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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

ALAN JOSIAS DE SOUZA

FINANÇAS EMPRESARIAIS

Belo Horizonte
2011
ALAN JOSIAS DE SOUZA

A INFORMALIDADE EMPRESARIAL
FINANÇAS EMPRESARIAIS

Trabalho apresentado às disciplinas de Administração


Orçamentária, Administração Financeira, Matemática
Financeira II, Direito Tributário, Teoria Econômica do
curso de Bacharelado em Administração da Universidade
Norte do Paraná - UNOPAR

Prof. Thiago Nunes Bazoli


Prof. Edilson Gonçalves Moreira
Prof.ª Helenara Regina Sampaio
Prof. Jossan Batistute
Prof.ª Regina Lúcia Sanches Malassise

Belo Horizonte
2011
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................3
2 aS FINANÇAS EMPRESÁRIAIS................................................................................4
Planejamento Financeiro..............................................................................................4
Planejamento X Execução Real...................................................................................7
Valor do Dinheiro no Tempo........................................................................................9
Taxas (Rate) de Juros................................................................................................10
Pagamentos Uniformes..............................................................................................11
Séries de Formação de Capital..................................................................................12
Tributos Empresariais................................................................................................12
A Evolução da Inflação, Juros e Câmbio no Plano Real...........................................20
3 CONCLUSÃO...........................................................................................................24
REFERÊNCIAS..........................................................................................................25
3

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho aborda várias maneiras e modos que o administrador


utiliza em uma empresa, na finalidade de conduzi-la ao sucesso, ou lucro.
O administrador deve estar preparado a enfrentar adversidades
internas e externas a sua política empresarial. Observar todas as causas e
consequências dos seus atos, e usar a ferramenta ideal.
4

2 AS FINANÇAS EMPRESÁRIAIS

Na atualidade, tempo da sociedade moderna, quase todo processo


produtivo é realizado nas organizações. E assim, as pessoas passam grande
período das suas vidas nelas.
As razões da existência das empresas são: sociais, materiais e
sinérgicos.
As organizações são unidades sociais intencionalmente constituídas
para atingir objetivos comuns. São organismos sociais vivos e sujeitos a mudanças.
As suas características são: visar o lucro; assumir riscos que
envolvem tempo, recursos, capital e esforços; avaliação contábil; de propriedade
privada; gerenciamento racional, com visão comercial dos negócios.

Planejamento Financeiro

A administração financeira compreende o registro e análise da vida econômica da


empresa, metas a serem atingidas em determinado prazo, gerência das fontes de
rendo e dos investimentos destinados a gerar recursos que a sustentem. Trata das
atividades de controle contábil, abrangendo tanto a receber dos valores a pagar,
bem como da distribuição dos recursos da empresa. Trata também das
responsabilidades de manter um fluxo contínuo de recursos, para que não sejam
adiadas decisões importantes para a vida da organização.
Segundo SANVICENTE (1987, p.21), “o objetivo básico da administração financeira é a
maior rentabilidade possível sobre o investimento dos proprietários, visando à rentabilidade
máxima, sem comprometer a liquidez da empresa”.
Para LIMA (1980, p.11) a Administração Financeira tem por objetivos:

“1) Manter a empresa em permanente situação de liquidez, como


condição básica ao desenvolvimento normal de suas atividades; 2)
Obter novos recursos para planos de expansão, com base em estudos
de viabilidade econômico-financeiro e aos menores custos possível; 3)
Assegurar o necessário equilíbrio entre os objetivos de lucro e os de
liquidez financeira, quantificando os planos de expansão de acordo
5

com as possibilidades de obtenção de recursos, próprios ou de


terceiros.”

Ferramentas

Há varias ferramentas a serem utilizadas pelo administrador para visualizar a


situação da empresa. As palavras de GITMAN (1997, P.66), “é fundamental entender
as demonstrações financeiras para administrar um negócio e saber como ele opera. As
demonstrações financeiras fornecem uma rápida visão intuitiva da situação da empresa, um
ponto de partida para análises posteriores”.

