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1.

Sumário

Espectrofotometria é a técnica que utiliza da luz para determinar concentrações


em espécies químicas conhecidas utilizando-se de um instrumento chamado
espectrofotômetro.
Neste experimento, a análise de substâncias através da espectrofotometria na
região do visível foi realizada em duas partes.
Na primeira parte do experimento foi feita uma varredura utilizando-se CuSO4
0,1 mol/L no intervalo de 400 à 700 nm de 15 em 15 nm e, em seguida foi feita a
calibração do CuSO4 no λ máx . Depois foi realizada a varredura utilizando-se CuSO4
complexado com NH4OH 1 mol/L no intervalo de 400 à 700 nm de 15 em 15 nm. E por
final, foi feita a calibração do CuSO4 complexado no λ máx.

Na segunda parte realizou-se uma varredura com K2Cr2O7 0,0166 mol/L e


KMnO4 0,0225 mol/L em comprimentos de onda (λ) ente 400 e 600 nm de 10 em 10 nm
para uma posterior calibração (em duplicatas e triplicatas) das respectivas substâncias
no λ máx encontrado para cada substância. Posteriormente foi fornecida uma amostra
problema para que com as curvas já obtidas, pudesse ser determinada a quantificação de
tal amostra da substância fornecida.
E, finalmente, foram feitas as validações do método utilizado, nas duas partes do
experimento, através de técnicas estatísticas.

2. Introdução

A absorção de luz por meio de átomos oferece uma ferramenta analítica


poderosa para as análises quantitativas e qualitativas como também em investigações
biológicas e físico-químicas. Qualquer técnica que utilize a luz para medir
concentrações de espécies químicas pode ser chamada de espectrofotometria, que é uma
divisão da absorciometria que se refere particularmente ao uso do espectrofotômetro. O
termo fotometria pode ser interpretado como incluindo tanto métodos de espectroscopia
de emissão bem como todos de absorção.
A espectrofotometria baseia-se na absorção da radiação nos comprimentos de
onda entre o ultravioleta e o infravermelho. O espectro do visível está contido
essencialmente na zona entre 400 e 800 nm.
O espectrofotômetro é um instrumento que permite comparar a radiação
absorvida ou transmitida por uma solução que contém uma quantidade desconhecida de
soluto, e uma quantidade conhecida da mesma substância. Usando um prisma, o
aparelho separa a luz que passa através da solução em feixes com diferentes
comprimentos de onda. O espectrofotômetro permite-nos saber que quantidade de luz é
absorvida a cada comprimento de onda, corno pode se ver na Figura 1. A absorção é
específica a cada elemento, nenhum outro elemento absorve este mesmo comprimento
de onda.

Figura 1: Esquema Básico de um Instrumento para Medir a Absorção

Todas as substâncias podem absorver energia radiante, mesmo o vidro que


parece completamente transparente absorve comprimentos de ondas que pertencem ao
espectro visível. A água absorve fortemente na região do infravermelho. A cor das
substâncias se deve a absorção de certos comprimentos de ondas da luz branca que
incide sobre elas, deixando transmitir aos nossos olhos apenas comprimentos de ondas
não absorvidos. Se uma substância é verde, por exemplo, então deixa passar ou reflete a
cor nesse comprimento de onda, absorvendo mais a luz na região do vermelho.
É necessário conhecer o espectro de absorção da amostra que se deseja
determinar e para isto faz-se a varredura, de modo que se varia o comprimento de onda
incidente sobre a amostra e observam-se os valores de absorbância.
Querendo obter informação útil do espectro de um composto, deve-se medir
cuidadosamente o comprimento de onda de absorção máxima e a intensidade da
absorção, o composto tem de estar dissolvido em solvente apropriado que não absorva
luz na região estudada. A fonte de luz mais apropriada para região do ultravioleta (180-
400 nm) é a lâmpada de descarga de hidrogênio.Na região visível, usa-se uma lâmpada
de filamento de tungstênio (400-800 nm).
O espectrofotômetro comum visível-ultravioleta fornece espectros aceitáveis na
região de 200-800 nm. Instrumentos superiores possuem aperfeiçoamento mecânicos
que prolongam a região de menor comprimento de onda até 185 nm. A maior limitação
nessa região é a presença de ar no instrumento. O oxigênio absorve em 200 nm e
abaixo. A técnica de usar um espectrofotômetro a vácuo permite o estudo em regiões
inferiores a 200 nm, é a região do vácuo ultravioleta.
Com alguma freqüência, é necessário quantificar substâncias em misturas
complexas ou que não absorvem significativamente a luz a nenhum comprimento de
onda. Nestes casos, utilizam-se os chamados métodos colorimétricos - o composto a
quantificar é posto em contato com um reagente específico, de modo a desenvolver uma
cor cuja intensidade é diretamente proporcional à concentração da substância na mistura
original. Para quantificar espectrofotometricamente uma substância, é necessário,
obviamente, saber o valor de λ . Para isso, é preciso preparar uma série de soluções do
composto a quantificar, de concentração conhecida, adicionando-a com o reagente e
medir as absorbâncias ao comprimento de onda adequado.
O cálculo da intensidade de uma banda de absorção envolve o uso das leis de
Lambert e de Beer.

