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Roteiro do Júri

É comum que Juízes se valham de roteiros para a presidência de sessões do Júri, afinal, trata-se de ato complexo e
extenso, de modo que só depois de muita experiência alguém consegue realizá-lo sem recorrer a alguma cola.

Sendo assim, e diante das recentes alterações, peguei todos os meus roteiros, misturei, revisei e criei um novo, já
atualizado. Peço aos leitores que militam ou gostam de Júri que enviem sugestões e críticas a respeito dele, para que eu
possa aprimorá-lo. Segue:

1. Declaro abertos os trabalhos da ____ sessão da ____ reunião do Tribunal do Júri da comarca de
Diadema no ano de 2010. (art. 462).

- Verificar, nesse momento, se na urna estão os nomes dos 25 jurados sorteados (art. 462 do
Código de Processo Penal - impedimentos)

- Analisar pedidos de dispensa e adiamento e consigná-los em ata (art. 454 c/c 462- separação
das testemunhas).

2. Determino ao Sr. Escrivão que realize a chamada dos jurados sorteados (art. 463 – prestar
compromisso dos jurados).

03. Tendo comparecido o número de _25_ jurados declaro instalada a presente sessão.

04. Aos jurados faltosos (Sr xxx, nomear) aplico a multa de 01 a 10 salário mínimo, R$ 510,00,
ficando os mesmos desde já sorteados para a próxima sessão. (art. 443, § 1º e 445, § 3º).

05. Procederei a seguir o sorteio dos jurados suplentes, determinando ao senhor escrivão que
consigne seus nomes e os notifica para comparecerem no dia _25_, às _20_ horas, para a próxima
sessão. (art. 445).

06. Vai ser submetido a julgamento o réu: __ (ler qualificação da denuncia). Determino ao senhor
porteiro dos auditórios que apregoe (dizer em voz alta) as partes e as testemunhas, colocado em
salas separadas as da acusação, das de defesa, (art. 447 e 454).

07. A seguir o Juiz declara: “Vou proceder ao sorteio dos sete jurados que deverão compor o
conselho de sentença. Devo adverti-los, entretanto, que são impedidos de servir no mesmo
conselho: marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro ou genro ou nora, cunhados
durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta. Também não poderão servir os
jurados que tiverem parentesco com o Juiz (Sicranno), com o promotor (Beltrano), com o
advogado (Nonono) com o réu (Fulano) e com a vítima (Fulana). (art. 448 CPP).

Os jurados que serviram em julgamento anterior do mesmo processo (se houve) estão impedidos
de servir.

Aqueles que se encontrarem nestas situações, queiram imediatamente se levantar!

Advirto-os, ainda, que uma vez sorteados não poderão comunicar-se com outrem, nem manifestar
sua opinião sobre o processo, pena de exclusão do conselho e de multa de um a dez salários
mínimos (art. 466, § 1º).

A defesa e a acusação poderão, ainda recusar, cada qual, imotivadamente, ate três jurados”.

Procederemos agora ao sorteio dos jurados. (sorteia normalmente o próprio juiz) A cada nome
consultar as partes, iniciando-se pela defesa, sobre recusas. Convidar os não recusados para tomar
assento.

08. Está formado o conselho de sentença, farei a exortação (conselho, advertir, incitar) legal, e à
chamada, cada um dos senhores deverá responder “Assim prometo”. Todos de pé. “Em nome da
lei, concito-vos a examinar com imparcialidade esta causa e a proferir vossa decisão de acordo
com a vossa consciência e com os ditames da Justiça” art. 472).

- Entregar aos jurados, nesse momento, cópias da decisão de pronúncia e de posteriores decisões
que julgaram admissível a acusação, assim como cópia escrita do relatório a respeito do
processo. Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente responderão: “Assim o prometo”.
Cada jurado, em seguida, receberá cópias da pronúncia ou, se for o caso, das decisões posteriores
que julgaram admissível a acusação e do relatório do processo.

09. Podem sentar. Os senhores jurados não sorteados estão dispensados com nossos
agradecimentos.

II. INSTRUÇÃO
10. Inquirição de testemunhas. Ordem: ofendido, testemunhas de acusação e defesa.

- As partes perguntarão diretamente às testemunhas. Nas testemunhas de defesa, as perguntas da


defesa antecederão às do Ministério Público e do assistente de acusação.

- Jurados também reperguntam, mas por intermédio do Juiz presidente.

