se de 30 s a 1 min, a lavagem é feita com água e
depois álcool, por fim seca-se com ar.
-Hidróxido-perssulfato de amônia: 1 parte de hidróxido de amônia, 2 partes de persulfato de amônia e i
parte de água destilada. -Cloreto cupramoniacal: 5 a 10 g de cloreto cuproso em 120 ml de água,
quando o precipitado formado entre o cloreto e a água se dissolver usa-se hidróxido de amônia. A
solução é embebida em algodão e colocada sobre a amostra. Reativo para as fases β.
8.0.3-Aplicações do cobre e suas ligas - O cobre é largamente utilizado em indústrias elétricas para
fabricação de fios, cabo, barras e placas. Ligas de cobre como o latão podem ser utilizadas em
indústrias de decoração como medalhas, moedas, jóias; na construção civil em tubulações de água,
vapor e óleo; na indústria bélica como cartuchos para munição. O bronze pode também ser utilizado
para decoração, em tubulações para usos específicos, indutores, cunhagem, etc.

- 9.0-NÍQUEL E SUAS LIGAS

- Características gerais

A estrutura do níquel é cúbica de faces centradas, não havendo mudança de fase desde a temperatura
ambiente até a temperatura de fusão (1453°C). A microestrutura do níquel é austenítica para toda esta
faixa de temperatura, o que lhe proporciona utilização para trabalhos a quente. O níquel possui também
elevada resistência a corrosão.
O endurecimento do níquel ocorre de três formas : endurecimento por solução sólida, precipitação de
carbonetos e endurecimento por precipitação.

17
-9.0.1 Designação do níquel e suas ligas

A designação das ligas de níquel foi elaborada pela Huntington Alloy Inc, sendo composta por um
sistema de três dígitos acompanhados de um nome ou marca comercial. Se o primeiro dígito for par
referese a ligas endurecíveis por solução sólida, se for ímpar indica que o endurecimento foi por
tratamento térmico de precipitação. A série inicial é 200 e refere-se ao níquel comercial puro.
Os outros dígitos referem-se a variações na liga.

- 9.0.2-Níquel comercial e níquel de baixa liga

-Níquel 200, 99,5% Ni mín, 0,1% C máx e outros elementos de menor adição como manganês e
silício. Atualmente esta liga é muito utilizada em indústria eletrônica, baterias e produção de diamante
sintético.

-Níquel 201, possui baixo carbono e é utilizado para temperaturas abaixo de 290°C.

-Niquel 205, contém níveis controlados de magnésio (0,01 a 0,08%).

-Duraníquel 301, níquel envelhecido contendo 4,0 a 4,75%Al e 0,25 a 1,0%Ti. Utilizado para mola
em equipamentos elétricos.

- 9.0.3-Ligas de Ni-Cu (MONEL)

- Monel 400, (66% Ni, 33%Cu), liga base da série, pode ser magnética dependendo da composição.

- Monel R-405, contém adições controladas de enxofre (0,025 a 0,06%) para melhorar a usinabilidade.

- Monel K-500, contém adições de alumínio e titânio para envelhecimento, é muito utilizado em
válvulas e bombas Estas ligas apresentam excelente resistência a corrosão quando exposta ao meio
ambiente e água salgada, possuem alta ductilidade. Esta série de ligas são muito utilizadas em indústrias
de fabricação de grampos e fechos.
O Sistema Ni-Cu apresenta um diagrama de fases de solubilidade total, isto é, ocorre a dissolução do
cobre no níquel para qualquer teor, como mostra a figura Estas ligas apresentam excelente resistência
a corrosão quando exposta ao meio ambiente e água salgada, possuem alta ductilidade.

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-9.0.4-Ligas de Ni-Cr e Ni-Cr-Fe

-Liga 600 (76Ni-15Cr-8Fe), liga base do sistema Ni-Cr-Fe. Contém alto níquel para melhorar a
esistência a corrosão.

-Liga 601, liga com baixo teor de níquel (61%), contém adições de alumínio e silício para melhorar a
resistência a oxidação.

-Liga X750, adições de alumínio e titânio para envelhecimento.

-Liga 625, contém 9 % de molibdênio e 3% de nióbio, ambos para serem utilizados em altas
temperaturas e para aumentar a resistência a corrosão por pit e por frestas. O sistema Ni-Cr forma uma
solução sólida para teores de cromo até 35% como pode ser observado.

Diagrama Binário Ni-Cr.

-9.0.5-Aplicações Gerais

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-turbinas de aeronaves: câmaras de combustão, parafusos, lâminas, etc. -Aplicações médicas: próteses,
usos odontológicos, etc.
-Indústrias químicas e petroquímicas: bombas, válvulas, ventiladores de ar, parafusos, etc.
-Tratamento de metais: ferramentas e matrizes para trabalho a quente, etc.

- 10.0-TITÂNIO E SUAS LIGAS

- Características Gerais
O titânio é um metal de baixa densidade (4,51 g/cm3), pertencente portanto a família de ligas leves. A
temperatura de fusão do titânio puro é bastante elevada (1667°C). A excelente relação/resistência peso
associada com a resistência a corrosão tornam o titânio de grande utilização para diversas aplicações
críticas. A resistência a corrosão do titânio deve-se a formação de um filme estável de TiO2. A estrutura
cristalina do titânio em temperatura ambiente é hexagonal compacta (alfa). A 885°C ocorre a
transformação para estrutura cúbica de corpo centrado(beta). A microestrutura do titânio não ligado
recozido é alfa acicular, a presença desta microestrutura indica que o material foi aquecido a
temperatura acima de beta. A microestrutura alfa equiaxial só pode ser produzida por recristalização do
material. Em titânio não ligado, não é possível reter a estrutura beta em baixas temperaturas, porém
com adições de elementos estabilizadores de beta, como o ferro, isto pode ser conseguido.

-10.0-Ligas de Titânio

10.0.1-Ligas alfa

Estas ligas possuem elementos estabilizadores de alfa, inibindo a transformação de fase ou aumentando
a temperatura de transformação. O principal elemento estabilizador de α é o alumínio, outros
elementos como gálio, germânio, carbono, oxigênio e nitrogênio também estabilizam esta fase. As
ligas alfa não sofrem tratamento térmico e são endurecidas por três mecanismos: -Trabalho à frio
(encruamento). -Deformação seguida de recozimento para controle do tamanho de grão. -Solução
sólida. A liga Ti-5Al-2,5Sn é um exemplo de liga α.

10.0.2-Ligas quase-alfa

São ligas que contém pequenas adições de elementos estabilizadores da fase beta, como : molibdênio,
vanádio, tântalo, manganês, nióbio, cromo, etc. Estas ligas apresentam pequena quantidade de beta
retida e são forjadas e tratadas termicamente no campo α+ β ou no campo β.
Exemplos de ligas quase-alfa: Ti-11Sn-2,25Al-5Zr-1Mo-0,2Si; Ti-8Al-1Mo-1V; Ti-6Al-2Nb-Ta-
0,8Mo; etc.