A lei de Beer-Lambert rege a relação entre concentração e absorbância. A lei diz


que: “Incrementos sucessivos no número de moléculas de igual poder de absorção
situadas no percurso de um feixe de radiação monocromática absorvem iguais frações
da energia radiante que os atravessa.” A relação se dá da seguinte forma:

A= log(Io/I) = ε. b.C
Onde: A...Absorbância;
I0...Intensidade da radiação monocromática que incide na amostra;
I...Intensidade da radiação que emerge da amostra;
ε...Absortividade molar;
C...Concentração [mol/L];
b...Distância percorrida pelo feixe através da amostra

Quando a luz incide sobre um meio homogêneo, parte dela é refletida, parte é
absorvida e a restante é transmitida. O efeito da reflexão pode ser anulado com o uso de
um controle (branco) que é preparado com todos os componentes da solução exceto o
que se deseja calcular a concentração.
A leitura espectrofotométrica deve ser feita no comprimento de onda no qual a
absorbância é máxima, neste ponto o coeficiente angular da reta, ou seja, a
absortividade molar (ε), também é máxima, desta forma, os valores obtidos apresentam
menor erro.
Como a concentração de uma curva não pode ser medida diretamente, um gráfico
de A * C, chamado de curva de calibração, permite a determinação de concentrações
desconhecidas através da medida de suas absorbâncias. Para se assegurar que os dados
obtidos se adaptam a um modelo, faz-se necessário fazer sua validação. A validação de
um modelo pode ser testada por meio da análise de variância, que indicará se o modelo
é capaz de descrever satisfatoriamente o comportamento dos valores experimentais.

3. Materiais e Métodos

Materiais

Durante os experimentos foram utilizados os seguintes equipamentos e vidrarias:


 Espectrofotômetro 700 plus (FEMTO);
 Cubetas de 1cm x 0,5cm;
 Pissete;
 4 Buretas de 50,0 mL;
 6 Balões Volumétricos de 100,0 mL;
 Béqueres;

As soluções utilizadas foram:


 CuSO4.5H2O 0,1 mol/L;
 NH4OH 1 mol/L;
 K2Cr2O7 0,0166 mol/L;
 KMnO4 0,0225 mol/L;
 H2SO4 98 %
 Água destilada.

Métodos

Parte A - Determinação de CuSO4 e NH4OH

3.1 Varredura de uma solução de sulfato de cobre (II)

A solução de branco utilizada na varredura consistia de apenas água destilada.


Em um balão de 100,0 mL adicionou-se com o auxílio de uma bureta 12,0 mL
de uma solução 0,1 mol/L de CuSO4. Completou-se o balão com água destilada,
transferiu-se uma amostra dessa solução para uma cubeta e levou-a ao
espectrofotômetro para ser lida na faixa de 400 à 700 nm de 15 em 15 nm para achar o
λmáx. Não realizou-se replicatas.

3.2 Varredura de uma solução de sulfato de cobre (II) complexado com amônia

A solução de branco utilizada nessa varredura consistia de 25,0 mL de NH 4OH


1mol/L e 100,0 mL de água destilada.
Em um balão de 100,0 mL adicionou-se com o auxílio de uma bureta 6,0 mL de
solução de CuSO4 0,1 mol/L e 25,0 mL de amônia (NH4OH) completando
posteriormente o balão com água destilada e homogeneizando a solução. Transferiu-se
uma amostra para uma cubeta e levou ao espectrofotômetro para ser lida na faixa de 400
a 700 nm de 15 em 15 nm determinando-se dessa forma o λmáx. Não realizou-se
replicatas.

