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MEDICINA LEGAL
CADERNO
Obs.: Todo crime que deixa vestígio, exige perícia para IML (agressão física –
ART 129); Sexológico (abuso sexual); erro médico; seguro (ex.: amputa a
própria mão).
Portanto, a Medicina Legal refere-se a cadáveres e vivos.
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
Quando diagnosticadas doenças graves (Ex.: tuberculose). O Estado tem que
ser informado, mesmo o paciente não tendo conhecimento da doença.
LIVRO
Flamínio Fávero: Medicina Legal: “a aplicação dos conhecimentos médico-
biológicos na elaboração e execução que deles carecem”.
Segundo Carraça, a Medicina Legal é a ciência que constitui uma ponte entre o
direito e a medicina, enriquecendo aquele de conhecimentos médicos, e
permeando a esta do saber dos juristas.
JUSTIÇA
Refere-se a atos humanos, isto é, exige-se justiça aos homens, não à natureza.
JUSTIÇA E DIREITO
“Justiça”” se trata de uma coação socialmente aceita, ou seja, uma coação que
a comunidade apóia ou mesmo cria.
DIREITO E NORMA
O direito é formado por um conjunto de normas. As normas, cuja violação
implica uma determinada sanção, são as jurídicas: privação da liberdade,
indenização pelos danos causados, anulação de um contrato ou de um
testamento que não tenha sido feito de forma prescrita, etc.
OS CÓDIGOS DE PROCESSO
Constituem o conjunto de leis subsidiárias que regulamentam a lei principal. O
Código de Processo Civil e o Código de Processo Penal são conjuntos de
normas que regem os procedimentos adotados durante o processo civil e o
penal.
PROCESSUALÍSTICA CIVIL
Quando alguém sofre uma lesão em seu patrimônio, provocada por outrem, e
este nega-se a reparar o dano, para ser ressarcido deverá recorrer à via
judicial, iniciando então um processo civil.
PROCESSUALÍSTICA PENAL
Compete à Justiça penal a averiguação, constatação, julgamento e punição
das infrações ao Código Penal, isto é, os crimes.
Após constatar que houve umc rime e obter provas, quem foi a vítima, quem é
o provável criminoso e as circunstâncias em que ocorreu o delito, o delegado
faz sumário do caso e envia o inquérito ao fórum. No fórum o inquérito policial é
recebido, registrado e distribuído para uma das varas criminais, indo ter às
mãos do Promotor de Justiça.
A PROVA
A partir do momento em que ocorre um fato ilícito e a justiça é acionada, esta
empenha-se em coletar e analisar provas que permitam o estabelecimento da
verdade jurídica. As provas são os elementos-chaves para o estabelecimento
da justiça.
CADERNO
PERITO
Especialista que realiza perícia, e pode ser qualquer profissão.
A palavra “perito” deriva do prefixo latino per, peritos, que significa percorrer,
mover-se através, que deu origem às palavras experiência e esperto.
**PERITOS
São experts em determinados assuntos, incumbidos por autoridades
competentes de os esclarecerem num processo.
- Peritos Oficiais
Inseridos na função através de concurso público.
- Peritos Nomeados/louvados/”ad-hoc”/Judiciais
Nomeado – Não é perito oficial, mas é nomeado para determinados
processo.
PERÍCIA MÉDICO-LEGAL
É todo procedimento médico (exames clínicos, laboratoriais, necrospia,
exumação) promovido por autoridade policial ou judiciária, praticado por
profissional de medicina, visando prestar esclarecimentos à justiça.
Para que seja realizada uma perícia tem que haver a requisição de uma
autoridade.
ASSISTENTE TÉCNICO
Também é um perito nomeado. Assiste as partes e não ao Juiz. Assim, é
parcial, tendencioso. Dá assistência ao advogado da parte.
IMPEDIMENTO DO JUIZ
O Juiz está por Lei impedido de participar de determinado processo.
O médico não pode atuar como perito em em casos de seus pacientes, mas
pode ser Assistente Técnico (não está sujeito a SUSPEIÇÃO).
LEI 11.690/2008
Atualizou/modificou o “Código Penal” quanto ao Assistente Técnico.
Todo laudo pericial era feito por dois peritos, atualmente é necessário somente
um.