Podemos citar:

• Fluxo de Caixa;
• Balanço Patrimonial;
• Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
• Demonstrativo das Origens de Aplicações de Recursos (DOAR);

Fluxo de Caixa

O fluxo de caixa projeta as ações de entradas e saídas (crédito e débito) de recursos


financeiros para determinado período, visando identificar a necessidade de obtenção
de empréstimos ou aplicação dos lucros nas operações rentáveis para a
organização.
Os tipos de fluxo de caixa são:
• Fluxo de Caixa Realizado ou Histórico: demonstra o comportamento das
entradas e saídas de recursos financeiros em dado período. Faz uma análise
de tendência e é a base para o planejamento do fluxo projetado.
• Fluxo de Caixa Projetado: informa o comportamento do fluxo de entradas e
saídas de recursos financeiros em dado período, podendo ser projetado a
curto ou em longo prazo. Faz uma análise futura, que pode ou não acontecer,
levando em conta os fatos de maior probabilidade.
Pode ser expresso pela equação:
SFC = SIC + I – D
6

(SFC, saldo final de caixa; SIC, saldo inicial de caixa; I, ingressos; D,


desembolsos).

Balanço Patrimonial

SÁ (1994, p.48) define Balanço como sendo “a demonstração sintética do estado


patrimonial de uma empresa ou de uma entidade, através de seus investimentos
e da origem desses investimentos”.
A demonstração contábil que apresenta todos os bens, direitos e obrigações da
empresa tem como fundamento expor a situação patrimonial em determinado
período, em certos aspectos de avaliação.
Irá terminar a sequencia dos procedimentos contábeis, mostrando os três elementos
componentes do patrimônio: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido.

2.1.1 Demonstração de
Resultado do Exercício –
DRE

O DRE apresenta o resumo das variações positivas, que são as receitas e os


ganhos, e negativas, como custos, despesas e perdas, ocorridas durante um
determinado período de tempo, normalmente no exercício social, em função de
exploração das atividades operacionais da empresa.
Segundo ROSS (2002), a demonstração de resultado é elaborada por diversas
seções, sendo a operacional, na qual se apresenta as receitas e despesas inerentes
às operações principais da empresa; a seção não operacional onde se inclui todos
os custos de financiamento, tais como despesas com juros; outra seção ainda indica
como item separado os impostos lançados contra o lucro; e, por último, o Lucro
Líquido.

Demonstrativo das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR


7

Mostra a diferença entre Ativo Circulante e Passivo Circulante, a movimentação dos


recursos em termos de variação do capital circulante líquido, detalhando as diversas
fontes e aplicações de recursos que o afetaram.
Gera as seguintes informações:
• Gestão financeira em relação às origens e aplicações, de curto e longo prazo,
destacando as variações no período sobre o patrimônio;
• Geração de recursos, ou imobilização dos mesmos, novos financiamentos em
longo prazo e investimento dos acionistas.

Planejamento X Execução Real

A necessidade de se comparar o planejamento com a execução, é justamente evitar


contradições entre as atividades exercidas e o que foi planejado. Para isso, o
controle deve ser exercido. É fundamental para atingir as metas pré-estabelecidas,
com uma orientação de o rumo a seguir, antecipando fatos e evitando desvios
desnecessários para obtenção do objetivo.

Ferramentas de Análise de Investimentos

A análise de investimentos trabalhará com aplicações de recursos em longo prazo


(acima de um ano), na eminência de garantir retorno aos detentores desse capital.
Orçamento de capital é um processo que envolve a seleção de projetos de
investimento e a quantificação dos recursos a serem empregados e busca responder
a questões como:

• O projeto vai se pagar?


• O projeto vai aumentar os lucros dos sócios ou vai diminuí-la?
• É a melhor opção de investimentos?

O orçamento de capital requer uma estimativa de fluxos de caixa livres que serão
obtidos com o projeto de análise. As previsões de investimentos em ativos, de
vendas, também de preços, de custos e despesas devem ser elaboradas da forma
mais realista a acurada possível.
8

De qualquer modo, a incerteza em orçamentos de capital é elevada, pois envolve


cenários econômicos e políticos de longo prazo.

Os métodos mais comuns de avaliação de projetos de investimento são:

• Payback;
• Payback descontado;
• Valor presente líquido – VPL;
• Taxa interna de retorno – TIR.

Payback

Payback é o período de tempo necessário para que as entradas de caixa do projeto


se igualem ao valor a ser investido, ou seja, o tempo de recuperação do
investimento realizado.

Se levarmos em consideração que quanto maior o horizonte temporal, maiores são


as incertezas, é natural que as empresas procurem diminuir seus riscos optando por
projetos que tenham um retorno do capital dentro de um período de tempo razoável.