10.0.3-Ligas alfa + beta

Contem elementos estabilizadores de alfa e 4-6% de elementos estabilizadores de beta. Estas ligas
podem reter de 10 a 50% de beta após tratamento térmico de têmpera a partir de temperaturas nos
campos α+ β e β.

A liga α +β mais utilizada atualmente é a liga Ti-6Al-4V. Na figura 11.3.1 encontra-se a representação
do diagrama bidimensional do sistema Ti-AL-V. A linha tracejada indica o comportamento no
resfriamento da liga Ti-6Al-4V.

20
Diagrama bidimensional das ligasTi-Al-V.
10.0.4-Ligas beta

Possuem quantidade suficiente de elementos que estabilizam beta, permitindo a retenção desta fase em
temperatura ambiente. Estas ligas possuem excelente endurecibilidade, um tratamento usual nestas liga
envolve solubilização com posterior envelhecimento a temperaturas de 450 a 650°C. A estrutura
resultante deste tratamento é composta de beta retida com finas partículas de alfa. Em comparação com
as ligas alfa + beta a liga beta possui desvantagens, pois tem alta densidade e menor resistência à
fluência. As ligas Ti-10V-2Fe-3Al, Ti-15V- 3Cr-3Al-3Sn e Ti-3Al-8V-6Cr-4Mo-4Zr são exemplos de
ligas beta.

- 10.0.5-Metalografia do titânio e suas ligas

As amostras de titânio devem ser lixadas com constante lubrificação até granulometria 600. O
polimento deve ser feito com abrasivo de diamante 1-4∝m em disco de politriz apropriado. O ataque
químico mais comum é realizado com uma solução contendo 2ml de ácido fluorídrico, 8ml de ácido
nítrico e 90ml de água destilada.

- 10.0.6-Aplicações Gerais do titânio e suas ligas

Como foi mencionado anteriormente o titânio, devido a sua excelente relação resistência peso, possui
diversas aplicações: - Industria aeroespacial: compressores, turbinas, etc.
- Indústria aeronáutica : palhetas de turbina, vasos de pressão, etc.
- Biomaterial : próteses ortopédicas. - Aplicações restritas : plantas nucleares, plantas de
processamento de alimentos, trocadores de calor em refinarias, etc.

- 11.0-ALUMÍNIO E SUAS LIGAS

- Características Gerais
O alumínio é um metal de pequena resistência mecânica. A resistência à tração do Al puro é de apenas
6kg/mm2 em média, já o alumínio comercial tem resistência à tração em torno de 9 a 14kg/mm 2. As
impurezas metálicas presentes no alumínio comercial aumentam sua resistência à tração em até 50 %.
21
No estado recozido esta resistência, é de um terço do cobre recozido e um quinto do aço doce. O
módulo de elasticidade do alumínio é bastante baixo (7000 Kg/mm2) comparado com o cobre e o aço.

- 11.0.1-Designação do Alumínio e suas ligas


As tabelas mostram como as ligas de alumínio são designadas:

Ligas de Alumínio Trabalhadas.

Ligas de Alumínio Fundido.

Para as ligas trabalhadas na série 1XXX a designação 10XX é utilizada para indicar composições não
ligadas, os dois dígitos finais indicam o teor mínimo em % de alumínio. Ex: liga1089, contém 99,89%
de Al. Nas séries de 2XXX a 9XXX o segundo dígito indica uma modificação na liga, os dois dígitos
restantes indicam apenas diferentes ligas na série. Quando as ligas são fundidas, o primeiro dígito
indica a série da liga. Os dois números subsequentes indicam para a série 1XXX a impureza específica
da liga. Para as outras séries indica composições específicas. O dígito separado por um ponto indica
se é fundido (zero) ou se é um lingote (um).

- 11.0.2-Ligas Trabalháveis Não Tratáveis


Estas ligas apresentam encruamento em proporção com o grau de trabalho sofrido. Uma dada
condição, estado ou têmpera da liga, é indicado pelo símbolo convencional que dá idéia relativa do
grau de encruamento existente. Denomina-se de "F" as ligas que não sofreram tratamento térmico
algum. As ligas que sofreram tratamento térmico de recozimento para eliminar o encruamento são
designadas pela letra "O". O encruamento é indicado pela letra "H" em graduações diversas.

-11.0.3- Ligas Tratáveis Termicamente

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São ligas em que as propriedades mecânicas podem ser melhoradas com tratamento térmico. Em
comparação às ligas não tratadas termicamente estas alcançam maior resistência com pouca perda de
ductilidade. Nestas ligas as letras "F" e "O" são empregadas com o mesmo significado que as ligas não
tratáveis. A letra "T" indica que a liga foi temperada, sendo o algarismo subseqüente o indicador das
operações de tratamento térmico (possivelmente mecânico também) que são especificados para liga.
O estado ou têmpera "W" de uma liga de envelhecimento natural é uma condição instável obtida
somente pelo tratamento de solubilização, isto é, pelo resfriamento brusco da liga aquecida. A tabela a
seguir mostra os vários estados ou têmperas das ligas tratadas termicamente:

Estados ou têmperas das ligas tratadas termicamente.

-11.0.4- Tratamentos Térmicos Solubilização

Tratamento térmico que visa dissolver as fases microscópicas simples ou intermediárias, presentes na
matriz de uma liga, pelo aquecimento ao campo monofásico inerente. A liga é mantida nessa
temperatura até a obtenção de uma solução sólida homogênea. Logo após, pelo resfriamento rápido,
mantemos o estado monofásico à temperatura ambiente. A solubilização é uma etapa preparatória para

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o futuro tratamento de endurecimento por precipitação. Com o resfriamento brusco para têmperar,
produz uma solução supersaturada, estado instável a temperatura ambiente.
De maneira geral, todas as ligas, cujos sistemas apresentam soluções sólidas terminais com razoável
diferença nos limites de solubilidade entre a temperatura ambiente e o máximo de solubilidade nas
isotermas.