Quando no local não há peritos, devido a distância, a perícia será realizada por
duas pessoas idôneas, portadoras de diploma superior e de preferência com
habilidade técnica (área específica quanto a natureza do exame).
FALSA PERÍCIA
ART. 342 DO CPP
Afirmação contra a verdade; a negação da verdade e o silêncio sobre a
verdade.
IMPERÍCIA
Ignorância, falta de conhecimento técnico-científico, inabilitação específica para
prática de determinado ato.
ART. 18
Diz-se o crime: Doloso (quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco
de produzi-lo). Culposo (o agente deu causa ao resultado por negligência ou
imperícia).
LIVRO
PERÍCIA MÉDICA
Pode ser de dois tipos:
1) Administrativas
Securitárias, estatuárias, etc.
2) Judiciais
Cíveis, criminais, trabalhistas, etc.
ACEITAÇÃO DA PERÍCIA
Nos casos em que a inexistência de peritos oficiais torna necessária a
nomeação de profissionais que não executam perícias como ofício, sua
aceitação pelo nomeado, no foro criminal, é obrigatória (CPP, ART. 277), salvo
escusa atendível.
DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS
** Notificações Compulsórias
** Relatórios (laudos – perícia)
** Pareceres (opinião de um especialista)
** Atestados
** Consulta / Depoimento Oral
NOTIFICAÇÕES COMPULSÓRIAS
São comunicações obrigatórias feitas pelo médico às autoridades competentes,
por razões sociais ou sanitárias:
CÓDIGO PENAL
ART. 269 DO CP
Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é
compulsória: Pena – Detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
ART. 66 DO CP
Deixar de comunicar a autoridade competente:
I - Crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício de função
pública, desde que a ação penal não dependa de representação;
ART. 154 DO CP
Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de
função ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a
outrem.
Pena – Detenção de três meses a um ano, ou multa.
Parágrafo único – Somente se procede mediante representação.
5 - Morte Encefálica
Lei 9434 de 1997 – art. 13
Morte encefálica é diferente de morte cerebral: Juridicamente afirma que a
pessoa está morta quando ocorre a morte encefálica.
- Cérebro = dentro do crânio
- Encéfalo = cérebro fica dentro
Portanto, para ocorrer a morte, tem que atingir o encéfalo, que
consequentemente “para” todos os órgãos inseridos em seu interior/exterior.
1) CONCEITO
2) TIPOS
** O relatório é chamado de LAUDO quando é redigido pelo perito,
posteriormente ao exame.
** O relatório é chamado de AUTO quando é ditado pelo perito ao escrivão,
durante o exame ou logo após.
3) FORMA
O Relatório Médico-Legal deve ser redigido de forma padronizada, obedecendo
a certas normas que facilitam sua análise. É composto das seguintes partes:
1 – PREÂMBULO
É a introdução do relatório e serve-lhe como cabeçalho. É conveniente que
contenha a data e o local do exame, a qualificação do(s) perito(s) e da
autoridade requisitante, a qualificação do examinado e o tipo de exame
pericial solicitado.
- Qualificação da autoridade solicitante
- Qualificação do examinado
- Qualificação do perito
- Data
- Hora
- Local
- Tipo de Perícia
2 – QUESITOS
São as perguntas formuladas pela autoridade judiciária ou policial, pela
promotoria pública ou pelos advogados das partes.
3 – HISTÓRICO
Todas as informações pertinentes fornecidas pela autoridade requisitante,
por outros profissionais (ex.: peritos criminais), ou por outras fontes
fidedignas (laudos, prontuários, fichas ou exames médicos anteriores,
relatórios ou outros documentos relacionados com o caso), além do
depoimento do examinando, de seus familiares ou de pessoas que
presenciaram a ocorrência ou o desenrolar dos fatos que interessam à
perícia.
4 – DESCRIÇÃO
O perito fará o VISUM ET REPERTUM dos textos clássicos, isto é, após
proceder ao exame apurado, deverá descrever, de modo precioso e
minucioso, exatamente o que viu (relatar exatamente o que foi visto). Deve
ser referida a técnica utilizada, as observações feitas, os exames realizados
ou solicitados e os seus respectivos resultados, com esquemas e
fotografias.