Payback Descontado é o período de tempo necessário para recuperar o


investimento, avaliando-se os fluxos de caixa descontados, ou seja, considerando-se
o valor do dinheiro no tempo.

Valor Presente Líquido – VPL

O cálculo do Valor Presente Líquido – VPL, leva em conta o valor do dinheiro no


tempo. Portanto, todas as entradas e saídas de caixa são tratadas no tempo
presente. O VPL de um investimento é igual ao valor presente do fluxo de caixa
líquido do projeto em análise, descontado pelo custo médio ponderado de capital.

Taxa Interna de Retorno – TIR

A Taxa Interna de Retorno – TIR é a taxa “i” que se igualam as entradas de caixa ao
valor a ser investido em um projeto. Em outras palavras, é a taxa que iguala o VPL
de um projeto a zero.
9

Um aspecto que deve ser considerado é que a utilização exclusiva da TIR como
ferramenta de análise pode levar ao equívoco de se aceitar projetos que não
remuneram adequadamente o capital investido, por isso deve ser uma ferramenta
complementar à análise.

Valor do Dinheiro no Tempo

O comportamento do capital no tempo depende da maneira que foi aplicado. Os


regimes de capitalização são classificados como:

• Contínua
• Descontínua: simples ou composta.

Os cálculos para solucionar os problemas decorrentes do uso de capital por


determinado período são baseados nos princípios de juros simples ou compostos.

No caso dos juros simples, o capital inicial sofrerá a incidência da taxa em todo o
tempo. O capital principal, mais os juros, são amortizados em um pagamento à vista.

As equações são:

J = C x i x n ; M = C x (1 + i x n)

Os juros compostos são juros sobre juros, ou melhor, após cada período, os juros
são incorporados ao principal e passam a render juros.

É expresso pela equação:

M = C x (1 + i)ⁿ

Elementos Notações

Valor futuro (future value) ou montante ........................................... M, FV

Valor presente (present value), ou capital inicial, ou principal....... C, PV

Taxa de juros (rate). ........................................................................ i


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Número de períodos de tempo (number of periods)........................ n, NPER

Pagamento (payment), juros............................................................ PMT, J

Taxas (Rate) de Juros

São as diversas formas que os juros são usados sobre o capital.

Taxa Efetiva

A taxa efetiva trabalha com a incidência de juros apenas uma vez em cada unidade
de tempo a que se refere à taxa. Quando o período de capitalização não é
mencionado, fica entendido que o mesmo é igual o período de tempo da taxa.

Exemplo: 5% ao mês, capitalização mensal ou 5% ao mês.

Taxa Nominal

A taxa efetiva trabalha com a incidência de juros mais de uma vez em cada unidade
de tempo a que se refere à taxa. É aplicado o critério de proporcionalidade na
transformação para taxa efetiva, coincidindo o tempo com a taxa.

Exemplo: 12% ao ano, capitalização mensal ou 1% ao mês.

Taxas Equivalentes

Duas taxas são ditas equivalentes quando, embora referidas a unidades de tempo
diferentes, aplicadas sobre o mesmo capital, durante o mesmo período, produzem o
mesmo valor.
Equação:

Elementos Notação
Taxa que quero calcular ................................................. iq
Taxa que tenho ............................................................... it
Unidade da taxa que quero calcular ............................... q
11

Unidade da taxa que tenho ............................................. t

Desconto Composto

Desconto composto consiste no abatimento da divida antes do seu vencimento, ou


melhor, é uma antecipação do compromisso antes do prazo estipulado. A equação:

Pagamentos Uniformes

Séries de recuperação de Crédito

Demonstra o retorno do capital através de pagamentos iguais e periódicos. O


retorno tanto pode ser de um bem adquirido ou empréstimo.

Elementos Notação
Valor presente ou valor financiado ................................. PV
Pagamento ou prestação ................................................ PMT
Taxa de juros ................................................................... i
Número de pagamentos .................................................. n

Período de diferimento ou carência ................................. m

Série de “n” pagamentos, periódicos, iguais e postecipados.

Equação:

Série de “n” pagamentos, periódicos, iguais e antecipados.

Equação:
12

Série de “n” pagamentos, periódicos iguais e postecipados diferidos de “m” períodos


de tempo.