-11.0.5 -Recozimento para Recristalização e Homogeneização

Este tratamento é realizado geralmente em temperaturas entre 300 e 400°C, Havendo uma
recristalização quase instantânea. O resfriamento subsequente é realizado em forno com velocidade de
30°C por hora até 250°C e posterior resfriamento ao ar, obtendo maior ductilidade. Em ligas
trabalhadas , deve-se empregar faixa de temperaturas menores, quando o grau de encruamento for
menor. O aquecimento de muitas ligas deve ser abaixo das temperaturas eutética e peritética (50 - 100°
C), em razão do zoneamento estrutural, de segregação interdendrítica e dos eutéticos e peritéticos,
concentradas nas áreas intergranulares, caso contrário haveria uma fusão parcial, podendo haver
oxidação,o que tornaria a liga "queimada"

-11.0.6-Teoria do Endurecimento por Precipitação

Será utilizado como exemplo a liga Al 6463, esta liga tem como elementos Al.Si.Mg e a precipitação
ocorre na forma Mg2Si, através de um processo de nucleação e crescimento. Inicialmente, é necessário
que existam zonas ricas em soluto formando regiões de possível nucleação. Após a nucleação, as
partículas , no caso de Mg2Si, crescem a partir dos elementos Mg e Si presentes na liga. Nenhuma
precipitação pode ocorrer até que se inicie a nucleação, mas uma vez iniciada, a solução sólida pode
perder seus átomos de Mg e Si de duas formas: pelo crescimento das partículas já formadas e pela
formação de núcleos adicionais. A velocidade de precipitação varia com a temperatura. Onde as
temperaturas são baixas, é necessário longos períodos de tempo para completar a precipitação, pois a
velocidade de difusão é muito pequena. Neste caso a velocidade é controlada pela difusão dos átomos.
Quando as temperaturas são altas, a velocidade de difusão é alta, porém o grau de supersaturação é
menor, havendo portanto uma temperatura ótima, na qual a velocidade de precipitação é máxima. O
efeito mais importante da precipitaçãoda segunda fase é um endurecimento da estrutura devido a
deformação do retículo cristalino.

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Na figura temos uma representação gráfica mostrando que a curva de envelhecimento possui um ponto
máximo, se as amostras forem mantidas por um longo tempo ocorrerá uma diminuição da dureza, este
efeito é denominado de superenvelhecimento. A composição química também influencia a curva de
envelhecimento. Para baixas concentrações de soluto o grau de supersaturação é pequeno no final do
tratamento de solubilização, e a energia livre do sistema é pouco maior do que a concentração de
equilíbrio. Sob essas condições a nucleação da segunda fase é difícil e o endurecimento ocorre
lentamente em temperatura constante . Portanto a dureza máxima obtida será pequena, porque a
quantidade total de precipitados não é grande, pois em geral, quanto menor for a quantidade de
precipitados, menor será a dureza máxima. Por outro lado, o aumento da concentração total de soluto,
aumenta a dureza máxima para uma dada temperatura de envelhecimento. Quanto maior a quantidade
de solutos maior será o número de precipitados, maior a dureza e maior a velocidade de crescimento
em virtude da maior quantidade de soluto disponível para formação dos precipitados pois maior é o
grau de supersaturação.

-12.0-Superenvelhecimento

A continuação do processo de segregação, por longos períodos de tempo, ocasiona uma precipitação
real, ocorre o amolecimento do metal e diz-se então que foi superenvelhecido. Como o crescimento da
segunda fase implica em áreas relativamente grandes, que não conseguem resistir ao escorregamento,
observa-se um amolecimento significativo. Ou seja, o endurecimento inicial é seguido por um
amolecimento do qual resulta uma aglomeração do precipitado. Podem ser observados dois efeitos da
temperatura de envelhecimento: -precipitação, o endurecimento começa mais rapidamente em
temperaturas mais altas.

-superenvelhecimento, o amolecimento ocorre tanto mais rápido quanto maior a temperatura.

-12.0.1-Diagrama Binário Alumínio- Cobre

Observando a figura 11.4.2 referente ao diagrama eutético Al-Cu, constatamos que o cobre solubiliza-
se no alumínio formando uma solução sólida de reticulado cúbico cristalino de faces centradas. O
máximo de cobre solubilizado ocorre a 548°C com 5,65%. A liga de composição eutética com 33,2%
de cobre em peso apresenta-se com textura lamelar CuAl2, fase intermediária, em matriz de solução
sólida rica em alumínio, com cobre residual. As ligas com menos de 0,3% de cobre a temperatura
ambiente são consideradas alumínio puro. A liga mais importante deste sistema encontra-se com 4% de
cobre em peso.

25
-12.0.2-Diagrama Binário Alumínio –Silício

As ligas mais importantes de Al-Si encontram-se entre 8 a 14% de silício. Estas ligas podem ter suas
propriedades melhoradas através do super-esfriamento ou pela ação de agentes modificadores. A figura
11.4.3 mostra o diagrama binário alumínio silício: Fig. 11.4.4 - Sistema quase-binário Al-Mg2Si.

- 12.0.3-Sistema Alumínio-Magnésio-Silício

O magnésio e o silício ,em ligas de alumínio, quando combinados são capazes de formar um composto
intermetálico Mg2Si, originando um sistema quase binário bastante semelhante ao sistema Al-Cu.
Porém, a fase Mg2Si tem efeito endurecedor maior que a fase CuAl2, não afetando tanto a resitência à
corrosão. Na figura temos a representação do diagrama quase-binário Al-Mg2Si: Sistema quase-binário
Al-Mg2Si.

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- 13.0-Função dos Elementos

- Silício : elemento mais utilizado nas ligas de alumínio fundidas, seu teor varia de 12 a 13%. Este
elemento aumenta a fluidez, reduz a concentração externa, melhora a estanqueidade ( menor porosidade)
no produto fundido, reduz o coeficiente de expansão e melhora a soldabilidade.
- Cobre : É um dos principais elementos endurecedores em ligas de alumínio fundidas. Aumenta a
resistência nas ligas tratadas e não tratadas termicamente. A solubilidade do cobre no alumínio é
bastante elevada em altas temperaturas e apenas ligeiramente solúvel a temperatura ambiente. Esta
característica torna a liga termicamente tratável e melhora as propriedades mecânicas.
- Magnésio: De modo semelhante ao cobre, tem características de solubilidade sólida que permite a
liga ser tratada termicamente. O magnésio torna difícil a oxidação devido a tendência de oxidação.
De modo geral, adições de magnésio aumentam a resistência mecânica e a ductilidade. Também
elhoram a resistência a corrosão e a usinabildade.
- Titânio : Nas ligas de fundição é utilizado como refinador de grão em teores variando de 0,05 a
0,20%.Também aumenta a resistência à tração e a ductilidade.
- Ferro : Algumas vezes é adicionado para diminuir a contração. Agem como refinadores de grão, com
exceção nas ligas fundidas em areia. Nas ligas fundidas sob pressão diminui o agarramento ao molde.
O teor de ferro deve ser controlado entre 0,15 e 1,2%.
- Manganês : Atua como refinador de grão para reduzir a contração. Em combinação com o ferro o
manganês deve ser controlado, pois pode haver a formação de partículas do constituinte primário,
ocasionando redução na resistência.
- Cromo : Primeiramente é utilizado como refinador de grão. Em certas ligas como Al-Zn-Mg é
utilizado para diminuir trincas de tensão e corrosão sob tensão. Pode ser utilizado para melhorar a
resistência em temperaturas elevadas.
- Níquel : Melhora a estabilidade dimensional e aumenta a resistência em altas temperaturas.:
- Zinco : Não deve ser utilizado em grandes quantidades, pois torna a liga frágil a quente e produz alta
contração. Quando combinado com o magnésio aumenta a resistência ao impacto, melhora a
resistência à tração e a ductilidade. Pequenas quantidades deste elemento melhoram a usinabilidade.

