Professional Documents
Culture Documents
‘
téchne 127 outubro 2007
www.revistatechne.com.br
apoio
IPT techne
Edição 127 ano 15 outubro de 2007 R$ 23,00
ENTREVISTA
LUCIO SOIBELMAN
Avanços da
TI nas obras
■ Tecnologias de informação ■ BIM ■ Contenção ■ Texturas acrílicas ■ Argamassa reforçada com fibras ■ Ibracon ■ Impermeabilização
REVESTIMENTO
Texturas
acrílicas
CONTENÇÃO
Hospital
Albert
Einstein
O que é BIM?
00127
9 77 0 1 04 1 0 50 0 0
SUMÁRIO
CAPA
44 Construção integrada
Por que o Building Information Modeling
vai mudar a maneira de projetar
e construir
Sergio Colotto/Imagens Gui Mattos
60 ARTIGO
Revestimentos de argamassa com
fibras de polipropileno
Como alterar as propriedades
do revestimento e garantir
melhor aderência
40 OBRA SEÇÕES
22
Acervo pessoal
É parte integrante desta revista uma amostra da manta tipo III da Denver
sumario.qxd 4/10/2007 16:20 Page 3
editorial.qxd 4/10/2007 15:29 Page 4
EDITORIAL
Três dimensões para projetar,
coordenar e orçar VEJA EM AU
Sofia Mattos
Os efeitos são obtidos com o uso de espátula, desempenadeira, rolo e até pistola
51
texturas acr licas.qxd 5/10/2007 15:41 Page 53
7 10
são mais resistentes, duráveis e, em mitem uma execução limpa e secam cada dois anos (periodicidade indica-
geral, têm menor toxidade e odor. rápido", afirma. da para regiões expostas a um maior
Assim como as argamassas decorati- Aplicadas com rolo, desempena- grau de poluentes). "O depósito de
vas (massa raspada, fulget e traverti- deira ou pistola, as texturas acrílicas sujeira e poluição pode acentuar a
no), as texturas não admitem reto- exigem, assim como as tintas comuns, proliferação de fungos no revesti-
ques e exigem a aplicação prévia de a aplicação prévia de um fundo sela- mento" alerta Becere.
uma camada de regularização ou dor com a função de uniformizar a Outras vantagens oferecidas pe-
emboço, pois não corrigem defeitos absorção da base e, em caso de subs- las texturas acrílicas seriam a boa
do substrato. Britez aponta algumas tratos pulverulentos, um fundo pre- aderência ao substrato e flexibilida-
vantagens dos produtos acrílicos em parador para superfícies. Como ma- de. "Esses revestimentos conseguem
relação aos cimentícios. "Além de nutenção, as texturas exigem lavagem disfarçar, por exemplo, as fissuras
virem prontos para a aplicação, per- periódica com água e sabão neutro a mapeadas de retração de secagem do
53
texturas acr licas.qxd 5/10/2007 15:41 Page 55
maquiagem", explica.
Dessa forma, na maioria das
vezes torna-se necessária a remoção
completa da textura de toda a facha-
da para tratar a umidade do subs-
Texturas em geral não admitem retoques e requerem juntas como de outros revestimentos
trato. "Principalmente se a textura
for o grafiato, devido às emendas de
emboço", explica Cavani. Ele aponta tes, é preciso esperar a secagem com- execução", explica a arquiteta Már-
a baixa permeabilidade ao vapor das pleta do substrato antes de aplicar a cia Lazzarin, instrutora do Senai
texturas acrílicas como sendo a textura acrílica. (Serviço Nacional de Aprendizagem
causa da principal patologia desse Industrial). Segundo Márcia, a pin-
tipo de revestimento, isto é, o desco- Reparos tura também pode ser usada para
lamento e a formação de bolhas. O que fazer se o aspecto do re- mudar a cor das fachadas com re-
"Em hipótese alguma esses revesti- vestimento plástico de uma fachada vestimentos plásticos, desde que
mentos devem ser aplicados sobre já está comprometido com a im- seja aplicada uma demão de tinta
substratos molhados ou sujeitos a pregnação de sujeira? Segundo Ca- branca primeiro, antes da cor dese-
uma umidade intensa", acrescenta vani, uma saída para recuperar a to- jada. "Isso garante um efeito estéti-
Cavani. Em épocas do ano em que as nalidade original, sem descaracteri- co melhor", completa.
chuvas são mais intensas e freqüen- zar a textura, é aplicar tinta látex. Valentina Figueirola
55
expediente.qxd 4/10/2007 16:43 Page 6
´
techne
Vendas de assinaturas, manuais técnicos,
TCPO e atendimento ao assinante Fundadores: Roberto L. Pini (1927-1966), Fausto Pini (1894-1967) e Sérgio Pini (1928-2003)
Segunda a sexta das 9h às 18h
Diretor Geral
Ademir Pautasso Nunes
4001-6400
principais cidades*
Representantes da Publicidade:
PINIrevistas Paraná/Santa Catarina (48) 3241-1826/9111-5512
Redação
fone (11) 2173-2303 Minas Gerais (31) 3411-7333 Rio Grande do Sul (51) 3333-2756
fax (11) 2173-2327 Rio de Janeiro (21) 2247-0407/9656-8856 Brasília (61) 3447-4400
e-mail: construcao@pini.com.br
Representantes de Livros e Assinaturas:
Alagoas (82) 3338-2290 Amazonas (92) 3646-3113 Bahia (71) 3341-2610 Ceará (85) 3478-1611
PINImanuais técnicos Espírito Santo (27) 3242-3531 Maranhão (98) 3088-0528
fone (11) 2173-2328 Mato Grosso do Sul (67) 9951-5246 Pará (91) 3246-5522 Paraíba (83) 3223-1105
e-mail: manuais@pini.com.br Pernambuco (81) 3222-5757 Piauí (86) 3223-5336
Rio de Janeiro (21) 2265-7899 Rio Grande do Norte (84) 3613-1222
Rio Grande do Sul (51) 3470-3060 São Paulo Marília (14) 3417-3099
PINIsistemas São José dos Campos (12) 3929-7739 Sorocaba (15) 9718-8337
Suporte
fone (11) 2173-2400 téchne: ISSN 0104-1053
e-mail: suporte@piniweb.com Assinatura anual R$ 276,00 (12 exemplares)
Assinatura bienal R$ 552,00 (24 exemplares)
Vendas
fone (11) 2173-2424 (Grande São Paulo) Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva do autor e não expressam,
0800-707-6055 (demais localidades) necessariamente, as opiniões da revista.
e-mail: vendas@piniweb.com
PINIserviços de engenharia
fone (11) 2173-2369
e-mail: engenharia@pini.com.br PROIBIDA A REPRODUÇÃO E A TRANSCRIÇÃO PARCIAL OU TOTAL TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
reentrâncias da base e não endurece Portanto, analisar as conseqüências da Avaliação do efeito das fibras na
rapidamente quando aplicada. adição de fibras nas condições de mis- execução do revestimento
Como anteriormente discutido, a tura das argamassas e nas etapas do Para produção dos compósitos (ta-
adição de fibras pode alterar a traba- processo de execução do revestimento bela 3), foram escolhidos o procedi-
lhabilidade da argamassa, porque mo- com adição de fibras é fundamental, mento e o equipamento de mistura que
difica a superfície específica da com- de acordo com o programa experi- tiveram melhores resultados nas inves-
posição e a interação entre os mate- mental apresentado a seguir. tigações propostas na tabela 2. Após a
riais constituintes. Em certas situa- sua produção, os compósitos foram
ções, pode exigir maior energia para a Programa experimental aplicados em bases de alvenaria,por um
aplicação da argamassa e acabamento As características dos materiais pedreiro experiente (figura 2), avalian-
da camada. utilizados na produção das argamas- do-se táctil e visualmente as caracterís-
A adição de fibras em argamassas sas são apresentadas na tabela 1. ticas do revestimento resultante.
pode introduzir outras variáveis ao
processo de produção dos revestimen- Avaliação das condições de mistura Apresentação dos resultados
tos, pois muitas fibras são hidrofóbi- para a adição de fibras Efeito das condições de mistura
cas, apresentam propriedades mecâni- Utilizou-se uma avaliação qualita- da argamassa com fibras.
cas e físicas distintas das do agregado e tiva, identificando-se tátil e visualmen-
algumas delas podem levar ao aumen- te a ocorrência de concentração de fi- Fibras molhadas ou fibras secas?
to do teor de ar incorporado das arga- bras na forma de "novelos", a partir da A figura 3 apresenta o resultado da
massas, alterando sobremaneira as ca- combinação de diferentes condições mistura da fibra molhada (a) e da areia
racterísticas reológicas da argamassa. de mistura, identificadas na tabela 2. com fibras secas (b). As fibras de poli-
61
artigox.qxd 5/10/2007 15:44 Page 63
Ar incorporado (%)
30 y = 0,0009x + 34,677
R² = 0,2228
Efeito das fibras na execução do
20
revestimento y = 0,0031x + 5,1284
a) manuseio da argamassa R² = 0,9585
10
durante o transporte e manuseio,
os compósitos não apresentaram ex-
0
sudação (segregação de material); 0 1.000 2.000 3.000
não se verificou dificuldade de Fibras (g/m³)
manuseio para todos os compósitos
A5-13,5 A35-13,5
A5. Para o A30, o manuseio foi ade-
A5-14,5 A35-14,5
quado até o teor 2.700 g/m³ (figura 7); Figura 7 – Avaliação do manuseio da
para o teor de 5.200 g/m³ houve pre- argamassa A30 com o teor de fibras de Figura 9 – Teor de ar das argamassas A5
juízo da trabalhabilidade, pois o com- 2.700 g/m³: a) passa facilmente pela e A30, determinado a partir da NBR
pósito resultou excessivamente coeso, bisnaga; b) cordões de argamassa 13278 (ABNT, 2005), em função do teor
denso e áspero (figura 8). uniformes de fibras
b) aplicação da argamassa
A tabela 4 sintetiza os resultados obti-
dos.
c) sarrafeamento e desempeno
a adição de fibras reduziu o tem-
po para o sarrafeamento da arga-
massa. Para A5, reduziu de 55 minu-
tos para 35 minutos; para A30, de 4
horas para 3 horas, independente-
mente dos teores de fibras. Acredita-
se que a redução do tempo ocorra
porque a água utilizada para molha-
gem da superfície da fibra seja facil-
mente perdida tanto para o substra-
to quanto para o meio ambiente;
ou seja, a fibra tem baixa retenção
de água;
para a A5, observou-se que, quanto
mais se aumentava o teor de fibras,
mais fácil se realizava o corte da su-
perfície. Essa facilidade foi observada Figura 8 – Avaliação do manuseio da
também no momento do desem- argamassa A30: a) trabalhabilidade
peno. Com poucos movimentos cir- adequada para argamassa com teor de Figura 10 – Aspecto da argamassa A30 após
culares da desempenadeira, a ativi- fibras de até 2.700 g/m³; b) difícil a realização do sarrafeamento com régua de
dade foi finalizada, sem a necessidade manuseio da argamassa com teor de alumínio: a) teor de fibras de 1.600 g/m³; b)
de borrifar água na sua superfície; fibras de 5.200 g/m³ teor de fibras de 2.700 g/m³
63
web anun ok.qxd 4/10/2007 16:39 Page 8
www.revistatechne.com.br
Confira no site da Téchne fotos extras das obras, plantas e informações que complementam conteúdos
publicados nesta edição ou estão relacionados aos temas acompanhados mensalmente pela revista
Salas limpas
Confira outras duas reportagens de
Fórum Téchne
obras industriais com salas limpas Confira algumas opiniões dos últimos
publicadas na Téchne: a fábrica da fóruns do site da Téchne.
Libbs Farmacêutica, em Embu das Artes
(SP); e o Cietec (Centro de Excelência Qual é a sua opinião sobre uma
em Tecnologia Eletrônica Avançada), eventual privatização de companhias
em Porto Alegre. O material está paulistas como a CDHU, IPT, CPOS,
disponível com o extra da reportagem Dersa, Metrô e Cesp?
sobre a Furp (Fundação para o O modelo privatista não deu certo, e
Remédio Popular), obra com salas querem expandi-lo contra a vontade da
limpas classe 100 mil. Ou seja, com até sociedade. Por que não fazem consulta
100 mil partículas por pé cúbico de ar. pública antes de continuarem com esse
processo nefasto? Não podemos
pensar que os empresários são a
Marcelo Scandaroli
solução do País. A solução somos
todos, coletivamente, e aquilo que
Libbs Farmacêutica,
construímos de bom!