3.3 Curvas de Calibração para o cobre livre e cobre complexado

3.3.1 Cobre Livre

Em balões de 100,0 mL prepararam-se soluções de CuSO4 com 4,0; 8,0; 12,0;


16,0 e 20,0 mL, respectivamente, em cada balão. Completaram-se os balões com água
destilada. Transferiu-se amostras de cada um dos cinco balões para cinco cubetas
respectivas que foram levadas ao espectrofotômetro para serem lidas no λmáx do Cu livre
obtido na varredura do item 3.1. Não foram realizadas replicatas e a solução de branco
foi a mesma utilizada no item 3.1.

3.3.2 Cobre Complexado

Em balões de 100,0 mL prepararam-se soluções de CuSO4 com 2,0; 4,0; 6,0; 8,0
e 10,0 mL, respectivamente, com 25,0 mL de NH4OH em cada balão. Completaram-se
os balões com água destilada. Transferiu-se as amostras de cada um dos cinco balões
para cinco cubetas respectivas que foram levadas ao espectrofotômetro para serem lidas
no λmáx do Cu complexado na varredura do item 3.2. Não foram realizadas replicatas e a
solução de branco foi a mesma utilizada no item 3.2.

Parte B - Determinação simultânea de Cr2O72- e MnO4-

Na quantificação simultânea de dois compostos (moleculares ou iônicos) por


UV/Vis, deve-se atentar primeiramente para os espectros de cada um dos compostos,
através de dados da literatura ou da varredura realizada para os padrões de cada
composto separadamente. Para isso, é necessário determinar a interferência que cada
composto apresentará na absorção máxima do outro composto, ou seja, é necessário
construir as curvas de calibração A x C para as duas espécies nos dois λmáx selecionados
nas varreduras dos espectros. Para isso, foram realizados os seguintes procedimentos:
3.4 Varredura de KMnO 4

Em um balão volumétrico de 100,0 mL adicionou-se 1,6 mL da solução a qual


se desejava obter o espectro (KMnO4 0,0225 mol/L) com o auxílio de uma bureta de
50,0 mL e 1,0 mL de H2SO4 98 % com uma pipeta de 1,0 mL. Completou-se o volume
com água destilada homogeneizando-se a solução.
Primeiramente fez-se a leitura do branco, o qual consistia de 1,0 mL de H2SO4
em um balão volumétrico de 100,0 mL que foi completado com água destilada e
homogeneizado.
Finalmente, realizou-se a leitura de 10 em 10 nm no intervalo de comprimento
de onda de 400-600 nm determinando, assim, o λmax para a solução.
Para as medições de absorbância da solução utilizou-se um
espectrofotômetro FEMTO 700 plus.

3.5 Varredura de K 2 Cr 2 O 7

Em um balão volumétrico de 100,0 mL adicionou-se 1,6 mL da solução a qual


se desejava obter o espectro (K2Cr2O7 0,0166 mol/L) com o auxílio de uma bureta de
50,0 mL e 1,0 mL de H2SO4 98 % com uma pipeta de 1,0 mL. Completou-se o volume
com água destilada homogeneizando-se a solução.
Primeiramente fez-se a leitura do branco, o qual consistia de 1,0 mL de H2SO4
em um balão volumétrico de 100,0 mL que foi completado com água destilada e
homogeneizado.
Finalmente, realizou-se a leitura de 10 em 10 nm no intervalo de comprimento
de onda de 400-600 nm determinando, assim, o λmax para a solução.
Para as medições de absorbância da solução utilizou-se um
espectrofotômetro FEMTO 700 plus.

3.6 Calibração
Em cada um dos cinco balões de 100,0 mL adicionou-se, com o auxílio de uma
bureta de 50,0 mL, 0,8; 1,2; 1,6; 2,0 e 2,4 mL, respectivamente da amostra (K 2Cr2O7
0,0166 mol/L ou KMnO4 0,0225 mol/L) juntamente com 1,0 mL de H2SO4 98 %. Após
o preparo das soluções, uma pequena amostra de cada balão foi transferida para uma
cubeta respectiva, onde estas foram levadas ao espectrofotômetro para serem lidas nos
dois λmax encontrados na varredura do item anterior.
O experimento foi realizado em duplicata para os seguintes volumes da solução
estoque 0,8; 1,6 e 2,4 mL e realizado em triplicata para os seguintes volumes 1,2 e 2,0
mL das duas soluções (K2Cr2O7 ou KMnO4 ).

3.7 Determinação de uma solução desconhecida

Foi fornecido ao grupo um balão de 100,0 mL contendo uma solução de Cr 2O7-2


e MnO4- de concentrações desconhecidas. Coube ao grupo completar o volume do balão
com água destilada e transferir uma pequena amostra para as cubetas que foram
posteriormente levadas ao espectrofotômetro para serem lidas nos máximos
comprimentos de onda encontrados nas varreduras realizadas anteriormente.