Equação:

Séries de Formação de Capital

Consiste de mostrar a acumulação de capital através de créditos iguais e periódicos.


O montante das aplicações poderá ser utilizado para aquisição de bens ou a
formação de poupança.

Séries de “n” depósitos (pagamentos) periódicos, iguais e antecipados.

Equação:

Séries de “n” depósitos (pagamentos) periódicos, iguais e postecipados.


Equação:

Tributos Empresariais

ICMS

O ICMS (imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre


prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de
13

comunicação) é de competência dos Estados e do Distrito Federal. Cada estado


estipula o seu valor. Em Minas Gerais é de 18%.

Sua regulamentação constitucional está prevista na Lei Complementar 87/1996 (a


chamada “Lei Kandir”), alterada posteriormente pelas Leis Complementares 92/97,
99/99 e 102/2000.

O imposto incide sobre:

I – operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de


alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares;

II – prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer


via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores;

III – prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive


a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a
ampliação de comunicação de qualquer natureza;

IV – fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na


competência tributária dos Municípios;

V – fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto


sobre serviços, de competência dos Municípios, quando a lei complementar
aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual.

VI – a entrada de mercadoria importada do exterior, por pessoa física ou jurídica,


ainda quando se tratar de bem destinado a consumo ou ativo permanente do
estabelecimento;

VII – o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior;

VIII – a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive


lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica,
quando não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes de
operações interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o
adquirente.
14

O imposto não incide sobre:

I – operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;

II – operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, inclusive


produtos primários e produtos industrializados semielaborados, ou serviços;

II – operações interestaduais relativas à energia elétrica e petróleo, inclusive


lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando destinados à
industrialização ou à comercialização;

IV – operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou


instrumento cambial;

V – operações relativas a mercadorias que tenham sido ou que se destinem a ser


utilizadas na prestação, pelo próprio autor da saída, de serviço de qualquer natureza
definido em lei complementar como sujeito ao imposto sobre serviços, de
competência dos Municípios, ressalvadas as hipóteses previstas na mesma lei
complementar;

VI – operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de propriedade


de estabelecimento industrial, comercial ou de outra espécie;

VII – operações decorrentes de alienação fiduciária em garantia, inclusive a


operação efetuada pelo credor em decorrência do inadimplemento do devedor;

VIII – operações de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bem


arrendado ao arrendatário;

IX – operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de bens móveis


salvados de sinistro para companhias seguradoras.

Equipara-se às operações de que trata o item II a saída de mercadoria realizada


com o fim específico de exportação para o exterior, destinada a:

a) empresa comercial exportadora, inclusive tradings ou outro estabelecimento da


mesma empresa;
15

b) armazém alfandegado ou entreposto aduaneiro.

PIS/PASEP

Programa de Integração Social é uma contribuição social de natureza tributária,


devida pela pessoa jurídica, com o intuito de financiar o pagamento do seguro
desemprego e do abono para os trabalhadores que ganham até dois salários
mínimos em média durante o ano.

As pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela


legislação do imposto de renda, inclusive as empresas públicas, as sociedades de
economia mista, suas subsidiárias e as pessoas jurídicas a que se refere o § 1º do
art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, devem apurar a contribuição para o
PIS/PASEP – Faturamento/Receita Bruta, nos termos das Leis nº 9.701, nº 9.715 e
nº 9.718, de 17, 25 e 27 de novembro de 1998, e pela Medida Provisória nº 1.807,
de 29 de janeiro de 1999, e reedições.

A alíquota da contribuição para o PIS/PASEP – Faturamento/Receita Bruta, é de


0,65% (sessenta e cinco centésimos por cento), exceção feita para o caso das
contribuições devidas pelas instituições financeiras e equiparadas, referidas no § 1º
do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991 e no AD SRF nº 39, de 1999, cuja alíquota
prevista era de 0,75% (setenta e cinco centésimos por cento) para os fatos
geradores ocorridos em janeiro de 1999.

Último dia útil da primeira quinzena do mês subsequente ao de ocorrência do fato


gerador (Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, e Medida Provisória nº 1.858-6, de
1999, art. 16).