Embu das Artes (SP)
Renata Furigo [29/09/2007 18:36]
na qual ele fala, entre outros assuntos, "só erra quem faz". Se houve erro,
dos impactos que o BIM pode trazer à conserta-se e tira-se a lição com o erro.
área de projeto. Olavio N. da Silva [27/09/2007 19:51]
ÁREA CONSTRUÍDA
Casas receberão revestimento blindado em morro no RJ
Normas da ABNT 50%
O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) suportariam com segurança o impacto
mais baratas
quer revestir com placas cimentícias à de balas de calibre 7,5 mm a uma distân-
prova de balas as casas da comunidade cia de 20 m. Além de garantir a seguran- A ABNT (Associação Brasileira de
carente do Morro da Providência, no ça dos habitantes, a idéia é proteger a es- Normas Técnicas), o Confea
Rio de Janeiro. Essa é uma das medidas trutura das casas – produzidas geralmen- (Conselho Federal de Engenharia,
do projeto de revitalização da área, inti- te com tijolos cerâmicos sem revestimen- Arquitetura e Agronomia) e a caixa
tulado "Projeto Cimento Social". A tec- to externo – das intempéries que, com o de assistência Mútua firmaram um
nologia foi desenvolvida na EESC (Esco- tempo,reduzem a durabilidade do mate- acordo que permitirá vender pela
la de Engenharia de São Carlos) da USP rial. De acordo com o senador, as placas internet normas técnicas com
(Universidade de São Paulo). As placas proporcionam isolamento térmico su- descontos de 50% sobre seu
de 1,0 m x 1,0 m e 1,0 cm de espessura perior ao de uma argamassa convencio- valor nominal. O benefício é
serão produzidas a partir de uma mistu- nal e garantem total vedação dos tijolos. válido para os profissionais
ra de cimento, areia, cal, aditivos, resí- O projeto deve atender 782 moradias e regularmente inscritos e com
duos minerais e plástico.Segundo o pro- inclui ainda obras de infra-estrutura, os pagamentos em dia nos Creas
fessor Jefferson Liborio, do Laboratório como instalação de postes de ilumina- regionais e associados à Mútua.
de Materiais Avançados à Base de Ci- ção, criação de sistemas de proteção à As normas serão disponibilizadas
mento da EESC-USP, o custo da arga- rede elétrica e telefônica e promover o re- nos sites dos conselhos
massa é de cerca de R$ 300/m3.As placas florestamento de algumas áreas. e da caixa de assistência.
area construida.qxd 4/10/2007 15:28 Page 11
Divulgação: Crea-SC
dos agentes fiscais do Crea catari- foram lançados durante visita às
nense em Florianópolis. No projeto obras da Ponte Hercílio Luz no dia
piloto Fiscalização Avançada, os 18 de setembro. De acordo com
profissionais terão acesso, por meio Kleber Medeiros Justus, gerente do dos no processo de fiscalização: a di-
de computadores de mão com siste- Departamento de Fiscalização do ficuldade do agente às informações,
ma de posicionamento global (GPS), Conselho, o projeto deverá acabar que atualmente só possui a opção de
aos dados do sistema de informa- com um dos problemas encontra- acesso telefônico.
area construida.qxd 4/10/2007 15:28 Page 12
ÁREA CONSTRUÍDA
Daniel Ducci
profissionais autônomos ou pessoas vedação monolítica de concreto.
jurídicas com habilitação em engenha- O sistema pode ser aplicado, por
ria civil e especialização comprovada exemplo, na construção de casas
em estruturas inscritos no Crea-SP. O em quanto tempo eles devem ser inicia- populares e de edifícios de até cinco
relatório técnico da vistoria deverá dos. A responsabilidade da primeira pavimentos, de galpões e de estações
conter o histórico dos relatórios ante- vistoria do imóvel será do construtor e de tratamento de esgoto compactas.
riores, o cadastramento geométrico da terá validade de cinco anos. Os relató- Protótipos do sistema já foram
área (com dimensões, espessura dos re- rios das vistorias seguintes teriam vali- usados no interior do Estado de São
vestimentos e carregamentos atuan- dade de cinco anos. Lei semelhante foi Paulo, na construção de cerca de
tes), descrições sobre o estado geral da aprovada na cidade de Londrina em 1.500 m² de área de prédios auxiliares
impermeabilização e situação do siste- maio e obrigará, a partir de novembro, na Petroquímica Paulínia. Os edifícios
ma de coleta de águas pluviais, e a ca- que proprietários, administradores e foram executados em 60 dias pela
racterização do eventual quadro pato- síndicos da cidade apresentem parecer Construtora Norberto Odebrecht.
lógico encontrado.O documento deve- técnico com avaliação das condições de A tecnologia foi trazida pela Royal do
rá indicar as eventuais necessidades de uso e manutenção das marquises e sa- Brasil Technologies e pela Plásticos
execução de serviços de recuperação e cadas das edificações da cidade. Vipal e tem o apoio da Braskem.
indices 123.qxd 4/10/2007 15:27 Page 14
ÍNDICES
Abaixo da inflação Índice PINI de Custos de Edificações (SP)
Variação (%) em relação ao mesmo período do ano anterior
Preços dos materiais sobem menos do que 35
o IGP-M em setembro e também no IPCE materiais
acumulado nos últimos 12 meses 30 IPCE global
IPCE mão-de-obra
Índice PINI de Custos de Edifica-
O ções, que mede a variação do custo
global de construção, encerrou o mês
25
20
de setembro com alta de 0,39%, per-
centual inferior à inflação, que segun-
15
do o IGP-M (Índice Geral de Preços de
Mercado) foi de 1,29%. Nos últimos 12
meses, a variação do IPCE foi 3,80% 10 7,53 8
8 7
frente aos 5,67% da inflação. 6,80 7 7 7 6 6 6 6 6 6
6 5 5 5 5,82
6 6 6 6 6
A alta, em setembro, foi provocada 5 6,12 6 5 5 5 4 3 3 3
3,80
sobretudo pelos reajustes nos preços 3 1 1 1
1,63
do cimento Portland e dos agregados, 0
Set/06 Nov Jan Mar Mai Jul Set/07
como a areia lavada e a pedra britada.
Os reajustes refletem a alta da inflação
Data-base: mar/86 dez/92 = 100
em setembro. O saco de 50 kg do ci-
Mês e Ano IPCE – São Paulo
mento CP II, que custava R$ 13,53,
global materiais mão-de-obra
passou a custar R$ 13,84, gerando uma
Set/06 110.443,36 53.252,61 57.190,76
alta de 2,29%. A areia lavada subiu
out 110.677,85 53.487,10 57.190,76
1,65%, passando de R$ 53,79/m3 para
nov 110.937,11 53.746,35 57.190,76
54,68/m3. A pedra britada teve seu
dez 111.010,59 53.819,83 57.190,76
preço alterado de R$ 50,20/m3 para R$
jan 110.759,12 53.568,36 57.190,76
51,00/m3, o equivalente a 1,59%.
fev 110.716,18 53.525,42 57.190,76
Outros reajustes significativos
mar 110.289,87 53.099,11 57.190,76
foram verificados nos preços do vidro
abr 110.315,81 53.125,06 57.190,76
cristal comum e no vidro temperado,
mai 113.722,37 53.493,24 60.229,13
que subiram, respectivamente, 6,03%
jun 113.900,14 53.671,02 60.229,13
e 5,23%. O vidro cristal comum, cu-
jul 114.065,53 53.547,83 60.517,71
jo preço do metro quadrado era de
ago 114.197,13 53.679,42 60.517,71
R$ 46,46, em setembro passou a ser de
Set/07 114.636,80 54.119,10 60.517,71
R$ 49,26. Já o preço do vidro tempe-
Variações % referente ao último mês
rado passou de R$ 149,26/m2 para
mês 0,39 0,82 0,00
R$ 157,07/m2. Em ambos os casos, os
acumulado no ano 3,27 0,56 5,82
reajustes ocorreram devido ao repasse
acumulado em 12 meses 3,80 1,63 5,82
do fabricante.
Metodologia: o Índice PINI de Custos de Edificações é composto a partir das
Caíram discretamente os preços
variações dos preços de um lote básico de insumos. O índice é atualizado por
do eletroduto de PVC, do lavatório de
pesquisa realizada em São Paulo (SP). Período de coleta: a cada 30 dias com
louça e do perfil de alumínio para cai-
pesquisa na última semana do mês de referência.
xilho. A cal hidratada, a chapa com-
Fonte: PINI
pensada e a manta butílica continuam
a ser vendidas pelos mesmos preços
Suporte Técnico: para tirar dúvidas ou solicitar nossos Serviços de Engenharia ligue para (11) 2173-2373
de agosto. ou escreva para Editora PINI, rua Anhaia, 964, 01130-900, São Paulo (SP). Se preferir, envie e-mail:
economia@pini.com.br. Assinantes poderão consultar indíces e outros serviços no portal www.piniweb.com
Reação álcali-agregados
Que material é a causa da reação
álcali–agregados: a brita, a areia
ou o cimento?
Eduardo S. Castro
por e-mail
CARREIRA
19
melhores praticas 127.qxd 4/10/2007 15:42 Page 20
MELHORES PRÁTICAS
Pré-fabricados de concreto
Apesar de ser um processo totalmente industrializado, a construção com
pré-moldados requer planejamento de montagem para se atingir boa velocidade
Equipamentos adequados
Os equipamentos de içamento devem contar com equipamentos grandes
ser dimensionados de acordo com o para as peças de maior dimensão e
tamanho e o peso dos elementos, a menores para as demais. O apoio à
altura de elevação e o raio, a distância decisão pode ser dado pela locadora
horizontal, entre o ponto de aplicação de guindastes ou mesmo pela
e o guindaste. Obras maiores podem executora da estrutura.
Fotos: Marcelo Scandaroli
Posicionamento Içamento
É imprescindível verificar, no momento A fim de evitar acidentes com graves
da montagem de cada elemento conseqüências, os cabos de aço, ganchos
lançado, o alinhamento, o nível e o e parafusos devem ter capacidade
prumo das peças. Atenção especial adequada à carga a que serão
deve ser dada aos pilares, pois são as submetidos. A verificação visual no
peças fundamentais da estrutura, de momento anterior à montagem visa a
onde partem todas as demais. Assim, garantir que os elementos estejam em
caso estejam mal posicionados, bom estado e corretamente posicionados,
todos os outros elementos também incluindo as alças dos elementos pré-
ficarão. A verificação pode ser feita fabricados. Em caso de problemas, é
com topografia e prumos necessário realizar a troca do elemento,
convencionais de obra. devendo-se evitar improvisações.
Apoios
A superfície dos apoios deve estar limpa e
plana e a execução deve seguir
criteriosamente o determinado em
projeto. Ou seja, respeitar se o apoio é em
neoprene, graute, argamassa ou chapa
metálica, para que as tensões sejam
homogeneamente distribuídas. Apoio de
concreto sobre concreto é mais comum
para situações em que a carga é menor.
Ligação Segurança
No caso de ligações com graute soldadas, além da limpeza, é Com serviços geralmente realizados em
ou por meio de concretagem, é importante observar se o eletrodo é altura, com único acesso por escada,
necessário que o local esteja adequado e se o operário soldador deve haver cabo guia instalado, ponto
limpo e saturado com água. Para é qualificado para o serviço, pois se de fixação para cinto de segurança,
ligações por meio de chapas trata de elemento estrutural. correta amarração de peças e escadas,
tela em volta da obra e uso constante e
adequado de EPI. A área, em que os
elementos estão sendo içados, deve ser
Colaboraram: Laércio Souza Gil, gerente de operações da Munte e Pedro Paulo isolada, de modo que ninguém
de Macedo, engenheiro de obras da Construtora Guarany permaneça embaixo.
