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Vários filósofos franceses, como Michel Foucault, Jacques Derrida e Giles Delleuze,
ao estudarem a história da filosofia, das ciências da sociedade, das artes e das
técnicas, disseram que a razão é histórica, ou seja, muda temporalmente. Mas essa
história não é cumulativa, evolutiva, progressiva e contínua. Pelo contrário, é
descontínua, se realiza por saltos e cada estrutura nova da razão possui um sentido
próprio, válido apenas para ela.
Segundo esses filósofos, uma teoria ou uma prática são novas quando rompem as
concepções anteriores e as substituem por outras completamente diferentes, desse
modo, não é possível falar numa continuidade progressiva entre elas.
Não se pode falar num processo, numa evolução ou num avanço da razão a cada
nova teoria, pois a novidade significa justamente que se trata de algo novo, tão
diferente do outro que será absurdo falar em continuidade e avanço. Não há como
dizer que as ideias e as teorias passadas são falsas, erradas ou atrasadas: elas
simplesmente são diferentes das atuais porque se baseiam em princípios,
interpretações e conceitos diferentes.