-14.0-Metalografia do alumínio e ligas

- Macrografia : O lixamento é realizado com água destilada até granulometria 600. O ataque mais
efetivo é o de água régia fluorada principalmente em peças fundidas ou Reativo de Tucker : 45 HCl :
15HF : 15HNO3 : 25H2º

- Micrografia : Quando efetuarmos o polimento


mecânico deve-se levar em conta o pH, a suspensão de alumina que possui pH 9 deve ser neutralizada
com ácido bórico para pH 7. Ao usar pastas de diamante 5-3-1 e1/2 ∝m, o ataque deve ser realizado
imediatamente para evitar passivação. Os reativos mais comuns para o ataque químico são os
seguintes: -Ácido fluorídrico : 0,5% HF e água destilada para completar 100ml. Deixa-se o reativo
embebido em algodão sobre a peça por 15 s. Utilizado para verificar os constituintes de todas as ligas
leves. -Nitrato férrico : 25% de nitrato férrico e 100 ml água destilada. Feito com algodão pr30 s.
Permite visualizar-se o constituinte CuAl2. -Ácido sulfúrico : 20% de ácido sulfúrico e 100ml de água.
A amostra deve ser imersa na solução a 70°C por 30 s. Permite a visualização de ferro.

-15.0-Aplicações do alumínio e suas ligas


- Indústria aeronáutica : peças da fuselagem dos aviões, rebites, etc. - Indústria automobilística : peça,
estruturas, rebites, etc. - Indústria de alimentos : recipientes para bebidas e conservas, envólucro de uso
doméstico. - Equipamentos gerais: condutores elétricos, trocadores de calor, tanques para
armazenamento de combustível, utensílios domésticos, etc.
27
- Construção civil : perfis de alumínio.

-16.0-POLÍMEROS:

Polímeros são compostos orgânicos e reações de difícil execução em laboratório, tanto que, até a
primeira metade do século XIX acreditava-se na chamada Teoria da Força Vital enunciada por
Berzelius. Até o século XIXsomente era possível utilizar polímeros produzidos naturalmente, pois não
havia tecnologia disponível para promover reações entre os compostos de carbono. Isso caracteriza a 1ª
fase da história dos polímeros.

Na 2ª fase Friedrich Wöhler, discípulo de Berzelius, derruba a teoria da Força Vital. Com essa
derrubada as pesquisas sobre química orgânica se multiplicam. Em 1883 Charles Goodyear descobre a
vulcanização da borracha natural. Por volta de 1860 já havia a moldagem industrial de plásticos
naturais reforçados com fibras, como a goma-laca e a gutta-percha. Em 1910 começa a funcionar a
primeira fábrica de rayon nos EUA e em 1924 surgem as fibras de acetato de celulose.

Na 3ª Fase, Henri Victor Regnault polimeriza o cloreto de vinila com auxílio da luz do sol, EINHORN
& BISCHOFF descobrem o policarbonato. Esse material só voltou a ser desenvolvido em 1950 e
finalmente em [1970], BAEKELAND sintetiza resinas de fenol-formaldeído. É o primeiro plástico
totalmente sintético que surge em escala comercial.

O período entre 1920 e 1950 foi decisivo para o surgimento dos polímeros modernos. Durante a década
de 1960 surgem os plásticos de engenharia. Na década de 1980 observa-se um certo amadurecimento
da Tecnologia dos Polímeros: o ritmo dos desenvolvimentos diminui, enquanto se procura aumentar a
escala comercial dos avanços conseguidos.

Finalmente na década de 1990 os catalisadores de metaloceno, reciclagem em grande escala de garrafas


de PE e PET, biopolímeros, uso em larga escala dos elastômeros termoplásticos e plásticos de
engenharia. A preocupação com a reciclagem torna-se quase uma obsessão, pois dela depende a
viabilização comercial dos polímeros.

A partir do final da década de 1990, novas técnicas de polimerização começam a ser investigadas, onde
se consegue ter um grande controle da massa molecular e do índice de polidispersividade do polímero.
Assim, começam a ser conhecidas as técnicas de polimerização radicalar controlada, como a RAFT, a
NMP e a ATRP.

-16.0.1-Reações Polimerização:

A polimerização é uma reação em que as moléculas menores (monómeros) se combinam quimicamente


(por valências principais) para formar moléculas longas, mais ou menos ramificadas com a mesma
composição centesimal. Estes podem formar-se por reação em cadeia ou por meio de reações de
poliadição ou policondensação. A polimerização pode ser reversível ou não e pode ser espontânea ou
provocada (por calor ou reagentes).

Exemplo: O etileno é um gás que pode polimerizar-se por reação em cadeia, a temperatura e pressão
elevadas e em presença de pequenas quantidades de oxigênio gasoso resultando uma substância sólida,
o polietileno. A polimerização do etileno e outros monómeros pode efetuar-se à pressão normal e baixa
temperatura mediante catalisadores. Assim, é possível obter polímeros com cadeias moleculares de
estrutura muito uniforme.

28
Na indústria química, muitos polímeros são produzidos através de reações em cadeia. Nestas reações
de polimerização, os radicais livres necessários para iniciar a reação são produzidos por um iniciador
que é uma molécula capaz de formar radicais livres a temperaturas relativamente baixas. Um exemplo
de um iniciador é o peróxido de benzoíla que se decompõe com facilidade em radicais fenilo. Os
radicais assim formados vão atacar as moléculas do monómero dando origem à reação de
polimerização.

-16.0.2-Polimerização por adição:

Nesse tipo de polimerização a molécula origina seus pontos de reaçãoi pela ruptura de duplas ligações
e formação de duas ligações simples, portanto a polimerização ocorre sem formação de subprodutos.
Muitos dos nossos polímeros comumente encontrados são do tipo do etileno.

29
A simples colocação de monômeros uns próximos aos outros não produz automaticamente uma reação
de polimerização por adição. A reação deve ser acelerada pela adição de calor, luz, pressão ou um
catalisador da seguinte maneira:

30
(a) Esse arranjo de um polímero por adição seria possível. Haveria um carbono com apenas três
ligações e outro com cinco, (b) H2O2 como indicador e (c) CL2 como indicador permitem permitem
que todos os carbonos tenham quatro ligações.

A necessidade de se ajudar o começo do processo de polimerização resulta, em parte, da necessidade


de romper as ligações duplas do manômetro.