21
entrevista.qxd 4/10/2007 15:42 Page 22
ENTREVISTA
Informações integradas
Ao desenvolver sistemas precisos e rápidos para coleta e
interpretação de dados, tecnologia da informação tem contribuído
para racionalizar projetos e processos construtivos
LUCIO SOIBELMAN
Engenheiro civil formado pela
Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, em 1984, tornou-se
especialista em tecnologia avançada
para a construção em 1991 pela
Agência de Cooperação Internacional
do Japão. Também é mestre em
ciência da engenharia civil pela
mesma UFRGS e, desde 1998, Ph.D
em Sistemas de Engenharia Civil pelo
MIT (Massachusetts Institute of
Technology). Atualmente é professor
Acervo pessoal
e pesquisador da Carnegie Mellon
University, em Pittsburgh, na
Pensilvânia, com interesse no uso da
tecnologia da informação para o
esmo que ainda lentamente, o Para comprovar as vantagens da TI na
desenvolvimento econômico e como
forma de suporte ao gerenciamento
da construção. Estuda também a
M universo da construção civil co-
meça a sofrer uma invasão de tecnolo-
construção – porque qualquer aplica-
ção prática demanda significativo apor-
integração de processos e o gias da informação que propõem me- te de recursos – é imprescindível inves-
desenvolvimento de sistemas em lhorar a concepção de projetos, a execu- tir em pesquisa. No entanto, estudos
larga escala, assim como inteligência ção e o controle da qualidade das obras, que visem à melhoria da produtividade
artificial, coleta de dados, dentre além de atuar sobre a segurança no tra- em empresas não são escopo do gover-
outros temas relacionados. balho. Embora alguns custos ainda no, da mesma forma que pesquisar
sejam altos, outros obstáculos são mais sobre como diminuir os impactos da
difíceis de superar. O exemplo máximo construção na sociedade não é o foco
é a validação efetiva da utilidade ou dos dos construtores. Se o problema parece
benefícios proporcionados pela adoção típico de um país que pouco investe em
de determinada tecnologia. É um pro- pesquisa, o engenheiro brasileiro Lucio
blema inerente à maior diferença entre Soibelman assegura que esse é um dos
a indústria da construção e as demais: o maiores entraves que enfrenta para
fato de não trabalhar com produção se- obter financiamento para pesquisa nos
riada. Dessa maneira, fica difícil avaliar Estados Unidos. Nessa entrevista ele
qual elemento – ou qual combinação de aponta como os nós têm sido desatados
decisões – determinou a melhora ou para que os canteiros de obra se benefi-
piora de uma obra em relação às outras. ciem efetivamente da informática.
Ao observar um canteiro de obras mação, têm bateria e permitem uma cionários, com histórico médico e
moderno, podemos constatar que leitura à maior distância. Se há uma presença em obra. Também em ele-
há tecnologias que pareciam coluna muito grande e a etiqueta tem mentos mais caros, como esquadrias,
improváveis há alguns anos. que ficar no alto, tem que ser ativa. As há muita gente usando, mas ainda não
A construção demorou em abrir passivas são muito mais baratas, mas está claro se o melhor é a ativa ou a
espaço à tecnologia da informação? exigem que se chegue perto para con- passiva e qual tamanho de memória.
Não é questão de ser provável ou seguir ler. Se, por exemplo, se quiser Também estão padronizando etique-
não, mas do que existia. Houve um controlar a entrada de canos numa tas e leitoras.
grande desenvolvimento de uso da TI obra por meio de RFID, estas têm que
(tecnologia da informação) no escri- ser ativas ou alguém tem que fazer a No campo de gerenciamento, quais
tório, com o surgimento de grandes leitura com uma pistola. Outro deta- as novas ferramentas?
softwares para fazer orçamentos. lhe importante é o tamanho da me- Há o CAD 4D, que considera o
Então, não é completamente verdade mória. A construção ainda não desco- tempo de execução. Como em 3D os
dizer que a indústria da construção briu se quer ter esse tipo de coisa. projetos não estão unidos, para saber
está atrasada em relação à informática, quando uma parede será executada,
embora tenha demorado em usar o Já é possível controlar a entrada e o tem que se procurar no cronograma
computador em obras. consumo de materiais e ferramentas de obra, sendo que não existe padroni-
por meio de RFID? zação para designar a parede. Consi-
Para quais fins o computador tem Há empresas que estão fazendo. derando o tempo, tudo fica integrado
sido usado nos canteiros? Fizemos testes, passando um cami- e basta encontrar a parede no projeto
No Brasil muitas construtoras nhão de materiais por baixo de um que o sistema informa quando será
usam handhelds. Nos Estados Unidos, pórtico e obtivemos 100% de acerto. construída. Integrado com o scanner,
a idéia da extranet pegou forte, tendo Todas as 80 etiquetas foram lidas sem- pode verificar a seqüência da constru-
começado basicamente com gerencia- pre que o caminhão passou a menos ção no tempo, pois de repente o siste-
mento de projetos. Hoje o calculista de duas milhas por hora. Benefícios ma mostra que o telhado aparece
estrutural não precisa nem falar com o são muitos, tanto do operário, com in- antes da parede. O mais importante é
arquiteto, é só entrar no site da obra e formações médicas e possibilidade de que, se mostra como deve estar em de-
verificar os dados de que precisa. controle de acesso a locais e equipa- terminado dia, é possível comparar
Mesmo homens de obra têm acesso às mentos, quanto de controle de esto- com a imagem obtida pelo scanner e
informações por meio de computado- que, entrada de material e roubo. ver o que e quanto está atrasado.
res de canteiro. Também é possível controlar frotas,
com informação sobre manutenção. Quais os entraves para implantar
Têm surgido soluções tecnológicas esses recursos?
completamente novas? Qual o padrão ideal de uso dessas Isso teoricamente já foi implanta-
Algumas empresas começam a etiquetas? do há muito tempo. O problema é
usar o RFID (Radio-Frequency Identi- É interessante que durem por toda que, se não é padronizado, o constru-
fication, ou identificador por radiofre- a vida do edifício. Em elementos pré- tor tem que redesenhar toda a integra-
qüência), outras contam com scan- fabricados, por exemplo, o fabricante ção a cada nova versão dos softwares.
ners 3D a laser para controle da quali- pode incluir informações sobre o Por isso, a IAI (International Alliance
dade da execução. Esse equipamento, traço do concreto, a umidade do ar e a for Interoperability), ou Aliança Inter-
ainda muito caro, analisa os eixos das temperatura no dia da fabricação. De- nacional pela Interoperabilidade está
colunas da fôrma e do modelo 3D, pois, informações sobre o estoque, definindo nomenclaturas e desig-
comparando tolerâncias antes mesmo transporte e instalação. Dez anos de- nações-padrão a serem utilizadas
da concretagem, por exemplo. A foto- pois, se houver uma rachadura num pelos programas.
grafia digital também está revolucio- elemento, a etiqueta terá toda a infor-
nando a documentação, pois fica fácil mação do histórico do elemento, in- De acordo com sua expectativa,
provar que uma impermeabilização, cluindo dados de projeto. quais tecnologias devem ser
por exemplo, foi feita. Há sensores, incorporadas na próxima década?
ainda em fase de pesquisa, que permi- E qual o impedimento para que Ferramentas para aquisição de da-
tem ver a maturidade do concreto e o sejam usadas? dos em obra, como as citadas. Os proje-
momento para retirada das fôrmas. O problema é que uma etiqueta tos já estão no computador. Assim, se
dessas não pode ser passiva, do con- adquirirmos dados mais rapidamente,
Por que as etiquetas de RFID ainda trário tem que ter bateria. E como tro- podemos controlar melhor, analisando
não são amplamente utilizadas? car a bateria dentro de um elemento e aprendendo sobre como construímos.
Existem etiquetas de RFID ativas e de concreto? Para coisas mais simples, O TCPO (Tabelas de Composições de
passivas. As primeiras emitem infor- já é usada, como identificação de fun- Preços para Orçamentos), da PINI, por
23
entrevista.qxd 4/10/2007 15:43 Page 24
ENTREVISTA
ENTREVISTA
ENTREVISTA
TÉCNICA E AMBIENTE
O túnel foi escavado a fogo,com uso
de brocas para perfuração da rocha em
até 2 m de profundidade e aplicação de
dinamite. O avanço diário foi de, em
média,5 m,pois,após a explosão,era ne-
cessário retirar os detritos de rocha. Um
máximo de duas cargas de dinamite
eram realizadas por dia, uma vez que
também se faz necessário, nessa meto-
dologia,aguardar que a rocha se acomo-
de após cada explosão. "É importante
Divulgação: DNIT
CONGRESSO
Desenvolvimento concreto
Armaduras inoxidáveis, concreto para durar mil anos, novos materiais
para reforço estrutural – congresso do Ibracon movimenta os especialistas
nacionais e internacionais
32
materia_ibracon.qxd 4/10/2007 15:38 Page 33
Divulgação: Erico
aderência ao concreto, mas isso foi Universidade de Sheffield, na Inglaterra,
estudado e executado de forma mostrou algumas novidades na área de
controlada", explica Silva. Essa, aliás, não foi reforço de concreto. Entre elas, ele destacou
a única preocupação com o aço nessa obra. os polímeros reforçados com fibras de vidro e
Na cobertura, o detalhamento da carbono, utilizados na confecção de barras e
amarração das densas armaduras foi mantas. As barras substituem o aço em casos
enviado à obra não apenas em formato de especiais, particularmente em estruturas de
plantas e cortes bidimensionais, mas concreto armado expostas a agentes
também em perspectiva tridimensional, corrosivos. Em comparação com o material
para garantir a execução perfeita. que substituem, elas possuem menor
O edifício possui um átrio central que cobre módulo de elasticidade, o que leva a fissuras
o pé-direito de todo o edifício. Os e flechas maiores. As mantas são usadas nas
Divulgação: Pultrall
pavimentos são em formato de "L", regiões de encontro de vigas e pilares para
interligados por rampas em formato de aumentar a rigidez da estrutura, sobretudo
tubo com seções irregulares. "Elas também em situações de intensa movimentação,
têm um papel estrutural, pois transmitem como terremotos. Pilakoutas apresentou
os esforços horizontais resultantes da carga também a armadura de cisalhamento pré-
de vento", explica Silva. fabricada, em análise no laboratório da
universidade britânica. Serpenteada, a tira de
Marcelo Scandaroli
33
materia_ibracon.qxd 4/10/2007 15:38 Page 34
CONGRESSO
Palavra do presidente
Quais as principais ações do Ibracon das Empresas de Serviços de
programadas para sua gestão? Concretagem), além de instituições de
Entre as principais metas, acredito que ensino. Isso é algo já feito pelo mundo – a
uma das mais importantes seja a de dar ACI (American Concrete Institute) faz isso
início ao trabalho de certificação de mão- nos Estados Unidos; a Petrobras também,
de-obra que trabalha com concreto na com o pessoal que lhe presta serviços.
construção civil. A idéia é trabalhar com as
funções internas da cadeia. O público-alvo Há ações programadas para a sua
é composto por profissionais que área de atuação, de barragens?
trabalham com o concreto – o recebedor Nós precisamos trazer de volta os
Divulgação: Ibracon
do concreto, aquele que faz a vibração construtores de grandes obras, sobretudo
do concreto etc. de barragens, que se afastaram do instituto
na década de 1980, com o desaquecimento
Como isso será feito? da economia e com a diminuição da Rubens Machado Bittencourt
A idéia é treinar essas pessoas e, quando quantidade de obras de infra-estrutura. gerente do DCT (Departamento
o curso for concluído, elas passam por Com o reaquecimento da economia e a de Apoio e Controle Técnico)
uma prova e são certificadas. O projeto volta das obras, pretendemos trazer de da Furnas Centrais Elétricas
está sendo desenvolvido com outros volta esse pessoal para completar a cadeia e diretor técnico na última
parceiros da área, como a ABCP – não apenas os construtores, mas gestão do Ibracon, o engenheiro
(Associação Brasileira de Cimento também os projetistas e outros assumiu durante o Congresso
Portland) e a Abesc (Associação Brasileira profissionais envolvidos nesse tipo de obra. a presidência do instituto
Temas polêmicos
A maior parte do tempo do debate que aquecimento da construção, cresce a Consultoria Estrutural), um passo
abordou o "Momento atual da demanda por profissionais da área", importante foi dado pelo sistema
engenharia" foi dedicada à discussão da afirma. O problema é que a Confea (Conselho Federal de
formação deficiente dos engenheiros no necessidade é urgente e a formação Engenharia, Arquitetura e Agronomia)
País. Para José Luis Saes, presidente da exige tempo. "Não se formam com a publicação da Resolução
Abef (Associação Brasileira de Empresas engenheiros de um dia para o outro." 1.010/05. Segundo o documento, os
de Engenharia de Fundações e Para garantir a qualidade dos novos estudantes de engenharia que
Geotecnia), a dificuldade de se engenheiros, é consenso entre as iniciarem o curso a partir do segundo
encontrar bons engenheiros atualmente entidades a criação de um exame semestre de 2007 se formarão com
tem origem na "década perdida" de semelhante ao da OAB (Ordem dos atribuições mínimas, concedidas pelo
1980. O pífio crescimento da economia Advogados do Brasil). Mas, enquanto Crea (Conselho Regional de
mundial implicou a redução de ela não vem, pequenas soluções Engenharia, Arquitetura e Agronomia)
investimentos de infra-estrutura no buscam melhorar a qualidade da de acordo com seu currículo escolar.