4. Resultados e Discussão

Parte A

4.1 - Varreduras de CuSO4 e CuSO4 complexado com amônia

Variando-se os comprimentos de onda para a solução CuSO4, obteve-se a tabela


e o gráfico abaixo em função do comprimento de onda e da absorbância.

λ (nm) Abs (CuSO4)


400 -0,066
415 -0,063
430 -0,061
445 -0,059
460 -0,065
475 -0,064
490 -0,061
505 -0,061
520 -0,061
535 -0,060
550 -0,059
565 -0,073
580 -0,073
595 -0,053
610 -0,045
625 -0,040
640 -0,033
655 -0,023
670 -0,010
685 +0,004
700 +0,018
Tabela 1: Varredura do espectro do CuSO4

0,02

CuSO4
0,00

-0,02
A

-0,04

-0,06

-0,08

400 450 500 550 600 650 700


λ

Gráfico 1: Varredura do CuSO4

Com a solução de CuSO4 0,1 mol/L, não se obteve o comprimento de onda que
apresentasse um pico de absorbância como se pode ver no Gráfico 1, onde a curva
ascende até 700 nm não formando uma banda completa.
A reação de CuSO4 e NH4OH 1 mol/L resulta num complexo tetraminocuprato
(II), o qual intensificou a cor azul da solução de CuSO4 inicial, segundo a reação:
Cu2+ + 4 NH3  [Cu(NH3)4]+2
Azul......................Azul escuro

A partir da solução complexada, fez-se a varredura e com os dados obtidos


montou-se a tabela:
λ(nm) Abs (CuSO4+NH4OH)
400 +0,006
415 +0,003
430 +0,005
445 +0,008
460 +0,020
475 +0,033
490 +0,058
505 +0,086
520 +0,116
535 +0,156
550 +0,185
565 +0,185
580 +0,190
595 +0,223
610 +0,231
625 +0,225
640 +0,215
655 +0,203
670 +0,184
685 +0,168
700 +0,151
Tabela 2: Varredura do espectro da solução complexada

0,25

0,20

0,15
A

0,10

CuSO4 + NH4OH
0,05

0,00

400 450 500 550 600 650 700


λ

Gráfico 2: Varredura do CuSO4 complexado

A varredura da solução complexada apresenta absorbância máxima em 610 nm,


portanto este experimento apresentou resultado satisfatório visto que a absorbância
máxima obtida foi 610 nm.
4.2 - Calibração

A partir das fórmulas M1.V1 = M2.V2 calculou-se as concentrações das amostras


preparadas.
E foi feita a curva de calibração com diferentes concentrações de CuSO4, a
700nm, apresentando as seguintes absorbâncias:

V(mL) Concentração (M) Abs


4,0 0,004 +0,017
8,0 0,008 +0,033
12,0 0,012 +0,059
16,0 0,016 +0,067
20,0 0,020 +0,086

Tabela 3: Concentração x absorbância

0,09

0,08

0,07

0,06

0,05
A

0,04 Pontos Experimentais


Reta Linearizada
0,03

0,02

0,01
0,002 0,004 0,006 0,008 0,010 0,012 0,014 0,016 0,018 0,020 0,022
C

Gráfico 3: Calibração de CuSO4

Equação 1:
Abs= 8E-4 + 4,3 x conc
Corr=0,99054

Foi feita a curva de calibração com diferentes concentrações de solução


complexada [Cu(NH3)4] a 610 nm.
V(mL) Concentração (M) Abs
2,0 0,002 +0,080
4,0 0,004 +0,135
6,0 0,006 +0,232
8,0 0,008 +0,289
10,0 0,010 +0,351
Tabela 4: Concentração x absorbância

0,35
Pontos Experimentais
Reta Linearizada
0,30

0,25

0,20
A

0,15

0,10

0,05
0,002 0,004 0,006 0,008 0,010
C

Gráfico 4:Calibração da solução complexada

Equação 2:
Abs= 0,0086 + 34,8 x conc
Corr=0,99574

Pela lei de Beer-Lambert é possível determinar a absortividade molar:

