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O Estado é o produtor da vontade social, seu papel é de buscar o bem comum. Por ser
personalizado é detentor de uma série de direitos e obrigações, inclusive o de implantar a
política governamental em todo o seu território.
A expressão Administração Pública pode ser analisada sob duas acepções: objetiva
(material ou funcional) ou subjetiva ( formal ou orgânica).
A acepção SUBJETIVA se refere a quem vai executar a vontade estatal, uma estrutura
orgânica será criada formalmente para essa manifestação. Será portanto um conjunto de
entidades políticas e administrativas, compostas de órgãos públicos e agentes públicos.
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Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 20 ed. São Paulo: Malheiros, 1995, p.60.
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
3) CLASSIFICAÇÃO
São formadas por uma série de pessoas jurídicas que necessitam serem criadas pela
entidade federativa. A União cria a sua Administração Indireta e em consonância ao princípio
da simetria todos os demais entes também têm a competência exclusiva de criar a sua própria
estrutura.
Depois, é preciso não perder de vista que tais pessoas não estão soltas no universo
administrativo. Ao contrário, ligam-se a elas, por elo de vinculação, às pessoas políticas da
federação, nas quais está a respectiva administração direta.3
são criadas por lei (autarquias e fundações públicas com personalidade jurídica
de direito público) ou em virtude de lei autorizativa ( fundações públicas com personalidade
jurídica de direito privado, empresas públicas e sociedades de economia mista (art. 37, XIX da
CF/88);
se submetem a um regime jurídico de direito público;
São dotadas de personalidade jurídica ;
Recebem a titularidade da atividade administrativa a ser executada através de
OUTORGA (ou delegação legal);
Possuem autonomia administrativa, exercem atividades específicas ;
Possuem orçamento, receita e patrimônios próprios;
decorrem do fenômeno da DESCENTRALIZAÇÃO administrativa: técnica, por
serviços ou funcional;
estão VINCULADAS à Administração Direta, mas NÃO EXISTE
SUBORDINAÇÃO, e sim um controle finalístico, também denominado, controle de resultado
ou tutela administrativa; Na esfera federal esse controle é denominado de SUPERVISÃO
MINISTERIAL (art. 26, Decreto-lei 200/67)
submetem-se ao sistema de controle externo realizado pelos Tribunais de
Contas (art. 71, II da CF/88);
seus agentes públicos, em regra, se submetem a concurso público;
em regra, também há a obrigatoriedade de realizar licitação;
Respondem diretamente pelos atos de seus agentes (pode ser responsabilidade
objetiva ou subjetiva)
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Op. cit., p. 376
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
a) Autarquias;
b) Empresas Públicas;
A) AUTARQUIAS
A.1)CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS:
a) prazo em quádruplo para contestar, em dobro para recorrer (art. 188 do CPC);
b) o pagamento de custas se dará somente ao final, quando forem vencidas ( art. 27,
CPC)
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g.1) quando a condenação ou direito controvertido , for de valor certo não excedente a
60 salários mínimos, ou
Gozam de imunidade tributária recíproca ( art. 150, par., 2), que veda a instituição de
impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços das autarquias, desde que vinculados às
suas atividades essenciais ou à que delas decorram
A.2)ESPÉCIES DE AUTARQUIAS:
A.2.3) AUTARQUIAS ESPECIAIS: são aquelas que por imposição legal tem um regime
jurídico diferenciado, possuindo características específicas, em regra gozando de maior
autonomia e independência para desempenhar suas atividades.
Muitas das atividades que eram prestadas diretamente pelo Estado foram repassadas
para a iniciativa privada (telefonia, energia, abastecimento de água...), entretanto, com o
objetivo de garantir uma eficiente prestação de serviços, de manter a concorrência, de
proteger o consumidor, o Estado assumiu uma função reguladora; ou seja, passou a intervir
indiretamente nessas atividades, mantendo um sistema normativo de controle.
Apesar de somente termos agências reguladoras como autarquias, nada impede que
sejam também fundações públicas e até mesmo órgãos públicos integrantes da
Administração Pública Direta, apenas teria que se tomar cuidado na sua especialidade, pois
atividades típicas somente podem ser exercidas pelas autarquias e por órgãos públicos da
Administração Direta.
Art. 6o O mandato dos Conselheiros e dos Diretores terá o prazo fixado na lei de criação
de cada Agência.
Parágrafo único. A lei de criação da Agência poderá prever outras condições para a
perda do mandato.
Não podemos nos esquecer de que estará incorporada a cada agência as características
da entidade administrativa que lhe der forma. Se for uma autarquia, todas as características
das autarquias estarão presentes, no que não dispuser contrariamente a lei instituidora.
AGÊNCIAS EXECUTIVAS
Conforme dita o art. 51, o Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a
autarquia ou fundação que tenha cumprido os seguintes requisitos:
B) FUNDAÇÕES PÚBLICAS
Apesar de existir uma grande polêmica acerca de sua natureza jurídica e características,
coadunamos com entendimento da maioria doutrinária, profa. Di Pietro, Diógenes Gasparini,
Oswaldo Aranha Bandeira de Mello e o próprio STF que admitem que as fundações
públicas podem ter personalidade jurídica de direito público ou privado, dependendo da
sua forma de criação.
Posições contrárias são encontradas nas obras dos ilustres professores José dos Santos
Carvalho Filho, Caio Tácito, Seabra Fagundes onde as fundações públicas somente podem
ter personalidade jurídica de direito privado; já os professor Celso Antônio Bandeira de Mello
as fundações públicas têm personalidade jurídica de direito público.
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tem por objeto a prestação de serviços públicos de cunho social, tais como,
assistência social, assitência médica e hospitalar, educação e ensino, pesquisa, atividades
culturais, meio ambiente.
Sua área de atuação tem que ser definida por lei complementar
Não possuem finalidade lucrativa, mas podem ter lucro.
submetem-se aos controles político, administrativo e financeiro da entidade política que
a criou ( U, EM, DF e M) e dos Tribunais de Contas
não são controladas pelo do Ministério Público;
Apesar de ter sido caracterizada pelo Decreto – Lei 900/ 69, a Constituição de
1988 não recepcionou esse entendimento totalmente, por isso algumas ponderações
devem ser feitas:
Já o artigo Art. 175 disciplina as empresas que prestam serviços públicos, que
poderão também ser as empresas públicas e as sociedades de economia mista.
Art. 175: Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime
de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços
públicos.