-16.0.3-Estrutura dos Polimeros:

A estrutura de um polímero afeta o comportamento de um plástico de várias formas. Os manômetros


bifuncionais produzem polimetros lineares enquanto que os trifuncionais e tetrafuncionais formam
arranjos tridimensionais, este contraste tem um importante papel na deformação e na resistência dos
plásticos.

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Estrutura linear de manômetros bifuncionais (representação esquemático do polietileno). As únicas
forças que ligam moléculas adjacentes são de Van der Waals, portanto pode ocorres escorregamento
entre as moléculas, por outro lado, pode-se observar que cadeias adjacentes podem se combinar de
forma a haver uma cristalização local.

Estrutura tridimensional de unidades polifuncionais. O escorregamento não é tão fácil de ocorrer como
nos polimeros lineares.

32
16.0.4-Características:

Uma das principais e mais importantes características dos polímeros são as mecânicas. Segundo ela os
polímeros podem ser divididos em termoplásticos, termoendurecíveis (termofixos) e elastômeros
(borrachas).

Exemplos:

Polímeros termoplásticos (Polímeros de adiçao)

• PC - Policarbonato

Aplicações: Cd´s, garrafas, recipientes para filtros, componentes de interiores de aviões, coberturas
translúcidas, divisórias, vitrines, etc.

• PU – Poliuretano

Aplicações: Esquadrias, chapas, revestimentos, molduras, filmes, estofamento de automóveis, em


móveis, isolamento térmico em roupas impermeáveis, isolamento em refrigeradores industriais e
domésticos, polias e correias.

• PVC - Poli Cloreto de Vinila

Aplicações: Telhas translúcidas, portas sanfonadas, divisórias, persianas, perfis, tubos e conexões para
esgoto e ventilação, esquadrias, molduras para teto e parede.

• PS - Poliestireno

Aplicações: Grades de ar condicionado, gaiútas de barcos (imitação de vidro), peças de máquinas e de


automóveis, fabricação de gavetas de geladeira, brinquedos, isolante térmico, matéria prima do isopor.

• PP - Polipropileno

Aplicações: Brinquedos;Recipientes para alimentos, remédios, produtos químicos; Carcaças para


eletrodomésticos; Fibras; Sacarias (ráfia); Filmes orientados; Tubos para cargas de canetas
esferográficas; Carpetes; Seringas de injeção; Material hospitalar esterilizável; Autopeças (pára-
choques, pedais, carcaças de baterias, lanternas, ventoinhas, ventiladores, peças diversas no
habitáculo); Peças para máquinas de lavar.

• Polietileno Tereftalato - PET

Aplicações: Embalagens para bebidas, refrigerantes, água mineral, alimentos, produtos de limpeza,
condimentos; reciclado, presta-se a inúmeras finalidades: tecidos, fios, sacarias, vassouras.

33
17.0-Compósitos:

é basicamente um material em cuja composição entram dois ou mais tipos de materiais diferentes.
Alguns exemplos são metais e polímeros, metais e cerâmicas ou polímeros e cerâmicas.

Os materiais que podem compor um material compósito podem ser classificados em dois tipos: matriz
e reforço.

O material matriz é o que confere estrutura ao material compósito, preenchendo os espaços vazios que
ficam entre os materiais reforços e mantendo-os em suas posições relativas.

Os materiais reforços são os que realçam propriedades mecânicas, eletromagnéticas ou químicas

do material compósito como um todo.

Pode ainda surgir uma sinergia entre material matriz e materiais reforços que resulte, no material
compósito final, em propriedades não existentes nos materiais originais.

Exemplos de compósitos:

• Fibra de vidro
• Madeira
• Fibra de carbono

-18.0-Materiais Cerâmicos:

Fases Cerâmicas e suas propriedades: Os materiais cerâmicos contém fases que são compostos de
elementos metálicos e não metálicos. Os elétrons de valência de um átomo metálico podem ser
movidos e dados para atomos não-metálicos ou grupos de átomos, cujas últimas camadas estão quase
completas e que os átomos não-metálicos podem também comparilhar elétrons por covalência.
Existem muitas fases cerâmicas pois muitas são combinações possíveis de átomos de átomos metálicos
e não-metálicos e podem existir vários arranjos estruturais diferentes para a mesma combinação. Em
geral, as fases cerâmicas tem propriedades diferentes dos materiais metálicos e polímeros. Entretanto,
há pouca superposição considerável entre os materiais metálicos, cerâmicos e polímeros,
particularmente quando aparecem elementos semimetálicos.

-18.0.2-Fases Cerâmicas:

Exemplos de materiais cerâmicos: O termo cerâmico é mais familiar como um adjetivo para designar
certos objetos de arte. Para o engenheiro, entretanto, os materiais cerâmicos abrangem uma grande
variedade de substâncias naturais e sintéticas tais como vidro, tijolos, pedras, comcreto, abrasivos,
vidrados para porcelana, isolantes dielétricos, materiais magnéticos não-metálicos, refratários para altas
temperaturas e muitas outras. A característica que todos estes materiais tem em comum é que são
constituídos por metais e não-metais. O composto MgO é um exemplo típico de um material cerâmico,
é largamente usado como refratário pois pode suportar temperaturas muito elevadas (1650 a 2500°C)
sem dissociar ou fundir. A argila também é um material cerâmico comum só que mais complexo que o
MgO. A argila mais simples é AL2Si2O5(OH)4. Forma uma estrutura cristalina com quatro unidades
difrentes: AL, Si, O e o radical (OH). Embora não sejam tão simples como os metais os materiais
cerâmicos podem ser compreeendidos em termas das estruturas daqueles.

34
Exemplos de aplicações práticas de materiais cerâmicos- Materiais cerâmicos de aplicação em
engenharia, Tocadores de calor de vidro para resfriamento de líquidos corrosivos (Corning Glass
Works) . Válvulas eletrônicas (Ceramic Industry).

35
-18.0.3-Estrutura Cristalina das Fases cerâmicas:

Muito embora cada fase cerãmica seja composta por mais de um tipo de átomo, a estrutura cristalina de
cada fase pode acomo dar diferentes espécies de átomos. Por exemplo na estrutura do NaCl podes-e
constar o metal sódio e o não metal cloro e o mesmo para a estrutura do MgO. Em ambos os casos a
estrutura é tal que satisfaz as exigências relativas ao tamanho dos ions e ao número de elétrons. Outros
materiais cerâmicos podem incluir muitos tipos de átomos, estretanto em cada caso, o balanceamento
das cargas elétricas é fundamental, além disso tem-se exigências relativas ao empacotamento atômico, a
qual envolve considrações relativas ao empacotamento atômico como também á covalência.

