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1. INTRODUÇÃO

Uma das aplicações práticas mais importantes do eletromagnetismo é sua utilização


em circuitos elétricos, desde aqueles empregados para transmissão e distribuição de potência
em larga escala até os que fazem parte, por exemplo, da arquitetura de um microcomputador
(NUSSENZVEIG, 1997).

No tratamento teórico dos circuitos, é conveniente representar os seus elementos


constituintes de forma idealizada.

Tabela 1: Elementos de um circuito

Um resistor ôhmico é um elemento de circuito cuja função exclusiva é converter


energia elétrica em energia térmica. Obedecendo à lei de Ohm (1), quando atravessado por
uma corrente I, sofre uma queda de potencial através de seus extremos.

V =RI (1)

Resistores cuja relação entre V e i não é linear, ou seja, quando R não é uma constante,
são ditos resistores não-ôhmicos. Um exemplo de resistor não-ôhmico é a lâmpada
incandescente.

O gerador é uma fonte de força eletromotriz. Funciona como um elemento ativo do


circuito. Por ele, é atravessada a corrente (fluxo de elétrons) no sentido inverso ao da queda
de potencial como podemos na equação (2).

V 1 +V 2=V =−ε (2)


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A potência P, em Watts, dissipada num resistor, é dada por:

P=VI (3)

Logo, a tensão ou a corrente podem ser calculadas a partir de uma potência


previamente conhecida:

P
I= (4)
V

P
V= (5)
I

Quando dois ou mais resistores são conectados em seqüência, dizemos que estão em
série. Neste caso, a corrente i é a mesma que passa por cada um dos resistores. Segundo a
conservação de energia, a voltagem (V) é a soma das voltagens de cada resistor (V1, V2...). A
resistência equivalente deste circuito é dada pelo somatório de todas as resistências.

Outra forma simples de conectar resistores é em paralelo. Neste caso, a corrente I


produzida pela fonte é dividida em diferentes correntes i menores, de tal forma que a soma
destas é igual a corrente total. Quando os resistores estão em paralelo, cada um está sob a
mesma voltagem (V). Neste caso, o inverso da resistência equivalente é dado pela soma dos
inversos das resistências individuais.

Quando um circuito é dito misto, há resistores ligados em série e em paralelo.


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2. OBJETIVOS

Estudar as características da tensão, corrente e potência elétrica em circuitos resistivos


ligados em série, paralelo e misto.
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3. MATERIAIS UTILIZADOS

- Fonte de alimentação variável;

- Fios para ligações;

- Instrumento de medida (Multímetro);

- Lâmpadas de 6V - 0,22;

- Placa para o circuito com bocais e conexões;


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4. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

O circuito composto por uma fonte e três lâmpadas foi montado inicialmente em série
e observa-se o que acontece, quando apagada uma lâmpada, às demais e o que acontece ao
circuito quando uma lâmpada é curto-circuitada

Foram aferidas tensões e correntes e em cada lâmpada e na entrada (fonte) e


determinada a potência elétrica mínima para o funcionamento do sistema, sempre avaliando a
luminosidade das lâmpadas. Os procedimentos são repetidos para um circuito em paralelo e
para um circuito misto.
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5. RESULTADOS E ANÁLISES

Tabela 2: Circuito em Série

Tensão elétrica (V) Corrente elétrica (A)


Fonte 6 0.27
L1 1,92 0,27
L2 2,25 0,27
L3 2,1 0,27

Na associação em série, observamos que quando apagada uma lâmpada, apagam-se as


outras. Quando curto-circuitamos o sistema, apenas a lâmpada que sofreu curto se apaga; nas
outras, a luminosidade se intensifica. Ou seja, ao diminuirmos a resistência equivalente (soma
das resistências de cada lâmpada), a intensidade da corrente aumenta.

A potência necessária para manter o circuito em funcionamento seria: P = Vfonte*Ifonte =


6*0,27 = 1,62 W. Esse cálculo, entretanto, nos daria uma tensão média de 2 volts = 6/3, para
cada lâmpada, pois o circuito estava em série e as tensões dividir-se-iam em frações
aproximadamente iguais devido às resistências das três lâmpadas idênticas terem
aproximadamente o mesmo valor numérico.
Como, ao contrário do que foi feito com a corrente, não realizamos a medida da tensão
da fonte com o multímetro; posicionamos, apenas, o botão em cima da indicação de seis volts,
podemos supor que a tensão real da fonte seria, aproximadamente, a soma das tensões
elétricas das três lâmpadas em série: (1,92 + 2,25 + 2,1) V = 6,27 V.
Portanto, a potência real necessária para manter o circuito em funcionamento foi
aproximadamente 6,27V*0,27A = 1,6929 W. Outra forma de obtermos esse resultado é
somando as potências de cada lâmpada:
P=P1 + P2 + P3=i 1 V 1+i 2 V 2+i 3 V 3=1,92∗0,27+2,2∗0,27+2,1∗0,27=1,6929 W .
Enquanto a intensidade da corrente elétrica permaneceu constante, a luminosidade das
lâmpadas aumentou com o aumento da tensão da fonte (de zero a aproximadamente seis
volts).

