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CONCURSOS PÚBLICOS
DISCIPLINA:
Direito Comercial
Professor: Dr. Ricardo Brosco
Aula
Escrituração e Estabelecimento
Escrituração e Estabelecimento
1- A escrituração
O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade,
mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a
documentação respectiva, por força do que dispõe o artigo 1.179 do Código Civil. É a organização de uma
contabilidade.
Contabilidade é a ciência que tem por finalidade a orientação e o controle dos atos e feitos da
administração econômica. Como ciência autônoma, tem por objeto o estudo do patrimônio do empresário.
Uma empresa sem contabilidade é uma entidade sem memória, sem identidade e sem condições de planejar
seu crescimento.
Escrituração é a redução a escritos das operações contábeis. É a arte de escrever e efetuar nos livros
dos estabelecimentos lançamentos sucintos e claros dos atos e contratos realizados no curso da
administração patrimonial.
2- Funções da escrituração
Em primeiro lugar, podemos dizer que a escrituração tem função gerencial, pois é necessária para o
empresário controlar o negócio. A segunda função da escrituração é a documental, já que a escrituração
não pode mais ser feita sem critérios uniformes e reconhecidos como pertinentes pelos seus destinatários.
Finalmente, podemos afirmar que a escrituração tem função fiscal, relacionada ao controle de incidência e
pagamento de tributos.
Ms por quanto tempo o empresário deve manter em ordem sua escrituração? A resposta está no
artigo 1.194 do Código Civil:
“O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda
escrituração, correspondência e mais papéis concernentes 'a sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição
ou decadência no tocante aos atos neles consignados”.
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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O Código Civil exige que a escrituração seja feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma
contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões,
rasuras, emendas ou transportes para as margens. Estes são os chamados requisitos intrínsecos dos livros,
que se referem a técnica apropriada de sua elaboração.
Pelo sistema Francês, a lei impõe o número, denominação e as regras de escrituração dos livros, que
se tornam assim obrigatórios.
Pelo sistema Suíço, a lei obriga o empresário a ter livros, mas deixa a sua livre escolha a espécie
destes e o método de sua escrituração.
A lei brasileira sempre optou pela liberdade de escolha dos livros, com exceção ao livro Diário,
obrigatório para todos os empresários, e outros livros que são obrigatórios apenas em situações especiais.
Quanto a exigibilidade de escrituração, os livros podem ser obrigatórios; quando sua falta implica
em sanções, ou facultativos, que são auxiliares, para fins gerenciais.
O livro Diário é o livro obrigatório comum, a todos os empresários. Registra todos os fatos que
afetam o patrimônio do empresário ou da sociedade empresária. É um livro contábil. Lança-se, dia a dia,
atos da atividade empresarial, que podem modificar o patrimônio do empresário. São lançadas todas as
contas.
Alguns livros são obrigatórios apenas em situações específicas, disciplinadas por lei. São os
chamados “livros obrigatórios especiais”. A título de exemplos, podemos citar o “Livro de registro de
Duplicatas”, obrigatório somente para quem emite duplicata mercantil e os Livros próprios das Sociedades
Anônimas.
No entanto, para fazer prova contra o empresário, a lei não exige a regularidade na escrituração.
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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(B) fazem prova plena contra as pessoas com quem ele negocia, mesmo que tais livros e fichas de
escrituração não estejam plenamente legalizados.
(C) somente provam a favor dele, comerciante, quando mantidos com observância das formalidades
legais e a lei não exigir outro meio de prova.
(D) nada provam contra o comerciante ou terceiros, a não ser quando devidamente rubricados pelo
Juiz da Comarca onde a empresa mantém sua sede principal de negócios.
A primeira hipótese de exceção ao sigilo ocorre em razão de ordem judicial. Desta forma, a exibição
dos livros pode ser decretada pelo juiz, quando a prova de um fato em juízo depende de um livro mercantil. A
exibição judicial pode ser total ou parcial.
A Súmula 260 do STF dispõe que “o exame dos livros comerciais em ação judicial fica limitado as
transações entre os litigantes”.
Já a exibição judicial parcial é admitida no curso de qualquer ação e pode ser decretada de ofício
pelo juiz, para extrair do livro somente o que interessar ao litígio. Apenas as partes do livro que interessam ao
processo serão examinadas em juízo. Admite-se, outrossim, a apresentação de reproduções autênticas. Será
designada audiência para apresentação do livro, que não fica retido em cartório.
A segunda exceção ao sigilo se opera em relação ‘as autoridades fiscais. As restrições ao sigilo dos
livros não se aplicam ‘as autoridades fazendárias, no exercício da fiscalização do pagamento de impostos.
As leis tributárias eliminam, para efeitos estritamente fiscais, o sigilo nos livros, perante autoridades
administrativas da fiscalização da receita ou do INSS. O sigilo dos livros é inoponível perante a Fazenda
pública. O poder público, através de seus agentes, tem o direito de exigir a exibição administrativa dos livros
comerciais e fiscais, para neles verificar se os tributos foram pagos regularmente.
Do estabelecimento empresarial
1- Conceito
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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O Código Civil define o estabelecimento empresarial como o complexo de bens organizado, para
exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.
Estabelecimento empresarial é o conjunto de bens que o empresário reúne para exploração de sua
atividade econômica. Bens que são indispensáveis para o desenvolvimento da empresa.
O estabelecimento não tem personalidade jurídica, não é pessoa jurídica. Não é sujeito de direito,
mas objeto de direito. Como objeto de direito, o estabelecimento pode figurar em vários negócios jurídicos
que tenham por destinação a transferência de titularidade da esfera patrimonial de um sujeito para a de
outro, ou em que apenas ocorra a transferência do direito de uso ou de gozo a outrem (artigo 1.143 CC).
O estabelecimento pode ser objeto em negócios a título oneroso, como na cessão ou trespasse, a
título gratuito, como na doação, ou ainda, em negócios de gestão, para fim de desfrute, como arredamento,
usufruto e comodato.
3- Ponto comercial
Ponto comercial é o local exato onde se situa o estabelecimento. É o lugar do comércio, um
determinado espaço em que está situado o estabelecimento comercial e para o qual se dirige a clientela. Em
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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razão disso, sua mudança pode acarretar prejuízos ao empresário. O ponto é elemento imaterial do
estabelecimento.
5- Atributos do estabelecimento
São atributos, e não elementos do estabelecimento, o aviamento e a clientela. Aviamento é o
potencial de lucratividade da empresa, ou seja, capacidade funcional de gerar lucros. Não é bem
incorpóreo do estabelecimento, mas um atributo da empresa. A clientela também não é elemento do
estabelecimento. Não corresponde necessariamente ao aviamento, mas é um dos fatores do aviamento,
pois contribui para o aviamento da empresa.
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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