5 – DISCUSSÃO
O perito fará os diagnósticos e prognósticos que julgar necessários,
exteriorizará suas impressões pessoais a respeito do caso, alicerçando-se,
sempre, em justificativas coerentes, documentando suas assertivas com
citações de tratadistas ou com referências bibliográficas adequadas ao
caso.
6 – CONCLUSÃO
4) REGULAMENTAÇÃO
Vários dispositivos legais (perícias e peritos) dizem respeito ao relatório
médico-legal (laudo ou auto). ARTS. 160 AO 168; 170; 171; 176; 179 AO
182 (CÓDIGO DE PROCESSO PENAL) E 421; 425; 426;427; 429; 430;
431; 432; 433 e 435 (CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL)
PARECER
** Documento utilizado para dirimir divergências na interpretação dos achados
de uma perícia.
** Pode ser solicitado pelo Juiz, a fim de esclarecer dúvidas sobre uma perícia.
** Parecer é literalmente “opinião de um especialista”. NÃO É LAUDO.
1 – PREÂMBULO
Consta a qualificação do solicitante, qualificação do parecerista (com
enumeração de seus títulos), número do processo e vara em que tramita.
2 – EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS
Breve relato dos quesitos formulados e do histórico.
4 – CONCLUSÃO
Síntese clara dos pontos relevantes da discussão.
ATESTADO MÉDICO
1) CONCEITO
Atestado Médico é a afirmação simples e por escrito de um fato médico e de
suas conseqüências. É um documento firmado por solicitação do interessado
ou de seu representante legal.
1 – OFICIOSOS
2 – ADMINISTRATIVOS
Quando exigidos por autoridade administrativa (funcionários públicos –
licenças ou aposentadoria -, atestados de sanidade física e mental para
concursos públicos, INSS).
Ex. Funcionário Público que vai se ausentar do trabalho, para assegurar os
benefícios.
3 – JUDICIÁRIOS
Se requisitados por Juiz (jurados que faltam ao Tribunal do Júri).
CÓDIGO PENAL
O Código Penal Brasileiro regulamenta a matéria nos seguintes termos:
ART. 302
Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso.
Pena – Detenção de um mês a um ano.
Parágrafo Único – Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também
multa.
ATESTADO DE ÓBITO
O médico que vai fornecer o atestado tem que fazer o diagnóstico da morte e
também o da doença ou evento traumático que a ocasionou.
COMUNICAÇÕES OBRIGATÓRIAS
São documentos que relatam fatos observados ou constatados no exercício da
profissão e que, por força de lei, o médico tem obrigação de comunicar.
São Obrigatórias:
- Comunicações de Doenças de Notificação Compulsória (CP): ART. 269
- Comunicação de Toxicomania (DEC.-LEI Nº 891/38): ART. 27
- Comunicação dos Crimes de Ação Pública (LCP): ART. 66
- Comunicação das Doenças Profissionais e das Produzidas por Condições
Especiais de Trabalho (CLT): ART. 169
IML
- Mortes violentas
* Meta – traumática
- Suspeita
- Presos
- Sem identificação – A pessoa é enviada ao IML para identificação
- Natimorto – Bebê que nasce morto, também recebe atestado de óbito.
Quando nasce e respira, recebe atestado (declaração) de nascido vivo, tem
registro e atestado de óbito.
ANTROPOLOGIA FORENSE
É a aplicação prática ao Direito de um conjunto de conhecimentos da
Antropologia Geral, visando principalmente às questões relativas à identidade
médico legal e à identidade judiciária ou policial.
IDENTIDADE
Conjunto de características que diferenciam as pessoas. Essas características
que dão a identidade às pessoas, favorecendo o reconhecimento dos mesmos.
Todo o ser apresenta um conjunto de caracteres que o definem, que são a sua
identidade. Uma cousa, um corpo, um ente só pode ser idêntico a si mesmo.
IDENTIDADE HUMANA
Pode ser dividida em:
a) Subjetiva
É a noção que cada indivíduo tem de si próprio, no tempo e no espaço.
b) Objetiva
Mostra que um indivíduo examinado é o mesmo que em passado recente
ou remoto foi submetido a igual exame.
IDENTIFICAÇÃO
Série de processos (procedimentos) para identificar uma pessoa.