CONFINS

A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) é uma


contribuição federal, de natureza tributária, incidente sobre a receita bruta das
empresas em geral, destinada a financiar a seguridade social. Sua alíquota é de
7,6% para as empresas tributadas pelo lucro real (sistemática da não-
cumulatividade) e de 3,0% para as demais. A base de cálculo é:

• O faturamento mensal (receita bruta da venda de bens e serviços), ou;


16

• O total das receitas da pessoa jurídica.

São contribuintes da COFINS as pessoas jurídicas de direito privado em geral,


inclusive as pessoas a elas equiparadas pela legislação do IR, exceto as
microempresas e as empresas de pequeno porte submetidas ao regime do Simples
Nacional (Cl 123/2007), que recolhem a contribuição, além de outros tributos
federais (IRPJ, CSLL, PIS, IPI) e agora incluem o ICMS e o ISSQN num único
código de arrecadação que abarca todos esses tributos.

A incidência do COFINS é direta e não cumulativa, com apuração mensal. As


empresas que apuram o lucro pela sistemática do Lucro Presumido, no entanto,
sofrem a incidência da COFINS pela sistemática cumulativa. Algumas atividades e
produtos específicos também permaneceram na sistemática cumulativa. Existem até
mesmo empresas que se sujeitam à cumulatividade sobre apenas parte de suas
receitas. A outra parte está sujeita a sistemática não cumulativa. Estas
particularidades tornam este tributo, juntamente com a Contribuição para o PIS,
extremamente complexo para o contribuinte e também para o fisco, além do que ele
constitui-se no segundo maior tributo em termos arrecadatórios no Brasil pela
Secretaria de Receita Federal, logo após o Imposto de Renda.

Podemos ainda implicar na COFINS dois sujeitos. O sujeito ativo, (o ente federativo
tributante), e o sujeito passivo, (o contribuinte).

IRPJ

São contribuintes do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ):

I – as pessoas jurídicas;

II – as empresas individuais.

As disposições tributárias do IR aplicam-se a todas as firmas e sociedades,


registradas ou não.

As entidades submetidas aos regimes de liquidação extrajudicial e de falência


sujeitam-se às normas de incidência do imposto aplicáveis às pessoas jurídicas, em
relação às operações praticadas durante o período em que perdurarem os
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procedimentos para a realização de seu ativo e o pagamento do passivo (Lei


9.430/96, art. 60).

As empresas públicas e as sociedades de economia mista, bem como suas


subsidiárias, são contribuintes nas mesmas condições das demais pessoas jurídicas
(Constituição Federal, art. 173 § 1º).

As Pessoas Jurídicas, por opção ou por determinação legal, são tributadas por uma
das seguintes formas:

a) Simples.

b) Lucro Presumido.

c) Lucro Real.

d) Lucro Arbitrado.

A base de cálculo do imposto, determinada segundo a lei vigente na data de


ocorrência do fato gerador, é o lucro real, presumido ou arbitrado, correspondente
ao período de apuração.

Como regra geral, integram a base de cálculo todos os ganhos e rendimentos de


capital, qualquer que seja a denominação que lhes seja dada, independentemente
da natureza, da espécie ou da existência de título ou contrato escrito, bastando que
decorram de ato ou negócio que, pela sua finalidade, tenha os mesmos efeitos do
previsto na norma específica de incidência do imposto.

O imposto será determinado com base no lucro real, presumido ou arbitrado, por
períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30
de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário. À opção do contribuinte, o
lucro real também pode ser apurado por período anual.

Nos casos de incorporação, fusão ou cisão, a apuração da base de cálculo e do


imposto devido será efetuada na data do evento.

Na extinção da pessoa jurídica, pelo encerramento da liquidação, a apuração da


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base de cálculo e do imposto devido será efetuada na data desse evento.

A pessoa jurídica, seja comercial ou civil o seu objeto, pagará o imposto à alíquota
de 15% (quinze por cento) sobre o lucro real, apurado de conformidade com o
Regulamento.

O disposto neste item aplica-se, inclusive, à pessoa jurídica que explore atividade
rural.

A parcela do lucro real que exceder ao valor resultante da multiplicação de R$


20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de
apuração, se sujeita à incidência de adicional de imposto à alíquota de 10% (dez por
cento).

O adicional aplica-se, inclusive, nos casos de incorporação, fusão ou cisão e de


extinção da pessoa jurídica pelo encerramento da liquidação.

O disposto neste item aplica-se, igualmente, à pessoa jurídica que explore atividade
rural.

