1. A imputação objetiva no direito penal requer a comprovação da causalidade natural entre a ação e o resultado, assim como a criação de um perigo proibido e a correspondência entre o resultado e o perigo criado.
2. Não toda criação de risco pode ser objeto de proibição penal, somente aqueles que criam riscos maiores do que o normalmente permitido.
3. A imputação objetiva pode ser afastada em casos de risco permitido, princípio da confiança e proibição de regresso ou quando o resultado decorre de autocol
1. A imputação objetiva no direito penal requer a comprovação da causalidade natural entre a ação e o resultado, assim como a criação de um perigo proibido e a correspondência entre o resultado e o perigo criado.
2. Não toda criação de risco pode ser objeto de proibição penal, somente aqueles que criam riscos maiores do que o normalmente permitido.
3. A imputação objetiva pode ser afastada em casos de risco permitido, princípio da confiança e proibição de regresso ou quando o resultado decorre de autocol
Copyright:
Attribution Non-Commercial (BY-NC)
Available Formats
Download as DOC, PDF, TXT or read online from Scribd
1. A imputação objetiva no direito penal requer a comprovação da causalidade natural entre a ação e o resultado, assim como a criação de um perigo proibido e a correspondência entre o resultado e o perigo criado.
2. Não toda criação de risco pode ser objeto de proibição penal, somente aqueles que criam riscos maiores do que o normalmente permitido.
3. A imputação objetiva pode ser afastada em casos de risco permitido, princípio da confiança e proibição de regresso ou quando o resultado decorre de autocol
Copyright:
Attribution Non-Commercial (BY-NC)
Available Formats
Download as DOC, PDF, TXT or read online from Scribd
1 - Pressupõe a comprovação da causalidade natural/física (nexo causal);
2 – A IMPUTAÇÃO do resultado depende dos seguintes requisitos:
a) criação de um perigo proibido (“Incremento do
Risco”);
b) se o resultado produzido pela ação corresponde à
realização do perigo – juridicamente proibido – pela ação (“Realização do Risco”);
3 - Ambos os juízos decorrem da função do direito penal, que tem por
objeto condutas que criam risco para o bem jurídico maior do que o autorizado e a produção de um resultado que se pode evitar;
4 – Nem toda criação de risco pode ser objeto de proibição penal, o que seria limitação intolerável da liberdade de ação, o que implica no reconhecimento de riscos permitidos (dirigir veículos, p. ex).
5 – Afastamento da imputação objetiva:
a) Risco Permitido - (Instalação de um reator atômico, p.ex):
Há casos em que ele está normativamente regulado (ex: normas de trânsito, segurança do trabalho, etc .) Quando ele não está normatizado, sua avaliação decorre de uma ponderação de bens, a qual leva em conta a utilidade do dano como vantagem ou perda segundo critérios jurídicos. Dentro do risco permitido, avaliam-se os casos de DIMINUIÇÃO DOS RISCOS (ex:”A” desvia um vagão descarrilado que iria chocar-se contra vários trabalhadores, causando, assim, danos em automóveis).CONTROVÉRSIA: “X” pode evitar que “Y” sofra lesão, mas como nutre antipatia por “Y” reduz o risco apenas em parte. Deixou de otimizar as suas possibilidades! (só se é garante!). OBS: O juízo sobre o caráter proibido do perigo é feito ex ante, isto é, no momento em que o autor empreende a conduta perigosa, sendo objetivo.
b) Princípio da Confiança – De acordo com ele, não se
imputarão objetivamente os resultados produzidos por quem agiu confiando que os outros se mantivessem dentro dos limites do risco permitido (EX: “A” atravessa um cruzamento com o sinal verde, sem tomar cuidado para o caso de outro carro avançar o sinal vermelho, o que acaba por ocorrer causando a morte do passageiro do transgressor). Há divergência doutrinária sobre a sua aplicação aos crimes dolosos; c) Proibição do Regresso e Posição de Garante – Trata-se de um critério que serve para limitar a imputação do resultado a certos comportamentos que possam ter causado resultados, mas que estão fora do âmbito (interesse) de proteção do direito penal. Não se nega mais a causalidade das “precondições de uma condição, nem se usa o elemento subjetivo para negar a causalidade. Essa idéia produz as seguintes conseqüências: c1) Imputação afastada quando a conduta do autor é causal pela mediação de um terceiro que não age em conjunto com ele (EX: vender arma para o assassino); c2) Afasta-se a imputação quando o resultado é conseqüência da conduta ou da situação da própria vítima (EX1: autor interrompe ações que poderiam preservar o BJ, mas não estava juridicamente obrigado a fazê-lo – “A” derruba um muro dentro de sua propriedade, que amparava do sol bens do vizinho, os quais foram destruídos); EX2: imputação do resultado afasta-se quando o perigo de sua produção dói criado por um 3º, sem a participação do agente – terrorista instala explosivo que será acionado por um vizinho, quando este abrir a porta; EX3: médico que desliga aparelho do paciente em coma irreversível (posição de garante se extinguiu, o resultado morte derivado de sua ação não lhe é imputável pela proibição de regresso (CONTROVERSO);
d) Realização do Risco – Exigência de que o risco não
permitido, criado pela conduta, tenha sido a causa do resultado. Não há realização do risco: d1) quando o resultado decorre de um risco geral normal (incêndio no hospital)OBS: há autores que resolvem isso com o “âmbito de proteção da norma”; d2) quando a vítima contribui decisivamente para a produção do resultado atuando contrariamente ao dever ou aos seus interesses (não cuida de um ferimento causado por “A” e morre de septicemia); d3) quando o resultado se produz mais tarde sobre uma vítima que, no momento da criação do risco, não estava ameaçada (“A” avança um sinal vermelho. A 500 metros, quando já dirigia normalmente, atropela “B”, lesionando-o. OBS: há quem recorra ao fim de proteção da norma); D4) “consequências tardias” (CONTROVÉRSIA). “A” causa a cegueira de “B”, o qual, anos mais tarde, em razão da deficiência visual, cai de um desfiladeiro e morre (ROXIN, não deve se imputar a morte ao autor). AIDS (médico contamina o paciente, o qual falece longos anos após (decurso do tempo é tido como irrelevante); d5) “nexos causais desviados” (erro – dolo geral , não excluem a imputação).; d6) “Condutas alternativas conforme ao direito”:quando há dúvida com respeito ao fato de saber se uma conduta alternativa conforme ao direito teria ou não impedido que o resultado se produzisse (ciclista bêbado que cai sob as rodas de um caminhão que se aproxima sem guardar a distância regulamentar necessária – A imputação depende de uma comprovação de que o resultado não teria ocorrido se o autor tivesse agido de acordo com o seu dever!; d7) não se realiza no resultado, nem cria perigo proibido, a conduta baseada no consentimento do titular do BJ disponível; d8) autocolocação em perigo – (EX1: sexo com parceiro contaminado com AIDS; EX2: entregar de droga ao usuário que morre por overdose; EX3: morte de quem aceita ser carona de veículo conduzido por bêbado; EX4: “A” é autor do incêndio que promoveu neblina na estrada, a qual impediu que “B”, guiando em velocidade excessiva para aquelas condições, avistasse um veículo enguiçado. “B” morre) – Na jurisprudência esses casos costumam ser resolvidos sob a ótica da compensação de culpas, inadmissível em direito penal. OBS: esse princípio não aplica-se aos tipos que, por si mesmos, sancionam a indução a autolesão (ARTIGO 122).