PROCESSO
É uma sequência de eventos, porque não pode se basear em uma única
característica para identificar uma pessoa.
Portanto, todo método de identificação é um processo.
MATERIAL DE ESTUDO
A identificação pode ser feita: no vivo; no morto e em restos e outros materiais.
a) No Vivo
b) No Morto
Realizada em cadáveres encontrados nos mais variados lugares, quando
informações sobre sua identidade sejam escassas ou inexistentes.
c) Em Locais de Crime
A identificação através de pêlos, manchas de sangue ou esperma, pegadas
ou impressões digitais, em muito vem facilitar as investigações.
MEIOS DE IDENTIFICAÇÃO
O ato de identificação compreende três fases:
1) O registro de certos caracteres permanentes do indivíduo, capazes de o
distinguir dos demais, em qualquer época de sua vida;
3) A comparação dos elementos colhidos nas duas fases anteriores para que,
seja negada ou afirmada a sua identidade.
Unicidade / Variedade
Que determinados elementos sejam específicos daquele indivíduo e diferente
dos demais.
Imutabilidade
São características que não mudam e não se alteram ao longo do tempo. Ex.:
Digital
Perenidade
Consiste na capacidade de certos elementos resistirem a ação do tempo, e que
permanecem durante toda a vida e até após a morte.
Praticabilidade
Um processo que não seja complexo, tanto na obtenção como no registro dos
caracteres.
Classificabilidade
As ondas que tem nos dedos = cristas papilares, que são linhas que vão de
uma ponta a outra (A – Sistema Marginal), e também no centro formando
ondas (B – Sistema Nuclear) e os que ficam na base – embaixo (C – Sistema
Basilar).
PAPILOSCOPISTA
Especialista em impressões digitais.
IMPRESSÕES DIGITAIS
** Moldadas
Superfície plástica (tinta fresca);
** Latentes
Revelação (carbonato de chumbo, negro de fumo);
** Reveladas
Sangue, graxa.
DEDOS
- D – (Direito) I 2 4 1 1
- E – (Esquerdo) A 4 3 1 2
SISTEMAS LINEARES
Sistema onde o dedo é dividido em 3 partes:
A = Sistema Marginal
B = Sistema Nuclear
C = Sistema Basilar
- Pontos Característicos:
Forquilha, Cortada, Bifurcação, Ilhota e Encerro.
LIVRO
A IDENTIFICAÇÃO POLICIAL OU JUDICIÁRIA pode ser realizada seguindo
vários setores, tais como: A Identificação Dactiloscópica, o estudo das pegas e
das impressões dentárias, e o método antropométrico segundo Bertilon.
IDENTIFICAÇÃO DACTILOSCOPICA
É o método de identificação que, para fins policiais, melhor preenche os
requisitos técnicos. Baseia-se na disposição das cristas papilares que se
encontram na polpa dos dedos; um desenho característico, absolutamente
individual, que não se modifica durante toda a vida. As cristas deixarão marcas
positivas ou negativas, dependendo de qual seja o material em que se
depositam ou da substância que as recubra: são as IMPRESSÕES DIGITAIS.
SISTEMAS DECADACTILARES
São os que utilizam os dez dedos como base da classificação. Na Argentina,
VUCETICH lançou as bases de um sistema de classificação, que é o adotado
no Brasil.
A identificação medico legal é sempre feita por médicos legistas (colher sangue
ou ossos; verificar a medida do crânio; pelve para definir sexo; etc.)
É feita quanto a:
ESPÉCIE:
1 - Ossos
Analisar microscopicamente (dimensões e caracteres) e
macroscopicamente (células ósseas).
2 - Sangue
** Análise dos cristais de Teichmann (sangue);
RAÇA (crânio)
** Genótipos morfológicos (características físicas), que caracterizam subtipos
da espécie humana. Observa-se várias características para definição.
- Tipo Australoide: estatura alta; pele trigueira; nariz curto e largo; mento
retraído.
SEXO
Crânio; tórax; Pelve (quadril); análise cromossomial (46XY ou 46XX); genitália
interna (útero, ovários, próstata); genitália externa.