setor público e no privado. "A falta de engenharia no País. Para José Roberto Os profissionais que desejarem ampliar
investimentos ocorreu também na infra- Braguim, presidente da Abece suas atribuições poderão fazê-lo
estrutura industrial, resultando na (Associação Brasileira de Engenharia e somente mediante comprovação de
redução da capacidade de produção", títulos de pós-graduação (mestrados,
afirma Saes. Os investimentos migraram doutorados e cursos de especialização)
para o mercado financeiro, para onde em outras especialidades da
também foram os engenheiros, engenharia ou arquitetura. "Era uma
desvalorizados em suas áreas de resolução de que nós não tínhamos
especialização. "Não porque gostavam, conhecimento. Fico ao mesmo tempo
mas pela maior remuneração", aponta o feliz e triste com ela: feliz, porque é
presidente da Abef. uma iniciativa que garante a qualidade
Divulgação: Ibracon
CONTENÇÕES
Superparede
Obras de expansão do Hospital Albert Einstein exigiram planejamento
e execução diferenciados na etapa de contenções de talude
37
conten ıes.qxd 4/10/2007 16:02 Page 38
CONTENÇÕES
OBRA
Ambientes selados
Produção de remédios exige controle absoluto do clima interno e
independência entre os ambientes de produção para evitar contaminações
RESUMO
Obra: Fábrica de Produtos
Farmacêuticos Especiais –
Prédio 25 da Furp (Fundação
para o Remédio Popular)
Cliente: Furp
Execução: Consórcio MPD-TEP
(MPD Engenharia e TEP
Tecnologia, Engenharia
e Processos)
Localização: Guarulhos (SP)
Construção: julho de 2006
a julho de 2007
Área construída total:
7.520 m2; prédio de
produção: 5.500 m2; central
de utilidades: 500 m2;
mezanino técnico: 860 m2;
Fotos: Marcelo Scandaroli
docas: 660 m2
Terreno: 25.300 m2
Volume de concreto: 1.000 m3
Quantidade de aço
utilizada: concreto
armado: 50 t; estruturas
aior fabricante público de medi- nos antes da chegada da Furp. A outra
M camentos do Brasil, a Furp (Fun-
dação para o Remédio Popular) sur-
unidade fica na cidade de Américo
Brasiliense, na região de Araraquara,
metálicas: 150 t
Isolamento térmico: 5.500 m2
Painéis de fachada: 3.000 m2
giu em 1974 por iniciativa do Gover- no interior paulista. Impermeabilizações:
no do Estado de São Paulo. A unidade A obra em questão é resultado do 1.000 m2
sediada na cidade de Guarulhos, na incremento na produção da unidade Alimentação elétrica: 13,8 kV/
Grande São Paulo, conta com mais de e passou por duas etapas. Durante a 380-220 V
40 mil m2 de área construída e mais de primeira, há cerca de três anos, foram Carga instalada normal:
mil funcionários, tendo alcançado, executadas as fundações, em estacas 2.000 kVA
em 2006, uma produção de 2,5 bi- pré-moldadas, os fechamentos e o Carga instalada de
lhões de unidades farmacêuticas, dis- piso. À época ainda não se sabia sobre emergência: 700 kVA
tribuídas entre 80 tipos de medica- a finalidade funcional do prédio. A No-breaks: 150 kVA
mentos. Com 220 mil m2, o terreno "casca" foi executada, portanto, antes Sala limpa classe
abrigava um hospital para hansenia- da definição do projeto da fábrica de 100.000: 3.500 m2
41
Furp.qxd 4/10/2007 16:36 Page 42
OBRA
O controle do ar é absoluto para é mantida a 20°C, com variação de 2o ternacionais, conta com cor diferen-
garantir a qualidade da produção. para mais ou para menos. Em dias ciada – mais clara – nos ambientes
"Trabalhamos com três variáveis: frios, resistências elétricas ao longo limpos, incluindo as antecâmaras que
umidade relativa do ar, temperatura da linha aquecem o ar até a tempera- dão acesso às salas de produção.
e quantidade de partículas por pé tura determinada. As portas que dão acesso a esses
cúbico", explica o engenheiro Carlos Em fluxo laminar, insuflado por ambientes também são especiais.
Oliveira, que fiscaliza a obra a servi- cima e recolhido por baixo, de onde Têm vidros duplos com o espaço
ço da Ductor. Assim, é natural que vai para nova filtragem, o ar determi- entre eles preenchido por nitrogênio,
cada um dos cinco blocos de produ- nou até mesmo o tipo de piso. Se para o que propicia pressão positiva e evita
ção, que dão origem a produtos dis- suprir a necessidade por um fluxo condensações decorrentes de diferen-
tintos, conte com um sistema total- contínuo de ar a adoção de piso eleva- ças de temperatura entre os ambien-
mente independente de condiciona- do se mostrava a ideal, esse tipo de tes. Qualquer eventual umidade exis-
mento e tratamento do ar, evitando piso dificulta o acesso para limpeza tente é absorvida pela sílica-gel pre-
que o ar de um local se misture ao de sob o revestimento. Daí a existência sente no vão.
outro. "Não pode haver contamina- de coletores de ar na parte inferior das
ção cruzada entre as linhas", salienta paredes, que executam a circulação Equipamentos de apoio
Oliveira lembrando que alguns me- por detrás das mesmas, alcançando os No mezanino, em steel deck, estão
dicamentos contêm penicilina, que equipamentos de condicionamento e os laboratórios microbiológico e físi-
pode causar alergia a algumas pes- tratamento existentes no mezanino co-químico, as salas de treinamento e
soas, usuárias de outros medica- superior. Assim, escolheu-se o piso descanso, o almoxarifado, a área técni-
mentos. A temperatura, a propósito, epoxídico, que, seguindo normas in- ca, os equipamentos que dão vida à fá-
Equipamentos de ar-condicionado e BIBOs (bag-in/bag-out) evitam que haja contaminação cruzada entre as cinco atmosferas de
produção da fábrica. Sensores acusam diferenças significativas de pressão e indicam momento adequado para manutenção dos filtros
FICHA TÉCNICA
Controle tecnológico de concreto:
Tecconfuro Tecnologia do
Concreto e Construção; instalação
da rede hidráulica do HVAC: JG
Montagem e Instalação de Ar-
condicionado; fornecimento e
instalação de equipamentos de ar-
condicionado: Reintech Indústria
de Equipamentos e Produtos
para Controle da Contaminação;
instalações elétricas: Coppio
Engenharia e Comércio;
montagem e execução de rede
hidráulica para água purificada:
Na primeira obra, sem a finalidade de operação definida, apenas fundações,
Ajade Comércio, Instalações e
coberturas e fechamentos foram concluídos
Serviços; fornecimento e instalação
de caixilhos de alumínio: Mar
brica e o vestiário e a entrada para uma Daí vem o nome, já que, de tempos Celestial Indústria e Comércio de
das salas de produção. Esta, que abriga em tempos, esses sacos têm de ser tro- Esquadrias de Alumínio;
a fabricação de medicamentos cefalos- cados. Garantem que não haja conta- fornecimento e montagem de monta-
porínicos, é a única que conta com ves- to com os detritos, que em seguida são carga: Bass Elevadores; piso de
tiário exclusivo e em ambiente limpo, incinerados. resina epóxi: Durocolor Industrial;
com quantidade de partículas contro- As AHUs (Air Handling Units, forro em PVC modular: Brasfor
lada. Tudo para evitar contaminações Unidades de Tratamento de Ar), que Comercial; pintura intumescente:
desta para as demais e vice-versa. devem fornecer ar a determinadas Refrasol Comercial Industrial;
Além dos equipamentos de ar- pressões, são assistidas por sensores instalações hidráulicas prediais:
condicionado dedicados, as salas de de medição das pressões diferenciais CTPF Engenharia; estaca raiz:
produção também contam com equi- - antes e depois da filtragem. Esse re- Enbrageo Engenharia;
pamentos denominados BIBOs (bag- curso que possibilita saber o mo- fornecimento e instalação de
in/bag-out, ou entrada e saída de mento de trocar os sacos dos BIBOs, niveladores de docas: HBZ
sacos, na tradução livre para o portu- que, quando cheios, reduzem a pres- Sistemas de Suspensão a Ar;
guês). São equipamentos de filtragem são dos ambientes e aumentam o es- fornecimento e instalação da porta
de ar e retenção de poeira, dotados de forço dos ventiladores com inversão seccional e porta guilhotina:
sacos para acúmulo desse material. de freqüência. Ple-Leva Portas Industriais
43
materia de capa.qxd 4/10/2007 16:08 Page 44
CAPA
Construção
integrada
Novos softwares permitirão que todas as equipes
de engenharia e arquitetura trabalhem no
mesmo arquivo eletrônico. Conceito promete
revolucionar segmento de projetos
Ar
te
:S
nologia, conhecida como BIM (Buil- etc. –, que são salvas no banco de
er
gi
o
Co
ding Information Modeling), ou Mo- dados. A partir dele, é gerada automa-
lo
tto
/P
delagem de Informações para a Cons- ticamente a legenda do desenho. Em
ro
je
to
:G
trução, que permite organizar, em um outras fases da construção, porém,
ui
M
at
mesmo arquivo eletrônico, um banco também é possível extrair informa-
to
s
de dados de toda a obra, acessível a ções em outros formatos, como tabe-
todas as equipes de engenharia e ar- las de quantitativos de material para a
quitetura envolvidas na construção. equipe de orçamentistas.
A disseminação do BIM vem ga-
nhando força desde o desenvolvimen- Desenhos
to, há alguns anos, dos softwares CAD Com os programas BIM, os proje- tistas passarem a trabalhar com as
paramétricos para a construção. Dife- tos são elaborados já em três dimen- mesmas noções tridimensionais, e não
rentemente dos CADs tradicionais, sões. Para Eduardo Toledo Santos, pro- mais apenas com símbolos, a comuni-
esses novos programas atribuem in- fessor da Escola Politécnica da USP cação será mais eficiente. "Nos projetos
formações aos desenhos elaborados (Universidade de São Paulo), isso exi- de elétrica que recebemos hoje, por
no computador. Assim, por exemplo, girá um esforço maior de abstração exemplo, uma tomada e um quadro de
uma parede elaborada no CAD tradi- dos projetistas acostumados a traba- força são representados por pequenos
cional é "entendida" pela máquina lhar com desenhos em duas dimen- símbolos. É muito comum especifica-
como um desenho simples, um con- sões. No longo prazo, porém, um dos rem quadros que não cabem na pare-
junto de linhas sem significados. As grandes problemas da coordenação de de", explica Contier.
características da parede – especifica- projetos tende a desaparecer: as inter- Por serem indispensáveis para
ções de material, quantidades etc. – ferências entre os sistemas. Segundo o orientação das equipes que executa-
são indicadas manualmente como arquiteto Luiz Augusto Contier, da rão in loco os projetos, os modelos
texto na legenda do projeto. Contier Arquitetura, se todos os proje- 2D continuam existindo no BIM. A
diferença é que, como todos os ou- Contier migrar para a nova tecnolo- que atualmente mais consome tempo
tros documentos, esses arquivos ele- gia. No projeto de um terminal de e atenção dos projetistas – sejam ar-
trônicos estão permanentemente li- ônibus da Prefeitura de São Paulo, a quitetos, eletricistas ou calculistas. "O
gados ao banco de dados da obra. Por altura de um dos pavimentos preci- trabalho intelectual do profissional
isso, qualquer alteração realizada no sou ser reduzida quando duas esca- deve ser em cima do projeto, não de
modelo tridimensional é automati- das rolantes já haviam sido adquiri- sua representação", afirma.
camente atualizada em todos os ar- das pela obra. Como não era possível
quivos bidimensionais e vice-versa, reduzir as dimensões do equipamen- Desafios
dispensando revisões mais detalha- to, todos os projetos arquitetônicos Mas a tecnologia tem seu preço. E
das. A vantagem é mais visível em precisaram ser alterados e revisados. não apenas das licenças dos softwares,
projetos complexos, com centenas de "Eram mais de 300 arquivos", afirma que podem chegar aos R$ 17 mil. Com
plantas e cortes. o arquiteto. De acordo com Santos, essa avalanche de informações, os com-
Foi a participação em um episó- da Poli-USP, a documentação dos putadores demandam capacidade de
dio traumático, inclusive, que fez projetos de uma edificação é a etapa processamento muito maior. Contier
45
materia de capa.qxd 4/10/2007 16:08 Page 46
CAPA
Orçamento
Projetos
As informações do banco de dados são Projeto hidráulico
lidas por todos os softwares da obra.
