Jornal do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre - Ano XX - Edição nº 105
Sindicato comemora a criação da Anac
Uma luta histórica dos trabalhadores vira realidade no governo Lula
A direção do Sindicato
participou, no dia 20 de março,
em Brasília, da solenidade de
posse da Agência Nacional de
Aviação Civil (Anac), que irá
substituir o Departamento da
Aviação Civil (DAC), órgão
formado por quadros militares e
que deixará de existir em noventa
dias. Entre os quatro diretores da
Anac, apenas um é militar. A
Agência será responsável por
regular e fiscalizar as atividades
de Aviação Civil e a infra-estrutura
aeronáutica e aeroportuária, de
acordo com as políticas definidas
pelo Conselho de Aviação Civil
(Conac).
Desde os anos 70, os
trabalhadores da aviação vêm
lutando para democratizar o setor,
desvinculando-o do comando da
Aeronáutica, defendendo a
criação de uma lei sobre o tema
no Congresso Nacional. Durante a
Constituinte, na qual o presidente
Lula atuou como deputado, um
projeto intitulado “Pássaro Civil”
tinha esse objetivo e era
defendido pelos sindicatos, mas
Entidades cutistas reúnem-se com Marinho
Os sindicatos cutistas e a
Fentac/CUT reuniram-se, no dia 20
de março, em Brasília, com o
ministro do Trabalho e Emprego
(MTE), Luiz Marinho, para entregar
oficialmente uma posição quanto
ao futuro do setor aéreo no País.
No documento, foram apresentados
seis pontos de discussão, incluindo
a preocupação dos sindicalistas
com os planos de recuperação da
Varig e da Vasp e o retorno das
atividades da Transbrasil.
Os sindicatos solicitaram,
formalmente, a suspensão da
liquidação extrajudicial dos planos
patrocinados pela Transbrasil no
Aerus. Para as entidades, a
liquidação, no momento em que
existem empresários interessados
na volta da recuperação da
empresa, é prematura. O tema foi
discutido em reunião, no dia 21 de
não passou.
Atualmente, as
propostas da
Federação e dos
sindicatos cutistas
para o setor fazem
parte do Projeto de
Reestruturação do
Setor Aéreo
(PReSA), criado
pelos
trabalhadores.
A Anac é uma conquista dos
trabalhadores e precisa ser
comemorada como uma
importante vitória. Não é uma
coincidência que sua constituição
e implementação ocorram durante
o governo Lula.
Os sindicatos do setor
acompanham de perto este
processo, seguindo na luta para
que a Agência seja um órgão
transparente, democrático, que
garanta a segurança de vôo e
escutando a sociedade e os
participantes desta indústria. O
Sindicato espera que a nova
Agência consiga enfrentar os
problemas do setor, fazendo valer
março, no Ministério da Previdência
Social, assim como os demais
planos do Aerus, em especial o
plano da Varig. Centenas de
trabalhadores da Transbrasil, por
exemplo, foram excluídos do plano.
“Eles ficaram na saudade”,
declaram os sindicalistas. As
entidades irão batalhar para que a
Secretaria de Previdência
Complementar (SPC) não acabe
com o Aerus dos demais
trabalhadores.
Dentre as reivindicações
apresentadas a Marinho, foi
solicitado acompanhamento do
Ministério para que a
reestruturação da Varig resulte no
menor número possível de
demissões e pela promoção do
retorno dos vôos da Vasp e da
Transbrasil, e a manutenção da
frota da Vasp.
José Cruz/ABr
Lula, participa da cerimônia de posse da nova
diretoria da Anac, ao lado da ministra da Casa
Civil, Dilma Rousseff, Denise Ayres Abreu, Leur
Lomanto, durante discurso do novo diretor-
presidente da Anac, Milton Zuanazzi
a luta dos trabalhadores por um
novo cenário para a Aviação Civil
e as empresas brasileiras.
!Nota de falecimento
O Sindicato lamenta a morte
do seu ex-diretor, Paulo Muratore
Souza, 60 anos, que faleceu no
dia 15 de março. Além de ter sido
diretor do Sindicato durante
muitos anos, Souza também
trabalhou por muito tempo na
Varig e foi jogador de futebol dos
times gaúchos Grêmio e
Internacional. Ele deixou de atuar
politicamente somente quando
aposentou-se. O Sindicato
expressa seus sentimentos aos
seus amigos e familiares.
RETROATIVO DA VEM E VARIGLOG:
A direção do Sindicato reúne-se na quinta-
feira (23/3) com a VarigLog, às 10h30min,
na sede do Sindicato Nacional das
Empresas Aeroviárias (SNEA), no Rio de
Janeiro, para discutir o pagamento do
retroativo de 5,8%. À tarde, o Sindicato
reúne-se com a VEM, às 16h30min, na
sede da empresa, para tratar sobre a
mesma pauta.
AGC DA VASP E VARIG: Nesta sexta-feira
(24/3) ocorrerá a primeira Assembléia Geral
de Credores da Vasp, em São Paulo. No
dia 29 de março, será realizada nova
Assembléia Geral de Credores da Varig,
para escolha dos gestores do FIP créditos.