IDADE
Aparência (imprecisão); Pele (rugas); Pelos (pubianos, axilares, calvície,
encanecimento = brancos); globo ocular (arco senil = arco branco ao redor do
globo ocular); Dentes; Suturas cranianas (junção dos ossos); Radiografias dos
ossos (pontos de ossificação e soldadura das epífises – punho, cotovelo,
joelho, tornozelo, bacia, crânio).
ESTATURA
- No vivo = em pé
- No morto = régua específica
- Ossadas = comprimento dos ossos longos
** Tábua Osteométrica de Broca
** Tabela de Étienne-Rollet
** Tabela de Trotter e Gleser (sexo e raça)
SINAIS INDIVIDUAIS
Manchas; cicatrizes; pintas.
MALFORMAÇÕES
Lábio leporino; escoliose (coluna); junção de dedos; dedos a mais; etc.
TATUAGENS
Sinais marcados no corpo; piercing; etc.
Obs.:- O corpo acaba inchando e altera a forma e cor.
CICATRIZES
Dependendo da pessoa a cicatrização é diferente. Qualquer sinal é
importante para individualizar e identificar a pessoa.
Obs.:- Tem que haver vários pontos coincidentes e nenhum discordante para
caracterizar a identificação do corpo, ou seja, são dados importantes para a
identificação.
DNA
- Vínculo genético de paternidade;
- Investigação criminal (sêmen; pelos; saliva; sangue; partes cadavéricas;
confronto).
Obs.: São analisados alguns cromossomos.
Importantes:
- Custo (muito elevado);
- Material disponível (amostras degradadas X tempo para obtenção dos
resultados);
- Banco de dados (não temos no Brasil);
- Manutenção da cadeia de custódia (procedimentos para garantir que
não houve fraude (saber que a amostra que saiu da pessoa é a
mesma que chegou no laboratório e consequentemente deu origem ao
resultado);
- Metodologia e credibilidade do laboratório.
TÓPICO 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18 E 19 – TRAUMATOLOGIA FORENSE
TRAUMATOLOGIA FORENSE
Referem-se às lesões causadas por “pancadas”.
Portanto, refere-se a energia de ordem externa que atinge um corpo e o
danifica.
LIVRO
LESÕES PESSOAIS
As lesões que a pessoa humana pode sofrer – em seu corpo e em sua saúde,
inclusive mental – têm sido denominadas lesões corporais; é mais exato que as
denominemos lesões pessoais (ART. 129 do Código Penal – “ofender a
integridade corporal ou a saúde de outrem”).
LESÕES LEVES
São as lesões que ofendem a integridade corporal ou a saúde de outrem
(elemento positivo) mas de que não resulta incapacidade para as ocupações
habituais por mais de trinta dias, perigo de vida, debilidade, perda ou
inutilização de membro, sentido ou função, etc. A pena respectiva é de
detenção de três meses a um ano.
LESÕES GRAVES
São as lesões caracterizadas pelos termos do Parágrafo 1º do ART. 129, em
que a pena é marcada pela reclusão, de um a cinco anos.
ART. 129 – Parágrafo 1º: “Se resulta (da ofensa à integridade corporal ou à
saúde de outrem): I – Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de
trinta dias; II – Perigo de vida; III – Debilidade permanente de membro, sentido
ou função; IV – Aceleração de parto”.
Perigo de Vida
Caracterizada a existência atual ou passada de um perigo de vida, a hipótese
da lesão grave se configurará.
Aceleração de Parto
Está ligada à abortamento conseqüente, a lesão corporal (lesão gravíssima).
ART. 129, Parágrafo 2º.
LESÕES GRAVÍSSIMAS
São aquelas ofensas à integridade corporal ou à saúde de outrem de que
resulta: I) Incapacidade permanente para o trabalho; II) Enfermidade incurável;
III) Perda ou inutilização de membro, sentido ou função; IV) Deformidade
permanente; V) Aborto. ART. 129, Parágrafo 2º - e conduzem à pena de
reclusão, por dois a oito anos.
Enfermidade Incurável
Refere-se ao estado de desvio da normalidade. Restará perturbações que se
sucederem ao trauma.
Deformidade Permanente
Para que esteja presente a deformidade, na sua configuração jurídica,
necessário se torna que ela preencha dois requisitos SINE QU NON: a
aparência e a permanência.