Є.l = Coeficiente Angular


Como o comprimento (l) da cubeta = 1 cm, tem-se que Є = Coeficiente Angular

Comprimento de onda
Є
(nm)
CuSO4 700 4,3
Solução 610 34,8
complexada

Tabela 5: Absortividade molar

Pôde-se observar, pelos valores calculados de Є, que a adição de um agente


complexante influencia nos valores da absorbância.
Parte B

4.3 Varreduras de KMnO 4 e K 2 Cr 2 O 7

Foi utilizado H2SO4 na preparação das soluções de KMnO 4 e K 2 Cr 2 O 7 ,


porque quando os íons (Cr2O7)-2 e (CrO4)-2 entram em equilíbrio ocorre uma
interferência que prejudica a análise. O objetivo da análise é determinar o dicromato e
não o cromato. Por isso, para que não ocorra essa interferência durante a análise, H 2SO4
é adicionado, pois os íons H+ deslocam o equilíbrio em direção da formação de
dicromato:

2(CrO4)-2 +2 H+ → (Cr2O7)-2 +H2O

Na solução de KMnO4, o H2SO4 diminui a velocidade de redução do


permanganato a dióxido de manganês, deslocando o equilíbrio da reação para esquerda:

2MnO4- + 3 Mn2+ + 2H2O → 5 MnO2 + 4H+

Na Tabela 6 estão os valores provenientes da variação do comprimento de onda,


de 400 nm a 600 nm.
Os espectros de absorção do dicromato e do permanganato não se sobrepuseram,
de modo que o dicromato absorveu fortemente o seu comprimento de onda (λ máximo
do dicromato) e fracamente no comprimento de onda do permanganato (λ máximo do
permanganato). Já o permanganato absorveu fortemente o seu comprimento de onda (λ
máximo do permanganato) e fracamente o comprimento de onda máximo do dicromato.
λ (nm) Abs (Cr2O7)-2 Abs (MnO4)-
400 +0,093 +0,033
410 +0,076 +0,023
420 +0,075 +0,023
430 +0,078 +0,029
440 +0,079 +0,043
450 +0,075 +0,063
460 +0,064 +0,096
470 +0,052 +0,143
480 +0,037 +0,210
490 +0,023 +0,287
500 +0,013 +0,371
510 +0,005 +0,410
520 -0,001 +0,462
530 -0,006 +0,467
540 -0,009 +0,478
550 -0,009 +0,432
560 -0,007 +0,305
570 -0,006 +0,235
580 -0,007 +0,126
590 -0,011 +0,077
600 -0,011 +0,064

Tabela6: Varredura do espectro do K2Cr2O7 e KMnO4

0,10

0,08
Curva de Abs

0,06

0,04
A

0,02

0,00

-0,02
400 450 500 550 600
λ

Gráfico 5: Varredura do K2Cr2O7


0,5 Curva de Abs

0,4

0,3
A

0,2

0,1

0,0

400 450 500 550 600


λ

Gráfico 6: Varredura do KMnO4

A Tabela 7 apresenta as máximas absorbâncias do KMnO4 e do K2Cr2O7.

K2Cr2O7 KMnO4
Absorbância +0,079 +0,478
Comprimento de Onda 440 nm 540 nm

Tabela 7: Picos de máximas absorbâncias de KMnO4 e do K2Cr2O7.

4.4 Calibração

A partir das fórmulas M1.V1 = M2.V2 calculou-se as concentrações das amostras


preparadas.

KMnO4

V1 = a primeira coluna da tabela


V2 = 100,0 mL
M1 = 0,0225 mol/L (indicado no frasco)
V1(mL) Concentração(M) Absorbância λ = 440 nm Absorbância λ = 540 nm
0,8 0,00018 +0,031 +0,025 +0,303 +0,293
1,2 0,00027 +0,037 +0,032 +0,038 +0,387 +0,383 +0,384
1,6 0,00036 +0,043 +0,044 +0,489 +0,470
2,0 0,00045 +0,055 +0,052 +0,049 +0,567 +0,553 +0,551
2,4 0,00054 +0,062 +0,058 +0,623 +0,616
Tabela 8: Valores de absorbância para diferentes concentrações de KMnO4

Foi feita uma curva de calibração para as soluções obtendo a reta ideal e o
coeficiente de correlação.

Pontos Experimentais
0,065 Reta Linearizada

0,060

0,055

0,050

0,045
A

0,040

0,035

0,030

0,025

0,020 -4 -4 -4 -4 -4 -4 -4 -4 -4
1,5x10 2,0x10 2,5x10 3,0x10 3,5x10 4,0x10 4,5x10 5,0x10 5,5x10
C

Gráfico 7: Curva de calibração para o KMnO4 com um comprimento de onda de 440 nm.