O adicional de que trata este item será pago juntamente com o imposto de renda
apurado pela aplicação da alíquota geral de 15%.

Os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados a partir do


mês de janeiro de 1996, pagos ou creditados pelas pessoas jurídicas tributadas com
base no lucro real, não estão sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte,
nem integrarão a base de cálculo do imposto de renda do beneficiário, pessoa física
ou jurídica, domiciliado no país ou no exterior.

CSSL

A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) incide sobre as pessoas


jurídicas e entes equiparados pela legislação do Imposto de Renda e se destina ao
financiamento da Seguridade Social, estando disciplinado pela lei nº 7.689/88. Sua
alíquota varia entre 10% e 12% e a base de cálculo é o valor do resultado do
exercício, antes da provisão para o Imposto de Renda.
19

A CSLL é devida pelas pessoas jurídicas da seguinte forma:

• Pessoas jurídicas optantes pelo SIMPLES pagam IRPJ, COFINS, CSLL, PIS
e outros tributos unificados;
• Pessoas jurídicas optantes pelo lucro real: a alíquota de 9% será aplicada
sobre o LAIR (Lucro antes do Imposto de Renda);
• Pessoas jurídicas optantes pelo lucro presumido e pelo lucro arbitrado:
alíquota de 9% aplicada sobre o lucro do empreendimento. Este lucro é obtido
aplicando-se os percentuais de lucro presumido (e de lucro arbitrado),
presentes na tabela que segue logo abaixo, sobre a receita bruta;

• Lucro atividade econômica;


• 12% Para as receitas das atividades comerciais, industriais, imobiliárias e
hospitalares;
• 32% No caso de receitas de serviços em geral, exceto serviços hospitalares.

O pagamento é realizado todo o dia 15 de cada mês.

O art. 20 da Lei n° 9.249, de 26 de Dezembro de 1995, alterado pelo art. 22 da Lei


n° 10.684, de 30 de Maio de 2003, estabelece que a base de cálculo da CSLL,
devida por pessoas jurídicas desobrigada de escrituração contábil (como as que
optarem pelo lucro presumido), corresponde a:

• 12% sobre a receita bruta, como regra geral; ou

• 32% sobre a receita bruta para pessoas jurídicas que exerçam as atividades
de: (a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviço hospitalar; (b)
intermediação de negócios; (c) administração, locação ou cessão de bens
imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; ou (d) prestação cumulativa
e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de
crédito, seleção de ricos, administração de contas a pagar e a receber,
compra de direitos creditários resultantes de vendas mercantis a prazo ou de
prestação de serviços (factoring).

• O pagamento é feito trimestralmente ou anualmente, conforme opção feita


junto à Receita Federal.
20

A Evolução da Inflação, Juros e Câmbio no Plano Real

O Brasil se preparou nos últimos anos para traçar um caminho de crescimento


sustentável.
Até então, a economia nacional não conseguia se desenvolver, pois se deparava
com crises cambiais ou inflacionárias. As décadas de 80 e 90 mostraram uma série
de experiências no Brasil para tentar erradicar a inflação. O Brasil, ao final da
década de 80, registrava uma inflação de mais de 1.500% ao ano e posteriormente,
em 1993, atingiu o surpreendente patamar de 2.500% ao ano. O cenário começou a
mudar a partir de 1994, com o plano de estabilização econômico.
A estabilidade e a maior previsibilidade econômica viabilizaram o aumento dos
investimentos das empresas e, por consequência, o maior crescimento do país.
Entre os anos de 1980 a 2003, o Brasil registrou uma taxa de expansão média do
PIB de 2% ao ano. Esse período pode ser dividido em duas etapas, sendo que do
início da década de 1980 até meados de 1994, o Brasil vivia com hiperinflação, o
que propiciava um ambiente muito desfavorável aos negócios e incertezas com
relação à evolução dos preços. A segunda, após 1994, com a implantação do Plano
Real, que depois de muitas décadas apresentou expectativas de inflação com
trajetória descendente. Esse cenário não havia sido verificado nem mesmo no
período de inflação mundial baixa.
De lá para cá, reformas, novas instituições e políticas econômicas construíram um
ambiente de estabilidade que tem resistido, por exemplo, às disputas políticas; mas
os juros brasileiros ainda são maiores do que nos países parecidos. É preciso
admitir que o Brasil atrasasse em relação a esses outros países, pois quando
começou a liquidar a inflação em 1994, esta já não existia nas nações mais
relevantes. Ou seja, a economia brasileira estava em trânsito, os juros poderiam cair
mais e se aproximar dos padrões internacionais.
Com a adoção do Plano Real, em 1994, o Brasil sufocou o processo de
hiperinflação; nesse período, as máquinas de remarcar preços trabalhavam dia e
noite (espiral inflacionária), um aumento levava a outro, quando subia o dólar, subia
a gasolina, subiam os preços e muito depois subiam os salários; num único mês a
inflação passou de 80% e tornou-se inevitável um contra-ataque, através de planos
21

