Professional Documents
Culture Documents
motor
dos membros inferiores e alterações na marcha
Angélica Cristiane Ovando
Resumo
O acidente vascular encefálico é a principal causa de incapacidade física em adultos tanto em países
desenvolvidos com países em desenvolvimento. O objetivo deste estudo foi explorar aspectos relacionados ao
comprometimento motor de indivíduos com hemiparesia após um acidente vascular encefálico (AVE), com
ênfase nas alterações locomotoras destes indivíduos. Conhecer as peculiaridades dos déficits motores,
sensitivos e cognitivos destes indivíduos é a primeira etapa antes de traçar estratégias eficientes de
reabilitação. Foram pesquisados textos clássicos, além de artigos científicos que relatam os principais
acometimentos desta população, bem como as principais alterações na marcha.
Unitermos: Acidente Vascular Encefálico. Déficits motores. Marcha.
Introdução
Pode-se definir o AVE como um déficit neurológico focal causado por uma
alteração da circulação cerebral. Este termo evoluiu nas últimas décadas para
incluir lesões causadas por distúrbios hemodinâmicos e da coagulação, mesmo que
não se tenha alterações detectáveis nas artérias ou veias (WINIKATES, 1995).
Considerações finais
Referências
Definição
Existem várias definições para descrever o acidente vascular cerebral, dependendo de autor para autor.
De acordo com PHIPPS et al., AVC é “…um défice neurológico, de início súbito, que se prolonga por 24
horas.”
“AVC corresponde a uma lesão cerebral resultante da interrupção aguda do fluxo sanguíneo arterial que
pode surgir por uma obstrução do vaso provocada por um êmbolo/trombo (coágulo), pela pressão de
perfusão cerebral insuficiente ou pela ruptura da parede da artéria”.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) AVC podem ser definidos como o “desenvolvimento
rápido de sinais clínicos de distúrbios focais (ou globais) da função cerebral, com sintomas que perduram
por um período superior a 24 horas ou conduzem à morte, sem outra causa aparente que a de origem
vascular.”
Nestas definições, os Acidentes Isquémicos Transitórios (AIT) são excluídos, nos quais os sintomas
desaparecem em menos de 24 horas.
É também importante referir que existem dois tipos de AVC’s, o isquémico e o hemorrágico.
Epidemiologia
Em 2005 morrera 107462 portugueses, 34% dos quais por doenças do aparelho circulatório, 22% por
tumores malignos e 12% de causa idiopática.
Das doenças do aparelho circulatório, o acidente vascular cerebral é o que mais mortes causa.
O AVC não é exclusivo de nenhum grupo etário e, apesar de afectar na sua maioria idosos, existe uma
percentagem de 20% dos AVC’s que ocorre em indivíduos abaixo dos 65 anos.
Também não há nenhuma diferença entre o género. Apesar de existir o mito da “protecção” cardiovalcular
na mulher, em que refere que esta na idade fértil, em adição com hábitos e estilos de visa saudáveis, está
protegida pelo seu ciclo hormonal. No entanto, este mito contribui para que aumentasse a incidência de
AVC no género feminino como demonstraum estudo da Health united states, realizado entre 1979 e 1999,
tendo como amostra a população Americana (Fig. 4). Outra evidência das consequência deste mito é o
facto de em Portugal morrem mais mulheres por AVC do que por cancro da mama.
Os indivíduos de raçanegra são duas vezes mais propensos a terem um AVC isquémico e três vezes
mais um AVC hemorrágico do que os indivíduos de raça branca.
O AVC tem repercussões socio-económicas profundas para o individuo, para a sua família e para a
comunidade. Os custos directos e indirectos do tratamento do AVC e dos cuidados continuados situam-se
entre os 25 e 30 milhões de dólares anuais. (Américan heart associaction, 1993 citado por PHIPPS et al,
2003)
Factores de risco
Os factores de risco aumentam a probabilidade de ocorrência de um acidente vascular cerebral, no
entanto, muitos deles podem ser minimizados com tratamento médico ou mudança nos estilos de vida.
Os principais factores de risco para a manifestação de um AVC são: a idade, a patologia cardíaca, a
diabetes mellitus, aterosclerose, heredietariedade, raça, contraceptivos orais, antecedentes de acidentes
isquémicos transitórios (AIT) ou de acidentes vasculares cerebrais, hipertensão arterial, dislipidémia,
sedentarismo, elevada taxa de colesterol e predisposição genética
Quanto maior for o número de factores de risco identificados no utente, maior será a probabilidade deste
vir a ter um AVC