- Após ouvidas as testemunhas, consultar as partes acerca da possibilidade de dispensá-las de


imediato ou se pretendem que permaneçam até o fim dos debates, para eventual reinquirição.

- Verificar necessidade de acareações.

11. Leitura de peças (somente as que se refiram a provas colhidas por carta precatória e às provas
cautelares, antecipadas ou não repetíveis).

12. Interrogatório do réu.

- Advertência ao réu de que tem o direito constitucional de permanecer calado, mas se trata do
momento próprio de dar a sua versão dos fatos às pessoas que irão proferir o julgamento.

- Partes pergunta diretamente. Inicia-se pelo MP.

III. DEBATES

13. Palavra ao Ministério Público e à defesa. Tempo: uma hora e meia para cada.

14. Réplica e tréplica: uma hora.

- Havendo mais de um acusador ou defensor, devem combinar a distribuição de tempo.

- Mais de um acusado: duas horas e meia de debates e duas horas de réplica e tréplica.

- Atentar para o art. 478:


Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer
referências:

I - à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou


à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou
prejudiquem o acusado;

II - ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento, em


seu prejuízo.

- A acusação, a defesa e os jurados poderão, a qualquer momento e por intermédio do juiz


presidente, pedir ao orador que indique a folha dos autos onde se encontra a peça por ele lida ou
citada, facultando-se, ainda, aos jurados solicitar-lhe, pelo mesmo meio, o esclarecimento de fato
por ele alegado (art. 480).

- Apartes: doravante serão regulamentados pelo Juiz Presidente, e poderão durar até três
minutos, que serão acrescidos ao tempo do aparteado (art. 497, inciso XII).

15. Findos os debates, verificar se desejam reinquirir testemunhas ou diligências.

16. Indagará dos jurados se estão habilitados a julgar ou se necessitam de outros esclarecimentos
(art. 480, § 1º).

17. Ler quesitos e indagar das partes se têm requerimentos a fazer. Explicar brevemente aos
jurados os significados de cada quesito.

IV. JULGAMENTO E ENCERRAMENTO

18. Julgamento em sala secreta. Observar arts. 482 a 491 do Código de Processo Penal. O
resultado não será identificado. O quarto voto pelo SIM ou pelo NÃO encerra a votação do
quesito.
19. Leitura da sentença e encerramento da sessão. “Declaro encerrados os presentes trabalhos
relativos à ____ sessão da ____ reunião periódica do corrente ano de __________, do Tribunal
do Júri Popular desta comarca. Preleções e agradecimentos finais”.

ROTEIRO DA SESSÃO PLENÁRIA DE JULGAMENTO - TRIBUNAL DO JURI

1. Início da Sessão com a entrada do Juiz-Presidente e do Representante do


Ministério Público

2. Instalação da Sessão pelo Juiz-Presidente

3. Pregão realizado pelo Sr. Oficial de Justiça

Momento oportuno para as partes argüir nulidades ou elaborar requerimentos ou retificar


o libelo.

4. Sorteio dos Jurados presentes

Há necessidade de 21 jurados, com o comparecimento de pelo menos 15 para a


realização da Sessão Plenária, sob pena de nulidade.

Recusas imotivadas - 3 para cada parte

Recusas motivadas - quantas fizerem necessárias

Manifesta-se primeiramente a Defesa, depois o Ministério Público

5. Compromisso Legal do Conselho de Jurados escolhido

"Em nome da Lei concito-vos a examinar com imparcialidade esta causa e a proferir o
veredicto conforme vossas consciências e os ditames da Justiça."

6. Assinatura do Termo de Compromisso e Incomunicabilidade pelos Jurados

7. Interrogatório do Réu

8. Relatório dos Autos do Processo feito pelo Juiz-Presidente ao Conselho de Jurados

9. Leitura de Peças

10. Instrução
Oitiva de Testemunhas arroladas pelas partes - Libelo e Contrariedade - as partes
poderão perguntar diretamente

11. Debates Orais

12. Réplica e Tréplica

13. Encerramento dos Debates


Indagação do Juiz-Presidente se os Jurados estão habilitados a julgar.
Leitura em Plenário do Questionário pelo Juiz-Presidente.
Indagação às partes pelo Juiz-Presidente sobre eventual reclamação ou
requerimento acerca do questionário - momento oportuno para impugnar a quesitação.

14. Sala Secreta

15. Leitura da Sentença em Plenário

16. Encerramento do Julgamento pelo Juiz-Presidente

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