Abortamento
Será estudado conjuntamente com a figura da aceleração do parto (ART. 129 –
Parágrafo 2º, item V). A interrupção da gravidez conseqüente a uma lesão
corporal.
LESÕES MORTAIS
Constituem o maior dano à pessoa humana, pois que lhe extinguem a vida.
(ART. 121, ART. 129, Parág. 3º, ART. 123 e ART 134).
Matar alguém será sempre homicídio; este poderá ser simples ou qualificado,
havendo também atenuação da pena em determinadas circunstâncias e
condições.
A perícia deverá esclarecer aquilo que o Código não quis ver, mas que o Juiz
saberá, seguramente, ver e julgar. Informe o perito, com clareza e
discernimento, o que em sua consciência concluiu.
1. ENERGIAS MECÂNICAS
- LESÕES INCISAS
São causadas por agentes CORTANTES, ou seja, que agem por
DESLIZAMENTO através de uma borda aguçada a que se dá o nome de
gume ou fio, seccionando as fibras dos tecidos.
A lesão é mais extensa que profunda; bordas lisas e regulares com ângulos
muito agudos; mais profunda no terço inicial; cauda de escoriação (quando o
corte com faca: no final quando está saindo, causa um risco). e geralmente
muito sangrantes.
Ex.:- Suicídio (corte no punho) – Tem lesões de excitação (tentativas).
SINAL CHAVIGNY – Significa costurar a lesão para verificar qual foi feita
primeiro.
a) ESQUARTEJAMENTO
Divisão do corpo em partes (quartos), para ocultação ou para dificultar a
identificação (post mortem). Ex.: Tiradentes / Homicídio do Dr. Farah
(desmembra o corpo nas articulações).
b) ESPOTEJAMENTO
Redução do corpo a fragmentos diversos e irregulares (intra vitam). Ex.:
Acidentes Ferroviários.
c) DECAPITAÇÃO
Separação da cabeça do corpo (também para dificultar a identificação).
d) ESGORJAMENTO
Lesão transversal profunda na região anterior do pescoço. Ex.; Lesão do
Jack estripador
e) DEGOLAMENTO
Lesão em outras partes do pescoço, principalmente posterior, muitas
vezes com lesão da coluna).
- LESÕES CONTUSAS
São causadas por agentes CONTUNDENTES, que age por PRESSÃO e
DESLIZAMENTO na maioria das vezes, mas podem atuar por: pressão;
explosão; deslizamento; percussão; compressão; descompressão; distensão;
torção; contragolpe; forma mista.
a) Contusão Ativa
O agressor pratica o ato.
b) Contusão Passiva
A vítima vai até o agressor.
c) Contusão Mista
Contusão Lacero-Contusa:
Lesão contusa onde a pele se rompeu porque a pressão exercida foi maior
que a resistência da pele – geralmente na superfície óssea.
- Lesões Perfuroincisas
São causadas por agentes PERFUROCORTANTES – Agente de fura, dá
profundidade e corta.
- Lesões Perfurocontusas
São causadas por agentes PERFUROCONTUNDENTES – Perfura e
contunde.
- Lesões Cortocontusas
São causadas por agentes cortocontundentes.
RUBEFAÇÃO
É uma vermelhidão; os vasos sanguíneos ficam dilatados (congestão repentina
e momentânea).
Obs.: A pura rubefação não é crime.
ESCORIAÇÃO
Típico ralado.
- Arrancamento da epiderme e desnudamento da derme (a derme fica
exposta);
- Saída de serosidade e sangue;
- RESTITUTIO AD INTEGRUM – Reepitelização;
- Formação de crosta serosa – Não em lesão POST MORTEM (a crosta –
casquinha – somente se forma em pessoas vivas);
- Abrasão (ralar no asfalto);
- Lesão de arraste: escoriação (cair de moto e arrastar no asfalto).
EQUIMOSE
É uma mancha na pele, cuja cor pode variar de acordo com o tempo que foi
feita. É provocada pelo sangue derramado, que se infiltra nos tecidos formados
pela lesão e ocasionando a mancha.
Acontece a partir de uma infiltração hemorrágica nas malhas dos tecidos, por
rotura de capilares = mancha.
** São manchas “roxas” deixadas no corpo devido, por exemplo, a um topão na
quina da cama.
- Prova irrefutável de reação vital (é incontestável). Morto não forma equimose.