Estrutura tridimensional do MgO , os números assinalam a localização, em profundidade, dos átomos


na célula unitária ( 0 = face superior, ½ = posição da metade da célula, 1 = faceinferior).

-18.0.4-Semicondutores Cerâmicos- Embora os compostos cerâmicos sejam normalmente isolantes,


eles podem se tornar semicondutores, se contiverem elementos multivalentes de transição. Um exemplo
seria quando os vazios eletrônicos carregam cargas elétricas movemdo-se de um íon de ferro para um
outro. Amagnetita é um semicondutor cerâmico com uma reisistividade de 0.02 ohm.cm, a qual é
ocmpatívem com a da grafita e do estanho cinzento. A origem da condutividade é idêntica a do FeO,
entretanto o número de vazios eletrônicos é muito maior porque a fração de Fe 3+ é muito maior.
36
-19.0-Nanomateriais Introdução:

Numa famosa lição dada em 1959 pelo físico Richard Feynman, intitulada “There’s plenty of room at
the bottom” [1],este explorou conceitualmente a possibilidade de manipular a matéria à escala de
átomos e moléculas individuais, imaginando, por exemplo, a Enciclopédia Britânica inteira escrita na
cabeça de um alfinete. A implementação destas ideias pioneiras teve de esperar pelo desenvolvimento
de novas técnicas que nos dessem acesso as escalas submilimétricas, nomeadamente a tecnologia de
fabricação planar da microelectrónica e a microscopia de força atômica e outras técnicas de SPM
(scanning probe microscopy ou microscopia de varrimento de ponta de prova). Um nanometro (nm)
corresponde a um bilionésimo do metro, isto é, 1 nm=10-9 m. Um cabelo humano tem
aproximadamente 40000 nm de diâmetro, e um glóbulo vermelho 7000 nm. Os átomos são de
dimensão subnanométrica, enquanto muitas moléculas, nomeadamente as proteínas, têm dimensões
superiores a um nanômetro. As dimensões de interesse para as Nanociências e Nanotecnologias são
desde 100 nm até ao nível atómico, uma vez que neste intervalo os materiais têm propriedades
diferentes comparadas com as que os mesmos materiais apresentam em volume. Materiais na
nanoescala, entre 1 nm e 100 nm, apresentam propriedades que estão entre os efeitos quânticos dos
átomos e as propriedades em volume dos materiais. Muitas propriedades físicas
dos materiais (propriedades eletrônicas, magnéticas, ópticas, supercondutoras, mecânicas, catalíticas,
imunológicas ou de associação supramolecular) são controladas por processos que têm a sua dimensão
característica na nanoescala, nesta “terra-de-ninguém” entre os átomos e os materiais habituais. Eis
alguns exemplos avulso, de entre os inúmeros que poderiam ser citados: o livre percurso médio para
colisões inelásticas dos elétrons varia entre 1 e 100 nm; o efeito de túnel dos elétrons tem lugar para
distâncias entre 1 e 10 nm; as deslocações inter-atuam a distâncias entre 1 e 1000 nm; as fronteiras de
grão têm entre 1 e 10 nm de espessura; a estrutura secundária das estruturas supramoleculares tem
dimensões da ordem dos 1 a 10 nm, enquanto a estrutura terciária tem dimensões entre 10 e 1000 nm; a
rugosidade da superfície relevante para a catálise é entre 1 e 10 nm, etc.
Deste modo, a Nanociência é o estudo dos fenômenos e a manipulação e controle da estrutura e
propriedades dos
materiais à escala atômica, molecular e macromolecular. A escala de dimensões sob consideração vai
desde cerca de 100 nm até às dimensões atômicas (0.1 nm). A Nanotecnologia corresponde ao projeto,
caracterização, produção e aplicação de estruturas, dispositivos e sistemas em que a matéria é
nanoestruturada.

O objetivo deste artigo é o de definir o que são os Nanomateriais, e o de oferecer uma visão resumida
da situação atual deste tema. Os Materiais são as substâncias de que as coisas são feitas, e cada vez
mais os Químicos, e os Engenheiros Químicos, são chamados a produzir produtos com um conjunto de
propriedades especificadas, o que envolve o desenvolvimento de novos materiais. Os Nanomateriais
aparecem como um novo tipo de materiais, que apresentam novas e distintas propriedades,
processabilidades e capacidades. Nanomateriais Na Nanoescala a 1dimensão têm papel importante os
filmes finos, monocamadas e superfícies. Filmes finos com dimensões que podem ir até à monocamada
são processos centrais da indústria microeletrônica. Superfícies ativas e funcionais são focode
investigação intensa para aplicações em engenharia química e em biotecnologia. O desenvolvimento de
micro-reatores para produção de produtos químicos e farmacêuticos de alto-valor acrescentado, assim
como para aplicações de labon-a-chip, está a gerar um forte interesse da indústria química. Neste tipo
de aplicações, os filmes finos, monocamadas e superfícies são freqüentemente sujeitos a processos de
micro- e nanofabricação top-down utilizando a tecnologia planar da microeletrônica para a sua
incorporação em nanosistemas. Os comprimentos laterais característicos variam entre as centenas de
micrometros (µm) e as dezenas de nm, dependendo das aplicações [4-6]. Na Nanoescala a 2
dimensões os materiais que têm gerado mais interesse são os nanotubos e nanofios. Entre estes,
destacam-se os nanotubos de carbono, descobertos em 1991. Com diâmetros de alguns nanometros e
37
comprimentos de alguns mícron, os nanotubos de carbono, constituídos essencialmente por rolos de
grafite em forma de cilindro, apresentam propriedades mecânicas e eléctricas extraordinárias, devido
ao seu elevado módulo de Young e condutividade elétrica. Nanotubos inorgânicos estão também a ser
estudados. Nanofios, isto é, fios ultrafinos cristalinos têm sido desenvolvidos utilizando silício, GaN,
InP, e mostram propriedades ópticas, elétricas e magnéticas de enorme interesse para aplicações em
nanoeletrônica [7]. Finalmente, biopolímeros, tais como o DNA e proteínas, apresentam enorme
interesse devido à variabilidade e controlabilidade da sua estrutura, assim como à sua capacidade
intrínseca de reconhecimento molecular. Estas características permitem pensar em fabricar estruturas
complexas com funcionalidade mecânica e sensorial [8,9]. As estruturas descritas são fabricadas por
processos bottom-up de auto-montagem (self-assembly) e autoorganização (self-organization),
utilizando regras locais de interacção química e física.Na Nanoescala a 3 dimensões os matérias
centrais são as nanopartículas (partículas com menos de 100 nm de diâmetro). Estas nanopartículas
exibem propriedades mecânicas, ópticas e eletrônicas diferentes das partículas com dimensões
superiores, devidos a efeitos de superfície e efeitos quânticos. As nanopartículas podem ser isoladoras,
semicondutoras ou metálicas. Estas nanopartículas não são geralmente utilizadas por si, mas servem
como matérias--primas, ou aditivos, na formulação de produtos finais. Nanopartículas de
semicondutores são chamadas quantum-dots (pontos quânticos). Fulerenos e dendrímeros também são
incluídos nesta classificação, assim como nanocápsulas, materiais nanoporosos e materiais
nanoestruturados.