Propriedades da alvenaria São usadas, por exemplo, para gerar
a planilha de orçamento Análise estrutural
do empreendimento
Banco de dados
10 anos 15 anos
Elétrica Hidráulica
Os softwares BIM permitem determinar as intervenções de manutenção preventiva ao longo da vida útil do imóvel
conta que investiu pesado na atualiza- Mesmo com o custo das licenças nior, engenheiro de aplicações da divi-
ção de seu parque de informática. "Só a de uso, a procura por softwares BIM são de AEC da Autodesk, não divulga
placa gráfica de um computador custou tem crescido no País. Segundo Marcos o crescimento das vendas, mas conta
o valor de uma máquina nova", afirma. Cunha, responsável pelo segmento de que Brasil e México são dois dos mer-
Por isso, Toledo Santos acredita que a building da Bentley Brasil, as vendas cados em que as vendas dos softwares
penetração do BIM na construção bra- dos produtos BIM da empresa vêm mais crescem no mundo.
sileira deve ser lenta e começar pelos crescendo de 15% a 20% por ano nos Apesar de o banco de dados centra-
grandes escritórios e construtoras. últimos três anos. Americo Corrêa Ju- lizado permitir a comunicação de
CAD BIM
Correção
Nesses programas, os projetos Os projetos são modelados diretamente
são desenhados em duas dimensões. em 3D. Cada elemento tem informações
O computador os entende apenas associadas (tipo de material, peso,
como um simples conjunto de linhas quantidades), salvas em um banco
e formas geométricas de dados único para toda a obra
Marcelo Scandaroli
de projetos de hidráulica da mesma
empresa; mas não são completamente
entendidas por programas de uma
empresa B, por exemplo. "Esses BIMs
Arquiteto Roberto Klein prestou consultoria na implantação do BIM na SPBR,
não servem para nada, na prática, por-
responsável pelo projeto da nova biblioteca da PUC-RJ
que não são interoperáveis", afirma
Pedro Maló, pesquisador do Uninova
(Instituto de Desenvolvimento de É muito cedo para se decretar o fim
Novas Tecnologias), de Portugal. Ele do CAD, principalmente porque por Softwares que suportam
faz parte da IAI (Aliança Internacional muito tempo os programas de projetos
para a Interoperabilidade), um con- em BIM precisarão do auxílio de dese-
a tecnologia BIM
sórcio internacional que desenvolve nhos bidimensionais simples. Muitas Active3D (Archimen)
uma plataforma comum que permita a vezes, pode não fazer sentido modelar Revit (Autodesk)
integração dos softwares de todas as componentes tridimensionais muito Allplan (Nemetschek)
fornecedoras. Santos, da USP, acredita pequenos, cuja especificação não seja Archicad (Graphisoft)
que a padronização efetiva deva acon- decisiva na obra, como maçanetas ou DDS-CAD (Data Design System)
tecer apenas em dez anos. "A constru- parafusos. Esse, aliás, foi um dos pro- MicroStation (Bentley)
ção civil é uma atividade muito com- blemas enfrentados pelo arquiteto Solibri
plexa, e organizar essas informações Contier em seus primeiros trabalhos Tekla Structures
leva tempo", conclui. em BIM. "A modelagem em 3D conso- VectorWorks
47
materia de capa.qxd 4/10/2007 16:08 Page 48
CAPA
Nova biblioteca da
PUC-RJ
O vencedor do concurso
foi o escritório de
arquitetura SPBR, de
São Paulo. Para
desenvolver o projeto, o
arquiteto Ângelo Bucci conta que
implantou o sistema BIM há um ano.
"Optamos pela nova tecnologia porque Yenagoa International
tínhamos folga no cronograma do Conference Centre
projeto", revela o arquiteto. Ele afirma Desenvolvido pela Contier Arquitetura semanas para desenvolver o anteprojeto.
que, até o momento, não teve para um centro de conferências no Estado "Com o BIM, duas pessoas conseguiram
problemas de adaptação ao software. mais rico da Nigéria, foi a primeira elaborá-lo em 20 dias", conta Contier. Foi
Atualmente no anteprojeto de experiência do escritório com o BIM. quando descobriu que a modelagem de
arquitetura, as obras devem ter início no Durante as negociações, os contratantes pequenos objetos era desnecessária.
ano de 2009 e durar três anos. No afirmaram não conseguir garantir a "O arquivo fica muito pesado", conta.
entanto, a SPBR fará um vôo solo: não segurança do arquiteto se ele visitasse o "É preciso saber onde parar de projetar",
será possível integrar os projetos com país. Soube-se que o governo brasileiro conclui. O contrato, entretanto, não foi
outras áreas, porque a empresa é a única enviaria uma comitiva em missão de fechado por razões burocráticas que
a usar a tecnologia no empreendimento. negócios, mas havia apenas quatro inviabilizaram o projeto.
Processo otimizável
Como o BIM muda o processo da A engenharia de produção da
construção? construção é caótica, se comparada
Imaginemos que o arquiteto faz o seu com outros setores?
desenho e que é preciso fazer uma Eu não a classificaria como caótica.
simulação térmica do edifício. Na Vejamos que cada edifício é um protótipo,
melhor das hipóteses, isso é enviado enquanto, no setor automobilístico, vários
49
texturas acr licas.qxd 4/10/2007 16:04 Page 50
REVESTIMENTOS
Efeito acrílico
Juliana Costa
Formuladas com ligantes sintéticos e pigmentos,
as argamassas decorativas acrílicas requerem
bom aplicador e até ensaios do produto.
Dispensam reboco e pintura, mas apresentam
pouca permeabilidade aos vapores de água, que
podem acarretar patologias
Sofia Mattos
Os efeitos são obtidos com o uso de espátula, desempenadeira, rolo e até pistola
51
texturas acr licas.qxd 4/10/2007 16:05 Page 52
REVESTIMENTOS
Marcelo Scandaroli
diretora da Granilita, empresa
especializada na comercialização e
aplicação de texturas acrílicas. O uso 1 4
do reagente envelhecedor na cor
desejada, depois da aplicação do
produto, garante um acabamento
rústico, com várias nuances de cores
e tons de envelhecimento.
cado há mais tempo (cerca de 60 dos numa espessura de 1 a 3 mm. Sua rabilidade", afirma o tecnólogo Os-
anos), existe uma padronização da durabilidade é de dez a 15 anos, desde mar Hamilton Becere, do Laborató-
nomenclatura e critérios claros de que adequadamente formulados e rio de Materiais de Construção Civil
classificação (veja tabelas de classifi- bem aplicados. "Depois desse tempo, do IPT. Ele explica que, além da
cação das normas estrangeiras). No devido à exposição prolongada aos quantidade, a qualidade da resina
Brasil, desde que foram introduzidas raios ultravioleta, elas podem perder também interfere no desempenho
(fim da década de 1970), as texturas a flexibilidade, ficando ressecadas, do produto, já que é ela que confere a
têm sido amplamente empregadas na quebradiças e fissuradas", diz Cavani. flexibilidade e mantém o revesti-
construção civil. São produtos cons- A formulação dos revestimentos mento coeso.
tituídos de ligantes sintéticos (em plásticos afeta seu desempenho. "Se o Os revestimentos plásticos são
geral, resina acrílica), cargas minerais teor de resina da formulação for mais caros do que as pinturas co-
e, eventualmente, pigmentos; aplica- baixo, pode haver diminuição da du- muns, de acabamento liso, porém
7 10
são mais resistentes, duráveis e, em mitem uma execução limpa e secam cada dois anos (periodicidade indica-
geral, têm menor toxidade e odor. rápido", afirma. da para regiões expostas a um maior
Assim como as argamassas decorati- Aplicadas com rolo, desempena- grau de poluentes). "O depósito de
vas (massa raspada, fulget e traverti- deira ou pistola, as texturas acrílicas sujeira e poluição pode acentuar a
no), as texturas não admitem reto- exigem, assim como as tintas comuns, proliferação de fungos no revesti-
ques e exigem a aplicação prévia de a aplicação prévia de um fundo sela- mento" alerta Becere.
uma camada de regularização ou dor com a função de uniformizar a Outras vantagens oferecidas pe-
emboço, pois não corrigem defeitos absorção da base e, em caso de subs- las texturas acrílicas seriam a boa
do substrato. Britez aponta algumas tratos pulverulentos, um fundo pre- aderência ao substrato e flexibilida-
vantagens dos produtos acrílicos em parador para superfícies. Como ma- de. "Esses revestimentos conseguem
relação aos cimentícios. "Além de nutenção, as texturas exigem lavagem disfarçar, por exemplo, as fissuras
virem prontos para a aplicação, per- periódica com água e sabão neutro a mapeadas de retração de secagem do
53
texturas acr licas.qxd 4/10/2007 16:05 Page 54
REVESTIMENTOS
Ensaios realizados
Os ensaios de caracterização têm a função de verificar a uniformidade do produto durante a fabricação ou mesmo definir critérios para
recebimento do produto. Já os ensaios de desempenho buscam quantificar o comportamento do revestimento considerando a
necessidade do usuário e as solicitações do meio onde será aplicado.
Tabela 2 – CLASSIFICAÇÃO DOS REVESTIMENTOS PLÁSTICOS ESPESSOS, SEGUNDO A NORMA FRANCESA NF T 30-700
(AFNOR, 1983)
Tipo Aspecto Consumo mínimo Dimensão das cargas
(kg/m2) maiores (mm)
1 Revestimento não pigmentado e de cargas coloridas 3 >1,4
2 Revestimento pigmentado de acabamento riscado 2 >1
3 Outros revestimentos pigmentados
3.1 de grão fino 1,5 >0,3
3.2 de grão médio 2,5 >0,7
3.3 de grão grosso 3,5 >1,4
Tradução: Alexandre Britez
maquiagem", explica.