 Editorial Sindicato defende vagas
VEM questiona representação sindical para aeroviários da K2
Não é de hoje que se A direção do Sindicato reuniu-

?
escuta, na “rádio-corredor”
da VEM, que a empresa
"sugere" que a
representação sindical de
seus trabalhadores deixe de
ser o Sindicato dos
Aeroviários e passe para o
Sindicato dos Metalúrgicos. O que
nos causa estranheza é que a
VEM parece não compreender a
dimensão do problema que terá
de enfrentar caso isso venha a se
concretizar.
Primeiramente, os
trabalhadores da VEM são
aeroviários, categoria com lei
própria e direitos específicos
conquistados através da luta
sindical. Os metalúrgicos também
têm os seus.
Um dos atrativos dos
aeroviários é o ganho de
passagens aéreas. Perder esse
direito significaria ter menor
interesse em continuar na
empresa. Então, a VEM perderia,
talvez, seus melhores quadros e
teria que enfrentar a mobilização
encabeçada por Sindicato, que
representa um número muito
maior de trabalhadores e uma
categoria extremamente
organizada.
Acima de tudo isso, é
importante ressaltar que ambos
Reafirmar o Sindicato é fortalecer o trabalhador
Aeroviários: abram os olhos. É
o Sindicato que os defende.
Não cedam à pressão das
empresas pela assinatura do
documento que exime as mesmas
da responsabilidade de pagar a
contribuição assistencial ao
Sindicato.
O percentual de 2%, sobre o
reajuste, pago em duas vezes de
1%, é muito importante para o
Sindicato, pois cobre as despesas
de campanha salarial e de todas
as lutas em defesa da categoria.
A contribuição sempre foi
acordada em assembléia geral
AEROFolha é uma publicação do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre
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As matérias editoriais são de responsabilidade do Sindicato. Editado em 22/03/2006 - Tiragem: 2500 exemplares
os sindicatos são cutistas,
ou seja, defendem uma
série de questões de forma
unificada. E que, além
disso, lutar junto aos
demais trabalhadores do
setor aéreo é tarefa de extrema
responsabilidade para todos nós,
em defesa de nossos empregos,
direitos e da soberania do nosso
País. Um trabalhador se mantém
por questões econômicas, mas
também por aspectos subjetivos.
Temos uma profissão, somos
aeroviários.
Perder essa identidade
significa abrir mão de qualquer
respeito pela empresa em que
atuamos, não se importar com o
seu futuro. O Sindicato dos
Aeroviários defende os seus
trabalhadores judicialmente, em
ações trabalhistas, sem perder
esse norte. Isso iria acabar.
Se a VEM prefere que seus
trabalhadores sejam integrantes
do Sindicato dos Metalúrgicos,
que representa uma das maiores
categorias de trabalhadores do
Brasil, pode esperar que o feitiço
vire contra o feiticeiro. Mas isso
não seria bom para ninguém. E na
luta maior, nossos sindicatos são
irmãos. E, com certeza, seguirão
nos apoiando sempre que
precisarmos. (A Direção)
com os trabalhadores.
Se os empresários querem
enfraquecer o Sindicato, não são
os trabalhadores que irão
contribuir para que isso ocorra.
O Sindicato segue na luta para
defender os aeroviários, os seus
direitos e por uma melhor
qualidade de vida para todos.
Fique atento. Desde o início do
movimento sindical, as empresas
fazem de tudo para enfraquecê-lo.
Mas foi através de luta que os
trabalhadores conquistaram o
avanço e a manutenção de seus
direitos.
se com a superintendência da
Infraero, na sexta-feira (18/3),
solicitando uma posição da estatal
quanto ao destino dos
trabalhadores da K2, já que irá
abrir novo processo de licitação
para substituir a empresa.
O Sindicato pediu que os
trabalhadores da K2 sejam
priorizados nos postos de trabalho
que serão abertos, independente
da nova empresa contratada.
Além disso, a direção do Sindicato
espera que a K2 pague todos os
direitos trabalhistas devidos
(FGTS, horas extras, salários,
vale-transporte e férias).
O Sindicato exige que, desta
vez, a Infraero faça um processo
licitatório sério. Se contratar
novamente uma empresa que
cobre valores muito baixos, como
tem feito, com certeza, mais uma
vez, a empresa que vencer a
licitação não conseguirá cumprir
com a Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) e a Convenção
Coletiva de Trabalho (CCT).
Em tempo - A K2 ainda não
pagou as férias dos trabalhadores.
Calor para uns,
bem-estar
para outros
A Infraero parece querer
economizar de forma não muito
inteligente. Nos últimos dias,
todos os trabalhadores e
passageiros que transitaram pelo
Aeroporto Internacional Salgado
Filho tiveram que suportar um
calor acima dos 30 graus, por
conta da empresa não estar mais
ligando o ar condicionado.
Entretanto, contrariando esta
atitude descabida de política
econômica, na superintendência
da Infraero, a direção do Sindicato
foi recebida numa temperatura
bem mais amena, com ar
climatizado.
NÃO FIQUE SÓ. FIQUE SÓCIO!