Embora seja motivado muito mais pela necessidade do que pela oportunidade, o brasileiro traz como característica algo que se traduz como a alma do verdadeiro empreendedor: a criatividade.
Daniel Augusto Maddalena
O Brasil é um dos países mais empreendedores do mundo. Mentes que criam
24 horas por dia, cabeças que pensam nas mais diversas opções de negócios com o objetivo de transformá-las em ganho de dinheiro. Quantas dessas idéias, porém, saem do idealizado para a prática? Quantas se concretizam e têm sucesso? Ao empreendedor inventivo, as respostas para tais perguntas são o que menos importa. O “equilíbrio empreendedor” do aspirante a homem de sucesso é sustentado por essa verdadeira usina de idéias, que trabalha de forma ininterrupta, gerando ilimitados pensamentos e elaborando novas maneiras de se ler antigas idéias ou criando novas formas de se enxergar soluções para determinados problemas. Para que essa usina não desperdice energia, no entanto, é necessário um mínimo de organização. Reservar períodos específicos do dia para organizar momentos de devaneios positivos é prática comum de bons pensadores e pode ser um exercício útil para qualquer pessoa. A concentração “programada” cria sinapses positivas, trazendo à mente maneiras diferentes de olhar e pensar soluções e inovações. Nessa “linha de produção”, deve existir um primeiro filtro. Fará com que as opções mais “fantasiosas” já sejam descartadas e as melhores selecionadas para um próximo passo. Nesse sentido, é fundamental ter em mente que o importante não é a quantidade de idéias, mas sua qualidade. Esse atributo é o elemento determinante para o aproveitamento prático. Como a memória humana não é 100% confiável, o empreendedor deve documentar todos esses momentos de divagação pelo campo das idéias. Se for o seu caso, escreva-as, desenhe seus projetos, coloque-os no papel ou aproveite a tecnologia e guarde as criações empreendedoras em gravadores digitais, daqueles pequenos, que podem ser transportados a todo lugar. Para quem esbanja criatividade, uma boa dica é organizar as idéias em uma espécie de catálogo. Crie temas específicos, separe-os por viabilidade ou por prioridade, de acordo com seus desejos. Arquive sem restrições, sem censura alguma, para que depois de determinado tempo você possa fazer a crítica sobre o que imaginou. Procure não analisar a idéia imediatamente após tê-la registrado. Deixe uns dias de intervalo. Essa estratégia faz com que a mente relaxe com outros pensamentos. O cérebro se oxigena novamente e você não fica paranóico com aquela idéia fixa que faz com que se esqueça de outros importantes detalhes para viabilizá-la. Só depois desse pequeno “descanso” é que se entra no estágio de “limpeza”. Nessa etapa, você deve analisar individualmente cada idéia, sua aplicabilidade, custo financeiro envolvido, praticidade do negócio, lucratividade. Dedique-se a extrair o melhor de cada uma e, se possível, identifique qual dentre as criações é a sua “menina dos olhos”. A garimpagem é um exercício trabalhoso e extremamente complicado, que você deverá aprender somente com o tempo. Procurar um profissional consultor pode ajudá-lo na separação final e indicar como se faz para colocar as boas idéias ou a grande criação em prática. A partir daí, é suar a camisa e fazer acontecer. Afinal, o bom empreendedor sabe que seu sucesso não depende só de boas idéias na mente ou no papel. É preciso transformá-las em realidade.
Daniel Augusto Maddalena é consultor especialista em empreendedorismo e