Dessa forma, na maioria das
vezes torna-se necessária a remoção
completa da textura de toda a facha-
da para tratar a umidade do subs-
Texturas em geral não admitem retoques e requerem juntas como de outros revestimentos
trato. "Principalmente se a textura
for o grafiato, devido às emendas de
emboço", explica Cavani. Ele aponta tes, é preciso esperar a secagem com- execução", explica a arquiteta Már-
a baixa permeabilidade ao vapor das pleta do substrato antes de aplicar a cia Lazzarin, instrutora do Senai
texturas acrílicas como sendo a textura acrílica. (Serviço Nacional de Aprendizagem
causa da principal patologia desse Industrial). Segundo Márcia, a pin-
tipo de revestimento, isto é, o desco- Reparos tura também pode ser usada para
lamento e a formação de bolhas. O que fazer se o aspecto do re- mudar a cor das fachadas com re-
"Em hipótese alguma esses revesti- vestimento plástico de uma fachada vestimentos plásticos, desde que
mentos devem ser aplicados sobre já está comprometido com a im- seja aplicada uma demão de tinta
substratos molhados ou sujeitos a pregnação de sujeira? Segundo Ca- branca primeiro, antes da cor dese-
uma umidade intensa", acrescenta vani, uma saída para recuperar a to- jada. "Isso garante um efeito estéti-
Cavani. Em épocas do ano em que as nalidade original, sem descaracteri- co melhor", completa.
chuvas são mais intensas e freqüen- zar a textura, é aplicar tinta látex. Valentina Figueirola
55
painel.qxd 4/10/2007 15:58 Page 56
ISOLAMENTO TÉRMICO
Conforto ambiental
Painéis especiais garantem, como telha, divisória ou fechamento, o conforto
térmico desejado em edificações especiais
Celso Brando
Um dos mais novos espaços de convenções do Rio de Janeiro, o Centro Empresarial Cidade Nova é totalmente climatizado, o que
demandou um tratamento especial das fachadas para reduzir o consumo do sistema de ar-condicionado
s conceitos atualmente emprega- 1970 e 1980, quando o preço do pe- climatização, ou com o uso mais re-
O dos no mercado de isolamento
térmico das edificações não são novos
tróleo disparou e o mundo tomou
consciência da necessidade de redu-
duzido possível.
No Brasil, os primeiros produtos
– foram desenvolvidos na década de zir o consumo de energia, o isola- isolantes térmicos integrados a ele-
1940, nos países de inverno rigoroso, mento térmico passou a ter impor- mentos construtivos surgiram a partir
como forma de reduzir os gastos com tância também para as regiões quen- da década de 1980, inicialmente com
energia para aquecimento. Difundi- tes, onde os gastos com climatização as chamadas telhas sanduíche (duas
dos rapidamente por toda a América eram altos. Enquanto nos países frios peças de metal entremeadas por mate-
do Norte, esses sistemas só passaram o aquecimento e o isolamento térmi- rial isolante), usadas preferencialmen-
a ser mais disseminados na Europa no co são questões de sobrevivência no te para cobertura de edifícios indus-
pós-guerra, quando as cidades foram inverno, nos países tropicais a ques- triais. Quase 30 anos depois, a idéia de
reconstruídas já sob a ótica do isola- tão é de um maior ou menor confor- proteger termicamente as coberturas
mento. Mais tarde, nas décadas de to térmico ambiental, sem o uso da – sempre um ponto crítico da cons-
trução – já é uma preocupação cons- torino. "Conhecendo as características rocha e até cerâmica. Os materiais
tante dos bons projetistas de edifícios de cada material, o responsável pelo plásticos são indicados para isolamen-
industriais. Nos últimos anos, o País projeto vai ponderar e tomar sua deci- to em temperaturas mais baixas,
passou a receber uma grande varieda- são, ainda na fase de planejamento, de nunca acima de 80º ou 90ºC, pois são
de desse tipo de produto, tanto para maneira integrada com os demais suscetíveis à deterioração pela ação do
coberturas quanto para os fechamen- projetos da obra." calor. No isolamento de telhados, é
tos laterais, forros e pisos. Apesar de O especialista do IPT explica que preciso evitar o uso desses materiais
usados prioritariamente em edifica- o ponto de partida para a escolha cor- plásticos com pintura escura na sua
ções industriais, esses isolantes po- reta do produto é saber se ele é ade- face externa, pois como eles absorvem
dem acompanhar qualquer tipo de quado ou não ao clima onde será uti- muito calor, a superfície pode chegar a
projeto que priorize o conforto tér- lizado, e ainda a temperatura externa 100ºC. Todos os plásticos são mais ou
mico ou a redução de gastos com cli- predominante, a temperatura interna menos inflamáveis, com severidades
matização, desde residências até as desejada, as fontes internas de calor, a diferentes, e podem ser aditivados
grandes torres comerciais. espessura necessária do material para para ter um melhor comportamento e
conseguir a conservação da energia resistir ao fogo por mais tempo ou,
Uma solução para cada projeto desejada etc. Só depois de obter essas principalmente, dificultar a propaga-
De acordo com o responsável pelo respostas é que se começa a analisar ção da chama. No caso de altas tempe-
Laboratório de Conforto Ambiental e outros aspectos, como os cuidados raturas, é sempre melhor optar pelo
Sustentabilidade dos Edifícios, do IPT com instalação, proteção contra a en- uso de materiais à base de lãs, que
(Instituto de Pesquisas Tecnológicas trada de água no material isolante e, apresentam melhor desempenho
do Estado de São Paulo), engenheiro no caso de fechamentos com isolante nesta situação. Enquanto a lã de vidro
Fúlvio Vittorino, o isolamento térmi- de material plástico, sua resistência ao suporta temperaturas da ordem de
co bem projetado pode proporcionar fogo, e outras características de de- 250ºC, a lã de rocha suporta tempe-
conforto ambiental a edificações de sempenho do produto. raturas mais elevadas e as lãs cerâmi-
quase todo o País, tornando muitas Para as paredes, há uma maior va- cas chegam a patamares acima de
vezes desnecessários os sistemas de riação de produtos do que para os te- 1.000ºC. Já com relação à umidade, as
climatização. Mas alerta que tanto te- lhados. Todos eles são, de maneira placas de poliestireno extrudado e de
lhas quanto painéis isolantes térmicos geral, constituídos por chapas metáli- poliuretano com células fechadas têm
precisam ser usados com sabedoria, cas, de concreto, ou cimentícias, e com um desempenho superior ao das lãs.
pois não é qualquer tipo de material miolo de material isolante térmico. Os O poliestireno extrudado praticamen-
ou sistema construtivo que vai pro- painéis são elementos de fechamento te não absorve água.
porcionar o conforto térmico de uma mais leves, com isolamento térmico, Em geral, os produtos isolantes
construção. "Não existe material bom que dispensam alvenaria. O tipo e a térmicos tanto podem chegar à obra
ou ruim, todos têm suas característi- quantidade de isolamento devem ser prontos para uso quanto podem ser
cas e propriedades. Cada caso tem sua adequados a cada situação. No miolo, preparados no local. É o caso, por
especificidade que precisa ser analisa- tanto podem ser utilizados os mate- exemplo, das telhas zipadas tipo san-
da para que o isolamento seja eficaz e riais plásticos, como o poliestireno ou duíche, e os painéis destinados ao iso-
viável economicamente", explica Vit- o poliuretano, ou as lãs de vidro, de lamento das câmaras frias ou das cha-
57
painel.qxd 4/10/2007 15:58 Page 58
ISOLAMENTO TÉRMICO
Painéis isolantes
"Usados de maneira racional e in-
teligente, os painéis térmicos isolantes
propiciam uma construção mais leve
Leves e de grande durabilidade, as telhas sanduíche recebem lã de rocha ou de vidro
do que a alvenaria pesada usual, com a
ou ainda espumas de poliuretano ou de poliestireno no miolo entre duas lâminas
vantagem adicional do isolamento tér-
mico", afirma o especialista do IPT. E
madas salas limpas, necessárias às in- torino, em um clima predominante- explica que a parede pesada de alvena-
dústrias farmacêutica e eletrônica. mente quente como é o caso brasilei- ria atenua o calor durante o dia, ar-
Esses painéis necessitam de um rígido ro, todas as alternativas para reduzir a mazenando-o em seu interior, e faz
controle das emendas, pois, como a transferência do calor para o interior com que a temperatura interna per-
diferença térmica entre o interior e o da construção são válidas. Segundo o maneça mais elevada à noite. Nas re-
exterior é grande, caso fique alguma engenheiro, o responsável pelo proje- giões muito quentes, essa temperatura
fresta, por menor que seja, permitirá a to pode colocar material isolante tér- ambiente, mantida mais constante,
entrada da umidade, que vai enchar- mico desde externamente, sobre o te- pode proporcionar desconforto tér-
car e inutilizar o material isolante. lhado, quanto sob a cobertura, inter- mico o tempo inteiro. "Nesses climas, a
Ultimamente, começaram a surgir namente, ou fazer uso de forros iso- adoção desses painéis nos fechamen-
no mercado alguns tipos de painéis lantes, ou ainda utilizar as já difundi- tos propicia edificações leves, e com
isolantes especiais para fachadas de das telhas sanduíche. Leves, poten- uma entrada do calor solar reduzida.
edifícios comerciais, que, por serem cialmente duráveis, e de fácil coloca- Durante o dia, os ambientes internos
mais pesados, fogem um pouco da ló- ção, essas coberturas oferecem uma isolados não sofrem com o superaque-
gica do painel leve. São placas de con- boa proteção térmica. Desde que bem cimento, e à noite, acompanhando a
creto, com proteção de lã de vidro ou colocadas, requerem pouca manuten- queda da temperatura externa, o inte-
de lã de rocha, que chegam prontas ção. Podem ser pintadas de branco ou rior apresenta uma temperatura agra-
para colocação na obra. Os fabrican- de cor clara para refletir o calor e, dável", explica Fúlvio Vittorino. Mas
tes trouxeram o sistema da Europa, nesse caso, a manutenção se resumirá ele salienta que o uso incorreto do pai-
onde é muito usado para conservação a uma limpeza periódica. Como o nel pode estragar uma situação poten-
do calor. material ficará exposto às intempé- cialmente boa. "O isolamento de uma
ries, a montagem deve ser muito cui- parede precisa ser muito bem pensado
Telhas sanduíche dadosa, principalmente com relação por conta das nossas condições climá-
Isolar termicamente uma cober- aos furos dos parafusos, para que não ticas. Quando se tem um edifício sem
tura de qualquer tipo de edifício é permitam a infiltração de água da ar-condicionado e com uma área envi-
sempre uma boa medida para evitar o chuva. Além do necessário isolamen- draçada grande, que recebe o sol do
desconforto térmico. Para Fúlvio Vit- to térmico, essas telhas são usadas final da tarde, colocar o isolante térmi-
Arruela de aço
EPS
Parafuso
Lâmina inferior
em alumínio,
aço zincado,
Massa pintado ou
colante galvanizado
Cumeeiras e junções das coberturas com telhas isolantes requerem um rígido controle de emendas; frestas e entorno de furos dos
parafusos de fixação podem permitir infiltrações e danificar o material isolante
co do lado de dentro resultará em um fício ótimo. A solução mais adequada formam o desempenho mínimo exi-
"efeito estufa", pois o calor que entra para o fechamento dessas áreas são os gido de cada um deles. Caso desobe-
fica retido na edificação. Nas regiões painéis metálicos térmico-isolantes deça a algumas dessas instruções, o
quentes, as vedações podem ser feitas ou chapas cimentícias leves, com ma- projeto não será aprovado. Assim,
com o próprio painel isolante. E nas terial isolante térmico. Como o calor para a edificação de uma parede, a
regiões mais amenas, onde a amplitu- tenderá sempre a entrar no ambiente instrução técnica do Corpo de Bom-
de térmica diária é grande, caso se opte interno, a solução é envolver toda a beiros determina o tempo que ela
pelo isolamento térmico, este deve ser casca do edifício com o isolante: co- deva resistir a um incêndio, a geração
aplicado o mais externamente possí- bertura, paredes, e caso tenha um se- de fumaça permitida, sua classifica-
vel, deixando para o interior do am- gundo pavimento, pode-se pensar ção sob ação do fogo. Cabe ao fabri-
biente as paredes de maior inércia tér- numa proteção térmica para o piso. cante realizar os ensaios necessários.
mica. Só que o material precisa ficar Caso não seja feito o isolamento, o Com relação ao risco de incêndio, as
bem protegido das intempéries, pois, ambiente poderá ser climatizado, mas próprias seguradoras acabam forçan-
se absorverem umidade, perdem a a máquina de climatização terá de ser do o mercado a oferecer produtos
propriedade isolante. muito mais potente e consumirá com bom desempenho, pois fazem
Para ambientes que precisem muito mais energia, o que resultará muitas exigências, que, caso não sejam
manter uma temperatura interna per- em um custo final mais elevado. obedecidas, elevam tanto o valor do
manentemente baixa e constante, ou Onde isolar, qual produto utilizar prêmio que inviabilizam o seguro.
