1 – Qual é o conceito de estabelecimento? È todo complexo de bens
organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresaria.
Estabelecimento empresarial é o conjunto de bens indispensáveis que o
empresário reúne para a exploração de sua atividade econômica
2 – Qual a sua natureza jurídica? (objeto, pessoa, universalidade de fato
ou universalidade de direito)
Quanto à sua natureza, o estabelecimento comercial é considerado uma
universalidade de fato formada por bens materiais e imateriais. Em outras palavras, um complexo de bens cuja finalidade é determinada pela vontade de uma pessoa natural ou jurídica, o que o difere da universalidade de direito, que é composta por um complexo de bens cuja finalidade é determinada por lei, como, por exemplo, a herança e a massa falida.
Não se pode deixar de observar a presença de corrente doutrinária que vê o
estabelecimento comercial como universalidade de direito. No entanto, a maioria diverge desse entendimento porquanto além da possibilidade dos elementos que integram o estabelecimento serem considerados separadamente (marcas, patentes, serviços etc.), preservando sua individualidade, não apresenta o estabelecimento uma estrutura legal tal qual a massa falida ou o espólio.
3 - O estabelecimento pode ser alienado / arrendado?
O estabelecimento empresarial pode ser alienado, vendido, transferido,
arrendado ou cedido a título de usufruto. Estas operações devem ser realizadas de maneira formal, através de contrato escrito, que para produzir efeitos quanto a terceiros, concretizada a transação, deverá ser averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial.
4 -Quais os requisitos para alienação / arrendamento?
A alienação está sujeita a observância de cautelas específicas a fim de garantir o
interesse dos credores, ou seja, deve ser formulada por escrito para ser levada a registro, e, mais, os arts. 1.144 e 1.145, determinam que, no caso de alienação, esta estará condicionada à solvência do alienante, caso contrário, deverá este quitar seus credores ou obter de todos eles a anuência da alienação. A anuência dos credores pode ocorrer de forma tácita mediante a notificação dos credores para manifestar-se sobre a alienação no prazo legal, ocorrendo o silêncio no prazo mencionado ocorrerá a anuência tácita. Somente está dispensado o empresário de promover a alienação do estabelecimento empresarial à anuência dos credores se, e somente se, o empresário tiver em seu patrimônio restante bens suficientes para a solvência do passivo da sociedade empresária.