econômicos. Em 1998, os níveis de inflação no Brasil eram comparáveis aos níveis


de inflação de países do chamado “primeiro mundo”.
Com a hiperinflação superada, a economia brasileira começou a registrar baixos
níveis de inflação, embora, até janeiro de 1999, o regime de câmbio semifixo tenha
levado o BC a adotar taxas de juros de dois dígitos, o que ajudou a provocar níveis
de expansão reduzidos do PIB.
Ainda naquele ano, já com a mudança para o regime de câmbio flutuante, sistema
de metas de inflação e maior rigor fiscal, o Brasil começou a melhorar seus
fundamentos macroeconômicos, o que foi essencial para o atual governo registrar
maiores taxas de crescimento, mesmo com o aumento dos custos dos componentes
importados, sendo transferidos para os preços do atacado, porém sem afetar os
preços do varejo. A redução da dívida interna é outro fator que evidenciou a
trajetória seguida pelo país nos últimos anos.
As metas de inflação não foram alcançadas em 2001 em razão dos choques
externos e internos que atingiram a economia. A decisão tomada em elevar
abruptamente a taxa Selic que vinha sendo reduzida desde 1999, como medida para
conter a depreciação da moeda e a elevação dos preços, chamou a atenção dos
credores externos, o que gerou uma crise no balanço de pagamentos do mesmo
ano. A taxa de inflação medida pelo IPCA alcançou 7,7% a.a., reflexo do repasse da
taxa de câmbio, o que caracterizou um descumprimento das metas inflacionárias
que tinham por limite no período 6%. Por fim, conforme afirmam Pereira e Gomes, o
lado fiscal da economia deteriorou-se em 2001, apesar do superávit primário do
governo de 3,75% do PIB (apud OREIRO, PAULA & SOBREIRA, 2009).
A alta inflação de 2002 ocorreu por conta de uma conjugação perversa de uma
severa crise de confiança e de um forte aumento da aversão ao risco nos mercados
internacionais. Já em 2003, ela teve como causadores a inércia inflacionária de
2002, elevadas expectativas de inflação dos agentes e os efeitos da alta do dólar
(que quase atingiu R$ 4,00 no fim do ano anterior).
Depois de uma leitura equivocada do mercado, após a eleição de Lula, a inflação
reage depois de muitos anos. A equipe econômica deste Governo surpreendeu o
mercado e conduziu a economia brasileira à estabilidade, por meio de uma política
macroeconômica estabilizadora.
A inflação medida pelo IPCA fechou 2002 em 12,53%, acima da meta acertada com
o FMI (11%) e bem acima da meta estabelecida internamente pelo governo no início
22