seja, sempre inferior à temperatura e quanto de isolamento térmico vai se Atualmente, o mercado está ofe-
externa, o isolamento térmico é extre- precisar são definições feitas em fun- recendo ao setor da construção varia-
mamente necessário. É o caso da ção de cada projeto, ensina Fúlvio dos tipos de painéis isolantes, com di-
construção de câmaras frias, destina- Vittorino. A atenção, em seguida, vai mensões e formatos variados, proje-
das a armazenar produtos que neces- para outros aspectos que irão garantir tados para satisfazer exigências dos
sitam de conservação sob resfriamen- o bom desempenho da edificação, mais arrojados projetos de arquitetu-
to, ou de salas limpas, onde a pureza como a forma de fixação dos painéis, ra e de engenharia. Usados para fe-
do ar e as condições de temperatura, sua resistência a intempéries, prote- chamentos, divisórias, forros, pisos e
umidade e pressão são controladas ção contra umidade, comportamento fachadas de edifícios, esses painéis
por padrões preestabelecidos. Seu sis- em relação ao fogo etc. A ABNT (As- têm núcleos isolantes de EPS (polies-
tema de climatização deve ser compa- sociação Brasileira de Normas Técni- tireno expandido), espuma de poliu-
tibilizado com o isolamento térmico: cas) tem normas específicas para vá- retano extrudado, lã de vidro, lã de
quanto mais isolado termicamente rios dos produtos térmico-isolantes e, rocha ou lã de cerâmica, revestidos
for o ambiente, menor será a necessi- além disso, no caso de projeto de edi- por placas metálicas resistentes à cor-
dade de climatização. Isso é trabalha- fícios comerciais, o Corpo de Bom- rosão, placas cimentícias sem amian-
do no projeto até que se consiga che- beiros de São Paulo tem várias exi- to ou de concreto leve.
gar a um nível de relação custo–bene- gências e instruções técnicas que in- Éride Moura
59
artigox.qxd 4/10/2007 16:24 Page 60
Revestimentos de
argamassa com
fibras de polipropileno
ara melhorar o desempenho dos dos materiais, o volume de produção, a
P revestimentos de fachadas, proje-
tistas e construtores têm procurado
Rosiany da Paixão Silva
Mestre e pesquisadora na Escola
energia e o tempo de mistura (figura 1).
As fibras são mais uma variável
Politécnica da USP
soluções que minimizem problemas desse processo. Sua elevada área super-
rosiany.silva@poli.usp.br
como fissuração e destacamento, den- ficial demanda grande quantidade de
tre as quais, a adição de fibras sintéti- água de molhagem para manter a tra-
Mercia Maria Semensato
cas nas argamassas, pois podem fun- balhabilidade da argamassa e isso pode
Bottura de Barros
cionar como barreira à propagação de alterar suas propriedades mecânicas.
Professora da Escola Politécnica da USP
fissuras. Dentre as fibras empregadas, Acrescente-se ainda o formato alonga-
mercia.barros@poli.usp.br
destacam-se as de polipropileno, pelo do das fibras que intensifica os conta-
seu baixo custo e sua durabilidade na tos entre partículas da matriz, que
matriz cimentícia. Condição de mistura da argamassa pode resultar em aglomerados de sóli-
Apesar do panorama promissor ao A produção da argamassa exige a dos, caso a energia de amassamento
emprego das fibras, não se dispõem de mistura adequada dos constituintes, de não seja suficiente para vencer o atrito
informações precisas quanto às mu- modo que a pasta envolva a superfície entre os grãos. Portanto, as condições
danças necessárias no processo de dos grãos sólidos, resultando em um de mistura são determinantes na dis-
produção das argamassas, para que se material homogêneo e de fácil aplica- persão das fibras pela matriz.
tenha um revestimento adequado às ção. Essa atividade é crítica na produ-
condições de solicitação. Vários ques- ção do revestimento. Há muitas variá- Execução do revestimento
tionamentos podem ser feitos, dentre veis a serem controladas, como o tipo Para que se tenha um revestimen-
os quais: qual o melhor método para de misturador, a ordem de colocação to compatível com as condições de
se adicionar as fibras à argamassa, para exposição, determinadas característi-
que a mistura seja eficiente? Qual o cas são exigidas da argamassa, dentre
Fotos cedidas pelas autoras
reentrâncias da base e não endurece Portanto, analisar as conseqüências da Avaliação do efeito das fibras na
rapidamente quando aplicada. adição de fibras nas condições de mis- execução do revestimento
Como anteriormente discutido, a tura das argamassas e nas etapas do Para produção dos compósitos (ta-
adição de fibras pode alterar a traba- processo de execução do revestimento bela 3), foram escolhidos o procedi-
lhabilidade da argamassa, porque mo- com adição de fibras é fundamental, mento e o equipamento de mistura que
difica a superfície específica da com- de acordo com o programa experi- tiveram melhores resultados nas inves-
posição e a interação entre os mate- mental apresentado a seguir. tigações propostas na tabela 2. Após a
riais constituintes. Em certas situa- sua produção, os compósitos foram
ções, pode exigir maior energia para a Programa experimental aplicados em bases de alvenaria,por um
aplicação da argamassa e acabamento As características dos materiais pedreiro experiente (figura 2), avalian-
da camada. utilizados na produção das argamas- do-se táctil e visualmente as caracterís-
A adição de fibras em argamassas sas são apresentadas na tabela 1. ticas do revestimento resultante.
pode introduzir outras variáveis ao
processo de produção dos revestimen- Avaliação das condições de mistura Apresentação dos resultados
tos, pois muitas fibras são hidrofóbi- para a adição de fibras Efeito das condições de mistura
cas, apresentam propriedades mecâni- Utilizou-se uma avaliação qualita- da argamassa com fibras.
cas e físicas distintas das do agregado e tiva, identificando-se tátil e visualmen-
algumas delas podem levar ao aumen- te a ocorrência de concentração de fi- Fibras molhadas ou fibras secas?
to do teor de ar incorporado das arga- bras na forma de "novelos", a partir da A figura 3 apresenta o resultado da
massas, alterando sobremaneira as ca- combinação de diferentes condições mistura da fibra molhada (a) e da areia
racterísticas reológicas da argamassa. de mistura, identificadas na tabela 2. com fibras secas (b). As fibras de poli-
61
artigox.qxd 4/10/2007 16:24 Page 62
ARTIGO
propileno aglomeram-se em seu esta- dispersão das fibras, proporcionando elevado atrito entre partículas sólidas
do seco. Adicionando-se água antes da distribuição mais homogênea. que supera a força de atração entre fi-
mistura com a areia, a aglomeração é bras, dispersando-as pelo agregado.
intensificada (figura 4), dificultando Mistura manual ou mecânica?
sua dispersão na matriz. A melhor dis- Os resultados da mistura areia e fi- Betoneira ou argamassadeira?
persão da fibra ocorre com a mistura bras secas são ilustrados na figura 5: (a) A mistura em betoneira resultou
fibra e areia secas, possivelmente em manual e (b) mecânica. A melhor dis- em aglomerados de fibras envoltos
função do atrito gerado entre as partí- persão ocorre pela mecânica,cuja ener- pela pasta. A argamassadeira propor-
culas sólidas, o que contribui para a gia e forma de mistura proporcionam cionou completa dispersão das fibras,
além de maior homogeneidade da
Tabela 3 – VARIÁVEIS E PROCEDIMENTOS DE MISTURA UTILIZADOS PARA A matriz (figura 6). A configuração rota-
AVALIAÇÃO DO EFEITO DAS FIBRAS NA EXECUÇÃO DO REVESTIMENTO cional do eixo da argamassadeira e a
Argamassa Teor de fibras g/m³ Procedimento de mistura quantidade das palhetas contribuem
A5 Ref (0) Fibras e areia secas foram misturadas para que as fibras sejam uniforme-
700 por 180 segundos. Depois, adicionaram-se mente dispersas. O movimento das
1.350 cal e parte da água, misturando-os pás proporciona contatos entre os
2.000 por 90 segundos (total 270 segundos). grãos sólidos e destes com as paredes
3.200 Após 24 horas, a argamassa internas do tambor, dispersando os
intermediária foi misturada com cimento e o aglomerados. Na betoneira, a ausência
restante da água por mais 200 segundos de pás internas ou de qualquer outro
A30 Ref (0) Fibras secas e argamassa industrializada elemento que interfira no fluxo do
550 anidra foram misturadas por 180 segundos. material não permite que haja elevado
1.100 Depois, adicionou-se a água total, atrito entre as partículas; portanto,
1.600 misturando-se por mais 360 segundos acredita-se que este equipamento de
2.700 mistura seja menos eficiente para a
5.200 dispersão das fibras pela matriz.
Ar incorporado (%)
30 y = 0,0009x + 34,677
R² = 0,2228
Efeito das fibras na execução do
20
revestimento y = 0,0031x + 5,1284
a) manuseio da argamassa R² = 0,9585
10
durante o transporte e manuseio,
os compósitos não apresentaram ex-
0
sudação (segregação de material); 0 1.000 2.000 3.000
não se verificou dificuldade de Fibras (g/m³)
manuseio para todos os compósitos
A5-13,5 A35-13,5
A5. Para o A30, o manuseio foi ade-
A5-14,5 A35-14,5
quado até o teor 2.700 g/m³ (figura 7); Figura 7 – Avaliação do manuseio da
para o teor de 5.200 g/m³ houve pre- argamassa A30 com o teor de fibras de Figura 9 – Teor de ar das argamassas A5
juízo da trabalhabilidade, pois o com- 2.700 g/m³: a) passa facilmente pela e A30, determinado a partir da NBR
pósito resultou excessivamente coeso, bisnaga; b) cordões de argamassa 13278 (ABNT, 2005), em função do teor
denso e áspero (figura 8). uniformes de fibras
b) aplicação da argamassa
A tabela 4 sintetiza os resultados obti-
dos.
c) sarrafeamento e desempeno
a adição de fibras reduziu o tem-
po para o sarrafeamento da arga-
massa. Para A5, reduziu de 55 minu-
tos para 35 minutos; para A30, de 4
horas para 3 horas, independente-
mente dos teores de fibras. Acredita-
se que a redução do tempo ocorra
porque a água utilizada para molha-
gem da superfície da fibra seja facil-
mente perdida tanto para o substra-
to quanto para o meio ambiente;
ou seja, a fibra tem baixa retenção
de água;
para a A5, observou-se que, quanto
mais se aumentava o teor de fibras,
mais fácil se realizava o corte da su-
perfície. Essa facilidade foi observada Figura 8 – Avaliação do manuseio da
também no momento do desem- argamassa A30: a) trabalhabilidade
peno. Com poucos movimentos cir- adequada para argamassa com teor de Figura 10 – Aspecto da argamassa A30 após
culares da desempenadeira, a ativi- fibras de até 2.700 g/m³; b) difícil a realização do sarrafeamento com régua de
dade foi finalizada, sem a necessidade manuseio da argamassa com teor de alumínio: a) teor de fibras de 1.600 g/m³; b)
de borrifar água na sua superfície; fibras de 5.200 g/m³ teor de fibras de 2.700 g/m³
63
artigox.qxd 4/10/2007 16:24 Page 64
ARTIGO
LEIA MAIS
Fachadas e paredes estão
doentes. Ubiratan Leal. Revista
Téchne 76, julho 2003, pg 48-52.
Fotos cedidas pelas autoras
REVESTIMENTO VERNIZ
PUXADORES Indicado para uso em fachadas A Akzo Nobel Tintas Industriais
A Aplic Line, da Altero, é uma SINALIZAÇÃO
internas e externas, os criou, em seu Laboratório de
linha de suportes coláveis para A Day Brasil oferece uma vasta
revestimentos cerâmicos Atlas Pesquisa e Desenvolvimento, o
puxadores, que evitam que os linha de acessórios para
possuem tamanho de 1,5 cm x Verniz UV Vítreo, que apresenta
parafusos "atravessem" portas segurança, organização e
1,5 cm. Seu índice de absorção alta resistência a riscos e é
e apareçam do outro lado. O controle e materiais para a
de água é menor do que 0,5% e indicado para madeiras
produto está disponível em comunicação visual do canteiro.
o índice de expansão por submetidas a maiores
formato redondo ou quadrado Com atuação nacional, possui
umidade é menor do que desgastes. O produto apresenta-
e, segundo o fabricante, à peça centros de distribuição em nove
0,6 mm/m. se nas versões alto brilho,
podem ser fixados puxadores Estados brasileiros.