Equação 3:
Abs = 0,0136+ 88,88889 x conc
Corr = 0,99136
0,65

0,60

0,55

0,50

0,45
A

0,40

B
0,35
C
0,30
D
Data1B
0,25
0,00015 0,00020 0,00025 0,00030 0,00035 0,00040 0,00045 0,00050 0,00055
Concentração

Gráfico 8: Curva de calibração para o KMnO4 com um comprimento de onda de 540 nm.

Equação 4:
Abs =0,1458 + 911,1111 x conc
Corr = 0,81142

K2Cr2O7

V1 = a primeira coluna da tabela


V2 = 100,0 mL
M1 = 0,0166 mol/L

V1(mL) Concentração(M) Absorbância λ = 440 nm Absorbância λ = 540 nm


0,8 0,0001328 +0,024 +0,061 +0,011 +0,005
1,2 0,0001992 +0,079 +0,074 +0,075 +0,011 +0,004 +0,006
1,6 0,0002656 +0,099 +0,093 +0,012 +0,006
2,0 0,0003320 +0,122 +0,114 +0,114 +0,014 +0,007 +0,007
2,4 0,0003984 +0,143 +0,131 +0,016 +0,007

Tabela 9: Valores de absorbância para diferentes concentrações de K2Cr2O7


0,16

0,14

0,12

0,10

0,08
A

0,06 B
C
0,04
D
Data1B
0,02

0,00010 0,00015 0,00020 0,00025 0,00030 0,00035 0,00040


Concentração

Gráfico 9: Curva de calibração para o K2CrO7 com um comprimento de onda de 440 nm.

Equação 5:
Abs = -0,019 + 423,19277 x conc
Corr = 0,97342

B
0,016 C
0,015 D
0,014 Data1B
0,013
0,012
0,011
0,010
A

0,009
0,008
0,007
0,006
0,005
0,004

0,00010 0,00015 0,00020 0,00025 0,00030 0,00035 0,00040


Concentração

Gráfico 10: Curva de calibração para o K2CrO7-2 com um comprimento de onda de 540 nm.
Equação 6:
Abs = 0,0076 + 19,57831 x conc
Corr = 0,94812

Foram encontrados coeficientes de correlação baixos. Isso se deve à possíveis


erros experimentais.
Pela lei de Beer-Lambert é possível determinar a absortividade molar:
Є.l = Coeficiente Angular
Como o comprimento (l) da cubeta = 1 cm, tem-se que Є = Coeficiente Angular

Comprimento de onda (nm) Є


KMnO4 440 88,88889
540 911,1111
K2Cr2O7 440 423,19277
540 19,57831
Tabela 10: Absortividade molar

Pode-se observar na tabela que a absorbância é muito menor se for usado um


comprimento de onda diferente do máximo para determinada espécie.

4.5 Determinação de uma solução desconhecida

Essa parte do experimento teve como objetivo a determinação da concentração


da solução fornecida.

Amostra Problema
Comprimento de Onda Absorbância Absorbância Média
440 nm +0,071 +0,071 +0,071
540 nm +0,203 +0,205 +0,204
Tabela 11: Absorbância da amostra problema

A concentração dos íons foi determinada através dos dados retirados das tabelas
anteriores a partir do sistema abaixo.

88,88889* [MnO4-]+423,19277*[Cr2O7-2] =0,071 [Cr2O7-2] = 1,2129E-04


911,1111*[MnO4-]+19,57831*[Cr2O7-2] =0,204 [MnO4-]=2,2130E-04
4.6 Validação do Modelo Empregado Através do Tratamento Estatístico – Análise
de Variância

Antes de pensar em utilizar estes valores para fazer previsões, é preciso verificar
se o modelo linear está bem ajustado aos dados coletados. Isto é feito através de uma
análise da variância.

• K2Cr2O7 no comprimento de onda 440 nm

V1(mL) Concentração(M) Absorbância λ=440nm Soma


0,8 0,0001328 +0,024 +0,061 0,085
1,2 0,0001992 +0,079 +0,074 +0,075 0,228
1,6 0,0002656 +0,099 +0,093 0,192
2,0 0,0003320 +0,122 +0,114 +0,114 0,350
2,4 0,0003984 +0,143 +0,131 0,274
(yij)total 1,129

xi....Concentração
yi...Absorbância

Como a equação encontrada para o K2CrO7 no comprimento de onda de 440 nm foi:


Abs = -0,019 + 423,19277 x conc, temos:

xi (ye)i
0,000132
8 0,03719
0,000199
2 0,06529
0,000265
6 0,09339
0,000332
0 0,12149
0,000398
4 0,14959

Soma Quadrática residual (SQr)


Como ei=yi-(ye)i ; temos:

