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A criação do Rádio e sua utilização na educação brasileira (um pouco de história)

A invenção do rádio mostrou que não basta a um cientista ou engenheiro produzir uma
nova idéia, tem que vendê-la ao mundo.
Entre 1894-1895, Guglielmo Marconi reuniu diversas invenções e descobertas
anteriores e juntou-as na Itália para produzir o rádio.
Em 1898, Marconi transmitiu as primeiras notícias pelo rádio, telegrafando os
resultados e comentários de uma regata para o Daily news a partir de um barco de
espectadores.
Em 1906 a voz humana foi ouvida pela primeira vez através de uma transmissão feita
nos EUA pelo professor Reginald Fessenden.
A idéia de usar o rádio para transmitir entretenimento começou lentamente e a
primeiracompanhia a estabelecer uma estação de rádio importante com essa finalidade
foi a westinghouse em 1920. a estação, KDKA era, e ainda é, em pittsburgh,
pensilvânia.
No início as estações eram financiadas pelas empresas que fabricavam os aparelhos
receptores. Foram os americanos que pensaram em outro processo de pagar as estações:
a publicidade. A primeira a ser financiada desta forma foi a WEAF de Nova Iorque, em
1922.
A primeira transmissão radiofônica realizada no Brasil ocorreu na Exposição do
Centenário da Independência do Brasil em 1922. Além de transmitir programas de
entretenimento, a primeira emissora do país, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro,
fundada em 1923, também transmitia palestras, aulas de Língua Portuguesa, História do
Brasil, Geografia, Física, Química e cursos práticos sobre Rádio, Telegrafia, Telefonia e
Silvicultura.
Fundada pelo professor e antropólogo Roquette Pinto. Idealista, ele acreditava
no poder de levar educação e cultura ao povo brasileiro usando uma surpreendente
novidade tecnológica: o rádio. Naquela época já se percebia o potencial educativo do
rádio como forma de propagar o saber, graças ao seu alcance, visando à melhoria da
educação, diante do grande índice de analfabetismo da época.
Em 1934 foi inaugurada a estação da Rádio Escola Municipal do Distrito
Federal que transmitia conhecimentos sistematizados para escolas e para o público em
geral. Os alunos-radiouvintes matriculados recebiam, antecipadamente, as apostilas das
aulas radiofônicas pelo correio ou na própria Rádio. Acompanhavam as aulas pela
Rádio-Escola, resolviam as questões que estavam na apostila e as remetiam pelo correio
ou entregavam na Rádio. Quando tinham dúvidas sobre os exercícios, comunicavam-se
com a Rádio-Escola por telefone, cartas ou visita aos estúdios da emissora.
Em 1936, não conseguindo mais manter a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro
sem publicidade, Roquette Pinto cedeu-a ao Ministério de Educação e Saúde com o
compromisso de que a emissora continuasse a difundir programas educativos e
culturais. Ela passou, então, a denominar-se Rádio do Ministério de Educação e Cultura
(Rádio MEC), iniciando, assim, o sistema de Rádios Educativas no Brasil.
Os anos 40 e 50 marcaram a chamada “época de ouro” do rádio, quando o
veículo além de atingir boa parte da população era uma fonte de informação com
credibilidade mesmo fora do circuito das emissoras educativas, como ocorria com o
Grande Jornal Falado Tupi e com o “Repórter Esso”. Vamos ouvir trechos de notícias
relevantes para a história do país levadas ao ar pelo “Repórter Esso”.
Outra aproximação entre Rádio e Educação ocorreu com a criação da rádio da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1957.
O surgimento das rádios universitárias marcou o início de uma nova fase da
rádio educativa no país com a implantação de emissoras dentro das universidades, local
destinado à produção e à transmissão de conhecimentos científicos, tecnológicos e
culturais.
Atualmente, das 327 emissoras educativas, 47 pertencem a Universidades. Em
outro âmbito, temos a consolidação das rádios comunitárias como um veículo que
utiliza conteúdos da educação. Pode-se dizer que as rádios comunitárias brasileiras, tal
qual como concebidas hoje, surgiram a partir do acúmulo das experiências do uso do
rádio como instrumento comunitário e basicamente democrático. Depois de muita
discussão em torno do tema, em fevereiro de 1998 o Congresso regulamentou e instituiu
o Serviço de Radiodifusão Comunitária em nosso país. Recentemente, o namoro entre o
Rádio e a Educação tem ocorrido, tanto na programação das emissoras, quanto em
âmbito escolar com a implementação de projetos que, além de promover a escuta e
análise de programas radiofônicos, estimulam a criação de rádios virtuais ou
“emissoras” com transmissões em circuito fechado dentro das escolas. A programação
de cunho pedagógico e cultural é geralmente produzida em conjunto por integrantes da
comunidade escolar.
Um dos mais importantes projetos de educação via radiodifusão foi o projeto
minerva, criado em 1970, e que foi ao ar pela 1ª vez em 1° de setembro. Tinha caráter
oficial, e era amparado por um decreto presidencial que determinava a obrigatoriedade
de sua transmissão por todas as emissoras do país. Seu objetivo maior era segundo a lei
que o regulamentou, a educação para adultos.
O projeto contou com a seguinte estrutura:
a) Recepção organizada - desenvolvia-se em radiopostos locais, onde 30 a 50
alunos se reuniam, sob a liderança de um monitor, para ouvir a transmissão das aulas. O
radioposto funcionava em escolas, quartéis, clubes, igrejas e outros locais.
b) Recepção controlada - os alunos recebiam isoladamente a transmissão dos
cursos reunindo-se semanal ou quinzenalmente sob a orientação do monitor, a fim de
discutir idéias e dirimir dúvidas.
c) Recepção isolada- os alunos recebiam emissões em suas casas.
O Projeto Minerva foi mantido até o início dos anos 80, apesar das severas
críticas e do baixo índice de aprovação - 77% dos inscritos não conseguiram obter o
diplom

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