Atlas acetinado e fosco.
de qualquer tamanho. Day Brasil
(19) 3673-9600 Akzo Nobel
Altero (11) 3613-7744
www.ceratlas.com.br (11) 6465-6011
(51) 3559-1000 www.daybrasil.com.br
www.akzonobel-ti.com.br
www.alterodesign.com.br
TELHAS
Coberturas de grandes EPS
As placas de EPS da
extensões e pequenas
Termotécnica seguem as
inclinações são resolvidas com a
especificações da norma NBR
Telha Zipada LR-ZIP 53, da
11752 revisada. Disponíveis
Perfilor. Com ela, a cobertura é
em várias espessuras,
feita de forma contínua, por
proporcionam grande
uma "costura" que não deixa
isolamento térmico e são
frestas entre os perfis e
100% recicláveis.
dispensa o uso de parafusos ou
Termotécnica
fitas de vedação.
(47) 3451-2603
Perfilor
www.termotecnica.ind.br
(11) 3065-3400
www.perfilor.com.br
66
p&t127.qxd 4/10/2007 16:32 Page 67
MASSA IMPERMEABILIZANTE
IMPERMEABILIZANTE ACRÍLICO MANTA ASFÁLTICA
Isola Água, da Ceramfix, é um O Via Flex Parede da Viapol é um Sika Manta é uma manta
impermeabilizante semiflexível revestimento asfáltica pré-fabricada, à base SÍLICA ATIVA
indicado para isolar umidade em impermeabilizante acrílico que, de asfaltos policondensados, Cauê Silmix é a sílica ativa
superfícies de alvenaria e segundo o fabricante, possui estruturada com polietileno de que garante durabilidade
estruturas de concreto sem elasticidade e flexibilidade, com alta resistência. Apresenta superior e confere maior
problemas estruturais. Segundo grande resistência à grande impermeabilidade, impermeabilidade e resistência
o fabricante, o produto não lavabilidade. Desempenha o flexibilidade e aderência. Pode a argamassas e concretos de
é indicado para uso em juntas papel de selador na primeira ser armazenada por até 12 alto desempenho. Utilizado
de dilatação. demão e impermeabilizador na meses nas embalagens originais em obras de grande porte,
Ceramfix segunda demão. O acabamento e intactas. o produto oferece resistência
0800-7045049 é feito a partir da terceira Sika mecânica química e à abrasão.
www.ceramfix.com.br demão como pintura (11 3687-4680 Cauê
convencional. www.sika.com.br 0800-7039003
Viapol www.caue.com.br
(11) 2107-3400
www.viapol.com.br
67
p&t127.qxd 4/10/2007 16:32 Page 68
68
p&t127.qxd 4/10/2007 16:32 Page 69
INSTALAÇÕES INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS E HIDRÁULICAS
TELECOMUNICAÇÕES
BARRAMENTO
O sistema Mini-Way, da
Comsystel, é um barramento ou COLETOR SOLAR
trilho eletrificado sem fio. Pode O Chuveiro Solar Popsol da
ser aplicado em instalações com Soletrol é um sistema integrado,
grande quantidade de pontos de no qual o coletor solar e o
pequena potência, como reservatório térmico são uma
supermercados, shoppings peça única ligada diretamente a
centers e outros um chuveiro elétrico de baixa
estabelecimentos comerciais potência. Em termoplástico e
e industriais. com capacidade para 125 l de
(11) 4158-2440 água, toda área do Popsol está
vendas@comsystel.com.br exposta para captação da
www.comsystel.com.br radiação solar.
Soletrol
0800-112274
www.soletrol.com.br
69
p&t127.qxd 4/10/2007 16:32 Page 70
GESSO
PÁ-CARREGADEIRA A Gesso Maia oferece serviços
A pá-carregadeira 521D, da de instalação de forros em gesso
Case, foi projetada para acartonado estruturado e
aumentar a produtividade em aramado, forros de gesso
qualquer condição de trabalho, convencionais, divisórias em
como usinas de concreto, drywall e blocos de gesso e de
cerâmica, portos de areia, revestimento interno de parede.
terraplanagem etc. Sua Gesso Maia
caçamba de 1,53 m³ possui (41) 3033-4455
força de desagregação de 9,1 t. www.gessomaia.com.br
Case
www.casece.com
70
p&t127.qxd 4/10/2007 16:32 Page 71
obra aberta 127.qxd 4/10/2007 16:34 Page 72
OBRA ABERTA
Livros
Cursos CD-ROM
73
obra aberta 127.qxd 4/10/2007 16:34 Page 74
obra aberta 127.qxd 4/10/2007 16:34 Page 75
agenda anun ok.qxd 4/10/2007 16:23 Page 76
AGENDA
Seminários e concreto expostos ao fogo. 9 a 12/12/2007
Fone: 351 239797245 Comat 2007 – IV Conferência
conferências E-mail: lurdes@dec.uc.pt Internacional em Ciência e
5 a 9/11/07 http://fib2007.dec.uc.pt Tecnologia de Materiais Compósitos
14o Cobreap Rio de Janeiro
Salvador 12 a 14/11/2007 O evento discutirá pesquisas e aplicações
A 14a edição do Congresso Brasileiro de 4o Encontro Nacional e II Encontro de materiais compósitos nos países da
Engenharia de Avaliações e Perícias Latino-Americano sobre Edificações América Latina.
manterá a tradição de divulgar e Comunidades Sustentáveis E-mail: toledo@coc.ufrj.br
conhecimentos e técnicas da área e Campo Grande www3.coc.ufrj.br
também abordará o relacionamento com A Antac (Associação Nacional de
a sociedade e com as entidades e Tecnologia do Ambiente Construído)
instituições. Serão debatidas propostas de promove o encontro para discutir
Feiras e Exposições
ações corporativas de divulgação e de alternativas que minimizam impactos 24 a 26/10/2007
valorização das especialidades junto ao negativos que a prática da construção Abrafati 2007
público externo. vem provocando no ambiente. O tema do São Paulo
Fone: (71) 2102-6611 evento é "Construindo a A décima edição do evento mobiliza a
E-mail: rdeventos@rdeventos.com.br multidisciplinaridade na ação". cadeia de produção e distribuição de
www.xivcobreap.com.br www.elecs2007.com tintas para a Exposição Internacional de
Fornecedores para Tintas e o Congresso
5 a 7/11/2007 19 a 21/11/2007 Internacional de Tintas.
Latingalva – Congresso Latino- 13o CBENC – Congresso Brasileiro de E-mail: congresso@abrafati.com.br
Americano de Galvanização Engenheiros Civis www.abrafati.com.br
São Paulo Fortaleza
O ICZ (Instituto de Metais Não Ferrosos) O 13o CBENC reunirá profissionais e 25 a 28/10/2007
organiza o evento, que reunirá profissionais estudantes de engenharia civil com o Construsul Acabamento e Iluminação
do setor de galvanização, engenheiros da objetivo de analisar e debater realizações Porto Alegre
construção, fornecedores, representantes e potenciais dos diversos segmentos A feira, um dos maiores encontros de
de órgãos públicos, arquitetos, químicos da área. negócios da região Sul, reunirá indústrias
entre outros. A intenção é o intercâmbio de Fone: (85) 3261-1111 de acabamento, revestimento e iluminação.
informações tecnológicas sobre os mais E-mail: 13cbenc@ikone.com.br Fone: (51) 3347-8787
variados aspectos da galvanização, www.abencce.com.br www.feiraconstrusul.com.br
envolvendo produção, comercialização,
desenvolvimento sustentável e 22 e 23/11/2007 13 a 17/11/2007
meio ambiente. 2o Congresso Nacional de Construir 2007 – Feira Internacional da
Fone: (11) 3214-1311 Argamassas de Construção Construção, Engenharia e Arquitetura
E-mail: luciana.navarro@icz.org.br Lisboa Rio de Janeiro
www.icz.org.br/latingalva O congresso reunirá fabricantes, A Construir reunirá empresas e
pesquisadores, projetistas e demais profissionais do setor de construção de
8 e 9/11/2007 profissionais do setor de argamassas para todo o País.
Fire Design of Concrete Structures – debater as atuais tendências e o Fone: (21) 2178-2315
from materials modelling to desenvolvimento de novos produtos. www.feiraconstruir.com.br
structural performance Haverá a apresentação de trabalhos
Coimbra (Portugal) lusitanos da área. Especialistas de Angola,
Realizado pela Universidade de Coimbra, Brasil, Moçambique, Espanha, França e
Cursos e Treinamentos
reunirá renomados especialistas para Alemanha estarão presentes. 5 e 6/11/2007
partilhar idéias e conhecimentos do geral@apfac.pt Revestimento de argamassa e
comportamento de estruturas e do www.apfac.pt cerâmico
77
agenda anun ok.qxd 4/10/2007 16:23 Page 78
como construir-127.qxd 4/10/2007 16:28 Page 79
Virginia Pezzolo
virginia@proassp.com.br
COMO CONSTRUIR diretora da consultoria de
impermeabilização da Proassp
Impermeabilização
com manta asfáltica
tualmente o material mais co-
A mum para execução de imper-
Etapas de execução
Regularização da superfície
Após limpeza adequada da super-
fície e preparação das mestras, execu-
Foto 5 – Superfície após a imprimação Foto 6 – Asfalto para aderência de manta
ta-se a regularização com argamassa
de cimento e areia (fotos 1 a 4), traço
1:3 + adesivo acrílico (10%) na água Imprimação Aplicação de manta aderida com asfalto
de amassamento. A mesma deverá Após regularizar a superfície, deve- Após a completa secagem do pri-
apresentar caimento de 1% nas áreas se aguardar a secagem (no mínimo 48 mer, deve-se fixar a manta asfáltica
externas e 0,5% nas áreas internas. A horas) e, em seguida, fazer a imprima- aderida com asfalto oxidado a quen-
superfície a ser regularizada deve ser ção da área utilizando primer forneci- te (3 kg/m3)(fotos 6 e 7). Nas emen-
molhada previamente com água e do pelo fabricante com consumo apro- das, as mantas deverão ser sobrepos-
adesivo acrílico. ximado de 0,5 l/m3 (foto 5). tas em 10 cm.
79
como construir-127.qxd 4/10/2007 16:28 Page 80
COMO CONSTRUIR
Foto 7 – Manta aderida com asfalto com Foto 8 – Aplicação de manta aderida Foto 9 – Preparação da manta para
dupla camada com emendas defasadas a maçarico aplicação da segunda camada
Foto 10 – Emendas defasadas Foto 11 – Teste de lâmina d'água Foto 12 – Colocação da camada
separadora sobre a manta
Foto 13 – Execução de proteção mecânica Foto 14 – Junta entre quadros Foto 15 – Proteção mecânica em quadros
em quadros
Camada separadora
Sobre a impermeabilização, colo-
car camada separadora composta por
papel kraft, filme de polietileno ou si-
milar (foto 12).
Trânsito normal
Nesse caso, executa-se uma argamas-
Foto 16 – Detalhe da colocação de Foto 17 – Vista da proteção mecânica sa de cimento e areia com traço 1:4. De-
isolamento na tela soldada para para trânsito pesado após a execução verá ser prevista a execução de juntas lon-
posterior concretagem do pavimento dos quadros gitudinais (mínimo 1,50 m x 1,50 m) e
transversais na argamassa (fotos 13 a 15).
Aplicação de manta asfáltica aderida Teste de lâmina d'água
a maçarico De acordo com a NBR 9575/03 Trânsito pesado
Após a completa secagem do pri- – Impermeabilização – Seleção e Executa-se uma camada de con-
mer, colar a manta com o uso de ma- Projeto, após a conclusão da im- creto, com espessura mínima de 7 cm,
çarico (fotos 8 a 10). As emendas de- permeabilização, deve-se fazer o estruturada com tela soldada. Deverá
verão ter sobreposição de 10 cm. No teste de lâmina d'água, por um pe- ser prevista a execução de juntas de re-
caso de aplicação de manta dupla, ríodo de 72 horas, para posterior tração (quadros com dimensão míni-
essas deverão ser aplicadas no mes- verificação da estanqueidade da ma de 4 m x 4 m) e dilatação (perime-
mo sentido, com emendas defasadas. impermeabilização (foto 11). trais) (fotos 16 e 17).