Concentração 0,0001328 0,0001992 0,0002656 0,0003320 0,0003320


[yi-(ye)i] -0,01319 0,01371 5,610E-03 5,100E-04 -6,590E-03
0,02381 8,71E-03 -3,900E-04 -0,00749 -0,01859
9,71E-03 -0,00749
[yi-(ye)i]^2 1,739E-04 1,879E-04 3,147E-05 2,601E-07 4,343E-05
5,669E-04 7,586E-05 1,521E-07 5,610E-05 3,456E-04
9,428E-05 5,610E-05
Soma 7,408E-04 3,580E-04 3,162E-05 1,125E-04 3,890E-04
[yi-(ye)i]^2
total 1,632E-03

Soma Quadrática residual (SQr)

SQr = 1,632E-03

Soma Quadrática do Modelo (SQreg)

Como Ym = 0,094083
xi ni*((ye)i -ym)^2
0,0001328 6,474E-03
0,0001992 2,487E-03
0,0002656 9,605E-07
0,0003320 2,253E-03
0,0003984 6,162E-03
(SQreg) 0,01738

Soma Quadrática do Modelo


(SQreg)

(SQreg) = 0,01738

Soma Quadrática da falta de ajuste (SQfaj)


xi yim ni*((ye)i -yim)^2
0,000132
8 0,0425 5,639E-05
0,000199
2 0,0760 3,441E-04
0,000265
6 0,0960 1,362E-05
0,000332
0 0,1167 6,883E-05
0,000398 0,1370 3,170E-04
4
(SQfaj) 7,999E-04

Soma Quadrática da falta de ajuste (SQfaj)

(SQfaj) = 7,999E-04

Soma Quadrática Total (SQt)


xi (yij-ym)^2 (yij-ym)^2 (yij-ym)^2 soma
0,0001328 4,912E-03 1,095E-03 6,007E-03
0,0001992 2,275E-04 4,033E-04 3,642E-04 9,950E-04
0,0002656 2,418E-05 1,173E-06 2,535E-05
0,0003320 7,794E-04 3,967E-04 3,967E-04 1,573E-03
0,0003984 2,393E-03 1,363E-03 3,756E-03
(yij-ym)^2 total 1,236E-02

Soma Quadrática Total (SQt)

(SQt) = 1,236E-02

Soma Quadratica do Erro Puro (SQep)


xi (yij-yim)^2 (yij-yim)^2 (yij-yim)^2 soma
0,0001328 3,423E-04 3,423E-04 6,846E-04
0,0001992 9,000E-06 4,000E-06 1,000E-06 1,400E-05
0,0002656 9,000E-06 9,000E-06 1,800E-05
0,0003320 2,500E-05 9,000E-06 9,000E-06 4,300E-05
0,0003984 3,600E-05 3,600E-05 7,200E-05
(yij-yim)^2 total 8,316E-04

Soma Quadratica do Erro Puro (SQep)

(SQep) = 8,316E-04
Tabela de ANOVA

Fonte Soma Quad. Grau liberdade Média Quad.


Modelo 1,738E-02 1 1,738E-02
Residual 1,632E-03 10 1,632E-04
Falta de Ajuste 7,999E-04 3 2,666E-04
Erro puro 8,316E-04 7 1,188E-04

Total 1,236E-02

Razão das médias quadráticas Teste F

Mqfaj/Mqep = 2,244 (3:7)=4,35

Mqreg/Mqr = 106,495 (1:10)=4,96

R2 1,406

• K2Cr2O7 no comprimento de onda 540 nm

Acima foram demonstrados os cálculos necessários para a construção da tabela ANOVA


para todas as soluções em todos os comprimentos de onda, seguem-se abaixo apenas os
resultados.

Tabela de ANOVA

Fonte Soma Quad. Grau liberdade Média Quad.


Modelo 2,251E-04 1 2,251E-04
Residual 3,321E-04 10 3,321E-05
Falta de Ajuste 1,969E-04 3 6,563E-05
Erro puro 1,352E-04 7 1,931E-05

Total 1,619E-04

Razão das médias quadráticas Teste F

Mqfaj/Mqep = 3,399 (3:7)=4,35

Mqreg/Mqr = 6,778 (1:10)=4,96

R2 1,3904
• KMnO4 no comprimento de onda 440 nm

Tabela de ANOVA

Fonte Soma Quad. Grau liberdade Média Quad.