- Mais comuns em regiões com planos resistentes sob a área traumatizada.
- Podem aparecer tardiamente (a lesão pode aparecer na pele posteriormente).
- As vezes imprimem a marca dos objetos de origem.
Tonalidade da Equimose
- AVERMELHADA (no início); VERMELHA (escura); VIDÁCEA; AZULADA;
ESVERDEADA e AMARELADA.
HEMATOMA
TOMA = No sentido de tumoração, que significa o aumento de volume.
- Rompe-se os vasos maiores, que além de causar uma mancha na pele,
causa o aumento do volume (calombo).
- Extravasamento de sangue de vaso calibroso.
- Não há difusão nas malhas dos tecidos (coleção sanguínea).
- Aumento de volume.
- Pode causar relevo na pele ou interno (não é visível na pele).
- Absorção mais demorada.
No hematoma forma a mancha e o aumento do volume (calombo).
Hematoma Subdural
Quando ocorre no cérebro, onde incha e empurra para baixo (dentro do crânio).
LESÃO LÁCERO-CONTUSA
Lesões abertas – ação contundente vence a resistência e elasticidade da pele;
Forma estrelada, sinuosa ou retilínea; Bordas irregulares, escoriadas e
equimosadas; Fundo irregular; Vertentes irregulares; Pontes de tecido íntegro
LESÃO PÉRFURO-INCISA
Lesão causada por agente PÉRFURO-CORTANTE, perfurando com a ponta e
cortando com o gume. Age por PRESSÃO e DESLIZAMENTO.
Ex.: Tesoura aberta
LESÃO CORTO-CONTUSA
Causada pro agente CORTO-CONTUNDENTE, portador de gume e com ação
contundente, agindo por DESLIZAMENTO, PERCUSSÃO e PRESSÃO.
Características da Lesão:
- Bordas regulares e contundidas, porque tem gume (cortou)
- Não tem causa de escoriação
- Forma variável
- Geralmente causa lesão profunda
- Características cortantes e contundentes
- No fundo da lesão não tem tecido íntegro no seu interior
LESÃO PERFURO-CONTUSA
Causada por agente PÉRFURO-CONTUNDENTE, que atua através de uma
ponta, perfurando e contundindo os tecidos. Age por PRESSÃO (perfura e
causa contusão – Ex.: lesão causada por um pincel atômico, introduzido no
abdomem).
** A ação contusa pode se dar pela largura do objeto ou por sua ponta romba.
O que atinge o corpo da vítima: projétil; pólvora; fuligem e fogo. Não causa
queimadura na pele porque é muito rápido.
Disparos Encostados
A “boca” da arma está encostada na pele da vítima – através do projétil, vai
tudo para dentro do corpo da vítima.
- Forma Variada, Irregular, estrelada (devido a proximidade do tiro, a tendência
é que os gases voltam e a pele fica estrelada)
- “Tudo Dentro”
- Sinal da Câmara de Mina de Hoffmann (Tipo de mina de carvão – o projétil
entra na pele, abre caminhos e são impregnados de fuligem (Câmara de
Mina).
PORTANTO, O SINAL DA CÂMARA DA MINA DE HOFFMANN (FICA TUDO
PRETO, DEVIDO A FULIGEM), somente ocorre em DISPAROS
ENCOSTADOS (no tecido subcutâneo).
- Sinal de Benassi
** halo de fuligem e pólvora na lâmina externa do OSSO (ocorre no osso).
- Sinal de Puppe-Werkgaertner
** Marca da boca da arma e da massa de mira na pele
** Geralmente em Abdome
** Trata-se de equimose e não de queimadura
Obs.: Dependendo do local a pele não se rompe, mas é jogada contra o cano
da arma, formando uma EQUIMOSE pela boca da arma.
- Sinal de Bonnet
Diferenciação de orifício de entrada e saída em ossos chatos (crânio).
ORIFÍCIO DE SAÍDA
- Forma irregular ou estrelada. Também pode ser redondo e circular, pois
depende do projétil; da forma.
- Bordas Evertidas (para fora)
- Maior Sangramento (no orifício da saúde)
- Não apresenta orla de escoriação e enxugo (não há escoriação da epiderme
porque o projétil vem de dentro para fora).