-20.0-Aplicações

A maior parte das aplicações atuais dos Nanomateriais constituem uma evolução de práticas
estabelecidas. A razão principal deriva de empiricamente terem sido desenvolvidos, ao longo do tempo,
processos de fabricação que controlavam a nanoestrutura dos materiais. Exemplos incluem: a aplicação
de nanopartículas de TiO2 e ZnO em protectores solares, uma vez que refletem a radiação UV mas são
transparentes no visível; nanotubos de carbono em compósitos de matriz polimérica para controlar a
condutividade elétrica; todo o tipo de filmes finos com espessuras controladas à escala nanométrica ou
atómica e superfícies funcionalizadas para aplicações em eletrônica e catálise; e materiais
nanocristalinos de elevada dureza e resistência ao desgaste para a fabricação de ferramentas de corte. A
curto prazo, a aplicação generalizada de nanopartículas, por exemplo na formulação de tintas
avançadas, na remediação de solos contaminados, em células de combustível, em écrans, em baterias,
como aditivos no combustível e em catalisadores foi proposta e está em estudo. Este tipo de aplicações
tem levantado preocupações sobre o impacto no ambiente e na saúde deste tipo de tecnologia, o que
tem sido objecto de numerosos.
A médio-longo prazo, é possível especular em aplicações como compósitos com nanotubos de carbono
como material de reforço, de modo a permitir a elaboração dum material ultra-leve e com elevada
resistência mecânica, na utilização de nanotubos de carbono e nanofios de silício como transístores em
nanoelectrônica, na utilização de nanopartículas em implantes médicos, memórias magnéticas, e como
nano-rolamentos em produtos lubrificantes. Tal como nos Materiais clássicos, o desenvolvimento e
aplicações de Nanomateriais é um assunto profundamente interdisciplinar, envolvendo a Química, a
Física, a Biologia e as Engenharias, em que as aplicações em perspectiva e potenciais determinam, em
larga escala, a direção da investigação e do desenvolvimento.

38
-20.0.1-Conclusões
Nanopartículas e nanomateriais vão jogar um papel importante no futuro em aplicações estruturais
(cerâmicos, revestimentos, filmes finos, metais, catalisadores, compósitos), em produtos cosméticos,
nas tecnologias da informação (nanotubos, nanoelectrónica, materiais optoelectrónicos), em
biotecnologia (nanocápsulas, materiais biocompatíveis, quantum dots, compósitos, biosensores), nas
aplicações de sensores e microssistemas funcionais (MEMS-microelectromechanical systems,
NEMSnanoelectromechanical systems, SPM, lab-on-a-chip, micro-reactores), e em aplicações
ambientais (nomeadamente em aplicações em nanofiltração e membranas avançadas).

-21.0.2-Reciclagem de Metal.
A metalurgia e a reciclagem se confundem ao longo da História, pois as sucatas são geralmente as
matérias-primas mais convenientes na fundição, não havendo também perdas de qualidade no
processo.
Os metais são muito utilizados em equipamentos, estruturas, embalagens, etc. devido à sua elevada
durabilidade, resistência e facilidade de conformação.
Separam-se magneticamente as sucatas em ferrosas e não-ferrosas e ainda em:
- Sucatas pesadas: geralmente encontradas nos "ferros-velhos" (vigas, equipamentos, chapas,
grelhas etc.).
- Sucatas de processo: cavacos, limalhas e rebarbas, além de peças defeituosas que voltam ao
processo industrial.
- Sucatas de obsolescência: materiais destinados ao lixo após o uso.
O cobre é muito utilizado para ligas: latão e bronze e revestimento de artefatos metálicos. O estanho
é utilizado para revestir internamente latas de aço (folhas-de-flandres) no setor de embalagens,
principalmente para alimentos, para evitar a corrosão pelo alimento. Cromo é utilizado para revestir
latas e vários artefatos metálicos. O zinco e o níquel são utilizados também para revestir artefatos
metálicos. Aço é uma liga de ferro com carvão e baixíssimas quantidades de outros metais
(molibdênio, cromo, níquel, tungstênio, nióbio, etc). Dependendo deste outro metal, temos os
diferentes tipos de aços.
Os metais são 100% recicláveis, por exemplo, para fabricação de uma tonelada de alumínio são
necessárias 5 toneladas de bauxita. A reciclagem de uma tonelada de sucata de alumínio economiza
5 toneladas de bauxita, um recurso natural não-renovável.
As latas, tanto as de folhas-de-flandres quanto as de alumínio, são as principais sucatas metálicas
desprezadas hoje em dia e que podem ser recuperadas em grandes quantidades pela coleta seletiva.
Cada tonelada de aço reciclado representa uma economia de 1.140 kg de minério de ferro, 154 kg
de carvão e 18 kg de cal. Já na reciclagem do alumínio, a economia de energia é de 95% em relação
ao processo primário, economizando a extração de 5 toneladas de bauxita (matéria prima para se
fabricar o alumínio) por tonelada reciclada, sem contar toda a lama vermelha (resíduo da
mineração) que é evitada.

Geralmente os metais ferrosos são direcionados para as usinas de fundição, onde a sucata é colocada
em fornos elétricos ou a oxigênio, aquecidos a 1.550 graus centígrados. Após atingir o ponto de
fusão e chegar ao estado líquido, o material é moldado em tarugos e placas metálicas, que ser
cortados na forma de chapas de aço. A sucata demora somente um dia para ser re-processada e
transformada novamente em lâminas de aço usadas por vários setores industriais - das montadoras
39
de automóveis às fábricas de latinhas em conserva.

O alumínio também é encaminhado para a fundição, obedecendo parâmetros específicos de


processamento. O alumínio reciclado está presente na indústria de autopeças, na fabricação de
novas embalagens, entre outros.

Pode-se concluir que os benefícios da reciclagem de metais são:


- economia de minérios;
- economia de energia;
- economia de água;
- aumento da vida útil dos lixões;
- diminuição das áreas degradadas pela extração do minério;
- diminuição da poluição;
- geração de empregos e recursos econômicos para os intermediários.

-21.0.3-Metais e Meio Ambiente

Zinco
Em águas superficiais, normalmente as concentrações estão na faixa de < 0,001 a 0,10 mg/L. É
largamente utilizado na indústria e pode entrar no meio ambiente através de processos naturais e
antropogênicos, entre os quais destacam-se a produção de zinco primário, combustão de madeira,
incineração de resíduos, produção de ferro e aço, efluentes domésticos. A água com alta concentração
de zinco tem uma aparência leitosa e produz um sabor metálico ou adstringente quando aquecida. O
zinco, por ser um elemento essencial para o ser humano, só se torna prejudicial à saúde quando ingerido
em concentrações muito altas, o que é extremamente raro.