Modelo 1,4455E-03 1 1,4455E-03
Residual 1,0312E-04 10 1,0312E-05
Falta de Ajuste 3,7954E-05 3 1,2651E-05
Erro puro 6,5167E-05 7 9,3096E-06

Total 1,4957E-03

Razão das médias quadráticas Teste F

Mqfaj/Mqep = 1,3589 (3:7)=4,35

Mqreg/Mqr = 140,1719 (1:10)=4,96

R2 0,9664

• KMnO4 no comprimento de onda 540 nm

Tabela de ANOVA

Grau
Fonte Soma Quad. liberdade Média Quad.
Modelo 0,14829 1 0,14829
Residual 1,5859E-03 10 1,5859E-04
Falta de Ajuste 1,1702E-03 3 3,9007E-04
Erro puro 4,1567E-04 7 5,9381E-05

Total 0,14889

Razão das médias quadráticas Teste F

Mqfaj/Mqep = 6,5689 (3:7)=4,35

Mqreg/Mqr = 935,1129 (1:10)=4,96

R2 0,9959
Os resultados obtidos indicam bom ajuste, pois o valor de F calculado (Mfaj/Mqep) é
menor que o valor de F tabelado para todos os modelos, com exceção ao KMnO4 no
comprimento de onda de 540 nm, apontando falta de ajuste. Quando feita à análise pelo teste F
(Mqreg/Mqr) temos valores calculados maiores que o valor do teste tabelado o que demonstra
a correlação dessas variáveis.
Os testes que apresentaram valores não condizentes com os da literatura foram
refeitos ignorando-se os pontos discrepantes desses experimentos.

V1(mL) Concentração(M) Absorbância λ = 540 nm


0,8 0,00018 +0,303 X
1,2 0,00027 +0,387 X +0,384
1,6 0,00036 X +0,470
2,0 0,00045 +0,567 +0,553 +0,551
2,4 0,00054 X +0,616
Tabela 12: Valores de absorbância para diferentes concentrações de KMnO4

0,65

0,60

0,55

0,50

0,45
A

B
0,40
C
D
0,35 Data1B

0,30

0,00015 0,00020 0,00025 0,00030 0,00035 0,00040 0,00045 0,00050 0,00055


Concentração

Gráfico 8: Curva de calibração para o KMnO4 com um comprimento de onda de 540 nm.
Equação 7:
Abs =0,14546+ 885,47009 x conc
Corr = 0,99991

Tabela de ANOVA corr

Grau
Fonte Soma Quad. liberdade Média Quad.
Modelo 0,081943 1 0,081943
Residual 0,000766 6 0,000128
Falta de Ajuste 0,00061 3 0,000203
Erro puro 0,000156 3 5,22E-05

Razão das médias quadráticas Teste F

Mqfaj/Mqep = 3,8957 (3:7)=4,35

Mqreg/Mqr = 641,7094 (1:10)=4,96


5.Conclusão

Os experimentos mostram, através dos resultados, a eficiência da


espectrofotometria para a determinação dos λmáx de absorção e as
concentrações de amostras desconhecidas. O que constata a validade da Lei
de Lambert-Beer (absorbância proporcional a concentração).
A partir de análises com íons complexos estáveis notou-se que o valor
da absortividade molar (ε) encontrado foi mais relevante do que na forma de
íons livre.
A validade dos modelos e a significância estatística das curvas ajustadas
foram testadas por meio da análise de variância (ANOVA). E em parte do
experimento foi detectada uma falta de significância devido a erros
determinados, o que pode ter interferido na determinação dos coeficientes de
absortividade molar e, conseqüentemente, nas concentrações na amostra
problema.

6.Bibliografia
[1] PIMENTEL, M. F., NETO, B. B. Calibração: Uma Revisão para Químicos
Analíticos. Química Nova. P. 268-277, 1995.

[2] VOGEL, A. Análise Inorgânica Quantitativa. 4.ed. Rio de Janeiro: Editora


Guanabara Dois S.A., P. 550 e 555, 1981.

[3] GORDON, D.B., Spectroscopic Techniques, Principles and Techniques in


Practical Biochemistry. K. Wilson & J. Walker Eds., Cambridge University
Press, Cambridge, P.324-344, 1995

[4] REED, R., HOLMES, D., WEYERS, J. & JONES, A.J., Practical Skills in
Biomolecular Sciences. Ed. Prentice Hall, 1998

[5] HARRIS, D. C. Análise Química Quantitativa. 6.ed. Rio de Janeiro: Editora


LTC S.A., 2003

[6] ROCHA, F. R. P., TEIXEIRA, L. S. G. Estratégias para aumento de


sensibilidade em espectrofotometria UV-VIS. Química Nova, 2004

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