do ano, mas o índice de dezembro, 2,10%, foi menor do que o de novembro – o que
mostra diminuição do ritmo de alta da inflação.
O ciclo de aperto monetário iniciado em 2003, época em que a inflação brasileira
ainda era alta, tinha o objetivo de fazer os índices de preços recuarem mais
rapidamente; os efeitos foram sentidos por toda a população, em especial as
famílias de renda menor, cujo poder de compra diminuía do início da manhã até o
anoitecer. Foi doloroso, mas a opção por um processo mais acentuado de redução
da inflação estava bem fundamentada nas políticas econômicas, contemplado e
implementado em 1994, no Plano Real. Em 2002, o IPCA superou 12%, mas caiu
para cerca de 9% no ano seguinte, como consequência da alta dos juros no período.
O Brasil seguia em um caminho de crescimento sustentável, confirmado pelo ciclo
de crescimento econômico mais longo desde a década de 1970.
Entre 2006 a 2008, com a economia bem mais estável e mais previsível, o país
apresentou avanço médio de 5% ao ano. A qualidade do fluxo de recursos externos
melhorou bastante, ao notar uma mudança na dinâmica dos investimentos.
Especialmente nos anos de 2007 e 2008, devido à queda de safras, aumento da
demanda por alimentos por parte da China e dos países emergentes, os níveis de
inflação foram fortemente influenciados. Em razão disso, grandes aplicadores
passaram a investir no mercado de commodities (o valor das aplicações equivale a
10 vezes o valor de mercado da produção).
Depois que entrou em vigor o Plano Real, em julho de 1994, a inflação se manteve
sempre em níveis baixos, porém domar esse nível foi uma conquista importante que
teve um preço: o governo manteve, durante quatro anos, o câmbio quase fixo, os
juros subiram para controlar o consumo e com isso a economia cresceu menos.
Passados oito anos, os preços continuam variando pouco, mas o desemprego é alto,
motivo este explicado pela política de juros altos que o Brasil adotou para manter o
controle da inflação, prejudicando o crescimento econômico.
No sistema de metas de inflação do Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom)
tem de calibrar a taxa de juros para atingir uma meta pré-determinada com base no
IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Ao subir os juros, atua para conter a
inflação e, ao baixá-los, avalia que a inflação está condizente com as metas. Para
este ano e para 2011, a meta central de inflação é de 4,5%. Entretanto, há um
intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, ou seja,
o IPCA pode ficar nesta amplitude que a meta será cumprida.
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Com a melhora da crise financeira e subsequente reaquecimento da economia, os


indicadores de inflação do início deste ano já começaram a apresentar sinais de
uma alta mais pronunciada. Dados mais recentes apontam para uma recuperação
do emprego, das vendas e do volume de crédito, o que pode elevar os preços.
Nesse ambiente, cabe à política monetária (definição da taxa de juros) manter-se
especialmente vigilante para evitar que a maior incerteza detectada em horizontes
mais curtos se propague para horizontes mais longos. E nesse sentido, é possível
afirmar que a economia já se encontra em uma trajetória de crescimento, ainda que
persista alguma incerteza, que deverá ser dirimida ao longo do tempo, sobre o ritmo
desse processo, portanto, a política monetária tem o dever zelar para que as
pressões inflacionárias sejam contidas.
A meta de inflação definida pelo CMN é um objetivo para a inflação brasileira,
medida pelo IPCA. O Copom do Banco Central é o órgão responsável por atingir as
metas pré-determinadas por meio da definição da taxa básica de juros. Quando as
metas não são atingidas, o presidente do BC tem que escrever uma carta pública ao
ministro da Fazenda explicando as razões que levaram ao seu descumprimento.
Ao subir os juros, o BC atua para conter a demanda da população por produtos e
serviços e, deste modo, busca impedir a escalada dos preços. Quando baixa a taxa
Selic, é porque acredita que a trajetória da inflação está consistente com as metas
pré-determinadas pelo CMN. Em meio ao desaquecimento da economia brasileira,
fruto da crise financeira internacional, o BC baixou os juros quatro vezes em 2009. A
taxa Selic, que iniciou 2010 em 8,65% ao ano, atingiu o patamar mais baixo da
história (8,64% ao ano). Hoje a taxa foi elevada para a casa dos 11,25%, no intuito
de frear a inflação e o consumo.
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3 CONCLUSÃO

O trabalho apresentado faz parte de um estudo aprofundado sobre o


tema Finanças Empresariais. Levando ao leitor a importância de idealizar, projetar,
organizar, fiscalizar, programar ideias em uma empresa, alcançado uma longevidade
maior.
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REFERÊNCIAS

______. Fundamentos da Administração. Disponível em:


<http://pt.scribd.com/doc/6857730/Fundamentos-Administracao>.
Acesso em: 12 mai. 2011.

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Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/39141773/11/FLUXO-DE-CAIXA-
PROJETADO>. Acesso em: 12 mai. 2011.

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<http://web03.unicentro.br/especializacao/Revista_Pos/P%C3%A1ginas/2%20Edi
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Disponível em: < http://pt.scribd.com/doc/17257972/Aula-4-Analise-de-
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http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/dipj/2000/Orientacoes/PISgerais.ht
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COELHO, Luiz. Matemática financeira. Rio de Janeiro: Papel Virtual Editora, 2005.

GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 10. Ed. São


Paulo: Pearson , 2008.

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