Níquel
Concentrações de níquel em águas superficiais naturais podem chegar a aproximadametne 0,1 mg/L,
embora concentrações de mais de 11,0 mg/L possam ser encontradas, principalmente em áreas de
mineração. A maior contribuição para o meio ambiente, pela atividade humana, é a queima de
combustíveis fósseis. Como contribuintes principais temos também os processos de mineração e
fundição do metal, fusão e modelagem de ligas, indústrias de eletrodeposição e, como fontes
secundárias, temos fabricação de alimentos, artigos de panificadoras, refrigerantes e sorvetes
aromatizados. Doses elevadas de níquel podem causar dermatites nos indivíduos mais sensíveis e afetar
nervos cardíacos e respiratórios.

Ferro Total
O ferro, em quantidade adequada, é essencial ao sistema bioquímico das águas, podendo, em grandes
quantidades, se tornar nocivo, dando sabor e cor desagradáveis e dureza às águas, tornando-as
inadequadas ao uso doméstico e industrial. O ferro aparece, normalmente, associado com manganês.

Cobre
As concentrações de cobre em águas superficiais são, normalmente, bem menores que 0,020 mg/L. As
fontes de cobre para o meio ambiente incluem corrosão de tubulações de latão por águas ácidas,
efluentes de estações de tratamento de esgotos, uso de compostos de cobre como algicidas aquáticos,
escoamento superficial e contaminação da água subterrânea a partir de usos agrícolas do cobre como
fungicida e pesticida no tratamento de solos e efluentes, e precipitação atmosférica de fontes industriais.
As principais fontes industriais incluem indústrias de mineração, fundição e refinação. No homem, a
injestão de doses excessivamente altas pode acarretar irritação e corrosão da mucosa, danos capilares
generalizados, problemas hepáticos e renais e irritação do sistema nervoso central seguido de
40
depressão. Entretanto, a intoxicação por cobre é muito rara. A presença de cobre no sistema de
abastecimento de água, embora não constitua um perigo para a saúde, pode interferir com os usos
domésticos

Chumbo
Dissolvido em águas superficiais naturais os seus teores geralmente encontram-se em quantidades
baixas. A queima de combustíveis fósseis é uma das principais fontes, além da sua utilização como
aditivo anti-impacto na gasolina. O chumbo e seus compostos também são utilizados em
eletrodeposição, metalurgia, materiais de construção, plásticos, tintas, etc. O chumbo é uma substância
tóxica cumulativa.
Uma intoxicação crônica por este metal pode levar a uma doença denominada saturnismo, que ocorre
na maioria das vezes, em trabalhadores expostos ocupacionalmente. Outros sintomas de uma exposição
crônica ao chumbo, quando o efeito ocorre no sistema nervoso central, são: tontura, irritabilidade, dor
de cabeça, perda de memória, entre outros. Quando o efeito ocorre no sistema periférico o sintoma é a
deficiência dos músculos extensores. A toxicidade do chumbo, quando aguda, é caracterizada pela sede
intensa, sabor metálico, inflamação gastro-intestinal, vômitos e diarréias.

-21.0.4-CONCLUSÕES SOBRE IMPACTOS AMBIENTAIS NA PRODUÇÃO DE LIGAS METÁLICAS.


A produção de aço a partir de sucata em indústrias siderúrgicas está resultando
na produção de grandes quantidades de escórias contaminadas por altas
concentrações de uma série de metais pesados tóxicos e potencialmente tóxicos
incluindo o cromo, o chumbo, o manganês e o zinco. A escória armazenada
próxima à planta também está contaminada por uma série de bifenilas
policloradas (PCBs) persistentes. O perfil desses compostos na escória é
consistente com o da mistura técnica de PCB Arocloro 1254. Os resíduos de
escória não são confinados de uma forma que possa prevenir a dispersão desses
resíduos contaminados para o meio ambiente. Uma conseqüência visível disso foi
demonstrada pela presença de altos níveis de um grupo semelhante de metais na
poeira em torno de habitações próximas. Essa poeira está contaminada de forma
semelhante por grandes quantidades de PCBs, com um perfil semelhante ao
encontrado na escória. Sabe-se que a siderurgia de sucata produz grandes
quantidades de poeira com altas concentrações de metais pesados como o zinco,
o chumbo, o cádmio e o cromo. É bastante provável que essa poeira esteja
contribuindo para a emissão de metais pesados tóxicos ao meio ambiente. Além
disso, são fontes significativas de organoclorados altamente tóxicos e persitentes
como as dibenzo-p-dioxinas policloradas e os dibenzofuranos policlorados
(PCDD/Fs). A formação desses compostos geralmente é resultado de
contaminantes cloro-orgânicos na sucata, incluindo contaminantes PCB, e
plásticos (especialmente o PVC). Embora a análise de efluente de siderúrgicas
não apresente contaminantes orgânicos nem níveis elevados de metais, sabe-se
que a qualidade desses efluentes é extremamente variável e, portanto, os
resultados aqui apresentados não representam as piores emissões dessa planta.
A emissão de metais pesados tóxicos e compostoso orgânicos persistentes em
indústrias de produção de ligas de aço aqui demonstrada produz impactos
negativos, não apenas na saúde dos trabalhadores da planta, mas também em
populações humanas, em animais e no meio ambiente, tanto na vizinhança
quanto em regiões mais afastadas.

41
BIBLIOGRAFIA:

• VAN VALCK “PRINCÍPIOS DA CIÊNCIA DOS MATERIAIS” 15º EDIÇÃO. EDIGARD


BLUCHER LTDA, 2004.

• LEOPOLD SCHEER “O QUE É AÇO” 14º EDIÇÃO E.P.U-EDUSP. EDITORA DA


UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO.

• JOÃO GERRA MARTINS / ALBERTO MARIANO PEREITA – “MATERIAIS DE


CONSTRUÇAÕ MECÂNICA” 4º EDIÇÃO

• JOÃO PEDRO CONDE – “QUÍMICA” s/e

REFERÊNCIAS DA INTERNET:

• WWW.GOOGLE.COM- PESQUISA “LIGAS METÁLICAS, MATERIAIS DE


CONSTRUÇÃO MECÂNICA”

• WWW.WIKIPEDIA.COM – “LIGAS METÁLICAS”.

• WWW.CETESB.ORG..BR-

• WWW.GREENPEACE.ORG.BR- “DANOS AMBIENTAIS DA PRODUÇÃO


SIDERÚRGICA E RECICLAGEM DE METAIS”.

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