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UFTPR – UNIVERSIDADE FEDERAL TECNOLÓGICA DO PARANÁ

DEPARTAMENTO DE LETRAS
CURSO: LICENCIATURA EM PORTUGUÊS/INGLÊS
DISCIPLINA: LITERATURA PORTUGUESA I
PROFESSOR: RODRIGO XAVIER
DATA: 05/12/2010

PLANO DE AULA

A LITERATURA DO RENASCIMENTO EM PORTUGAL


Aula N° 8
A POESIA ÉPICA DE LUÍS DE CAMÕES
O Aspecto Lírico no Canto III d’Os Lusíadas
(O episódio de Inês de Castro)

1) Pré-requisitos: A presente aula é a 8ª aula do programa do curso de


Literatura Portuguesa I, que compreende um total de 15 encontros
que versam sobre a Literatura Renascentista em Portugal. Ofereceu-
se um panorama anterior a 1527, quando da introdução do
Humanismo em 1418 por D. Duarte, quando nomeia Fernão Lopes,
um dos maiores cronistas da literatura portuguesa, “Guarda-Mor da
Torre do Tombo”. Após esse panorama, realizou-se uma breve leitura
do Teatro de Gil Vicente com o Auto da Lusitânia (1532) e a Farsa de
Inês Pereira (1523). Faz-se recomendável que o aluno tenha
frequentado as aulas anteriores, nas quais também tratou-se dos
aspectos gerais do Renascimento em Portugal, a contribuição de Sá
de Miranda (1527) para o desenvolvimento da ”medida nova” na
poética portuguesa, versou-se sobre a lírica camoniana com leitura
de alguns Sonetos, apontaram-se os seus aspectos estéticos e
formais, bem como introduziu-se o conceito de épica em Camões,
quando deu-se então início à leitura d’Os Lusíadas. Cabe ressaltar a
importância de o aluno ter cursado a disciplina de Teoria Literária I, já
que lhe serão necessários conhecimentos sobre conceitos
elementares da poética (mímesis, kátharsis, entre outros).

2) OBJETIVO GERAL:

Apresentar de maneira panorâmica os aspectos estéticos, históricos e


míticos presentes n’Os Lusíadas, de Luís de Camões;

3) OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Ao final desta aula, deverá o aluno estar apto a:

a) Elencar os principais elementos estéticos que compõem o episódio


de Inês de Castro, no Canto III d’Os Lusíadas;
b) Apontar os indícios do excerto apresentado que remetem à
história de Portugal do século XIV, durante o reinado de D. Afonso
IV;
c) Constatar a presença do elemento lírico camoniano no presente
episódio;

4) METODOLOGIA DE ENSINO

4.1 Fundamentação teórica: A partir das inúmeras leituras d’Os


Lusíadas, auxiliadas pelos textos de Hernâni Cidade, Cleonice
Berardinelli, Segismundo Spina, Ivan Teixeira, José António Saraiva,
Óscar Lopes, Massaud Moisés, António Soares Amora, Maria Helena
Ribeiro da Cunha, pode-se estabelecer um quadro preciso acerca do
entendimento da influência do lirismo camoniano na elaboração do
texto épico. Como nos reporta Berardinelli em seus Estudos
Camonianos (2000): “Nesses dezesseis versos [...] (referindo-se ao
Canto III) temos um dos mais altos momentos líricos do poema.”
Pode-se também trazer à baila o comentário de Ivan Teixeira (2001),
a fim de endossar a importância do referido aspecto: “a estória de
Inês de Castro é o tema lírico de maior repercussão na literatura
portuguesa”. Massaud Moisés (1968) aponta que “trata-se de um
episódio de rara fulgurância poética, perfeita na sua unidade interior
e na sua forma, onde não se nota nenhuma palavra inútil, nenhuma
expressão que não seja mais perfeitamente adaptada à realização
plástica do episódio” e completa-lhe o raciocínio a seguinte passagem
de Mitologia da Saudade (1997) de Eduardo Lourenço: “A
identificação de Portugal com Camões, por obra conjugada dos
acontecimentos históricos e da revolução cultural romântica, é um
caso único no quadro da cultura européia.”

4.2 Estratégias de ensino:

a) Apresentar as estrofes 118 a 135, estabelecendo uma leitura das


mesmas juntamente aos alunos, buscando converter os versos para o
‘ordem direta’, facilitando assim a compreensão lingüística dos
mesmos. (Duração, 20 minutos);

b) Destacar os versos que remetem diretamente à história de


Portugal, apontando o grau hierárquico e o papel sócio-político de
cada personagem elencada e sua relação com as demais
personagens presentes no excerto. (Duração, 15 minutos);

c) Apontar nos versos as características do lirismo camoniano


presentes, bem como relacioná-las com a visão amorosa de Camões.
(Duração, 20 minutos);
4.3 Recursos didáticos

a) Lousa;

b) Projetor multimídia;

c) Excerto do Canto III (fotocopiado);

d) Retroprojetor e transparências (caso não haja disponibilidade do


projetor multimídia);

5. AVALIAÇÃO

a) Solicitar aos alunos que preparem um relatório de aula, no qual


constem as respostas às seguintes questões:

1ª) Qual a concepção do amor e da mulher apresentada no episódio


de Inês de Castro?

2ª) Qual a relação do episódio com o a Batalha do Salado,


apresentada nas estrofes 107-117?

6. BIBLIOGRAFIA

BERARDINELLI, Cleonice. Estudos Camonianos. Rio de Janeiro: Nova


Fronteira, 2000;

CIDADE, Hernâni. Luís de Camões: O Épico. Lisboa: Editorial Presença,


1985;

LOURENÇO, Eduardo. Portugal como destino seguido de Mitologia da


Saudade. Lisboa: Gradiva, 2001;

________________. A Nau de Ícaro. São Paulo: Companhia das Letras,


2001;

________________. O Labirinto da Saudade: psicanálise mítica do


destino português. Lisboa: D. Quixote, 1978;

MATTOSO, José. História de Portugal: Vol. VII. Lisboa: Estampa, 2001;


MAXWELL, Kenneth. O Império Derrotado: revolução e democracia
em Portugal. São Paulo: Companhia das Letras, 2006;

MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa Através dos Textos. São


Paulo: Cultrix, 2002;

GALHOZ, Maria Aliete. (Preparação do texto e introdução). ORPHEU.


Volumes I, II e III. Lisboa: edições Ática, 1984;

PIGLIA, Ricardo. O Laboratório do Escritor. São Paulo: Iluminuras,


1994;

SARTRE, Jean-Paul. Em Defesa dos Intelectuais. São Paulo: Ática,


1994;

SAID, Edward. Representações do Intelectual: As conferências Reith


de 1993. São Paulo: Companhia das Letras, 2006;

SARAIVA, José António. LOPES, Óscar. História da Literatura


Portuguesa. Lisboa: Porto Editora, 1970.

CAMÕES, Luís de. Os Lusíadas. Apresentação de Ivan Teixeira. São


Paulo: Ateliê Editorial, 2001;

TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda Européia e Modernismo


Brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1972.

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