Tabela 3: Circuito em Paralelo

Tensão elétrica (v) Corrente elétrica (A)


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Fonte 6,00 1,50


L1 6,38 0,47
L2 6,38 0,51
L3 6,38 0,51

Em paralelo, quando apagamos uma lâmpada, somente esta se desligou. Quando


forçado um curto em uma, todas se apagam.
Calcula-se a potência (P) necessária para manter o circuito em funcionamento fazendo
o produto entre a tensão e a intensidade da fonte, ou seja, P = 6*1,50 = 9 W.

A potência necessária para manter o circuito em funcionamento foi, entretanto, P =


6,38*1,5 = 9,57 W. Isso porque não realizamos a medida da tensão da fonte com o
multímetro, apenas posicionamos o botão da voltagem da fonte na indicação de seis. Não
obstante, em um circuito com três lâmpadas em paralelo, a tensão elétrica de qualquer uma
delas, teria aproximadamente o mesmo valor que a tensão da fonte, ou seja, V 1 = V2 = V3 =
Vfonte - segundo muitos autores constataram em suas pesquisas.

Ao aumentarmos a voltagem na fonte até atingirmos a tensão da fonte informada na


tabela 3, e sem mudarmos o valor da corrente elétrica na mesma, a luminosidade emanada
pelas lâmpadas aumentava.

Tabela 4: Circuito Misto

Tensão elétrica (V) Corrente elétrica (A)


Fonte 6,00 0,43
L1 4,90 0,43
L2 1,28 0,21
L3 1,28 0,21

Em nossa associação em misto, quando se desliga L1, todas as lâmpadas se apagam.


Quando se desliga L2, só ela apaga; L3 se intensifica. Quando se desliga L3, só ela apaga; L2
se intensifica.

O curto em L1 intensificou a luminosidade nas demais lâmpadas. Em L2 intensificou


L1 e apagou L3. Em L3, contudo, intensificou L1 e apagou L2.

A potência necessária para acender a primeira lâmpada foi P 1 = 4,9*0,43 = 2,107 W;


para acender a segunda e a terceira, P2 = 1,28*0,21 = P3 = 0,2688. Logo, a potência (P)
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necessária para manter todo o circuito é a soma das potências P 1, P2 e P3, i.e., P = 2,107 +
2*0,2688 = 2,6446 W.
Desse resultado, podemos dizer que P = V fonte*Ifonte e, isolando a tensão da fonte,
temos:

P 2,6446
V= = =6,15 W
I 0,43

O que nos diz que a houve o seguinte erro relativo (er) entre o posicionamento do
botão da tensão na indicação de seis volts na fonte, e a tensão realmente fornecida por ela:

6,15−6,00
er = 100 % ≅ 2,44 %
6,15

Além disso, enquanto giramos somente o botão da tensão elétrica fornecida pela fonte
até chegarmos a 6 volts visualmente, observamos o aparecimento e gradativo aumento do
brilho nas lâmpadas.
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6. CONCLUSÃO

Como foi dito na análise dos resultados, quando o circuito estava em série, a voltagem
foi dividida entre as três lâmpadas e, portanto, a intensidade luminosa diminuiu; quando em
paralelo, as três lâmpadas receberam a mesma voltagem que a da fonte; verificou-se, logo,
uma maior luminosidade nas mesmas. Por fim, o circuito misto apresentou o comportamento
esperado para as lâmpadas ligadas em série e para as ligadas em paralelo.

Em geral, os dados obtidos experimentalmente condisseram com a teoria e, assim, os


resultados obtidos foram satisfatórios.
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene. Física: eletricidade, magnetismo e ótica. 5 ed. LTC: Rio
de Janeiro, v. 2, 2006;

NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica: 3 – Eletromagnetismo. 1ª edição. Rio de


Janeiro: Edgard Blucher Ltda, 1997. 323p;

MUNDIM, K. C. Circuitos Elétricos: Resistores em Série e Paralelo. Disponível em:<


http://vsites.unb.br/iq/kleber/EaD/Eletromagnetismo/Resistores/Resistores.html>. Acesso em:
01 set. 2010.
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8. APÊNDICE

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